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Modelagem matemática da interação do rotavírus com o sistema imunológico

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Academic year: 2021

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Modelagem matem´

atica da intera¸

ao do rotav´ırus

com o sistema imunol´

ogico

Andressa Pinheiro, Hyun M. Yang,

Depto de Matem´atica Aplicada, IMECC, UNICAMP, 13083-859 Campinas, SP

E-mail: andresssacvel@yahoo.com.br, hyunyang@ime.unicamp.br,

1

Introdu¸

ao

O rotav´ırus ´e considerado, atualmente, um dos mais importantes agentes causadores de gas-troenterites e ´obitos em crian¸cas com menos de 5 anos no mundo. Ocorrem globalmente cerca de 125 milh˜oes de epis´odios diarr´eicos por rotav´ırus a cada ano, causando entre 600.000 e 870.000 ´obitos. Esses n´umeros alarmantes estimularam a busca por um controle desse v´ırus, mas para combatˆe-lo ´e necess´ario es-tudar seu comportamento, como ele penetra no organismo do ser humano, como age den-tro dele e como se espalha. Nesse trabalho apresenta-se um breve estudo sobre a biologia do rotav´ırus e os mecanismos de defesa apre-sentados pelo sistema imunol´ogico. O princi-pal objetivo ´e, utilizando m´etodos quantita-tivos, estudar a intera¸c˜ao entre o rotav´ırus e o sistema imunol´ogico. Seguindo esse intuito apresenta-se um modelo matem´atico, composto de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias n˜ao lineares de primeira ordem que descreve a a¸c˜ao do sis-tema imunol´ogico inato, atrav´es de macr´ofagos, a fim de eliminar o rotav´ırus. O estudo quanti-tativo dessa infe¸c˜ao microsc´opica ser´a, posteri-ormente, ´util em estudo microsc´opico da trans-miss˜ao de rotav´ırus em humanos.

2

Biologia do Rotav´ırus

O Rotav´ırus infecta praticamente todas as crian¸cas nos primeiros anos de vida. Provoca vˆomito, seguido de uma diarr´eia t˜ao aguda que, se n˜ao houver tratamento, pode levar a desidrata¸c˜ao grave seguida de choque.

A via fecal-oral se constitui na principal via de transmiss˜ao do rotav´ırus, com a elim-ina¸c˜ao de at´e 1 trilh˜ao de part´ıculas virais por mil´ımetro de fezes, sendo que a dose infectante

´

e de apenas 10 part´ıculas virais. O per´ıodo de incuba¸c˜ao varia de 1 a 3 dias e o pico m´aximo de excre¸c˜ao ocorre entre o terceiro e o quarto dia ap´os o aparecimento dos primeiros sintomas. Uma caracter´ıstica interessante do rotav´ırus ´e a existˆencia de uma sazonalidade de infec¸c˜ao que se manifesta nos meses mais frios e secos, no Brasil variando de abril a setembro. O rotav´ırus ´e um v´ırus da fam´ılia reoviri-dae, n˜ao possue envelope bilip´ıdico e ´e ex-tremamente resistente. A part´ıcula viral ex-ibe n´ucleo caps´ıdeo com simetria icosa´edrica. As part´ıculas completas compreendem 3 ca-madas prot´eicas concˆentricas: caps´ıdeo ex-terno, intermedi´ario e interno. O genoma vi-ral ´e constitu´ıdo por 11 segmentos de RNA fita dupla, al´em da enzima transcriptase e das prote´ınas VP1, VP2 e VP3. Das 12 prote´ınas do rotav´ırus, 6 s˜ao estruturais, denominadas VPs(VP1-VP4, VP6 e VP7) e outras 6 n˜ao es-truturais, as NSPs(NSP1-NSP6). A camada in-termedi´aria ´e constitu´ıda pela prote´ına VP6 e o caps´ıdeo externo ´e formado pelas prote´ınas VP7 e VP4.

