MANEJO
SANITÁRIO
Profª Maria Sichonany Moterle
maria_sichonany@hotmail.com
Escola Técnica Estadual Santa Isabel – ETESI São Lourenço do Sul – RS
Curso Técnico em Agropecuária Componente Curricular: Ovinocultura
MANEJO SANITÁRIO DE OVINOS
O convívio com animais doentes ou infectados, assim
como a utilização de seus produtos para a alimentação pode expor o ser humano a uma série de problemas de
saúde.
Deste modo, o cuidado com a saúde dos animais está
Além disto, muitas perdas econômicas na criação são
oriundas de problemas de saúde nos animais, ocasionando diminuição na produção, ou podendo levar o animal à morte.
Além da perda econômica com a queda na produção, a
utilização de medicamentos gera um alto custo ao produtor.
O ideal é prevenir doenças para ter uma atividade
produtiva e lucrativa.
É importante que o criador e o técnico tenham sempre
em mente a necessidade de adotar medidas de caráter preventivo, para com isso não precisar gastar com medicamentos e não ter perdas econômicas, como queda na produção e morte de animais.
Nesse sentido, a produção animal está diretamente
relacionada com a saúde dos animais.
PRODUÇÃO ANIMAL
SAÚDE ANIMAL É A BASE DA
Características a serem observadas
que representam que o ovino está
sadio
Apetite normal
Velo (lã) em condições normais, pelos lisos e brilhantes
(ovinos deslanados)
Ruminação presente
Desenvolvimento compatível com a raça, idade e
alimentação
Orelha: na maioria das raças são eretas Nariz e boca: normalmente é frio e úmido
Características a serem observadas
que representam que o ovino está
sadio
Pulso: varia de acordo com a idade
Cordeiros 80 a 90 batidas/min Adultos 60 a 70 batidas/min
Respiração: movimentos respiratórios normais em animais
jovens é de 20/min e em adultos 15/min
Temperatura corporal
Cordeiros: 40 a 41ºC Adultos: 39 a 40º C
MEDIDAS
SANITÁRIAS A
SEREM ADOTAS
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
SANEAMENTO AMBIENTAL
O cuidado com o ambiente também é papel do
criador
O esterco dos ovinos (do aprisco) deve ser colocado
em local adequado – esterqueiras
Os alimentos também devem ser bem armazenados
Dessa forma evita-se a presença de insetos e roedores
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
LIMPEZA DAS INSTALAÇÕES
As instalações devem oferecer um ambiente agradável para os
animais e funcionários para que desta maneira a resposta em termos produtivos seja sempre favorável.
Caso a instalação seja de piso ripado, este deve ser varrido
diariamente, sendo as fezes retiradas.
Caso seja utilizada a cama, esta deve ser trocada sempre
quando necessário (com excesso de fezes e umidade).
Os comedouros e bebedouros também devem ser sempre
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
LIMPEZA
DAS
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
NUTRIÇÃO
Um animal bem alimentado normalmente apresenta resistência
orgânica para algumas enfermidades, desta forma, alimentar bem os animais (quantidade e qualidade adequadas) é um grande passo para o controle de enfermidades do rebanho.
DIVISÃO
Facilita o manejo e evita que animais mais velhos transmitam
doenças para os animais mais novos.
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
CUIDADO NA AQUISIÇÃO DE ANIMAIS
Na hora da aquisição de novos animais, esses devem ser bem
escolhidos e bem observados.
Na chegada a propriedade eles devem ficar em quarentena
num local próprio, com observação frequente, dessa forma evita-se que novos animais tragam doenças ao rebanho.
REGISTRO DE DADOS
Todos os acontecimentos devem ser acompanhados e
anotados em uma criação, para evitar problemas futuros e programar manejos profiláticos.
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
ISOLAMENTO E TRATAMENTO DOS ANIMAIS DOENTES
Os animais doentes devem ser tratados separadamente do
rebanho para evitar a proliferação da doença.
