h^^
w
I>>.4:
l
7
4"ll-L.DA TllINDADE-13
TELEF. 369951 LISBOA
o
EXAME
EXAMINADO,
'
OU
RESPOSTA
AOS
'senhores
bacharéis
JOÃO
BERNARDO
da
ROCHA,
E
NUNO
PATO
MONIZ.
POR
JOSÉ'
AGOSTINHO
DE
MACEDO.
Nos
tecagamos
,ai \
com
queabundanca
í
.
Bacharel João
Bernardo,
Soneto aos annos 3 etc.LISBOA:
Na
Impt^ssAo
Regia.
Anno
1812,
EPISTOLA
DEDICATÓRIA
AOS
SENHORES
EACKaREIS
jpÃO
BERNARDO
da
ROCHA,
E
NUNO
PATO
MONIZ.
Senhores.
r
y
Orno Vv,mm.
são tão judiciosos crí-ticos, e tao imparciaes, tomoa
liberda-de de dedicar
ao
seunome
o senmesmo
^f^^rne examinado,Buscão
os authores desvalidoshum
amparo
seguro contra
a
mordacidade
, e contraa
inveja dos Zoi-los, e onde poderei eu
achar
estecouto segure senão
d
sombra do seumesmo
no-me
,mo
so por este lado eume
applau-do
a
mim
mesmo
pela boa escolha queHz
de
Mecenas, mas
por acharhum
meiode
testemunhara
Fy,mm.
, quç sou de Vv.mm.,
etc. ^^^
Lisboa II deJunho
de x8i2.7osé
Agostinho deMacedo
ADVERTÊNCIA.
\J
Uando
appareceo nesta Capicalhum
papel infame , ou libello infamatorioia-tltulado oFeitiço contra o Feiticeiro ,
res-pondi
como
Christáo publicandohum
pa-pel intitulado
=
Reflexões Theologicas ePoliticas sobre a
enormidade
dos Libelosinfamatorios
=._0
exame
critico doPoe-ma GaPoe-ma
contêm
asmesmas
injuriaspessoaes, os
mesmos
ultrages, asmesmas
invectivas ; eu
me
esqueço de tudo , e porcerto ,
hum
Christáo dos primeiro^sécu-los náo responderia
com
maiormodera-ção
do
Gue eu respondo.Limito-me
uni-camente
á parre Litteraria , ecomo
em
cada pagina
do
illustrado ejíame eu sou tra-tado deSandeo
, eu procureitambém
mostrar que existe
em
cada paginado
illustrado
exame
huma
Sandice Entremim
5 e estes Senhores , ha estadifíeren-ça : elles atacáo a pessoa , e dei'«jáo a
obra 5 eu
examino
aobra , e deixo ao
EXAME
EXAMINADO.
O
Ahio
da rua dos ÇapateirosN.
il,outra obra
como
a do ProfessorRégio
,
Conto ; respondi a
Couto
, porque erahuma
injuria j respondotambém
a esta,
porque ainda he
maior
injuria.Quando
aparece papel contramim
, já nãome
cançoem
vèr o titulo , está sabido ,oa
Couto,
ouRocha,
iou Pato,
daqui náopassa 3 o contheudo
também
já se sabeo
que ha de ser, injurias, insultos, ataques pessoaes, citações da Sátira de Boc?r^e
,
personalidades afrontosas , etc.
Todos
trêsd'zem sempre
asmesmas
cousas, edel-ias náo passáo, andáo faiados :
dizem
osdois a pag.
40
fallandodo
diabo quear-roja o fo^o sobre o geio
~
Dahivem
com
elle na bocacomo
cáo d'a^ja -- dizeile CoLito
—
Que
dagua
hum
cáopa-rece
~
Andáo
fallados ou náo ?Dizem
c!les a pag.
40
-- Destacarmonta-has
de gelQ, porque regras de Fisiça ?-
Diz
8
elle a pag. 26
—
Grandes
massas boiandoá tona d 'agua pela Fisica do Doutor etc.
Andáo
fallados, ellescham30-me
louco , eliechama-me
louco, esempre
nómes-mo
tom
5 namesma
marcha
, e euconhe-ci
bem
, nesta segunda obra da rua dosCapateiros , a delicada
mão
que escreveo^ —
Refutação Analycica.O
papel daCorunha,
o Feitiço~
tem
amesma
ur-banidade, a
mesma
modéstia, om.esmo
sal.E
eu responderei damesma
maneira?Não.
Se eliespodem
imprimJr injurias,em
lugar de razões , eu imprimireira-zões
em
lugar de injurias , e assimcomo
para refutar victoriosamente a
Refuta-ção
, fiz eimprimi
hum
inventario dasSandices cjue elía continha
sem
acrescen-tar
nem
alterarhuma
s6 palavratirando-Ihe no fim sua conta corrente
com
igual-dade , e fraternidade , farei agora o
mes-mo.
No
primeiro Inventario tui citandopagina por pagina , e feJizmente achei
em
cada pa2:inahuma
Sandice , e as fuiViandando
d
escritura.No
segundo In-ventario acho omesmo
, e mais ainda ,só ha
huma
disferença que nesta obrados Capateiros ha mr.is insultos, injurias,
e tesremunhos falsos, que na Refutação
;
mas
com
isso ráome
embaraço
, entãoseria
como
e'.les s?? lhe retorquissecom
para proceder-mos
com
cír.reza , paraque
todos encendáo
—
Sandice , cuei- dizer,
tolice , e ba.ra.
O
descobrimento da índia , hehumã
acção
ccmo
hf o descobriCiento da Ame-rica.O
'primeiro que cantou odescobri-menío
daAmencá
foi Ubertino deOír-rara , e assim cottíO
Lourenço
Gambára
,Alexandre
Tassonl , Thoniis Srilir/M ,Murtóla
,FulvipTesíi , \^asconceílos ,M?-dame
duBocage
, ene Successivamenteforâocantando o descobi-imenro da
America
,
não íizeiáo injuria , ou afronta
alguma
aseu primeiro cantor libertino de
Ccirrll-Yd 5
nenhuma
injuria ,nenhuma
afrontase faz a Luiz de
Camoens
primeirocantor do descobrimento da índia ,
em
se cantar
o
de>cobrimsnto da índia.Con-siderar
como
hum^a afronrahum
segundocanto
sem
mais razáo , que ler cantado primeiro Luiz deCamoens
, hehuma
alenradissima asneira , que he o
mesmo
que Sandice.
Os
assumptos dasTrajei
ias de Euripedes foráo tratados por Racine , se Racine não atrontou Eiiripeiles ,por-que razáo ha de afronlar
Camoens
quem
cantar o seu assumpto?
O
assumptotan-to
he
deCamoens
como
deouro
qual-quer ,porque hepúblico ,
ecommum.
Tas-so cantou primeiro a Jerusalém libertada,
Jeíusa-IO
lem
libertada. Senãohe
hum
crimeem
Lope
, porque ha de serem
Macedo
cantar a ndia descuberta ?vSe existisse
hum
escrito que seintitu-lasse
—
Camoens
emendado
,ou
—
asLusíadas de
Camoens
reformadas , eredu-zidas a
melhor
ordem
porMacedo
,
po-diáo dizsr, este
hcm^m
h^ atrevidoem
reform.ar , refundir , e oi-denar de outra
sorte as Lusíadas ,
mas
náo existindosi-milhante escrito ,
nem
cousa quecom
el-le se pareça , náo se lendo
em
todo-oPoema
Gama
huma
só palavra que taldê a entender , náo se dizendo ao
menos
çue o segundo
Poema
vai reformar oprimeiro , sendo
ambos
entre si táo dir vei*sos 5 teimar , gritar , e Lundar todohum
aggre::;ado de inepcias , e injuriassobre esia falsíssima snpposiçáo
sem
cons-tarnem
damesma
intençãodo
author]fcr
huma
só palavra sua a fantásticare-forma
, eemenda
; isto , alem de serhu-ma
manifesta injustiça, hehuma
desmar-cadissima Sandice.
