DOSSIER NOTICIAS
IIJORNADASSOBRE CRIAN<;AS EM RISCO As Crian~;as e a Justi~;a ISSS - 27 e 28 de Mar~;o de 1998
Nas vesperas da apresenta9aO a Assembleia da Republica dos projectos de diplomas legais sobre a revisao da Organiza9ao Tutelar de Menores (de 1978) e a cria9ao de uma lei sobre as Crian9as em Risco, o JSSS organizou as II JORNADAS SOBRE CRIAN(:AS EM RISCO - As crian9as e a justi9a, visando contribuir para o debate das futuras novas leis e perspectivar a inter-ven9ao social na pratica dos sistemas de justi~a face as Crian9as. Com a inter-ven9ao de um amplo conjunto de espe-cialistas, foram debatidas as tematicas:
- Desvio e crime;
- 0 modelo de protec~ao tutelar portugues
- Projectos institucionais
- Novos modos de ser e estar na sociedade de hoje
- Os direitos das crian9as e dos jovens: novas perspectivas de interven~ao
- Que politica para as crian9as e jovens em risco/desvio
JuteJ'I'ellfiiO Social. 17118. 1998
Partici param nos trabalhos 106 tec-nicos de diferentes especialidades e ins-titui9oes corn interven9ao neste campo:
Como resultado das Jornadas f01 estabelecido o seguinte conjunto de Princfpios Mfnimos de Interven~ao
Social na Justi~a de Menores, tendo como fundamentos a Declara~ao Uni-versal dos Direitos do Homem e a Constitui~ao da Republica Portuguesa.
Algumas Linhas de Reflexao
Principios Mfnimos de lntervenfiio Social na Justifa de Menores
NfVEL DA INTERVENC,:AO PROFIS-SIONAL:
- A aplica~ao de uma medicla judi-cial, deve ser adequada a "cate-goria" de menor a que se refere nomeadamente: • Crian~a • Jovem; • Crian~a em risco; • Jovem em risco; • Crian9a maltratada; • Jovem infractor.
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- As medidas aplicadas aos meno -res devem fundamentar-se no
diagn6stico Psico-Social eluci
-dando o contexto s6cio -
fami-liar da Crian9a I Jovem e o seu percurso, bem como as
necessi-dades que manifesta (designada
-mente na pn1tica do acto infrac-tor).
- A adequa9ao da medida judicial a situa9a0 da crian9a e facilita -dora de uma interven9ao Social efectiva e eficaz.
- Compete a interven9aO social
trabalhar o diagn6stico social do "menor" (inquerito, relat6rio social), fazer proposta da inter -ven9ao social adequada
a
situa -9ao, promover a socializa9ao do jovem, do jovem na familia, no grupo e na comunidade. Com-pete-lhe avaliar os progressos evolutivos, as dificuldades no
processo de socializa9ao do JOvem.
-Nos casos em que se justifique a
medida judicial deve ser concer-tada com a possfvel interven9ao Socio-terapeutica a desenvolver
junto do "me nor".
- 0 acompanhamento social em servi9o social implica a partici
-pa9ao activa da Crian9a/Jovem,
apontanclo para etapas de res-ponsabiliza9ao, mobilizando os
recursos pr6prios, familiares e
comunitarios.
Dossier Notfciasl
- 0 acompanhamento social em servi9o social deve visar a inser -9ao Social da Crian9a/Jovem das
mudan9as que se justifiquem na
familia e no meio social.
- 0 acompanhamento Social deve permitir o acesso e mobiliza9ao das respostas institucionais d is-ponfveis, nomeadamente no am
-bito: • Alojamento, • SaUde,
• Escolar,
• Tempos livres,
• Forma9ao profissional,
•
- Ao nfvel judicial deve haver a
preocupa9ao em reconhecer e valorizar as interven96es inter -medias (executadas pelas Or ga-niza96es/ institui96es nao Gover
-namentais) apostando na eficacia da interven9ao.
- 0 servi9o, com competencias de
interven9ao social na area da ju s-ti9a de menores, a quem o judi-cial solicitm· a interven9ao deve promover uma articula9ao entre
as interven96es intermedias exe -cutadas pelas institui96es nao administrativas de justi9a e dar conta disso ao tribunal.
- A interven9ao social, deve ser desenvolvida com tempo e corn
base em objectivos e finalidades
bem definidos no tempo e no lnten•enr·<io Social, 17118, 1998
Dossier Notfcias
espac,:o das competencias do ser-vic;o na perspectiva do bem estar
do menor.
- Fundamentado no principio de protec9ao, a intervenc,:ao social
deve ter legitimidade, para inter-vir de imediato na situa9ao, (em regime de prevenc;ao), mesmo antes da aplica9ao de uma me
-dida.
Na situa9ao de crian9a em risco, deve ser feito de imediato
um acompanhamento social
a
crianc;a ea
familia, bem como uma articula9ao com os suportes de apoio de proximidade,redu-zindo e controlando o risco. - Para uma interven9ao social mais
eficaz na justic;a de menores
e
necessario estabelecer umarela-yao de coopera9ao entre os
tecni-cos da interven9ao social e a
Policia de Seguratwa Publica e Gum·da Nacional Republi
-cana.