OBSERVAÇÃO DO REBANHO
O criador deve estar sempre observando seus animais, pois ele
saberá muito bem quando algo diferente ocorrer.
As enfermidades, normalmente apresentam sintomas
específicos, cabe ao produtor observar e chamar um técnico para orientá-lo.
MEDIDAS SANITÁRIAS A SEREM
ADOTAS
VACINAÇÃO
Em todas as criações é comum e necessária, a utilização de
vacinas para evitar determinadas doenças.
O esquema de vacinação varia conforme a situação do
rebanho e sua localização geográfica.
Algumas vacinas comumente utilizadas são:
Febre Aftosa Enterotoxemia Gangrena gasosa Carbúnculo sintomático Raiva Leptospirose Tétano Ectima contagioso
EXEMPLO DE PLANILHA PARA MANEJO
DE OVINOS
SERVIÇOS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Selecionar as matrizes para acasalamento X X Encarneiramento A B C Limpeza Matriz pré-parto A B C Nascimento dos cordeiros(as) A B C Assinalação, castração e descole X X X Desmame dos cordeiros A B C Aparar os cascos X X Sal Mineral X X X X X X X X X X X X
EXEMPLO DE PLANILHA PARA MANEJO DE OVINOS
SERVIÇOS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Vacina Polivalente* X X Vacina Carbúnculo Hemático** X X Vacina Ectima Contagioso*** X Vermífugo de amplo Espectro X X X Vermífugo para Haemoncus X X Vermífugo para Oestrus Ovis X Vacina Foot-root*** X X
Vacina contra Tétano X
*Engloba Carbúnculo Sintomático, Gangrena Gasosa e Enterotoxemia. Recomenda-se vacinar os cordeiros após o desmame.
**Vacinar em maio o rebanho e em novembro os cordeiros(as).
CUIDADOS A SEREM TOMADOS NA
VACINAÇÃO
Verificar sempre a dose e a via de inoculação das vacinas
(subcutânea, intra-muscular, endovenosa)
Verificar no rótulo a validade das vacinas Nunca deixar as vacinas expostas ao sol
Transportá-las sempre em caixas térmicas contendo gelo
As seringas e agulhas devem ser esterilizadas antes de seu
VIAS
ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS E
ORAL
Diretamente na boca dos ovinos
Aplicar o dosador no canto da boca
Cuidar falsa-via (via pulmonar)
VIAS ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E VACINAS
ENDOVENOSA
É aplicada na veia
Sempre utilizar material descartável ou esterilizado
Deve ser realizado preferencialmente por médico
veterinário
SUBCUTÂNEO
Deposição do medicamento entre a pelo e
o músculo
O local de aplicação do medicamento deve
ter a pele mais solta, indicado aplicar na tábua do pescoço (ovelhas deslanadas), atrás da paleta ou verilha
VIAS ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E VACINAS
Puxa-se a pele e introduz-se a agulha entre a pele e o
INTRAMUSCULAR
Deposição do medicamento dentro do músculo
O local de aplicação do medicamento deve apresentar
grande deposição de músculo, sendo indicada a parte interna do quarto (coxa), paleta ou tábua do pescoço
VIAS ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E VACINAS
Introduzir a agulha no músculo. Antes de injetar o medicamento, deve-se voltar ligeiramente o
embolo da seringa, para certificar-se que a agulha não atingiu nenhum vaso sanguíneo.
