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Mulheres e lideranças das organizações sociais e populares de Delmiro Gouveia, Alto Sertão de Alagoas: luta feminina na Cooperaperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes - COPPABACS e no Sindicato dos Trabalhadores e Tra

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DO SERTÃO CURSO DE HISTÓRIA. GISLAINE MARIA MEDEIROS LIMA. Mulheres e lideranças das organizações sociais e populares de Delmiro Gouveia, Alto Sertão de Alagoas: luta feminina na Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes - COPPABACS e no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR. DELMIRO GOUVEIA 2020.

(2) GISLAINE MARIA MEDEIROS LIMA. Mulheres e lideranças das organizações sociais e populares de Delmiro Gouveia, Alto Sertão de Alagoas: luta feminina na Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes - COPPABACS e no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais - STTR. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Federal de Alagoas, como requisito parcial para obtenção do grau de graduada em História.. Orientador: Prof. José Ivamilson Silva Barbalho. DELMIRO GOUVEIA 2020.

(3) Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca do Campus Sertão Sede Delmiro Gouveia Bibliotecária responsável: Renata Oliveira de Souza CRB-4/2209 L732m. Lima, Gislaine Maria Medeiros Mulheres e lideranças das organizações sociais e populares de Delmiro Gouveia, Alto Sertão de Alagoas: luta feminina na Cooperaperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes - COPPABACS e no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR / Gislaine Maria Medeiros Lima. – 2020. 40 f. Orientação: Prof. Dr. José Ivamilson Silva Barbalho. Artigo monográfico (Licenciatura em História) – Universidade Federal de Alagoas. Curso de História. Delmiro Gouveia, 2020. 1. História – Alagoas. 2. Liderança feminina. 3. Campesinato. 4. Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes – COPPABACS. 5. Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR.. I. Título. CDU: 981(813.5).

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(5) LISTA DE SIGLAS. BCM. Banco Comunitário de Sementes. CEB. Comunidades Eclesiais de Base. COPPABACS MMA. Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes Movimento de Mulheres Agricultoras. MMTR. Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul. MMTR - NE. Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste. MMTRSC. Movimento de Mulheres do Brejo Paraibano; em Pernambuco, o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. STTR.

(6) RESUMO. Este artigo objetiva analisar as contribuições das lideranças femininas na COPPABACS, Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais- STTR, de Delmiro Gouveia, Alagoas, correlacionando com a perspectiva histórica de ser e viver como mulher. A pesquisa é de cunho qualitativo, em que foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e observação direta com registro em diário de campo. Foram entrevistadas duas mulheres da COPPABACS e uma do STTR. Concluiu-se, que há a necessidade de alargar mentalidades com relação ao papel de liderança que a mulher ocupa, desmistificando a posição de subalternidade, que foi delegada há séculos. As contribuições e discursos das mulheres, lideranças que se auto intitulam como educadoras populares, nos evidencia um machismo que ainda é latente no campo do Alto Sertão de Alagoas, entretanto, demonstram também seus contributos no que se refere a força da camponesa e sua luta por uma vida digna no campo. As mulheres da COPPABACS e do STTR revelam as especificidades dos seus trabalhos, afirmando-se como mulheres de luta e ratificando a importância de suas posições como processo de representatividade e quebra de estigmas advindos de uma sociedade que ainda é androcêntrica... Palavras-chave: Liderança feminina. Campesinato. Agricultura. História. Alagoas..

(7) ABSTRACT. This article aims to analyze the contributions of female leaders in COPPABACS, Cooperative of Small Agricultural Producers of Community Seed Banks and Union of Rural Workers STTR, from Delmiro Gouveia, Alagoas, correlating with the historical perspective of being and living as a woman. The research is of a qualitative nature, in which semi-structured interviews and direct observation were recorded in a field diary. Two women from COPPABACS and one from STTR were interviewed. It was concluded that there is a need to broaden mentalities regarding the leadership role that women occupy, demystifying the position of subordination, which was delegated centuries ago. The contributions and speeches of women, leaders who call themselves as popular educators, show us a machismo that is still latent in the Alto Sertão de Alagoas field, however, they also demonstrate their contributions regarding the strength of the peasant and her struggle for a decent life in the country. COPPABACS and STTR women reveal the specifics of their work, asserting themselves as women of struggle and reaffirming the importance of their positions as a process of representation and breaking stigma arising from a society that is still androcentric.. Keywords: Female leadership. Peasantry. Agriculture. Story. Alagoas..

(8) Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 7 2 A LIDERANÇA FEMININA NO BRASIL: PERSPECTIVA HISTÓRICA DE SER E VIVER COMO MULHER ......................................................................................................... 9 2.1 PERSPECTIVAHISTÓRICADA MULHER ..................................................................... 12 3 HISTÓRIA ORAL, MEMÓRIA E ANÁLISE QUALITATIVA: METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISAS .................................................................................................. 14 4 A COPPABACS: OBJETIVO DA ORGANIZAÇÃO, POSIÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DA LIDERANÇA FEMININA....................................................................................................... 16 4.1 O SINDICATO:OBJETIVOSDO MOVIMENTO, POSIÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DA LIDERANÇA FEMININA....................................................................................................... 23 4.2 LUTAS E RESISTÊNCIA DA LIDERANÇA FEMININA .............................................. 26 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 28 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 30.

(9) 7. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo apresenta uma discussão relativa às mulheres que são lideranças de organizações sociais e populares em Delmiro Gouveia, no Alto Sertão de Alagoas. A labuta destas mulheres expõe uma realidade social que está inserida na comunidade, seja ela local ou nacional, que a cada novo amanhã se depara com novas lutas para garantir o seu direito de ser mulher. Nesta perspectiva, foram constituídas as seguintes questões de pesquisa: quais as contribuições dessas mulheres que se colocam como lideranças dessas organizações sociais na cidade de Delmiro Gouveia-AL? Como essas mulheres contribuem para a “desnaturalização” do machismo no Alto Sertão de Alagoas? O que a posição de liderança feminina de movimentos, que representam um coletivo de agricultores, simboliza para a mulher? O tema é viável na medida em que apresenta a necessidade de possibilitar a inclusão social das mulheres como lideranças das organizações sociais e populares no sentido de acolhimento para a prosperidade da comunidade do campo onde estão inseridas. A luta de classes1 sociais é uma necessidade constante no meio capitalista, para que existam sempre novas oportunidades de favorecer cada vez mais a luta feminina na COPPABACS 2 e no STTR3 Neste contexto, do objetivo é analisar as contribuições das lideranças femininas para os movimentos do COPPABACS e do Sindicato Rural de Delmiro Gouveia, Alagoas, correlacionando com a perspectiva histórica de ser e viver como mulher. Os objetivos específicos dizem respeito a: descrever como funciona a participação feminina no COPPABACS e no Sindicato Rural; Perceber quais as contribuições das lideranças femininas nesses movimentos sociais e compreender a perspectiva histórica de ser e viver como mulher na sociedade e seus respaldos no âmbito da posição de liderança das organizações pesquisadas. Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se a pesquisa de tipo qualitativo, como recurso metodológico, foi realizada uma pesquisa de campo com entrevistas semi-estruturadas de duas lideranças da COPPABACS e uma do STTR. Fazendo correlação entre teoria e 1. A Luta de Classes é um conceito marxista vinculado com a economia política socialista, desenvolvido, particularmente, pelos sociólogos e filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels. 2 Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes – está localizado na Rua Antônio Ivo, 73, Delmiro Gouveia - AL, 57480-000 - Telefone: (82) 3641-5923. A COPPABACS é uma cooperativa dos bancos comunitários de sementes; os mesmos surgiram na década de 80, no povoado Tabuleiro no município de Água Branca. 3 Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – está localizado na Rua Nascimento Bandeira, Delmiro Gouveia - AL, 57480-000 - Telefone: (82) 3641-1674..

