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VIABILIDADE ECÔNOMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL NAS CULTURAS DE SOJA, MILHO E TOMATE

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http://dx.doi.org/10.12661/pap.2017.011

Artigo

AgrometeorologiA

Viabilidade ecônomica da irrigação por pivô

central nas culturas de soja, milho e tomate

Economic viability of center pivot irrigation soybean, corn,

and tomato crops

José Alves Júnior1, Déborah Lídya Alves Sales2*, Rodrigo Moura Pereira2,

Walter Danilo Maradiaga Rodriguez2, Derblai Casaroli1, Adão Wagner Pego Evangelista1

1Escola de Agronomia, Universidade

Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil

2Curso de Agronomia, Faculdade

Metropolitana de Anápolis (FAMA), Av. Fernando Costa, 49, Vila Jaiara St. Norte, CEP 75064-780, Anápolis, GO, Brasil

*autor correspondente

m deborahlidyasales@gmail.com

RESUMO: A viabilidade econômica de um

empreendimento agrícola com irrigação é influenciada pelos custos de implantação, manutenção e eficiência do sistema, os quais, por sua vez, variam em função das lâminas e do manejo de irrigação ao longo do ciclo. O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade econômica da irrigação por pivô central em cultivos de soja, milho e tomate, para diferentes demandas de evapotranspiração e consequente variação no dimensionamento hidráulico e manejo da irrigação. Para o estudo, considerou-se uma área irrigada por pivô central de 80,78 ha, simulando o cultivo rotativo de soja, milho e tomate (2,5 colheitas/ano-1), na região

de Cristalina (GO), ao longo da vida útil do sistema (30 anos). Considerou-se a ETo média histórica da região, além de outros sete valores simulados (ETo entre 4 e 7 mm/dia-1) para dimensionamento

dos projetos e manejo da irrigação. Utilizou-se a planilha AmazonSaf-Embrapa para o cálculo de indicadores financeiros em função de coeficientes técnicos de cultivo para a região. Verificou-se que, em média, 50% do custo total de produção do sistema agrícola destinam-se a fertilizantes, adubação e controle fitossanitário e apenas 8%, com irrigação (4% de investimento em equipamentos hidráulicos e barragem e 4% referentes ao custo variável com energia). A variação de 77% na lâmina de irrigação ocasionou redução direta de apenas 2,4% no custo total de produção. Isso revela viabilidade do empreendimento, mesmo com essa variação na lâmina de irrigação, com relação benefício/custo de 2,1 e possibilidade de abater os investimentos em 2 anos, com rentabilidade (VPL) média de R$ 6 mil.ha-1 ano-1.

PALAVRAS-CHAVE: Análise financeira, custo

de energia, custo de implantação, aspersão.

ABSTRACT: The economic viability of an

agricultural project with irrigation is influenced by the implementation costs and system maintenance. They vary with the water capacity applied by irrigation system and the water applied in the crop cycle. The objective of this study was to verify the economic viability of irrigation center pivot on soybean, corn and tomato crops, for different evapotranspiration levels consequent variation in hydraulic design and irrigation management. An area irrigated by center pivot of 80.78 ha was considered for the study, simulating the rotary cultivation of soybeans, corn, and tomatoes (2.5 crop per year), in the region of Cristalina-GO, with useful life of irrigation system of 30 years. It was considered ETo historical average in the region, as well as seven other simulated values (ETo 4 to 7 mm per day). The AMAZONSAF-EMBRAPA software was used for the calculation of financial indicators based on technical coefficients of cultivation in the region. It was verified that on average 50% of the total cost of production are with fertilizers, fertilization and phytosanitary control, and only 8% with irrigation (4% of investment with hydraulic equipment + dam and 4% cost with energy). The 77% variation in water requirement caused a reduction of only 2.4% in the total production cost. This reveals viability of the project, even with variation ETo level, with a benefit/cost ratio of 2.1 and the possibility to pay investments in 2 years, with average profitability of R$ 6,000 ha-1 year-1.