Aplicar no máximo 5 ml por ponto de injeção em animais adultos, evitando, assim, a dilaceração
PRINCIPAIS
DOENÇAS EM
OVINOS E MEDIDAS
PROFILÁTICAS
As principais doenças que acometem os ovinos
podem ser divididas em três grupos:
Enfermidades causadas por macroparasitos (Parasitóses)
Enfermidades causadas por microparasitos Distúrbios metabólicos
PRINCIPAIS DOENÇAS EM OVINOS
E MEDIDAS PROFILÁTICAS
PRINCIPAIS DOENÇAS
EM OVINOS
ENDOPARASITAS: Verminose ECTOPARASITAS: Miíases (bicheira)Oestrose (bicho da cabeça) Sarna
Piolho Berne Carrapato
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS VÍRUS: Ectima contagioso BACTÉRIAS: Enterotoxemia Ceratoconjuntivite contagiosa Diarreria dos cordeiros
Podordemite necrótica (Foot-rot) Carbúnculo hemático Carbúnculo sintomático Tétano Gangrena gasosa Brucelose Pneumoria
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS
PRINCIPAIS DOENÇAS EM OVINOS
Toxemia da gestação Acidose Urolitíase Plantas tóxicas DOENÇAS METABÓLICASDOENÇAS
CAUSADAS POR
MACROPARASITAS
HELMINTÍASE (Verminoses)
Sem dúvida alguma, nas helmintíases encontramos os grandes
problemas da criação de ovinos provocando sérios prejuízos aos criadores.
A taxa de crescimento dos animais diminui e a perda de peso
é comum, ocorre redução na produção de lã, diminuição da performance reprodutiva, a produção de leite diminui, tendo como consequência baixos pesos dos cordeiros, gastos com medicamentos e alta mortalidade.
HELMINTÍASE (Verminoses)
Sinais clínicos:
Fraqueza geral e debilidade do animal Adelgaçamento
Anemia visível pelas pálpebras e mucosas da boca Diarreia (churriu)
Magreza
O animal cansa e deita ao ser tocado Papeira (edema sub-mandibular)
Tosse e secreção nasal
HELMINTÍASE (Verminoses)
IDENTIDIFICAÇÃO VISUAL DE CONTAMINAÇÃO:
Pelo exame clínico de alguns animais, já podemos ter uma certa orientação, pois sabemos que se os animais se apresentarem com:
Anemia, fezes ressequidas, é quase certo que estamos diante de uma
infestação de helmintos hematófagos, estando em primeiro plano os
hemonchus, principalmente na primavera e verão.
Casos de distúrbios intestinais, enfraquecimento e fezes diarreicas e fétidas,
nos levam a crer em tricostrongilideos ou estrongilideos.
Cordeiros enfraquecidos nos dirão da possível infestação por moniezias.
Animais anêmicos, com corrimento nasal e tosse, nos dizem da
possibilidade de uma dictiocaulose.
Corrimento nasal com estrias de sangue, pode indicar uma oestrose.
Métodos para avaliação da
contaminação parasitária do
rebanho
Diagnóstico por meio de exames de fezes (OPG)
Método Famacha
Diagnóstico por meio de exames de
fezes (OPG)
O exame de fezes também nos poderá oferecer uma orientação aproximada da contaminação parasitária do rebanho
A coleta de fezes deve ser feita a cada 28 dias, por categoria e/ou por piquete
Em rebanhos pequenos devem ser colhidas no mínimo 10 a 15 amostras Em rebanhos grandes deve-se colher 10% de cada categoria ou lote
As fezes devem ser retiradas diretamente do reto, acondicionadas individualmente em frascos ou sacos de plásticos identificados e preservadas no gelo até a chegada no laboratório
Diagnóstico por meio de exames de
fezes (OPG)
Métodos para avaliação da contaminação parasitária do rebanho
Coleta de fezes: Sempre usar luvas
Acondicionar as amostras de
fezes em frascos ou sacos limpos
Identificar o lote ou ovino no
recipiente
Frasco para acondicionar as amostras de fezes
Quando a contagem média de OPG (ovos por grama de fezes) for superior a 500, a aplicação de vermífugo é recomendada.
Sete a Dez dias após a desverminação deve-se realizar outra coleta de fezes, dos mesmos animais, para verificar a eficácia do verrmífugo utilizado, que deverá ser superior a 90%.
Em casos de dúvidas quanto ao resultado do OPG, principalmente quando não há redução do mesmo na coleta de fezes seguinte, recomenda-se fazer o cultivo de larvas, para se verificar o gênero do helminto responsável pelo suposto fracasso da medicação utilizada.