(10) 8. prática, realizamos também um levantamento bibliográfico em torno de temáticas correspondentes ao objeto de pesquisa. Consistindo na construção de uma análise mais ampla da realidade das lideranças femininas, colaborando para discussões a respeito de métodos e resultados de pesquisa, assim como reflexões sobre a realização de futuras produções científicas..

(11) 9. 2 A LIDERANÇA FEMININA NO BRASIL: PERSPECTIVA HISTÓRICA DE SER E VIVER COMO MULHER. O Brasil enquanto país começou com sua formação populacional mista, desde o indígena a diversas nacionalidades da Europa, assim como do continente africano, que vieram para este vasto território pela imposição da força. Avançaram em crescimento desde o financeiro ao familiar; a constante evolução populacional trouxe consigo uma variedade enorme de culturas. Com isso, a figura feminina era mais uma a desenvolver as atividades para os seus senhores, desde a escrava à dona de casa. Na visão de Del Priore (1997), a história das mulheres não é só delas, é também aquela da família, da criança, do trabalho, da mídia, da leitura. É a história do seu corpo, da sua sexualidade, da violência que sofreram e que praticaram da sua loucura, dos seus amores e dos seus sentimentos. Neste sentido pode ser melhor compreendido o foco feminino que está sempre envolta da melhoria social, não simplesmente para si, mas para todos. Para Kanan (2010), a Segunda Guerra Mundial representou um divisor no que se refere à participação da mulher no mercado de trabalho. Durante os conflitos, elas foram recrutadas para as mais diversas tarefas; porém, foram demitidas em massa de seus postos de trabalho, logo após o final da guerra, para dar lugar aos homens. São bem escassos os registros da presença da mulher em cargos de liderança, no mercado de trabalho, na década de 1960. O fato de mulheres ocuparem alguma liderança seja, na política ou no contexto laboral, era tido como uma anormalidade. No entanto, nessa mesma década, numa nova fase de expansão da economia, as mulheres foram recrutadas para o trabalho é nesse momento, motivadas pelas manifestações feministas em França, que começaram a questionar sobre as limitações de suas próprias vidas, dando início a movimentos femininos mais organizados (KANAN, 2010, p. 10).. Conforme Del Priore (1997), o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho foi incentivado, também, pelo aumento do custo de vida e a monetarização da economia, forçando as mulheres a ajudar no rendimento familiar. A integração das mulheres no mercado de trabalho, inicialmente, foi em setores com elevadas taxas de feminilização4.. 4. Yannoulas (2013) refere-se ao aumento do peso relativo do sexo feminino na composição de uma profissão ou ocupação; sua mensuração e análise realizam-se por meio de dados estatísticos e um significado qualitativo que denominaremos feminização que alude às transformações de significado e valor social de uma profissão ou ocupação, originadas a partir da feminilização ou aumento quantitativo e vinculadas à concepção de gênero predominante em uma época..

(12) 10. Compreender o crescimento populacional com as grandes variações de pensamentos sobre melhoria, seja de trabalho, seja de condição de vida, a luta por uma liderança feminina é contínua para um trabalho ativo. A vida de uma líder feminina está regrada de compromissos e dedicação por sua causa, por manter e conquistar espaço dentro dos objetivos de classe. O trabalho árduo e contínuo sempre se fez presente em meio à realidade da mulher no tecido social brasileiro. Os avanços e retrocessos são uma realidade dentro dos mecanismos de formação territorial. É a consciência desse grau de exclusão que determina o surgimento de organizações de mulheres negras de combate ao racismo e ao sexismo, tendo por base a capacitação de mulheres negras, assim como o estímulo à participação política, à visibilidade, à problemática específica das mulheres negras na sociedade brasileira, à formulação de propostas concretas de superação da inferioridade social gerada pela exclusão de gênero e raça, e à sensibilização movimento de mulheres para as desigualdades dentro do que o racismo e a discriminação racial produzem (CARNEIRO, 2011, p. 121).. A complexidade dos fatos está em volta dos mecanismos de exclusão das mulheres, que muito se relacionavam ao machismo predominante da época colonial, mas que pode ser percebido em muitas situações atuais do cotidiano brasileiro. Dentro de forças vinculadas ao homem, que predominam, com isso, expõe a exclusão para o controle da figura da mulher. No período do Brasil colônia o tratamento dado a mulher sempre referenciava a algo menos favorável ao crescimento pessoal, como algo necessário a cuidar da casa ou da roça, seja ela como escrava, se fosse negra, a diferença estava na própria crueldade ou não, mas estava contido na pessoa sem direito a expressar suas opiniões. O Estado é um verdadeiro produtor de exclusão daqueles que não compõem a sua cúpula. A resistência é algo real, que está contida na própria existência da luta de classes por um espaço. A compreensão da luta da mulher do campo por dias melhores, nasce na formulação histórica das classes, onde a opressão é algo corriqueiro para os menos favorecidos. Com isso pode ser visualizado a formação do feminismo camponês para romper o atraso social, consolidando espaços com resistência para uma melhoria constante em seu contexto enquanto pessoa ativa que necessita de respeito para garantir a sua subsistência.. Um dos maiores pilares de formação do Feminismo Camponês Popular é o antagonismo político ao sistema de exploração às mulheres sobre a forma do Patriarcado- Capitalismo-Racismo, entendendo que a luta deve concentrar-se sobre seu gênero, mas também, sobretudo, avistando sua condição dentro da classe trabalhadora vinculada às atividades da agricultura, contra o agrohidronegócio (TRINDADE, 2018, s/p)..

