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Estudo de um filtro ativo série monofásico para a compensação de distorções harmônicas de tensão.

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Academic year: 2021

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Agradecimentos

Agradec¸o a Deus e aos meus pais Paulo S´ergio Meloni e Maria do Ros´ario Jardim Meloni, pela chance de realizar este trabalho.

Tamb´em agradec¸o aos meus orientadores Prof. Dr. ˆAngelo Jos´e Junqueira Rezek e Prof. Dr. ˆEnio Roberto Ribeiro pela atenc¸˜ao, paciˆencia e ajuda.

N˜ao posso deixar de agradecer `a atenc¸˜ao dada pelos professores Prof. Dr. Carlos Alberto Murari Pinheiro e Prof. Dr. Lu´ıs Henrique de Carvalho Ferreira.

Aos meus colegas Talita Rischter, Rodrigo Fukai, Luis Felipe Pugliese, Pedro Machado e Wallace Reis, agradec¸o pela companhia, atenc¸˜ao e ajuda prestados em horas cr´ıticas.

(5)

Resumo

Neste trabalho realiza-se o estudo de um filtro ativo s´erie, monof´asico, para a correc¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao. O filtro ´e composto por um conversor CC/CA monof´asico, em ponte completa, operando como um gerador harmˆonico de tens˜ao. Este gerador produz tens˜oes que se op˜oe `as componentes harmˆonicas de tens˜ao presentes nos terminais de uma fonte de alimentac¸˜ao. Dessa forma, as cargas conectadas a jusante do filtro recebem uma tens˜ao de melhor qualidade.

O filtro utiliza controladores anal´ogicos simples. Apesar da simplicidade de seus contro-ladores, o filtro ´e capaz de promover uma boa atenuac¸˜ao das harmˆonicas da tens˜ao que ser´a fornecida para a carga. Este opera de maneira autossuficiente. N˜ao se utilizam transformadores de acoplamentos para a conex˜ao do filtro ativo.

Inicialmente s˜ao mostradas diferentes estrat´egias de controle para filtros ativos s´erie e pa-ralelo. Posteriormente, uma an´alise do inversor ´e realizada para a obtenc¸˜ao de seu modelo de pequenos sinais. Atrav´es deste modelo s˜ao determinadas as func¸˜oes de transferˆencia necess´arias para o projeto dos sistemas de controle. Tamb´em s˜ao propostos m´etodos para a especificac¸˜ao dos componentes do filtro. Por fim, s˜ao mostrados resultados de simulac¸˜oes para validar o desempenho deste.

(6)

Abstract

This work presents a study of a single-phase series active power filter used to reduce the harmonic voltage distortions. The filter is composed by a single-phase full-bridge inverter with a small low-pass LC filter connected to its output. The harmonic voltage components content in the AC source terminals will be reduced by the action of the series active filter providing to different loads a sinusoidal supply voltage.

Firstly, active filtering strategies will presented employing controlled voltage or current sources. Then, it will be shown how to obtain those controlled sources using single-phase inverters. The inverter transfer functions, and its stability analysis and controller design will be obtained by the use of the its small signal model. Finally, the design and simulation results of the series active filter will be presented.

(7)

Sum´ario

1 Introduc¸˜ao 1

1.1 Dist´urbios de tens˜ao e seus efeitos . . . 1

1.2 M´etodos de atenuac¸˜ao de dist´urbios de tens˜ao . . . 2

1.2.1 Dist´urbios de amplitude . . . 2

1.2.2 Atenuac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas . . . 3

1.2.2.1 Filtros passivos . . . 3

1.2.2.2 Filtros ativos . . . 4

1.2.3 Proposta e estruturac¸˜ao da dissertac¸˜ao . . . 7

2 Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 8 2.1 Introduc¸˜ao . . . 8

2.2 Princ´ıpios de funcionamento de filtros ativos . . . 8

2.2.1 Definic¸˜oes preliminares . . . 8

2.2.2 Filtros ativos ideais . . . 10

2.2.2.1 Filtro fonte de corrente . . . 10

(8)

