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SYNTHESIS AND CHARACTERIZATION OF POLY(GLYCEROL CITRATE/SEBACATE)

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Academic year: 2021

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PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO POLI (GLICEROL

CITRATO/SEBACATO)

Michel M. Brioude1, Danilo H. Guimarães1, Raigenis P. Fiuza1, Jaime S. Boaventura1, Nadia M. José1

1 - Universidade Federal da Bahia - UFBA, Rua Barão de Geremoabo, S/N, Instituto de Química – Ondina, Salvador, BA – mbrioude@gmail.com

Resumo: Neste trabalho foram preparados e caracterizados o poli(glicerol citrato/sebacato) em três diferentes

proporções entre os ácidos. Os polímeros foram produzidos a partir da reação de policondensação do glicerol com os ácidos cítrico e sebácico e caracterizados pelas técnicas de difratometria de raios-X (DRX), espectroscopia de infravermelho (FTIR), análise termogravimétrica (TGA), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostram que os polímeros obtidos são poliésteres, que têm sua cristalinidade, propriedades térmicas e morfológicas modificadas a depender da quantidade de ácido sebácico.

Palavras-chave: Poliéster, glicerol, ácido cítrico, ácido sebácico, biopolímero

SYNTHESIS AND CHARACTERIZATION OF POLY(GLYCEROL CITRATE/SEBACATE) Abstract: In this work were prepared and characterized the poly(glycerol citrate/sebacate) in three different ratios

between acids. The polymers were prepared by a polycondensation reaction between glycerol and citric/sebacic acids and characterized by X-ray diffraction (XRD), infrared spectroscopy (FTIR), thermogravimetric analysis (TGA), scanning differential calorimetry (DSC), scanning electron microscopy (SEM). The results showed that the polymers are polyesters and its crystallinity, thermal and morphological properties were modified by sebacic acid adding.

Keywords: Polyester, glycerol, citric acid, sebacic acid, biopolymer

Introdução

A aproximadamente três décadas atrás, a engenharia de tecido surgiu como uma nova alternativa para a regeneração de tecidos e órgãos, pois não apresentava os problemas referentes à escassez de doadores e a rejeição do organismo, já que o próprio organismo do paciente é responsável pela regeneração do órgão ou tecido, que por sua vez é gerado com a ajuda de uma matriz polimérica porosa (scaffold), no formato do tecido/órgão que se deseja produzir [1,2].

Muito biopolímeros vêm sendo produzidos e testados para esse fim [3,4], porém a maioria advém de reações microbiológicas, que são custosas. Recentemente uma nova classe de polímeros sintéticos foi desenvolvida a partir de reações simples e na ausência de catalisadores. Poliésteres como o poli (glicerol sebacato), poli (octanodiol citrato) e o poli (octanodiol citrato/sebacato), mostraram-se atóxicos e bioreabsovíveis, sendo adequada para tal finalidade [5-7].

Neste trabalho propomos a preparação e caracterização de poliésteres, com potencialidades para aplicações biomédicas, a base de glicerol, ácido cítrico e ácido sebácico em três diferentes proporções, avaliando o efeito da concentração do ácido sebácico nas propriedades dos mesmos.

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Experimental

A produção dos poliésteres segue metodologia já estabelecida [6], em que o glicerol e os ácidos cítrico e sebácico são adicionados a um balão com três saídas e fundo redondo na proporção glicerol/ácidos de 1:1,5. A mistura reacional é aquecida, sob agitação e atmosfera inerte, a uma temperatura de 160ºC, para homogeneização da mistura, sendo então resfriada a uma temperatura de 145-150º e mantida por uma hora. O polímero é então retirado do balão e colocado num dessecador. Foram testadas três diferentes proporções entre os cítrico/sebácico dando origem a série denominada PGCSE (Tabela 1). Além dos polímeros da série PGCSE, foi preparado, utilizando mesma metodologia, o poli(glicerol citrato) (PGC) no intuito de melhor avaliar o efeito da adição do ácido ao novo material.

