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EFEITO DE HERBI CID AS GRA MINICIDAS, APLICAD OS EM PÓS-EMERG ÊNC IA, SOBRE AVEIA BRANCA, AVEIA PRETA E TRIGO 1 RESUMO

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LEANDRO VARGAS2, NILSON G. FLECK3, MARCOS M. DA CUNHA2, RIBAS A. VIDAL3

RESUMO Dur ant e as es taç ões de cr esc ime nto de

1993 e 1994 foram conduzidos dois experimentos, sendo um em vaso sob telado, na Faculdade de Agr ono mia da UFR GS, em Po rto Ale gre/ RS, e ou t ro em co nd i çõ es de ca mp o. na Es t aç ão Ex pe ri me nt al Ag ro nô mi ca da UF RG S, em Eldorado do Sul/RS. 0 objetivo do trabalho foi investigar o grau de tolerância de alguns genótipos de aveia branca, aveia preta e trigo aos herbicidas graminicidas aplicados em pós-emergência. Av al iar am -se de z ge nó ti po s de av ei a br an ca

(Av ena .at iva ), ave ia pre ta (Av ena str igosa) e

tr ig o (T ri ti cu m ae st iv um ), tr at ad os co m os herbicidas clethodim, diclofop, fenoxaprop.

fluazifop, haloxyfop e sethoxydim. As variáveis avaliadas foram fitotoxicidade visual e rendimento de grãos. Constatou-se que fe no xa pr op co nt ro la es sa s av ei as em ní ve l superior a 98% e apresenta seletividade ao trigo ('B R-23' ). O dic lof op apr ese nta con tro le aci ma de 94% par a ave ia bra nca , enq uan to par a ave ia p r et a mo st r a d an o mé di o e a pr es e nt a al t a seletividade ao trigo. Os demais herbicidas apresentaram-se como não seletivos para todos os genótipos testados.

Palavras chave: Avena saliva, Avena

s t r i g o s a , T r i t i c u m a e s t i v u m , d i c l o f o p ,

fenoxaprop. ABSTRACT

Grass herbicides effects, applied in post-emergence, on grain oats, forage oats and wheat Duri ng the grow ing seas ons of the 1993

and 1994, two trials were conducted, being one in po ts in gre en hou se , at th e UF RGS Agr on om y School, in Porto Alegre/RS, and the other at field c o n d i t i o n s a t t h e U F R G S A g r o n o m i c Experimental Station, in Eldorado do Sul/RS. The ob je ct iv e of th is re se ar ch wa s to in ve st ig at e tolerance levels of grain oat genotypes. of forage oats, and of wheat to herbicides with grass activity app lie d in pos t-eme rge nce . Ten oat gen otyp es

(Av ena sal iva L. ) for age oat s (Av ena str igo sa

Schreb), and wheat (Triticum aestivum L.), were evaluated. which were treated with the herbicides

cl et ho di m, di cl of op . fe no xa pr op , fl ua zi fo p. hal oxyf op, and seth oxydim. Vari able s eval uate d were plant injury by visual rating, and grain yield. It was detected that fenoxaprop controls both oat species at level over 98% and presents selectivi ty to wheat ('BR-23'). On the other hand. diclofop pres ents cont rol leve l high er than 94% for grai n oa t, wh er ea s fo r f or ag e oa ts sh ow s mo de ra te dama ge, and prese nts high selec tivi ty for wheat . The remainder herbicides behaved as not selective for all genotypes tested.

K e y w o r d s : A v e n a s a l i v a , A v e n a

strigosa, Triticum aestivum, diclofop, fenoxaprop.

1 Recebido para publicação em 10/07/96 e na forma revisada em 28/04/97.

2 Eng. Agr., aluno do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Faculdade de Agronomia, UFRGS.

3 Eng. Agr ., Ph .D. , Prof. Adj un to, Dep to. de Plant as de Lavoura. Fac. de Agr onomi a. UFRGS. Caixa Po stal 776, Po rto Alegre/RS, CEP: 90001-970. Bolsista do CNPq.

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L. Vargas et al.

