• Nenhum resultado encontrado

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS"

Copied!
69
0
0

Texto

(1)

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

FÁBIO MARTIN CORDEIRO

PEDRO LUIZ VERONEZI

WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE

UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO

AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

LINS - SP

2008

(2)

FÁBIO MARTIN CORDEIRO PEDRO LUIZ VERONEZI WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física, sob a orientação do(a) Prof. (ª) M.Sc. Wonder Passoni Higino e orientação técnica da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS - SP 2008

(3)

Cordeiro, Fábio Martin; Veronezi, Pedro Luiz; Paganin Junior, Walter César Efeitos do esteróide anabolizante Undecilenato de Boldenona associado ao exercício físico em ratos / Fábio Martin Cordeiro; Pedro Luiz Veronezi; Walter César Paganin Junior. – – Lins, 2008.

68p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física,

2008

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Wonder Passoni Higino

1. Esteróide Anabolizante. 2. Undecilenato de Boldenona. 3. Hipertrofia. 4. Treinamento de Força. I Título.

CDU 796

(4)

FÁBIO MARTIN CORDEIRO PEDRO LUIZ VERONEZI WALTER CÉSAR PAGANIN JUNIOR

EFEITOS DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE UNDECILENATO DE BOLDENONA ASSOCIADO AO EXERCÍCIO FÍSICO EM RATOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.

Aprovada em: _______/_______/_______

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: M.Sc. Wonder Passoni Higino

Titulação: Mestre em Motricidade Humana (UNESP – Rio Claro)

Assinatura: ___________________________ 1º Prof.(a): _____________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ___________________________ 2º Prof.(a): _____________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ___________________________

(5)

DEDICATÓRIA

Ao meu pai Maurício,

Pai, o senhor foi um grande homem, incentivou-me a fazer esta faculdade, esteve ao meu lado o tempo todo, mas, infelizmente, não pode estar de corpo presente aqui, hoje. Sei que gostaria de estar ao meu lado hoje compartilhando esta alegria. Seu espírito está comigo, saiba que terei sempre determinação e empenho, pois tudo o que o senhor conseguiu foi desta forma.

Dedico esta vitória a você, esteja onde estiver. Obrigado por proporcionar-me esta oportunidade ainda em vida, pois embora não esteja mais comigo neste momento, sei que está orgulhoso de mim. Pai, eu amo você!

À minha mãe Thereza,

Nem sei como me expressar com palavras para você, pois passamos por vários problemas. Se hoje eu estou aqui, foi graças a você! Várias vezes pensei em desistir, mas sempre me apoiou fazendo com que eu chegasse até onde estou hoje. Sou muito grato a você por isso e por todos os outros momentos em que esteve ao meu lado. Obrigado mãe, por tudo o que fez. Amo você!

A minha irmã Simone e ao meu cunhado Valdir,

Por estarem me apoiando nos estudos, auxiliando-me nas dificuldades e dividindo os bons e maus momentos de minha vida. Obrigado por tudo, amo vocês!

A minha sobrinha Isabella (Belinha),

Por vir ao mundo em uma hora difícil, transformando este pesadelo em um sonho, não só para mim, mas para nossa família. Amo você!

(6)

Aos parceiros de monografia Pedro e Walter,

Por ter a felicidade de encontrar vocês e realizar esta pesquisa, pois várias pessoas duvidaram que a mesma pudesse ser realizada. Hoje, vemos que foi possível. Agradeço por ter vocês nesta caminhada de quatro anos e ter a honra de realizar esta pesquisa, pois sonhávamos com isso e realizamos com êxito, graças ao nosso empenho e dedicação.

Obrigado por terem entrado na minha vida como colegas de sala e terem se transformado em grandes amigos.

Fábio Martin Cordeiro.

Ao meu Deus,

Por ter me amado e me aceitado como filho. Na ausência de um pai, foi meu Pai, nas minhas dúvidas foi meu conselheiro, na minha franqueza foi minha força. Sou grato a Deus, pois me deu a rica oportunidade de realizar uma faculdade, sonho esse que parecia tão distante, mas que agora se tornou realidade. Eu amo o Senhor.

Ao meu pai Pedro Veronezi,

Homem esse que sonhava como melhor para seus filhos e, movido pelo amor, suportou as adversidades de um câncer trabalhando, para que no futuro, eu tivesse condições de realizar uma formação. Hoje, posso glorificar a Deus e dizer-lhe com orgulho que tudo o que você fez valeu a pena. Eu amo você.

À minha mãe Devenil Cardoso Veronezi,

Mulher valorosa que não desperdiçou o que tinha sabendo administrar o que ganhou. Soube criar e educar seus filhos, foi de grande importância nesta minha conquista, sempre se preocupando com meu estudo, minha alimentação e com meu retorno para casa. Eu amo você.

“O Senhor guarda os estrangeiros; ampara o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios”. (Sl. 146:9).

(7)

Ao meu segundo pai Miguel Medina Garcia,

Na ausência de meu pai biológico correspondeu de maneira exemplar, apoiando minha mãe em todas as situações, fazendo com que se tornasse possível a realização desta minha conquista. Amo você.

Às minhas irmãs Ana Maria Veronezi e Juliana Maria Veronezi,

Por acreditar no meu potencial, incentivaram-me a estudar, através de alguns “puxões de orelha”, diziam que eu necessitava de uma formação e me convenceram a iniciar a faculdade. Graças a estes “puxões de orelha” estou formado. Amo vocês.

À minha noiva Margareth Castilho,

Por fazer parte de minha vida. Em todos os momentos que passei, desde o início você me apoiou, confiou em mim, acreditou que eu era capaz e em alguns momentos que pensei em desistir você me convenceu do contrário, fazendo com que eu continuasse. Eu amo você.

Aos meus parceiros de monografia Fábio e Walter,

Obrigado por ajudarem-me a realizar este sonho. Escolhemos um tema um tanto polêmico por estarmos vivendo em uma época em que as pessoas visam saúde e tratam nosso assunto como se fosse algo bizarro e distante da nossa realidade, sem ao menos entenderem o mínimo necessário para criticar. Apesar de todas as dificuldades, tenho uma boa notícia: vencemos, rapaziada! “Para uma pessoa polêmica, nada melhor que um assunto polêmico”. Um abraço de seu amigo Pedrão.

Pedro Luiz Veronezi.

A Deus,

Primeiramente agradeço a Deus, pois sem a sua ajuda não conseguiria terminar este trabalho com tal êxito. Obrigado por nos abençoar a cada minuto

(8)

de nossa vida, mostrando-nos do que somos capazes. Pedimos sua proteção e no caminho de vitórias trilharemos.

À minha mãe Ana Cláudia,

Mulher de fibra e que sempre soube lidar com os problemas adversos, sempre incentivou a concretização dos meus estudos, dividindo e ajudando nas dificuldades. Agradeço a você e a Deus por ser seu filho. Amo você mãe!

A minha avó Elena de Castro,

Nem com todos os agradecimentos possíveis seria fácil descrever o amor e carinho que sinto pela senhora. Sem a senhora, não seria possível o término de meus estudos e a realização deste sonho.

A minha tia Marlene,

Agradeço por toda a atenção que dedicou a mim até hoje, sempre me apoiando e me corrigindo em todas as minhas decisões, mostrando-me a capacidade de alcançar o objetivo a ser conquistado. Obrigado por poder contar com você em todos os momentos.

Aos meus parceiros de monografia Fábio e Pedro,

Obrigado por serem os melhores amigos em todos os momentos, acreditarem que o mais difícil seria possível e ajudarem a realizar, não só o meu sonho, mas o nosso e, apesar das dificuldades, buscamos, superamos e realizamos o melhor.

Agradeço a Deus por ter colocado vocês em minha vida. Obrigado amigos!

(9)

A minha namorada Amanda Galvão,

Por ter me dado forças e me apoiado sempre que precisei, acompanhado-me nos melhores e piores momentos com muito carinho e compreensão. Agradeço por tudo. Amo você.