KEYWORDS: Financial analysis, energy cost,

investment cost, sprinkling. 1

introdução

Um dos sistemas de irrigação mais utilizados para o cultivo de soja, milho, tomate industrial e outras culturas na região do Cerrado é o pivô central (LANDAU; GUIMARÃES; REIS, 2013). Sistema motomecanizado, caracterizado por irrigar grandes áreas, requer pouca mão de obra, apresenta facilidade

(2)

(ETo média para o período de setembro/outubro igual a 4,5 mm/dia-1

para a região de Cristalina (GO) (SISTEMA..., 2014). As lâminas de projeto foram calculadas utilizando um coeficiente de cultura máximo de Kcmáx = 1,2 correspondente ao período de maior

demanda da cultura do milho (ALLEN et al., 1998), cultura de maior demanda dentro do sistema de cultivo adotado (soja, milho e tomate industrial) e eficiência de aplicação de 85% para pivô central (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).

Para o cálculo da lâmina adotada no manejo de irrigação de abril a outubro (período de estiagem), utilizou-se um Kcmédio

de 1,0 para as culturas de soja, milho e tomate industrial. Consideraram-se 150 dias de irrigação por ano, sendo 25 dias de irrigação em cultivo de primavera/verão (soja/milho), 25 dias de irrigação em cultivo de verão/outono (soja/milho) e 100 dias de irrigação para as culturas de inverno/primavera (tomate/milho), com ciclo médio de 120 dias. Foram consideradas 2,5 safras médias/ ano-1, com cerca de 140 dias de ocupação

da terra com culturas agrícolas, diminuindo as operações de colheita e semeadura.

Após o dimensionamento hidráulico dos projetos de pivô central (para as lâminas anteriormente citadas) para a área de 80,78 ha e desnível de terreno de 2,0%, analisou-se a viabilidade técnico-econômica. Os orçamentos dos projetos de irrigação dimensionados e o valor da barragem foram obtidos em estabelecimentos comerciais especializados na área de irrigação. O levantamento de dados necessários para implantação das culturas foi obtido na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FEDERAÇÃO..., 2014).

Para os cálculos de viabilidade, utilizou-se a planilha eletrônica amazonSaf (ARCO-VERDE; AMARO, 2011). Os indicadores que avaliaram a viabilidade do investimento foram indicador de lucratividade - refere-se à receita bruta (RB, R$), que foi determinada pela Equação 1:

RB Pd PV= ⋅ (1)

Em que Pd é a produção na área de estudo, 80,78 ha (kg), e PV, o preço de venda (R$); valor presente líquido (VPL) - definido como a diferença entre o valor presente dos benefícios e o valor presente dos custos (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR, 2005), determinado pela Equação 2:

( ) 0 1 n j j j CF VPL i = = +

(2)

Sendo n o horizonte do projeto, j o período, CF o saldo do fluxo de caixa e i a taxa de juros. Para efeito de cálculo, utilizou-se uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 4%; taxa interna de retorno (TIR) determinada pela Equação 3 é a potencialidade do projeto de gerar retornos; quando aplicada ao cálculo da VPL, essa taxa zera o resultado (GARZEL, 2003; FRIZZONE; ANDRADE JUNIOR, 2005):

( ) 0 0 1 n j j j CF TIR i = = = +

(3)

A diferença entre a TIR e a TMA resulta no prêmio que o projeto está se comprometendo resultar para que o investidor aceite o risco (prêmio de risco); período de recuperação do em automação e quimigação, boa uniformidade de aplicação

e facilita a sucessão de culturas por não precisar ser removido para plantio, tratos culturais nem colheita (SANDRI; CORTEZ, 2009; CARVALHO; OLIVEIRA, 2012).