INTRODUÇÃO

O cultivo da aveia aumentou nos últimos anos , pri ncip alme nte na regi ão Sul do Bras il. O Rio Gr ande do Sul cul tiv ou apr oxi mad ame nte 83.0 00 ha em 198 8 e, em 1992 a áre a che gou a mais de 206.000 ha (IBGE, 1992). Este aumento oco rr eu pel o fat o das ave ia s, tanto a "b r anca"

(Avena saliva L.) como a "preta" (Avena strigosa

Schreb.), caracterizar-se como importante cultura alternativa para utilização no periodo de inverno, com o objetivo de produção de forragem, grãos ou si mpl es men te par a cob e rt ura de sol o, vis ando ev it ar pr ob le ma s de er os ão . Al ém di ss o, no si st em a pl an ti o di re to , a av ei a as su me pa pe l importante, pois a rotação de culturas e a cobertura do solo (palhada) são fundamentais para o sucesso do sistema.

De vi do à ex pl or aç ão da av ei a co mo cu lt ur a co mer ci al em la rga es ca la , . su rgi ra m p r o b l e m a s p a r a o s e u c u l t i vo , t a i s c o m o apa rec ime nto de plan tas daninh as, mol ést ias e pr ag as . Em la vou ra s de tr ig o, a in fe st açã o de pl antas espo ntân ea s de avei a, espe cial ment e de aveia preta , tem causa do reduç ão no rendi mento do cereal devido a competição que ocasiona. Por ou tr o la do , em la vo ur as co me rc ia is de av ei a branca, torna-se necessário controlar seletivamente es pé ci es co mo o az ev ém e a av ei a pr eta . No Brasil, até o momento, não existem herbicidas re co me nd ad os pa ra co nt ro la r gr am ín ea s qu e infestem a cultura da aveia.

No final da década de 70 e início dos anos 80 fo ra m de sc ob ert os do is no vo s gr up os de herb icid as com ação grami nici da para apli caçã o e m p ó s - e m e r g ê n c i a : o g r u p o s d o s ariloxifenoxipropionatos (aos quais pertencem os herbicidas: diclofop, fenoxaprop, fluazifop e haloxyfop) e o grupo dos ciclohexanodionas (que incluem os herbicidas alloxydim, clethodim e sethoxydim). 0 modo de ação primário destes herbicidas consiste na paralização da síntese de ác id os gra xo s, at ra vés da in ib iç ão da en zi ma Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase) nos cloropl astos. Estes produto s são comerci alizad os no Brasil, e alguns deles, como o diclofop e o

fenoxaprop, são recomendados para controlar seletivamente, as gramíneas infestantes, em trigo e arroz, respectivamente. Isto demonstra que estes pr od ut os po ss ue m aç ão di fe re nc ia l so br e as espécies e talvez possam ser utilizados em outras gramíneas cultivadas.

Constatou-se existir grande diferença de tolerância a um herbicida não só entre gêneros de u ma me s ma f a mí l i a , c o mo t a mb é m e n t r e culti vares de uma mesma espéc ie (Garc ia Torre s & Fernandez-Quintanilla, 1991). Nas pastagens ca na de ns es , on de Av en a fa lu a é um a es pé ci e da nin ha mu it o co mu m, tê m si do en co nt ra do s biotipos resistentes em áreas tratadas com triallate e di cl of op (T ha i et al ., 19 85 ). Na Au st rá li a e Est ado s Uni dos , tam bém já for am enc ont rad os alguns genótipos de aveias silvestres (Avena falua e Avena sterilis) que apresentavam resistência aos herbicidas do grupo dos ariloxifenoxipropionatos (Mansooji et al., 1992).

Beardmore & Linscott (1989), testando os herb icid as halo xyfo p e seth oxydi m, cons tatar am que as doses requeridas para reduzir metade da população de aveia e trigo era maior para trigo do que para aveia, o que não ocorreu com o composto fluazifop que, em condições de campo, controlou igualmente trigo e aveia.

O objetivo desse trabalho foi investigar o grau de tolerância de alguns genótipos de aveia br an ca , av ei a pr et a e t ri go , ao s he rb ic id as graminicidas aplicados em pós-emergência.