Sáo
indispensáveis estes dois §. §. paraentrar
em
matéria , e destruir a coníusãoque
estes modestíssimos críticosfazem
das cousas; para m.ecrim.ínarem ,me
imputáo,e àío por existente o qne eu náo fiz
r.em por obra ,
nem
porpensamento
,I í
quanto deduzirem deste falso principio.
Ke
hjma
raladissima Sandice ,como
hstratar
hjm
homem
de assassino,sem
queesce
homem
matasse outro.Quem
refor-ma
Camoens
he
criminoso. Arcv]ji , eunáo fiz obra
alguma
que sechame
refor-ma
deCamoens
, cr^^o não sou criminoso,c argui
rme
do que náo fiz he Sandice,Basta.
INVENTARIO
DE
SANDICES
Pertencentes aos Senhores antigos
Redactores do Correio da
Peninsula.
J. B.
—
M.
No
anno doNascimento
, etc. nc:^amuiro nobre , e sempre leal
Cidade
deLisboa aos oito do
mez
de Junho appare^ ceo nomeu
escritóriohuma
obra da ruadosCapateiros
—
iíTricuiada—
Exame
cri-tico
do nova
Poema
Épico intituladoo
Gama
,composto
por joáo Bernardoda
Rccha
, eNuno
Pato.— E
me
pedirr.oqne lhe nzesse^ "^^S^ 5 desse
huma
revis-ta das Sandices que neilc se
contém
, eihe tirasse sua carta de partilhas ,
bem
,e
lielmene
conforme a direito, paraea-trarem de posse da 'herança q-.ie a cada
12
pertencer
como
seus direcres Senhorios^para não
poderem
jamais ser esbulhadosde sua posse le^al , e pacifica ; vista por
mim
a diia obra , acho qv:e coitémsem
dolo , malic:^ , ou cousa que duvida faça
em
juizo , as seguintes muito claras ,co-nhecidas5 manifestas , e declaradas
San-dices.
—
Pag.
I. Dedicatória,Declararem-sc os dois
consumados
crí-ticos Filósofos 5 e conhecedores de
Poe-sia , e dizerem -- que o
Fccma
cantou ,quando
o Poemíi he o canto , e náo oPoeta
que cantou os íeitos , Sandice,Na
mesma.
Inculcarem-se por críticos avaliadores
de Poesia , e dizerem que os amigos
Poetas
Romanos
que precederãoCamões
, isto he Lucrécio, Virgílio ,
Ovidio
,Ho-rácio ,
Lucano
, Estacio , nRo o excederãona Arte da divina Poesia , Sandice.
Na
mesma.
Tratarem
no
i. § o divinoCamões
por
V. m.
5 e no §. 2.por— Bem
sabemosque
a
tuafama
, Sandice.Pag. 1.
Igualar os sacrile^-ios de
hum
blasfemocentra a
Divindade,
em
seu horror , ecrime
com
os reparos críticos de algunsdefeitos ão
Camões
—
Sandice, e maisr5
Na
mesma.
Pedir a
Camões
, cue estásentado ámáo
direira de
Apolo
piíiricandocem
r,5Pie-rides filhas da Merríoria 5 e cjue derrama
orvalho invisível , aue não recolha o
bra-ço
poderoso que protege este Reino -r Sandicona.Na
mesma.
Achar
analogia entre oCometa
que appareceoem
1811, e oPoema
Gam.a
, echamar
Cometa
aoPoema
, e pedirseriamente que o aparte para a Beócia,
e Tarearia , e ramaiar a oração a
Ca-mões
com
esta súpplica~
Nos
toimplo-ramos
pelo respeito , eacatamento com
que somos e seremos do teu
nome
eternosadmiradores
~
Sandice : e teimar nano-ta
com
amesma
coniparaçáo doCome-ta crinito , e o
Gama
calvo; e dizer quese somio
como
Cometa
,quando
se estávendendo
, preparando segunda edição,eel-les
mesmos
faliando nelle~
outra <í/2;7^íVe.Pag.
7.Dizerem
5 (Lembrando-se
da Refuta-rão Analytica^ quea
justiça erazão
es-tava
da
sua parte , defendendo osSebas-tianistas 5 e serem pulverizados
com
o i.Inventario de Sandices
—
Sandice, Pag. 8.Dizerem
faliando deCamões
—
sempr-i4
a espada , e n^oiirra a penna /tdiqmrto
Ur-as
fr.ra o seti Eei , fazendoCamões
ccncjuisiador de terras , prezo
em Goa
por maldizente , e desterrado
em
Macio
Escrivão de Defuntos , esta certamente
he
—
Sandice.Acharem
analogiacom
amscnpçáo
do
Baráo
deTrenk
carregado de cadèas , eos divertmientos literários
do
authordo
Gama
: Fkctcre sine^ueo sitferos ,Ache-ronta inoveboy esta he taladissima Sandi*
ce.
Pag.
IO.Declararem,
<]u'eomethodo
de
criticarhum
Poema
Épico era estabelecer asregras da
Epopêa
para porellas julgaremdo
Poema
que criticáo , edando
a co-nhecer esta indispensável necessidade dh*zerem
que náo qu^erem julgar assim©
Poema
Épico—
O
Gama^
echamarem
ao que
fazem
Exãme
critico , quesuppóe
a applicaçáo das regras da arte
—
ora es-ta he , ( cninguém
Ihapode tirar)—
he
Sandice.
Pag. II.
Dizei^em que
huma
acçãohe grande,por-que delia se seguio grandeza ae
commer«
cio, etc. e que porisso
mesmo
he grandetíiY Poesia 5 confundindo brutalinente a*
i5
remotas
,com
a acçãoem
si , que era apura,
e única viagem demar,
monoiona
, porque oGama
s6 hia descobrir e nãocommerciar
(por então) , e para lhecon-ser\'ar a unidade he preciso náo sahir dos
limites da única
navegação
, eepxanga-Iharem
o que dahi a muitos annos seseguio
com
o
queGama
fez de Lisboa a Calecut,quem
poderá tirar a isto o seu legitimonome
de Sandice?Pag.
II.Dizerem,
que eu digo c^Q vouemendar
Camões
, e náo o dizer eu até agoraem
obra
alguma minha
, e náo citarem olu-gar 5 e as palavras
em
que eu o digo—
Sandice,
Pag.
12.Affirmarem
5 que a simples
viagem do
Gama
, que só he , edeve
ser a acçãodo
Poema
, he mais vastocampo
, que
o
do
Paraizo perdido , que abrange todas asobras
da Creaçáo
, envolve as daRe-dempçáo,
e está ligadocom
todo o Uni*verso , não se limitando a acção do
Ga-ma
mais do
que ir simplesmente pormar
até á índia ; eu queria dizer
que
eramaisalguma
cousa que Sandice.Na
mesma
, ?^ota.•
Traduzirem
, (
dizem
elles )huma
pas-sagem
do T?sso , e não citarem o lugarcks-i6
te- Poeta , e
quererem
que oMando
osacçieditc sobic a sua
honrada
palavra-^-Sandice.