(10)

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Aquele que nos concedeu a vida, dando-nos sabedoria e discernimento para que fosse possível superar todos os obstáculos que surgiram no decorrer deste trabalho. Incomparável é sua infinita bondade, compreendeu nossos anseios encorajando-nos a atingirmos nosso objetivo.

“... Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Sm. 7: 12b).

Ao professor orientador Wonder Passoni Higino,

Professor exemplo. Com amor e dedicação nos ensinou. Sua humildade ao reconhecer seus erros, faz de você uma pessoa especial e diferenciada. Honrou o investimento de seus alunos, aproveitando todo o tempo determinado à aprendizagem, oferecendo-lhes ensino de boa qualidade.

Mais que um professor, um grande amigo. Sua compreensão e aconselhamento nos momentos difíceis que passamos, fizeram com que a luz no fim do túnel voltasse a brilhar. É bom saber que ainda existem pessoas como você, dispostas a construir um futuro melhor.

Obrigado por acreditar em nosso potencial e nos orientar. Um forte abraço de seus alunos.

Aos amigos,

Pelos bons e maus momentos que passamos, onde consolidamos nossas amizades vivendo prazeres e desprazeres na longa jornada de quatro anos em direção ao sucesso. Boa sorte a todos.

As meninas da biblioteca,

Pela atenção e dedicação em nos atender com carinho e competência, pois sem suas colaborações, o êxito deste trabalho não seria o mesmo. Obrigado.

(11)

A nossa amiga Miriam,

Essa foi de extrema importância durante a pesquisa, ajudando-nos na fase de treinamento físico dos animais. Sua responsabilidade em comprometer-se no treinamento fez com que escomprometer-se comprometer-se realizascomprometer-se. Obrigado.

Aos professores Flávio, Cristiano e Cecília,

Pela atenção e dedicação, incentivando-nos e nos mostrando que nossa pesquisa era possível ser realizada.

No laboratório, ensinou-nos a trabalhar com animais e nos ajudou a fazer a dissecação dos grupos musculares, algo que nunca tínhamos feito e, com paciência, mostrou-nos que éramos capazes. Na confecção de lâminas e laudo dos materiais coletados, sua experiência e influência na área contribuíram para realização da pesquisa.

Obrigado, vocês foram pessoas fundamentais para realização desta pesquisa.

A professora Jovira,

Que com paciência e dedicação nos auxiliou. Apesar das dificuldades e contratempos, sempre nos motivou, demonstrando confiança e acreditando que nosso estudo se realizaria.

(12)

RESUMO

Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais e sintéticos, formados de testosterona e seus derivados. Esses melhoram o desempenho físico, promovendo aumento da síntese protéica, crescimento celular e força. No meio esportivo, os EAAs são administrados em doses elevadas e abusivas em busca de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de tempo, não levando em consideração os riscos à saúde. Uma droga injetável, exclusivamente veterinária, bem tolerada por humanos, que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e praticantes de musculação nas academias para ganho de massa e densidade muscular é o undecilenato de boldenona. Diante de tais fatos, o presente estudo teve por intuito avaliar os efeitos do esteróide anabolizante undecilenato de boldenona, sobre o crescimento muscular de ratos submetidos ao treinamento resistido de predominância anaeróbia. Foram utilizados vinte ratos Wistar machos separados em quatro grupos de cinco ratos cada. Esses foram subdivididos em: Sedentário (S) sedentário com esteróide anabolizante (SA), Treinado (T = saltos na água, suportando carga de 50% do peso corporal, com 4 séries de 10 repetições com 30 segundos de intervalo entre as séries, durante 5 vezes na semana) e treinado com esteróide anabolizante (TA). O período de realização da pesquisa foi de seis semanas, sendo a primeira semana de adaptação ao meio líquido e as demais semanas consecutivas de treinamento físico resistido. Foram administradas injeções intramusculares do EAA undecilenato de boldenona na dosagem dez vezes superior à recomendada pelo fabricante nos grupos (TA e SA). Após o período experimental, todos os grupos foram sacrificados tão logo receberem anestesia via intraperitonial e as amostras necessárias para análises laboratoriais foram coletadas, a fim de obter resultados conclusivos para pesquisa. Considerando os resultados obtidos, é possível perceber que a utilização do esteróide anabolizante pode promover hiperplasia muscular e oxidação lipídica em ratos, mesmo sem a intervenção do exercício físico resistido. Já o exercício físico resistido parece ter sido eficiente tanto na oxidação lipídica quanto em promover hipertrofia muscular, aumentando a espessura das fibras desses animais. A associação do esteróide anabolizante ao exercício físico resistido, mostrou-se como um potencializador no possível processo hiperplásico e na suposta oxidação lipídica nos animais submetidos a esse tratamento, uma vez que estes apresentaram acentuados números de núcleos e peso corporal estável durante as situações pré e pós período experimental.

Palavras chave: Esteróide Anabolizante. Undecilenato de Boldenona. Hipertrofia. Treinamento de Força.

(13)

ABSTRACT

The androgenic anabolic steroids (EAAs) are natural and synthetic complexes, composed of testosterone and its derived forms. They improve the physical performance promoting proteic synthesis increase, cell growth and strength. In the sports environment, the EAAs are administered in high and abusive doses in order to obtain muscular mass and an athletic body in a short period of time, without taking health risks into consideration. An injecting drug, exclusively veterinary, well tolerated by humans, that have been used by physiculturists and weitgh trainer adepts at gyms for the sake of mass gain and muscular density is the Boldenone Undecilenate. Before such facts, the present study had the objective of evaluating the Boldenone Undecilenate anabolic steroid. Twenty Wistar male mice were used, separated into four groups, each containing five mice. They were subdivided into: Sedentary (S), Sedentary with anabolic steroid (SA), Trained (T = jumps into the water, standing a load of 50% of body weight, with four series of ten repetitions with an interval of thirty seconds between the series, five days a week and trained with anabolic steroid (TA). This research accomplishment period was six weeks, being the first week of adaptation to the environment and the remaining ones of resisted physical training. Intramuscular injections of Boldenone Undecilenate EAA were administered in a dose ten times higher than what is recommended by the manufacturer in the TA and SA groups. After the trial period all groups were sacrificed as soon as they received anesthetic via intraperitoneal and the samples for lab analysis were taken aiming for conclusive results for the research. Considering the results, it is possible to notice that the use of the anabolic steroid can cause muscular hyperplasia and lipidic oxidation in mice, even without resisted physical exercise intervention. However, the resisted physical exercise seems to have been efficient both in lipidic oxidation and in promoting muscular hypertrofy, thus enlarging the fibers thickness in these animals. The association of the anabolic steroid with resisted physical exercise proved to be an empowerment in the probable hyperplasic process and in the supposed lipidic oxidation in animals subjected to this treatment, once these show the presence of many nuclei and stable body weight before and after the trial period.

Key words: Anabolic steroid. Boldenone Undecilenate. Hypertrofy. Strength training.

(14)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de luz... 45 Figura 2: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de luz... 46 Figura 3: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de luz... 46 Figura 4: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de luz... 47 Figura 5: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de luz... 47 Figura 6: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de luz... 48 Figura 7: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia de luz... 48 Figura 8: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia de luz... 49 Figura 9: Secção longitudinal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia de luz... 49 Figura 10: Secção transversal dos músculos reto e intermédio da

coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia de luz... 50 Figura 11 e 12: Comparativo entre secção transversal e secção

(15)

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo S observada em microscopia de luz... 50 Figura 13 e 14: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo SA observada em microscopia de luz... 51 Figura 15 e 16: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo T observada em microscopia de luz... 51 Figura 17 e 18: Comparativo entre secção transversal e secção

longitudinal dos músculos reto e intermédio da coxa dos ratos do grupo TA observada em microscopia de luz... 52

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparação entre grupos e entre os momentos Pré e Pós do período experimental, com relação ao peso dos animais (n=20)... 43

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COI: Comitê Olímpico Internacional. DHEA: Deidroepiandrosterona.

DHES: Deidroepiandrosterona Sulfatado. DHT: Diidrotestosterona.