MATERIAL E MÉTODOS

Um experimento foi conduzido em vasos, sob telado pertencente ao Departamento de Plantas de La vo ur a da Fa cu ld ad e de Ag ro no mi a da UF RG S, lo ca li za do no mu ni cí pio d e Po rt o Alegre/RS. O delineamento experimental utilizado fo i de bl oc os ca su al iz ad os e os tr at am en to s dispostos em esquema fatorial, com um fator envolvendo seis herbicidas (clethodim a 96 g/ha, di cl of op a 28 4 g/ ha , fe no xa pr op a 60 g/ ha . fl ua zi fo p a 94 g/ ha , ha lo xy fo p a 10 0 g/ ha , sethoxydim a 230 g/ha) e uma testemunha e outro fator envolvendo 12 genótipos de culturas (aveia

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branca: CTC-1, CTC-2, UFRGS-7. UFRGS-I0. UFRGS-14, UPF-7, UPF-13, UPF-14, UPF-15, UPF-16; aveia preta e trigo cultivar BR-23), com três repetições por combinação dos fatores.

A s e me a d u r a f o i r e a l i z a d a n o d i a 07/04/93, em vasos com capacidade para 1000 ml, com terr a prov enie nte da cama da supe rfic ial de um sol o, pert ence nte à unid ade de mape amen to São Jerônimo, classificado como Podzólico Vermelho-escuro, distrófico (Paleudult), textura areno-frano-argilosa, e adubado com 300 kg/ha de a d u b o d a f ó r mu l a N P K 5 -2 0 - 2 0 . A p ó s a em er gê nc ia d as cu lt ur as , em 15 /0 4/ 93 , fo i procedido desbaste, deixando-se cinco plantas por vaso. Os trata mentos herbi cidas foram aplic ados em 01/05/93, quando a maioria das plantas encon trava -se no estádi o de três a quatr o folha s. Para tal, foi utili zado aspers or costal de preci são com pressão constante fixada em 160 kPa, munido de bi co s co m ja to pl an o (t ip o le qu e) da sé ri e 11003, fornecendo volume de calda equivalente a 250 1/ha.

As ava lia çõe s vis uai s de fit oto xic ida de fo ra m re al iz ad as ao s 7 e ao s 14 di as ap ós a pu lv er i za çã o do s tr at am en to s (D AT ). Pa ra avaliação de danos visuais foi utilizada escala percentual, na qual nota zero significou nenhum efei to de dano à cult ura e nota cem rep rese ntou morte aparente das plantas.

Um segundo experimento foi realizado em condições de campo na Estação Experimental Ag ro nô mic a da Un iv er si da de Fe de ra l do Ri o Gr an de do Su l (E EA /U FR GS ), lo ca li za da no mu ni cí pi o de El do r ad o do Su l / RS , r e gi ão fis iog ráf ica da Dep res são Cen tra l do Est ado . 0 solo utilizado pertence à unidade de mapeamento São Jerônimo, classificado como Podzólico Vermelho-escuro, distrófico (Paleudult), textura areno-frano-argilosa. O preparo do solo constou de uma aração e de duas gradagens e a adubação foi proce dida pela adiçã o de 15 kg/ha de nitro gênio , 60 kg/ha de fósforo (P2O5)e 60 kg/ha de potássio (K2O ). A adu baç ão de cob ert ura con sto u de 45 kg/ha de nitrogênio (Uréia).

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com os tratamentos

arranjados em parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nas subparcelas foram dispostos dois cultivares de aveia branca ('CTC 1' e 'UFRGS 7'). qu e na mé di a ap re se nt ar am -se co mo os ma is sensíveis e os mais tolerantes aos herbicidas no pri mei ro exp eri men to, mai s ave ia pre ta e t ri go (BR -23) . Nas par cel as pri nci pai s enc ontra m-se quat ro trat amen tos herbi cida s e uma test emunh a s e m a p l i c a ç ã o h e r b i c i d a , t o t a l i z a n d o 2 0 tratamentos no experimento. A área total de cada subp arce la foi de 8,5 m2 (1.7 x 5.0 m), com uma ár ea út il ce nt ra l ap ro xi ma da de 4 m2 (1 ,0 2 x 4,00m).

A se me ad ur a de st e ex pe r i me nt o f oi realizada no dia 13/07/94, utilizando-se semeadora de prec isão , coin dez linh as espa çad as de 17 cm em cada subpar cela. Após a emergê ncia, ocor rida em 19 /0 7/ 94 , de te rm in ou - se a de ns id ad e de pl antas, atra vés da cont agem do seu núme ro e m um metro de fileira por subparcela e calculou-se o número de plantas por metro quadrado.