(13) 11. Com isso, Trindade (2018) relata que a abordagem da luta feminista a partir do conceito de auto-organização se torna um caminho imprescindível, haja vista que desde a década de 1980, com o surgimento de organizações autônomas de mulheres no cenário político brasileiro, as pautas específicas da mulher camponesa puderam ser visibilizadas ao ponto de anexarem-nas na agenda pública através da exigência por inclusão destas nos sindicatos de trabalhadores rurais e direitos no âmbito da seguridade social, a respeito da aposentadoria para as trabalhadoras do campo e a licença maternidade remunerada. Conforme relata Sales (2007), no Nordeste, o movimento de mulheres rurais cresceu e acolheu multiplicidades de ideias expressas nos grupos organizados, entre eles o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), os Coletivos Estaduais de Mulheres das Federações de Trabalhadores Rurais dos Estados, a Rede de Mulheres Trabalhadoras do Nordeste, o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MTR). Estudos indicam que a mulher do campo torna-se líder em suas conquistas, perspectivando pensamentos por meio dos quais apresentam a necessidade de lutar pela sobrevivência, sem deixar de lado suas raízes e com o propósito de crescimento da família e da comunidade. Segundo Jarschel (2014), cuja obra apresenta às mulheres camponesas no Brasil, em sua introdução, há um reconhecimento da invisibilidade das camponesas e sua efetiva participação na produção e organização, mas isto não se torna visível e valorado no campo sociocultural quanto na produção teórica, o que é destacado na introdução da obra recente “Mulheres Camponesas: trabalhos produtivos e engajamento político”. São pontos que devem ser sempre ativo para que não possam deixar de lado a liderança feminina, mas fundamentar cada vez mais por seus espaços. A liderança feminina quando está articulada de forma cultural e política, tende a crescer com sua comunidade, podendo favorecer aqueles para os quais se propõe acompanhar, mas nunca de forma fácil, sempre dentro de entraves, visto que a mulher ainda enfrenta desafios com relação a ocupação de cargos historicamente tidos como masculinos. O olhar histórico de Jarschel (2014), retrata vários momentos para ser compreendido e trabalhado dentro da realidade da liderança feminina, visto que tudo deve se relacionar com a organização e dedicação. A figura da liderança camponesa mesmo em muitas situações complexas procura atender as necessidades de seu trabalho em sua comunidade. A realidade do trabalhar da liderança feminina favorece uma compreensão mais unificada para o crescimento enquanto sociedade..

(14) 12. 2.1 PERSPECTIVA HITÓRICA DA MULHER Faz-se necessário compreender a história da mulher enquanto símbolo de resistência e luta, entretanto, é importante adentrar na formulação da família, assim como a abertura de espaços para uma nova roupagem da mulher que era tida como procriadora e mãe zelosa, passando para visualizar uma liderança, demonstrando a sua resistência e perseverança no que concerne a outros espaços para além do lar familiar. Os papéis sociais assumidos pelo homem e pela mulher – consolidados, histórico e culturalmente, são transmitidos ao longo das gerações e reforçados muitas vezes de forma histórica, desconsiderando as novas configurações sociais e familiares, bem como os novos papéis assumidos pelo homem e pela mulher (SANT’ANA; BISPO, 2017, não paginado).. A figura feminina no contexto histórico passa a ser alvo de conflitos não só entre seus familiares, mas no contexto social, criando impasses, mas ao mesmo tempo a mulher torna-se símbolo de resistência, quando adentra nos processos autoritários e consegue ser inserida no mercado de trabalho, quando questiona e vai de encontro as normas estereotipadas de ser e viver como mulher, apresentando novas configurações do ser feminino. De acordo com Louro (1997), o maior movimento contra a opressão da mulher adentrou, onde as mesmas não possuíam direitos de voto. Esta manifestação chegou em vários outros países ocidentais, e ficou conhecida como a “Primeira Onda do Feminismo”. Tendo como objetivo imediato à inserção das mulheres na política, maior oportunidade de estudo e acesso a outras profissões. Inicia-se ao final da década de 1960 a chamada Segunda Onda. Costa e Sardenberg (2008), salientam que o foco é relacionar um salário inferior para a mulher, deixando ela a mercê dos homens, diante da classe burguesa poderia ser algo inviável uma mulher ganhar mais que um homem, mesmo fazendo o mesmo serviço ou até mesmo com jornada de trabalho maior, isso era inadmissível. Neste sentido, o movimento feminista foi se esforçando para reverter este fato, mesmo que em algumas atividades já aconteça na atual conjuntura outras ainda persiste com salários mais baixos para as trabalhadoras. Destarte, a figura feminina torna-se símbolo de força para romper com visões torpes e ultrapassadas, possibilitando novos olhares, através de microrresistências, às vezes pouco observada, às vezes causando alvoroço, mas possibilitando aberturas para novos arranjos sociais, culturais e familiares..

(15) 13. Mulher como sinônimo de luta abre espaços para uma liberdade antes não vista, ocupando novos espaços que até então só eram geridos por homens. Uma luta que representa conquista, mas que também indica a relação desigual entre os gêneros, na medida em que ainda encontramos mulheres com cargos de lideranças, mas com baixos salários, apontando aqui confrontos e resistências. Estudos evidenciam que a liderança feminina demonstra confiança e respeito para com seu semelhante, com isso favorece aos caminhos complexos em liderar sem perder o foco em ser e viver como mulher na sociedade. Esses atributos da mulher feminina não expõem fraqueza e nem superioridade, mas direitos que foram conquistados com lutas e dedicação em causas, cabendo às demais gerações perpetuar a igualdade de direitos entre homens e mulheres..

(16) 14. 3 HISTÓRIA ORAL, MEMÓRIA E ANÁLISE QUALITATIVA: METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA. A metodologia aplicada à pesquisa fornece cientificidade, assim, é de suma importância traçar os caminhos do estudo, descrevendo seu método e realização. A pesquisa é de cunho qualitativo, em que se relata o desenvolvimento de um estudo para além de números, a partir de análises progressivas e organizadas. A história oral representa um reconhecimento e resgate na formulação da história, podendo destacar a visão de uma determinada pessoa que vivenciou diferentes acontecimentos, o que favorece elaborar um relato vivencial que pode se tornar um importante objeto de pesquisa no mundo acadêmico, se expandindo para o meio social, cultural, político, etc. Dessa forma, uma história oral de vida informal pode se tornar uma pesquisa formal e contribuir para a produção e validação do conhecimento científico.. Não obstante suas limitações, a história oral deve ser entendida como um método capaz de produzir interpretações sobre processos históricos referidos a um passado recente, o qual, muitas vezes, só é dado a conhecer por intermédio de pessoas que participaram ou testemunharam algum tipo de acontecimento. Quando uma pessoa passa a relatar suas lembranças, transmite emoções e vivências que podem e devem ser partilhadas, transformando-as em experiência, para fugirem do esquecimento. No momento em que uma entrevista é realizada, o entrevistado encontra um interlocutor com quem pode trocar impressões sobre a vida que transcorre ao seu redor; é um momento no qual lembranças são ordenadas com o intuito de conferir, com a ajuda da imaginação, ou da saudade, um sentido à vivência do sujeito que narra a sua história. Ao traduzir experiências vividas, relacionadas à situação atual dos sujeitos (SANTOS, 2014, p. 3).. Uma história oral sempre traz consigo conectivos vivos de que relata algo assim como descreve Bosi "O narrador conta o que ele extrai da experiência - sua própria ou aquela contada por outros. E, de volta, ele a torna experiência daqueles que ouvem a sua história” (1979, p 14)". Esse elo vivo, possibilita a compreensão e desenvolvimento da narração.. A força da história oral, todos sabemos, é dar voz àqueles que normalmente não a têm: os esquecidos, os excluídos ou, retomando a bela expressão de um pioneiro da história oral, Nuno Revelli, os "derrotados". Que ela continue a fazê-lo amplamente, mostrando que cada indivíduo é ator da história. Já conhecemos o papel representado pela história oral no desenvolvimento de uma verdadeira história das mulheres, Gender History (História de gênero), que foi um dos grandes temas do último congresso internacional de ciências históricas de Montreal. Não tenho preocupação quanto a este ponto: o lugar e a importância das mulheres no progresso da história oral representam uma garantia. Mas, há, ainda, o mundo operário e o camponês - e o dos.

