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Estudo de viabilidade econômica e financeira no desenvolvimento do revestimento cerâmico fotovoltaico para aplicação em fachada ventilada de uma construção bioclimática

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS ARARANGUÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Nairon Nícolas da Silva Gomes

Estudo de viabilidade econômica e financeira no desenvolvimento do revestimento cerâmico fotovoltaico para aplicação em fachada ventilada de

uma construção bioclimática

Araranguá-SC 2019

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Nairon Nícolas da Silva Gomes

Estudo de viabilidade econômica e financeira no desenvolvimento do revestimento cerâmico fotovoltaico para aplicação em fachada ventilada de

uma construção bioclimática

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação. Orientador: Prof. Dr. Vilson Gruber

Coorientador: Prof. Dr. Roderval Marcelino

Araranguá-SC 2019

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Nairon Nícolas da Silva Gomes

Estudo de viabilidade econômica e financeira no desenvolvimento do revestimento cerâmico fotovoltaico para aplicação em fachada ventilada de

uma construção bioclimática

O presente trabalho em nível de mestrado foi avaliado e aprovado por banca examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr. Eng. Lírio Schaeffer

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Dr. Paulo Cesar Leite Esteves Universidade Federal de Santa Catarina

Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado adequado para obtenção do título de mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação.

_______________________________ Prof.ª Dra. Andréa Cristina Trierweiller

Coordenadora do Programa

_______________________________ Prof. Dr. Vilson Gruber

Orientador

Araranguá-SC, 10 de dezembro de 2019.

Vilson

Gruber:17531778807

Assinado de forma digital por Vilson Gruber:17531778807 Dados: 2019.12.12 17:47:12 -03'00'

Andrea Cristina

Trierweiller:00123

875927

Assinado de forma digital por Andrea Cristina Trierweiller:00123875927 DN: cn=Andrea Cristina

Trierweiller:00123875927, ou=UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, o=ICPEdu

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Dedico este trabalho aos meus filhos Lucas Gomes e João Gomes bem como à minha esposa Keila Bichet que, mesmo deixando de ter minha presença pela dedicação exclusiva nos momentos de estudo, sempre deram forças para prosseguir nas atividades do mestrado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Exército Brasileiro, representado pela 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria, e representado pela pessoa de seu Comandante Major Tadeu por possibilitar a conciliação dos estudos com as atividades profissionais e, consequentemente, subsidiar meu auto aperfeiçoamento profissional através do mestrado.

Agradeço especialmente meu Orientador Dr. Vilson Gruber que sempre esteve à disposição para orientar e guiar os passos desta caminhada no desenvolvimento dos trabalhos com base na ética, profissionalismo e produtividade.

Agradeço ao professor Dr. Roderval Marcelino que complementou a função de orientação sempre com sugestões inovadoras para a resolução das dificuldades encontradas.

Agradeço aos integrantes do projeto que estudou e desenvolveu os protótipos de revestimento cerâmico fotovoltaico em especial às organizações e instituições da UFSC, representada pelos laboratórios LPA (Laboratório de Pesquisa Aplicada) e LabTel (Laboratório de Telecomunicações); Eliane Revestimentos Cerâmicos; Enercan, Campos Novos Energia S.A; BAESA, Energética Barra Grande; ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica; IMG, Instituto Maximiliano Gaidzinski; e FEESC, Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina.

Agradeço aos meus colegas, os quais ombrearam a autoria de artigos nas disciplinas e nas publicações em periódicos, em especial à Maria Eduarda que foi a colega mais participativa nestas iniciativas.

Por fim, agradeço aos meus pais por incentivarem o estudo desde a infância de uma forma consistente, ao passo de que, restou impregnado em minha formação como pessoa, o reconhecimento da importância da educação para o desenvolvimento pessoal.

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Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo. (Paul Zane Pilzer)

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RESUMO

Este trabalho apresenta a análise da viabilidade econômica e financeira de uma nova tecnologia desenvolvida no contexto da tríplice-hélice da inovação, o revestimento cerâmico fotovoltaico para aplicação em fachada ventilada de construções bioclimáticas. Em estudos pregressos, a viabilidade técnica do protótipo foi apresentada pela equipe desenvolvedora, entretanto não fica claro na literatura quanto a sua viabilidade econômica e financeira, um dos principais aspectos para a consolidação de uma inovação. Diante desta problemática, o objetivo do trabalho foi realizar o estudo de viabilidade econômica e financeira do protótipo de revestimento cerâmico fotovoltaico aplicado na fachada ventilada de uma construção bioclimática. Para atingir o objetivo, uma revisão integrativa e outra sistemática foram utilizadas como base para o levantamento do estado da arte em estudos de viabilidade econômica e financeira, as quais também serviram para selecionar a metodologia “mult-índice ampliada” para ser aplicada no objeto em estudo, através do software SAVEPI. Assim, as notas fiscais foram catalogadas, os valores de custos, despesas e receitas estimadas, os cenários financeiros projetados e os indicadores econômicos e financeiros puderam ser obtidos. Na dimensão “retorno”, o objeto em estudo obteve a classificação “retorno médio” para os cenários pessimista/realista e “retorno alto” para o cenário otimista, sendo o valor presente líquido anualizado de $ 8.387,71, $ 14.908,13 e $ 21.428,55, e o valor presente, no fim de 25 períodos, de $ 239.285,92, $ 318.821,19, $ 398.356,47, respectivamente. Na dimensão “riscos”, os três cenários apresentaram classificação de investimento com “risco médio”, destacando os valores do payback/n (sendo “n” horizonte de planejamento) de 40%, 28% e 24% e da Taxa mínima de atrativa sobre a taxa interna de retorno (TMA/TIR) de 47,37%, 34,59% e 27,44%, respectivamente. Na dimensão sensibilidade, especificamente nos limites de elasticidade, verificou-se que a o limite da elasticidade da taxa mínima de atratividade (Δ% TMA) atingiu classificação “excelente” nos três cenários; o limite de elasticidade do investimento inicial (Δ% FC0) por sua vez manteve-se “excelente”, exceto no cenário pessimista onde atingiu

classificação “médio alto”; já a limite de elasticidade do fluxo de caixa “Δ% FCj”

obteve classificação “médio” para os cenários pessimista/realista e “médio alto” para o cenário otimista. Por fim, o revestimento cerâmico fotovoltaico mostrou-se viável financeira e economicamente em todos os cenários analisados, sendo a partir do 6º ano no melhor e a partir do 10º ano no pior cenário. Em se tratando de uma nova tecnologia, existe a possibilidade de melhoria em relação aos materiais e processos empregados no seu desenvolvimento que podem contribuir para um futuro produto final mais qualificado em relação aos aspectos técnicos da bioclimatologia e da eficiência energética, bem como, mais competitivo no ponto de vista econômico e financeiro