A aplicação dos herbicidas foi realizada no dia 11/08/94, quando a maio ria das plantas atingiu o estádio de três a quatro folhas. Os tratamentos h e r bi c i d a s , se l e c i o n ad o s d o e x p er i me n t o conduzido em vasos, como potencialmente mais pro mis sor es, for am: dicl ofo p e fen oxa pro p que foram aplica dos nas doses de 355 e 497 g/ha e 90 e 120 g/ha , res pect iva ment e, e uma tes temu nha sem aplicação herbicida. Os procedimentos para aplicação dos herbicidas e avaliações foram os mesmos descritos anteriormente para o primeiro expe ri mento. As avali ações foram reali zadas aos 14, 28, 42 e 56 DAT.

Por ocasião da maturação das plantas, real izou -se a col heit a de seis file iras cent rais de ca da s ubp ar cel a, obt en ção do pe so de grã os e cálculo do respectivo rendimento por área.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No pri mei ro exp eri men to, rea liz ado cm va so s , ve ri fi co u -se in t er aç ão si gn if ic at iv a genótipos x herbicidas para ambas as avaliações. Analisando-se a avaliação final, procedida aos 14 DAT (Tabela 1), verificou-se que, dentre os

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L. Vargas et al.

herbicidas, haloxyfop foi o que provocou maior efeito fitotóxico aos genótipos (na média 94o). Por outro lado, diclofop e fenoxaprop apresentaram os menores efeitos de dano, medias de 22 e 58%, res pec tiv ame nte . Den tre os gen óti pos de ave ia branca, na média geral dos dados, CTC-1 foi o que mostrou maior sensibilidade, enquanto UPF-16 e UFRGS-7 apresentaram as menores

suscetibilidades. 0 trigo apresentou moderada suscetibilidade, enquanto que a aveia preta foi a me no s t ol er an t e. El eg eu - se pa r a t es t ar no ex per ime nt o no ca mp o o cu lt i va r de av ei a UFRGS-7 como o mais tolerante e CTC-1 como o mais sensíve l, consid erando-se os valores médios d e i n j ú r i a p r o v o c a d a p e l o s t r a t a m e n t o s herbicidas.

TABELA 1. Avaliações da fitotoxicidade (%) de herbicidas de pós-emergência, aplicados sobre diversos ge nó ti po s de av ei a br an ca , em av ei a pr et a e tr ig o, re al iz ad as ao s 7 e 14 di as ap ós tratamentos (DAT), UFRGS, Porto Alegre/RS, 1993.

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No experimento de campo, não ocorreu di fe re nça ent re de nsi dad es de pl an ta s par a os genóti pos testad os, sendo que a densid ade média foi de 329 plantas/m2.

A avaliação visual de danos (fitotoxicidade) procedida aos 14 DAT, indicou interação de genótipos x herbicidas (Tabela 2).

TABELA 2. Avaliações de fitotoxicidade (%) dos herbicidas diclofop e fenoxaprop, aplicados sobre aveia branca 9CTC-I e UFRGS-7), aveia preta e triga. e realizadas em quatro épocas após tratamentos (DAT), EEA/UFRGS, Eldorado do Sul/RS, 194.

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L. Vargaset al.

Nesta ocasião, o cultivar de aveia CTC-1 mostrou maior fitotoxicidade para tratamentos de fenoxaprop e menor para os de diclofop. Dentro de cada um desses herbicidas, não houve diferenças entre as doses testadas.

O cu lt iv ar de av ei a UF RG S -7 mo st ro u ma i or gr a u d e d a n o pa r a a d os e ma i or de fenoxaprop, e menor dano para a dose menor de diclofop: os demais tratamentos herbicidas foram intermediários. Na aveia preta visualizou-se maior fitotoxicidade para os tratamentos de fenoxaprop, os qua is sup era ram aqu ele s com dic lof op. Não hou ve dif ere nça s ent re dos es her bic ida s par a a av ei a UF RG S- 7 e av ei a pr et a. O tri go nã o ap re se nt ou di fe re nç as en tr e os tr at am en to s herbicidas; para todos eles os níveis de dano situaram-se abaixo de 10%.

Nas avaliações realizadas aos 28, 42 e 56 DAT, constataram-se novamente interações de genótipos x herbicidas (Tabela 2). Os cultivares de av ei a CT C- 1 e UFR GS - 7 nã o ap re se nt ar am diferenças entre os tratamentos herbicidas. A aveia pr et a ap re se nt ou al to s ní ve is de d an o a os

tratamentos de fenoxaprop, independentemente de dose do herbicida, enquanto os tratamentos com diclofop ocasionaram fitotoxicidade classificada como de baixa a moderada, sendo que nas duas avaliações finais houve diferenças entre doses de diclofop. O trigo, por sua vez, a partir de 28 DAT, re cu pe ro u -se de fo rm a to ta l do s le ve s d an os constatados inicialmente.