(17) 15. emigrantes. É preciso ir além, e seguindo os conselhos de nossa presidente, em sua comunicação ao congresso de Montreal, dar a palavra - amplamente aos analfabetos e ao mundo da pobreza extrema: todos os que tiveram esta experiência conhecem a qualidade de certos diálogos, a justeza do tom e a riqueza dos testemunhos. Há, porém, além desses, o mundo dos deficientes, das crianças; tudo que é humano é nosso, e é preciso fazer recuar as fronteiras. Nossa conferência dá vários exemplos em todos os campos que acabo de evocar (ALBERTI et al, 2000, p. 33).. O trabalho oral com essas duas instituições sociais representa uma conquista de informações que engrandece a pesquisa social sobre o estudo da liderança feminina no meio popular que abrirá o espaço para novos olhares sobre a mulher enquanto símbolo do social, de liderança e de autoconfiança para o crescimento. A história oral deve ser contada e documentada promovendo continuidades para a história, fornecendo informações pertinentes e importantes quanto ao estudo que se propor, vivenciando e formulando novos conectores para outras realidades..

(18) 16. 4 A COPPABACS: OBJETIVO DA ORGANIZAÇÃO, POSIÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DA LIDERANÇA FEMININA. Conceituar e interpretar a palavra liderança envolve várias possibilidades de acordo com cada autor que se compromete com essa função, defini-la exige esforço, percebendo essa complexidade Bennis e Nanus (1988, p.5) compararam-na ao amor: “Assim como o amor, a liderança continuou a ser algo que todos sabiam que existia, mas ninguém podia definir”. Neste sentido, pode ser compreendido para a formulação de um conceito mais amplo, dando assim um olhar mais aprofundado e deixando de lado a propriedade da liderança, mas enfoca a pessoa feminina como pessoa ativa e potencialmente consciente para abraçar a causa em que foi determinada. De acordo com a COPPABACS (2012) os Bancos Comunitários de Sementes (BCS) começaram a ser organizados ainda na década de 1970, em meio à ditadura militar, através das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), vinculadas à Igreja Católica. No Semiárido de Alagoas as CEB’s tiveram um relevante papel ao impulsionar as trocas comunitárias de sementes entre os camponeses e ajudá-los na constituição dos BCS’s. “No Alto Sertão de Alagoas foi este um dos espaços motivador/animador para as diversas formas de resistência e organização do povo de Deus” (COPPABACS, 2012, p. 6). No que concerne especificamente a liderança feminina no Sindicato dos Trabalhadores Rurais e COPPABACS- Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Sementes, podemos dizer que tais papéis assumidos por mulheres é algo relativamente novo. Concomitantemente, surgiu a inquietação de reconhecer a voz dessas mulheres, e a partir disso foram entrevistadas duas mulheres que fazem parte da COPPABACS5. A primeira foi Maria de Lourdes 6 que possui 53 anos e é licenciada em História, a mesma ocupa a posição de coordenadora da cooperativa. A segunda entrevistada diz respeito a Maria Luzineide do Nascimento que possui 50 anos, possui mais de 20 anos de luta, e ocupa a posição de diretora executiva. Elas nos forneceram algumas informações importantes com relação ao que é a COPPABACS e quais seus objetivos.. Na década de 80, aqui no alto sertão, a agricultura familiar sempre tinha dificuldade de receber sementes, às vezes o Estado distribuía, mas não era no 5. A cooperativa trabalha dentro da realidade social do campo, com as sementes crioulas. É importante ressaltar que as entrevistadas autorizaram a utilização dos seus nomes na pesquisa assinando um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ao qual foi entregue uma cópia para elas e arquivada a outra para fins da pesquisa. 6.

(19) 17. tempo certo. As chuvas já tinham passado. A distribuição era por cara. E acabava não distribuindo para quem precisava. E ai surgiu no Tabuleiro de Água Branca o primeiro banco comunitário de sementes. Eles construíram uma roça, e com o resultado dessa roça, formaram o primeiro banco de sementes. O banco comunitário de sementes tem como objetivo garantir as sementes para o tempo do plantio. Eles guardavam as sementes e no outro ano teriam as sementes certas para plantar. Então é a partir dos bancos de sementes que surgiu a COPPABACS. (MARIA DE LOURDES, 2019). O banco de sementes é algo real, mantido a partir de muita luta junto ao campo. Tal atividade necessita de atenção e dedicação junto a agricultura familiar. Ter mulheres como liderança é algo que apresenta uma mudança histórica e que vem proporcionando um trabalho ativo da família do campo. O trabalho é de suma importância para a preservação da semente e a COPPABACS se esforça para manter viva a semente original.. Ela é uma cooperativa dos pequenos produtores agrícolas dos bancos comunitários de sementes. No banco comunitário de semente, o objetivo era garantir a semente para ter o que plantar todo ano. E trabalhar a comercialização da produção deles. Então, a COPPABACS surge para garantir um preço, a produção dos agricultores dos bancos de sementes. Ela surge para trabalhar a questão da comercialização, porque eles plantavam quando era de setembro para outubro, o preço do feijão e do milho não tinha valor, por isso eles tinham que ter uma cooperativa que garantisse o preço. [...]. O objetivo do banco e da COPPABCS é uma produção livre de agrotóxicos de sementes transgênicas, sementes crioulas nativas da nossa região, adaptadas ao nosso semiárido. A meta é trabalhar a comercialização, formação e o fortalecimento dos bancos comunitários de sementes, que são dezesseis ligados diretamente á COPPABACS. Aqui, no estado, existem mais de oitenta. (MARIA DE LOURDES, 2019).. A comercialização de produtos dos pequenos agricultores, proporciona alimentos saudáveis e ricos na mesa de muitas famílias, por exemplo, muito do que vemos em algumas feiras é o escoamento de parte da produção desta agricultura familiar. A agricultura familiar oportuniza alimentos diversos que proporciona comercialização e renda para a população sem depender diretamente do Estado para a sobrevivência. Está centrada no alto sertão de Alagoas. Nessa perspectiva, a luta do camponês e pequenos agricultores representa resistência e perseverança no campo de trabalho garantindo alimentos através do suor e trabalho na terra, com plantio e colheita. A análise da luta camponesa pela preservação do território como condição de vida, através do uso da semente crioula, exige uma reflexão da totalidade das relações sociais no campo. Essa totalidade é marcada pela contradição espacial entre aqueles que produzem para a reprodução familiar e comunitária e aqueles que intentam se apropriar do campo como território para a reprodução do capital. Há uma disputa em.

