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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ FAESPI CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA CLAÚDIA MARIA DE SOUSA SANTANA

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

CLAÚDIA MARIA DE SOUSA SANTANA

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA COMO ESTRATÉGIA E INTERVENÇÃO NO TRATAMENTO AO DEPENDENTE QUÍMICO

TERESINA – PI 2017

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CLÁUDIA MARIA DE SOUSA SANTANA

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA COMO ESTRATÉGIA E INTERVENÇÃO NO TRATAMENTO AO DEPENDENTE QUÍMICO

Monografia apresentada à Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia.

Orientador: Prof.º Me. Carlos Antonio Santos.

TERESINA – PI 2017

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CLÁUDIA MARIA DE SOUSA SANTANA

INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA COMO ESTRATÉGIA E INTERVENÇÃO NO TRATAMENTO AO DEPENDENTE QUÍMICO

Monografia apresentada à Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia.

Orientador: Me. Carlos Antônio Santos

Aprovada em: _____ / _____ / 2017.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Prof.º Me. Carlos Antônio Santos

Orientador

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

______________________________________________ Prof.ª Me. Aldenora Maria Ximenes Rodrigues

1ª Examinadora

Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

______________________________________________ Prof.ª Dr.ª Ruth Raquel S. de Farias

2ª Examinadora

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelos cuidados e por dar-me saúde, força e coragem para enfrentar todos os obstáculos que sobrevieram durante todo o percurso na academia.

Agradeço ao corpo docente da Faculdade de Ensino Superior do Piauí (FATEPI-FAESPI) por abordarem em seu processo de ensino uma visão humanística e com formação de profissionais qualificados, responsáveis com a cidadania e ética nas ações realizadas no processo de trabalho.

Em especial aos meus mestres pela disposição e paciência em orientar, corrigir, incentivar e estimular a cada período o processo de aprendizagem que agora se concretiza com o fim da graduação.

Ao meu Orientador Prof. Ms. Carlos Antônio Santos pelo suporte técnico na produção do trabalho ora apresentado, pelas correções e incentivos a prosseguir mesmo diante das dificuldades.

De maneira muito especial agradeço a meu amado e querido marido Iran Machado que sempre acreditou, incentivou e torceu pelo meu sucesso, dando-me o carinho e suporte emocional nas horas de mais difíceis. Obrigada amor.

A minha amada família nas pessoas de minha mãe Gonçala, irmãs, cunhados, sobrinhos e sobrinhas. Sem vocês essa vitória não teria o mesmo sabor e meu coração não estaria satisfeito com se encontra neste momento.

A meu sogro e sogra, senhor Antônio da Cruz e senhora Edna Machado pelas orações e cuidado constante.

Aos meus amigos e a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação, o meu mais sincero obrigada.

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RESUMO

O presente tema foi escolhido pela sua atualidade, importância, discussão e complexidade, considerando-se o fenômeno da internação compulsória. Essa internação que por vezes foi utilizada de forma equivocada, provocando assim o isolamento social dos indivíduos usuários de drogas, uma vez que os mesmos eram considerados obstáculos para determinadas pretensões econômica, políticas ou até mesmo social. O trabalho tem como objetivo geral: expor as principais estratégias da internação compulsória no tratamento de dependentes químicos, e como objetivos específicos: descrever as características da internação voluntária determinando assim as diferenças entre esta e internação compulsória; destacar o posicionamento e atuação dos psicólogos diante da internação compulsória dos dependentes químicos. No processo de construção do trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica e durante o percurso metodológico se realizou a revisão integrativa das literaturas, já como estratégia de identificação e seleção foram vistos artigos, revistas publicadas em sites de produção cientifica como Scielo, Google Scholar, Teses e dissertações. A estratégia de identificação e seleção dos estudos foram a busca de publicações indexadas nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cientifica Eletrônico Library Online (SCIELO), no período de setembro a novembro de 2017, por meio da consulta eletrônica artigos que contivessem em seus títulos e/ou resumos os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS): drogas. Internações, Dependência química, A internação compulsória, apesar de ter sido usada como meio para esconder e camuflar problemas sociais, foi, por outro lado, durante muito tempo, única forma utilizada para o tratamento dos doentes mentais, pois se entendia à época que somente esta era a fonte para a cura de pessoas acometidas do “mal da loucura”. A lei 10.216/2001, a conhecida Reforma Psiquiátrica minimizou o panorama e incluiu outros tipos de tratamento, deixando a internação como última alternativa.

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ABSTRACT

The present theme was chosen because of its relevance, discussion and complexity, considering the phenomenon of compulsory hospitalization. This hospitalization was sometimes used in a wrong way, thus provoking the social isolation of drug users, since they were considered obstacles to certain economic, political or even social pretensions. The main objective of this study is to outline the main strategies of compulsory hospitalization in the treatment of chemical dependents, and specific objectives: to describe the characteristics of voluntary hospitalization, thus determining the differences between this and compulsory hospitalization; to emphasize the position and performance of psychologists before the compulsory hospitalization of chemical dependents. In the process of construction of the work the bibliographical research was used and during the methodological course an integrative revision of the literatures was carried out, already as strategy of identification and selection were seen articles, magazines published in sites of scientific production like Scielo, Google Scholar, Theses and dissertations. The strategy of identification and selection of studies was the search of indexed publications in the Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Electronic Library Online (SCIELO) databases, from September to November 2017, by means of electronic consultation articles that contained in their titles and / or abstracts the following descriptors in health sciences (DeCS): drugs. Although compulsory hospitalization, although it was used as a means to conceal and camouflage social problems, was, on the other hand, for a long time the only form used for the treatment of the mentally ill, since it was understood at the time that only this was the source for the cure of people afflicted with the "evil of madness". Law 10.216 / 2001, the well-known Psychiatric Reform minimized the panorama and included other types of treatment, leaving hospitalization as the last alternative.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 7

2 DESENVOLVIMENTO ... 9

2.1 METODOLOGIA ... 9

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12

3.1 OS TIPOS DE INTERNAÇÕES MAIS UTILIZADAS NA ATUALIDADE ... 12

3.2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITO DA INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA NO BRASIL ... 14

3.3 AS DROGAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL DOS DEPENDENTES ... 16

3.4 A INTERNAÇÃO COMO FORMA DE TRATAMENTO ... 20

3.4.1 A internação compulsória ... 21

3.4.2 Estratégias utilizadas na saúde mental para dependentes ... 23

3.4.3 Posicionamento e atuação do psicólogo diante da internação compulsória de dependentes químicos ... 27

4 RESULTADOS DISCUSSÕES ... 30

4.1 A INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA COMO VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ... 35

4.2 AS DIFICULDADES DAS EQUIPES DE SAÚDE COM ESSE TIPO DE INTERNAÇÃO ... 36

4.3 A INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS ... 38

4.4 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O SUJEITO ... 39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

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1 INTRODUÇÃO

Na atualidade as questões relacionadas às drogas se tornaram um problema de saúde pública, o que demanda um grande esforço por parte do poder público na tentativa de minimizar seus agravos. Dentro dessa temática de busca por alternativas que auxiliem no processo de recuperação de indivíduos usuários de drogas os vários tipos de internações são uma das ações usadas como intervenção dos grupos de sujeitos que fazem uso de entorpecentes (RUIZ; MARQUES, 2015).