A irrigação por pivô central se expandiu no Brasil nos últimos anos, mais notadamente nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Bahia (SANDRI; CORTEZ, 2009). Segundo dados do Instituto de Estatísticas e estudos socioeconômicos Mauro Borges para 2013, existiam 2.895 equipamentos instalados no estado de Goiás, como uma área total irrigada de 212.758 ha, o que corresponde a 0,62% do território goiano (LANDAU; GUIMARÃES; REIS, 2013).

O município de Cristalina (GO) destaca-se no setor agropecuário, em razão do sucesso da agricultura irrigada por pivô central, com mais de 600 pivôs centrais em uma área superior a 56.370 ha (INSTITUTO..., 2016). Estudos demonstraram que o número de pivôs subiu 245% em dez anos (QUIRINO; SALES; SILVA, 2011; AGÊNCIA..., 2013).

A irrigação por pivô central na região do Cerrado é mais utilizada no período seco do ano. Durante o período de chuva, essas áreas são, normalmente, cultivadas com soja ou milho, as quais, na eventualidade de ocorrência de veranicos, podem ser irrigadas de forma complementar (SANO et al., 2005).

Apesar de a irrigação ser considerada um seguro agrícola para os produtores rurais e até mesmo uma importante ferramenta para os agricultores enfrentarem variações climáticas, como El Niño, La Niña e aquecimento global, trata-se de uma técnica cara que, se mal dimensionada e manejada, pode reduzir significativamente a rentabilidade do empreendimento, podendo inviabilizar seu uso (PEREIRA et al., 2015).

Geralmente, no desenvolvimento de projetos de irrigação, é comum tratar isoladamente as seguintes etapas: estudo de viabilidade, planejamento, dimensionamento e construção. No entanto, um projeto de irrigação, para ter um manejo racional, deve considerar todos esses aspectos de forma interligada. Dependendo de cada caso, a intenção de irrigar pode ser: a maximização da produção por unidade d’água aplicada, a maximização da produção por unidade de área ou a maximização dos lucros (FRIZZONE, 2007).

Devido ao desconhecimento ou por falta de critérios, ou pensando em reduzir exageradamente os riscos de falta de água para as plantas, muitos projetos são superdimensionados, o que implica aumento do custo de implantação e operação do sistema de irrigação.

Assim, este trabalho objetivou verificar a viabilidade econômica da irrigação por pivô central em cultivos de soja, milho e tomate, para diferentes demandas de evapotranspiração e consequente variação no dimensionamento hidráulico e manejo da irrigação.

Material e Métodos

O estudo para análise de viabilidade econômica foi desenvolvido por meio da simulação e comparação de sete projetos de pivô central, dimensionados com lâminas de irrigação de 5,65, 6,34, 6,42, 6,71, 6,96, 7,06 e 10,0 mm/dia-1 e evapotranspiração

(3)

capital (PRC) - também conhecido como payback period, é o tempo que o projeto leva para retornar o capital investido (NORONHA, 1987); benefício/custo (B/C) – essa razão verifica se os benefícios são maiores do que os custos. Veja a Equação 4 (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR, 2005):

( ) ( ) 0 0 1 / 1 n k k k n k k k B j B C C j − = − = + = +

(4)

Em que B é o benefício (R$), C, o custo (R$), j, a taxa de juros (anual) e k, a vida útil (anos).

Os preços de venda da soja (produtividade = 4.200 kg.ha-1; área = 80,78 ha;

preço = R$ 0,18 kg-1), do milho (produtividade = 12.000 kg.ha-1;

área = 80,78 ha; preço = R$ 0,25 kg-1) e do tomate industrial

(produtividade = 85.200 kg.ha-1; área = 80,78 ha; preço = R$ 0,95 kg-1)

representam os valores aceitos e utilizados pela FAEG (FEDERAÇÃO..., 2014) em projeções e financiamentos. As receitas elaboradas para os fluxos de caixa resultaram das projeções da produtividade, áreas e preços. A Tabela 1 apresenta a época de colheita de soja, milho e tomate industrial, em Cristalina (GO), com média de 2,5 safras/ano-1.