Palavras-chave: Viabilidade econômica e financeira. Revestimento cerâmico

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ABSTRACT

This work presents the analysis of the economic and financial viability of a new technology developed in the context of the triple helix of innovation, the photovoltaic ceramic coating for ventilated facade application of bioclimatic constructions. In previous studies, the technical viability of the prototype was presented by the development team, however it is not clear in the literature about its economic and financial viability, one of the main aspects for the consolidation of an innovation. Given this problem, the objective of this work was to conduct the economic and financial feasibility study of the photovoltaic ceramic coating prototype applied to the ventilated facade of a bioclimatic construction. To achieve the objective, an integrative and a systematic review were used as a basis for the state-of-the-art survey in economic and financial feasibility studies, which also served to select the “extended mult- index” methodology to be applied to the object in question. through the SAVEPI software. Thus, invoices were cataloged, estimated costs, expenses and revenues, projected financial scenarios and economic and financial indicators could be obtained. In the “return” dimension, the object under study recorded the classification “average return” for the pessimistic / realistic scenarios and “high return” for the optimistic scenario, with an annualized net present value of $ 8,387.71, $ 14,908.13 and $ 21,428.55, and the present value, without discount of 25 devaluations, of $ 239,285.92, $ 318,821.19, $ 398,356.47, respectively. In the “risk” dimension, the three levels of investment classification with “average risk”, highlighting the payback / n values (being the “n” planning horizon) of 40%, 28% and 24% and the Minimum Rate of attractiveness over internal rate of return (TMA / IRR) of 47.37%, 34.59% and 27.44%, respectively. In the sensitivity dimension, limited elasticity limits, verified if the elasticity limit of the minimum attractiveness rate (Δ% TMA) reached an “excellent” classification in the three periods; The elasticity limit of the initial investment (Δ% FC0) in turn remained "excellent", except in the pessimistic scenario where the classification "medium high" was classified; already has cash flow elasticity limit “Δ% FCj”, “average” rating for the pessimistic / realistic scenarios and “medium high” for the optimistic scenario. Finally, the photovoltaic ceramic coating proved to be financially and economically viable in all scenarios analyzed, being from the 6th year in the best and from the 10th year in the worst scenario. In case of treatment of a new technology, there is the possibility of improving the relationship with the materials and processes used in its development, which may contribute to the future more qualified final product regarding the technical aspects of bioclimatology and economic efficiency. as well as more competitive without economic and financial point of view.

Keywords: Economic and financial viability. Photovoltaic ceramic coating. Innovation

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fases do desenvolvimento do trabalho ... 43

Figura 2 – Polígono de riscos do MMI ... 57

Figura 3 – Análise de risco do MMI ... 57

Figura 4 – Fachada Sul e Oeste da planta piloto bioclimática ... 68

Figura 5 – Fachada Norte e Leste da planta piloto bioclimática ... 68

Figura 6 – Projeto de iluminação da planta piloto bioclimática construída na UFSC. 70 Figura 7 – Modelagem de incidência térmica para o planejamento da estratégia bioclimática ... 71

Figura 8 – Posição do sistema de geração de energia distribuída em projeto da planta bioclimática ... 72

Figura 9 – Disposição dos revestimentos cerâmicos ... 74

Figura 10 – Composição da fachada ventilada ... 75

Figura 11 – Sistema de fixação da cerâmica... 76

Figura 12 – Possíveis disposições de células nas fachadas ... 76

Figura 13 – Cabo solar FLEX-SOL-XL. ... 77

Figura 14 – Tipos de conectores para sistemas fotovoltaicos. ... 77

Figura 15 – Alicate de crimpagem. ... 78

Figura 16 – Caixa de junção. ... 78

Figura 17 – Composição dos módulos ... 79

Figura 18 – Sistema fotovoltaico de geração de energia distribuída ... 82

Figura 19 – Fluxograma do processo produtivo do protótipo 6 ... 86

Figura 20 – Parâmetros necessários para o cálculo no software SAVEPI ... 91

Figura 21 – Escala de dimensões da MMIA (cenário pessimista) ... 94

Figura 22 – Espectro de decisão TIR sobre TMA do cenário pessimista ... 94

Figura 23 – Limites de sensibilidade do cenário pessimista ... 95

Figura 24 – Linha de tendência do cenário pessimista ... 95

Figura 25 – Retorno esperado x Risco percebido do cenário pessimista ... 96

Figura 26 – Escala de dimensões da MMIA (cenário realista) ... 99

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Figura 28 – Limites de sensibilidade do cenário realista ... 100

Figura 29 – Linha de tendência do cenário realista ... 100

Figura 30 – Retorno esperado x Risco percebido do cenário realista ... 101

Figura 31 – Escala de dimensões da MMIA (cenário otimista) ... 104

Figura 32 – Espectro de validade de decisão TIR sobre TMA do cenário otimista . 104 Figura 33 – Limites de sensibilidade do cenário otimista ... 105

Figura 34 – Linha de tendência do cenário otimista ... 105

Figura 35 – Retorno esperado x Risco percebido do cenário otimista ... 106

Figura 36 – Progressividade de indicadores em relação à metodologia de análise da viabilidade ... 111

Figura 37 – Tríplice Hélice no desenvolvimento do PROCEF ... 113

Figura 38 – Quadro de viabilidade econômica e financeira do revestimento cerâmico fotovoltaico ... 122

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Etapas e atividades do EVEF. ... 48 Quadro 2 – Metodologia Convencional de EVEF. ... 54 Quadro 3 – Competências e Habilidades do Grupo Gestor. ... 56 Quadro 4 – Risco do Negócio. ... 56 Quadro 5 – Metodologia Mult-índice de EVEF. ... 58 Quadro 6 – Inovação e seu conceito ... 62 Quadro 7 – Modelos de Gestão da Inovação ... 65 Quadro 8 – Planta bioclimática discussão de conceitos ... 70 Quadro 9 – Protótipos de módulos fotovoltaicos para aplicação no revestimento .... 79 Quadro 10 – Ensaios com módulos desenvolvidos ... 80 Quadro 11 – Protótipos de módulos fotovoltaicos para aplicação no revestimento .. 80 Quadro 12 – Composição de um módulo do protótipo final (6) ... 85 Quadro 13 – 5W2H da produção do protótipo 6. ... 85 Quadro 14 – Indicadores de viabilidade econômica e financeira no cenário pessimista ... 93 Quadro 15 – Indicadores de viabilidade econômica e financeira no cenário realista 98 Quadro 16 – Indicadores de viabilidade econômica e financeira no cenário otimista ... 103 Quadro 17 – Parecer sobre viabilidade do cenário pessimista ... 107 Quadro 18 – Parecer sobre viabilidade do cenário realista ... 108 Quadro 19 – Parecer sobre viabilidade do cenário otimista ... 109 Quadro 20 – Limites de elasticidade classificação qualitativa ... 120 Quadro 21 – Parecer preliminar SAVEPI ... 121 Quadro 22 – Tecnologias citadas no estudo ... 126

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Parâmetros de qualidade Protótipo 5 ... 81 Tabela 2 – Parâmetros de qualidade Protótipo 6 ... 81 Tabela 3 – Parâmetros elétricos do Protótipo 5 ... 81 Tabela 4 – Parâmetros elétricos do Protótipo 6 ... 82 Tabela 5 – Comparativo de resultados ... 84 Tabela 6 – Custo por etapa ... 89 Tabela 7 – Dados financeiros da produção do revestimento cerâmico fotovoltaico .. 89 Tabela 8 – Projeção de cenários de receita ... 90 Tabela 9 – Parâmetros financeiros utilizados no Estudo de viabilidade econômica e financeira ... 91 Tabela 10 – Fluxo de caixa do cenário Pessimista ... 92 Tabela 11 – Fluxo de caixa do cenário Realista ... 97 Tabela 12 – Fluxo de caixa do cenário Otimista ... 102 Tabela 13 – VP, VPL e VLPA ... 115 Tabela 14 – IBC, ROIA, ROIA/TMA e ROI ... 116 Tabela 15 – Indicadores de risco ... 117 Tabela 16 – Limites de elasticidade ... 119 Tabela 17 – Valores limites ... 120

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas BC Índice - Benefício Sobre Custo

C/B - Custo x Benefício

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Célula FV - Célula Fotovoltaicas

CUB - Custo Unitário Básico

Curva I-P - Corrente elétrica em função da potência Curva I-V - Corrente elétrica em função da tensão EVEF - Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira FC - Fluxo de Caixa

FC0 - Fluxo de Caixa Líquido no Investimento

FCj - Fluxo de Caixa Líquido no Período

FF - Fator de Forma

FOFA - Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças GCR - Grau de Comprometimento da Receita

IBC - Índice de Benefício sobre o Custo

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMG - Instituto Maximiliano Gaidzinski

IMP - Corrente de Máxima Potência [W]

IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo ISC - Corrente de Curto Circuito [A]

IVEF - Indicadores de Viabilidade Econômica e Financeira LabTel - Laboratório de Telecomunicações