As internações motivadas pelo uso exacerbado de drogas ou problemas derivados delas estão cada vez mais presentes na saúde pública, sendo por vezes a principal ação executada pelos governantes. Diante dessa realidade o presente trabalho se formulou com o tema: Internação Compulsória como estratégia e intervenção no tratamento ao dependente químico.

Mediante as questões relacionadas à internação compulsória como estratégia de intervenção no tratamento ao dependente químico se construiu o objetivo geral: Expor as principais características e objetivos da internação compulsória; seguindo a estes os objetivos específicos: Descrever as características da internação voluntária determinando assim as diferenças entre esta e internação compulsória; Destacar o posicionamento e atuação dos psicólogos diante da internação compulsória dos dependentes químicos.

Dada à atualidade da temática apresentada neste trabalho e sua complexidade, bem como sua importância se determina a relevância da abordagem do tema, tanto no âmbito da comunidade científica, como material de estudo para os que também adentrarem na temática, quanto no âmbito social, uma vez que, tratar a temática proporciona maior reflexão e discussão como processo de construção de novas alternativas. Para a autora o trabalho se fez de grande valor, pois propiciou conhecimento aprofundado sobre a temática apresentada.

Uma das questões que nortearam essa pesquisa se configurou a partir do questionamento: Qual o estado da arte da produção científica sobre a contribuição da psicologia no que diz respeito ao tema que tem configurado se em uma problemática em que tem se gerado polêmicas em torno do processo da construção desse tema, revendo a preocupação das autoridades judiciárias em tentar através da lei 10.216/2001 em que dar o suporte a internações involuntárias ou compulsórias desses sujeitos que em razão de estarem em risco eminente de vida, ou seja

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perdendo a capacidade de cuidar de si mesmo, tanto incluindo os dependentes, como sujeitos com patologias que envolvem a saúde mental dos mesmos.

Os aspectos históricos e conceito de internação compulsória no Brasil, onde se descreve a historicidade da internação no mundo e no Brasil; Os tipos de internações mais utilizadas na atualidade que por sua vez, caracteriza e distingue os tipos de internações; voluntária, involuntária, e compulsória.

As drogas e suas implicações na saúde mental já existem há muitos anos em nossa sociedade, e tem aumentado pelo uso desenfreado que os jovens utilizam as substâncias, cabe ressaltar que as questões envolvidas na evolução das culturas de vários países, incluindo o Brasil, tornaram se difíceis de manejar sobre as questões do uso das drogas, sendo que ainda existe as lícitas que acabam cedendo lugar as ilícitas, que também tornou se uma mercadoria por ser utilizada em grande número, perdendo assim o controle do estado nas substâncias prejudiciais ao sujeito.

Uma das principais consequências causadas na saúde mental dos dependentes químicos é esse uso de entorpecentes. A internação como forma de tratamento faz referência ao tratamento dos dependentes químicos através da internação Compulsória, que por vezes em últimos casos se faz necessário.

Essas estratégias utilizadas na saúde mental do dependente e a alternativa que o estado por vezes encontra para minimizar o perigo que o sujeito possa sofrer, ou causar ao outro, destacam-se as abordagens realizadas na saúde mental no trato do dependente químico em que configura a atuação do psicólogo e de outros profissionais que lidaram com o sujeito diante da internação compulsória do dependente químico, tendo a orientação do psicólogo e sua atuação nesses casos. Tendo em vista o respeito a profissão e o sujeito de forma humanizada, buscando contribuir para ressocialização e reeducação do mesmo para a sociedade.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 METODOLOGIA

Trata-se de estudo de revisão, para a identificação de produções sobre o tema internação compulsória como estratégia de tratamento ao dependente químico nos últimos 10 anos. Adotou-se a revisão integrativa de literatura, uma vez que esta propõe o estabelecimento de critérios bem definidos sobre a coleta de dados, análise e apresentação dos resultados, desde o início do estudo, a partir de um protocolo de pesquisa previamente elaborado e validado (RODRIGUES et al., 2014). Para tanto, foram adotadas as seis etapas indicadas que constituem a revisão integrativa da literatura: 1) seleção da pergunta de pesquisa; 2) definição dos critérios de inclusão de estudos e seleção da amostra; 3) representação dos estudos selecionados em formato de tabelas, considerando todas as características em comum; 4) análise crítica dos achados, identificando diferenças e conflitos; 5) interpretação dos resultados e 6) reportar, de forma clara, as evidências encontradas.

A questão norteadora da pesquisa foi: Qual o estado da arte da produção científica sobre a contribuição da psicologia no que diz respeito ao tema internação compulsória?

A estratégia de identificação e seleção dos estudos foram a busca de publicações indexadas nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cientifica Eletrônico Library Online (SCIELO), no Google acadêmico, período de setembro a novembro de 2017, por meio da consulta eletrônica.

Foram adotados os seguintes critérios para seleção dos artigos: todas as categorias de artigo (original, revisão de literatura, reflexão, atualização, relato de experiência etc.); artigos com resumos e textos completos disponíveis para análise; aqueles publicados nos idiomas português, nos últimos 10 anos, e artigos que contivessem em seus títulos e/ou resumos os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS); drogas, Internações, Dependência química. O critério de exclusão dos artigos foi: estudos que não atendessem os critérios de inclusão mencionados.

A partir de então foram se constituindo como autores bases da pesquisa M. Foucault e A. C. Maciel, através das pesquisas realizadas nos livros, artigos e textos

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dos citados autores foi possível atingir a constituição deste trabalho e para além do mesmo, acumulou-se grande e valioso conhecimento. A estrutura do trabalho se compõe de uma Introdução logo se segue a Metodologia aplicada para a composição do mesmo, seguindo-se do Referencial Teórico que transcreve em corpo: Aspectos históricos e conceito de internação compulsória no Brasil, onde se descreve a historicidade da internação no mundo e no Brasil; Os tipos de internações mais utilizadas na atualidade que por sua vez, caracteriza e distingue os tipos de internação.

Posteriormente o trabalho aborda: As drogas e suas implicações na saúde mental, onde faz o destaque das principais consequências causadas na saúde mental dos dependentes químicos; A internação como forma de tratamentos já faz referência ao tratamento dos dependentes químicos através da internação; A Internação Compulsória traz as principais características e objetivos desse tipo de internação.

Nas Estratégias utilizadas na saúde mental do dependente, destaca-se as abordagens realizadas na saúde mental no trato do dependente químico; em seguida se ratifica o Posicionamento e atuação do psicólogo diante da internação compulsória do dependente químico, classifica orientação do psicólogo e sua atuação; e os resultados, demonstram de forma organizada como foram obtidos os dados para a composição do referido trabalho; As discussões revelam as concepções dos autores sobre a temática abordada e nas Considerações Finais a autora descreve expõe as conclusões obtidas através da pesquisa.do material obtido, observou-se que com a palavra-chave: drogas. Internações, Dependência química encontraram-se 52 artigos, respectivamente nas bases de dados no Scielo 27 e Lilacs 25 artigos, e desses artigos foram selecionados para referenciar o trabalho, em que foi feito em forma de tabela um resumo dos principais autores em temas incomuns para resultados e discussão.