Tabela 1 – Nomenclatura e proporções dos polímeros da série PGCSE

Proporção molar

Glicerol Ácido Cítrico Ácido Adípico

PGCSE I 1 1 0,5

PGCSE II 1 0,75 0,75 PGCSE III 1 0,5 1 Resultados e Discussão

A adição de ácido sebácico modificou bastante as características em relação ao PGC (Fig. 1), que se mostrou um polímero totalmente incolor, com viscosidade muito alta, bastante aderente e que quebra quando submetido a um esforço de flexão. Se deixado fora do dessecador, o PGC diminui sua viscosidade, sugerindo que o mesmo esteja absorvendo água e hidrolizando. O aumento da concentração de ácido sebácico aumentou a opacidade e maleabilidade, diminuindo a rigidez, além de remover o caráter aderente e aumentar a estabilidade do polímero fora do dessecador, uma vez que o ácido sebácico possui uma grande cadeia carbônica alifática, aumentando o caráter hidrofóbico do mesmo. Essas variações foram bastante perceptíveis principalmente do PGCSE I em relação ao PGCSE II.

Figura 1 – Fotografia dos polímeros PGC e da série PGCSE

Os difratogramas de raios-X da série PGCSE (Fig. 2) mostram que esses poliésteres, principalmente o PGCSE I, apresentam um perfil semelhante ao PGC com dois halos amorfos nas mesmas regiões, porém com intensidades muito maiores, além de apresentarem picos de

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cristalinidade mais pronunciados no PGCSE II. A maior intensidade do PGCSE II em relação ao PGCSE III pode estar associada a uma maior reticulação das cadeias contribuindo para que houvesse uma maior organização das mesmas, enquanto que os picos de cristalinidade presentes podem estar relacionados com ácido sebácico não reagido. Trabalhos anteriores produziram o poli(glicerol sebacato) em quatro diferentes proporções de glicerol e ácido sebácico e o aumento da quantidade do ácido contribuiu para o aumento na intensidade e quantidade de picos [8], todos em região de cristalinidade do ácido sebácico puro, o que corrobora para a conclusão obtida acima.

10 20 30 40 50 60 70 80 PGCSE II PGCSE I PGCSE III Inte ns ida d e (u.a .) 2θ (graus) PGC

Figura 2 – Difratogramas de raios-X dos poliésteres PGC e da série PGCSE

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 PGCSE III PGCSE II PGCSE I T ran sm it ân ci a ( u .a .) Número de onda (cm-1) PGC

Figura 3 – Espectros de infravermelho dos poliésteres PGC e da série PGCSE

A análise de FTIR (Fig. 3) mostra que os polímeros obtidos são poliésteres, já que apresentam a banda associada ao estiramento da ligação C=O de éster (1750-1735 cm-1), que mesmo sobreposta ao estiramento C=O de ácidos carboxílicos (1730-1700 cm-1), encontra-se

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visível no PGCSE II em menor intensidade que o ácido e no PGCSE III observada pelo alargamento da ponta do pico sugerindo intensidades semelhantes entre éster/ácido. Outras bandas foram registradas em 1115 e 1050 cm-1, estiramento C-O de éster, 1170 cm-1, estiramento C-O de ácido carboxílico, 3400-2400 cm-1, estiramento O-H e 3000-2840 cm-1, estiramento C-H em cadeia alifática.

Os gráficos da análise termogravimétrica (Fig. 4) mostram que o acréscimo do ácido sebácico aumentou a resistência térmica do material em relação ao PGC. Dentre os polímeros da série PGCSE, aquele que mostrou o melhor resultado foi o PGCSE II. Esse resultado pode estar associado a uma maior reticulação das cadeias para esse poliéster em relação aos demais.

A análise das derivadas dos termogramas dos poliésteres da série PGCSE (Fig. 4) mostra a existência dos quatro eventos térmicos com mínimos em aproximadamente 257, 310, 390 e 454°C. Em relação ao poliéster PGC que possui eventos térmicos com mínimos em 210, 250, 320 e 400°C, podemos observar o desaparecimento do primeiro evento no PGC, provavelmente associado à degradação do ácido cítrico não reagido, diminuição da intensidade no segundo, terceiro e quarto eventos, provavelmente associado à quebra de ligações formadas pelo ácido cítrico e aparecimento do último evento nos poliésteres, estando principalmente associada as ligações formadas pelo ácido sebácico.