LPA - Laboratório de Pesquisas Aplicadas

NTIC - Novas Tecnologias da Informação e Comunicação PDCA - Plan-Do-Check-Act

PEST - Fatores Políticos, Econômicos, Sociais e Tecnológicos PI - Projeto de Investimento

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PPGTIC - Programa de Pós-graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação

PROCEF - Estudo e desenvolvimento de revestimentos cerâmicos fotovoltaicos aplicados em arquitetura bioclimática

PU - Poliuretano RG - Risco de Gestão RN - Risco de Negócio

ROIA - Retorno Sobre o Investimento Adicionado RP - Resistência Paralela

Rs - Resistência Série

SAVEPI - Software de Análise Viabilidade Econômica de Projetos de Investimento TIR - Taxa Interna de Retorno

TIRM - Taxa Interna de Retorno Modificada TMA - Taxa Mínima de Atratividade

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina VMP - Tensão de Máxima Potência

VOC - Tensão de Circuito Aberto [V] VP - Valor Presente

VPL - Valor Presente Líquido

VPLA - Valor Presente Líquido Anualizado VR - Valor Residual

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Valor Presente Líquido ... 53 Equação 2 – Taxa Interna de Retorno ... 53 Equação 3 – Payback- Tempo de retorno do investimento ... 54 Equação 4 – Receita de Equilíbrio ... 55 Equação 5 – Benefício Custo ... 58 Equação 6 – Retorno adicional do Investimento ... 58 Equação 7 – Grau do Comprometimento de Receita ... 58 Equação 8 – Payback/n ... 58 Equação 9 – Valor Presente... 58 Equação 10 – Valor Presente Líquido Anualizado ... 59 Equação 11 – ROIA/TMA ... 59 Equação 12 – Retorno sobre o investimento (ROI) ... 59 Equação 13 – Taxa mínima de atratividade sobre taxa interna de retorno ... 59 Equação 14 – Variação da TMA ... 60 Equação 15 – Variação do investimento inicial ... 60 Equação 16 – Variação do fluxo de caixa ... 60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 35

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 36 1.2 OBJETIVOS... 39 1.2.1 Objetivo geral ... 40 1.2.2 Objetivos específicos ... 40 1.3 ADERÊNCIA ... 40 1.4 METODOLOGIA ... 41 1.4.1 Caracterização da pesquisa ... 41 1.4.2 Procedimentos técnicos ... 42 1.4.3 Estratégia para processamento, análise de dados e apresentação de resultados ... 44

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 45

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 46

2.1 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONOMICA E FINANCEIRA (EVEF) ... 46

2.1.1 Abordagem estocástica e determinística das variáveis do EVEF ... 49 2.1.2 Metodologias para o estudo de viabilidade econômica e financeira ... 52

2.2 INOVAÇÃO EM ENERGIAS, TIC E GESTÃO ... 61 2.3 PLANTA PILOTO BIOCLIMÁTICA DESENVOLVIDA NO PROCEF-UFSC .. 67

2.3.1 Arquitetura bioclimática ... 69

2.4 REVESTIMENTO CERÂMICO FOTOVOLTAICO E FACHADA VENTILADA73

2.4.1 Materiais utilizados ... 75

3 EVEF DO REVESTIMENTO CERÂMICO FOTOVOLTAICO APLICADO EM

FACHADAS VENTILADAS ... 83

3.1 IMERSÃO NO OBJETO DE ESTUDO ... 83

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3.2 COLETA DE DADOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS ... 87 3.3 PROJEÇÃO DOS CENÁRIOS E FLUXOS FINANCEIROS ... 90 3.4 METODOLOGIA MULT INDICE AMPLIADA APLICADA NO ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ... 91

3.4.1 Análise de indicadores de viabilidade (Cenário pessimista) ... 92 3.4.2 Análise de indicadores de viabilidade (Cenário realista) ... 96 3.4.3 Análise de indicadores de viabilidade (Cenário otimista) ... 101

3.5 PARECER DO SAVEPI SOBRE A VIABILIDADE FINACEIRA ... 106

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 110

4.1 CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE A TEMÁTICA ... 110

4.1.1 Estado da arte de estudos de viabilidade econômica e financeira ... 110 4.1.2 Análise do PROCEF sob a ótica da Gestão da inovação ... 112 4.1.3 Análise do revestimento cerâmico fotovoltaico no conceito da arquitetura bioclimática ... 113

4.2 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO REVESTIMENTO CERÂMICO FOTOVOLTAICO ... 114

4.2.1 Dimensão do Retorno e seus indicadores ... 115 4.2.2 Dimensão risco e seus indicadores ... 117 4.2.3 Dimensão sensibilidade e seus indicadores ... 118 4.2.4 Parecer conclusivo ... 121

4.3 ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS ENVOLVIDAS NO EVEF ... 123

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 127

5.1 ESTUDOS FUTUROS ... 128

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a preocupação com a degradação do meio ambiente e com a escassez de recursos utilizados para a geração de energia elétrica da forma convencional (REN21, 2016; ARENT et al., 2017; MME, 2017). Estes fatores contribuem para que o setor energético invista cada vez mais em alternativas para a geração energética com base em tecnologias limpas, recursos renováveis, e que possuam o conceito de sustentabilidade em seus produtos e subprodutos (IRENA, 2018).

Associados aos investimentos no setor energético renovável, também surgem novos arranjos de produção energética, abrindo um amplo espectro de possibilidades para a inovação neste setor, inclusive com a possibilidade da venda de energia excedente que é produzida nas residências e estabelecimentos comerciais de forma distribuída para a rede elétrica (GOMES et al., 2018).

O foco dos investimentos nesse setor também tem propiciado o desenvolvimento e evolução de diversas tecnologias alternativas para a geração de energia, entretanto, de forma limpa, a exemplo da energia eólica, energia solar, maremotriz, geotérmica, hidráulica, nuclear e os biocombustíveis. Antes de tornarem-se comerciais estas inovações, em via de regra, passam por diversas fases no processo de gestão da inovação, inclusive os estudos de viabilidade em diversas áreas como a técnica, a econômica e financeira, a comercial, e de negócio, até que fosse possível disponibilizar o produto nas “prateleiras” de forma segura (TIDD; BESSANT, 2015; OCDE, 2005).

Em relação à energia solar, hoje, existem várias tecnologias que aproveitam sol para a iluminação de ambientes; para o aquecimento de ambientes; produção de água quente para edifícios e indústrias; produção de energia solar térmica entre outros, porém, neste trabalho abordar-se-á nos tópicos seguintes sobre uma nova tecnologia fotovoltaica para produção de energia elétrica (MAUAD; FERREIRA; TRINDADE, 2017), o revestimento cerâmico fotovoltaico.

Em meio a sinergia de fatores favoráveis ao desenvolvimento de inovações para área de energias renováveis, a Universidade Federal de Santa Catarina, polo de Araranguá-SC, juntamente com seus parceiros, estudou e desenvolveu um

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protótipo de revestimento cerâmico fotovoltaico, para ser utilizado em fachadas ventiladas de construções bioclimáticas. O produto final, a que se destina o protótipo, visa contribuir com o conforto térmico de edificações com o bloqueio de intempéries, realizar o acabamento arquitetônico de edificações e, realizar ainda, a geração de energia renovável através da luz solar (PROCEF, 2017).

Os protótipos foram testados em relação à sua viabilidade técnica e, a partir etapa de desenvolvimento concluída demonstrando que há a possibilidade de produzir energia nesta nova modalidade, emerge a necessidade de realizar um estudo de viabilidade, para analisar se sua produção é viável do ponto de vista econômico e financeiro. Além de verificar o custo/benefício de produção do protótipo, é necessário ainda verificar se as taxas de retorno e valores advindos de sua produção são mais vantajosas que os riscos do uso do capital em relação ao investimento nesta inovação (ENDE; REISDORFER, 2015), sendo este o objeto alvo desta pesquisa.