(16)

EAA: Esteróide Anabólico Androgênico. EAAs: Esteróides Anabólicos Androgênicos. FSH: Hormônio Folículo Estimulante. HE: Hematoxilina Eosina.

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana. HTPA: Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico. LH: Hormônio Luteizante.

PVC: Poli Cloreto de Vinila. RM: Repetição Máxima. S: Sedentário.

AS: Sedentário com Uso de Esteróide Anabolizante. T: Treinado.

(17)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 17

1 CONCEITOS PRELIMINARES... 19

1.1 Fisiologia Muscular... 19

1.2 Treinamento de Força... 22

1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos... 27

1.3 Esteróides Anabólicos... 30

1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifort)... 34

1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício... 35

2 O EXPERIMENTO... 36 2.1 Material e Métodos... 36 2.1.1 Condições ambientais... 36 2.1.2 Amostra experimental... 37 2.1.3 Material... 38 2.1.4 Teste... 39 2.1.5 Procedimentos... 42 2.1.6 Análise estatística... 42 2.2 RESULTADOS... 43 2.3 DISCUSSÃO... 52 2.4 CONCLUSÃO... 56 REFERÊNCIAS... 58 APÊNDICES... 63 ANÉXOS... 65

(18)

INTRODUÇÃO

Os esteróides anabólicos androgênicos (EAAs) são compostos naturais e sintéticos formados de testosterona e seus derivados (CUNHA et al., 2006). A testosterona é responsável por diversos efeitos no organismo, sendo alguns deles o aumento da massa muscular e do peso corpóreo (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005).

Os EAAs também melhoram o desempenho físico promovendo aumento da síntese protéica, crescimento celular e força, reduzindo o tempo de recuperação pós-treinamento físico (CAMARGO FILHO et al., 2006).

Sua indicação está associada a quadros terapêuticos de hipogonoidismo e deficiência do metabolismo protéico (CUNHA et al., 2006). O uso abusivo e em longo prazo destes fármacos pode causar diversos efeitos colaterais como: problemas cardiovasculares (aumento da pressão sanguínea, arterosclerose e infarto do miocárdio), anormalidades hepáticas (colestases e tumores), aumento da secreção das glândulas sebáceas (acnes e dermatite seborréica), alopécia e ginecomastia (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005).

A testosterona foi sintetizada pela primeira vez para fins terapêuticos e experimentais em 1935 (CUNHA et al., 2004). Já seu uso abusivo, com objetivo de aumentar o desempenho atlético, teve início nos anos de 1950, acentuando-se nos anos de 1970 e se estendendo até os dias de hoje no esporte competitivo. Em 1976, estas substâncias foram proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) na Olimpíada de Montreal, onde pela primeira vez, foi realizado o controle de anabolizantes (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005).

No meio esportivo os EAAs são administrados em doses elevadas e abusivas, através de livre iniciativa de adolescentes, jovens e adultos em busca

(19)

de ganho de massa muscular e um corpo atlético em um curto intervalo de tempo, não levando em consideração os riscos à saúde (FRIZON; MACEDO; YONAMINE, 2005). Estas doses podem chegar a atingir de dez a duzentas vezes mais que a dose recomendada e de maneira prolongada (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Atualmente são encontrados diversos tipos de EAAs, onde sua formulação é obtida através da manipulação da molécula original da testosterona, influenciando sua farmacocinética, biodisponibilidade e balanço da atividade androgênica em prol do anabolismo (CUNHA et al., 2004). Dentre tantas formulações que constituem os EAAs, podemos citar as de forma oral e injetável (GUIMARÃES NETO, 1998).

A testosterona na forma oral é composta por 17 alfa derivados (metandrostenolona, metiltestosterona e oxandrolona) (CUNHA et al., 2004) ; a testosterona na forma injetável é a de via dermatológica, através de adesivos transdérmicos e cremes corporais; as de via intramuscular profunda, que são as de ésteres 17 beta-estratificada (cipionato de testosterona, propionato, enantato e nandrolona); e as de modificações nos anéis A, B, ou C de sua molécula (mesterolona, nortestosterona e estanozolol) (CUNHA et al., 2004).

Uma droga injetável que vem sendo muito utilizada por fisiculturistas e praticantes de musculação nas academias em ciclos para ganho de massa e densidade muscular é o undecilenato de boldenona, mais conhecido no Brasil como Equifort (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005). Apesar de ser uma droga exclusivamente veterinária, o undecilenato de boldenona é bem tolerado por humanos, apresenta efeitos colaterais discretos, propriedades anabólicas acentuadas, pouca atividade androgênica, hepatoxidade moderada e baixa aromatização (QUEL, 2008).

De acordo com Cunha et al., (2006), alguns dados demonstram que o uso de esteróide anabólico androgênico (EAA) está relacionado à melhora do desempenho atlético devido ao aumento de massa muscular e resistência durante o treinamento de alta intensidade. No entanto, os efeitos de tais fármacos sobre o desempenho atlético permanecem controversos.

Diante disso, tem-se a seguinte pergunta-problema para o presente estudo: o undecilenato de boldenona, quando associado ao exercício resistido, proporciona melhoras histológicas à musculatura esquelética?

(20)

Silva; Danielski; Czepielwski (2002), considera que o uso de EAA causa hipertrofia das fibras tipo IIa, aumento mio nuclear e formação de novas fibras musculares e aumento na expressão dos receptores androgênicos. A testosterona age diretamente na expressão do gene da proteína contrátil em animais, uma vez que essa causa aumento na largura das fibras musculares devido à elevação no número de miofilamentos, miofibrilas e induz mudanças na estrutura das isoformas da miosina de cadeia pesada (SILVA; DANIELSKI; CZEPIELWSKI, 2002).

Cunha et al., (2006) dizem que o treinamento resistido através de saltos em meio líquido é um método utilizado para estudo das respostas fisiológicas frente ao exercício. Foss; Keteyian (2000), afirma que treinamento de força promove adaptações como a hipertrofia muscular, onde nosso corpo passa por mudanças fisiológicas como: aumento de miofibrilas de proteínas contráteis (actina e miosina), densidade muscular, tecido conjuntivo e ligamentar e, conseqüentemente, aumento da secção transversa das fibras existentes sem alteração em seu número.

Diante de tais fatos, o presente estudo tem como objetivo avaliar o possível efeito hipertrófico do esteróide anabolizante undecilenato de boldenona junto ao exercício físico resistido, através de investigações nas alterações histológicas nas fibras musculares dos músculos reto e intermédio da coxa de quatro grupos de ratos. Dois desses grupos foram submetidos a treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide anabolizante (TA), os outros dois grupos sem atividade física, sendo um sedentário (S) e outro sedentário com uso de esteróide anabolizante (SA).

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Fisiologia muscular

Os músculos esqueléticos possuem ações voluntárias, suas funções são gerar força para locomoção, respiração, sustentação postural e produção de calor (POWERS; HOWLEY, 2005).

(21)

O corpo humano é constituído por cerca de 660 músculos esqueléticos, apresentando em sua composição química 75% de água, 20% de proteína e 5% de sais e outras substâncias como: fosfato de alta energia (uréia lactato), minerais (cálcio, magnésio e fósforo), enzimas, íons de sódio, potássio, cloro, aminoácidos, gorduras e carboidratos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Os músculos são organizados através de camadas de tecido conjuntivo de revestimento, os quais são: epimísio, perimísio e endomísio.