resultados e Discussão

Os resultados revelaram que em ordem crescente os custos totais de produção foram soja, milho e tomate (em Cristalina, [GO]), com R$ 1.598,59, R$ 2.707,38 e R$ 7.490,36 ha-1,

respectivamente (Tabela 2). O custo de produção do tomate foi duas a quatro vezes maiores que o do milho e da soja, em razão dos altos custos com mudas/plantio, defensivos/pulverizações e colheita, que, juntos, representaram 76% dos custos. Já o custo do milho foi 1,7 vezes maior que o da soja, em razão do maior custo com fertilizantes/adubação (42,5% dos custos). Resultados semelhantes foram encontrados pela FNP (FNP CONSULTORIA..., 2015).

O custo médio de implantação do sistema de irrigação por pivô central (Tabela 3), para os diferentes cenários (diferentes lâminas de irrigação entre 5,65 e 10,00 mm), foi de R$ 6.208,98 ha-1. Observou-se aumento de 16,7% no custo

de implantação do equipamento, passando de R$ 6 mil para R$ 7 mil ha-1. Isto ocorreu devido ao aumento na vazão de

projeto (217,35 para 384,68 m3 h-1), no diâmetro das tubulações

dos primeiros vãos do pivô (200 para 250 mm), da adutora (250 para 300 mm), bem como da potência do conjunto moto-bomba, de 48 para 92 cv (Tabela 3). Assim, como as culturas apresentam custos de produção distintos, o custo com a implantação da irrigação (Tabela 3), cerca de R$ 19 mil ha-1

(irrigação + barragem), que foi divido igualmente para soja, milho e tomate, representou 12%, 7% e 2,6% dos custos totais de produção de cada cultura, respectivamente (Tabela 2).

Em relação aos custos variáveis da irrigação (energia e manutenção), estes foram mais que o dobro na cultura do tomate (R$ 374,50 ha-1) em comparação com os custos do milho

(R$ 170,60 ha-1) e da soja (R$ 171,00 ha-1), em razão da maior

lâmina de irrigação (400 a 708 mm/ciclo-1) aplicada no cultivo

de inverno (período de estiagem durante todo o ciclo da cultura),

em comparação as menores lâminas (200 a 354 mm/ ciclo-1)

aplicadas no início do ciclo na primavera e no final do ciclo no outono (Tabela 3). Da mesma maneira, como as culturas apresentaram custos de produção distintos, os custos variáveis médios representaram 10,7%, 6,3% e 4,5% dos custos totais de produção da soja, milho e tomate, respectivamente (Tabela 2). O aumento de 90% na potência do motor, entre os projetos dimensionados com ETomáx de 4 para 7 mm/dia-1, fez aumentar

também o consumo de energia em 74% (43,97 para 76,45 kWh) e, consequentemente, seu custo tanto para as culturas de verão/outono, soja/milho, quanto para as culturas de inverno/primavera, Tabela 1. Época do ano de colheita de soja, milho e tomate industrial em

Cristalina (GO), em área de pivô central. Destaque para a média de 2,5 safras por ano, com total de 75 colheitas em 30 anos.