Assim, este trabalho apresenta um estudo de viabilidade econômica e financeira do revestimento cerâmico fotovoltaico componente de fachadas ventiladas de projetos arquitetônicos bioclimáticos. Para melhor imersão no tema, no item 1.1 será contextualizada a problemática e apresentada a justificativa da pesquisa.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Já há algum tempo que a sociedade vem se preocupando em desenvolver novos meios de produção de energia, pois, a maior parte dos recursos para geração de energia não são renováveis, podendo resultar em escassez dos recursos naturais e degradação do meio ambiente, além da geração de conflitos sociais e políticos entre nações. Estes fatores fazem com que o desenvolvimento e aplicação de tecnologias que permitam o uso de fontes renováveis para geração de energia limpa, sejam um dos grandes desafios da sociedade atual (MAUAD; FERREIRA; TRINDADE, 2017).

Além disto, existem vários problemas ambientais decorrentes da produção de energia elétrica por fontes não renováveis como, por exemplo, as alterações

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climáticas que vem acontecendo no mundo, sendo um dos seus principais fatores, a emissão de gases estufa no meio ambiente, decorrente em grande parte da produção de energia elétrica (ARENT et al., 2017).

Segundo a Agencia Internacional de Energia (EIA, 2015), no mundo, somente 3,3% da produção de energia elétrica é proveniente de fontes consideradas limpas, como energias geotérmica, solar, eólica e outras fontes; dois terços têm origem de combustíveis fósseis, e o restante vêm de usinas hidrelétricas, com 16,5% de participação, e usinas nucleares, com 10,6% de participação.

Segundo o Relatório da Situação Mundial de Energias Renováveis de 2016 (REN21, 2016), as atividades como o aquecimento e refrigeração de prédios e indústrias, no mundo todo, utilizam somente 8% de energia renovável para supri-las, sendo que o restante da energia usada é proveniente de combustíveis fósseis e, destes 8% de energia renovável, a maior parte é produzida com biomassa e o restante por energia térmica solar e geotérmica. Assim, aponta-se uma lacuna considerável em relação ao desenvolvimento e uso de tecnologias para a geração energética de fontes renováveis.

No Brasil, de acordo com a Resenha Energética Brasileira emitida pelo Ministério de Minas e Energia (MME, 2017), 56,5% da energia interna no país em 2016 foi de fontes não renováveis, como o petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral e subprodutos, urânio e seus derivados entre outras fontes não renováveis.

Neste contexto, insere-se o estudo e desenvolvimento de uma nova possibilidade de geração energética a partir da geração fotovoltaica, um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina, realizado de 2015 a 2017, em parceria com as organizações e instituições: Campos Novos Energia S/A, Energética Barra Grande S/A, ELIANE, Revestimentos Cerâmicos S/A, Instituto Maximiliano Gadzinski- IMG. Deste projeto denominado ‘Estudo e desenvolvimento de revestimentos cerâmicos fotovoltaicos aplicados em arquitetura bioclimática’ ou apenas “PROCEF”, foram desenvolvidos protótipos do revestimento cerâmico fotovoltaico para fachadas ventiladas aplicadas em projetos arquitetônicos bioclimáticos. O projeto bioclimático além de buscar eficiência energética com conceitos arquitetônicos, apresenta ainda fontes de geração de energia renovável e limpa, a energia fotovoltaica.

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Com o protótipo já criado, chega-se no momento de verificação das potencialidades dessa novidade, entre as quais as dimensões econômica e financeira se fazem necessárias, ainda mais quando o objeto desenvolvido é uma novidade, pois os riscos podem ser potencializados quando o foco do investimento é em produtos inovadores (GOELZER et al., 2014) e alguns fatores, como tempo para obtenção de retorno e aspectos relacionados a custos, tornam muitas organizações resistentes à investimentos em inovação (OCDE, 2005), dificultando uma possível inserção do produto pronto no mercado.

Para diminuir estes riscos, antes que uma empresa tome as decisões de investimento em um produto e antes que este investimento seja executado, faz-se necessário analisar a viabilidade do produto e verificar investimento está alinhado com os objetivos da organização ou organizações financiadoras (ENDE; REISDORFER, 2015).

Assim, percebe-se a lacuna a ser preenchida no contexto desta pesquisa: a produção do revestimento cerâmico fotovoltaico para utilização em fachadas ventiladas de construções bioclimáticas é econômica e financeiramente viável?

Paralelo a este contexto, verifica-se que com os avanços das tecnologias nas áreas de produção e consumo de energia renovável, existe a tendência de transição para a utilização deste tipo de energia visando a conservação do meio ambiente (ARENT et al., 2017).

Aliado a este cenário, o Brasil possui elevadas taxas de irradiação solar em todas as regiões do país, se comparado a países que já consolidaram a utilização de energia solar como fonte de energia (MAUAD; FERREIRA; TRINDADE, 2017). Por isso é natural e esperado que haja investimentos neste setor, podendo também proporcionar o crescimento do uso de uma fonte alternativa, viável e promissora para complementar e ampliar a geração de energia elétrica no Brasil, a fotovoltaica (VILLALVA, 2015).

A partir destes pressupostos, percebe-se que o mercado de produção de energia fotovoltaica é um mercado promissor e que está em expansão no mundo todo, sendo que o Brasil é um país com grande potencial de produção e utilização deste tipo de energia.

Assim, verificar a viabilidade econômica da produção do protótipo em estudo será de grande valia para proporcionar uma visão das possibilidades de investimento

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no desenvolvimento do produto final, permitindo a avaliação das vantagens do uso de recursos dos envolvidos, o capital de investimento necessário para o start da produção bem como o fluxo de caixa necessário para viabilizar sua a produção ( ENDE; REISDORFER, 2015). Ainda, o estudo de viabilidade é uma técnica de avaliação econômica que proporciona a minimização de riscos inerentes à decisão de investir na produção de um produto, primando pelo princípio de economicidade por meio da apresentação de forma racional e convincente de oportunidades de investimento que sejam rentáveis para a organização ( ENDE; REISDORFER, 2015).

Dessa forma, este estudo justifica-se na medida em que busca realizar o estudo de viabilidade econômica e financeira de uma inovação tecnológica, desenvolvida na UFSC, contribuindo para o prosseguimento dos estudos sobre a gestão desta possível inovação para a universidade e contribuindo ainda com o desenvolvimento do projeto do revestimento cerâmico fotovoltaico através das informações advindas do estudo; além disto, o trabalho poderá fomentar para o desenvolvimento regional de tecnologias utilizando como base o arranjo produtivo local que possui grandes produtoras de revestimentos cerâmicos, contribuindo ainda com a sociedade que terá ciência quanto a viabilidade do protótipo desenvolvido.

Além destas justificativas, os levantamentos das revisões da literatura e os resultados do estudo poderão contribuir com o arcabouço teórico sobre o tema para o Programa de Pós-graduação, auxiliando a diminuir a lacuna entre a pesquisa/desenvolvimento e a inserção do produto no mercado, a lacuna conhecida como o vale da “morte das inovações” (BITTENCOURT, 2019).

Compreendida a problemática envolvida na pesquisa, no item 1.2 serão apresentados os objetivos diretores do presente estudo.

1.2 OBJETIVOS

Este subitem contempla os objetivos que nortearam as atividades do presente estudo para que fosse possível resolver o problema da pesquisa.

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1.2.1 Objetivo geral

Realizar o estudo de viabilidade econômica e financeira do protótipo de revestimento cerâmico fotovoltaico aplicado na fachada ventilada de uma construção bioclimática.

1.2.2 Objetivos específicos

• Buscar o estado da arte em relação a estudos de viabilidade econômica e financeira de inovações;

• Descrever o protótipo estudado, e contexto em que é desenvolvido, validando sua composição junto à equipe do seu desenvolvimento;

• Selecionar a metodologia e as ferramentas adequadas para o estudo de viabilidade econômica e financeira do revestimento cerâmico fotovoltaico;

• Identificar as variáveis econômicas e financeiras do protótipo estudado; • Aplicar o método definida para o estudo de viabilidade econômica e financeira no protótipo em estudo; e,

• Analisar de forma comparativa os resultados obtidos.