Epimísio é a camada de tecido conjuntivo fibroso externo que reveste o músculo como um todo. Esse se afunila em suas extremidades distal (inserção) e proximal (origem), fundindo-se e se unindo aos tecidos intramusculares formando os tendões (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Os tendões são tecidos fibrosos metabolicamente inativos, possuindo capacidade de resistir a enormes tensões geradas pelos músculos. São fixados aos ossos em sua cobertura externa denominada periósteo (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Conforme se aprofunda no músculo, encontra-se outra camada de tecido conjuntivo chamada de perimísio. Esse envolve os feixes musculares constituídos por até 150 fibras que são denominadas de fascículos musculares. Aprofundando ainda mais é possível encontrar outra camada de tecido conjuntivo, o endomísio, que reveste cada fibra individualmente separando-as das vizinhas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Debaixo do endomísio, circundando individualmente cada fibra muscular existente, está o sarcolema, que é uma membrana fina é elástica que envolve o conteúdo celular da fibra. No sarcolema localizam-se as células satélites, que auxiliam no crescimento celular regenerativo frente às adaptações ao treinamento físico pós-estresse muscular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

O sarcolema, por ser uma membrana, envolve todo o conteúdo celular. Neste caso, este conteúdo celular é denominado sarcoplasma (citoplasma), o qual contém proteínas celulares, enzimas, partículas de gorduras e de glicogênio, núcleos, mitocôndrias, outras organelas especializadas e miofibrilas (POWERS; HOWLEY, 2000).

As miofibrilas possuem proteínas contráteis de aspecto estriado. Os filamentos espessos são formados pela proteína miosina e os filamentos finos são compostos pela proteína actina (POWERS; HOWLEY, 2000).

(22)

Na actina, localizam-se outras duas proteínas: a troponina e a tropomiosina, ambas de grande importância no processo contrátil do músculo (POWERS; HOWLEY, 2000).

A troponina e a tropomiosina trabalham em conjunto para regular a ligação da actina com a miosina. Quando um músculo está em situação de relaxamento, a tropomiosina bloqueia os sítios ativos da actina impedindo sua ligação com a miosina (POWERS; HOWLEY, 2000).

O cálcio é responsável pela liberação dos sítios ativos da actina através da troponina e, esse, é encontrado no retículo sarcoplasmático, no sarcoplasma. O retículo sarcoplasmático, ao receber um impulso nervoso, libera o cálcio que se liga a troponina causando uma mudança de posição da tropomiosina, liberando os sítios ativos da actina, isso permite a ligação da miosina com a actina resultando a contração muscular (POWERS; HOWLEY, 2000).

A contração muscular pode ser classificada em contração lenta e contração rápida, de acordo com o tipo de fibra envolvida (BERNE et al., 2004). As fibras musculares podem ser classificadas em duas categorias gerais: fibras tipo I e fibras tipo II com suas subdivisões fibras tipo IIa, IIb e IIc. (FOSS; KETEYIAN, 2000).

As fibras tipo I, de contração lenta, são também chamadas de fibras vermelhas, tônicas, oxidativas lentas, ou aeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000). Essas contêm uma grande quantidade de mitocôndrias, são de alta atividade enzimática oxidativa, apresentam grande número de capilares e altos níveis de mioglobina, fatores esses, que fazem com que essa fibra possua grande capacidade do metabolismo aeróbio de alta resistência à fadiga (POWERS; HOWLEY, 2000).

As fibras tipo IIb, de contração rápida, também chamadas de fibras brancas, fásicas, glicolíticas rápidas e anaeróbias, (FOSS; KETEYIAN, 2000), possuem um pequeno número de mitocôndrias, capacidade limitada do metabolismo aeróbio, sendo menos resistentes à fadiga quando comparadas às fibras lentas e são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhes provêem uma grande capacidade anaeróbia (POWERS; HOWLEY, 2000).

As fibras tipo IIa são fibras intermediárias, também conhecidas como fibras glicolíticas oxidativas rápidas. Exibem alta velocidade de encurtamento e

(23)

uma capacidade moderadamente bem desenvolvida para transferência de energia das fontes tanto aeróbia quanto anaeróbias. Possuem características bioquímicas e de fadiga encontradas entre as fibras tipo IIb e tipo I, por isso são vistas como uma mistura das características de ambas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Elas são extremamente adaptáveis, podendo se adaptar em fibras tipo I através de treinamento de endurance, elevando sua capacidade oxidativa (POWERS; HOWLEY, 2000).

Já as fibras tipo IIc, denominadas primitivas e indiferenciadas, são predominantes nos músculos dos membros e do tronco dos fetos no início da gestação. Por volta da trigésima sexta semana, existem numerosas fibras tipo IIa e IIb e poucas do tipo IIc, o que permite supor que toda a diferenciação maturacional que ocorre no útero se processa a expensas das fibras IIc. Apesar de serem raras e indiferenciadas em pessoas adultas, essas podem auxiliar na reinervação e na transformação das unidades motoras (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Sendo de menor especialização comparada aos outros tipos de fibras, apresenta uma pequena significância para o desempenho muscular, onde representa de 0 a 2% e não mais de 5% na composição total dos músculos (FOSS; KETEYIAN, 2000).

1.2 Treinamento de Força

Para compreender este tópico é necessário esclarecer definições de força máxima, força potência e força de resistência.

Força máxima pode ser definida como a máxima força que o músculo gera durante o exercício em um movimento específico e em uma velocidade específica (FLECK; KRAEMER, 2006). Foss; Keteyian (2000) referem-se à força como a tensão que um grupo muscular exerce contra uma resistência em um máximo esforço. Já Wilmore; Costill (2001) definem força como o vigor máximo gerado pelo músculo ou grupo muscular.

(24)

Força potência é o resultado da força máxima junto à velocidade na execução de um movimento ou aplicação funcional da força e da velocidade (WILMORE; COSTILL, 2001). É a capacidade que o grupo muscular envolvido possui de acelerar na máxima velocidade suportando a fadiga (FLECK; KRAEMER, 2006).

Força de resistência é a capacidade que o músculo tem de executar e suportar ações de força submáxima repetidamente ou sustentar ações musculares fixas durante um tempo prolongado (WILMORE; COSTILL, 2001).

A aptidão que um grupo muscular tem em realizar contrações consecutivas contra uma carga oposta, ou até mesmo suportar uma contração estática por um determinado período, é denominada por Foss; Keteyian (2000), como endurance muscular (resistência muscular). Fleck; Kraemer (2006), por sua vez, descrevem força de resistência ou resistência aeróbia como aumento do consumo de oxigênio de pico associado às funções cardiovasculares na intenção de suportar um desempenho.

Determina-se treinamento de força o exercício que faz com que a musculatura envolvida mova ou tente mover contra uma resistência exercida por algum tipo de força oposta (FLECK; KRAEMER, 2006). Para desenvolvimento da força é necessário aumentar continuamente o estresse muscular, aumentando periodicamente a quantidade de peso envolvido nos exercícios de levantamento de pesos livres ou nos diversos tipos de aparelhos com peso (POWERS; HOWLEY, 2005).

Treinar força visando alcançar os objetivos almejados deve levar em consideração os tipos básicos de contração: isométrica, dinâmica e isocinética (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A contração isométrica é a ativação muscular sem qualquer alteração perceptível no comprimento das fibras musculares, é a força gerada por um músculo que tenta encurtar-se e não consegue devido a uma resistência externa maior ou igual a sua capacidade de contração (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Apesar da falta de movimento articular de alongamento ou encurtamento dos sarcômeros musculares, o treinamento isométrico proporciona grandes ganhos de força se comparados aos métodos dinâmicos (WILMORE; COSTILL, 2001).

(25)

A contração dinâmica é a ação que os músculos realizam em tensão constante, frente a uma resistência ou peso externo. Esses permanecem inalterados tanto na fase concêntrica quanto na excêntrica, diferente da força que varia durante a realização do exercício (FLECK; KRAEMER, 2006).

Para se obter contrações musculares dinâmicas é necessário que ocorra movimento articular esquelético. Estas contrações são representadas de duas formas: contração concêntrica e contração excêntrica (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Contração concêntrica é o processo de encurtamento muscular através de uma contração, onde a tensão é aumentada à medida que ocorre o movimento articular (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003). O músculo encurta-se com tensão variável ao deslocar uma carga constante (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Contração excêntrica é o alongamento que o músculo realiza frente a uma tensão aplicada por uma resistência externa. O peso é abaixado lentamente contra a força da gravidade evitando que esse caia sobre a superfície (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A força excêntrica consiste em movimentos dinâmicos na fase negativa durante a realização do exercício. A fibra muscular alonga-se, exercendo tensão ativa, submetendo o músculo a um maior estímulo e proporcionando um maior ganho de força. Neste tipo de treinamento a capacidade que o músculo tem em resistir à força é aproximadamente trinta por cento maior que nas ações concêntricas (WILMORE; COSTILL, 2001).