A análise de variância também evidenciou inter ação de genót ipos x herb icid as na avali ação de rendi mento de grãos (Tabe la 3). Os culti vares d e a v e i a C T C- 1 e U F R G S - 7 p r o d u z i r a m re nd im en to de gr ão s ac ei tá ve is so me nt e na testemunha; nos tratamentos herbicidas a produção foi considerada nula. A aveia preta apresentou rendimento de grãos dependente do tratamento: na tes temu nha ele foi o mais ele vado , decr esc endo com apli caçã o de diclo fop, espec ialm ente para a dose maior; enquanto o rendimento foi nulo nos tratamentos com fenoxaprop. 0 trigo não teve a va ri áv el re nd im en to de gr ão s af et ad a pe lo s herbicidas testados; todos eles se equivaleram ao produzido na testemunha.

TABELA 3. Rendime nto de grãos (kg/ha) de genótipos de aveia branca (CTC-1 e UFRGS-7), de aveia pr et a e de tri go , em re sp os ta ao s tr at am en to s he rb ic id as di cl of op e fe no xa pr op , EEA/UFRGS, Eldorado do Sul/RS, 1994.

Observandose ainda a Tabela 3, constata -s e q u e o h e r b i c i d a d i c l o f o p p r o p i c i o u produtividade de grãos apenas para aveia preta e trigo, mas não para as cultivares de aveia CTC-1 e UF RG S -7. Os tr at am en to s co m fe no xa pr op somente não afetaram o rendimento do trigo, mas impediram a produção de grãos das aveias.

A tolerância do trigo e a sensibilidade da av ei a ao di cl of op po de se r ex pl i ca da pe l a capacidade das plantas de trigo metabolizarem as moléc ulas do herb icida , imobi liz ando-as através da conjugação com metabólitos e/ou através de rea çõe s de hid ról ise , oxi daç ão ou red uçã o que ocorrem no interior das células, fazendo com que a

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molécula perca a sua atividade herbicida (Deuber, 19 92 ). Por out ro la do , em pl an tas de ave ia , a molécula herbicida também sofre metabolização, a qu al , si mi la rm en te ao qu e oc or re co m t ri go , imobiliza a molécula herbicida. Porém, esta imobil ização é temporá ria, podendo ser revert ida e , a s s i m, r e a t i v a d a a a ç ã o d a mo l é c u l a , provocando a morte das plantas de aveia (Deuber, 1992; Holt et al., 1993).

A aus ênc ia de sen sib ili dad e da enz ima -alvo pode representar outra forma importante de seletividade, fato constatado com diclofop, d i f e r e n c i a d a me n t e , e m e s p é c i e s mo n o e dicotiledôneas. Enquanto espécies dicotiledôneas possuem a enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase) insensível, nas monocotiledôneas ela se mostra sensível ao composto (Devine et al., 1993). Di co ti le dô nea s pos su em ACC as e re si st ent e e muitas dessas espécies apresentam capacidade de metabolizar os herbicidas do grupo dos ariloxifenoxipropionatos (Holt et al., 1993).

O herbicida fenoxaprop apresentou baixa to xi ci da de ao t ri go , ev id en cian do po te nc ia l se le ti vo pa ra es ta es pé ci e, se gu nd o as do se s utilizada s de 60, 90 e 120 g/ha. Para os genótipos de aveia (branca e preta) a fitotoxicidade foi muito elevada, próxima a 100%. Esses resultados obtidos em trigo diferem dos relatados por Ruedell (1988), e m q u e a s d o s e s d e 6 0 , 9 0 e 1 2 0 g/ h a d e fenoxaprop não se mostraram seletivas ao cultivar de tri go CEP 14-TAP ES. Hub bar d & Whi twe ll (19 91) tam bém obs e rvara m a sen sib ili dad e do trigo ao fen oxap rop . No ent anto, em rel açã o às aveias, os resultados são coincidentes.