Diagnóstico por meio de exames de
fezes (OPG)
Como calcular a eficácia do vermífugo
Diagnóstico por meio de exames de
fezes (OPG)
Métodos para avaliação da contaminação parasitária do rebanho
1 – Média do OPG pós-tratamento X 100 Média OPG pré-tratamento
Interpretar resultado:
Menor que 90% boa eficácia do princípio ativo vermífugo Maior que 90% resistência ao princípio ativo do vermífugo
Observação:
Tem-se verificado que quanto maior for a pressão
anti-helmíntica nos rebanhos, mais rapidamente se
estabelece à resistência.
Por isso, a desverminação mensal do rebanho não é
adequada, por tornar os vermes resistentes aos
diferentes tipos de vermífugos.
O método Famacha é um recurso importante
no controle da verminose, principalmente do hemoncus contortus, e sua vantagem mais significativa é a redução do número de tratamentos aplicados, o que auxilia na diminuição do desenvolvimento da resistência a anti-helmínticos
É um método de tratamento seletivo, ou seja,
objetiva vermifugar somente os animais do rebanho que apresentam anemia, facilmente visualizada na mucosa ocular dos ovinos;
Método Famacha
Este exame, chamado de hematócrito, é o método
rotineiramente usado como indicador de saúde animal
Cinco graus de coloração, ilustrados em um cartão, direcionam
a vermifugação dos animais
Os graus 1 e 2 são de animais com coloração bem vermelha, ou
seja, praticamente sem traços de anemia
No grau 3, já é indicada a vermifugação
Nos graus 4 e 5, a vermifugação é imprescindível, pois a mucosa
apresenta palidez intensa, além do fato de que no grau 5 é indicado que o animal receba suplementação alimentar
Método Famacha
Para a verificação da cor da
mucosa ocular, o examinador deve expor a conjuntiva, pressionando a pálpebra superior com um dedo polegar e abaixar a pálpebra inferior com o outro.
Método Famacha
MIÍASES (Bicheiras)
São infestações ocasionadas por larvas de mosca
(ectoparasitas) com destruição e necrose dos tecidos, ocasionando grandes prejuízos aos criadores.
A enfermidade é causada por larvas de moscas de diversos
gêneros como Lucilia, Caliphora, Cachliomya e Sarcophaga.
A incidência de moscas é maior em período de alta
temperatura e alta umidade, diminuindo para baixas umidades, mesmo com altas temperaturas, reduzindo ainda mais, em épocas de baixas temperaturas.
MIÍASES (Bicheiras)
MIÍASES (Bicheiras)
MIÍASES (Bicheiras)
MIÍASES (Bicheiras)
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Sinais clínicos:
Animais inquietos, caminhar desordenado, tentativas de
morder as partes afetadas, originando-se grandes feridas.
Procuram evitar novos ataques de moscas abrigando-se em
lugares sombrios ou de pastagens mais altas (moitas), o que não raro dificulta encontrá-los.
Não se alimentam, sofrem emagrecimento progressivo e
MIÍASES (Bicheiras)
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Tratamento e Profilaxia:
Inicialmente proceder a limpeza completa da zona atingida pelas larvas, inclusive corte da lã.
Aplicar larvicida para destruir os parasitas, preferencialmente duas vezes ao dia, até constatação de eliminação total das larvas.
O larvicida deve ser atóxico, não irritante para os tecidos, sem manchar a lã, de aplicação prática e bom poder parasiticida e residual, para evitar reinfestações.
Deve-se combater as moscas produtoras de miíases, evitar cortes excessivos da pele durante a tosquia, cascarreio das fêmeas antes da parição, tratamento dos umbigos dos recém nascidos, evitar cirurgias em épocas de alta temperatura e examinar periodicamente todo o rebanho.
OESTROSES (Bicho da Cabeça)
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Enfermidade caracterizada por
uma renite parasitária, produzida pela infestação de larvas de mosca do gênero Oestrus Ovis.
A larva se instala no interior das
narinas e ocorre principalmente a partir do início do verão (épocas das chuvas).