·-A Crian9a/Jovem que pratica um acto infractor
e
em primeirolugar vitima. 0 seu processo de socializa9ao nao foi conducente
a
interioriza9a0 da digniclade cla pessoa humana, do respeito que lhe e devido, clas metas de s oli-dariedade que o viver colectivo implica.lmen'ellrlio Soda/, 17118, 1998
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NIVEL DA FORMA<;AO DOS IN-TERVENTORES SOCIAlS:
- A interven9ao social, nos meno-res, deve ser desenvolvida por profissionais qualificaclos para o exercfcio profissional nomeada-mente:
• Assistentes Sociais; • Psic6logos;
• Medicos de Familia;
Sem uma interven9ao social quali-ficada nao garantimos o bem - estar do menor, conforme refere a regra 5 das regras de Beijing, e a regra 6.3 "as que o exercem devem ser especial
-mente qualificadas ou formadas para o
exercerem judiciosamente e de acordo
com as suas func;oes e manclatos re s-pectivos".
-De forma a melhorar a interven -c;ao social na justic,:a de menores, os Assistentes Sociais clevem
aprofunclar a sua formac;ao, devem ser chamaclos a realizar projcctos de investigac;ao ea par-ticipar na avalia9ao clas praticas institufdas.
- Necessidade de definir as com
-petencias dos servic;os
responsa-veis pela interven~ao social na
justi~a de menores, de modo a
clarificar o papel da recle de suporte, aumentando a sua
arti-culac;ao na resposta ao problema do menor.
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DIAGNOSTICOS SOCIAlS, POR FREGUESIAS, DO CONCELHO DE
CASCAIS
Desde Dezembro de 1996 que uma
equipa de investiga9ao do ISSSLx.,
composta por dois soci6logos, Dr.
Ser-gio Mah e Dr." Alda Teixeira Gonralves e coordenada pelo Dt: Orlando Garcia, vem fazendo por solicita9ao da Camara
Municipal de Cascais Diagn6sticos Sociais por Freguesia, produzidos com o objective fundamental de identifica-9ao das fragilidades, dos pontos fortes e das potencialidades de cada uma das 6
freguesias que integram o Concelho de
Cascais.
Numa primeira fase foram realiza-dos dois relat6rios - os Diagn6sticos Sociais das Freguesias de Cascais e de Sao Domingos de Rana, que
constituf-ram modelos de referencia para os que
se seguiram, isto e, para os das Fregue-sias de Alcabideche, Carcavelos,
Esto-ril e Parede.
Os relat6rios produzidos preten-dem-se, portanto, materiais de
utiliza-9ao quotidiana dos tecnicos do Municf-pio e outros interventores no domfnio do social, por forma a que as suas inter -ven96es sejam fundamentadas num
"retracto" tanto quanto possfvel
actua-Iizado de cada uma das freguesias,
influenciando e/ou norteando as polfti -cas sociais a preconizar pela respectiva Camara Municipal de Cascais para o seu Concelho.
Este projecto de trabalho assentou
numa metodologia dinamica, de
cons-Dossier Notic.iasl
tantes contactos com os servi9os aut<irquicos (com interlocutores
privi-legiados nos mesmos) e eo m outras
institui96es/entidades consideradas pertinentes, tendo-se procedido
a
reco-lha dos materiais documentais de base,ja existentes e ao registo de
observa-95es, comentarios e/ou preocupa96es
dos referidos interlocutores, isto e, do cfrculo restrito previamente delineado.
Quanto ao tratamento e analise da informa9ao recolhida, utilizaram··Se metodos quantitativos e estatfsticos e, simultaneamente, procedeu-se
a
ana-lise de conteudo qualitativa no caso das fontes documentais e das entrevistas realizadas. Assim, dando conta da dinamica inicialmente proposta, con-forme se foram produzindo os relat6-rios pat·ciais e provis6relat6-rios, as "leituras diagn6sticas" obedeceram a urn siste-matico "vai e vem" no seio da equipa e entre esta e os seus interlocutores, corn o objectivo de garantir o rigor possfvel, nas condi96es existentes em curto
prazo de tempo (cerea de 6 meses no caso dos dois primeiros relat6rios e
mais 617 meses no caso dos restantes 4 relat6rios).
Finalizado o conjunto dos seis
rela-t6rios produzidos, realizaram-se duas sessoes de apresenta~ao dos mesmos:
uma restrita, para os Tecnicos(as) da
CMC envolvidos directa ou indir ecta-mente nos trabalhos e a outra, mais glo-bal, destinada a Tecnicos, Presidentes
das Juntas de Freguesia, Vereadores e Presidente da CMC.