1.3 ADERÊNCIA

Neste trabalho, são estudadas práticas de gestão e métodos para realizar o estudo da viabilidade econômica e financeira de uma inovação tecnológica para geração de energia renovável.

A nova tecnologia, objeto deste estudo, já foi alvo de pesquisa pregressa no Programa de Pós-graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação (PPGTIC). Na pesquisa realizada por Guerra (2017) ficou comprovado que o projeto

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de inovação pôde ser gerido por uma metodologia ágil e obteve-se boa aceitação do método entre os envolvidos no projeto. Igualmente, professores e pesquisadores do PPGTIC, participantes da equipe de desenvolvimento, provaram a viabilidade técnica de produzir energia elétrica através de um revestimento cerâmico fotovoltaico, entretanto, ainda resta saber se o protótipo criado é viável financeira e economicamente. Assim, preencher esta lacuna irá contribuir com o programa do curso, dar prosseguimento aos estudos sobre revestimento cerâmico fotovoltaico e ainda possibilitar a busca por conhecimentos na linha de pesquisa Tecnologia, Gestão e Inovação através do estudo de viabilidade econômica e financeira, uma atividade necessária para o desenvolvimento e gestão de inovações tecnológicas.

Quanto à característica interdisciplinar do trabalho e em congruência ao programa, neste estudo apresentam-se conceitos de gestão da inovação e viabilidade econômica e financeira além de se discutir acerca de conhecimentos com base técnica da área de energias e com a exploração de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) tanto para a realização do estudo propriamente dito, quanto na obtenção de dados de viabilidade técnica e na apresentação dos resultados. No item 1.4 apresentar-se-á a metodologia utilizada no presente estudo.

1.4 METODOLOGIA

Esta seção apresenta os métodos e materiais utilizados para a realização da pesquisa. Inicialmente, serão apresentadas informações relativas à caracterização da pesquisa e suas fases. Em um segundo momento será apresentado o processo utilizado no levantamento do estado da arte de estudos de viabilidade econômica e financeira e também n levantamento de informações sobre a composição de custos para a realização do estudo de viabilidade econômica e financeira, por fim, será explanado sobre a estratégia utilizada no processamento e análise dos dados.

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Esta pesquisa classifica-se segundo sua natureza como aplicada, pois visou aplicar um método racional cientificamente comprovado para no estudo de viabilidade econômica e financeira de uma nova tecnologia. Em relação à abordagem do problema, a pesquisa apresenta aspectos tanto quantitativos com o levantamento e cálculo de indicadores financeiros, como qualitativos com o levantamento dos materiais componentes utilizados no desenvolvimento do objeto de estudo; nas designações em relação ao parecer conclusivo sobre o estudo de viabilidade e ainda nas diversas classificações qualitativas de risco, retorno e análise de sensibilidade.

Quanto ao objetivo, esta pesquisa classifica-se como exploratória, pois buscou: a viabilidade econômica e financeira de um protótipo desenvolvido; as tecnologias e métodos utilizados por estudos deste tema, assuntos que ainda não se tem especificamente definidos na literatura para este objeto de estudo. Os procedimentos técnicos utilizados no estudo estão descritos no item 1.4.2.

1.4.2 Procedimentos técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos, para atingir o objetivo proposto no estudo, foi realizada inicialmente uma pesquisa bibliográfica exploratória, para discutir o tema gestão inovação; logo após foi utilizada uma revisão sistemática para levantar o estado da arte em estudos de viabilidade econômica e financeira; uma revisão integrativa, para identificar as NTIC utilizadas para este processo, além disto, uma pesquisa documental foi realizada para levantar as variáveis financeiras envolvidas na produção do revestimento cerâmico fotovoltaico.

A busca exploratória foi realizada em bases de dados indexados da CAPES, focou em identificar o constructo gestão da inovação, com a priorização de publicações atuais e de referência no assunto, através dessa pesquisa chegou-se até os conceitos de gestão e melhoria contínua PDCA (plan-do-check-act) e ferramentas de gestão e mapeamento de processo como o 5w2h e o fluxograma.

Em relação à busca do estado da arte na temática de procedimentos para o estudo de viabilidade econômica e financeira, utilizou-se como base duas revisões

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pregressas a primeira que apresenta os procedimentos e métricas utilizadas para o estudo de viabilidade econômica e financeira de inovações para energias renováveis, uma revisão sistemática, (GOMES, et al. 2018); e a outra revisão integrativa das novas tecnologias da informação e comunicação utilizadas nos estudos de viabilidade econômica e financeira (GOMES, et al. 2019). Em suma, as fases e métodos que foram utilizados na pesquisa estão descritos na figura 01 que representa a ordem em que os procedimentos técnicos foram utilizados dentro do contexto da pesquisa.

Figura 1 – Fases do desenvolvimento do trabalho

Fonte: do autor

Optou-se por esta estratégia tendo em vista que o foco do presente estudo não é discutir procedimentos para o estudo de viabilidade econômica e financeira e sim, com base em pesquisas consolidadas, realizar o estudo de viabilidade econômica e financeira do revestimento cerâmico fotovoltaico para uso em fachadas ventiladas e responder a questão de pesquisa.

Na pesquisa documental, foram utilizadas seguintes fontes: o relatório do projeto PROCEF (2017); e as notas fiscais da aquisição de materiais e

FASE 5 - Considerações finais FASE 4 - Análise dos resultados

Estado da arte EVEF EVEF do protótipo Tecnologias utilizadas FASE 3

-APLICAÇÃO DO MÉTODO PARA O EVEF (REVESTIMENTO CERÂMICO FOTOVOLTAICO)

FASE 2 - Aquisição de dados

Revisão da bibliografia Pesquisa Documental (dados financeiros)

FASE 1 - Definição do Tema

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equipamentos utilizados no projeto de desenvolvimento dos protótipos, disponibilizadas pela equipe de desenvolvimento do protótipo da UFSC.

Para tornar o levantamento de custos/despesas mais realistas, os valores iniciais levantados no projeto foram atualizados, tendo em vista que o relatório PROCEF é datado de 2017 e o projeto possui notas fiscais datadas de 2016. Para isto, realizou-se a atualização de valores com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo IPCA (IBGE, 2019), que acompanha a inflação acumulada no período estudado.

Após o levantamento dos custos do protótipo foram realizados vários ensaios financeiros até se chegar a três cenários de projeções de receitas e despesas, que serão apresentados no desenvolvimento do trabalho, no capítulo 3.

1.4.3 Estratégia para processamento, análise de dados e apresentação de resultados

Inicialmente foi construída a revisão bibliográfica que deu suporte ao trabalho através das fontes já citadas no 1.4.2. Em seguida, foram levantados os dados financeiros dos componentes do protótipo estudado.

Após a coleta das informações financeiras da produção dos protótipos, os valores foram atualizados e tabelados de forma que fosse possível identificar os custos, as despesas, possíveis receitas e outros valores relativos a manutenção e investimentos de manutenção preventiva do sistema.

Com essa gama de dados financeiros,foiaplicada a metodologia mult-índice ampliada (MMIA), a qual foi definida para o estudo após a revisão da literatura com base em sua abordagem multidimensional em relação à riscos, retorno e análise de sensibilidade. Para facilitar esse cálculo foi utilizado software de planilha eletrônica e o programa SAVEPI Web, um programa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que possibilita o cálculo dos indicadores de viabilidade de forma automatizada e apresenta, além dos diversos índices de viabilidade componentes da MMIA, o parecer preliminar de viabilidade.