Pag. 14.
Terem
authoridadc os Francezes , een-tenderem a nossa lingua quando lonváo
Cnmces,
como
o tai cavaileiro de ^ãff-co::rt , e náo terem authoridade osFran-cezes,
nem
entenderem a línguaquando
criíicáo
Camões,
ccmo
dizem
.na.mesma
pagina5 e não se
lembrarem
que amaté-ria, e
ordem
das Luziadas náo se alteráonas rraducçóes
, porque asubstancia
sempre
Le
invariável , e SÓ sspóJe
alterar oes-tilio, porque
em
qualquer traducçêo ai'^daque seja
em
linguaVasconça
, ouCekiça
sempre
Thetis casacom
^'ascocom
^pa-lavras de presente ^ e estipulantes:^' istohesercontraditório e he
sumrna
Sandice—
(Perdoem-nie^ que torno a trazporq-^e
mé
escapou
huma
taluda a pag. 8 , e façoes-crúpulo j náo quero erro
no
meu
ofticio ,C heconsciência náo dar o seu a seu dono.)
Pag.
8.Em.purrarem
aMacedo
, o que náohe
de
Macedo
, e criminaiem-no peio queelle náo fez ,
também
he Sandice. Citãohum
Solilóquio , cousa qne náovem
paraaqui , (poroue entáo
também
ei!e cíiãriao
Telegraío velho ,) onde elle. falia deCamões
com
as palavras deDiogo
Ca-17
mâcho
naviagem
, ou jornada ás Cortesdo
Parnazo
, que sáo taes:„
Hum
Luiz deCamões
Poeta torto5, Poeta até àoeinbigo, os baixos proza, j3
Com
palavras Latinas pespontado.E
impurrarem
este panai aMacedo
,Sandice.
Pag. 15.
Prefirirem o Episodio dá vinda da Rai-nha
D. Maria
, aquem
náo succedeodes-graça alguma , ao Episodio de
D.
ignezde Castro ,
bem
dizem
elles que estao-piniáo he sua , porque logo se lombriga
que he Sandice»
Pag.
16.Além
das injurias pessoaes de que estáoabarrotadas estas paginas ^
chamando
aóhomem
Sahdeo
, e quetem
o atrevimentoda
ignorância , dizerem que he omaior
peccador
em
regras daEpopéa
, e náomostrarem
em
que infringira ohomem
estas regras,
he
grande Sandice !Pag. 17.
]á da pagina 16
vem
o relatório doâ grandes crimes de que he réoMacedo
yc continuáo até ao portanto na pagina 17, e
vem
a ser attnbuir ao pequenoRacine
( Racine lilho )
o
que se dizdo
Camões
no
pioio^odo
Gama.
Dizerem
que lêráoi8
dras
vezes todas as obras de Racine , e que tal náo acharão,mentem
, povt^ue se
as lessem todas achariáo no i.^ dos 5
to-mos
da tiad-]çjo de Milton ,no
DiscursoPreliminar da piimeira
Edição
de Paris,estas palavras :
O
Poema
ciasLuziadas
he
a
relação debnma
viagem
, onde asDivindade
doPaganismo
représentãoper-sonagens rediculas , etc, ( * )
Ora
dize-rem
que lêráo tC.do o que erado
peque^no
Racine
duas vezes , e não acharem oque esiá
em hum
Prefaciocom
letrabem
grada , e graúda , he,
oh
sehe! Sandice le continua na pagina 18.
Pag,
19.Confundirem
a incapacidade dastradu-ções para se conhecer o caracter do estil*'
lo 5
com
a capacidade das traduções parase conhecer a toialidade do
Poema
, aspartes constitutivas, seus defeitos
orgâni-cos 5 que íicáo
em
qualquer lingua, quaessào no original , isco he aos olhos até
de
huma
toupeirahuma
irjinitissima Sandice.Pag.
20.Concordarem
com
os criticosFrance-zes 5 e confessarem elies
mesmo
de sua[ *y
E
isto mesmo vemrepetidoem hum
dosTomos
(nãome
lembra bem se he no 8.*^' ) daís Memorias da AçadeiTi\a das Inscripqõçs, e belias19
lavra própria que
em
Camões
ha grandesdefeitos , dizerem expressamente que o
não
pensão elcvaJoao cume
da
perfeição,apontarem-lhe qHqs
mesmos
os deíeitos,como
sáo as secaturas importunissimasdos íins dos Cantos
com
especialidadeq
oiravo , que he infame , edizerem
no
Ti-tulo de sua obra, que he o Príncipe dos
Poetas 5
sem
se limitarem á clausulado
Epitalio que lhe poz D.
Gonçalo
{ãe seutempo) ;
m^s
estenderem-secom
estaabso-luta proposição
~
Príncipe dos Poetas—
fazendo seus Vassallos Virgílio Tasso, Milton , Klopstok !
-
Príncipe dos Poetas,
e conhecerem-lhe manifestos defeitos , e
apontarem-lhos ! . . .
Ora.
esta certamentehe
Sandice,21 , e 22.
Ailegarem
a authoridade de Boileaupara a introdução das Divindades
do
Pa-ganismo
, e assoalharem-se por críticose não entenderem Boileau
, que só quer
a conseivaçáo dos
nomes
das DivindadesPagans
para designarem cousas já conheci-das pelacommum
accepçáo,como
v. e.
Eolo
o vento, Anhtrite , ouNeptuno, o
mar
^Vénus
a belleza , e istono
abstra-cto
, e náo para Agentes reaes do
ma-chinismo . ou maravilhoso
do
Poema
como
V. g.Bachc empecendo
aviagem
dos20
S.
Thomé
, e Thetis fallandoem
J. C. ,de
Que sãotambém
excluídos por Boi-leau ; náo distinguirem,nem
ientenderem
que
he contra producentem a testemunha ciue váo buscar. . .também
he esta,he,
oh
se he , Sandice !Pag.
17,.^
Quererem
mostrar, que o
Heroe
do
Camões
náo he nullo , porque vence asroncas
do
mar
, o que lhe eracommum
com
o ultimoGrumete
, e nãd selem-biarem
que a cada passoo
Camões
fíizo
seuHeroe
táo nullo , que o representaapatetado, táo pouco previsto, táo
pouco
conhecedor das coisas, táo pouco esperto,
que se sahe
com
esta—
O
Capitão que nisto náo cahia.O
Capitáo que nisto náo cuidava.Fazendo-o
dizermal
dosMouros
da Costa daCafrariaahum
Rei
Mouro
de Zan-guebar , imprudência indisculpavel , e indigna dehum
Capitáo ; e gritarem quecom
todos estes baldões náohe
nullo , eincapaz,
como
bem
nota oGarcez
jSe-nhores críticos, isto
he
Sandice,Pm.
24.Dizerem
muito
arioitos queoprozador
Camões
apropria todos os estilos a todas as personagens, variando-osempie^epôr
21
na bocâ
do
tal Jove pai de \''enus esta baforda—
De modo
filhaminha
, que de geito.De
modo
que dalli se so se acharaOutro
novoCupido
se gerara.O
que deo para dar-se a natureza , etc.Saberem
que se deve guardar adecen-,cia
sempre
naEpopca
, e apresentar huispoucos de tallos naquella decente oitava:
Melhor
he exprimenf/z/o, que julgaío,Wasjulgue-o
quem
náopóde
exprimenf/^/o.Dizem
que heaccommodar
a
proprie-dade
dos termos i foi-ça da expressão,
(enigma
, termos , e expressão^ inrroduzira afiecrada
D.