(20) 18. curso ora aberta, ora velada, cuja síntese poderá impactar o futuro das comunidades camponesas, mas, também, o destino da reprodução da espécie humana (LIMA; SANTOS, 2018).. Essa disputa descrita por Santos (2018),é destacada na fala das entrevistadas ao indicarem a necessidade da preservação do território e das sementes como condição de vida para muitas famílias. Vale ressaltar que a presença da figura feminina no espaço do alto sertão, protegendo e lutando em prol do trabalho de pequenos agricultores, apresenta uma contradição, na medida em que é permeada por uma cultura machista, na qual se propagou a ideia do “cabra macho” que garante o sustento da família e da mulher que deve cozinhar e cuidar da casa. Tal realidade proporciona redefinir os espaços e suas concepções estigmatizadas e naturalizadas. Contudo, apesar de representar avanços, o sistema social ainda está longe de confirmar a total inclusão feminina em todos os pontos de liderança. Frankel (2007) afirma que:. (...) o tempo da liderança feminina é agora. Se já houve um momento de extremos, esse momento é o atual: da necessidade de extrair o melhor das pessoas e de criar equipes interdependentes de trabalho à urgência de inspirá-las á superar a mediocridade que infesta nossos produtos e serviços. E as mulheres detêm a chave que torna possível fazer tudo isso com êxito, compreensão e competência. (FRANKEL, 2007, p. 35). Ao questionar uma das entrevistadas sobre a função que ela ocupa no movimento, a mesma respondeu que: “meu papel é a questão da formação, bem como o acompanhamento com os bancos comunitários de sementes, fazer visitas, trabalhar algum tema relacionado à agricultura e a questão de gênero, porque temos mulheres em todos os grupos”(MARIA DE LOURDES, 2019). A realidade é dura diante dos obstáculos em trabalhar com comunidades, tanto no sentido de pouco material de apoio, como organizar os agricultores para um treinamento, mesmo sendo criada na comunidade, com isso tem que realmente se sentir camponês para adentrar na realidade social que cada localidade possui. Para Ribeiro (2017), as sementes crioulas possuem características que permitem a capacidade de fornecer grãos que contenham uma nutrição apropriada às necessidades e, sobretudo respeitando os aspectos culturais que atribuem aos grupos rurais. Os conhecimentos contidos nas sementes crioulas são transmitidos através dos tempos pelos povos e comunidades rurais através das interações entre si destas populações e com a biodiversidade. Dessa forma, percebe-se que a Cooperativa, se preocupa com a formação e a assistência técnica dos seus associados sobre as sementes crioulas, dado relevante para uma.

(21) 19. organização de agricultores oriundas da agricultura familiar, que trabalham em pequenas áreas de terra. Para eles, poderem continuar produzindo e vivendo com dignidade na sua terra. A assistência técnica é fundamental para proporcionar o apoio e continuidade do trabalho, mas, como não existe disponível pelos gestores públicos para este seguimento da população produtiva, as organizações precisam viabilizar os meios para garantirem e suprirem essa ausência. Com relação a quem são as pessoas que trabalham na COPPABACS e como chegam às funções, Maria Luzinete nos respondeu que: “é articulada na base com os bancos comunitários, e lá se define quem vai fazer parte da diretoria através de uma assembleia, com um coletivo de várias regiões” (MARIA LUZINEIDE, 2019). Maria de Lourdes, por sua vez, nos respondeu que: A diretoria é eleita de dois em dois anos, para fazer parte da diretoria, tem que fazer parte dos bancos comunitários de semente. Não é qualquer um que entra. Para ser diretor na COPPABACS, tem que vir dos bancos de sementes. Agora, nós prestamos serviços aqui. Os diretores trabalham com trabalho voluntário, e as vezes recebe um pró-labore, uma renumeração pelo serviço prestado. Mas quando tem projeto existe um edital. Para aquele projeto. Como agora está terminando um projeto sobre sementes do semiárido. Então tem o edital ai é contratado a partir daquele projeto, por exemplo, nesse de semente precisava de um coordenador, dois agentes de campo e de um auxiliar administrativo. Eles são contratados pelo tempo que tem o projeto. Então, quem contrata é a COPPABCS através de edital com entrevista com os diretores da atual direção. E os outros cargos entra também a partir do perfil que a pessoa com o trabalho que se tem. Eu comecei na COPPABACS em 2013, mas a conheço desde a sua base, conheci o primeiro banco de sementes, desde a construção. Conheço desde o inicio. Sai em 2006 e retornei em 2013. Retornei com a função de trabalhar a formação. É o que estava especifico em um dos projetos que estava trabalhando com a primeira e segunda água, precisava formar educadores para desenvolver as formações na comunidade, porque na primeira agua é um curso de dois dias, na segunda água são dois cursos, cada um com três dias. Então retornei em 2013 e continuo aqui, não tendo projeto, presto serviço periodicamente no sentido de acompanhar os bancos de sementes. (MARIA DE LOURDES, 2019).. A partir da história contada pelas entrevistadas é possível perceber que existem critérios de participação de agricultores para compor o quadro da diretoria. A COPPABACS também participa de chamadas públicas, ou seja, de editais públicos para executar projetos apoiados por outras organizações, neste caso, projeto de sementes, de programa de cisternas rurais para captação de água de consumo e para a produção de alimentos. Significa que a organização diversificou suas atividades, garantindo assim a sua autossustentabilidade..

(22) 20. No que diz respeito às ações realizadas na organização, os objetivos, o tempo que fazem parte e as contribuições, as mesmas nos responderam que,. As ações é processo de formação em relação á produção. O objetivo é que a gente tenha de fato uma produção sem agrotóxicos e que se garanta o melhor preço daquele produto. Outra ação é a questão da organização dos agricultores de estarem organizados naquilo que é comum a eles, que é ter sementes, produzir e ter um preço garantido na sua produção. O objetivo central é esse. Qualquer um da COPPABACS, sempre busca está em espaço que fortaleça isso. Organização desses grupos em prol da produção deles de forma agroecológica sem veneno, e que tenha uma boa garantia de preço quando tiver safra. Para isso que a gente vive direto fazendo formação. O objetivo central é organizar para ter produção, ter garantia de preço dessa produção bem como em relação aos seus direitos, porque a gente trabalha também a questão dos direitos de uma forma geral do homem e da mulher no campo (MARIA DE LOURDES, 2019).. De acordo com Lima e Santos (2018), a liberdade de escolha deve ser mantida diante da intensa investida do capital em meio à realidade do campesinato, os cuidados diante da manutenção e continuidade por uma semente de qualidade é responsabilidade também da mulher guerreira que não foge a luta. Neste sentido, pode ser percebido que divergências sociais para a vida no campo são complexas, mas perder as raízes rompe o significado de ser camponês. Nesse sentido, Maria de Lourdes complementa, Para que eles melhorem de condição de vida. A minha contribuição é que a gente tenha, cidadania em todos os sentidos, saúde, moradia, terra, liberdade, barriga cheia, resultado do trabalho da gente. Que os direitos sejam de fato respeitados, que possamos viver bem. Trabalho há seis anos, mas estive desde o começo, estou desde noventa, sempre acompanhava quando só tinha uma casinha, e ainda era mato e foi construída em forma de mutirão. Estou desde noventa. (MARIA DE LOURDES, 2019).. Maria de Lourdes enfatiza sua preocupação quanto à possibilidade de contribuir para que os agricultores melhorem de vida no sentido de proporcionar condição de trabalho digno e com direitos. Nessa perspectiva, Fernandes (2005), destaca que esses movimentos constituem-se a partir de sujeitos coletivos que lutam por espaços de existência e resistência. Luzineide nos informa quanto as atividades coletivas realizadas, corroborando com Fernandes (2005) no que concerne a definição do sujeito coletivo, que luta em conjunto e triunfa em grupo..

