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Largo Coração de Jesus, 154 SÃO PAULO BRASIL

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1 Largo Coração de Jesus, 154

SÃO PAULO — BRASIL

São Paulo, 15 de novembro de 1957. Caríssimos Irmãos,

Laus Deo!

No dia 02 de novembro — dia dos Mortos — depois de ter celebrado a santa missa, expirava improvisamente às nove horas, por causa de um colapso cardíaco, o nosso caríssimo irmão

com 49 anos de idade, 30 de profissão religiosa salesiana e 22 de sacerdócio.

É verdade que o seu estado de saúde, já de alguns anos para cá, não era florido. Mas a notícia de sua morte foi um golpe de raio para todos nós. Ele estava recolhido, como já em outras ocasiões, numa casa de saúde junto ao mar - em São Vicente – perto da cidade de Santos, para alguns dias de descanso, para depois retomar o árduo trabalho com sua massa ingente de alunos externos desta excepcional casa salesiana. Escreveu um dia antes que estava bem e que retornaria na manhã do dia 03 de novembro. Mas o Senhor lhe mudou a viagem para o Paraíso. Seja feita a sua Santa Vontade.

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2 Padre Avelino Canazza nasceu em Araraquara, no Estado de São Paulo, no dia 05 de agosto de 1908, filho de Artur e Júlia Manfrin, família de profundo espírito cristão. Desde pequeno viveu bem e frequentou uma escola elementar particular. Um padre capuchino – Luis Sant’Ana – que depois foi eleito bispo, de passagem pela cidade, conheceu o menino e descobriu nele sinais de vocação religiosa, e quis encaminhá-lo para os salesianos. De fato, escreveu para o senhor Inspetor, padre Pedro Rota:

“Importa-me incomodá-lo o desejo de fazer um grande favor a um ótimo menino que manifesta todos os sinais de verdadeira vocação religiosa, e que será futuramente – assim o espero – de utilidade para a Sociedade Salesiana. Trata-se do jovenzinho Avelino Canazza, natural de Araraquara, com 12 anos de idade, filho de pais excelentes, cristãos fervorosos. É assíduo à igreja e é coroinha. Várias vezes me pediu que encontrasse um instituto para vocações religiosas”.

E o menino entrou no aspirantado de Lavrinhas no dia 10 de maio de 1921. Viveu uma vida de estudo sério, de sólida piedade e de alegria salesiana. Era entusiasta pelas Companhias Religiosas, para as funções solenes, pelo canto e pelo teatrinho. E se prepara com amor para a via salesiana. No dia 10 de dezembro de 1925 faz o pedido para ser admitido ao Noviciado, e entre tantas coias escrevia: “Sobre a minha vocação não tenho dúvidas, e com a graça de Deus, a bênção de Maria Auxiliadora e de Dom Bosco, espero ser Salesiano e permanecer na Congregação até à morte”. De fato, para ele o Noviciado foi uma verdadeira escola de formação para a vida religiosa. Quando se preparava para a primeira profissão, assim escreveu para o seu diretor: “Eu me esforcei para que o meu Noviciado fosse verdadeiramente uma boa preparação próxima para os Santos Votos. Parece-me ter conseguido bastante bem... O meu desejo é de consagrar-me para sempre na vida religiosa salesiana para santificar-me mediante o trabalho que a obediência de determinar”. Professou no dia 28 de janeiro de 1927.

Os dois anos de Filosofia os fez também em Lavrinhas. Sempre animado pelos mais belos sentimentos de vida religiosa salesiana. Sempre sereno e alegre.

O tirocínio foi nesta grande casa. A sua preocupação eram os seus assistidos e a aula. Ele os queria disciplinados, fervorosos, entusiastas pelas funções religiosas. O mês de maio para ele e para os seus meninos devia ser um jardim de virtudes. E sempre decidido a permanecer “ad vitam” na Congregação Salesiana pediu para fazer os votos perpétuos, o que se deu no dia 28 de janeiro de 1933. Os quatros anos de Teologia, no Pio XI de São Paulo, os dedicou com amor à sua formação sacerdotal. Era ordinato e diligente. Os seus cadernos de apontamentos andavam

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3 em competição entre os companheiros. Amava a Liturgia e o Canto Gregoriano, queria solenes e bem feitas as funções e se alegrava quando convidado a organizá-las e dirigi-organizá-las. Falava com verdadeira efusão de ânimo de seu futuro campo de trabalho.

Terminados os estudos faz ao diretor o seu pedido para o sacerdócio no dia 08 de dezembro de 1935: “Esperei esta data para fazer o pedido ao formidável sacerdócio, para que seja a mesma Virgem que o acompanhe, senhor Diretor, para que ela conceda o meu sacerdócio e me conceda a graça de ser imitador de Dom Bosco na procura unicamente das almas e especialmente, dos jovens”. E diz “ter invocado muito as luzes do Espírito Santo e a proteção de Maria Auxiliadora Imaculada”.