Os rotav´ırus possuem tropismo natural por enter´ocitos maduros das vilosidades do in-testino delgado, particularmente da mucosa do jejuno. A replica¸c˜ao ocorre no citoplasma das c´elulas absortivas diferenciadas, localizadas no ter¸co apical das vilosidades do intestino del-gado. As part´ıculas infecciosas s˜ao liberadas no l´umen intestinal e o processo replicativo tem continuidade na ´area distal do intestino del-gado. Estudos recentes demonstram que a en-trada dos rotav´ırus nas c´elulas se d´a por meio de intera¸c˜oes com receptores celulares contendo ´

acido si´alico e integrinas no in´ıcio do processo de absor¸c˜ao. Segundo [4], ap´os a absor¸c˜ao do v´ırus `a c´elula hospedeira, sua penetra¸c˜ao se d´a por passagem direta atrav´es da

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mem-brana celular e libera¸c˜ao do nucleocaps´ıdeo no citoplasma. No fagossoma ocorre a perda do caps´ıdeo externo e conseq¨uentemente a lib-era¸c˜ao de seu cerne no citoplasma celular. Os RNAs s˜ao transcritos pela RNA polimerase. H´a produ¸c˜ao de RNA (+) a partir do RNA (-) virais. As fitas de RNA (+) servir˜ao de mRNA para a tradu¸c˜ao das prote´ınas virais e assumem papel de molde para a produ¸c˜ao de novas fitas de RNA (-), da´ı resultando RNA de dupla fita da progˆenie viral (Dipas). A mon-tagem das part´ıculas virais ocorre em estru-tura amorfa denominada viroplasma. Ap´os a forma¸c˜ao do cerne, o caps´ıdeo interno acopla ao redor do cerne viral e a part´ıcula viral in-completa deixa o viroplasma e passa para o interior do ret´ıculo endoplasm´atico rugoso por brotamento, onde adquire o caps´ıdeo externo juntamente com um envolt´orio transit´orio que depois se perde durante essa passagem. Essas s˜ao as part´ıculas virais maduras e finalmente o ciclo termina quando a progˆenie viral ´e liberada por lise da c´elulas hospedeira.

Por causa da morte das c´elulas infectadas como resultado da infec¸c˜ao pelo rotav´ırus, o sis-tema inato ´e rapidamente alertado para lidar com o ataque e o sistema adaptativo come¸ca a gerar produ¸c˜ao de anticorpos protetores. Por´em os mecanismos imunol´ogicos que en-volvem todo o processo desencadeado por uma infec¸c˜ao de rotav´ırus n˜ao s˜ao ainda bem com-preendidos. Estudos tˆem demonstrado que an-ticorpos circulantes anti VP4 e VP7 s˜ao ca-pazes de neutralizar os rotav´ırus e proteger os hospedeiros suscet´ıveis. Estudos demonstram que v´arias citocinas est˜ao implicadas na imu-nidade celular, entre elas: IFN-α, IFN-γ e TNF-α. Contudo, a fun¸c˜ao que essas citoci-nas desempenham na patogˆenese e no controle do rotav´ırus ainda ´e indefinda.

3

Modelagem Matem´

atica

Depois de descrever com detalhes os mecan-ismos do rotav´ırus e sua intera¸c˜ao com o sis-tema imunol´ogico, vamos apresentar um mod-elo matem´atico para descrever a dinˆamica da resposta imunol´ogica humana diante de um est´ımulo antigˆenico pela introdu¸c˜ao de um mi-croorganismo conhecido como rotav´ırus.

Neste caso, como vimos, a resposta imunol´ogica consiste, principalmente, na a¸c˜ao

do sistema inato, j´a que a estrat´egia de replica¸c˜ao ´e oculta, o sistema imunol´ogico passa a agir depois que ocorre a morte de c´elulas em grande quantidade .

O processo de desenvolvimento de um mod-elo matem´atico envolve o estudo da dinˆamica do microorganismo invasor e do sistema imunol´ogico inato isoladamente, para, ent˜ao, obter um cen´ario quantitativo da complexa intera¸c˜ao do sistema imunol´ogico com o ro-tav´ırus.

