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EXERCÍCIOS DE APOIO DE LITERATURA 3ª SÉRIE ROMANTISMO, REALISMO E NATURALISMO

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Academic year: 2021

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Texto

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EXERCÍCIOS DE APOIO DE LITERATURA – 3ª SÉRIE

ROMANTISMO, REALISMO E NATURALISMO

Texto I:

SEXTILHAS ROMÂNTICAS Paisagens da minha terra Onde o rouxinol não canta - Mas que importa o rouxinol? Frio, nevoeiros da serra

Quando a manhã se levanta Toda banhada de sol!

Sou romântico? Concedo. Exibo, sem evasiva,

A alma ruim que Deus me deu. Decorei “Amor e medo”,

“No lar”, “Meus oito anos”... Viva José Casimiro de Abreu!

Sou assim por vício inato. Ainda hoje gosto de “Diva”, Nem não posso renegar Peri, tão pouco índio , é fato, Mas tão brasileiro... Viva, Viva José de Alencar! Paisagens da minha terra, Onde o rouxinol não canta - Pinhões para o rouxinol! Frio, nevoeiros da serra Quando a manhã se levanta Toda banhada de sol!

Ai tantas lembranças boas! Massangana de Nabuco! Muribara de meus pais! Lagoas das Alagoas, Rios do meu Pernambuco, Campos de Minas Gerais!

(Manuel Bandeira) Texto II:

(trecho do romance CANAÃ, do escritor maranhense José Pereira da Graça Aranha, 1868-1931).

O agrimensor olhou a árvore.

- Faz pena - disse compassivo - botar tudo isso abaixo.

- Eu, por mim - acudiu Milkau, levado pelo mesmo sentimento -, preferiria um lote onde não fosse preciso esse sacrifício.

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- O homem - notou Lentz a sorrir com ar de triunfo - há de sempre destruir a vida para criar a vida. E depois, que alma tem esta árvore? E que tivesse... Nós a eliminaríamos para nos expandirmos.

E Milkau disse com a calma da resignação:

- Compreendo bem que é ainda a nossa contingência essa necessidade de ferir a Terra, de arrancar do seu seio pela força e pela violência a nossa alimentação; mas virá o dia em que o homem, adaptando-se ao meio cósmico por uma extraordinária longevidade da espécie, receberá a força orgânica da sua própria e pacífica harmonia com o ambiente, como sucede com os vegetais; e então dispensará para subsistir o sacrifício dos animais e das plantas. Por ora nos conformaremos com este momento de transição... Sinto dolorosamente que, atacando a Terra, ofendo a fonte da nossa própria vida, e firo menos o que há de material nela do que o seu prestígio religioso e imortal na alma humana...

Enquanto os outros assim discursavam, Felicíssimo, no seu amor ingênuo à Natureza, mirava as velhas árvores, e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, como os últimos afagos dados às vítimas do momento do sacrifício. Dentro da mata penetrava o vento da manhã e nas folhas passava brandamente, levantando um murmúrio baixo, humilde, que se escapava de todas as árvores, como as queixas surdas dos moribundos.

(Graça Aranha)

1) No texto 1, a questão da identidade nacional se constrói também a partir da representação da natureza pátria. De que modo ela é apresentada no poema? Justifique com passagens retiradas do texto.

2) “Sextilhas românticas” dialoga com vários outros textos da literatura brasileira. Indique, pelo menos, um dos processos de relação intertextual presente no poema e o explique.

3) Faça um contraponto entre a representação da natureza no poema de Manuel Bandeira e no trecho destacado de Graça Aranha. O que há de semelhante e de diferente entre eles?

LEIA ATENTAMENTE O FRAGMENTO DE “O CORTIÇO”:

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

[...]

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.

(Aluísio Azevedo)

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a) Cite duas características desse estilo de época e as explique. b) Exemplifique, no texto, essas duas características.

Texto III:

O POETA COME AMENDOIM

Noites pesadas de cheiros e calores amontoados... Foi o Sol que por todo o sítio imenso do Brasil Andou marcando de moreno os brasileiros.

(...) Brasil...

Mastigado na gostosura quente do amendoim... Falado numa língua curumim

De palavras incertas num remeleixo melado melancólico... Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes bons... Molham meus beiços que dão beijos alastrados

E depois semitoam sem malícia as rezas bem nascidas... Brasil amado não porque seja minha pátria,

Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der... Brasil que eu amo porque é o ritmo do meu braço aventuroso, O gosto dos meus descansos,

O balanço das minhas cantigas amores e danças.

Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito engraçada Porque é o meu sentido pachorrento,

Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir. (Mário de Andrade)

5) É sabido que o Brasil se mostra multifacetado em todos os aspectos que o particularizam enquanto nação. No trecho destacado do poema de Mário de Andrade, o que define a brasilidade? Justifique com passagens do texto.