(23) 21. A gente faz algumas atividades coletivas com mulheres e jovens em formações. Faço parte desde a minha adolescência, porque meu pai é um dos fundadores da cooperativa, depois vim para fazer parte do coletivo na estrutura organizacional, fazia parte do grupo da base, como agricultora e depois fui ficando como executiva de vários conselhos. Hoje, represento a cooperativa no conselho de segurança alimentar, no conselho de desenvolvimento rural e na articulação do semiárido como um todo (MARIA LUZINEIDE, 2019).. É interessante perceber a resistência dos agricultores, através da fala da entrevistada, que como ela disse, vem acompanhando a organização desde o seu início. A opção em trabalhar a produção agrícola parte da concepção de luta para garantir preço justo pelos seus produtos e pelo direito de todos a uma vida com dignidade. Assim os agricultores também participam nos espaços de gestão de política públicas, tais como os conselhos voltados ao campo. Quando a entrevistada fala com relação as ações específicas as mulheres e os jovens, pode demonstrar a valorização pela equidade de gênero e de gerações. Ao serem questionadas com relação às posições de lideranças femininas, Maria de Lourdes respondeu, Hoje estou em uma função de educadora popular, mas já fui liderança, participei de diversos grupos. Do MAC, movimento de adolescentes e crianças. Participei do grupo de jovens, da pastoral da juventude do meio popular. Então, assim, fui criando as habilidades de liderança. Depois fui trabalhar com a CPT, comissão pastoral da terra, com os posseiros da serra do Paraíso, do tabuleiro e serra de Água Branca, era a luta pela terra. Então, já fui com o processo de educadora. Nesse mundo machista é desafiador, e as vezes mesmo tendo mais mulheres as decisões foram com os homens, e é desafiador porque você tem que fazer todo um processo de embates, no sentido de ouvir opiniões, porque, na maioria das vezes, eles acham que são os donos da verdade (MARIA DE LOURDES, 2019).. Ferreira (2009) destaca que as mulheres, em especial as do campo, as quais constituem os sujeitos de estudo desta pesquisa, ainda enfrentam o preconceito de gênero. Por isso, a questão de gênero tem sido discutida e enfrentada pelos movimentos sociais do campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), especialmente a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que tem buscado orientar estas mulheres, recolocando as questões de gênero em pauta em suas discussões no âmbito da luta pela terra. Com isso, várias mulheres são instigadas a participar da luta em defesa da terra. Nesse processo de afirmação do protagonismo feminino, em vários estados a CPT7 serviu de alicerce para que estas mulheres fossem vistas como sujeito participante no exercício pleno da cidadania. Através dela, surgiram várias organizações de mulheres. 7. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é uma instituição civil, sem fins lucrativos, criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em outubro de 1975 para atuar nas questões agrárias..

(24) 22. A CPT foi criada em 1975, em meio às lutas pelo fim da ditadura e pela abertura política em nosso país. A CPT avulta, hoje, como a organização camponesa mais antiga em plena atividade, em nosso e em outros Estados brasileiros. Entidade rural ligada à Igreja Católica, a CPT também desfruta do privilégio de ter sido a primeira organização pastoral a introduzir a discussão de gênero nos debates de formação religiosa. Desta discussão que, longe de arrefecer, permaneceria em pauta ao longo desses anos, participariam, inicialmente, várias camponesas do Brejo paraibano que criaram, em 1981, dentro da própria CPT, o Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Brejo. (FERREIRA, 2009, p. 272).. O que podemos perceber mais adiante na fala de Maria Luzineide que expõe os seus contrastes sociais em que está inserida, na sua vivência.. Nós mulheres estamos para além da cozinha, e conseguimos desenvolver até mais que os homens, somos multifunções, e sendo líder podemos trazer projetos que incluam a mulher do campo, no mercado de trabalho. E assim trazer melhorias para sua família (MARIA LUZINEIDE, 2019).. Vale destacar a compreensão das duas entrevistadas no que se refere ao gênero nas organizações que, como disseram, os homens querem sempre ter a última palavra e, embora existam muitas mulheres participando, os mesmos ignoram e tentam desvalorizar essa participação. No entanto, essas duas são lideranças femininas que participam de espaços que antes eram só dos homens, isto é um ganho muito positivo, porém adquiriram uma nova consciência ao participarem de diversos movimentos e organizações, onde tiveram a oportunidade de participar de formações específicas sobre lideranças, como educadoras populares e sobre equidade de gênero..

(25) 23. 4.1 O SINDICATO: OBJETIVOS DO MOVIMENTO, POSIÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DA LIDERANÇA FEMININA Conforme destaca Aguiar (2016), durante a década de 1980, ampliaram-se as organizações políticas das mulheres, e, devido à grande extensão territorial brasileira, pôde-se observar a formação de vários grupos de mulheres provenientes da área rural que atuaram de formas distintas, de acordo com necessidades específicas de cada região. Para citar alguns, temos só no Rio Grande do Sul, duas importantes organizações de mulheres: as “Margaridas” e as “Mulheres da Roça” (1986), que, posteriormente, deram origem ao Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul (MMTR), movimento estadual autônomo criado em 1989. Em Santa Catarina, surgiu, em 1983, o Movimento de Mulheres Agricultoras (MMA), estimulado pela ação da Igreja (Católica) Progressista. Na Paraíba, podemos destacar o Movimento de Mulheres do Brejo Paraibano; em Pernambuco, o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central (MMTRSC), que surgiu em 1982. Em âmbito regional, houve o surgimento, em 1988, da Articulação das Mulheres Trabalhadoras Rurais da Região Sul e o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE), criado em 1986. O sindicato representa a força do camponês, considerando que a vida do campo vem permeada de falta de recursos e de apoio técnico para a manutenção da terra. Trata-se de uma realidade de resistência e resiliência em prol de direitos e vida digna no campo. A fim de colher dados referentes ao Sindicato Rural, foi feita uma entrevista com Jeniani Bandeira dos Santos, cuja a idade é de 33 anos, possui Ensino Médio Completo, é agricultora e presidente do sindicato há 1 ano e 2 meses e trabalhou como secretária por 4 anos. Com relação ao que é o sindicato e seus objetivos, a mesma apontou:. O sindicato tem CNPJ, é uma empresa sem fins lucrativos para agricultores. É uma entidade de classe do direito dos trabalhadores rurais de Delmiro Gouveia. Seu objetivo é fazer com que os trabalhadores tenham direito aos seus benefícios sociais. Salário maternidade, aposentadoria rural, pensão por morte, auxílio-doença, esses são os benefícios que conseguimos junto com a previdência social (SANTOS, 2019).. A garantia dos direitos sociais deve ser mantida, o sindicato rural trabalha neste foco, auxiliando os seus sócios camponeses para que possam preservar as suas raízes diante das modificações da cultura capitalista. A figura feminina da presidente do sindicato, passa informações com palestras para a continuidade das atividades no campo..