Procedeu-se à leitura minuciosa de cada resumo/artigo, destacando aqueles que responderam ao objetivo proposto por este estudo, a fim de organizá-los e discuti-los. Seguindo os critérios de inclusão, alguns estudos foram selecionados para análise, os quais são referenciados no presente texto.

Por fim, iniciou-se a análise bibliográfica para caracterização dos estudos selecionados, posteriormente, foram extraídos os conceitos abordados em cada artigo e de interesse da pesquisadora. Os trabalhos foram comparados e agrupados

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por similaridade de conteúdo, sob a forma de categorias empíricas, sendo construídas categorias para análise.

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3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 OS TIPOS DE INTERNAÇÕES MAIS UTILIZADOS NA ATUALIDADE

As internações em saúde mental estão cada vez mais presentes nas vertentes da saúde pública e tem se configurado como um grande problema para os profissionais de saúde, solicitando políticas públicas que norteiem o enfrentamento de uma questão complexa e difícil como a dependência por entorpecentes (MACIEL, 2013).

Atualmente estão previstos três tipos de internação: voluntária, involuntária e compulsória. A primeira podendo ocorrer quando o tratamento intensivo é fundamental e, nesse caso, a pessoa aceita ser conduzida ao hospital por um período de curta duração. A decisão é tomada de acordo com o desejo do paciente (LOCCOMAN, 2012).

A involuntária, por sua vez é mais frequente em caso de surto ou agressividade exagerada, quando o paciente precisa ser contido, às vezes até com uso da força. Nas duas situações a uma obrigatoriedade de laudo do profissional médico corroborando a solicitação, que pode ser feita pela família ou por uma instituição (LEITE, 2000).

Há ainda a internação compulsória, que tem como diferencial a avaliação de um juiz, usada em casos onde haja risco iminente a vida do paciente ou de outrem isso devido ao acometimento de transtorno mental ou uso abusivo de drogas ou ainda o transtorno mental provocado pelo uso excessivo de drogas. Essa ação, não é regra e sim o último recurso a ser usado, quando já se esgotaram todas as alternativas e ações anteriores, ocorrendo mesmo contra a vontade do paciente (OLIVEIRA, 2007).

Na atualidade o Brasil, em virtude da ineficiência na execução ou da ausência de políticas públicas voltadas para o tratamento dos dependentes químicos o que se inscreve na maioria dos casos são internações compulsórias, devido dificuldades encontradas para se fazer de forma adequada o tratamento para esses pacientes (MACIEL, 2013).

Destacando ainda que por muitas vezes essas internações ocorrem devido a interferência do Ministério Público, uma vez que não existem locais suficientes para

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atender a demanda existente, necessitando por tanto o poder judicial para o cumprimento do atendimento e tratamento ao paciente (OLIVEIRA, 2007).

A internação compulsória tem a finalidade intervir em crises e instaurar o controle a fim de estabilizar os pacientes doentes em estado grave, além de garantir sua segurança e a de pessoas ao seu redor. A internação compulsória não objetiva apenas sanar os defeitos da sociedade, mas prioritariamente buscar a proteção do dependente químico dos agravos provocados pelo vício, dos malefícios que a droga traz em todos os seus aspectos (OLIVEIRA, 2007).

Havendo a necessidade de internação, o profissional médico tem por obrigação dar informações ao paciente sobre sua conduta proposta, garantindo ao mesmo o direito de “liberdade”, apesar de não haver livre-arbítrio nesta forma de internação (LOCCOMAN, 2012).

A lei nº 10.216 de 2001, que é a lei de Internação compulsória em seu artigo 4º prediz que esse tipo de internação é indicado quando os recursos extra hospitalares se fizerem insuficientes, visando sempre a finalidade permanente de reiterar socialmente o paciente em seu meio de vivência (LEITE, 2000).

Este tratamento deve ser estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais ou dependência química excessiva, incluindo assistência médica, assistência social, tratamento psicológico, terapias ocupacionais e de lazer, dentre outros. Ficando vedado a internação de pacientes em instituições com características asilares, ou seja, desprovidas dos recursos acima mencionados e que não assegurem aos pacientes seus direitos (FRANÇA, 2012).

Quando o paciente com transtorno mental ou dependente químico não aceita a internação voluntariamente, pode-se recorrer à internação involuntária ou compulsória, definida pela Lei Federal de Psiquiatria nº 10.216, de 2001. A internação compulsória está prevista de acordo com a Lei 10. 216/01 sendo que o familiar poderá pedir essa internação involuntária desde que o médico psiquiatra dê o respaldo através de laudo para que ocorra essa internação (BRASIL, 2001).

A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público da comarca sobre a internação e seus motivos. O objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação seja utilizado para a prática de cárcere privado.

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Internação compulsória quando não é necessária a autorização familiar se dá de acordo com o artigo 9º da lei 10.216/01, se estabelece quando: o profissional médico indica, sendo está sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a sua condição psicológica e física (BRASIL, 2001).

Como se verificou existem grandes distinções entre os tipos de internações expostos anteriormente e especificidades para a utilização das mesmas, enquanto uma o usuário ou dependente químico voluntariamente se dispõem a interna-se para realização do tratamento, outra já promove a internação do dependente mesmo que involuntariamente, uma vez que esse indivíduo esta acometido por um surto sendo necessária a internação involuntária para promoção do tratamento, já a internação compulsória ocorre quando o sujeito dependente corre risco de vida ou de provocar a morte de outrem, não tendo condições de gerir a própria vida e tomar decisões que promovam a saúde (PASSOS, 2011).

No subitem posterior se destacará os aspectos históricos e conceito da internação compulsória no Brasil, mostrando as principais características da internação compulsória.

3.2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITO DE INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA NO BRASIL

Desde os tempos mais antigos a internação compulsória era um método utilizado como forma de segregação a qual eram submetidos uma parcela da população que no geral eram indivíduos acometidos de doenças graves, loucura. Era vista com direito de discriminação dos pormenorizados, um tipo de higienização social (FRANÇA, 2012).

A exemplo disso Foucault (2004) ensina que, nos tempos antigos, indivíduos portadores de lepra eram hospitalizados e abandonados nos leitos esse procedimento era adotado como maneira de garantir a não contaminação da população dita saudável. Seguindo a mesma linha de pensamento de Foucault, as vítimas posteriores aos leprosos seriam os novos segregados, indivíduos com doenças sexualmente transmissíveis, portadores de desordens mentais, com inclusão da dependência química (MACIEL, 2013).

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Privados de liberdade e excluídos de espaço físico e de convívio, esses segregados se misturavam e assim se aglomeravam em grupos de andarilhos ou em locais longe da sociedade que tanto os excluía. Surgiu então à necessidade imprescindível da edificação de novos espaços físicos para o tratamento desses males sociais e de saúde, como respostas a essas demandas de saúde e social surgiram então às casas especiais. A partir da criação dessas casas especiais, os marginalizados puderam ter um acompanhamento médico, portanto, cumpria-se uma etapa de mudanças no processo de tratamento desses indivíduos; mesmo que ainda de maneira segregada com da exclusão social para transição de exclusão do espaço físico e exclusão moral dos doentes (LEITE, 2000).