O treinamento excêntrico ou resistência negativa refere-se ao alongamento do músculo de maneira controlada em uma ação muscular. Consiste em cargas maiores que uma repetição máxima da fase concêntrica (FLECK; KRAEMER, 2006).

A contração isocinética é a tensão desenvolvida pelo músculo ao encurtar-se com velocidade constante. É a máxima velocidade em todos os ângulos articulares durante toda amplitude de movimento (FOSS; KETEYIAN, 2000). O treinamento de força isocinética é realizado através de equipamentos de alta tecnologia (micro processador e dinamômetro). Tal tecnologia permite ao cientista especializado na área avaliar, testar e treinar os músculos com maior eficiência (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

(26)

A ação realizada pelo músculo não possui uma carga específica a ser alcançada, no entanto, a velocidade angular do movimento é constante e controlada. O movimento inicia-se acelerando até alcançar a velocidade programada. A força de reação reflete a força aplicada no equipamento durante toda a amplitude de movimento do exercício até a desaceleração. Teoricamente, os músculos exercem força máxima contínua durante toda amplitude de movimento, exceto na aceleração e desaceleração (FLECK; KRAEMER, 2006).

Frente ao treinamento de força o organismo sofre diversas adaptações fisiológicas, sendo uma delas as adaptações neurais, responsáveis por grande parte do aumento de força no início do treinamento onde ainda não ocorreu aumento significativo na área transversa do músculo (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

As adaptações neurais desempenham papel importante no aprimoramento da força, aumentando a eficiência nos padrões de recrutamento neural, aumentando ativação do sistema nervoso central, melhorando a sincronização das unidades motoras, embotando os reflexos inibitórios neurais e inibindo os órgãos tendinosos de Golgi (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

Outra adaptação decorrente do treinamento de força, segundo Foss; Keteyian (2000), é a hipertrofia muscular, em que o corpo passa por mudanças fisiológicas, as quais podem ser descritas como aumento de miofibrilas de proteínas contráteis (actina e miosina), da densidade muscular, do tecido conjuntivo e ligamentar e conseqüentemente aumento da secção transversa das fibras existentes, sem alteração em seu número.

A hipertrofia pode ser caracterizada de duas maneiras: hipertrofia transitória, ocorrendo quando há um acúmulo de líquido derivado do plasma sanguíneo, preenchendo os espaços intracelulares e intersticiais do músculo, e, por ser transitório, seu efeito hipertrófico é de curta duração e em poucas horas seu volume é desfeito; e hipertrofia crônica, que é ocasionada pelo treinamento de força prolongado. Essa faz ocorrer alterações nas estruturas musculares aumentando a quantidade de fibras e o diâmetro das fibras musculares já existentes (WILMORE; COSTILL, 2001).

A hipertrofia muscular causada pelo treinamento de força é resultante do aumento da síntese protéica. Essa pode perdurar por até quarenta e oito horas

(27)

pós-exercício, onde a capacidade de sintetizar proteína se torna maior do que na fase de execução (WILMORE; COSTILL, 2001).

Nem todas as fibras musculares possuem a mesma capacidade de desenvolvimento, seu aumento está relacionado ao padrão de recrutamentos de fibras, determinado pelo tipo de treinamento empregado (FLECK; KRAEMER, 2006).

O treinamento de força promove hipertrofia nas fibras tipo I e II, no entanto, as do tipo II tendem a hipertrofiar mais do que as do tipo I. O treinamento de alta intensidade e baixo volume tende a hipertrofiar mais do que o treinamento de alto volume e baixa intensidade, apesar de ambos poderem hipertrofiar de forma seletiva as fibras tipo II e I respectivamente (FLECK; KRAEMER, 2006).

Para se obter hipertrofia é necessário um programa de treinamento superior a 8 semanas de duração. Períodos de tempo inferiores a esse podem influenciar no resultado no que diz respeito às alterações do tamanho dos músculos devido à ausência da elevação de proteínas contráteis nas fibras musculares (FLECK; KRAEMER, 2006).

Estudo realizado com o treinamento de força mostrou que para se obter um aumento significativo das fibras, foram necessárias 16 semanas de atividades intensas e relativo volume de treinamento, assim, a musculatura sofre um maior estresse ocorrendo micro lesões e, conseqüentemente, hipertrofia (FLECK; KRAEMER, 2006).

A carga utilizada em um treinamento, visando proporcionar estímulos suficientes para aumentar a força e conseqüentemente volume muscular, varia de 60 a 80% da carga de uma repetição máxima (1RM) (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003). Um RM é a carga mais pesada suportável por um indivíduo em uma repetição completa em um determinado exercício, segundo Fleck; Kraemer (2006),

Para aprimoramento da força, a realização do treinamento envolvendo o mesmo grupo muscular, mostrou que 2 a 3 sessões semanais compostas de 3 a 12 RM é mais eficaz quando comparado ao treinamento envolvendo repetições superiores a 10 RM durante 4 a 5 vezes na semana. O treinamento contínuo, ao contrário do intervalado, pode influenciar negativamente na recuperação muscular entre as sessões de treinamento, retardando o

(28)

progresso nas adaptações neuromusculares e estruturais, assim como o desenvolvimento de força (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

A hipertrofia também pode ser caracterizada pela hiperplasia, apesar de que pesquisadores ainda não podem afirmar com certeza sua influência no aumento muscular total em humanos, tendo visto que a maior parte da hipertrofia produzida é decorrente do aumento da espessura das fibras e não do número de fibras (WILMORE; COSTILL, 2001).

Hiperplasia muscular também é considerada um fator de adaptação neural, ocorrendo através de divisão longitudinal da célula já existente e a partir de células satélites. A divisão longitudinal é a capacidade de uma fibra muscular hipertrofiada dividir-se em duas ou mais células filhas individuais. Células satélites são células situadas entre a camada basal e a membrana plasmática, essas são responsáveis pela regeneração muscular, fazendo surgir novas fibras após o músculo sofrer algum tipo de estresse (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).

1.2.1 Treinamento de Força e Uso de Esteróides Anabólicos

De acordo com Estevão; Bagrichevsky (2004), fisiculturismo é considerado uma modalidade competitiva da musculação, cujo objetivo, é obter o máximo de volume muscular possível, com mínima porcentagem de gordura corporal e máxima definição. Nesta prática, os fisiculturistas desejam que ocorra máximo desenvolvimento da hipertrofia muscular e é aceitável entre eles, que se extrapolem os limites fisiológicos humanos para consegui-la. Isso, muitas vezes, é conseguido predominantemente, através do uso corrente de esteróides anabolizantes androgênicos e de muitas horas gastas com intensos exercícios resistidos em academias.

Segundo Foss; Keteyian (2000), treinamento de força é a capacidade do indivíduo de exercer e impor uma tensão contra uma resistência controlada por vontade própria e que depende, principalmente, de fatores mecânicos, fisiológicos e psicológicos, para conseguir atingir uma determinada meta. É a qualidade física que permite um músculo ou grupamento muscular produzir

(29)

uma tensão máxima, através da sua contração muscular e vencer uma resistência qualquer, na ação de empurrar, elevar e tracionar.

A hipertrofia muscular, que é uma adaptação muito conhecida decorrente do treinamento de força, caracteriza-se principalmente pela maior concentração de proteína contrátil encontrada no interior das fibras musculares, motivo pelo qual um músculo com maior área transversa é mais forte que um de área menor área transversa. O treinamento resistido com pesos pode resultar em aumento na área transversa de uma fibra de vinte (20) a quarenta e cinco por cento (45%), com possibilidade de atingir cinqüenta por cento (50%) (FLECK; SIMÃO, 2008).