(26) 24. Com relação a quem são as pessoas que trabalham no sindicato e como chegam nas posições, e quais as ações que realizam no movimento, ela respondeu:. Segundo o estatuto do sindicato, para ser diretor tem que ser agricultor, temos a presidente, vice-presidente, secretário-geral, secretária, tesoureiro, segundo tesoureiro, secretário de finanças, três titulares e três suplentes. São dezesseis ao todo. A cada quatro anos têm as eleições. E essas eleições são feitas através de votações entre chapas. Sou responsável por todas as assinaturas e processos do sindicato, fiscalizo e faço reuniões para garantir melhorias para os trabalhadores rurais.. A posição diante da realidade da presidente do sindicato que houve uma mudança, em sua administração que hoje é uma mulher, rompeu o círculo de ser sempre um homem. No sindicato são feitas eleições com relação ao direito de escolha entre todos os associados. Sobre a posição ocupada, indagou-se se é de liderança e como foi para chegar na posição, a mesma respondeu: “Sim, e para chegar até aqui trabalhei bastante, participei de várias reuniões, fiz parte de outras chapas até chegar aonde estou”. Cruz e Lobato (2005), ressaltam que vivenciamos uma cultura machista, enfatizando a necessidade de uma nova posição relacional criada com base na justiça e respeito as diferenças, sobretudo, na igualdade de direitos. Destaca-se que no âmbito de participação política e social, as mulheres vem galgando pilares cada vez maiores, entretanto ainda há muito o que se conquistar. Jeniane Santos em seu relato de vida, nos evidencia a importância de ocupar espaços que antes eram apenas destinados ao público masculino. Como líder do sindicato ela nos esclarece: Antes no sindicato só havia homens, mas, com o tempo, foram aparecendo as mulheres, aqui no sindicato de Delmiro Gouveia tem mais mulheres, e de 2012 para cá, tivemos várias mulheres na vice-presidência, e, há um ano estou como presidente. E ser uma líder no sindicato é muito importante, porque nós mulheres temos uma visão diferente dos homens, conseguimos resolver várias coisas ao mesmo tempo. E uma líder feminina pode trazer inovações que possam ajudar outras mulheres e suas famílias do meio rural, até porque as mulheres também fazem parte desse movimento junto com seus maridos e precisam também dos benefícios.. As atualizações e modificações do processo do representante do sindicato, criou um viés mais feminino, proporcionando diante da realidade do campo laboral, ou mesmo social, facilitação na aproximação para que todos possam gerir diante das necessidades de seus.

(27) 25. direitos e deveres. Com isso, a mulher feminista trabalha diante de uma construção contínua, sempre ativa e pronta para o crescimento com favorecimento de todos. Cruz e Lobato (2005), descrevem que a construção da mulher como sujeito político no espaço da luta pela terra e de conquista dos direitos humanos e cidadania significa para a trabalhadora rural encontrar espaço para atuar nos diferentes canais de participação, exercer liberdade de expressão, apoiar e se solidarizar com a luta dos demais atores sociais, enfrentar a cultura autoritária machista de recusa da mulher como sujeito político. As lutas são constantes, contudo o acolhimento para o enfrentamento feminino dentro das áreas do campesinato permite que o capitalismo possa imperar em muitas situações deixar de lado a luta pela terra. As lutas e resistências femininas devem ser algo ativo para que todas possam seguir firmemente e, com isso, garantir a existência dos seus direitos pleiteados..

(28) 26. 4.2 LUTAS E RESISTÊNCIA DA LIDERANÇA FEMININA. Nas falas das entrevistadas, percebe-se a grande luta enfrentada por essas mulheres para chegarem às posições que ocupam hoje nas suas organizações. Entretanto, apesar das dificuldades enfrentadas, a começar pelo machismo, tão comum no meio rural, e mesmo nas cidades, essas mulheres não desistiram, pois viam na luta delas uma forma de poder ajudar outras companheiras. Infelizmente o machismo, em pleno século XXI, é muito presente em todos os setores da sociedade. Assim como destaca Louro (1997) somente com a participação das mulheres, de forma organizada, é que será possível superar esse obstáculo que ainda impede muitas mulheres de participarem e tornarem-se lideranças nas organizações e movimentos de luta. Ao questionar as mulheres da COPPABACS se já sofreram algum tipo de discriminação ou tratamento diferenciado por serem uma mulher e líder do movimento, as mesmas responderam: Sim, e acho que toda mulher já passou por discriminação, pois o machismo ainda é muito forte na sociedade, devemos saber lidar com essas situações de forma maleável, e usar a criatividade e força para provar que somos capaz. (MARIA LUZINETE, 2019) Às vezes você se sente colocada de lado, por ter dado uma ideia e não for homem, isso os incomoda por não ser um homem. E isso acontece em vários espaços, temos que estar muito atentas, porque as vezes essas coisas passam sem perceber, porque isso é questão do machismo (MARIA DE LOURDES, 2019).. As entrevistadas confessam que já sofreram preconceito e discriminação por parte dos companheiros, e aí percebemos que mesmo os homens que participam dos movimentos, e que deveriam já ter adquirido uma nova consciência, agem dessa forma com as companheiras de movimento. Dai se confirma como o machismo e o preconceito dos homens em relação às mulheres estão tão arraigado na cultura, mesmo quando a mulher ocupa posição de liderança. Questionadas sobre o que é a organização COPPABACS e a participação feminina no mesmo, as pesquisadas responderam: “COPPABACS é um coletivo de agricultores, e além de estoque é uma organização. Para conseguir algo mais na questão da formação, de estruturas. Minha frase é lutar sempre e desistir jamais” (MARIA LUZINETE, 2019)..