Quando um micro-parasita invade o organ-ismo humano, ele busca um local apropriado para sua repli¸c˜ao. O sistema imunol´ogico pode ou n˜ao responder a essa presen¸ca estranha. Supondo que o sistema imunol´ogico do hos-pedeiro seja incapaz de responder ao est´ımulo antigˆenico, ´e poss´ıvel estudar a dinˆamica intr´ınseca do parasita e, ap´os sua com-preens˜ao, incorporar a¸c˜ao do sistema imune nesta dinˆamica. Quando se considera o sis-tema imunol´ogico em estado de dormˆencia, ´e de se esperar que o parasita cres¸ca sem ne-nhuma resistˆencia, inicialmente. No entanto, `

a medida que sua concentra¸c˜ao aumenta no organismo do hospedeiro, as c´elulas alvo fi-cam mais escassas, comprometendo sua capaci-dade de manuten¸c˜ao. Assim, baseado em [1], a dinˆamica dos micro-parasitas pode ser descrita por meio do sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias          dR dt = (µ + α)cT − µRR dE dt = kE− γRE − µE dI

dt = γRE − βI − µI dT

dt = βI − (µ + α)T,

(1)

onde R, E, I e T denotam as concentra¸c˜oes por mm3, no instante de tempo t, de rotav´ırus,

c´elulas epiteliais livres (que s˜ao as c´eluals alvo do rotav´ırus), c´elulas epiteliais infectadas pelo rotav´ırus e c´elulas epiteliais em estado ter-minal, respectivamente. As taxas per-capitas de crescimento (replica¸c˜ao) dos rotav´ırus e de ataque a c´elulas epiteliais s˜ao, respectivamente, (µ + α)c e γ. Fazemos a taxa de replica¸c˜ao dos rotav´ırus constante, pois quando uma c´elula ´

e invadida por micro-organismo, toda sua es-trutura celular ´e desviada para a replica¸c˜ao do parasita, o que resulta na libera¸c˜ao de um n´umero muito grande de parasitas e a morte celular. A taxa de transferˆencia das c´elulas epiteliais infectadas para o estado terminal ´e

(3)

β. As taxas per-capitas de mortalidade natu-ral dos rotav´ırus, e de mortalidade natunatu-ral das c´elulas epiteliais livres e infectadas s˜ao, respec-tivamente, µR, e µ, e α ´e a taxa de morte das

c´elulas T por apoptose. Finalmente kE

repre-senta a taxa de matura¸c˜ao das c´elulas epiteliais, um valor constante para manter constante a popula¸c˜ao de c´elulas pela homeostasia. Na re-alidade quando muitas c´elulas morrem a taxa de homeostasia pode aumentar, mas ficamos com o caso mais simples em que kE´e constante.

O corpo humano procura manter equil´ıbrio, por meio de homeostasia das c´elulas que par-ticipam da resposta imunol´ogica, como os macr´ofagos, as c´elulas B, T e apresentadoras de ant´ıgenos. Essa homeostasia pode ser de-scrita por meio de um sistema dinˆamico que considera uma taxa de produ¸c˜ao constante kQ,

onde Q representa uma das c´elulas efetoras do sistema imunol´ogico, e uma mortalidade per-capita µQ, onde µQ−1´e o tempo m´edio de vida

das c´elulas tipo Q. Assim, a dinˆamica do sis-tema imunol´ogico em repouso ´e descrita por

dQ

dt = kQ− µQQ, (2)

onde Q representa as c´elulas do sitema imunol´ogico.

Quando um parasita invade o organismo hu-mano, o seu sistema imunol´ogico ´e rapidamente estimulado, mas no caso do rotav´ırus, dev-ido a sua replica¸c˜ao oculta, vimos que o sis-tema imune s´o se d´a conta do que est´a acon-tecendo quando uma grande quantidade de c´elulas morre ou est´a morrendo. Assim, consid-eramos um compartimento T , que s˜ao as c´elulas epiteliais infectadas em estado terminal, e estas que v˜ao ativar o sistema imunol´ogico. Consid-eramos ainda a resposta imunol´ogica represen-tada pelas c´elulas do sistema inato, principal-mente os macr´ofagos.

Agora utilizamos a dinˆamica do sistema (1) montado com o sistema imunol´ogico em ”dormˆencia”, considerando que o comparti-mento T vai ativar o sistema inato e con-siderando, ent˜ao, o compartimento S das c´elulas do sistema imunol´ogico inato (cuja dinˆamica em repouso est´a descrita em (2)), obtemos o seguinte modelo de intera¸c˜ao do

ro-tav´ırus com o sistema imunol´ogico inato

             dR dt = (µ + α)cT − SR − µRR dE dt = kE − γRE − µE dI

dt = γRE − βI − µI dT

dt = βI − (µ + α)T − σST dS

dt = kS+ ϕT − µSS,

(3)