Ignez no instante de morrer,exordiando
com
a historia antiga de Semira-mis, deRómulo
, eRemo
? etc. Sandice,Pag.
25.Dizerem
na oração quefazem
aos Ma-nesCamoezianos
, que osGregos
, e osP.omanos
o não exceJèrão na arte da di-vina poezia , e dizerem a paginas icque
Virgílio o excedera na mostra Jos
Heroes
de
Roma
nos Elysios . . .Como
hecon-tradição calva, he Sandice vicjira.
(*)
( * ) Para mostrar que não perte ido discul ar
12
Pag.
lé.Não
conhecerem
que nãotem
parentescoalgum
com
a obra a avara providenciade
hum
Editor que receia lhe venciáo asCapiihas , ( o que decerto se não faz
na
Regia
Oíficina ,) eaccumularem
istoco-mo
hum
crime noAuthor
da obraDeslocada
Sandice !Ora
aom.enos nacon-clusão de-tes preliminares, e desta pagina
26
disseráo a primeira verdade, evem
aser , que
em
casado
Editor—
OsGamas
acabarão
em
menosda
metade
do tempoque dnroti
a navegação
doDescobridor-ãa
índia—
Assim he
, porque anavega-ção
do
Gama
durou dois annos , eem
menos
dehum
se venderão quasi os milexemplares
Ora
dizeremhuma
verdade querendo dizerhuma
injuria ^também
he
—
Sandice.Pag.
27.Ainda
hahum
biscate no rabo destapagina
—
Dizerem
, parame
insultarsó-m^^nte
—
'^ ConsoÍon-secom
a sorte JasTradw^oes
de Horácio , e SoIHoqnics (05Solilóquios!^ e outras ba^iarellas que tem'
canido
em
imprimir : sao a sus.ver^o-\:ncorrecc'\o com cve ter;nina a Prefaqão do
Poe-jTia: 'E-aaouiz emencar, mas a teniro que já
es-tava Impressa a.;ue>:a íolha , e o Editor á não
25
nh?., e seriio a
do
nosso 5^ecuIo , sepo-dessem durar
„
E
haver impresso delieso
Soneto—
Ananaz
—
A
Ode
ao FarinhaAl
rilheiro, que
começa
com
estetom
de
Ode
—
fíjjc qtie volve o gordurento
Entrado
íQue
Sandice !Pag.
27.Acabarão o exórdio das injurias , qiie'
lhes levou 27 paginas 5 e ainda náo
prin-cipiou ,
nem
principiará oExame
Criticodo
Poema
Gama
, promettidoem
oTi-tulo , isto
também
he Sandice.Começão
nesta pagina
hum
novo exórdio para seentrar na analyse da
Ode
Pyndarica , elogo
vem
huma
Sandice.Quererem
mos-trar que náo he OJ-: Pyndarica o cu^ u he pela
forma
, peiaordem
, peloesrillo,e
em
que ainda náo meterão dente osmais encarniçados inimigos
do
Poema
,(r.em elle> lho mereráo ,
como
lo^overe-mos)
e viremcom
hum
exemplo
de queha
pais que põe aos filhos estrondosos r.omes , sendo elle3 pais huns Coitados e..
pobres
homens!
Nestecasonáo serrara se"*os pais sáo pobres
homens
, rra:a-se se osfilhos poderei ser o que soão os
nomes,
e deviáo mostrar que
nenhum
filho de pobres honieas foi grande , edesempe-14
nKou
onome
que oPai pobrehomem
lhespoz. Diz-se que Augusto erafil/JO de
hum
padeiro , e poz-lhe Octaviano , e foi
Au-gusto.
Horácio
foi filho dehum
veríde-Gor de Sal , e cobrador de importos
miúdos
, poz ao filho Horácio , que eranome
famoso
na historiaRomana
, oraque
conclue isro ?Qjiz
dar aminha
filhaOde
onome
de Pyndarica , ecom
effeirto sahio Pyndarica a
u d
\s as luzes , equererem
Vv.mm
concluirque nãohePyn-darica 3 porque Pais pobres
põem
aosfi-lhos
nomes
estrondosos—
Sandice.Pag.
28.Vai
continuando o aranzel , e paramostrarem
que aOde
náo he Pyndarica ,dizem
queAdamastor
entre os males quepronosticou ao
Gama
devia pôr maishum
, 0!ie era o ser cantado pelonovo
Épico.Vv.
mm.
fal £0 daOàe
, aOde
náo he aoGama,
he aoCamões.
Que
he isto?He
Sandice.
A
Ode
he omaior
elogioque
se rem feito ao
Camões
como
Vv.
mm.
sem
o
quererem confessar o confessáo logo, e para aproveitarem o versodo
trovadorBocage
, quenem
hum
entremez fez seu,insultáo a
Camões.
Louvado
5 e louvador são doispatetas Sandice , e mestra í25
Pãg.
29.Dizerem
Vv.
mm.
que aOde
Pyndaricahe
como
os versos deAnaial
que sera-citáo nos CJrios , e quei-crem que o
mun-do
?xredite esta injuria sòcom
3 suaan-ihoridadc , e
com
asOdes
que Vv.mm.
fa-zem
como
lo-:^o lhas aponcarei ,quem
duvida que isto seja orgulhosa Sandice ?
Pag.
30.Terem
dito que aOde
eráo versos dearraial , na pag. 29 , e
darem
pormiudo
a idea , ( aindaque
metade
só )do
planoda
Ode
dizendo quecomeça
porcompa-rações remotas , e
mostrarem
que todas£áo grandes ^ e
bem
conduzidascomo
arrv^alidade de Themistocles ( náo he o seu ) e Milciades ,
Alexandre
eCezar
,
pôr Virgílio e Milton apar de
Camões
,dizer que neste século
Locke
escedeo Pla-tão (nas sciencias exactasdizem Vv.
mm.
,
e táo
pouco sabem
das cousas , aue náosabem
queLocke
náo tratou scienciasexactas , tratou Methaíisica que náo
he
da classe das sciencias exactas) e
chama-rem
ao queVv.
mm.
fazem
ver grande,
versos de Cyrio . . . , Esta he
—
Sandice,Pag.
31.Ora
como
Vv.
mmi. nadaprováo
,gritan-do só contra a
Ode
, eu hirei jurtando ás estrofestruncadas queVv.
m
m.. cirroorrrasdif-i6
ferença , e por consequen:ia a San(i'ce,
Chamarem
Vv,
mm.
hum
sermãoserri af-"fectos
com
indígesco exórdio, e peioi-pe-roração
(o
exórdio h^ o principio , aperoração he o fim , onde fica o
ser-mão
i* ) e dizerem cj^ie £u entorno a,'íuamorna
naOde,
porquedigo ,como
Vv.mm.
cirão
,
Nome
imortal se íinge , a eternafama
,
Senhor do livre 'm.perio
,
Julga estreito theatro este hemisfério.