(29) 27. Produção, gênero e liberdade, porque tem ai dentro a questão de trabalhar a produção do gênero para ter uma liberdade. Uma vida melhor, pois os caminhos que queremos percorrer é em busca disso, ter produção e que a questão de gênero seja respeitada em todos os espaços, tanto na copa, quanto no banco de sementes. E que elas trabalhem isso em casa, porque o primeiro espaço é a casa, porque a sociedade não é só de homens, mas de homens e mulheres. E pensamos diferente. E liberdade em todos os sentidos, porque ninguém que é cativo pode viver bem, ter liberdade para produzir, pensar e ser diferente (MARIA DE LOURDES, 2019).. Jenieni (2019) conclui que: “O sindicato é a base que dá a melhoria das pessoas do campo. É a base da sustentabilidade” com isso pode ser compreendido a formação social que é gerida dentro de uma instituição sindical que preza por organização e melhoria pelos seus sócios. Dessa forma, percebe-se que as mulheres se auto intitulam como educadoras sociais, contribuindo para a COPPABACS como um coletivo de agricultores que semeiam e organizam as sementes, colaborando com a luta por direitos do camponês por uma vida digna no campo. As mulheres do COPPABACS e do sindicato ao ocuparem a posição de liderança representam rupturas e avanços no seio da sociedade, especialmente no que concerne a quebra do machismo e desnaturalização da posição subalterna da mulher. Além disso, tais papéis representam também, o quanto ainda é preciso desmistificar o machismo, na medida em que na fala das entrevistadas é nítido o quanto ainda são negligenciadas em reuniões e no seu trabalho como um todo simplesmente por ser mulher. Temos aqui uma dupla análise que se refere ao avanço que essas mulheres representam como lideranças dos agricultores; e também a resiliência e luta que ainda contínua contra o machismo e androcentrismo..

(30) 28. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Compreender e combater a existência do preconceito e a discriminação de gênero não é coisa fácil. Essas condutas existem e persistem há séculos, principalmente em se tratando da superioridade masculina, presente na cultura da sociedade brasileira. A complexidade dos empecilhos sociais aflora até o presente momento. A liderança feminina em associações, sindicatos, representações de base popular é algo novo, em se tratando do Alto Sertão alagoano. As mulheres, consideradas lideranças femininas, vem conquistando o respeito, contudo existem muitos empecilhos diante dos processos das lideranças no contexto da cidade de Delmiro Gouveia. O campo do Alto Sertão de Alagoas é sofrido, contudo persiste em sua luta pela existência da agricultura e manutenção da família de base rural, abrindo assim foco para o crescimento contínuo de seus espaços. O crescimento da liderança feminina tem proporcionado um avanço significativo para que a voz da mulher possa vir a ser uma referência para as comunidades do campo, principalmente quanto a consecução de seus direitos. Na COPPABACS o papel da mulher representa um elemento aglutinador no que concerne ao acompanhamento da produção e conservação de sementes para preservação da agricultura familiar. Com o Sindicato Rural, na liderança feminina que trabalha para a garantia dos direitos do trabalhador e trabalhadora rural, com isso, pode ser destacado o avanço da presença feminina como protagonista das lutas para o crescimento e desenvolvimento do/no campo. A partir da fala das três lideranças entrevistadas, podemos compreender a complexidade em administrar e desenvolver a manutenção destas instituições sociais em meio à realidade atual. Porém se faz necessário, para a preservação das sementes a presença da COPPABACS e do Sindicato frente as investidas de modelos contrários a proposta de agricultura familiar. Para classe trabalhadora rural resta a luta constante, porém dentro dos mecanismos que possam garantir a preservação da vida, pois os pequenos agricultores mantém o alimento seguro na mesa das famílias menos favorecidas. A continuidade da agricultura familiar está dentro da realidade da COPPABACS e do Sindicato Rural, ambos trabalham para que todos do campo sejam assistidos e aqueles que.

(31) 29. estão a procura de informação, participar das palestras e cursos do uso correto e da devolução das sementes livres da contaminação da transgenia. O trabalho destas lideranças femininas é uma realidade do Alto Sertão Alagoano, formulando, estimulando e treinando as famílias do campo para que possam ter uma melhor colheita e informação social quanto a garantia de existência e perseverança em sua atividade com a mãe terra. Nesse artigo, ao abordarmos, com base na História Oral, o papel das mulheres como lideranças em sindicatos e cooperativas, contemplamos a representatividade de mulheres que protagonizam a luta por direitos do povo trabalhador em uma cidade localizada no alto sertão de Alagoas. Elas desmistificam o machismo e mostram a que vieram, se auto intitulam como educadoras sociais e denunciam os preconceitos velados diante de suas posições nos respectivos movimentos. Destarte, considera-se que o objetivo do artigo foi concretizado, demonstrando as contribuições da liderança feminina na COPPABACS e no STTR, revelando a participação feminina no que concerne à força da trabalhadora e sua luta por direitos e dignidade plena. Essas mulheres se constituem como representatividade para tantas outras mulheres do campo e protagonizam um empoderamento com relação aos seus papéis, desnaturalizando a ideia do homem como natural provedor do lar e evidenciando as interfaces femininas e seus contributos para a vida no campo..

(32) 30. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. AGUIAR, Vilenia Venancio Porto. Mulheres Rurais, Movimento Social e Participação: reflexões a partir da Marcha das Margaridas. Política & Sociedade - Florianópolis - Vol. 15 Edição Especial - 2016. https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/download/21757984.../33804. Acesso 03 ago. 2019. ALBERTI, V., FERNANDES, TM., and FERREIRA, MM., orgs. História oral: desafios para o século XXI [online]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000. 204p. ISBN 85-85676-841. Available from SciELO Books Disponível em: http://books.scielo.org. Acesso em 06 dez 2019. BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 2. ed. São Paulo: T.A.Queiroz; Edusp, 1979 CARNEIRO, Sueli. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil. Editora Selo Negro, São Paulo, 2011. Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas de Bancos Comunitários de Sementes (COPPABACS). Sementes da resistência: preservando a cultura e a vida no Semiárido Alagoano. Delmiro Gouveia, 2012. COSTA, Ana Alice Alcantara; SARDENBERG, Cecilia Maria. O feminismo no Brasil: uma (breve) retrospectiva. In: COSTA, Ana Alice Alcantara; SARDENBERG, Cecilia Maria (orgs.). O feminismo no Brasil: reflexões teóricas e perspectivas. Salvador: UFBA / Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher, 2008. CRUZ, Lindalva Alvas; LOBATO, Rosa Ilma. A participação da trabalhadora rural na luta pela terra no Piauí e os novos espaços de organização. 2005. http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppII/pagina_PGPP/Trabalhos2/Lindalva_alves_Rosa _Ilma.pdf. Acesso 03 ago. 2019. DEL PRIORE, Mary (org.) & BASSANEZI, Carla (coord. de textos). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto/Ed. UNESP, 1997. FERREIRA, Ana Paula Romão de Sousa. Entre o velho e os Novos Movimentos Sociais: A disputa de representações da trajetória política-educativa de Margarida Maria Alves (19331983). 2009. 145 f. Tese (Doutorado em educação)- Universidade Federal da Paraíba-UFPB, 2009 FERNANDES, Bernardo Mançano. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: uma contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais..

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