O software SAVEPI foi selecionado utilizando os seguintes critérios: especificidade, software deveria ser específico para EVEF e compreender a MMIA;

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gratuidade, o software deveria ser gratuito; multiplataforma, o software deveria funcionar em computadores, celulares e em tablet.

Inicialmente foram levantados sete softwares através da revisão integrativa: CU$TO DIETAS (LAGE, 2016), planilha eletrônica (GULARTE et al., 2017), Aspen Hysys (ALNIFRO et al., 2017), Homer (SHOEB; SHAFIULLAH, 2018), PVSYS (GARCIA; SEPULVEDA MORA; FERREIRA JAIMES, 2018), RETScreen (ALTOÉ et al., 2013) e SAVEPI (LIMA, 2018). Assim, depois de aplicados os critérios descritos no parágrafo anterior, o software SAVEPI foi selecionado para dar prosseguimento no estudo.

Depois de calculados os índices de viabilidade, utilizou-se o Software Tableau para análise dos resultados de viabilidade, bem como foi utilizada a ferramenta Photoshop CS 6.0 para o acabamento das imagens que subsidiaram o parecer conclusivo.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Além da Introdução, Capítulo 1, que visou contextualizar acerca da problemática, dos objetivos, o método bem como a aderência ao PPGTIC, este trabalho é constituído de mais quatro capítulos. O Capítulo 2 que contempla o levantamento bibliográfico e os pressupostos teóricos que deram suporte aos argumentos da pesquisa.

O 3º Capítulo, abrange o desenvolvimento do trabalho, ou seja, a aplicação da metodologia no estudo de viabilidade econômica e financeira do revestimento cerâmico fotovoltaico componente da fachada ventilada de uma construção bioclimática. Já a análise dos dados e as discussões sobre os resultados estão descritos no Capítulo 4. Por fim, o Capítulo 5 contém as considerações finais e oportunidades para estudos futuros.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No decorrer deste capítulo apresentar-se-á a base teórica que possibilitou o desenvolvimento do trabalho. Para isso, o capitulo foi estruturado com base em quatro constructos teóricos: o constructo “viabilidade econômica e financeira”, onde são apresentados os métodos, etapas, tecnologias envolvidas no processo e abordagens do estudo de viabilidade econômica e financeira no contexto das inovações; o segundo constructo denominado “inovações em energias

renováveis, tecnologias da informação e gestão”; o terceiro constructo

compreendido pela descrição da “planta piloto bioclimática e fachadas

ventiladas” e, por fim, o ultimo constructo, onde os conhecimentos sobre o protótipo

de “revestimento cerâmico fotovoltaico” são abordados.

2.1 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONOMICA E FINANCEIRA (EVEF)

A origem histórica registrada cientificamente de estudos de viabilidade econômica e financeira, de acordo com Lima et al. (2018), advém da Engenharia Econômica que, segundo o autor, permite desde seu prelúdio nos Estados Unidos em 1887 com Arthur Mellen a análise, a comparação a e avaliação de ativos reais (projetos). Ainda segundo o autor, a partir dos anos de 1950 as terminologias financeiras passaram a atuar também fora dos bancos incorporando-se às indústrias e empresas da área produtiva.

A engenharia econômica clássica ou análise econômica na engenharia estabeleceu critérios para comparação e avaliação de investimentos (GRANT; IRESON, 1970). Com o passar do tempo, a análise de investimentos evoluiu acompanhando os complexos processos da atividade industrial absorvendo dessa forma novos critérios de avaliação como os de riscos, da sensibilidade e fatores intangíveis (LIMA, 2018). Assim, estando ainda alicerçados na matemática financeira, estes estudos possuem a capacidade de resolver problemas mais complexos que envolvem riscos e incertezas.

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Sob uma ótica contemporânea, os estudos de viabilidade econômica e financeira surgem na medida em que emerge a necessidade de diminuir os riscos dos investimentos em negócios (GITMAN, 2010; PROCEL, 2009; PUCCINI, 2012). De um modo geral, estes estudos visam mitigar os riscos dos investimentos tendo como variáveis: tempo, valores, fluxos de valores, possíveis perdas e ganhos (GITMAN, 2010). No Brasil, outros autores já abordaram a temática da viabilidade econômica e financeira, como pode ser visto na citação.

“No Brasil, diversos autores descreveram como avaliar de forma adequada/consistente/criteriosa a viabilidade econômica de Projetos de Investimento (PI) em Ativos Reais (AR). Alguns foram muito bem-sucedidos, tais como: Buarque (1989), Souza e Clemente (2009), Correia Neto (2009), Mota et al. (2009) e Casarotto Filho e Kopittke (2010), apenas para citar alguns, no quesito livro (LIMA, 2018, p. 2)”.

Segundo Ende e Reisdorfer (2015), diz-se que um produto é economicamente viável quando atende aos requisitos dos indicadores de viabilidade. Gitman (2010), por outro lado, salienta que mesmo um produto sendo economicamente viável, não necessariamente será atrativo para investimento, pois o custo de oportunidade pode não estar sendo levado em consideração.

O estudo de viabilidade econômica e financeira deve ser realizado levando em consideração algumas projeções de cenários econômicos, tendo em vista inconstância em variáveis que influenciam o cálculo dos indicadores como, por exemplo, o mercado, incertezas dos produtos, ganhos e perdas (GITMAN, 2010; GOMES et al., 2018; ENDE; REISDORFER, 2015).

As etapas que compõe um estudo de viabilidade, de modo geral são cinco: a coleta dos dados; a projeção de fluxos e cenários financeiros; a determinação, cálculo e análise de indicadores de viabilidade; e, por fim, a emissão do parecer conclusivo sobre a viabilidade (GOMES et al., 2018). Estas etapas podem ser melhores explicadas pelo quadro um, elaborado por GOMES et al. (2018), onde são descritas as boas práticas para cada fase do EVEF de inovações em energias renováveis.

A coleta de dados de forma integral apresenta-se como uma importante fase no estudo de viabilidade econômica e financeira (GITMAN, 2010), pois nela está a base para as outras fases, ou seja, caso seja feito levantamento de forma

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equivocada ou suprimida alguma variável, os resultados não irão ser compatíveis com a realidade financeira do projeto em estudo ( ENDE & REISDORFER, 2015). Quadro 1 – Etapas e atividades do EVEF.

Fase Boas práticas

Coleta de dados (coletar)

Dados técnicos: Particularidades naturais da região, tecnologia disponível,

viabilidade técnica, ambiental e capital disponível para investimento; Custo R$/Kvh, produtividade, dados específicos para tecnologias (solar incidência solar, eólica incidência de ventos, disposição de painéis solares), eficiência energética da transmissão, tipo de geração ongrid ou offgrid), impactos ambientais, demanda energética do estudo.

Dados financeiros: Custo R$/Kvh, investimentos iniciais e adicionais, despesas

operacionais/manutenção programada, receitas, depreciação, custos fixos/variáveis e outras variáveis financeiras, vida útil do sistema, juros de financiamento, taxas e impostos.

Dados mercadológicos: Levantamento de informações, estruturas fiscais e

políticas, clientes, fornecedores, concorrentes, custo dos insumos, possibilidades de receitas, risco de despesas, posicionamento no mercado, lembrar da modalidade prosumers (venda da energia excedente),

Projeção de Fluxos

Realizar a projeção dos fluxos de caixa baseando-se na vida útil do sistema/produto, para isso considerar os ganhos e tributos incidentes, custos e despesa com manutenção. Realizar a projeção das receitas, receita média mensal, média de vendas mensais e receita mensal detalhada;

Categorizar investimentos iniciais e adicionais, despesas, receitas, depreciação, custos fixos/variáveis - operacionais/manutenção/programada;

Projetar cenários otimistas, realistas e pessimistas, para melhor mensurar o risco do investimento.

