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Propólis ao longo da história da humanidade

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Texto

(1)

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(2)

Própolis ao Longo da História da

Humanidade

Por lapso, na edição anterior (n° 72) saiu o texto "Propólis na História da Humanidade" no qual deveria ter sido publicado após este texto. Neste sentido, este é o primeiro texto c o outro (da edição anterior) a continuação.

O própolis é uma mistura complexa de substâncias recolhida pelas abelhas da espécie Apis mellifera, dos brotos de algumas árvores e plantas, que contêm substâncias como materiais lipofilicos, látex, resinas, bem como de exsudados de feridas nas plantas (Bankova, 2005; Castaldo and Capasso, 2002; Lustosa

et al., 2008). A abelha recolhe os exsudados com as

suas mandíbulas, mistura com a cera por si produzida, e com as patas dianteiras empurra para os sacos das patas traseiras, onde armazena o material recolhido (Sforcin, 2007).

Durante este processo as enzimas fermentativas da saliva são misturadas com o material bruto recolhido, o que provoca a hidrólise de compostos, nomeadamente dos glicosil-flavonóides, que na presença da enzima

~-glicosidase originam fl.avonóides agliconas (Lustosa

et al., 2008; Park and Ikegaki, 1998; Ramos and Miranda, 2007). Quando a abelha completa a recolha,

voa para a colmeia onde deposita o própolis que será

utilizado na construção e conservação da colmeia (Bankova et al., 2006).

Leandro L. Moreira

Mónica Rogão Letícia Estevinho

Nomeadamente, na protecção contra

microrganismos e insectos, na reparação de fendas ou partes danificadas da colmeia, na garantia séptica de locais para a postura de ovos pela abelha rainha e na mumificação de insectos e outros invasores (Lustosa

(3)

Própolis ao Longo da História da Humanidade

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(4)

Própolis ao Longo da História da Humanidade

Características e Composição Química

As propriedades bioactivas que tornaram o pró polis

um eminente produto natural, estão ligadas à sua

composição química. No entanto, esta composição

química é multivariável (Bankova, 2005; de Sousa

et ai., 2007), dependendo do clima e da ecologia da região de proveniência (Park et ai., 2002), da estação do ano, bem como da variabilidade genética da

rainha (Moreira et ai., 2008; Park and llcegaki, 1998), existindo mais de 300 compostos descritos (Castaldo and Capasso, 2002; dos Santos Pereira et ai., 2002b ). Este facto constitui um dos maiores problemas na

aplicação do própolis, como agente terapêutico (dos Santos Pereira et ai., 2002a). Contudo, diversos estudos têm vindo a ser desenvolvidos com vista à sua padronização, controlo de qualidade e posterior aplicação terapêutica.

A padronização e controlo da qualidade, segundo estudos recentes, devem incluir a comparação dos compostos químicos do própolis com os encontrados nas plantas que lhe deram origem (Bankova, 2005; Park et ai., 2002), uma vez que, alguns compostos encontram-se em todos os tipos de própolis, enquanto

outros ocorrem somente em própolis que derivam de

detetminadas plantas (Lustosa et al., 2008).

Entre os imensos compostos existentes no própolis

destacam-se acacetina, ácido cinámico, cumárico, galangina, campferol, pinocembrina, preniletina, crisina, viscidona, vanilina, 5,7-dihidroxiflavona, 3,5, 7-trihidroxifl.avona e 5, 7 -dihidroxiflavona (Astudillo et al., 2000; Munoz et al., 2001a; Munoz et ai., 2001 b; Pena, 2008), pelos efeitos na saúde Humana.

A coloração do própolis pode variar entre castanho, amarelo, verde e vermelho (Ghisalberti et ai., 1978). Possui um odor extremamente forte e característico, maioritariamente originado pelos compostos voláteis que nele existem ([Anon], 1927).

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(5)

Própolis ao Longo da História

da Humanidade

À temperatura ambiente é um produto de

consistência sólida, sendo que a partir de 30°C

torna-se maneável. O seu ponto de fusão varia entre

60-700C, podendo ir até aos 1 00°C, dependendo da sua

composição.

Trata-se de um produto de baixa solubilidade

em água, aconselhando-se por isso a utilização de

solventes como éter, etanol, acetona, metanol, tolueno

e tricloroetileno, que permitem a dissolução de

grande parte dos compostos do própolis. Geralmente,

obtêm-se duas fases: uma em que os materiais como

ceras (cerca de 30%), bálsamos, derivados fenólicos

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(aproximadamente 60%) e óleos essenctats, estão

dissolvidos de forma homogénea (fase solúvel); outra

em que existe o depósito de materiais insolúveis como

materiais orgânicos de origem vegetal e animal, grãos

de pólen, entre outros (fase insolúvel) (Vanhaelen and

Vanhaelen-Fastre, 1979).

Na actualidade o própolis, à semelhança de outros

produtos naturais, é amplamente utilizado na medicina

alternativa, na indústria cosmética e, embora ainda

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