2.3 Abordagens de controle . . . 12

2.3.1 Filtro fonte de tens˜ao . . . 12

2.3.1.1 Abordagem direta . . . 12

2.3.1.2 Abordagem indireta . . . 14

2.3.2 Filtro fonte de corrente . . . 16

2.3.2.1 Abordagem direta . . . 16

2.3.2.2 Abordagem indireta . . . 17

2.4 Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos . . . 18

2.4.1 Conversor empregado como filtro ativo s´erie . . . 18

2.4.1.1 Abordagem direta . . . 18

2.4.1.2 Abordagem indireta . . . 20

2.4.2 Conversor empregado como filtro ativo paralelo . . . 22

2.4.2.1 Abordagem direta . . . 22

2.4.2.2 Abordagem indireta . . . 24

2.5 Conclus˜oes . . . 26

3 Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 27 3.1 Introduc¸˜ao . . . 27

3.2 O conversor fonte de tens˜ao monof´asico em ponte completa. . . 28

3.3 T´ecnica de acionamento . . . 30

3.3.1 Modulac¸˜ao PWM com acionamento bipolar . . . 30

3.4 Modelos de pequenos sinais . . . 33

3.4.1 Conversor operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar . . . 33

(9)

4 Projeto e simulac¸˜oes 45

4.1 Introduc¸˜ao . . . 45

4.2 Especificac¸˜oes do sistema . . . 45

4.2.1 Valor m´edio da tens˜ao Vddo barramento CC . . . 46

4.2.2 Escolha do valor da capacitˆancia Cd . . . 47

4.2.3 Escolha do valor da indutˆancia La . . . 48

4.2.4 Escolha do valor da capacitˆancia Ca . . . 50

4.3 Sistemas de controle para o filtro ativo s´erie . . . 50

4.3.1 Projeto de um controlador PID com dois polos e dois zeros . . . 53

4.3.2 Determinac¸˜ao dos controladores . . . 56

4.3.2.1 C1(s): controlador da tens˜ao de sa´ıda. . . 56

4.3.2.2 C2(s): controlador da tens˜ao m´edia do barramento CC . . . 59

4.3.2.3 Circuito proposto para o controlador PID com dois polos . . 63

4.4 Simulac¸˜oes . . . 64

4.4.1 Carga n˜ao linear . . . 65

4.4.2 Carga linear . . . 66

4.4.3 Carga linear e controle do valor m´edio da tens˜ao do barramento CC . . 68

4.4.4 Carga n˜ao linear e controle do valor m´edio da tens˜ao do barramento CC 69 4.5 Conclus˜oes . . . 71

5 Conclus˜oes 72

(10)

Lista de Figuras

1.1 Diagrama de um restaurador dinˆamico de tens˜ao . . . 3

2.1 Modelo de uma fonte de tens˜ao alternada . . . 9

2.2 Princ´ıpios dos filtros ativos tipo fonte de corrente . . . 11

2.3 Princ´ıpios dos filtros ativos tipo fonte de tens˜ao . . . 12

2.4 Diagrama para a abordagem direta de compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao. . . 13

2.5 Abordagem direta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao. . . . 14

2.6 Diagrama para a abordagem indireta de compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao. . . 15

2.7 Abordagem indireta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao. . . 16

2.8 Abordagem direta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de corrente. . . 17

2.9 Abordagem indireta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de corrente. . 18

2.10 Filtro ativo s´erie com abordagem direta de controle . . . 19

2.11 Diagrama de blocos da malha de controle do conversor CC-CA empregado como filtro ativo s´erie com abordagem direta de controle . . . 20

2.12 Compensador s´erie com abordagem indireta de controle . . . 21

2.13 Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como compensador s´erie com abordagem indireta . . . 21

2.14 Filtro ativo paralelo com abordagem direta de controle . . . 23

2.15 Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como filtro ativo paralelo com abordagem direta . . . 23

(11)