E
Vv.
mm.
apresentarem raultimaOde
de
Botequim
que fizeráo estaagua
fer^vendo y
Não
he
que eume
recuze ao sacrifício ,Cuja
orgulho^a guarniçãoameaça
Luiz batalhador , e triuntante ,
Porém
, oamor
da gloria ,O
impero da virrude, etc.Ode
aos annos , ultimo papel espalhadoro Rocio
, folhas7
; is:o he que sechama
,no nosso Portugal
mimoso
, Sandice.Tratarem
namesma
pag. 31 de aguamorna
esta levantadaimagem
que citáoíbi.
Em
cem
cadelas a seus pés ligado^7
'"c apresentarem ná
mesma
ultimaOde
( basra-me esta só , nós trataremos J 'ou-tros versos) esie gelo.
^
Medrarão sempre
em
força até sealçarem
,Q.ie dentro
em
cinco luasVeria o seu despeito
Daqui
po!o valor , pola Sapiênciaoue Ke isto !
Qie
entnusiasmo , queras2;os que bãlovcos Pyndaricos sáo estes ?
Náo
sáo , he vSandice.Meterem
dente nesta grandeimagem
em
louvor do divinoCamões,
Quanto
entre o berço, e tumulo s^encerraDo
fiammeiante Sol , louva teunome
;e
chamarem
amplificaçáo(que
aliás he o que deve ser a antistrore) ao que he es-ta nova idéa que apontáoDesde
o Indoespumante
aoTejo
undosoTeu
c^ro
sublimadoRepete
oMundo
atonico ,assombrado
chamando
a i^to omesmo
, e trivialpen-samientos6 porque
Vv.
mm.
odizem
. sendodiversas cousas louvar o noni3 do Poeta ,
e depois celebrar seu canto e repe:Iilo o
nin-í8
s
guem
poderá dizer que náohe
Sandice ; c depois desta sahirem-secom
este verso a 15 deMaio
Gyros
deFebo
sinco vezes noveisto
he
argumentar a taboada , .ou fazerOdes
?Náò
Senhor. Pois entáo que he ?He
Sandice.Toda
esra tirada a quecha-tnáo juízo critico da
Ode,
heem
sihu-ma
contmuada
Sandice. Sealguém
pe-gasse V. g. na Jerusalém
do
Tasso , epa-ra
impugnar
o episodio da morte deClo-rinda , se puzesse a gritar desta maneira
—
Forte episodio!
Vejáo
que episodio este!Ora
coitado ! cadahum
cobre-secom
aroupa que
tem
! Fejão que estiloprozat-CG 5 ítifeliz 5 que orgulhoso
com
mingoa
íle idéas !
~
etc. Se e~%tehomem
apre-«entasse isto
em
letra redonda , edisses-se ao público , eis-aqui o juizo critico
do
episodio da
morte
de Clorinda !Que
di-ria o
mundo
destehomem
, deste critico ,deste impai-cial , e ingénuo julgador !
E
que diria mais o
mundo
se depois de vêr ^sreexame
táo judicioso , lesse dehum
homem
quechama
prosaicos os versosda
Ode
, esre verso pag. 8do
ultimopa-pel
do Botequim
^9
diria o
Mundo com
muira razáo , quem-do
erahuma
Sandice de cabo a rabo.Eu
digo o rr.esmo e accrescento, cjue pa-ra seimpugnar
aOde
, néo basra dizerque he
má
, he preciso dizer porqtte ra*zão
hemd
; e mostrar-se , desnando aOde,
apontando a pouca ccnnexáo entreas suas partes , a pouca união interior das
suas idcas a atropelaçáo da sua
marcha
,'a falsidade de suas aluzces, a
im.proprie-dade
de suascomparações,
ahumildade,
ou baixeza de seu estilo. FizeráoYw.
mm.
isto?
Náo
Senhor. Pois se o não fizerâo,
então o que escreverão foi mais
huma
Sandice.
Pag.
^4.Dizerem
que osversos daOde
em
que
o
author afíirmaque
náo quer ficar^'^//É'mde
hum
vco
ousado he querer encovarCamões
hehuma
daquellas suas asserçõescostumadas,
malignamente
gratuitas , quenáo
fazem
mais que augmentar onúme-ro das passadas
com
maishuma —
San-dice,
N^
mesma
pag,Sáo
táo notáveis, quanto sáo urbanas
as palavras
com
que suas mercêsrematáo
este artigo
da
Ode
em
que deixarão tudoem
jejum excepto de injurias.-
Assim
deixemos
aOde
(que
ficou muitobem
3o
Bireõ,
O
loi:co3 Senhores, era deAthe-nas , o Pircc eta hurn Porto
onde
anco-raváa as
Nãos
daquèila República , ateima
do
ioucò de Athenas era dizer, <jue eráo suas qnanrasNãos
entraváona-c]iielle Porto , e no seu juízo critico de
Vv.
mm.
he omesmo
fazerhuma
Ode
Pya-'darica e dizer
—
todas aquellasNáos
sãominhas
!A'
vista disto ning'.:emem
conse-quência os poderá esbulhar da posse
des-ta Supcrjinissima Satidice.
Agora
começÁo
as maiores , porquecomeça
—
A
làta , e critica geral doPoema
!Darem
Vv.
mm.
por coisaassenta-da
que o auihor diz que a Posteridade lho. ia\\\ justiça ,quando
o authorcom
apalavra tpJvez no verso que citáo
Talvez
seja teuimpeto
applaudidopõe
condicional hum. applauso ao seutra-Lalho 5 isto he querer abrir a porta á
sua-critica 5
com
huma
manifesta , e iTiuitocalva Sandice.
Ora
náome
diráoem
que
lugar lhes disse aVv.
mm.
aFama
,
que
Vv.
m.m.. ch..máo correio de posta . quesenáo quei' encarregar de coisa
minha
!
Vv mm.
sáo extraor 'inariosiVv.mm.
ialiáacom
a Fam:i , \'v. mrn. vê .' Cam.óes estarsando
com
as Pierides, edizem
em
pro-sa e muito seriamente , que esiào
vendo
i-sto! PoÍ5 o
Mundo
em. pezo estávendo
qne is.o he , e náo
pôde
deixar de ser,nnma
Sandice.Pa<7. 26.
Muito
grandescomeçáo
ellas aappare-cer agora !
Expõe
oargumento
Hisrcri*CO , e Poético do
Poema
, e òzo aco-nhecer qual seja o seu
machinismo
—que
he
Deos
favorecendo a acção por seusAnjos
e Sarros, e odemónio empecendo
o
descobrimentoda índia.Sim,
Senhores,Ke
tudo assimcomo
\'"v. mm",dizem
, equem
poderia imaginar, que a sua illus-trada critica tiraria esta conclusão?Ora
de todo este
andamento
salta logo aos êlhos que isto não kePa
ma
,nem
para
lá
caminha „
Ora
para náo haver depois erro de contas , antes queme
esqueça,
deixem-me
dizer-lhes, que das suas esra
he
a maior Sandice.Vamos
agora ver o que fezCamões.
O
argumento
histórico he omesmo
, (concedendo aCamões
que o que ellequiz cantar fora a
viagem do
Gama
,o
que náo const-a da proposição
do
Foema
)
em
quanto aomachinismo
, \''enusfavo-rece a
em
preza ,Bacho
empece
odesco-brimeniG ca índia.