Foi ordenado sacerdote no dia 29 de dezembro de 1935. Cheio de Deus e de salesianidade estava pronto para um apostolado fecundo. De 1936 a 1940 o encontramos no Liceu de Campinas: um ano como Catequista e os demais como Conselheiro Escolar. Revelou logo um coração boníssimo, compreensivo, uma vontade decidida a fazer sempre o bem para todos.

Em 1941 foi transferido para este Liceu de São Paulo, trabalhando três anos com os internos e sete anos com os externos. A sua atividade salesiana foi extraordinária. Era o salesiano de Deus e dos jovens.

Fiel e pontual no primeiro turno de meditação, embora as aulas noturnas terminassem às 23h30. A pontualidade se manifestava também nas práticas de piedade. Era obsequioso com seus diretores. Sabia sacrifica seu parecer, mesmo com sacrifício, para manter o espírito de união numa casa onde o capítulo é um dos mais numerosos.

O “pequeno clero” do Externato, quando em suas mãos, chegou a tal ponto de técnica, perfeição, piedade, unção, que o saudoso padre Berruti disse não ter visto igual em nenhum lugar do mundo.

Todos o queriam bem e o padre Avelino era amigo de todos. Encontrava-se muito bem neste lugar quando os superiores quiseram confiar-lhe um cargo de grande responsabilidade, nomeando-o diretor do Liceu de Campinas, casa muito importante da nossa Inspetoria. Padre Avelino se submeteu à obediência e trabalhou como “bonus miles”, como bom soldado. As dificuldades não eram poucas, a saúde se deteriorou. E ele, que era de uma sensibilidade agudíssima, sofria muito. Foi edificante a sua obediência aos superiores também em meio às mais variadas contrariedades.

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4 Terminado o triênio, em 1954 voltou novamente para este Liceu, encarregado do grande Externato e Diretor do Oratório Festivo. E não obstante a fragilidade de sua saúde trabalho tenazmente até à morte.

O salesiano apóstolo deve distinguir-se pelo seu sensível interesse pelo Oratório Festivo, pelas vocações e pelas Missões. E foi justamente uma das notas mais características do nosso padre Avelino Canazza. Toda a semana a passava com seus estudantes: aula, assistência, direção. O domingo era todo para os seus Oratorianos, verdadeiros meninos da rua, abandonados, pobres. Este trabalho era a sua segunda alma. Precisava vê-lo como queria o seu bem. Providenciava tudo para eles, para a alma e para o corpo. Pedia esmola para os seus molequinhos. E sabia encontrar almas generosas.

Para as vocações era extraordinário. As descobria, as cultivava, as seguia na casa de formação, providenciava o sustento com bolsas de estudo que conseguia entre benfeitores e alunos externos.

O mesmo ardor o tinha para com as Missões. Trabalhava e fazia os meninos trabalharem. Padre Avelino foi um benemérito.

A sua morte foi muito sentida. Quantos irmãos que choraram. Quantas mães choravam muito porque perderam o bom padre de seus filhos. Um particular: era o dia 03 de novembro, domingo. No Estádio Municipal havia uma partida de futebol. Assistência numerosíssima e barulhenta. Num determinado momento a partida foi suspensa e foi feito um minuto de silêncio em memória do padre Avelino. Muitos naquele momento rezavam. Foi uma consagração popular.

Os funerais foram solenes com a participação da Schola Cantorum dos estudantes de Teologia do Pio XI (Lapa). O abaixo assinado cantou a missa e o senhor Inspetor, padre Antonio Barbosa deu a absolvição final. Na saída do caixão um oratoriano e um aluno dilaceraram o coração de todos os presentes com o seu sentido adeus. Depois um longo cortejo de automóveis se formou pelas ruas da cidade. Meninos do Oratório Festivo corriam aflitos ao lado do carro fúnebre até que cansados o perderam de vista. No cemitério, o padre Virgínio Fistarol, sem companheiro, inspetor da Inspetoria do Rio de Janeiro, disse comovente saudação.

Caros irmãos, muito se rezou. Enquanto os restos mortais ficaram na nossa igreja deu-se um suceder-lhe contínuo de irmãos, alunos e fiéis. Foram celebradas muitas santas missas. Rezemos ainda. Requiescat in pace.

Agradecemos todos aqueles que participaram da nossa dor. Ao querido pai e irmãos o nosso religioso “obrigado”.

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5 Convido a todos pedirem ao Senhor outras vocações do espírito do nosso padre Avelino.

Queiram rezar por esta casa e pelo vosso irmão

PE. JOSÉ STRINGARI DIRETOR DADOS PARA O NECROLÓGIO:

PE. AVELINO CANAZZA

*Araraquara (SP - Brasil), 05 de agosto de 1908,

†São Vicente (SP - Brasil), 02 de novembro de 1957 com 49 anos de idade,

30 anos de vida religiosa salesiana e 22 anos de presbiterado.

Referências

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