Segundo Guimarães Neto (1998), atletas de várias modalidades como, nadadores, jogadores de futebol e atletas de outros esportes, usaram ou ainda utilizam substâncias proibidas no meio esportivo, caracterizadas por suas propriedades anabólicas, denominados esteróides. Dentre eles, os levantadores olímpicos, basistas e culturistas são os que utilizam com mais freqüência e quantidade, visando um maior desempenho em treinamentos e desenvolvimento de massa muscular magra.

Guimarães Neto (1998), afirma ainda que mesmo os atletas sendo do sexo masculino a intenção é administrar quantias extras de esteróides anabólicos e beneficiar-se de suas propriedades anabólicas (agressividade para suportar cargas mais altas, maior síntese protéica). Com isso, realizando os chamados ciclos, que são períodos destinados à administração da droga, que podem combinar várias drogas ao mesmo tempo, com ou sem intervalos de uma série de administração e de tais anabólicos.

Segundo Brower (1993), costumam ser usados ciclos de 4 a 12 semanas, nos quais as doses e as quantidades de drogas diferentes vão aumentando aos poucos para, depois de chegarem a um pico, serem retiradas lentamente. Na fase de pico dessa pirâmide, chega-se a usar 5 a 6 tipos de EAAs, incluindo preparações orais, parenterais e veterinárias, administradas em doses 10 a 100 vezes maiores que as utilizadas em estudos médicos com esses agentes (POPE; KATZ, 1988). Esta estimativa de dose é imprecisa pelo fato de nem todos EAAs terem uma equivalência de dosagem, além de ser comum o uso de drogas para uso veterinário e mesmo caseiras (POPE; KATZ,

(30)

1994), o que ocorre pela necessidade de receita médica, inclusive no Brasil, para se obter esses agentes oficialmente (SCIVOLETTO; MELEIRO, 1994).

O Comitê Olímpico Internacional define doping como sendo o uso de substâncias fisiológicas em quantidades anormais, ou por métodos anormais, com o intuito de obter ganho artificial e injusto de rendimento na competição (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1987). Mesmo ilícito, entretanto, o uso de esteróides anabólicos androgênicos por atletas, se iniciou na década de 70 e vem aumentando desde então. O início do emprego de testes antidoping específicos, a partir dos Jogos Panamericanos de Caracas, em 1983, ao invés de coibir o consumo, tem tornado os métodos empregados para o seu uso cada vez mais sofisticados, possibilitando que por ocasião dos testes de competição, o atleta não seja flagrado. Por essa razão, na última década foram introduzidos os testes-surpresa, ou seja, sem aviso prévio, durante a fase de treinamento mais intenso (fase em que supostamente ocorre o uso de EAA). Desta maneira, muitos atletas, que inúmeras vezes haviam sido testados negativamente, tiveram resultados positivos. Todavia, acredita-se que muitos outros continuem se dopando sem serem apanhados (PEDRINELLI, 1993).

Entretanto, não se deve pensar que somente o efeito do fármaco irá desenvolver hipertrofia e força em fibras musculares. A posição da literatura a respeito dos efeitos anabólicos de esteróides na promoção de desenvolvimento de força é relativa. Em estudo realizado por Crist; Stackpole; Peake (1983), não se constataram alteração significativa à composição corporal onde fora utilizado o cipionato de testosterona e decanoato de nandrolona em conjunto com atividade de exercícios resistidos com pesos, sendo que muitos fatores contribuem para o desenvolvimento de força, incluindo hereditariedade, intensidade do treinamento, dieta e características psíquicas.

Porém, segundo Bhasin et al., (1996), em pesquisa realizada com alguns indivíduos onde foram ministradas doses de testosterona associada ao treinamento de força, observou-se um significativo ganho de massa isenta de gordura.

Um esteróide anabólico muito utilizado nesse meio é o Decanoato de Nandrolona por causar bons ganhos com relação à massa muscular. Isso pode estar relacionado com a sua força moderada de ligação ao receptor

(31)

androgênico, desenvolvendo um efeito notável de retenção de nitrogênio, que é o fator mais importante no crescimento muscular e nos ganhos de massa isenta de gordura, certamente relacionada também com a dose administrada (BHASIN et al., 1996). Um estudo de Lewis et al., (1999), cita controvérsias com relação ao ganho ou não de peso corpóreo. Relacionando resultados encontrados em humanos com aqueles encontrados em modelos animais Lewis et al., (1999) e Prezant et al., (1997), mostram que altas doses de esteróides podem reduzir o ganho de peso em ratos significativamente, sendo que este esteróide potencializa a atividade de RNA que, por sua vez aumenta a síntese protéica podendo aumentar significativamente a massa muscular e força. Da mesma forma, Tetsuro et al., (2001), relatam que a administração de esteróides anabólicos em humanos potencializa a síntese protéica e causa hipertrofia da musculatura esquelética, e estas adaptações são realçadas quando os esteróides anabólicos são combinados com exercícios de resistência.

1.3 Esteróides Anabólicos

Para entender este tópico é necessário esclarecer primeiramente o que significa Esteróides, Anabólicos e Androgênicos.

Segundo Abrão (2003), anabólicos são todas as substâncias que de alguma forma induzem o organismo no processo de construção, como síntese protéica e crescimento muscular.

Esteróides são hormônios que apresentam em sua estrutura química um núcleo esterol. Estes hormônios são considerados primordiais por apresentarem funções reguladoras no organismo (ABRÃO, 2003).

Existem três categorias básicas de esteróides: andrógenos, estrógenos e corticóides. Andrógenos são hormônios provenientes do colesterol tais como a testosterona e seus metabólitos, diidrotestosterona e a androstenediona, esses são responsáveis pela formação das características sexuais masculinas (androgênicas) predominantes (pêlos no rosto e corpo, voz grossa, maior

(32)

massa muscular e pele mais grossa). São produzidos em sua maioria nos testículos e uma pequena parte nas glândulas adrenais (RIBEIRO, 2001).

Estrógenos são hormônios predominantes nas mulheres, responsáveis pela formação dos caracteres sexuais femininos (pele mais fina, ausência de pelo corporal, formação de seios, pouca massa muscular e maior acúmulo de gordura). São produzidos em sua maioria pelos ovários e uma pequena parte pelas glândulas adrenais (GUIMARÃES NETO, 1998).

Corticóides, produzidos por ambos os sexos pelas glândulas adrenais, não possuem efeito anabólico e sim analgésico, antiinflamatório e catabólico, portanto atletas que desejam aumentar massa muscular devem procurar evitá-los (GUIMARÃES NETO, 1998).

É importante salientar que, assim como os corticóides, os andrógenos e os estrógenos também são encontrados em ambos os sexos só que em pequenas quantidades. (ABRÃO, 2003).

O homem possui quatro formas principais de andrógenos na circulação sanguínea, a testosterona em maior quantidade atingindo nível dez vezes maior que o diidrotestosterona (DHT), que apesar de ser em menor quantidade é muito mais potente que a testosterona, androstenediona, deidroepiandrosterona (DHEA) e seus derivados sulfatados (DHEAS) (CUNHA et al., 2004).

A testosterona é o principal hormônio androgênico do sexo masculino secretado pelas células intersticiais de Leydig nos testículos. Estas células são acionadas pelo hormônio luteizante (LH) que é estimulado pelo hormônio folículo estimulante (FSH), e esse, pelo hormônio de liberação das gonadotrofinas atuante na hipófise anterior que, por fim, é controlada pelo hipotálamo (SILVA et al., 2002).

Em pequenas quantidades diárias, a testosterona é lançada ao sangue que se encarrega de transportá-la até os receptores-alvos a fim de cumprir suas funções (CUNHA et al., 2004). No homem, a produção natural de testosterona é cerca de 4 a 9 mg dia, enquanto na mulher é de 0,5mg dia, daí a dificuldade em ganhar massa muscular (RIBEIRO, 2001).