A
coisa he amesma
SÓ os a^er.ces sáo diversos , io^ocomo
os princJpios sáo idênticos a conclusão
deve ser a
mesma
, e peia sua s^ibia cri-tica cieyemV\>
mm.
dizer das Lusíadas~
Ora
de todo estiandamento
, salta logoaos olhos que isto não he
Poema
,nem
para
lãcaminha
—
Com
asmesmas
ar*mas
com
queVv.
mm.
combatem
oGama
, destroem as divinas Lusíadas.Sem
maiscei-emonias ,
meus
Senhores ^ isto lie alen-tada Sandice.P^g'
37-,
As
que seseguem
ainda sáo maiores,e o que ha de mais galante
em
tudo istohe
5 queVv,
mm.
hão de ler tudo isto,
e háo de ficar muito enxutos , assim
com
humas
caras pormodo
dehumas
caras que ha , assim
do
feitio dehum
pra*to de estanho , destes pratos chatos que
vem
de Inglaterra.Vv.
mm.
concluem
dos princípios estabelecidos
no
Discursopreliminar
do
Poema
—
que eu can-teihuma
acçáo inteu-a , completa , eaca-bada
, porquetem
principio ,meio
, efim.
O
principio he oembarque,
omeio
he a
viagem
, o fimhe
a chegada aCa-lecut.
Ora
depois disto , qiieDiabo
ha
tãodanado
(como
dizCamões)
que po-dssse esperar o queVv.
mm.
accrescen-táo í
—
Els-aqui as suas palavras -n:En~
ganou-se de meio
a
meio, Senhor Efico , Qfm
hs desçob-rira
índia, f^?i Fv* w^k?35
muita
raz^ô ,porém
diga-nos,a
Indidestá descoberta , porque o
Gama
vioCá"
lecHt-i
Ea
tremo,
e o caso náo hecomi-go,
de produzir as razoes queVv.
mm.
alieno
paraprovar,
queVasco
daGama
náo descobriria a índia , ainda tendo hida
tanto á índia, que esteve huns
mezes
em
Calecut, qne fica na Costa
do Malabar,
e o
Malabar
heno
Indostão , e oIndos-tão he na !ndia.
Tremo,
torno a dizer ;mas
em
fim oMundo
gostará da cousa ,he preciso náo o privar davista da
maior
extrava2;ancia, qje se
tem
visto na terrade>de que os Francezes fizeráo a sua
per-manente
Republica ,huma
, e indivisível.Eis-aqui a coisa
maior
que sahiodo
cé-rebro
humano.
=:O
Gama
depois de lervisto Calecut tornando
em
demarda
dePortugal, náo podia naufragar
com
toda aArmada
, demodo
que por esta vianunca se soubesse novas d'Oriente ?
Ora
bem
, se oGama
naufragassecom
osseusna volta
do
Reino
,como
se podia dizera índia por elle descoberta ? i:^ até aqui
as suas palavras , c anres que
procedamos
ao mais ,
deixem-me
fazer-lheshuma
per-gunta:
—
vSe oDoutor
]oáo Bernardoios-se a Cacilhas fazer a bavba
^ porcue lá
he
mais baraço , depois de lá esrarem
Cacilhas , e ter escapado das delicadas
mãos
dos barbeiros de Cacilhas,quando
54
'lofliasse para Lisboa ,
no
meio do
rio,alli ao pé das
Náos
onde estão osFran-cezes (coitadinhos!) o Arraes da Falua,
hum
delles que euconheço
maisassoma-do
,chamado
Zé
nordeste, baldeassecom
© Senhor
Doutor Joáo Bernardo aomeio
do
rio, por náo lhe C|uerei' pagar ,de-pois de
V. m,
fícar muitobem
affogado,
§
metido
no
biLXO dealguma
aliorreca ,náo se poderia dizer,
com
verdade c^uçA^.ni. tinha visto Cacilhas >, e chegado ao
iim da sua acção, Que era fazer a barba
Qvn Cacilhas?
Sim
Senhor, diráV. m.
,.ma&
iSSo nao prova , porcjue o resto- dacompanha
quando
chegasse ao Caés podiadizer 5 o Douior joáo
Bernardo,
vindo jáescanhoado de Cacilhas , que he o que
lá foi fazer , foi aftogado peio mestre
-Arraes
Zé
nordeste , por lhe náo quererpagar > o que não podia succeder -a
res-peito
do
Gama
quandosuppomos
, quenem
oGageiro
da Gata
escaparacom
vida
do
nautragio.Ah
! qne miséria !Com
que para ser verdade que
Vasco
daGa-ma
foi á índia 5 nãohe
preciso só queel-le fosse, he preciso que haja
quem
digaqne
elie foi !Ora
diga-meV.
m.
tam-bém
, Stipporihar-iosque
se alfogou tudo,
e
supponhamos
queLlRei D. Manoel
ven- .do
que não h^v\& novâSngm
mandado
desço-35
brimentd ,
nem
mandava
maisninguém
por
mar
em
buscado sumido
Gama
,e
companhia
, era acaso impossível saber-sepor terra <^ue o
Gama
tinha hido á índia?rváo veio dela por terra António
Tenrei-ro , e não foi de cá por terra
Diogo
dePaiva 5
Pêro
da Covilhã, eRabi
Abra-ham
de Beja , náo tinha hido para láMonçaide
desdeOráo
, e náo linhamosnós aqui pimenta vinda da índia , trazida pelos
Moaros
a Suez , deSuez ao
Cai-ro , do Cairo a Alexandria , de
Alexan-dria a
Veneza
, e deVeneza
a estaCor-te que
Vv.
mm.
tem
illustrado tantocom
os seus escritos í
Tanto
se abriria aterra,e o
mar
com
oGama
que náotranspi-rasse
em
algum
tempo
queem
Calecuttinháo apparecido por
mar
hunshomens
de barbas grandes , vestidos de ferro, e
com
humas
espadas destas de brigar dajanella abaixo , se na falsíssima
suppozi-çáo de
Vv.
mm.
para ser acabada , e completa a acção do descobrimento daíndia, era preciso que se soubesse que o
Gama
tinha lá hido !E
he possível qu5Vv,
mm.
façâa dehuma
mentirosa sup-posiçáohum
fundamento estável , eargr.-mentem
do
impossível pai-a o existente,
dizendo , se o
Gama
se affogassé vindade volta para o
Reino
depois de vèr aíndia, náo tinha o
Gama
visto a índia336
porque para a vêr
não
basta que elle aveja, he preciso qne ha)a
quem
diga , qu€elle a vio !
Oh
que Sanâice, que
admi?-a-vel Sandice Iiè esta }
E
quantomais
pro-digiosa he a que se segue na pagina 57
!
Ei-la pelas snas palavras, rz
A
índia serio pod'a dizer, descoberta,
mas
só vis-ta peloGania. :zzQuem
vè
náo descobre!
Que
tal está es.a? Pois vê-sehum
tolo,
e náo se descobre
hum
rolo ? que maishe preciso para descobrir
huma
terra, que
vêr a
mesma
terra?Eu
nâo sei deveiasonde Vv.
mm.
es-taváo , e
como
estaváo, (guandocompu-zeráo esta fatal pagina 157 ! Basta repetir
as suas palavras : :^
Ora
bem
; se oGa-ma
com
os seus naufragasse na voltado
Reino
,como
se podia dizer a índia porelle descoberta :
„ (Aqui
jáhum
argumen-to) Atéqui elle náo
nauh^gou
, ergo perté descobrio a índia ; e tenho cu a acção
completa do
Pcema
per té , porque defacto o
Gama
náo nauiragou , e veiodi-zer á boca cheia que tinha hido á índia,
(quod erai deir.onstrandum) r::
Aonde
es-tarião (continuaoVv.
mm.)
as observa-ções, as cartas Jas Costas, e Portosque
pelo
Gama
teríamos das partesdo
Orien-te ?