Determinação / Análise Indicadores

Monta-se o fluxo de caixa até se chegar a um período igual a vida útil do produto/sistema/equipamento estudado (exemplo “célula fotovoltaica A” = Vida útil 25 anos);

Identificar os riscos do projeto e a taxa mínima de atratividade (TMA) adequada à organização, (IPCA, Poupança, taxa média de retorno de investimentos de infraestrutura, taxa selic…);

Definir os indicadores de viabilidade adequados à organização e ao investimento (VPL, TIR, Payback, Relação custo benefício) e definir os parâmetros para análise dos indicadores (baseando-se na projeção de cenários das variáveis financeiras no mínimo três cenários).

Indicadores de viabilidade: VPL positivo, TIR maior que TMA, Payback menor que a vida útil do material e Relação C/B deve manter os benefícios maiores que os custos.

Parecer Conclusivo

Representar de forma clara os prós e contras do investimento apontando com base nos resultados obtidos com os indicadores o parecer acerca da viabilidade do projeto.

Alguns estudos ainda apresentam questões ambientais e técnicas junto com indicadores de viabilidade para enfatizar os benefícios dos projetos

Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2018).

A coleta de dados de forma integral apresenta-se como uma importante fase no estudo de viabilidade econômica e financeira (GITMAN, 2010), pois nela está a base para as outras fases, ou seja, caso seja feito levantamento de forma equivocada ou suprimida alguma variável, os resultados não irão ser compatíveis com a realidade financeira do projeto em estudo ( ENDE & REISDORFER, 2015).

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Logo após o levantamento dos dados faz-se necessário indicar a taxa mínima de atratividade (TMA) que o projeto deva ter, ou seja, identificar dentro das possibilidades da organização, qual a taxa mínima de rentabilidade que o investimento deve ter para que ele seja selecionado em detrimento de outros (PUCCINI, 2012). Em outras palavras, a TMA pode ser descrita de acordo com Gomes et al. (2018)

“o mínimo de rentabilidade que o projeto deve ter para ser atrativo economicamente, calculado com base nos investimentos realizados, levando em consideração o percentual de capital próprio investido e o percentual de capital de terceiros, juntamente com o percentual de inflação, risco do projeto e as taxas de retorno de possibilidades de outros investimentos, aplicações financeiras ou poupança (GOMES et al., 2018, p. 7).”

Em seguida, buscam-se formas de predizer as possibilidades de mudança nos valores de variáveis e para isto é interessante realizar projeções de fluxo de recursos e dos cenários financeiros visando melhor evidenciar as possibilidades de investimento de acordo com a variação dos parâmetros econômicos e financeiros do mercado (GITMAN, 2010). Gomes et al. (2018) afirmam que para a projeção de cenários, uma estratégia é calcular um cenário provável, em um cenário otimista, e um cenário pessimista, para ter uma visão geral do projeto em diversas situações.

Além das informações citadas, o estudo de viabilidade econômica e financeira pode ser classificado quanto à abordagem das suas variáveis no estudo, podendo ser uma abordagem estocástica ou determinística, assunto que será discorrido no item 2.1.1.

2.1.1 Abordagem estocástica e determinística das variáveis do EVEF

Foi visto até o presente momento que o estudo da viabilidade econômica e financeira de um investimento, busca identificar o potencial de retorno do objeto analisado e diminuir os riscos de perdas de capital dos stakeholders. Entretanto, para realizar esta atividade é necessário levantar variáveis envolvidas que podem geram receitas e despesas. Para isto, no processo de planejamento se faz necessário o uso de metodologias e ferramentas para o levantamento do máximo possível das variáveis que incidem sobre o projeto.

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Assim, o investidor ou analista terá subsídios para desenhar suas linhas de ação e possíveis soluções para os problemas encontrados (LIMA, 2018). Do ponto de vista organizacional, Ross, Westerfield e Jaffe (2010), citam a importância identificação do valor gerado pelo objeto em estudo, relacionando-o com investimento, financiamento e gestão da liquidez da organização. Diante disto, o autor ressalta a necessidade de algumas medidas que auxiliam o planejamento, como: organizar registros financeiros, acompanhar o pagamento e recebimento de valores, classificar custos e despesas, fazer previsões e acompanhar o desenvolvimento do patrimônio.

Tendo conhecimento prévio das variáveis incidentes sobre o objeto estudado e das práticas de gestão financeira, pode-se em busca de um arranjo ideal para organiza, alterar varáveis dos projetos: como por exemplo: fornecedores; despesas fixas (luz, água, telefone e etc.); despesas variáveis; os serviços contratados e etc. Dessa forma, possibilitará ao gestor um melhor controle interno da organização a fim de reduzir os custos e melhor projetar o potencial econômico e financeiro do investimento realizado (MARQUES, 2006).

Ainda nesse contexto, a sustentabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento, está ligada intimamente a organização que pretende investir (MARION, 2005), ou seja, por mais que os indicadores de viabilidade sejam positivos quando analisado o projeto abstraído, a viabilidade do investimento dependerá da capacidade e da situação econômico-financeira da empresa ou investidor. Esta capacidade é obtida através da avaliação da Liquidez do negócio (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e Endividamento gerado pelo investimento (Estrutura de Capital) (MARION, 2005).

Antonik (2004) complementa Marion (2005) apontando que, além de conhecer a capacidade da organização e do investidor é necessário manter uma política realista na análise, focando-se nas condições do mercado, e principalmente na lógica de que as entradas (receitas) sejam maiores que saídas (custos, despesas, riscos, depreciação e investimentos futuros). Para isto, é necessário ter também conhecimento sobre o mercado e os riscos envolvidos no investimento (ANTONIK, 2004).

Partindo do pressuposto de que as variáveis a serem utilizadas para o cálculo da viabilidade econômica e financeira são consideradas como certas, o

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estudo assume uma abordagem determinística (LIMA, 2018; GITMAN, 2010; MARQUES, 2006), ou seja, o analista ou investidor ao calcular os indicadores de viabilidade acredita que os valores utilizados no fluxo de caixa, variação da TMA ao longo do período estudado, custos, despesas e receitas entre outras variáveis, são corretos. Uma grande dificuldade neste ponto de vista é a obtenção de dados confiáveis para refletir a realidade do contexto estudado (LIMA, 2018).

Esta dificuldade acontece, pois, nos estudos se envolvem critérios econômicos: rentabilidade dos investimentos; critérios financeiros: disponibilidade de recursos; e outros critérios como: segurança do investimento, status, beleza, localização, facilidade de manutenção, meio ambiente, qualidade, entre outros difíceis de prever e que podem influenciar os dois primeiros (KLIEMANN NETO, 2011; RASOTO et al., 2012). Uma forma apontada para suprir esta demanda é a criação de cenários baseados em estimativas para obter resultados máximos, médios e mínimos esperados em um investimento (GITMAN, 2010; LIMA, 2018, KLIEMANN NETO, 2011; RASOTO et al., 2012).

Outra abordagem para o estudo da viabilidade econômica e financeira é estocástica ou probabilística, que surge ao incorporar nos seus cálculos o uso de ferramentas e métodos probabilísticos, como por exemplo, a Simulação de Monte Carlo (LIMA, 2018).

Além da projeção de cenários, a Simulação de Monte Carlo (SMC) apresenta-se como uma possibilidade para calcular o VPL de um projeto de investimento, pois esta pode ser uma alternativa para verificar os possíveis valores deste indicador englobando a dimensão das incertezas do investimento (BRUNI et al., 1998). Utilizando-se de números “pseudo-aleatórios” nas simulações (LIMA, 2018) e com ajuda de uma planilha eletrônica de cálculo, como o MS-Excel® e outros softwares como o Oracle Crystal Ball, o Palisade @ Risk e o Vose ModelRisk é possível identificar o espectro de viabilidade dentro das probabilidades de resultados (LIMA, 2018). Esta atividade facilita o desenvolvimento dos cálculos, automatizando os resultados (BRUNI, 2013).