onde µR, µ e µS s˜ao as taxas de mortalidade

natural do rotav´ırus, das c´elulas epiteliais (em qualquer estado: livre, infectada, terminal) e das c´elulas do sistema imunol´ogico inato, re-spectivamente. E α e  s˜ao as taxas de mortal-idade das c´elulas T por apoptose (morte celu-lar programada) e de mortalidade dos rotav´ırus pela a¸c˜ao do sistema inato, respectivamente. Note que a taxa de crescimento (replica¸c˜ao) do rotav´ırus ´e representada por (µ + α)c, pois s˜ao as c´elulas em estado terminal T que, quando mortas, liberam novos rotav´ırus e c ´e a con-stante indicando a quantidade de novos v´ırus.

A quantidade de c´elulas epiteliais livres de-cresce a uma taxa proporcional a quantidade de encontros entre c´elulas epiteliais livres e ro-tav´ırus, descrito por −γRE. Enquanto que a quantidade de c´elulas epiteliais infectadas cresce a essa mesma taxa proporcional de en-contros, descrito por γRE. Temos ainda que β ´

e a taxa com que as c´elulas epiteliais infectadas I passam para o estado terminal T , σ ´e a taxa de morte das c´elulas no estado terminal T de-vido a a¸c˜ao das c´elulas do sistema inato e ϕ ´e taxa de clonagem de c´elulas do sistema inato para responder rapidamente `a infec¸c˜ao. Final-mente, kE e kSs˜ao as taxas de homeostasia das

c´elulas epiteliais livres e das c´elulas do sistema inato, respectivamente.

4

An´

alise do Modelo

Apresentaremos a an´alise do sistema de equa¸c˜oes (3), determinando os pontos de equil´ıbrio e estudando a estabilidade destes pontos.

O equil´ıbrio trivial do sistema de equa¸c˜oes, o qual corresponde a situa¸c˜ao de ausˆencia do rotav´ırus ou por n˜ao ter ocorrido infec¸c˜ao ou subsequente a uma resposta imunol´ogica bem sucedida, ´e dado por P0 = (R, E, I, T , S) onde

E = kE

µ , S = kS

µS e R = T = I = 0, ou seja,

P0= (0,kµE, 0, 0,kµSS).

A estabilidade de P0´e determinada pelos

(4)

associada ao sistema de equa¸c˜oes (3) calculada em P0, a qual ´e dada por

        −θ 0 0 (µ + α)c 0 −γ(kE µ ) −µ 0 0 0 γ(kE µ ) 0 −(β + µ) 0 0 0 0 β −η 0 0 0 0 ϕ −µS         onde θ = ((kS µS) + µR) e η = (µ + α + σ( kS µS)).

O polinˆomio caracter´ıstico dado por det(J |P0− λI) = 0 ´e −µ1 S2µ((µS+ λ)(λ + µ)P (λ)) = 0, (4) onde P (λ) = (−cµS2kEβγ(α + µ)+ +(µS(θ + λ))µ(β + λ + µ)(µS(η + λ))).

Para verificar a estabilidade de P0

deve-mos deve-mostrar que os autovalores associados ao polinˆomio (4) s˜ao negativos (se reais) ou pos-suem parte real negativa (se complexos). Facil-mente vemos que duas ra´ızes para o polinˆomio (4) s˜ao λ1 = −µS e λ2 = −µ, que s˜ao reais

negativas, ent˜ao para garantir a estabilidade do ponto precisamos analisar os outros trˆes au-tovalores designados por λ3, λ4 e λ5, que s˜ao

dados pelas ra´ızes do seguinte polinˆomio carac-ter´ıstico:

P (λ) = a0λ3+ a1λ2+ a2λ + a3= 0,

para essa analise vamos recorrer ao Crit´erio de Routh-Hurwitz, como descrito em [3]:

Crit´erio de Routh-Hurwitz: Dada uma equa¸c˜ao caracter´ıstica da seguinte forma

λk+ a1λk−1+ a2λk−2+ . . . + ak = 0, (5)

defina k matrizes como segue: H1= (a1), H2 = a1 1 a3 a2 ! , H3 =    a1 1 0 a3 a2 a1 a5 a4 a3   , . . . , Hj =      a1 1 0 0 . . . a3 a2 a1 1 . . . a5 a4 a3 a2 . . . a2j−1 a2j−2 a2j−3 a2j−4 . . .      , Hk=       a1 1 0 . . . 0 a3 a2 a1 . . . 0 .. . ... ... ... 0 0 . . . ak       ,

onde o termo (l, m) na matriz Hj ´e

a2l−m para 0 < 2l − m < k,

1 para 2l = m,

0 para 2l < m ou 2l > k + m.