E
a índia se náo podia dizerdesco-berta ,
mas
só visra pêloGama —
- SeiaEpi-37
ca não podia ser completa se o
Gama
não
viesse apresentar no Almirantado asCartas hidro^raíicas, e os roteiros da
via-gem
?Ora
istonem
mesno
se lhepode
chamar
Sandice ? Isto he maisalguma
cousa , isto he mais que tudo quanto se
acha escrito nos annaes de
Manoel
Coco
!Continuáo
Vv.
mm.
com
huma
preieriga,
na expo içáo da <\m\
me
parece quevou
triunfar de
Vv.
mm.
, peromnia
seculaseculorum.
Amen.
Eis-aqui as suaspala-vras
—
Eis-aqui porque outra vez lheaf-firmamos
náo haverV. m.
cantadohuma
acçáo inteira , e para
o
ser devera teraccrescentado a volta
do
Gama
—
Ora
bem,
vamos embawcar
estes Senhores,c fazer-lhes abrir aboca ,
sem
ser precisodizer-lhes que seja
hum
palmo
, porquemais terá eila,
—
Atéqui-^^
canto a vol-tado
Gama
, ergo per té cantando avoi-ta tenho
desempenhado
a acçáo porqueper té a vclta he necessária para a acçáo
ser completa
—
Aqui
só resta provar amenor
, e a prova he oPoema
—
Cant.IO,
pag. 261.Iras glorioso ao
Tejo
crystalÍTODescobridor
do
recatado Oriente,Té
que venhas trazer á I diana terraPaz
aos humildes, aoi soberbos38
Esta her a promessa da volta a-o Rei*
BO 5
vejamos
agorao
seucumprimento
pag. 263
Foi-lhe o vento
bonança
, omar
sereno ,E
volta ,achada
a
índia , ^0 Tejoameno.
Então
, Senhores,vokou
, ou náo voltou ?Veio
aò Tejo , ou náo veio aoTejo
?Se
voltar ,
como Vms.
dizem
, e virao
Tejo
5he
preciso para a acçáo ser com-*pleta 5 eu o taco voltado , e tenho peio
ttiesmoque
\^v.mm.
querem
, tratadohuma
acçáo completa.
Que
dizem
a isto ?An-dem
5 fallem ,abaixem
os beiços ,fe-chem
a boca !Nada
....Náo
s€ lheen-tende mais que .... an ! an 1
an
!Fallem
andem
íNada
.... an ! an í an !Ora
ve*nha
alguma
cousinha !Ora
vamos
, va*mos
, náo tenháo vergonha! . . . .Sim
Se-nhor ,
mas
V. m.
náo fazhum
capituloáparte
em
que contecomo
oGama
veiomostrar as canas das costas das partes
do
Oriente !Que
fortes críticosíDigáo-me
por vida sua. Virgílio acaba o seu
Poe-ma
dizendocomo
depois queTurno
mor-reo toi levantado Eneas por Rei de
Itá-lia 5 e instituio a
Ordem
daCoroa
deferro?
He
preciso isto para ser completaa Eneida ?
Axonclusáo
da acçáo dependia39
"
Vitaeuecum
gemitufngitindignatasub-umbras
„
Está acabado o
Poema. Para
sercomple-ta a acçáo
do
Gama
era preciso per tévoltar ao Tejo
E
volta , achada a índia , aoTejoameno.
Acabou-se acçáo
do
Poema Gama.
A
conclusão da acçáo de Jerusíilem«ra a adoração
do
Santo Sepulcro, paraSC conseguir era preciso que morresse
E-íiiireno ,
General
de todo o exercitoMouro
5 e seus alliados ;morre
Emh^eno
,€ Gotredo
/ígran Sepolcro adora , e sciogli il voto.
Acabou-se a acção, e nada mais be
pre-ciso.
Era
preciso per te a volta doGa-ms: , o
Gama
volta acabou-se a acçáo.Ora
confessem<]ue \^v, m^m. o cue quizeráo ioideseompor-me
, e nãoimpugnar-me;
se
impu^nar-me
foi a£i:a acçáo, ernáon-cou incompleta , e náotíverão
Vv.
mm.
aíbrmn.a de descobrir , e ir ver a índia.
Ora meus
Senhoi^es , isto náo he nada ,'porque he vincar o
Poema
Gama
, dos"seus ultrajes^ e
oPo?maGama
nada he ,4o
destino.
Agora temos
cousa de mais alrocothurno, jiapa verdadeiramente £na.
Es-tá por
Vv.
mm.
divinisadooCamões
, e t?oencarapirado ,que está por
Vv.mm.
serradoá
mão
direita do Pai Apollo, as Lusíadasvencem
em
perfeíçéo toaos osPoemas
do
JVIundo, até o deCarlos Níagnocom-posto por Luciano Bonaparte , e
hum
composto
peloRei
da Pérsia, que aqui
ros annunciou a
Gazeta
do
Laf^arde :iTiUTo
bem
, ora saibáoVv.
mm.
que asLu-síadas
—
Saltão aos olhos edizem
quenão
sãoPcema
nem
para
lá caminhão.i^qui faráo
Vv.
mm.
outra oração ao divinoCamões
pedindo-lhecom
asmãos
postasque senão escandalise desta blasfémia , e
sacrilégio , e qne porisso não encolha o
braço (jue protege este Reino.
Tem
razão deine dirigir esta oração, porqueVv.
mm.
he
que sso os sacrílegos, os blasfemos, eqie váo
aitrahircom
o seuenorme
atten-r?.do o castigo sobre ome
'.mo innocente.Como
assim :£u
lho dij^o. Ei£-aq']i assuas palavras , que
valem
hum
pino deOTO.
pag. 37—
Ei^-àqui porque outravez lhe
afimamos
não haverF. m.canta-do
humd
acção inteira , epara
o serde-vera ter accrescen^ado
a voha
doGama
—
Ora
muitobem
, obrigadissimo, ifiohc
hum
car^on ,h ima
reí;ra ,hum
41
Horácio, de
hum
Vidíi , ãethum
Dona-to, de
hum
Pântano
, e sobre ti:dodo
Eminentíssimo Quadiio. Atqui o
Camões
náo cantou a volta do
Gama
, ergo perte as Lusindas náo sào
Poema
, sáo carta<]:'e náo chega ao seu destino ; sáo
huma
rrJseria , sáo
hum
mal
que proíeíizou-Adcmastor ao
Gama
, servem de matarGente,
e oCamões
heoNaro
da
litera'tura
Como
assim íHa
tal aut^acia iO
d vino
Camões
, que está sentado ámáo
direita de Apollo , conveisando
com
asPierides filhas da Senhora
D.
Memoria
íSim
5 Senhores , oCamões
he o loucodo
Pyreo
como
\'v.mm.
me
cuamâo
amim
,e pelas decisões de
W.
mim. oCamões
de-via
abandonar
o objecto por impossível;
porque
o
Camões
:iáo tratahuma
acçáocompleta,
pois náo contacomo
oGama.
viesse ao
Tejo
mostrar as partes «loOri-ente porelle descobertas. Lèiáo
Vv.
mm,
o
canto IO. Está a Ninfa cantando na Ilha ,
que se náo sabe
onde
he , aosom
dasua viola os(lovenadores da ir.dia ,
che-ga a
D.