A SMC determina como uma variação pseudo-aleatória afeta o desempenho ou a viabilidade do objeto estudado, utilizando como base a análise da propagação da incerteza (MOORE; WEATHERFORD, 2005). Ainda no pensamento dos autores, a SMC pode ser utilizada para auxílio à decisão em análise de projetos de

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investimento que possuem riscos expressos de simples leitura. Dessa forma o cálculo deixa de ser determinístico e passa a ser estocástico (LIMA, 2018).

“Por método determinístico entenda-se aquele baseado em discretizações numéricas das variáveis das funções que descrevem o processo em análise. A simulação estocástica utiliza variáveis aleatórias como entrada e através de algoritmos computacionais baseados nas leis da probabilidade e estatística, geram saídas que devem ser interpretadas como estimativas estatísticas das características reais do processo em análise (MACHADO E FERREIRA, 2015, p. 225)”.

Mesmo após a realização de uma simulação, a abordagem estocástica, presente na SMC, pode apresentar resultados diferentes em todas as simulações de recálculo, embora que estes tendam ser aproximados (MACHADO; FERREIRA, 2015).

Conhecida as abordagens estocástica e determinística, no item seguinte será discorrido sobre as metodologias para o estudo de viabilidade econômica e financeira.

2.1.2 Metodologias para o estudo de viabilidade econômica e financeira

Os indicadores de viabilidade econômica e financeira (IVEF) são valores e resultados decorrentes de cálculos que podem relacionar, dependendo do objetivo a avaliado, os custos/despesas, receitas e prazos que incidem sobre o objeto que se está analisando a viabilidade (GITMAN, 2010; PROCEL, 2009). Em outras palavras, estes IVEF possibilitam mostrar a viabilidade econômica e financeira do produto através de índices mensuráveis (PUCCINI, 2012).

Quanto maior a quantidade de indicadores utilizados para analisar a viabilidade econômica e financeira do produto, maior será o conhecimento sobre o potencial de econômico e financeiro do produto (GITMAN, 2010), subsidiando os cargos de decisão, ou investidores externos, com informações que podem evitar que sejam realizados investimentos de risco ou em produtos que estejam fadados ao prejuízo, sem que para isto, haja o dispêndio de capital propriamente dito ( ENDE; REISDORFER, 2015).

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Dependendo dos indicadores selecionados, o processo de EVEF pode ser classificado em: metodologia convencional ou clássica (GITMAN, 2010); metodologia multi índice (SOUZA; CLEMENTE, 2008); e ainda metodologia multi índice ampliada (LIMA, 2018). A decisão sobre qual método utilizar é muito variável e depende do nível de aprofundamento necessário para identificar a viabilidade e os riscos de investir do produto (GITMAN, 2010). Normalmente, a complexidade e valor do investimento são terminantes diretamente proporcionais à quantidade de indicadores a ser necessários (GOMES et al., 2018), mas não é algo impositivo, isto dependerá da demanda de informações que o investidor exigir (ENDE; REISDORFER, 2015). No subcapitulo seguinte será apresentada a metodologia clássica.

2.1.2.1 Metodologia Clássica (MC)

A metodologia convencional ou clássica como cita Gitman (2010) é composta pelo cálculo de três indicadores: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback. No quadro 2 apresenta-se de forma sucinta a composição da metodologia clássica de EVEF e o parâmetro de viabilidade de seus indicadores, já a forma de obter os referidos índices é apresentada através das equações 1, 2 e 3.

Equação 1 – Valor Presente Líquido

𝑉𝐿𝑃 = ∑ 𝑛 𝑡=1 𝐹𝐶𝑡 𝐹𝐶𝑡 (1 + 𝑖)𝑡 (1) Onde: FC: Fluxo de Caixa; t: tempo; n: períodos; i: custo de capital

Equação 2 – Taxa Interna de Retorno

𝑇𝐼𝑅 = ∑ 𝑛 𝑡=0 𝐹𝐶𝑡 (1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡= 0 (2) Onde: I: Investimento inicial FC: Fluxo de Caixa t: tempo n: período

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Equação 3 – Payback- Tempo de retorno do investimento

𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = min{𝑗}, 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒: 𝑓(𝑥) = ∑ 𝑛 𝑡=1 𝐹𝐶𝑡 𝐹𝐶𝑡 (1 + 𝑖)𝑡≥ |𝐹𝐶0| (3) Onde: I: Investimento inicial FC: Fluxo de Caixa

Quadro 2 – Metodologia Convencional de EVEF.

Indicador Ponto de viabilidade

VPL VPL > 0

TIR TIR > TMA

Payback Período de payback < que vida útil do investimento (produto) Fonte: Do autor com base em Gitman (2010).

O VPL mostra na data atual qual é o valor de retorno total do projeto, descontados o investimento inicial e a taxa mínima de atratividade incidida sobre o período estipulado, em outras palavras, este indicador antecipa o resultado líquido final dos ganhos com o produto (GITMAN, 2010), por isto deve possuir valor positivo para viabilizar o projeto.

A TIR representa a taxa de retorno do investimento de um produto, logo após, esta taxa obtida é comparada com a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que é uma taxa estipulada levando em consideração o custo de oportunidade, ou seja, é comparada com a taxa de retorno que outros investimentos poderiam trazer, portanto, a TIR deve ser maior que a TMA para viabilizar o projeto (GITMAN, 2010).

O payback, por sua vez, representa o tempo necessário para obter o retorno do investimento. Normalmente, este indicador é dito como viável quando o tempo de retorno for menor que a vida útil do produto ou projeto (GITMAN, 2010).

2.1.2.2 Metodologia Multi Índice (MMI)

A metodologia multi índice, engloba, além dos índices presentes na metodologia convencional, outros indicadores como: índice benefício/custo (BC); Retorno Sobre o Investimento Adicionado (ROIA); Grau de comprometimento da Receita (GCR); Risco de Gestão (RG); Risco de Negócio (RN); Índice TMA/TIR; e índice Payback/N (SOUZA; CLEMENTE, 2008).

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O índice benefício/custo (BC) representa a medida de ganho para cada unidade de capital investido, fazendo a comparação de fluxos de caixa para o valor presente, ou seja, ele estabelece a razão entre o fluxo de benefícios sobre o fluxo de investimentos (SOUZA; CLEMENTE, 2008), para indicar que os benefícios superam os investimentos, o indicador deve apresentar resultado maior que “1” (um).

Em relação ao Retorno Adicional Sobre o Investimento (ROIA), este índice representa a rentabilidade do período sobre o índice B/C (RASOTO et al., 2012; BARROS, 2000). O parâmetro para avaliar este índice é quanto maior, melhor.

O Grau de comprometimento da Receita (GCR), por sua vez, é a razão da receita no ponto de equilíbrio sobre a receita no nível máximo da atividade. O grau de risco maior é “1” (um), por isto é indicado que o resultado seja o mais distante possível. A receita do ponto de equilíbrio é obtida através da razão entre a soma dos custos fixo (CF) mais despesas fixas (DF), sobre a diferença de “1” e a seguinte razão: a soma do custo variável total (CVT) com a despesa variável total (DVT) sobre a receita no nível máximo de atividade (RNMA).

Para calcular o GCR é necessário saber o valor da receita de equilíbrio que, segundo Souza e Clemente (2008), é obtida pela equação 4:

Equação 4 – Receita de Equilíbrio

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑎𝑠

1 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑛𝑜 𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (4)

O Risco de Gestão (RG) é um índice que retrata a competência da gestão de uma organização. Souza e Clemente (2008) comentam que para chegar ao índice é utilizada uma tabela que engloba a percepção das competências e habilidades do grupo gestor. Os autores ainda reforçam que quanto menor o índice, menor o risco.

O quadro 3 retrata os valores. Quando o assunto abordado é o Risco de Negócio (RN), são englobados três grupos de avaliação, sejam eles: PEST (fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos); as cinco forças de Porter (concorrência, novos entrantes, substitutos, fornecedores e clientes); e a análise de FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças) (SOUZA; CLEMENTE, 2008).

Referências

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