A exclusão moral em conjunto com os estados doentios desses sujeitos ocasionou o chamado mal da loucura e com isso, segundo Michel Foucault (2004), surge a internação, a qual ele denomina “a grande internação”. Os sujeitos aptos a passarem pelo processo de internação em via de regra eram aqueles sem condições econômicas de proveram sua subsistência, considerados pela sociedade como desajustados socialmente, ou ainda aqueles com desordem mental seguido dos doentes, prostitutas, desempregados, abandonados, dentre outros.

Todos esses fenômenos ocorriam no século XVIII na Europa, onde esses sujeitos eram vistos com a potencialidade de interferir ou prejudicar os avanços necessários para o desenvolvimento saudável da sociedade da época, dificultando ainda mais, ou prolongando os períodos de crise o preconceito durou durante vários anos, em que a segregação fazia parte natural dos ditames da cultura da sociedade, e estendeu a uma parcela de pessoas vulneráveis ou em adoecimentos que não enquadravam se nos moldes de sujeitos saudáveis para viverem em comunidades. (FOUCAULT, 2004).

Desse modo, a internação compulsória percorria os tempos e marcando a história, até que ao fim do século XVIII a loucura foi classificada como doença mental, desmembrando todas as outras pessoas portadoras de outros tipos de doenças. A partir daí surgiu à psiquiatria, os centros de internação especializados e uma nova maneira de isolar acometidos por transtorno mental e tratá-los de forma adequada (OLIVEIRA, 2007).

O mesmo modelo de internação foi executado no Brasil, uma vez que o mesmo seguia os parâmetros do modelo europeu, iniciou-se no Brasil a internação compulsória com os leprosos, colocados nas extintas colônias ou leprosários, onde

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os mesmos eram proibidos de terem contato com a família, transcorrendo uma vida inteira longe de todos os que estimavam. Desde os tempos remotos a internação compulsória era uma metodologia utilizada como forma de segregação a que era submetida uma parcela da população, visualizada como obstáculo pela outra camada populacional, vista com direito de discriminação dos pormenorizados e tendo seus direitos condenados a sua própria patologia, onde não podiam mais viver em seus lares em famílias (FRANÇA, 2012).

Seguidos a estes vieram os segregados que eram portadores de doenças sexualmente transmissíveis; na sequência os loucos excluídos e separados da massa social. Segregados não para tratamento, e sim para isolamento social e higienização da sociedade considerada normal o que gerou a violação dos direitos desses indivíduos do convívio familiar e social (OLIVEIRA, 2007).

Diante do exposto faz-se necessário contextualizar de maneira mais aprofundada como a dependência química se configura no Brasil e as formas de tratamento utilizadas para a superação dos indivíduos usuários de drogas, bem como os principais agravos provocando na saúde mental desses pacientes usuários de drogas.

3.3 AS DROGAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL DOS DEPENDENTES

No intuito de compreender melhor a temática sugerida neste subitem se faz relevante conceituar dependência química, que de acordo os critérios diagnósticos da dependência de substância se apresentando sobre os seguintes termos: um comportamento mal adaptativo de uso de substâncias que provocam prejuízos ou sofrimentos significativos clinicamente ao sujeito que faz uso desenfreado e que perde todo o domínio de suas capacidades conscientes dos seus atos mentais, físicos e sociais. (NASCIMENTO et al, 2014).

A dependência química nos dias atuais está relacionada às drogas licitas e ilícitas de forma geral, onde as mesmas danificam as estruturas cerebrais, motoras e fisiológicas. O crack a cocaína a heroína são exemplos desse tipo de droga, e descartando também as drogas licitas que provocam serenos danos cerebrais e a saúde física dos indivíduos que delas fazem o uso prolongado ou excessivo, as mais comuns são bebidas alcoólicas e fumo (CARLINI, et al 2007).

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São diversos os conceitos dados para de dependência química, todas eles são unânimes ao afirmar que a dependência é considerada uma relação alterada entre o indivíduo e seu modo de consumir uma determinada substância. A dependência química é uma doença crônica, caracterizada por comportamentos impulsivos e recorrentes de utilização de uma determinada substância para obter a sensação de bem-estar e de prazer, aliviando sensações desconfortáveis como ansiedade, tensões, medos, entre outras (OLIVEIRA, 2007).

Um diagnóstico de dependência de substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias e os sintomas de dependência são similares entre as várias substâncias, variando na quantidade e gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga mesmo as drogas licitas que também causam danos ao sujeito, pela busca de sensações cada vez maiores a pessoa inicia com pequenas doses de uma determinada droga, como; a maconha, ou até mesmo o álcool que não parece ser tão maléfica como outras, quando depara se totalmente preso a esses tipos de sensações daí a busca desenfreada por uma quantidade maior de droga, (NASCIMENTO et al., 2014).

Entende-se que os seres humanos aplicam seus comportamentos na busca de deleite, com isso, qualquer atividade que lhe proporcione uma sensação de bem-estar, de prazer ou acedência social tende a ser repetido. Esse é o conceito de recompensa que permeia a conduta do homem, explica-se então o motivo de muitas pessoas que empregam o uso de drogas tornando-se dependentes, ao tornar se dependente ele não consegue ter o auto controle de seus comportamentos desencadeando outras atitudes que sem o efeito da substância possui, passa a ter uma percepção distorcida do mundo, e perda o equilíbrio motor do seu corpo, que por vezes necessita de ajuda para ser conduzido a sua residência (NOVAES, 2014).

A consequência da ação da substância no sistema nervoso ocasiona a dependência nos aspectos neurobiológicos, tendo como recompensa cerebral uma fonte de liberação do neurotransmissor dopamina, principal substância responsável pelas vias de prazer que se localizam na área pré-frontal do cérebro (CUNHA, 2004).

A dependência química é uma síndrome caracterizada pela perda de controle do uso de determinada substância psicoativa. Os agentes psicoativos atuam sobre o sistema nervoso central, provocando sintomas psíquicos e

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estimulando seu consumo repetido, como exemplos são o álcool, as drogas ilícitas e a nicotina (OMS, 2010).

A principal característica da dependência de substância é a presença de sintomas cognitivos (ou da consciência), comportamentais e fisiológicos que indicam a continuidade do uso por parte da pessoa, apesar de problemas expressivos alistados a ela, há um padrão de consumo frequente que geralmente resultam em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga que geram uma dependência em alguns casos a curto prazo e em outros a longo dependendo do organismo do sujeito, existem as predisposições que para uns são mais rápidas e outros mais duradouras, tanto na dependência como quando começam o tratamento em alguns sujeitos o organismo reage com mais eficácia e rapidez mesmo intoxicado por longos anos de usos da substância(OLIVEIRA; SANTOS, 2010).

O termo tolerância é usado quando a constituição do dependente se adapta à droga e sua ação passa a não ter mais o efeito desejado, assim há necessidade de aumentar-se de forma progressiva o tempo de uso e a dose da substância para se obter o efeito desejado (SOUSA, 2013).