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Sinais clínicos:
Animais inquietos
Apresentam fluxo nasal mucopurulento como reflexo da renite traumática, às vezes sanguinolento
Espirram frequentemente Dificuldade respiratória Cegueira
Falta de coordenação motora Movimentos em círculo
Perda de peso
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Tratamento e Profilaxia:
Nas regiões onde ocorre a existência da mosca Oestrus ovis
os animais devem ser medicados com produtos específicos para oestrose no início do verão e/ou época das chuvas.
Os fosforados e as ivermectinas e/ou doramectinas
funcionam muito bem no seu controle
SARNA OVINA
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Afecção cutânea, causada por pequenos ectoparasitas (ácaros),
principalmente pelos Psoroptes ovis, Dermotex ovis e Sarcoptes ovis que ao picarem a pele dos ovinos, causam-lhes imensa coceira, descamação, perda de peso e da qualidade da lã.
Levam ao enfraquecimento e elevada mortalidade dos ovinos
jovens, proporcionando grande prejuízo econômico ao rebanho.
O contágio pode ocorrer de animal para animal ou de maneira
SARNA OVINA
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Sinais clínicos:
Normalmente os animais parasitados se tornam inquietos e
procuram coçar-se, mordendo ou pateando no lugar do prurido ou se coçando em árvores, postes, aramados, etc.
Ocorre irritação da pele, a lã se rompe formando crostas e
feridas e ocorre o emagrecimento progressivo do animal.
As lesões produzidas pelos ácaros podem aparecer em todas
as partes do corpo que estão cobertas de lã, porém aparecem com mais frequência no pescoço, paletas, prega da cauda, e nos ovinos tosados, no entreperna e escroto.
SARNA OVINA
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Tratamento e profilaxia:
Cura das lesões, associado a banhos antisárnicos e ao
tratamento com produtos à base de Ivermectin (via oral ou injetável).
Em propriedades com problemas, devem-se tosquiar os animais
e realizar 2 a 3 banhos sarnicidas em intervalos de 14 dias, queimar todos os restos de lã encontrados na propriedade, pulverizar todas as instalações com sarnicida e fazer quarentena dos animais que serão introduzidos no rebanho.
O tratamento consiste na aplicação de acaricidas, como o
triclorfon (Neguvon®), o amitraz (Triatox®), o diazinon (Diazinon®).
SARNA OVINA
Alguns cuidados devem ser tomados no banho:
Observar um período mínimo de 10 dias, após a tosquia
Separar os animais por categoria e banhar primeiramente os animais mais pesados
Não banhar ovelhas e cordeiros juntos
Nunca banhar animais com sede e nem muito tarde (após 16 horas)
Não passar no banheiro ovelhas em adiantado estado de gestação (terço final)
Mergulhar a cabeça dos animais na solução
Em regiões com problemas, deve-se banhar o rebanho, duas vezes por ano, com intervalos de 10 a 15 dias
SARNA OVINA
PIOLHO EM OVINOS
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Enfermidade ectoparasitária caracterizada por pruridos,
empastamento e queda da lã e emagrecimento progressivo dos ovinos
PIOLHO EM OVINOS
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Sinais clínicos:
Os animais tornam-se inquietos, não se alimentam bem e seu
enfraquecimento torna-os susceptíveis a outras enfermidades.
O ato de se coçar pode produzir feridas ou erosões na pele
do animal e os ovinos perdem a lã ou ficam com mechas de lã puxadas e feltradas.
A pele fica áspera e rugosa e, em casos mais intensos de
parasitismo, estas lesões muito se assemelham às da sarna ovina.
PIOLHO EM OVINOS
DOENÇAS CAUSADAS POR MACROPARASITAS
Tratamento e profilaxia:
O tratamento é o mesmo indicado para a sarna ovina,
preferencialmente depois dos animais esquilados. As ivermectinas funcionam nos hematófagos.
A profilaxia consiste em evitar o contágio de animais indenes
com os parasitados.
Ao adquirir novos animais, estes deverão proceder de
rebanhos livres da parasitose.