A testosterona na sua forma natural após ser absorvida, 50% de sua dose é metabolizada em dez minutos e os outros 50% restantes nos dez minutos seguintes, não se detectando nenhum indício de testosterona no

(33)

organismo ao findar da primeira hora. A partir daí, especialistas inventaram meios de manipular as moléculas de testosterona acoplando ésteres carbônicos transformando-as em substâncias sintéticas menos polares de liberação controlada com o propósito de aumentar seu tempo de duração e ação, o que hoje conhecemos como Esteróides Anabolizantes Androgênicos (EAAs) (ABRÃO, 2003).

Cunha et al., (2004), referem-se aos EAAs como compostos formados a partir da testosterona e seus derivados, que atuam sobre receptores androgênicos produzindo efeitos tanto anabólicos quanto androgênicos, sendo uns mais androgênicos que outros. Nenhum fármaco encontrado atualmente é capaz de produzir unicamente efeitos anabólicos.

Os EAAs possuem em sua estrutura variações químicas classificadas em 17-alfa-alquelados, 17-beta-ésteres e 1-metil esteróides, as quais exibem peculiaridades distintas, mas com os mesmos propósitos (ABRÃO, 2003).

Dentre suas variações mais usadas dividimos os EAAs em duas classes: Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos e Injetáveis (17-beta-ésteres)

Orais (17-alfa-alquelados) em forma de comprimidos quando ingeridos, passam pelo estômago sendo absorvidos pelo intestino e metabolizados no fígado, onde provocam grande sobrecarga devido à alcalinização de sua molécula, causando grande hepatoxidade. Sua meia vida varia entre 4,5 a 9 horas dependendo do EAA. Dentre eles, podemos citar alguns dos mais utilizados: fluoximesterone (halotestin), metandrostenolona (anabol), oximetalona (hemogenin), stanozolol (winstrol), oxandrolona e metiltestosterona (GUIMARÃES NETO, 1998).

Injetáveis (17-beta-ésteres) são menos nocivos que os orais e devem ser injetados por via intramuscular profunda. Possuem solubilidade lipídica, o que minimiza a contaminação por bactérias e retarda sua liberação na circulação sanguínea prolongando sua ação, o que proporciona um maior intervalo entre aplicações. A stanozolol é uma exceção, pois apresenta veículo aquoso, sendo mais suscetível a bactérias. Sua absorção é rápida declinando rapidamente após seus cristais serem dissolvidos (GUIMARÃES NETO, 1998).

Dentre os injetáveis podemos citar alguns de maior aceitação pelos usuários: decanoato de nandrolona (deca-durabolin), (durateston) composto de

(34)

4 sintéticos (propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato de testosterona), cipionato de testosterona (deposteron), mentelona (primabolan), acetato de trembolone (parabolan) e undecilenato de boldenona (equifort), droga exclusivamente veterinária (PERES; GUIMARAES NETO, 2005).

No tratamento médico os EAAs vêm sendo utilizados em diversas condições patológicas relacionadas às deficiências androgênicas, balanço nitrogenado negativo, hipogonoidismo, sarcopenia, micropênis neonatal, puberdade e crescimento retardado ou exagerado, síndrome de Turner, câncer de mama, osteoporose, doenças debilitantes crônicas, após grande cirurgia, queimadura grave, paciente com HIV, doença pulmonar crônica, distrofia muscular (SILVA et al., 2002).

De acordo com Ribeiro (2001), os esteróides anabólicos androgênicos também promovem efeito placebo, psicológico, euforizante, anticatabólico, diminui o cansaço e melhora a síntese protéica. Já Silva et al., (2002), acrescentam o aumento da massa muscular, aumento da concentração de hemoglobina e hematócrito, retenção de nitrogênio, aumento de deposição de cálcio nos ossos e aumento da queima de gordura, motivos esses que levam atletas a utilizar tais fármacos no intuito de melhorar o desempenho.

EAAs em doses terapêuticas causam poucos efeitos colaterais, acontece que para outros fins o uso é feito em doses elevadas e abusivas (RIBEIRO, 2001).

McArdle; Katch; Katch (2003) relata que o uso de esteróides anabolizantes chega atingir dez a duzentas vezes mais que a dose recomendada e de maneira prolongada, o que denominamos de ciclo.

Ciclo refere-se a qualquer período de tempo em que o indivíduo utiliza-se de esteróides. Este período geralmente varia de quatro a dezoito utiliza-semanas onde são utilizados métodos variados de administração de droga. O método pirâmide inicia-se com a utilização de doses pequenas aumentado progressivamente até o ápice e depois reduz progressivamente. Stacking é a utilização de vários esteróides anabolizantes ao mesmo tempo divididos de acordo com sua toxidade. Ambos os métodos são utilizados por alguns indivíduos de maneira conjunta (SILVA et al., 2002).

(35)

Apesar de tantos pontos positivos, vale lembrar que esteróides anabolizantes androgênicos podem causar diversos efeitos colaterais e, dependendo da dose administrada, levar até a morte.

Peres; Guimarães Neto (2005) enumera alguns prováveis problemas relacionados ao uso indevido de EAAs: calvície, acne, agressividade, hipertrofia prostática, hipertensão arterial, limitação do crescimento, hipercolesterolemia, ginecomastia, virilização em mulheres, impotência, esterilidade, atrofia testicular, dores de cabeça, insônia, hepatoxidade, problemas renais, problemas de tendões e ligamentos, mudanças no sistema imunológico e câncer.

1.3.1 Undecilenato de Boldenona (Equifot)

Segundo a bula do Equifort (1996), o undecilenato de boldenona (17 beta hidróxi-androsta – 1,4 dien – 3 one 10 undecanoato) é uma droga exclusivamente veterinária usada em eqüinos (ANEXO A). Pode ser encontrada no Brasil com o nome comercial EQUIFOT (Laboratório Vetbrands) na concentração de 50mg de undecilenato de boldenona por ml. Sua aplicação é exclusivamente por via intramuscular na dosagem de 1 ml para cada 50 Kg de peso em intervalos de duas a três semanas.

Equifot é recomendado no tratamento coadjuvante de patologias como: distrofia muscular, osteoporose, anemia aplástica, caquexia, anorexia, debilidades pós-cirúrgicas e excesso de treinamento (EQUIFORT, 1996).

Undecilenato de boldenona é uma droga bem tolerada por apresentar efeitos colaterais discretos quando administrada na forma recomendada. Apresenta como característica resposta terapêutica imediata e duradoura, (EQUIFORT, 1996), por apresentar em sua estrutura um éster longo de 11 carbonos (QUEL, 2008), uma meia vida de 14 a 16 dias aproximadamente (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005), propriedades anabólicas acentuadas, pouca atividade androgênica (por ter pouca afinidade com a enzima 5-alfa-reductase), hepatoxidade moderada e baixa aromatização (por ter pouca afinidade com a enzima aromatase) (QUEL, 2008).

(36)

Mas, como todo esteróide anabolizante ocasiona efeitos colaterais, o undecilenato de boldenona não é diferente. Se administrado de forma abusiva pode ocasionar efeitos androgênicos tais como: aumento da oleosidade cutânea (provocando acne), queda de cabelo (devido à conversão em DHT), aumento da pressão arterial (devido à retenção de sódio ocasionando uma retenção hídrica), média inibição ao Eixo Testicular Pituitário Hipotalâmico (HTPA), hepatoxidade, agressividade e ginecomastia (QUEL, 2008).

Também devemos mencionar que undecilenato de boldenona possui algumas características únicas como: aumento de apetite (ótimo para ciclos de ganho de massa muscular), grande vascularização (por intermédio do aumento da produção de glóbulos vermelhos do sangue) (QUEL, 2008), aumento de força, densidade e volume muscular (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).

Apesar de ser exclusivamente veterinário, o undecilenato de boldenona vem sendo utilizado por fisiculturistas em ciclos de até 8 semanas envolvendo dosagens referentes a 150mg até 300mg por semana em homens e 50mg a 100mg por semana em mulheres (PERES; GUIMARÃES NETO, 2005).