A abstinência, um dos critérios para análise de dependência, é uma alteração comportamental e fisiológica, que ocorre quando as concentrações de uma substância estão diminuídas na corrente sanguínea. Os sintomas da abstinência são extremamente desagradáveis, de forma que o dependente é forçado a consumir a substância para aliviar esse sofrimento (OMS, 2001).

São muitas desfavoráveis e progressivas as mudanças ocorridas na vida dos indivíduos que sofrem da dependência química, e esse fato se dá pelo constante uso da substância, o sujeito usuário de drogas vai se afastando do convívio familiar e comunitário, provocando assim sérios danos a sua vida social somando-se a isto estão às doenças decorrentes do uso excessivo da droga, que vão desde tuberculose produzida da má alimentação e imunidade baixa, doenças sexualmente transmissíveis (HIV, Sífilis, etc.). (SOUSA, 2013).

Até os transtornos mentais alguns exclui a si mesmo de viverem em suas moradias e terminam indo para as ruas em que perdem o pertencimento do seu convívio, pelo fato de na rua terem uma proximidade maior em encontrar a substancia, também por serem abandonados por vezes pela própria família que cansada e desgastada de tentar buscar alternativas para o sujeito acaba o deixando

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para trás, alguns sujeitos vendem seus próprios bens, como moveis, imóveis etc, ou de seus familiares para sustentar o uso das drogas (SOUSA, 2013).

A dependência química é uma das doenças psiquiátricas mais frequentes da atualidade, os transtornos mentais provocados pelo uso de drogas por vezes são irreversíveis e no processo de tratamento podem ser utilizadas duas abordagens: a psicoterapia e a farmacoterapia (LIMA, 2002).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) em seu relatório sobre saúde mental no mundo; as doenças mentais que mais assaltam a população masculina são decorrentes do uso abusivo de álcool e drogas ilícitas, sendo que os prejuízos à saúde dos usuários podem se tornar agudas ou crônicas, provocando alterações mais duradouras ou irreversíveis.

Os agravos na saúde vão desde a depressão respiratória ocasionadas pela absorção de substâncias pelos pulmões à síndromes neurológicas persistentes resultantes do uso crônico de drogas, também podem ocorrer pelo uso crônico de drogas quadros paranoides, síndromes psiquiátricas como a depressão, transtorno de ansiedade, pânico, esquizofrenia e transtornos de personalidades (MARQUES; CRUZ, 2010).

A substância lícita mais utilizada por dependentes químicos delineou-se em pesquisa com sendo o álcool, enquanto das drogas ilícitas a mais comum em consumo dos usuários foi à maconha, pesquisam comprovam que os dependentes químicos tendem a adquirir diversos prejuízos neuropsicológicos, mesmo quando em períodos de abstinência (CARLINI et al, 2007).

De acordo com Cordeiro (2011) a associação de transtornos psiquiátricos ao uso de drogas tem se tornado tema de estudos tanto no âmbito nacional como internacional, sendo comprovado que indivíduos que fazem uso de drogas estão mais propensos a desenvolver transtornos psiquiátricos ao serem comparados com outros que não fazem uso de algum tipo de droga. Ainda destacando as implicações na saúde mental dos usuários de drogas que há evidência que fazem referência ao aumento da agressividade, ideação suicida.

Observou-se que o uso de drogas aumenta o risco para doenças psiquiátricas como: depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de personalidades, síndrome do pânico, esquizofrenia, agressividade excessiva, ideação suicida e aumento da tentativa e suicídio, demonstrando assim que os

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prejuízos são severos na vida dos dependentes e o grau de complexidade no tratamento e processo se intensificam (MARQUES; CRUZ, 2010).

No próximo subitem será destacado a internação como forma de tratamento para o dependente químico e logo em seguida será abordado a internação compulsória suas características, objetivos e desvantagens.

3.4 A INTERNAÇÃO COMO FORMA DE TRATAMENTO

O uso abusivo de drogas tem se tornado um fenômeno multidimensional e se relaciona aos problemas de saúde dos dependentes incluindo os mentais o seu enfrentamento demanda respostas em políticas públicas que levem em consideração a complexidade do fenômeno (BRASIL, 2005).

Assim “em virtude de ser um problema bastante complexo, no qual estão envolvidas várias dimensões, deve-se entender a dependência química como sendo uma doença biopsicossocial” (SOUSA et al, 2013, p.260). Os tipos de tratamento direcionados a essa parcela da população demandam intervenções que assegurem uma gama de abordagens que levem em consideração os elementos biológicos, sociais e psicológicos (KAPLAN et al, 2007).

O tratamento da dependência química é um assunto relativamente novo, até o início do século XX, a dependência química era vista mais como complicações do consumo que de comportamento em si, foi na segunda metade do século que a dependência deixou de ser considerada um desvio de caráter e passou a ser tratada com características de transtorno mental (RIBEIRO, 2006).

Para compreender a complexidade da dependência química e a forma de tratá-la é necessário somar ao processo de tratamento serviços que atendam aos usuários em diferentes estágios e considerar a reabilitação do mesmo em seu campo psicossocial dando-lhe qualidade de vida (RIBEIRO, 2006).

As abordagens devem levar também como ponto relevante dois pontos de agravamento existente no processo de tratamento do dependente químico que são: a baixa adesão e a falta de motivação para o tratamento, provocando assim diversas recaídas (MAGRINELLI; OLIVEIRA, 2006).

No SUS se definem como principais estratégias para o tratamento de dependentes químicos o Programa de Atenção Integral a usuários de álcool e outras drogas, onde os componentes são: Na atenção básica com os Centros de Atenção

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Psicossocial especializados em álcool e drogas (CAPs ad); unidades hospitalares especializadas para internação em período de crises ou surtos (BRASIL, 2005).

Como forma utilizada no tratamento de pessoas com dependência química se inscreve a internação, onde já foi feito a descrição de suas formas: voluntária, involuntária e compulsória. Na internação voluntária, ou seja, aquela onde o dependente, aceita o tratamento e se predispões a realizá-lo, é necessário que ao adentrar em uma unidade para o tratamento da dependência química, o mesmo se engaje no processo, reconhecendo os problemas resultantes do abuso da substância aliado ao desejo de superação da realidade em que está inserido (MAGRINELLI; OLIVEIRA, 2006).

O tratamento terá mais possibilidades de evolução, destacando que esses são apenas um dos fatores iniciais para realização do tratamento, uma vez que o indivíduo passará pelo tratamento medicamentoso e psicossocial de acordo com indicação da equipe multidisciplinar que elaborará as etapas e processos a serem realizados (SOUSA, et al., 2013).

A internação involuntária é destinada aos usuários nos momentos que os mesmos passam por uma crise ou surto promovendo um estágio de perigo para a própria vida ou para vida de outra pessoa, sendo necessário, portanto a interferência em geral de um familiar ou cuidador que faça a solicitação ao profissional médico e o mesmo avalie a necessidade da internação involuntária ou não (KAPLAN et al. 2007). A internação compulsória será destacada com mais ênfase no item que se segue para expor com mais clareza suas características, objetivos e aplicação.