Caso contrário, os animais devem ser banhados e deixados
em quarentena, só admitindo-os no rebanho da propriedade depois de ter certeza que não estão parasitados.
DOENÇAS
CAUSADAS POR
MICROPARASITAS
(VÍRUS)
ECTIMA CONTAGIOSO
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS (VÍRUS)
Enfermidade infecciosa, contagiosa, causada
pelo vírus dermotrópico
Caracterizando-se pela inflamação dos lábios
e focinho, evoluindo para axilas, interior da boca.
Nas áreas afetadas formam-se pequenas
vesículas, que mais tarde transforma-se em crostas e secam.
ECTIMA CONTAGIOSO
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS (VÍRUS)
Sinais clínicos:
Os animais apresentam-se inquietos e procuram coçar as partes lesionadas.
Aparecimento de bolhas e crostas na boca, gengiva, língua, narinas e ao redor dos olhos
Pode aparecer no prepúcio (machos), na vulva e úbere (fêmeas) As lesões podem evoluir para miíases
Observação:
Zoonose
Surge de animal novo na propriedade ou
contagio de estabelecimento vizinho
Cuidado com pessoas que circulam por vários
estabelecimentos (botas, roupa, etc.)
Provoca grandes surtos
ECTIMA CONTAGIOSO
ECTIMA CONTAGIOSO
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS (VÍRUS)
Tratamento e profilaxia:
Isolar os animais doentes, lavando as lesões com solução de
permanganato de potássio a 3% ou de iodo a 10%, acrescido de glicerina na proporção de 1:1
Deve-se usar também unguento larvicida, cicatrizante e
repelente (Spray mata-bicheira)
Manipular com cuidado pois trata-se de uma zoonose (usar
luva)
Vacinação no primeiro ano de todo o rebanho, e nos anos
DOENÇAS
CAUSADAS POR
MICROPARASITAS
(BACTÉRIAS)
ENTEROTOXEMIA
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS (BACTÉRIAS)
É uma toxiinfecção intestinal, ocasionando mortes súbitas,
principalmente em animais de bom estado de nutrição, causada por bactérias Clostridium perfrigens tipo D, comum no intestino delgado.
Ocorre principalmente quando os animais são alimentados
com excesso de concentrado (sem adaptação) ou estão em pasto com pouca oferta de forragem e de baixa qualidade e são colocados em pastagens cultivadas.
ENTEROTOXEMIA
DOENÇAS CAUSADAS POR MICROPARASITAS (BACTÉRIAS)
Animais
superalimentados Mudança alimentar de maneira brusca
Flora intestinal não adaptada Multiplicação do Clostridium Perfringens D Produção de toxinas Produção de toxinas EPSILON Aumenta a permeabilidade do intestino delgado Passa para a corrente sanguínea
Sinais clínicos:
Doença neurológica, pode ocorrer
convulsão
Hipertermia
Pasmo
Pode levar a morte
ENTEROTOXEMIA
Tratamento e Profilaxia:
Nos casos mais agudos é ineficaz o tratamento com antibióticos. Em situações subagudas, antibioterapia e tratamento colateral,
com desinfetantes intestinais, hepatoprotetores e antidiarréicos, surtem efeito.
Em caso de suspeita de doença suspender a ração usada e retirar
os animais da pastagem.
Vacinar as fêmeas no último mês de gestação e os cordeiros 15
dias antes do desmame.
Não fazer mudança brusca na alimentação dos animais.
Obs: A vacina atinge gangrena gasosa e carbúnculo sintomático
ENTEROTOXEMIA
É uma neurointoxicação aguda.
É provocada pelas toxinas do Clostridium tetani, bactéria esporulante normalmente presente nos excrementos de animais e no solo.
Os esporos se instalam nas lesões após a prática de tosquia, castração, descola, ou nas feridas umbilicais dos recém-nascidos e fêmeas após a parição, atingindo o Sistema Nervoso Central.