2.17 Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado

como filtro ativo paralelo com abordagem indireta . . . 25

3.1 Conversor CC-CA monof´asico ponte completa . . . 28

3.2 Modulac¸˜ao PWM anal´ogica com acionamento bipolar . . . 30

3.3 Formas de onda do conversor em ponte completa utilizando modulac¸˜ao PWM com acionamento bipolar . . . 32

3.4 Balanc¸o Volt-Segundos em uma indutˆancia La e balanc¸o de carga em uma ca-pacitˆancia Ca . . . 34

3.5 Formas de onda, provenientes da modulac¸˜ao PWM, para um per´ıodo Ts. . . 35

3.6 Estado de conduc¸˜ao do conversor durante DTs, para Vmodpositivo . . . 36

3.7 Estado de conduc¸˜ao do conversor durante (1 − D)Ts, para Vmod positivo . . . . 37

3.8 Representac¸˜ao da perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao. . . 39

3.9 Modelo de pequenos sinais para o conversor ponte completa operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar . . . 40

3.10 An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G1(s) . . . 41

3.11 An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G2(s) . . . 41

3.12 Influˆencia de D em G2(s) e G1(s). . . 42

3.13 An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G3(s) . . . 43

3.14 An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G4(s) . . . 44

4.1 Caso severo de distorc¸˜ao na tens˜ao VT dos terminais de uma fonte e sua com-ponente fundamental V1 . . . 47

4.2 Valores de ∆ILa para 0 < t < T1 com o conversor operando com acionamento bipolar . . . 49

4.3 Diagrama de blocos de um sistema de controle em malha fechada . . . 51

4.4 Resposta em frequˆencia da FTLA(s) de um sistema est´avel . . . 52

(12)

4.6 Diagrama de blocos de um controlador PID com dois polos . . . 56

4.7 Diagrama blocos para o sistema de controle da tens˜ao de sa´ıda VOpara o filtro

ativo s´erie . . . 57

4.8 Resposta em frequˆencia de (k)(kPWM)(k1)G1(ωcg). . . 58

4.9 Diagrama de Bode da FTLA(s) = (k)(kP W M)(k1)C1(s)G1(s) . . . 59

4.10 Diagrama blocos da malha de controle do valor m´edio da tens˜ao Vd do

barra-mento CC do filtro ativo s´erie . . . 60

4.11 Diagrama de Bode de GG2(s) . . . 61

4.12 Diagrama de Bode de GC2(s)G2(s) . . . 63

4.13 Circuito anal´ogico para a implementac¸˜ao de um controlador PID com dois polos 64

4.14 Resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.1 . . . 65

4.15 Espectro de frequˆencia dos resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.1. . . 66

4.16 Resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.3 . . . 67

4.17 Espectro de frequˆencia dos resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.3. . . 67

4.18 Resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.5 . . . 68

4.19 Espectro de frequˆencia dos resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.5. . . 69

4.20 Resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.7 . . . 70

4.21 Espectro de frequˆencia dos resultados da simulac¸˜ao do circuito da Fig. A.7. . . 71

A.1 Esquema do filtro ativo s´erie com modulac¸˜ao PWM, acionamento bipolar e carga n˜ao linear . . . 74

A.2 Netlist do esquema da Fig. A.1 . . . 75

A.3 Esquema do filtro ativo s´erie com modulac¸˜ao PWM, acionamento bipolar e carga linear . . . 76

A.4 Netlist do esquema da Fig. A.3 . . . 77

A.5 Esquema do filtro ativo s´erie com modulac¸˜ao PWM, acionamento bipolar e carga linear, com controle da tens˜ao do barramento CC . . . 78

A.6 Netlist do esquema da Fig. A.5 . . . 79

A.7 Esquema do filtro ativo s´erie com modulac¸˜ao PWM, acionamento bipolar e carga n˜ao linear e malha de controle de tens˜ao no barramento CC . . . 80

(13)

Lista de abreviaturas

G1(s) Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao de sa´ıda ˆvO(s) devido a variac¸˜oes na raz˜ao

c´ıclica ˆdO(s)

G2(s) Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd(s) devido a variac¸˜oes na

raz˜ao c´ıclica ˆdO(s)

G3(s) Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na corrente de sa´ıda ˆiO(s) devido a variac¸˜oes na raz˜ao

c´ıclica ˆdO(s)

G4(s) Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd(s) devido a variac¸˜oes da

corrente de sa´ıda ˆiO(s)

CA Corrente Alternada

CC Corrente Cont´ınua

DVR Dynamic Voltage Restorer- Restaurador dinˆamico de tens˜ao.