3.4.1 A internação compulsória

A internação compulsória tem a finalidade de intervir em crises e instaurar o controle a fim de estabilizar os pacientes doentes em estado grave, além de garantir sua segurança e de pessoas ao seu redor. A internação compulsória não objetiva apenas sanar os defeitos da sociedade, mas também acima de tudo buscar a proteção do dependente químico das ruínas do vício, dos malefícios que a droga traz em todos os aspectos (MACIEL, 2013).

Havendo a necessidade de internação, o profissional médico tem por obrigação dar informações ao paciente sobre sua conduta proposta, garantindo ao mesmo o direito de “liberdade”, apesar de não haver livre-arbítrio nesta forma de

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internação. Já o comportamento o paciente tem o poder de decidir se quer transformá-lo ou não, concordando com o processo de reabilitação (FIORE, 2005).

De acordo com a lei nº 10.216 de 2001, conforme mostra o artigo 4º a internação compulsória será indicada quando os recursos extra hospitalares se fizerem insuficientes, visando sempre a finalidade permanente de reiterar socialmente o paciente em seu meio de vivência (BRASIL, 2002). E o artigo 3º apresenta que é de responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais (BRASIL, 2001).

Este tratamento deve ser estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, inclusive serviços médicos, assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, dentre outros. Ficando vedado a internação de pacientes portadores desta síndrome em instituições com características asilares, ou seja, desprovidas dos recursos acima mencionados e que não assegurem aos pacientes seus direitos (FRANÇA, 2012).

Como a internação advém de uma decisão judicial, da mesma forma a alta se dará após a decisão deste, além de que todo manejo realizado no paciente deve ser comunicado de imediato ao Ministério Público, seja de alta, fuga ou até mesmo transferência para outro local. Esta questão muitas vezes dificulta a saída do paciente da instituição, pois necessita do alvará do juiz e o mesmo poderá demorar na liberação e retorno para confirmação da alta (MACIEL, 2013).

Observando que a lei 10.216/2001 tem em sua finalidade atribuições de forma de cumprimento legal para com o sujeito, dispondo proteção e direitos a esse sujeito no que lhes cabe perante a justiça, nela contem em seu artigo e incisos o cumprimento que direciona o modelo assistencial de cuidados para com as pessoas portadoras de patologia mental ou dependência química:

De acordo com Brasil (2005):

Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.

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I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;

VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

Revendo a importância da lei na sua aplicabilidade mostra de forma clara os cuidados e direitos que o sujeito terá em caso de internação e em último caso a compulsória, não deixando em nenhum momento uma má interpretação no que diz respeito a integridade e direitos do mesmo, assim se segue o tópico em que informa sobre os atendimentos realizados pelo profissional de psicologia em saúde mental.

3.4.2 Estratégias utilizadas na saúde mental para dependentes

Os problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas são complexos, o que demanda diferentes opções de tratamento. Atualmente, as principais abordagens utilizadas mesclam intervenções de caráter cognitivo-comportamentais (prevenção de recaída, entrevista motivacional), autoajuda e tratamento medicamentoso, com índices muito semelhantes e baixos de abstinência após o tratamento (REIS et al., 2014).

Em que se estrutura o tratamento como o norte dado pela terapia cognitivo comportamental onde Beck (2013) enfatiza que os pensamentos influenciam as emoções e os comportamentos, onde o processo cognitivo (pensamento) sobre algo que tenha acontecido influenciará diretamente os afetos e as emoções do sujeito.

A teoria cognitivo-comportamental infere que o reforço negativo diminui a frequência de um comportamento indesejado, sugerindo a psicoterapia breve para modificar ideias distorcidas e comportamentos disfuncionais através da sensibilização do indivíduo a pensar sobre si e sua atuação no mundo (BECK, 2013).

Já a Prevenção da Recaída (PR) une o treinamento de habilidades comportamentais, intervenções cognitivas e mudanças do estilo de vida. Dessa

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forma, entende-se que o indivíduo pode voltar a usar drogas em situações de alto risco e, uma vez identificado tal risco, é possível desenvolver estratégias eficazes de enfrentamento (DONOVAN; MARLATT, 2005).

Quanto a Entrevista Motivacional, que se baseia também em princípios cognitivos, visa auxiliar o sujeito nos processos de mudanças comportamentais através da modificação dos padrões de pensamento, entendimento das reações emocionais e implementação de soluções (BECK, 2013).

Além disso, intervenção sistemática com as famílias e a mobilização de diferentes recursos da sociedade no intuito de identificar situações de risco e construir estratégias de enfrentamento são práticas importantes e devem estar atreladas às demais abordagens. O modelo de redução de danos é uma abordagem que tem assumido relevância no cenário das drogas. Sendo assim, são realizados trabalhos de campo nas ruas, em hospitais e em prisões, para tornar mais acessíveis os serviços de saúde, e propiciar oportunidades de reabilitação social (OLIVEIRA; DIAS, 2010).

Dentre os serviços especializados na abordagem de indivíduos com problemas pelo uso abusivo ou dependência de substâncias destacam-se: hospitais-dia, clínicas especializadas, fazendas de recuperação (ou serviços residenciais), grupos de autoajuda que seguem o modelo de 12-passos (Alcoólicos Anônimos-AA, Narcóticos Anônimos NA e outros grupos) e, especificamente no Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial álcool e drogas (CAPs ad) (BRASIL, 2005).

Os CAPs ad são serviços de saúde mental de base comunitária preconizados pelas atuais políticas de saúde mental, como um dos componentes da rede de atenção às demandas decorrentes do uso de substâncias psicoativas. Nesta modalidade de CAPs, a atenção aos usuários e dependentes de substâncias conta com atividades terapêuticas e preventivas, tais como: atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação), atendimento em grupo (psicoterapia, grupo operativo, atividade de suporte social), oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atendimento às famílias e atividades comunitárias (BRASIL, 2005).

Apesar do leque de possibilidades de intervenção nestes serviços, alguns pesquisadores da área, têm apontado a necessidade de melhorias visando aumentar a adesão e resolubilidade das ações. Diante do exposto, percebe-se ao falar sobre internação compulsória ou involuntária que, não é um assunto simples do qual, todos concordam quanto às formas de lidar, uma vez que a dependência

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química começou a ser trabalhada sob outra ótica, principalmente no final do século XX, onde novas abordagens a respeito do usuário ou do dependente ganharam força contra as de cunho assistencialistas psiquiátricas. Justamente porque a droga tornou-se mais que um problema social, contribuindo diretamente para o aumento dos índices de criminalidade em todos os estados brasileiros (PRATTA; SANTOS, 2009; DIAS, 2012).

Como bem salientado por Araújo (2000), os dependentes formam um grupo vulnerável a estigmatização e a exclusão, devido à estreita correlação entre estar nas ruas e usar drogas, ser vítima e estar sujeito à violência. Mas, é preciso ter ciência que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Como consequência, na maioria dos casos, a internação compulsória acaba por ser o primeiro recurso utilizado (FIORE, 2005).

A internação compulsória trata-se de uma política governamental que não se configura como cuidado, mas como uma violência do Estado à população. Contribuindo para a exclusão e o isolamento social, sem trazer benefícios para o (a) usuário (a) de crack, álcool e outras drogas. O conselho de Psicologia do Estado de São Paulo admite internação compulsória, como medida única e sensacionalista, uma clara violação dos direitos e dos princípios da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial (BRASIL, 2005).