Ano Jan Mar Jun Ago Nov

1 Soja - Milho - Milho

2 - Soja - Tomate

-3 Soja - Tomate - Milho

4 - Soja - Tomate

-5 Soja - Milho - Tomate

6 - Milho - Tomate

-7 Soja - Tomate - Milho

8 - Milho - Tomate

-9 Soja - Milho - Milho

10 - Soja - Tomate

-11 Soja - Tomate - Milho

12 - Soja - Tomate

-13 Soja - Milho - Tomate

14 - Milho - Tomate

-15 Soja - Tomate - Milho

16 - Soja - Tomate

-17 Soja - Milho - Milho

18 - Soja - Tomate

-19 Soja - Tomate - Milho

20 - Milho - Tomate

-21 Soja - Milho - Tomate

22 - Soja - Tomate

-23 Soja - Tomate - Milho

24 - Soja - Tomate

-25 Soja - Milho - Milho

26 - Milho - Tomate

-27 Soja - Tomate - Milho

28 - Soja - Tomate

-29 Soja - Milho - Milho

30 - Soja - Tomate

-Ciclo médio de 120 dias por cultura, porém, devido ao contrato dos produtores irrigantes com as empresas de processamento de tomate e beneficiamento de grãos/sementes, ocorre atraso na colheita e, consequentemente, no plantio/semeadura da cultura sucessora, elevando para mais de 140 dias o período entre um ciclo e outro.

(4)

Tabela 2. Porcentagem de investimentos, atividades e insumos no custo total de produção de soja, milho e tomate industrial irrigado por pivô central.

Investimentos/atividades/insumos Soja Milho Tomate

R$ ha-1 % R$ ha-1 % R$ ha-1 %

Custo de produção total 1598,59 100% 2707,38 100% 7490,36 100%

Irrigação (implantação) 191,80 12% 189,50 7% 194,70 2,6% Irrigação (energia) 171,00 10,7% 170,60 6,3% 374,50 4,5% Colheita (operação) 175,80 11% 189,50 7% 2621,60 35% Aplicação de defensivos 159,90 10% 411,50 15,2% 374,50 5% Semeadura/plantio 79,90 5% 43,30 1,6% 149,80 1,9% Adubação 24,00 1,5% 81,20 3% 52,40 0,6% Sementes/mudas 119,90 7,5% 243,70 9% 1423,20 19% Fertilizantes 255,80 16% 1069,40 39,5% 1198,50 16% Defensivos 383,70 24% 284,30 10,5% 1123,60 15% Outros 36,00 2,3% 24,40 0,9% 30,00 0,4%

Tabela 3. Variação nos custos de implantação e operação de sete projetos de pivô central dimensionados e operados com evapotranspiração de referência

(ETo) variando de 4 a 7 mm/dia, para soja, milho e tomate industrial (80,78 ha) em rotação em Cristalina (GO), por 30 anos.

Projetos (mm/diaETo -1) Moto-bomba(CV)

Lâmina de irrigação (mm/ciclo-1) Tempo de bombeamento

(h/ciclo-1) Avaliação financeira

Soja/milho

(verão/outono) (inverno/primavera)Tomate/milho

Soja/milho (verão/ outono) Tomate/milho (inverno/ primavera) (Soja/milho/tomate) 1 4,00 48,65 200 400 743 1486 (juros) %TMA 4% 2 4,49 58,73 225 449 744 1487 TIR do projeto 250% 3 4,55 59,87 228 455 744 1488 Payback (anos) 2,0 4 4,75 61,32 238 475 743 1487 B/C (R$) 2,1 5 4,93 66,09 247 493 744 1488 - -6 5,00 67,34 250 500 744 1488 - -7 7,08 92,34 354 708 744 1487 - -Lâmina de projeto (mm) Energia pivô + Mb (kWh)

Consumo de energia (kWh/ciclo-1) Custo (R$) de energia

ha-1/ciclo-1 Aumento no custo (%)

Soja/milho

(verão/outono) (inverno/primavera)Tomate/milho

Soja/milho (verão/ outono)

Tomate/milho (inverno/

primavera) Energia Implantação

1 5,65 43,97 32678 65357 84,95 169,90 0 0,0 2 6,34 51,46 38267 76534 99,48 198,96 17 0,9 3 6,42 52,31 38926 77851 101,19 202,39 19 0,9 4 6,71 53,39 39682 79364 103,16 206,32 21 0,9 5 6,96 56,94 42371 84742 110,15 220,30 30 1,4 6 7,06 57,87 43060 86119 111,94 223,88 32 1,6 7 10,00 76,45 56842 113684 147,77 295,54 74 16,3