6) O projeto de definir e delimitar a identidade brasileira, tema do poema de Mário de Andrade, foi extremamente caro aos escritores românticos. De que forma eles implementaram tal ideia? Cite pelo menos um autor alinhado a essa proposta.

Texto IV:

(fragmento de “Senhora”, de José de Alencar)

"Quem observasse Aurélia naquele momento, não deixaria de notar a nova fisionomia que tomara o seu belo semblante e que influía em toda a sua pessoa.

Era uma expressão fria, pausada, inflexível, que jaspeava sua beleza, dando-lhe quase a gelidez da estátua. Mas no lampejo de seus grandes olhos pardos brilhavam irradiações da inteligência. Operava-se nela uma revolução. O princípio vital da mulher abandonava seu foco natural, o coração, para concentrar-se no cérebro, onde residem as faculdades especulativas do homem."

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7) A partir da leitura dessa passagem e com base no enredo do romance “Senhora”, explique como convivem, em Aurélia, o "princípio vital da mulher" e as "faculdades especulativas do homem".

8) A passagem destacada na questão anterior é partícipe da produção romântica brasileira em prosa. Em que modalidades de textos essa produção se subdividiu e em qual delas o romance de José de Alencar citado se enquadra?

Texto V:

(fragmento de “O primo Basílio”, de Eça de Queirós)

Havia cinco anos que D. Felicidade o amava. (...) Acácio tornara-se a sua mania: admirava a sua figura e a sua gravidade, arregalava grandes olhos para a sua eloqüência, achava-o numa "linda posição". O Conselheiro era a sua ambição e o seu vício! Havia sobretudo nele uma beleza, cuja contemplação demorada a estonteava como um vinho forte; era a calva. Sempre tivera o gosto perverso de certas mulheres pela calva dos homens, e aquele apetite insatisfeito inflamara-se com a idade. Quando se punha a olhar para a calva do Conselheiro, larga, redonda, polida, brilhante às luzes, uma transpiração ansiosa umedecia-lhe as costas, os olhos dardejavam-lhe, tinha uma vontade absurda, ávida de lhe deitar as mãos, palpá-la, sentir-lhe as formas, amassá-la, penetrar-se dela! Mas disfarçava, punha-se a falar alto com um sorriso parvo, abanava-punha-se convulsivamente, e o suor gotejava-lhe nas roscas anafadas* do pescoço. Ia para casa rezar estações, impunha-se penitências de muitas coroas à Virgem; mas apenas as orações findavam, começava o temperamento a latejar. E a boa, a pobre D. Felicidade tinha agora pesadelos lascivos e as melancolias do histerismo velho.

* anafadas = gordas

9) Qual é a escola literária cujas características mais se fazem sentir neste trecho? Justifique brevemente sua resposta.

10) Considere a seguinte afirmação: "Em Eça de Queirós, a sátira e a caricatura tornam-se, com freqüência, cruéis e sombrias, por isso mesmo incompatíveis com o riso e o humor". Essa afirmação aplica-se ao trecho anteriormente reproduzido? Justifique sucintamente sua resposta.

11) Leia estes trechos: TRECHO 1

"... no Realismo exterior, o romance e o conto procuravam a ação que espelhasse os conflitos íntimos; no outro tipo de realismo [o interior], o desenrolar dos acontecimentos pouco interessa ao escritor, atraído que está pela análise do drama em si mesmo."

MOISÉS, Massaud. "Machado de Assis: ficção e utopia". São Paulo: Cultrix, 2001. p.27.

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TRECHO 2

"Era noite entrada. Rubião vinha por ali abaixo, recordando o pobre diabo que enterrara, quando, na rua de S. Cristóvão, cruzou com outro coupé, que levava duas ordenanças atrás. Era um ministro que ia para o despacho imperial. Rubião pôs a cabeça de fora, recolheu-a e ficou a ouvir os cavalos das ordenanças, tão iguaizinhos, tão distintos, apesar do estrépito dos outros animais. Era tal a tensão do espírito do nosso amigo, que ainda os ouvia, quando já a distância não permitia audiência. Catrapus... catrapus... catrapus..."

MACHADO DE ASSIS, J. M. "Quincas Borba". Rio de Janeiro: Record, 2004. p.159-60.

O texto transcrito no Trecho 2 é um bom exemplo do "realismo interior" de que fala o crítico Massaud Moisés, no Trecho 1. Com base na leitura feita, justifique esta afirmativa.

12) Com base no conteúdo trabalhado em sala de aula, estabeleça um paralelo entre Realismo e Naturalismo.

13) Quais foram as teorias sociológicas que fundamentaram o Real-Naturalismo?

14) Explique sucintamente: a) determinismo:

b) amoralismo: c) objetivismo: d) zoomorfização:

15) Situe a particularidade e importância do romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, no cenário da literatura brasileira.

Referências

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