FTLA Func¸˜ao de Transferˆencia em Lac¸o Aberto

FTLF Func¸˜ao de Transferˆencia em Lac¸o Fechado

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor- Transistor bipolar de porta isolada

MOSFET Metal Oxide Field Effect- Transistor de efeito de campo metal-´oxido

PLL Phase Locked Loop

PWM Pulse Width Modulation- Modulac¸˜ao por largura de pulso.

SISO Single Input Single Output- sistema dinˆamico de ´unica entrada e ´unica sa´ıda

(14)

Cap´ıtulo 1

Introduc¸˜ao

1.1

Dist ´urbios de tens˜ao e seus efeitos

Dist´urbios de tens˜ao encontram-se entre os problemas de qualidade de energia mais frequen-tes. Os problemas mais encontrados em sistemas monof´asicos s˜ao os dist´urbios de amplitude: afundamentos (sags) e inchamentos (swells); e os dist´urbios de distorc¸˜ao de formato: presenc¸a de componentes harmˆonicas de tens˜ao.

Os sags s˜ao reduc¸˜oes de amplitude causadas por dist´urbios externos como, por exemplo, faltas el´etricas ou partidas de motores de grande porte. Os sags podem causar a interrupc¸˜ao do funcionamento de equipamentos eletrˆonicos, a reinicializac¸˜ao ou at´e mesmo a parada em linhas de produc¸˜ao [1,2,3,4].

Os swells s˜ao aumentos de amplitude e podem ocorrer, por exemplo, devido ao chaveamento de cargas elevadas ou mesmo a energizac¸˜ao de bancos de capacitores [4]. Estes dist´urbios podem danificar equipamentos eletrˆonicos, acionar indevidamente sistemas de protec¸˜ao e causar danos em motores el´etricos.

Existem tamb´em os problemas ocasionados por distorc¸˜oes do formato de tens˜ao. O for-mato da tens˜ao da rede pode ser descrito, atrav´es da an´alise e s´ıntese por s´eries de Fourier, em um somat´orio de ondas senoidais e cossenoidais. Formas de onda puramente senoidais ou cossenoidais, de determinada amplitude e frequˆencia, apresentam um espectro com apenas uma componente, com determinada frequˆencia e amplitude. Essa componente ´e chamada de compo-nente fundamental. Outras formas de onda, com formatos diferentes, apresentam um espectro com mais componentes al´em da funtamental. Essas componentes, com frequˆencias m´ultiplas

(15)

Cap´ıtulo 1. Introduc¸˜ao 2

da fundamental, s˜ao chamadas de componentes harmˆonicas.

As componentes harmˆonicas de tens˜ao interferem na operac¸˜ao de equipamentos el´etricos e eletrˆonicos. S˜ao relatados aquecimento em transformadores, interferˆencias em sistemas de comunicac¸˜ao e erros em leituras de medidores de energia [5,6,7].

A presenc¸a de componentes em baixa frequˆencia, na a faixa de 8 a 30 Hz, produz o efeito chamado ”flicker” em sistemas de iluminac¸˜ao. Essas variac¸˜oes de tens˜ao em baixa frequˆencia podem causar incˆomodo aos olhos [8].

1.2

M´etodos de atenuac¸˜ao de dist ´urbios de tens˜ao

1.2.1

Dist ´urbios de amplitude

Com o exposto na sess˜ao1.1, classificam-se como dist´urbios de amplitude os sags, swells e o flicker. As in´umeras propostas de atenuac¸˜ao destes dist´urbios envolvem abordagens preventivas e ou corretivas.

As propostas preventivas s˜ao realizadas durante a fase de projeto dos sistemas de potˆencia e das cargas, tornando-os capazes de suportar determinada quantidade desses dist´urbios.

Nas propostas corretivas s˜ao usados equipamentos, anexados `a fontes ou cargas para ate-nuar ou evitar esses dist´urbios. Geralmente s˜ao empregados em locais onde a ocorrˆencia dos dist´urbios supera limites previstos em normas ou espec´ıficos ou em locais onde n˜ao foram to-madas abordagens preventivas.