O uso de undecilenato de boldenona é considerado doping, sendo detectado facilmente em exames até mesmo depois de quarenta dias pós a última aplicação. Portanto, sua venda só e permitida através de prescrição obrigatória de um médico veterinário (EQUIFORT, 1996) (ANEXO A).

1.3.1.1 Undecilenato de Boldenona e Exercício.

O presente fármaco sintético é utilizado principalmente por atletas de fisiculturismo, porém, jovens também se arriscam em busca da aquisição de ganho de massa muscular, força física, além dos benefícios em relação a densidade muscular, apesar dos efeitos reversíveis ou irreversíveis que incluem, complicações hepáticas, endócrinas, cardiovasculares e prováveis alterações de comportamento. Estudos são realizados freqüentemente em animais na tentativa da inferência destes resultados em humanos. Nestes estudos, são realizados exercícios de força para animais prolongando estas adaptações aos humanos, devendo ser desta forma, caracterizados com

(37)

excelência para efetivos estudos na área do desempenho, mostrando ainda que os exercícios são um importante fator para adaptações fisiológicas durante a realização do mesmo, modificando o peso corporal e demais modificações morfológicas (HONGKUI et al., 2000).

Sendo o Undecilenato de Boldenona semelhante ao fármaco Nandrolona, pode-se fazer uma relação entre as duas drogas devido à escassez de estudos sobre a droga do presente estudo e ao grande número de trabalhos realizados com a Nandrolona. Em seu estudo, Cunha et al., (2006), observaram resultados negativos relacionados à hipertrofia com a associação de exercício e nandrolona. No entanto, embora tal fármaco possa estimular a síntese protéica e aumentar a retenção hídrica, o excesso de tal substância pode inibir o crescimento corporal e ganho de peso (CARSON et al., 2002).

Em outro estudo, Zago e Guimarães (2004), verificaram hipertrofia não só na musculatura esquelética como também na cardíaca, resultados esses obtidos através de treinamentos semelhantes ao do presente estudo. Estudos ainda relacionados ao uso de nandrolona, como o de Chaves et al., (2004), cujas doses relacionadas à nandrolona foram supra farmacológicas, impediram a adaptação induzida pelo exercício ao músculo cardíaco, já sendo de menor adaptação ao exercício aeróbio. Já em estudo realizado por Villaça et al., (2005), apenas o uso de nandrolona foi suficiente para induzir bons resultados em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) moderada a grave, obtendo maior ganho de peso corporal, ganho de massa isenta de gordura e força muscular.

2 O EXPERIMENTO

2.1 Material e Métodos

2.1.1 Condições Ambientais

Para que os animais não sofressem qualquer tipo de estresse, o Biotério e o laboratório onde foi realizado o treinamento estão localizados num lugar

(38)

afastado, longe de eventuais barulhos, no Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (Curso Educação Física) Lins-SP.

O Biotério onde as amostras estavam alojadas possui janelas de vidro para entrada de ar com tela protetora impedindo a entrada de pássaros e insetos, os quais podiam estar contaminando de alguma forma os animais, comprometendo a pesquisa. A sala tem capacidade de acomodar lateralmente em prateleiras de alvenaria 60 gaiolas plásticas forradas de serragem com até cinco animais cada.

O local não possui climatização, permanecendo assim em temperatura ambiente ao abrigo da luz solar, mas sujeito a ciclo claro/escuro de 12 em 12h, que se inicia as 6h, terminando as 18h.

Diariamente, no período da tarde, as gaiolas eram trocadas por outras com serragem limpa e os animais alimentados com ração para animais de laboratório com 23% de proteína (Manutenção MP – 77, Ração Probiotério Moinho Primor S/A) e água de torneira, ambas servidas à vontade.

O laboratório apresenta condições favoráveis a treinamentos. Possui mesas de granito, ventiladores, ar condicionado, pia, materiais específicos para realizações de pesquisas e um tanque de vidro onde os animais realizaram o treinamento.

2.1.2 Amostra Experimental

A amostra experimental foi composta por vinte ratos machos, da linhagem Wistar (Rattus Novergicus), sedentários, aparentemente saudáveis, com tempo de vida entre 60 e 90 dias, escolhidos aleatoriamente no Biotério.

Os animais foram divididos em quatro grupos; dois grupos submetidos a treinamento físico, um treinado (T) e outro treinado com uso de esteróide anabolizante (TA). Os outros dois grupos, sem atividade física, foram denominados sedentários (S) e sedentários com uso de esteróide anabolizante (SA). Cada grupo foi separado em caixas plásticas de 40x34x17cm sendo que cada caixa alojou cinco animais marcados com caneta pincel na parte proximal da cauda para identificação e controle (APÊNDICE A).

(39)

2.1.3 Material

Na realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais: a. Álcool hidratado 70%;

b. Algodão;

c. Balança eletrônica (Filizola BP6); d. Balde de 3 litros com tampa; e. Bisturi;

f. Caneta Pincel; g. Chuveiro elétrico;

h. Colete de vélcro com peso acoplado; i. Cronômetro;

j. Éter;

k. Equifort (undecilenato de Boldenona 50mg); l. Isopor;

m. Ketamin (cetamina 50mg); n. Luva cirúrgica;

o. Luva de Raspa de Couro; p. Navalha; q. Papel toalha; r. Pinça; s. Recipientes plásticos; t. Sabonete; u. Secador elétrico;

v. Seringa e agulha de insulina; w. Solução de formol; x. Soro fisiológico; y. Tanque de vidro; z. Termômetro; aa. Tesoura; bb. Toalha de algodão; cc. Tubo de PVC.

(40)

2.1.4 Teste

Protocolo 1-Tricotomia

Os animais foram colocados, um por vez, em um balde com tampa junto a um algodão encharcado com éter por aproximadamente 5 a 10 minutos até adormecerem. Ao adormecerem, foi feita a raspagem dos pêlos de ambas as coxas traseiras. A perna do animal foi posicionada entre o dedo indicador e médio, com o polegar e o anelar foi puxada a perna para traz esticando o couro. Desta forma, a pelagem foi molhada com água e sabonete e com a outra mão munida de uma lâmina de barbear, raspou-se a pelagem no sentido favorável aos pêlos.

Esse processo facilita na assepsia do local e melhora a visão muscular no momento da aplicação do Esteróide Anabolizante.

Todo procedimento descrito foi realizado com as mãos protegidas com luvas cirúrgicas.

Protocolo 2 - Administração do medicamento

Os animais dos Grupos TA e SA receberam injeções intramuscular nas coxas traseiras de Undecilenato de Boldenona (Equifort / Purina / Virtibrands 1ml/50kg) (ANÉXO A) na dosagem referente a 1ml/5kg, dose esta dez vezes maior que a recomendada pela bula do fabricante.

Segundo Peres; Guimarães Neto (2005), as regiões mais indicadas para aplicação de injeções intramuscular em humanos são: deltóide, glúteo médio, grande glúteo e músculo vasto lateral.

“Nas academias de fisiculturismo é comum uma pessoa que busca uma maior força por meio da química, utilizar uma doze de 10 a 100 vezes superior a recomendada” (POWERS; HOWLEY, 2005, p.85).

Referências

Documentos relacionados

Nesse contexto, quando o indivíduo age de acordo com o princípio da utilidade, ele cuida de si mesmo através do cultivo da sua natureza humana esse cultivo é a expressão do amor

This paper is dedicated to the analysis of the perspectives regarding entrepreneurship of Portuguese polytechnic teachers on the context of their institutions, the types of

Therefore, the objective of this study was to evaluate the quality of life of patients who suffer from low back pain with the use of the SF-36 questionnaire (functional

O Documento Orientador da CGEB de 2014 ressalta a importância do Professor Coordenador e sua atuação como forma- dor dos professores e que, para isso, o tempo e

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

O Fórum de Integração Estadual: Repensando o Ensino Médio se efetiva como ação inovadora para o debate entre os atores internos e externos da escola quanto às

A etapa de sensibilização da equipe escolar se desdobrará em duas ações: apresentação do Programa e de seus resultados à comunidade escolar: A etapa de reconstrução