A se le ti vi da de do fe no xa pr op ao t ri go pode ter variado em função do cultivar utilizado, sug eri ndo -se exi sti r dif ere nça de sen sib ili dad e entre eles, caso em que o cultivar BR-23 poderia mostrar maior tolerância intrinseca ao fenoxaprop do que o CEP 14-TAP ES. Est e comp ort amen to po de de mo ns tr ar um a re sp os ta di fe re nc ia l de cu lt iv ar es da me sm a es pé ci e a de te rm in ad o herbicida, comportamento amplamente referido na literatura em geral. Geralmente, a tolerânci a das espécies ao fenoxaprop, esta associada a altas

taxas de sua metabolização (Devine et al., 1993; WSSA, 1994).

O haloxyfop causou alto grau de toxicidade a t od o s os ge nó t i po s t e st ad os ( T ab e l a 1) , demonstrando falta de seletividade tanto para trigo como para aveia. Isso pode estar relacionado com sua maior velocidade de translocação, em relação aos demais produtos.

Os herbicidas diclofop, fenoxaprop e h a l o x y f o p s ã o r a p i d a m e n t e a b s o r v i d o s , t r a ns l oc a m -s e at r a vé s d a s p l a n ta s p or vi a si mpl ás ti ca e acu mul am -se no s mer is te mas . O dic lof op e o fen oxa pro p pos sue m tra nsl oca ção lenta, enquanto o haloxyfop pode ser rapidamente tr an sl oc ad o at é os me ri st em as . Co nt ud o, há ind ica çõe s de que a tra nsl oca ção do hal oxy fop pode ser rápida em algumas espécies e lenta em outras (WSSA, 1994 ). Outra hipótese é a falta de metaboliza ção deste herbici da por essas espécies . As ta xa s de de es te ri fi ca çã o e me ta bo li sm o seqüencial variam muito entre as espécies e podem determinar a seletividade deste herbicida (WSSA, 1994).

Na va ri aç ão da s do se s de he rb ic id as ut il iz ad as , ob se r vo u -s e qu e, ge ra l me nt e, a fi to to xi ci da de di min ui u co m o de cr és ci mo da dose. Nesse sentido, 355 g/ha de diclofop foram sufi cient es para afeta r seve ramen te os genót ipos de ave ia branca, e sim ult aneam ent e, apr ese nta r baixa toxicidade ao trigo. Mesmo na maior dose utilizada (497 g/ha), o trigo não foi afetado pelo diclofop, evidenciando-se sua alta tolerância ao herbicida. 0 controle máximo de aveia preta aos 56 DAT (47%), no experimento de campo, foi obtido co m a dos e de 497 g/h a de dic lof op, dei xan do claro a dificuldade desse herbicida em controlar tal espécie.

O f e n o x a p r o p , a p l i c a d o a 9 0 g / h a , apresentou elevada atividade herbicida nas aveias, mo st ra n do ba i xa t ox ic i da de ao t r i go . Já o haloxyfop exerceu alta ação herbicida, afetando sev era men te tod os os gen óti pos , dem ons tra ndo que dose de 100 g/ha é suf ici ent e par a eli mina r estas gramíneas.

O re nd im en to de gr ão s (T ab el a 3) d as culturas confirmou sua associação aos efeitos dos

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I.. Vargas etal.

her bici das para os genó tipo s reag ente s. O trig o teve confirmada, a propriedade de seletividade dos herbicidas diclofop e fenoxaprop, não ocorrendo di fe re nç a de re nd im en to de gr ão s en tr e os tratamentos. Fenoxaprop originou rendimento semelhante ao da testemunha indicando potencial seletivo para uso em trigo, mas diferindo nesse as pe ct o do s re su lt ad os re la ta do s po r Ru ed el l (1988).

A ave ia pre ta , tra ta da com di clo fo p na me no r do se , pr od uz iu qu an ti da de de gr ão s equi vale nte à da test emun ha. Para o trata ment o com fenoxaprop, não houve produção de grãos. De ss a fo rm a, de mo ns tr a -se a se le ti vi da de de di cl of op e a to xi ci da de de fe no xa pr op a es ta es pé ci e. Os ge nó ti po s de av ei a br an ca nã o pr od uz ir am grã os no ex pe ri men to no ca mp o, qua ndo tra ta dos com di clo fop ou fen oxa pro p. Esses result ados se asseme lham aos const atados po r Ru ed el l (1 98 8) , e ev id en ci am a fa lt a de seletividade destes herbicidas para essa espécie.

LITERATURA CITADA

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Referências

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