Entre as propostas corretivas destacam-se os sistemas com capacidade de armazenamento e fornecimento de energia. Quando a tens˜ao da fonte diminui, estes sistemas fornecem a energia armazenada e corrigem o n´ıvel de tens˜ao. Em caso de sobretens˜ao, estes drenam a energia de modo a diminuir a amplitude da tens˜ao para os valores nominais.

Uma fam´ılia de dispositivos que apresenta essas caracter´ısticas s˜ao os restauradores dinˆamicos de tens˜ao (DVR). Eles s˜ao constitu´ıdos de inversores fonte de tens˜ao (VSI) e s˜ao conectados em s´erie entre a fonte e a carga. E, podem injetar tens˜oes de amplitude, fase e frequˆencia con-trol´aveis para que os n´ıveis desejados de tens˜ao sejam alcanc¸ados durante os sags [1, 9]. Os DVRs s˜ao dispositivos capazes de drenar energia em casos de swells [4]. Os seus elementos armazenadores de energia s˜ao conectados ao barramento de corrente cont´ınua (CC) dos

(16)

inver-3 1.2. M´etodos de atenuac¸˜ao de dist´urbios de tens˜ao

sores e variam, podendo ser bancos de capacitores [9,10], baterias [11] ou at´e mesmo flywheels [12]. Na sa´ıda desses dispositivos ´e poss´ıvel encontrar transformadores de acoplamento ou n˜ao [10,13].

A Fig.1.1ilustra a utilizac¸˜ao de um DVR em um sistema de potˆencia. O DVR ´e conectado em s´erie entre os terminais da fonte e a carga. Considera-se que a fonte de alimentac¸˜ao possua uma impedˆancia interna descrita por Zs e que a tens˜ao a ser disponibilizada para as cargas ´e a

encontrada em seus terminais VT.

Fig. 1.1: Diagrama de um restaurador dinˆamico de tens˜ao.

1.2.2

Atenuac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas

Existem abordagens corretivas e ou preventivas para a compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao, de maneira similar ao que ocorre para os dist´urbios de amplitude de tens˜ao. Neste trabalho ser˜ao tratadas as abordagens corretivas.

(17)

Cap´ıtulo 1. Introduc¸˜ao 4

Os filtros passivos s˜ao formados por indutores e capacitores sintonizados nas frequˆencias das componentes harmˆonicas. Um tipo de filtro passivo muito utilizados ´e o paralelo. Quando sinto-nizados adequadamente, estes filtros apresentam baixa impedˆancia nas frequˆencias harmˆonicas, drenando as componentes harmˆonicas de corrente e impedindo sua circulac¸˜ao atrav´es da im-pedˆancia interna da fonte. Se as correntes harmˆonicas n˜ao circularem pela imim-pedˆancia interna da fonte n˜ao ser˜ao produzidas distorc¸˜oes de tens˜ao nos terminais desta [14,15].

Entretanto, estes geram equipamentos volumosos, pesados e apresentam dificuldades para sua especificac¸˜ao. Estas dificuldades ocorrem devido ao conhecimento impreciso da impedˆancia interna da fonte de alimentac¸˜ao.

Para as frequˆencias harmˆonicas ´e necess´ario que a fonte possua uma impedˆancia maior que a do filtro passivo para que as correntes harmˆonicas circulem por este. Para a frequˆencia fun-damental, esta deve ser muito baixa, evitando afetar a regulac¸˜ao de tens˜ao do sistema. Quanto menor a impedˆancia da fonte maiores ser˜ao as correntes drenadas pelo filtro passivo tornando este maior e mais pesado [14,15].

1.2.2.2 Filtros ativos

Uma soluc¸˜ao alternativa ´e a utilizac¸˜ao de filtros ativos de potˆencia. O termo filtro ativo ´e gen´erico e aplicado a um grupo de circuitos eletrˆonicos incorporando interruptores de potˆencia e elementos armazenadores de energia [16].

A partir da d´ecada de 70, surgiram os primeiros trabalhos relacionados a filtros ativos e aos princ´ıpios b´asicos de operac¸˜ao destes. Os primeiros trabalhos foram de Sasaki e Machida em 1971 [17], Gyugyi e Strycula em 1976 [18] e Mohan em 1977 [19].