Figura 4 – Termogramas e derivada dos termogramas dos poliésteres PGC e da série PGCSE

Os resultados da calorimetria exploratória diferencial (Fig. 5) confirmam as observações feitas na interpretação dos resultados da análise termogravimétrica no que se refere à desaparecimento/diminuição dos eventos degradativos do ácido cítrico e aparecimento do último evento, agora com mínimo em 430°C, mais uma vez podendo inferir sua relação com as ligações estabelecidas pelo ácido sebácico. Além disso, pode-se observar a presença de ácido cítrico não

100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 M ass a (%) Temperatura (oC) PGC PGCSE I PGCSE II PGCSE III 100 200 300 400 500 600 700 800 PGCSE III PGCSE II PGCSE I DT G (m g / o C) Temperatura (oC) PGC

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reagido no PGC pelo evento de fusão do ácido cítrico em 154ºC e ácido sebácico, pela presença do evento térmico referente à fusão do mesmo em 142°C, nos poliésteres PGCSE I e III. No poliéster PGCSE II não foi observado a existência deste evento provavelmente devido à existência de reticulações no material, fato já observado com a ajuda de outras técnicas.

100 200 300 400 500 600 PGC PGCSE I PGCSE II Fl ux o d e ca lo r (u .a .) e n d o Temperatura (oC) PGCSE III

Figura 5 – Curvas de calorimetria exploratória diferencial dos poliésteres PGC e da série PGCSE

As micrografias da superfície (Fig. 6) dos poliésteres PGCSE obtidas por MEV mostram perfis bastante diferentes. No PGCSE I alternam-se regiões lisas e rugosas, além de aglomerados de ácido sebácico não reagido. Para o PGCSE II observou-se uma região homogênea e rugosa com linhas semelhante a fraturas por todo o material. Já o PGCSE III apresenta superfície lisa com algumas regiões com diferentes tonalidades de cinza e aglomerados de ácido sebácico não reagido.

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Figura 6 – Micrografias obtidas por MEV, (a) PGC x240, (b) PGCSU I x200, (c) PGCSU II x200, (d) PGCSU III x240

Conclusão

Através da realização desse trabalho foi possível concluir que a metodologia adotada por outros autores para produção de outros materiais é também eficiente para preparação desse poliéster. Observou-se que a concentração de ácido sebácico na produção dos polímeros modifica significativamente as propriedades do novo material. A cristalinidade, propriedades térmicas e morfológicas, bem como a solubilidade em água, podem ser ajustadas para uma condição que melhor se adeque às necessidades estabelecidas pela utilidade do polímero. Por fim, em função da semelhança com outros materiais que já são utilizados para tal finalidade e pela flexibilidade do poliéster estudado, acredita-se que o mesmo possui potencialidade para confecção de scaffolds para aplicações pela engenharia de tecidos.

Agradecimentos

A Fapesb pela bolsa para realização deste trabalho

Referências Bibliográficas

1. Y. Ikada J. R. Soc. Interface. 2006, 10, 589.

2. U.A. Stock; J.P. Vacanti Annu. Rev. Med. 2001, 52, 443.

3. S.H. Barbanti; C.A.C. Zavaglia; E.A.R. Duek Polímeros 2005, 15, 13.

4. A.C. Bertolini Biopolymers Technology, Cultura Acadêmica Editora, São Paulo, 2007. 5. Y. Wang; G.A. Ameer; B.J. Sheppard; R. Langer Nat. Biotechnol. 2002, 20, 602. 6. J. Yang; A.R. Webb; G.A. Ameer Adv. Mater. 2004, 16, 511.

7. I. Djordjevic; N.R. Choudhury; N.K. Dutta; S. Kumar Polymer. 2009, 50, 1682.

8. Q.Liu; M. Tian; T. Ding; R. Shi; L. Zhang J. Appl. Polym. Sci. 2005, 98, 2033.

Referências

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