Constantino, ou outro, c para, porque a cantiga náo devia ir a m.arar:
e o
Camões
acaba r.qui iruncadaniC.teo
seu
Poema
, dizendo ,Náo
mais ,Afca
, náomais
q aLyra
tenhoDestemperada
. . . ( isto teve elíe muitas41
e Salta
eom
o eternoSermão
<íElRei
D.
.Sqbasuáo , dizendo-Ihe o que devepraticar na reforma dos Frades , dizendo*
hie qtie ...
O
bom
Religioso verdadeiroNào
<]uer dinheiro ....E
oGama
onde
fica ?O
Gama
, Se*fíhores , náo tornou cá mais (nas
Lusía-das ) ; porcjue o
homem
ficava casado , eestabelecido nas
Mhas
, tendo recebido aThecis por sua ligitima mulher-
com
Palavras de presente, e enipulantcs.
Leonardo
tinha casadocom
Efire , etambém
tinha lá postohuma
ioge dever--SOS Italianos que ha muito estaváo feitos
Tra
la spica , ellaman
qualmuroémesso
\Mas
deixemo-nos de discursos , oGama
das Luziadas li ficou , paciência 5 era
h'im
bom
homem
, e foi pena quehum
ne^ro lhe escalavrasse Kii:-via perna
com
huma
zar^unchada ,na Anirra de SantaEle-na , e que por mixiricos o
metessem no
Limoeiro
de Calecutcom
guarda 0.0 se-gredo avista 5como
diz oCamões
, que43
sevts heroes nâo ha outro : eu
come
lou-co
do
Pireo voucom
a rainha teimapor diante e digo :
Que
he istoqueVv.
mm.
tem
arrezoado até agora ?He
Sandice,Pag.
^S^Serem
Vms.
táo inopes cjueconfundem
os
ornamentos
extrínsecosdo
estiloPoé-tico,
com
os agentes reais e verdadeiro*do
maravilhoso daEpopea
he Sandice :nesta pag.
dizem
Vv.
mm.
Qie
cousas .oh
<5ue
mina
! Istohe
caroço !—
O
Épico
acusa
Camões
de misturar o Sagrado -com o profano (náo sou eu só ) as fabu-lasdo Paganismo
com
as verdades da nossa Religião , e elle he omesmo
auepassa por esta censura. Vê-se em. seu
Poema
oDeos
dos ChrisEáos ( noce-saeste estranho
modo
de faliar , oDeos
dos Christáos
como
se tossem assim hunshomens
que náo sáo elles ) por ministériodos
Anjos
, e dos seus eleitos ,desvane-cer todas as tramas que
arma
Luciter pa-ra perder os Porrjgiifzes , e 03 estorvarde ir á índia a demolir es Pagodes, e as
IMesquitas , e apar disso ( aqui
tem
suasmercês o
apar
dissoque
tantome
escar-necem
naOde
chamar:do-(Se o escravode
Camões
) e apar disso vè-seElRei D.
Manoel
exclamando
aos seusgentilica-mente
como
faria AugustoCezar
na ba*44
Nao
nos cedeNeptuno
o azul tridente?Rasgue-se o seio á
mádida
Aníitrite.Ora
vamos
por partes para saltar , eressaltar , a taludona Sandice.
Quando
sefalia da mistura que {az
Camões
, falia-sç d2 AgentesReaes
,quando
Vv.
m.m.querem
failcr daminha
misuira alle^áoo que he ornamento.extrínseco
do
estil-lo.Di^áo-mc
he omesmo
fazer deBacho
o principal
Agente
doPoema
paraempe-cer a navegação dos Portuguezes',
fazcn-do-o Clerii^o
em
Moçambique
,com
tu-ribulo 5 e vestes sacerdotaes , adorando
o
Deos
verdadeiroO
fa'$oDeos adora
o verdadeiroe introduzillo horrenda , e sacrilegamentí ,
dizendo Missa
como
oCamões
tinhadi-to
em
huma
8." que lhemandou
arran-car
ogranJe
DoutorFr. Bartholomeo Fer-re.-ra, C-insc: doPoema
,como
se vêno
Commeniario
eternode
Faria, ou expri-n>ir poeticamente omar
com
hum
sim-ples
nome
, chamando-liieNeptuno
i Di-jíí.o-me os Senhores, nas Santas Escritu-raspôde
haver misturado
profanocom
o Sagrado 1
Não
por certo Pois lá entrelanros , e tão divinos mvstefios se taiia
em
Arcturo yem
Hyades
^ etc. ;eníen-clendo-se
o
que nósemendemos
,quando
ai-|umaç
estrelíp.s.Huma
simples figura de Khetoiica ,hum
simplesnome
, náo hehum
agente que obreno
Poema como
faz o incoherente
Camões
quando
oGama
invoca J. C. ,quem
iht; apparece he Vé-nus.Náo
contundáo , e conheçáo que hemelhor
caiarem-sedo
quesem tom
nem
som
depois decantas, dizerem maiiíhuma
Sandice,Pag.
^9.Náo
ha
cousa nomundo
para oscon-futar
como
sáo as suasmesmas
palavras,porque
ninguém
até agora teve maisha-bilidade de dar corda para se enforcar.
Eis-aqui o que
Vv.
mm.
dizem
no
fimdesta pagina.
—
O
Diabo
noPoema
oGama
náo passa dehum
Trasgozito, quese lhe havia de dar para quebrar louça
,
ou
desarrimar os trastes dehuma
casa,
deo-ihe para danar , e
empecer
aoGama.
He
hum
pobreDiabo
, que contra estevaloroso Capitão não cfíiprega meios ca-p,pzes de o perder, =:
Quaes
podem
ser osmeos
mais capazes de perderhum
na-vegante
no
Oceano
iHuma
espantosatempestade , eis-aqui
o
quepode
perdei-,náo.0
Navio
pequenocm
que hia oGa-ma
,mas
a própriaNáo
Hibernia.Argu-mentemos:
AtquiiO
Diabo
emprega
pa-ra perder o
Gama
o m.eiomais
capaz para perderhum
navegante,que
heha-46
ma
espantosa tromerrta ,ou
o*desvio,e
a perda tocai
do
ramo
, ergo , oDiabo
RO
Poema
Gama
emprega meios
capazes de perder oGama.
TalvezVv.
mm.
ce-nháo
visto algiimaLógica das- queha
des-de Aristóteles aié Condillac , que lhe
di-ga que este
argumento
náo prava ,nem
conclue ,
mas
se todas aílux disserem qusSim 5 entáo disseráo
Vv.
mm.
maishuma
Sandice.
Senhores.meus expliqiiemo-nos :
Todos
os Coiiimeritadores àõ
Camões
, para o salvaremdo
crime monstruoso da mistu-rado
Sagradocom
o
profano ,no
absur-do
maravilhoso das Luziadas,dizem,
e irabaiháo por mostrar ,que porBacho, (quepor
certo náo existiaem
pessoaem
1497
ainda que existisse
em
çumo)
se deve en-tender oDiabo
, de maneira que parajustificar Carnóes, he preciso attribuir-ihe
no
seu maravilhoso aquiilomesmo
queVv.
mm.
tanto escarnecem , e crimináono
Po:^niaGama
5 o Diabo.Ora
ainda queos
Commentadores
náo quizessem fazeresre favoraço a Canióes para o salvar,
ainda que eile diga expressamente que he
Bacho
íiihode Semeie
y e filho de outramái
que o pario , que Hehuma
nádegade Júpiter, nós
sabemos
por oráculos quenáo