TÉTANO
Sinais clínicos:
Caracterizada por espasmos musculares e rigidez na
cabeça (virada para trás)
Pode levar a morte, a qual ocorre por asfixia, devido a
paralisia dos músculos envolvidos na respiração
TÉTANO
Tratamento e Profilaxia:
Inicialmente, usa-se soro específico, para neutralizar as toxinas circulantes, juntamente com antibióticos
Abertura cirúrgica, limpeza e oxigenação das lesões encontradas tornam-se medidas necessárias
Higienização dos locais de criação, principalmente para execução das práticas de manejo recomendadas
Assepsia do material a ser utilizado na castração, descole, tosquia ou parto
Vacinação, 15 a 30 dias, antes de qualquer ato cirúrgico Vacinar as ovelhas no pré-parto
Revacinar anualmente com vacinas contendo uma anatoxina tetânica
TÉTANO
Enfermidade infecciosa, contagiosa, tendo como agente
biológico Ricketsia Conjuntivae, causando congestões e inflamações oculares, podendo levar à cegueira.
Poeira, forragem muito seca, radiações solares e pele
despigmentadas favorecem o aparecimento das lesões
OFTALMIA CONTAGIOSA
(CERATOCONJUNTIVITE)
Sinais clínicos:
Olhos avermelhados e lacrimejando chegando a ficar todo
branco, com exceção da parte central.
Os animais afastam-se do rebanho procurando lugares
próximos a moitas, deitando, procurando sempre se defender do ataque das moscas.
É comum em estados mais avançados uma cegueira uni ou
bilateral.
OFTALMIA CONTAGIOSA
(CERATOCONJUNTIVITE)
Tratamento e Profilaxia:
Separar os animais acometidos do resto do rebanho
Devem ser feitos com soluções ou pomadas oftálmicas à
base de clorotetraciclina, clorafenicol, neomicina, penicilinas sintéticas ou corticosteróides, aplicados diariamente em ambos os olhos.
OFTALMIA CONTAGIOSA
(CERATOCONJUNTIVITE)
Doença infecciosa, ulcerativa, atingindo os cascos dos
ovinos, produzindo necrose (podridão).
Pode ser cauda por:
Fusubacterium necrophorum (presente no intestino animais) Dichelobacter nodosus
PODODERMATITE NECRÓTICA
(FOOT ROT)
Sinais clínicos:
Primeiro sintoma é a manqueira e o mau cheiro.
Em seguida não acompanha mais o rebanho, pasteja
ajoelhado, mantendo-se deitado na maior parte do dia e se alimentando menos.
PODODERMATITE NECRÓTICA
(FOOT ROT)
Tratamento e Profilaxia:
Limpar e aparar os cascos dos
animais pelo menos duas vezes ao ano
Usar pedilúvio com formol, sulfato de
zinco ou de cobre
PODODERMATITE NECRÓTICA
(FOOT ROT)
Enfermidade infecciosa, septicêmica, de caráter febril e fatal
para os ovinos.
Causada pelo Bacíllus anthracis. É uma Zoonose.
Ataca quase todos os animais domésticos em qualquer
idade, caracterizando-se por aparecer em surtos e causando mortes súbitas.
É comum a infecção pela via cutânea, durante a tosquia,
principalmente se o local estiver contaminado.
CARBÚNCULO HEMÁTICO
Sinais clínicos:
A enfermidade geralmente é hiperaguda e não
apresenta sinais clínicos. Somente encontra-se os animais mortos.
Após a morte:
O animal se decompõe rapidamente
Há uma grande produção de gás e edemas
O animal se encontra em posição de cavalete e apresenta sangue nos orifícios
CARBÚNCULO HEMÁTICO
Tratamento e Profilaxia:
O ovino pode responder ao tratamento com doses
maciças de penicilina por via subcutânea se a doença for detectada cedo
Vacinação anual (em maio o rebanho e setembro os
cordeiros)
Incinerar ou enterrar profundamente animais mortos
suspeitos de carbúnculo.
CARBÚNCULO HEMÁTICO
Enfermidade infecciosa, causada pela Brucella ovis,
produzindo aborto nas fêmeas e epididimite nos machos.