Projetos dimensionados para funcionamento 21 h/dia; área de 80,78 ha. Os projetos de 1 a 6: são constituídos 1 vão inicial e 7 vãos intermediários de 8” de diâmetro e 6 tubos, e 4 vãos de 6 5/8” e 6 tubos, e 1 lance em balanço de 2 tubos. O projeto 7: 1 vão inicial e outros 5 vãos intermediários de 10”, 4 vãos de 8” e 2 vãos de 6 5/8”, todos com 6 tubos, e 1 lance em balanço de 2 tubos. Adutora de PVC de 576 m (96 barras de 6 metros) de comprimento, para os projetos 1 a 6, 300 m (50 barras, DN 250 PN80) e o restante, 276 m (46 barras, DN 250 PN60), e para o projeto 7, 300 m (DN 300 PN80) e 276 m (DN 300 PN60). Foi considerado um valor de R$ 1 milhão para construção da barragem. Tempo mínimo para completar uma volta é de 12,56 h. Considerou-se o valor médio de R$ 0,21/KWh para milho, soja e tomate industrial. Foram considerados 120 dias de ciclo, 2,5 ciclos por ano, e para o cálculo da lâmina de irrigação aplicada por ciclo, considerou-se Kc médio de 1,0, e número de dias de irrigação, sendo 50 dias para as safras com colheitas no verão/outono (milho e soja) e 100 dias de irrigação com colheitas no inverno/primavera (tomate e milho). Para o custo de produção e coeficientes técnicos das culturas avaliadas, foram consideradas as planilhas divulgas pela FAEG em 2014 (FEDERAÇÃO..., 2014).

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tomate/milho (R$ 84,95 para R$147,77 ha-1 ciclo-1; R$ 169,90

para 295,54 ha-1 ciclo-1, respectivamente).

De maneira geral, observa-se (Tabela 2) que, em média, 50% do custo total de produção do sistema agrícola soja, milho e tomate industrial destina-se a fertilizantes, adubação e controle fitossanitário, e apenas 8%, à irrigação (4% de investimento com equipamentos hidráulicos e barragem e 4% referentes ao custo variável com energia). Entretanto, apesar de a irrigação representar pouco no custo de produção desse sistema agrícola, tem relação indireta com o alto custo com fertilizantes e defensivos, pois o excesso de água aplicado proporciona lixiviação de nitrato e potássio, elevando os custos com adubação e/ou quebra de produtividade. Também, em geral, teores elevados de água no solo, saturação, favorecem os microrganismos patogênicos (GROGAN; ABAWI, 1975; MORRALL, 1977; FENILLE; SOUZA, 1999; MAROUELLI et al., 2005; CARRER FILHO et al., 2009). Alguns estudos revelam (NAPOLEÃO et al., 2005, 2007) que o uso de plantio direto na palha ajuda a controlar algumas doenças, como o mofo branco, que, além de umidade, necessita de luz para frutificar. Entretanto, muitos irrigantes aplicam lâmina de irrigação de plantio convencional em área de plantio direto palhada reduz a evapotranspiração (PAVANI; LOPES; GALBEIRO, 2008), e esse excesso de água pouco afeta os custos com energia elétrica, como mostrado neste estudo (Tabela 3), mas pode proporcionar lixiviação e maior incidência de doenças, aumentando também os custos de produção indiretamente.

Dessa maneira, os resultados mostram que mesmo com uma grande variação nos valores de ETo, entre 4,0 e 7,0 mm/dia-1, para

dimensionamento de projeto hidráulico e manejo da irrigação, isso ocasionou redução direta de apenas 2,4% no custo total de produção. Tal fato revela viabilidade do empreendimento, mesmo que ocorra erro nas lâminas de projeto e de manejo da irrigação, com rentabilidade (VPL) média de R$ 6 mil ha-1/ano-1. Esses

resultados estão de acordo com os relatados por Mello (2004). Para os sete cenários aliados, verificou-se lucro, B/C > 1,0 (GARZEL, 2003), pois o valor médio de benefício/custo foi igual a R$ 2,10. O resultado acumulativo permitiu calcular o período de retorno do capital investido em dois anos (período de amortização do investimento) e a taxa interna de retorno (TIR) com mais de 200%. Para um período de 30 anos, o produtor consegue abater os custos de implantação em dois anos, com relação benefício/custo de 2,1.