Dossier Notfcias
Nesta ultima sessao de apresentayaO o Presidente da Camara Municipal de
Cascais, considerou pertinente que a
mesma equipa de investiga9ao asseg
u-rasse a continua9ao dos referidos diag
-n6sticos, aprofundando
qualitativa-mente, algumas areas problematicas
consideradas prioritarias.
A equipa de Investiga~ao: Alda Teixeira Gon~alves
Sergio Mah Orlando Garcia
Premio de Merito Honorato Rosa - ISSS
1.0
Ao Premio de Merito Honorato
Rosa - ISSS poderao concorrer todos
os trabalhos de pesquisa em Servi9o
Social realizados no ano lectivo
ante-rior ao da abertura do concurso no ambito da Licenciatura em Servi9o Social no ISSS (Lisboa e Beja).
2. o Os trabalhos apresentados a
concurso devem obrigatoriamente revestir a forma de urn texto para
publi-cayilo em revista peri6dica que nao
pode ultrapassar as 30 paginas dac
tilo-grafadas a 1,5 espa9os em formato A4. 3. o 0 1. o premio tera o valor de
350.000$ eo 2.0
premio- 150.000$. 4. o Os trabalhos concorrentes
deverao ser entregues ate
a
data limitelllf<'•vmrtio Social, 17118, /998
329
de 15 de Julho, posterior
a
abertura do Concurso, sob a forma de 3 exemplares e respectiva disquete (formato texto em Windows ou Macintosh).5.0
0 Juri sera constitufdo por urn
Presidente e dois Vogais designados
pelo Conselho Cientffico do ISSS. 6.0
0 Juri podera decidir nao
atri-buir premios se o nfvel dos trabalhos
concorrentes nao for considerado s
ufi-ciente. Podera tambem, se for jus tifica-vel, atribuir meny5es honrosas.
7.0
0 Juri devera tornar publicas as
suas decisoes ate ao dia 15 de No
vem-bro.
8.0
Juntamente com o trabalho deveni ser entregue a seguinte docu-mentayao que ficara
a
responsabilidadeda Direc9ao do ISSS:
i) Documento assinado, onde se declara ter conhecimento e aceita9ao do regulamento, e requerendo ser admitido a con-curso.
ii) Identificayao completa dos
au-tores.
iii) Declarayao de autorizayao de
publicayao pelo ISSS.
9.0
Os trabalhos concorrentes nao
deverao conter o nome do(s) autor(es)
ou indica9oes que permitam a sua iden
330
10.0
Da delibera~ao do Juri nao ha
lugar a recurso ou reclama~ao. .
11. o Os trabalhos cientfficos en via-dos para o Concurso nao serao devolvi -dos.
12.0
0 ISSS procurara viabilizar a publica~ao dos trabalhos premiados.
13.0
As questoes omissas no
pre-sente regulamento serao resolvidas pelo
Comite Directive do Funclo Honorato Rosa---ISSS.
Premios de Melhor Aproveitamento
Honorato Rosa - ISSS
• Premio de Melhor Aproveita-mento nos 1. o e 2. o An os da
Licenciatura em Servi~o Social,
em Lisboa e em Beja, cheque livro no valor de 50.000$00. • Premio de Melhor Aproveit a-mento na disciplina de "Filosofia e Deontologia" do 5. 0 ano, em
Lisboa e em Beja, cheque livro
de 50.000$00. Em caso de iden
-tica nota, sao seleccionados os
estudantes corn a melhor media do 5.0
ano.
Atribui~ao dos Premios
Os Premios sao atribufdos no
con-texto da iniciativa cientffico-cultural a
ter lugar anualmente, em Dezembro,
Dossier Noticiasl
por ocasiao do nascimento de Honorato
Rosa (22.12.1920).
Lisboa, Maio de 1998
0 Comite Directivo
Henriqueta Ribeiro Soares
(Presidente, Directora do ISSS)
Ernesto Fernandes (Yoga! pelo ISSS) Miguel de Sousa (Yoga! pelo ISSS, CRL)
PROJECTO FORMIS II - FORMAR PARA A INSER<;AO SOCIAL 0 Departamento de Forma~~o e Prestadio de Servi~os do ISSS reahzou um ci~Io de Ac~oes de Forma~ao inte-grado no Projecto FORMis II -
"For-~a
r
para a Integra9aoSoc
i
~
l
"
(Ac~oes
financiadas pelo Fundo SocJal Europeu e Estado Portugues - I. 0. Integrar),
que, no seu conjunto, visam o ap erfei-9oamento profissional ~e tecni~o~ que
trabalham para uma mmor efectlVldacle
do clireito
a
integra~ao social. Este ciclode forma~ao decmTe de Maio a Dezem -bro do corrente ano e incluiu os seguin
-tes cursos:
• Gestao de organiza~oes nao
lucrativas de ambito social.
• A Intervetwao social em parceria. • Fun~ao de supervisao nas equi
-pas de interven~ao social.
Interven~ao social com famflias em situa~ao de vulnerabiliclade.
• Forma~ao de formaclores em
desenvolvimento pessoal.
• Concep~ao, gestao e avalia~ao de
projectos de desenvolvimento
local.