Toda pessoa tem direito ao acesso a serviços ordenados e organizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saúde. É direito de todos (as) ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento. É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero, condições econômicas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência (BRASIL, 2002).

Nas situações de urgência/emergência, qualquer serviço de saúde deve receber e cuidar da pessoa, bem como encaminhá-la para outro serviço caso necessários. Todos (as) têm direito a informações claras sobre as diferentes possibilidades terapêuticas, a escolher outras formas de tratamento e liberdade de aceitar ou recusar a liberdade de aceitas ou recusar a proposta oferecida. Cada

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pessoa deve responsabilizar-se pela recusa a procedimentos, exames ou tratamentos recomendados e pelo descumprimento das orientações do (a) profissional ou da equipe de saúde. O isolamento como forma de tratamento possibilita maus-tratos, pois essas pessoas deixam de ter o contato, a convivência e o cuidado de seus (suas) familiares e de sua comunidade de referência (SCADUTO; BARBIERI, 2007).

O atendimento de saúde é somente um dos serviços necessários às pessoas que usam drogas. As ações de cuidado devem acontecer em conjunto com projetos de moradia, geração de trabalho e renda, qualificação do espaço urbano, educação, lazer, esporte, cultura, etc. As sociedades há muito tempo convivem com diversas drogas, lícitas ou ilícitas (BRASIL, 2002).

As pessoas que usam drogas de forma prejudicial precisam de acolhida, dignidade, apoio, amizade e de redes públicas de atenção que garantam cuidado, cidadania e liberdade. As chamadas “crackolândias” são efeitos da negligência pública e hipocrisia social. A população moradora desses locais não tem casa, não têm família, está numa situação dramática nas ruas. É preciso contribuir para buscar uma solução, que não é a de recolhimento e isolamento por meio de corporações policiais, onde toda pessoa tenha o direito de estar e permanecer na rua (FORTES, 2010).

O atendimento à população em situação de rua passa pela aproximação gradativa, criação de vínculos e confiança pessoal dos (as) usuários (as) com os (as) profissionais, e, aos poucos, a inclusão das pessoas nos serviços a partir das demandas reveladas por cada um(a). Dessa forma, a Internação Compulsória, sob a ótica de alguns estudiosos, representa uma falsa ideia de solução mágica, que leva a sociedade a aceitar medidas sem a reflexão necessária. Os (as) familiares são levados (as) a crer que esta é a única solução para os problemas enfrentados, justificando e legitimando a violência contra estes cidadãos (ãs) (SCADUTO; BARBIERI, 2007).

Sem um tratamento que inclua o apoio da família e a atenção psicossocial, o isolamento promovido pela internação compulsória é violento com a pessoa que já está debilitada pelo uso abusivo. Além disso, é uma medida que não tem efeito, pois dados de pesquisas comprovam que 98% dos (as) que são internados contra a sua vontade voltam ao uso e, consequentemente, são reinternados (as), assim, revendo a importância da organização e orientação em casos de internações sejam

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compulsórias ou voluntárias se faz necessário o entendimento de profissionais nas áreas de saúde, e que no próximo subitem será destacado a atuação do psicólogo nas internações, e algumas características utilizadas no atendimento, e a posição do conselho a esses tipos de serviço.

3.4.3 Posicionamento e atuação do psicólogo diante da internação compulsória do dependente químico

A área de atuação e de produção do conhecimento das práticas profissionais que existem na psicologia são amplas, o que traz uma agregação entre práticas e referenciais teóricos, tendo em vista os lugares de inserção do profissional e seus fazeres nesses locais. Pode-se considerar que este campo de atuação possui diversidade da psicologia vai além dos conceitos das áreas, pois esta inclui umas diversidades em teorias e práticas em que fundamenta a intervenção e pesquisa profissional (BASTOS; GODIN, 2010).

A psicologia exige uma postura pelo seu código de ética em que o profissional zelará pela integridade e responsabilidade para exercer serviços com atitudes coerentes significativas para com os sujeitos dentro da sua profissão. Os princípios desse código “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.” (CFP, 2005, p.07).

Analisando a atuação do psicólogo dentro de unidades para desintoxicação em dependentes químicos, entende-se que ele trabalhará humanizando e acolhendo e levará orientação para o dependente, e revendo a importância da reforma psiquiátrica para que tal processo se efetivasse que depois da reforma psiquiátrica passou se entender melhor e rever novas formas de tratamento tanto a dependentes como pessoas com problemas mentais, viu se a necessidade dessa humanização desse sujeito que por vezes era aprisionado na sua patologia e segregado em cassas de apoio, nos dias de hoje o trabalho e de forma humanitária rebuscando a subjetividade e os direitos individuais do mesmo (ADAME et al., 2017).

Como referem Herzog e Wendling (2011), esse era um contexto puramente hospitalar em que sentia se a necessidade de outras possibilidades para que o sujeito não se sentisse preso privado de seus direitos, familiares e afetos dos

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mesmos, em que são realizadas intervenções breves com atendimentos individuais e escuta apurada para rever estratégias de intervenções, sendo junto a uma equipe multidisciplinar que trabalha em conjunto visando a recuperação e reinserção desse sujeito no seu lar. Essa humanização nos permite uma reflexão acerca das intervenções breves, que por vezes são utilizadas nas clínicas de desintoxicação.

A intervenção breve tem sido efetivada para tratamento com dependentes químicos. Araújo et al. (2008) revendo uma abordagem que tem trazido resultados para tratar dependentes químicos, a abordagem cognitivo-comportamental tem predominado nesses atendimentos, pois acompanhada com à farmacoterapia tem desenvolvido resultados positivos. Foram utilizados recursos, como técnicas de relaxamento, ensaio por visualização, reavaliação de crenças, entre outros, somados ao apoio bioquímico, auxilia o sujeito dependente químico a mover a sua fissura. Assim revendo novas possibilidades “espaço para que o paciente busque sentido em suas próprias vivências, na tentativa de encontra uma resposta diferente, que não a droga” (FIORE,2005. P.257).

Silva e Serra (2004) de acordo com estes autores a terapia cognitiva, traz maior relevância às cognições do sujeito sobre sua intuição do que a situação real. Nesta perspectiva, as suas interpretações de situações que geram emoções e comportamentos estressores ou desadapitativos interferem nos seus pensamentos, porem quando há mudanças na cognição haverá alterações nas emoções e, consequentemente, nos comportamentos.

Revendo que existem outras terapias que também tem resultados frente a dependências ou patologias mentais, uma terapia que vale a pena ressaltar e terapia do aprendizado social de Bandura, que diz que o sujeito não somente age pelo raciocínio mais também pelos instintos aprendidos e reforçados. O psicólogo o auxilia o paciente nos seus próprios limites revendo sua recuperação utilizando técnicas e reconstrução de planejamentos da vida dele. Para que ele desenvolva se e reconheça suas potencialidades para enfrentar seu tratamento e possíveis recaídas (CASTRO; PASSOS, 2005).

O conselho de psicologia tem colocado sua posição frente a internações para pessoas com patologias como em saúde mental em que incluem os dependentes químicos, retratando os pontos positivos e negativos para esse ato de internações sejam voluntárias e involuntárias (CFP, 2017).