Ent˜ao o estado estacion´ario ´e est´avel se, e somente se, os determinantes de todas as ma-trizes de Hurwitz s˜ao positivos.

Assim, atrav´es do Crit´erio de Routh-Hurwitz, as condi¸c˜oes necess´arias para estabil-idade, tratando-se de um polinˆomio de ordem k = 3, s˜ao: a1 > 0, a3 > 0 e a1a2 > a3. Em

P (λ) = 0 temos os seguintes coeficientes:

a1 = µSµ[µs((α + µ) + (β + µ))+ +(µSµR+ kS) + kSσ], a2 = µSµ[(µSµR+ kS)((α + µ) + (β + µ))+ +µS(α + µ)(β + µ)+ +kSσ(µR+ (β + µ))] + kS2µσ, a3 = −cµS2kEβγ(α + µ)+ +[(µSµR+ kS)µ(β + µ)(µS(α + µ)+ +kSσ)].

Como a1 > 0,para que a1a2 > a3 basta ter

a3> 0, isto ´e, −cµS2kEβγ(α + µ)+ +(µSµR+ kS)µ(β + µ)(µS(α + µ) + kSσ) > 0, que equivale a cµS2kEβγ(α + µ) < (µSµR+ kS)µ(β + µ)(µS(α + µ) + kSσ), ou seja, γ < γ0, onde γ0 = (µSµR+kS)µ(β+µ)(µS2k S(α+µ)+kSσ) Eβ(α+µ) .

Temos, pelo modelo, que γ ´e a taxa de infec¸c˜ao, isto ´e, a taxa com que as c´elulas epiteliais livres se tornam infectadas ao encon-trarem um rotav´ırus. ´E ideal, para o controle da infec¸c˜ao, que γ0 seja grande para que a taxa

de infec¸c˜ao γ n˜ao ultrapasse o valor de γ0, pois

isso causaria uma infec¸c˜ao generalizada. Note que  e σ, que s˜ao as taxas de mortalidade pela a¸c˜ao das c´elulas do sistema imunol´ogico inato sobre o rotav´ırus e as c´elulas epiteliais em es-tado terminal, respectivamente, influenciam di-retamente no crescimento de γ0, ou seja, se a

(5)

a¸c˜ao do sistema inato ´e eficiente, γ pode n˜ao ul-trapassar γ0 e a infec¸c˜ao ´e debelada. Portanto

γ0 ´e o valor limiar, tal que, se γ se mantiver

abaixo desse valor limiar o equil´ıbrio trivial P0

´e localmente e assintoticamente est´avel. O equil´ıbrio n˜ao trivial do sistema de equa¸c˜oes (3), o qual representa a co-existˆencia de todas as vari´aveis que comp˜oem o modelo, ou seja, a presen¸ca de rotav´ırus juntamente com as c´elulas do sistema imunol´ogico inato, ´e dado por P1 = (R, E, I, T , S), onde

             R = µ(β+α)(µ+α+σS)(µSS−kS) γ(kEβϕ−(β+α)(µ+α+σS)(µSS−kS)) E = (γkEβϕ−(β+α)(µ+α+σS)(µSS−kS)) µβϕ I = (µ+α+σS)(µSS−kS) βϕ T = (µSS−kS) ϕ , (6)

onde o valor de S n˜ao-trivial ´e obtido como ra´ızes da equa¸c˜ao de segundo grau

a0∗S2+ a1∗S + a2∗ = 0, (7)

onde os coeficientes s˜ao dados por

             a0∗ = [ϕµ + µSγc(α + µ)][σ(β + µ)] a1∗ = [µSγc(α + µ)2+ ϕµµRσ+ +ϕµ(α + µ) − kSσγc(α + µ)][(β + µ)] a2∗ = [ϕµµR(β + µ)− −kSγc(α + µ)(β + µ) − ϕβkEγc][(α + µ)].

A natureza e n´umero de solu¸c˜oes biol´ogicamente vi´aveis s˜ao determinados por estes coeficientes.

Referˆ

encias

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Referências

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