Pode ser transmitida por meio da cópula.
As fêmeas apresentam placentite, aborto e causa morte
perinatal dos cordeiros.
Nos machos adultos, ocorre a inflamação do epidídimo, das
túnicas e dos testículos.
Em reprodutores recém infectados nota-se uma diminuição
da qualidade do sêmen associada a presença de organismos e células inflamatórias na sêmen.
BRUCELOSE OVINA
Tratamento e Profilaxia:
O tratamento é antieconômico e incerto.
O aconselhável é o abate dos carneiros com epididimite
e a eliminação de todas as fêmeas que abortarem e dos animais reagentes aos exames laboratoriais.
BRUCELOSE OVINA
DOENÇAS
METABÓLICAS
A toxemia da gestação é uma doença de origem alimentar
que ocorre principalmente em ovelhas nas últimas 6 semanas de gestação, fase em que ocorre o maior crescimento fetal (limitando a capacidade de ingestão da fêmea) e os maiores requerimentos nutricionais.
Quando ocorre uma limitação na nutrição destes animais eles
precisam mobilizar suas reservas de gordura e assim geram alta produção de corpos cetônicos (tóxicos quando em excesso).
É comum ocorrer em ovelhas de parto duplo mal nutridas.
TOXEMIA DA GESTAÇÃO
(CETONEMIA)
Sinais clínicos:
Os animais se afastam do rebanho
Perdem o apetite e mastigam lentamente
Os movimentos são desordenados, andam em círculo,
tremores
Entram em convulsão, até a paralisia dos membros
posteriores, levando a cegueira e morte.
TOXEMIA DA GESTAÇÃO
(CETONEMIA)
Tratamento e Profilaxia:
Como preventivo, deve-se fornecer alimentação correta,
farta e que satisfaça as exigências nutricionais da ovelha a partir dos 100 dias de gestação (terço final de gestação) até a quarta semana pós-parto.
Manejo nutricional adequado principalmente no final da
gestação, utilizando alimentos ricos em energia.
Como tratamento aconselha-se a aplicação de glicose
(calda de açúcar se não houver soro).
TOXEMIA DA GESTAÇÃO
(CETONEMIA)
A acidose é um distúrbio muito comum em animais
confinados, devido ao excesso de concentrado na alimentação, sem uma adaptação prévia.
Caracteriza-se pela presença de diarreia com muco,
enfraquecimento generalizado, taquicardia, anorexia e pode ocorrer a morte do animal.
ACIDOSE
Tratamento e Profilaxia:
Nos animais com sintomas deve-se administrar solução de
bicarbonato em água fria, via oral.
Como preventivo, o correto é fazer adaptação prévia dos
animais ao alimento concentrado.
É importante que um mínimo de fibra seja fornecido na
ração para estimular a mastigação (ingestão e ruminação) e com isso aumentar o fluxo de saliva para o rúmen do
animal.
ACIDOSE
Causada por excessiva ingestão de P ou baixa relação Ca: P
e/ou baixo consumo de forragem.
O processo patológico caracterizado pela presença de cálculos
ou concreções no sistema urinário é denominado urolitíase
A doença torna-se importante clinicamente em ruminantes
quando os cálculos causam obstrução do trato urinário, que normalmente ocorre na uretra
Raramente atingem as fêmeas devido à uretra curta, sem
flexões e de maior diâmetro
UROLITÍASE
(CÁLCULO URINÁRIO)
Sinais clínicos:
Apatia
Apenas gotejamento de urina, o
animal faz esforço para urinar
Edema
Desconforto abdominal
UROLITÍASE
(CÁLCULO URINÁRIO)
Tratamento e Profilaxia:
O tratamento utilizado depende do estágio da doença, da
natureza e extensão dos cálculos presentes
No caso de obstrução total da uretra faz-se necessário
cirurgia
A dieta deve conter um equilíbrio adequado de minerais,
principalmente cálcio e fósforo, para evitar a precipitação do excesso de fósforo na urina. Principalmente para ovinos em confinamento