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A internação compulsória, prevista em lei, é uma medida tomada em casos pontuais e específicos, respaldada por ordem judicial, indicada apenas quando a pessoa está pondo em risco sua própria vida ou a de terceiros e quando já se esgotaram todos os outros recursos de intervenção; tendo seus pontos positivos e negativos:

A internação compulsória é uma política governamental que não se configura como cuidado, mas como uma violência do Estado à população; A internação compulsória apenas contribui para a exclusão e o isolamento social, sem trazer benefícios para o (a) usuário (a) de crack, álcool e outras drogas; A internação compulsória, como medida única e sensacionalista, é uma clara violação dos direitos e dos princípios da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial (CFP, 2011).

“Por entender que se faz necessário a liberdade de escolher assim a psicologia dar ao sujeito livre escolha no tratamento para que esse tratamento flua, do qual se faz necessário o consentimento do mesmo”, assim todos (as) têm direito a informações claras sobre as diferentes possibilidades terapêuticas, a escolher outras formas de tratamento e liberdade de aceitar ou recusar a liberdade de aceitas ou recusar a proposta oferecida (CFP, 2011).

Ainda de acordo com BRASIL. Portaria do Ministério da Saúde nº 2.391, CFP (2011).

Toda pessoa tem direito ao acesso a serviços ordenados e organizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e recuperação da saúde, É direito de todos (as) ter atendimento adequado, com qualidade, no tempo certo e com garantia de continuidade do tratamento; É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero.

Entende se que o sujeito tenha todos seus direitos assegurados e garantidos, dentro da sociedade em que vive, mesmo este não estando em consciência de seus atos, não limitado por alguma patologia ou segregado por não está nos moldes em que se encaixe na normalidade para a sociedade, mais dotado de direitos e deveres a que a mesma o exige cumprir dentro das esferas políticas, econômicas e sociais, o voto se configura como uma delas, revendo em alguns caos, ter essa decisão exercida em sua cidadania (CFP,2017).

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4 RESULTADOS E DISCURSSÕES

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir de material elaborado constituído de artigos científicos, foram incluídos e analisadas pesquisas para uma possível tomada de decisão e melhoria na prática clínica, a coleta do material foi feita em material didático em três bases de dados eletrônicos, Google acadêmico, a Scielo (Scientific Electronc Library Online) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde).

Foi utilizado o seguinte descritor em ciências da Saúde (DECs): Drogas, dependência, internação Compulsória. Para possibilitar um foco maior e concentrar todas as informações já publicadas. Os critérios de inclusão definidos para a composição da amostra deste estudo foram artigos publicados entre os anos de 2004 a 2014 e artigos com textos na íntegra, em português e relacionados ao tema.

Os artigos publicados que não apresentavam o texto na íntegra, em outras línguas e artigos que não foram publicados entre os anos de 2004 a 2014 e que não atendessem aos objetivos deste estudo. Inicialmente, encontraram-se 52 artigos, cujos resumos foram avaliados sob análise prévia, restando assim 10 artigos.

Na base de dados Scielo foram encontrados 8 referências das quais 4 foram selecionada e os descritor utilizado foi internação compulsória com 7 selecionados e internação compulsória e usuários de drogas 1.

Já na base de dados Lilacs foram encontrados 84 onde 6 foram selecionados sendo internação compulsória 5 e internação compulsória e usuários de drogas 1.

A partir desses dados foi possível observar que 91,3% dos estudos encontrados pertenciam a base Lilacs, em virtude desta possuir caráter mais abrangente se constituindo uma base de dados latino-americana. Em contrapartida, na base de dados Scielo encontraram-se menos artigos por este possuir abrangência apenas nacional.

Esses artigos foram lidos e avaliados, além de distribuídos de forma categórica em áreas temáticas. O roteiro de análise inicial contemplou dados informacionais relacionados ao periódico em que foram publicados, ano de publicação, número de autores, temática geral, tipo de estudo, além de categorizar e discutir os resultados, conforme apresenta o quadro 1.

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Quadro 1: Principais características dos artigos analisados.

Autor/ano Título Periódicos Tipo de Pesquisa

Coelho; Oliveira (2014) Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública

Saúde em debate Pesquisa Bibliográfica

Reis et al (2014) Sobre jovens droga ditos: as histórias de ninguém Psicologia e Sociedade Pesquisa Bibliográfica Scisleski; Maraschin (2008) Internação psiquiátrica e ordem judicial: saberes e poderes sobre adolescentes usuários de drogas ilícitas Psicologia em estudo Pesquisa experimental Barros; Serafim (2009) Parâmetros legais para a internação compulsória no Brasil Revista de Psiquiatria Clínica Pesquisa Bibliográfica

Salgado (2014) Como e por que as internações compulsórias de crianças e adolescentes são decididas? Uma análise de casos em hospitais psiquiátricos do Rio de Janeiro Escola Nacional de Saúde Pública Pesquisa qualitativa

Chang et al (2013) Diferenças clínicas e demográficas entre internações psiquiátricas em um hospital universitário no Brasil Cadernos de Saúde Pública Pesquisa qualitativa Moreira; Loyola (2011) Internação compulsória: as implicações para a clínica da enfermagem psiquiátrica Revista da escola de enfermagem da USP Pesquisa qualitativa

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A partir do quadro 1 pode-se inferir que 50% dos artigos analisados se constituem em estudos de pesquisa bibliográfica e 40% em pesquisa com caráter qualitativo. Em relação ao número de autores verificou-se que a maioria se constituía de artigos em dupla com 40%, seguido dos artigos individuais e de múltiplos autores com 30%. Através desses autores pode se observar que a construção desse tema não tem crescido e que ainda demostra se polêmicas a respeito da discussão de direitos do sujeito sobre internação compulsória e que a maioria se posiciona contrário a esse tipo de tratamento, e que o mesmo transmita entre a aplicabilidade da lei e os seus posicionamentos, e as críticas a respeito dos pontos negativos e positivos do tema.

Quadro 2: Objetivo principal da pesquisa e seus resultados.

TITULOS OBJETIVO PRINCIPAL DA PESQUISA RESULTADOS Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública Discutir a interpretação inconstitucional que vem sendo conferida à Lei nº 10.216/01, que prevê a internação compulsória de doentes mentais.

Trata-se de absoluta afronta aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do direito à saúde.

Como e por que as internações compulsórias de crianças e adolescentes são decididas? Uma análise de casos em hospitais psiquiátricos do Analisar e conhecer, como e por que as internações compulsórias de crianças e adolescentes em hospitais psiquiátricos no município do Rio de Janeiro são decididas.

Os resultados apontaram para uma grande dificuldade das equipes que cuidam de crianças e adolescentes em lidar com casos complexos, em que a agressividade se mostra de forma intensa. Fortes (2010) Tratamento compulsório e internações psiquiátricas Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil Pesquisa Bibliográfica

Vargas et al (2013) Internação por ordem judicial: dilemas éticos vivenciados por enfermeiros Revista Gaúcha de Enfermagem Pesquisa qualitativa Novaes(2014) O tratamento da dependência química e o ordenamento jurídico brasileiro Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental Pesquisa Bibliográfica

Referências

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