Conclusão

A implantação de um sistema de irrigação por pivô central é viável para o cultivo de soja, milho e tomate industrial, nas condições edafoclimáticas do Cerrado goiano.

O aumento da evapotranspiração de referência ocasiona maior custo de implantação e manutenção do pivô central. Lâmina (mm) mínima / volta VPL R$ ha-1/ano-1

Custo (R$) total de produção ha-1/ciclo-1 Custo com barragem + irrigação + energia

no custo total (%) Energia (%)

Milho Soja Tomate Milho Soja Tomate Total (%) Custo total

1 3,38 6.070,13 2.536,98 1.525,92 6.795,60 10 16 5 8 3 2 3,79 6.037,89 2.553,08 1.542,70 6.827,80 10 17 5 8 4 3 3,84 6.034,10 2.653,45 1.544,68 7.108,25 10 17 5 8 4 4 4,01 6.029,74 2.655,72 1.546,94 7.112,79 10 17 5 8 4 5 4,16 6.014,37 2.663,72 1.554,94 7.403,22 10 18 5 8 4 6 4,22 6.010,25 2.663,73 1.554,95 7.403,22 10 18 5 8 4 7 5,98 5.930,40 2.663,89 1.555,11 7.403,39 12 20 6 9 5

Custo de implantação do sistema de irrigação

(R$ ha-1)

Diâmetro da tubulação da adutora (mm) Diâmetro da tubulação do pivô (mm) Vazão de projeto (m3 h-1) 1 6019,06 250 200 217,35 2 6072,01 250 200 243,89 3 6072,01 250 200 246,97 4 6066,31 250 200 258,12 5 6093,45 250 200 267,74 6 6116,07 250 200 271,59 7 7023,98 300 250 384,68

Projetos dimensionados para funcionamento 21 h/dia; área de 80,78 ha. Os projetos de 1 a 6: são constituídos 1 vão inicial e 7 vãos intermediários de 8” de diâmetro e 6 tubos, e 4 vãos de 6 5/8” e 6 tubos, e 1 lance em balanço de 2 tubos. O projeto 7: 1 vão inicial e outros 5 vãos intermediários de 10”, 4 vãos de 8” e 2 vãos de 6 5/8”, todos com 6 tubos, e 1 lance em balanço de 2 tubos. Adutora de PVC de 576 m (96 barras de 6 metros) de comprimento, para os projetos 1 a 6, 300 m (50 barras, DN 250 PN80) e o restante, 276 m (46 barras, DN 250 PN60), e para o projeto 7, 300 m (DN 300 PN80) e 276 m (DN 300 PN60). Foi considerado um valor de R$ 1 milhão para construção da barragem. Tempo mínimo para completar uma volta é de 12,56 h. Considerou-se o valor médio de R$ 0,21/KWh para milho, soja e tomate industrial. Foram considerados 120 dias de ciclo, 2,5 ciclos por ano, e para o cálculo da lâmina de irrigação aplicada por ciclo, considerou-se Kc médio de 1,0, e número de dias de irrigação, sendo 50 dias para as safras com colheitas no verão/outono (milho e soja) e 100 dias de irrigação com colheitas no inverno/primavera (tomate e milho). Para o custo de produção e coeficientes técnicos das culturas avaliadas, foram consideradas as planilhas divulgas pela FAEG em 2014 (FEDERAÇÃO..., 2014).

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Recebido: 12 mar. 2015 Aprovado: 18 set. 2017

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