O termo ”filtro ativo de potˆencia” foi utilizado pela primeira vez em 1976 [18]. Este trabalho apresenta uma fam´ılia de filtros ativos que utilizam dispositivos de estado s´olido operando em elevada frequˆencia de chaveamento. Esses filtros eram empregados na correc¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao e corrente. Neste trabalho s˜ao mostrados dois fatores que contribuem para a distorc¸˜ao da tens˜ao nos terminais de uma fonte alternada: a circulac¸˜ao de correntes n˜ao lineares pela sua impedˆancia interna e a presenc¸a de componentes harmˆonicas de tens˜ao internas na fonte.

(18)

5 1.2. M´etodos de atenuac¸˜ao de dist´urbios de tens˜ao

atrav´es do uso de uma fonte de corrente controlada. Essa fonte ´e conectada em paralelo aos terminais da fonte de tens˜ao. Seu intuito ´e drenar ou fornecer para a carga as componentes harmˆonicas de corrente. Com a ausˆencia da circulac¸˜ao de correntes harmˆonicas n˜ao seriam produzidas distorc¸˜oes de tens˜ao.

Tamb´em foi proposto em [18] outro tipo de filtro que funciona como uma fonte de tens˜ao auxiliar conectada em s´erie entre a fonte principal e as cargas. Esta fonte secund´aria ´e res-pons´avel por gerar tens˜oes harmˆonicas que se op˜oem aos conte´udos harmˆonicos presentes na fonte principal. Portanto, ela corrigiria a tens˜ao a ser entregue para as cargas, de modo que estas sejam alimentadas apenas pela sua componente fundamental.

Esses princ´ıpios de funcionamento deram origem a duas classes de filtros ativos: os filtros ativos s´erie e os filtros ativos paralelos.

• Filtros ativos paralelos

Os filtros ativos paralelos operam como uma fonte de corrente conectada em paralelo aos terminais de uma fonte de tens˜ao alternada. Estes filtros s˜ao os mais encontrados na ind´ustria [8,16,20].

A maior utilizac¸˜ao dos filtros ativos paralelos ´e a compensac¸˜ao das correntes harmˆonicas das cargas que ser˜ao conectadas a fonte de tens˜ao. Em [21,22, 23] foram propostos sistemas ativos de filtragem constitu´ıdos de inversores fonte de tens˜ao monof´asicos, em ponte completa, que possuiam duas malhas de controle: uma malha respons´avel pelo controle da corrente de sa´ıda do filtro e a outra respons´avel pela manutenc¸˜ao da tens˜ao m´edia do barramento CC do inversor. Ambos utilizavam t´ecnicas de filtragem para obter os sinais de referˆencia de tens˜ao ou corrente para os controladores.

• Filtros ativos s´erie

Os filtros ativos s´erie s˜ao menos estudados e menos frequentes que os paralelos [20, 16]. Este tipo de filtro opera como uma fonte de tens˜ao secund´aria conectada em s´erie, depois da fonte principal e antes das cargas. Ele gera conte´udos harmˆonicos de tens˜ao que se op˜oem `as componentes harmˆonicas existentes na fonte principal. Geralmente s˜ao compostos por conver-sores CC-CA de tens˜ao com filtros passivos de sa´ıda, usados para eliminar os problemas devido ao chaveamento em alta frequˆencia dos interruptores.

(19)

Cap´ıtulo 1. Introduc¸˜ao 6

Os filtros ativos s´erie propostos em [18] possuem uma estrutura f´ısica semelhante `a do restaurador dinˆamico de tens˜ao explicado na sess˜ao 1.2.1. Estes operariam de maneira autos-suficiente e produziriam apenas tens˜oes em frequˆencias maiores que a fundamental. Portanto, eles n˜ao consumiriam e nem forneceriam energia ativa as cargas. Para operarem de maneira autossuficiente, apenas uma pequena parcela da componente fundamental ´e produzida por estes para suprirem perdas internas. Apesar de terem sido propostos, n˜ao foram realizados prot´otipos experimentais para os filtros ativos s´erie, nem malhas de controle para estes.

´

E poss´ıvel controlar o conversor mostrado na Fig. 1.1 para produzir tanto a componente fundamental quanto as componentes harmˆonicas de tens˜ao para promover filtragem e regulac¸˜ao de tens˜ao para a carga. Quando geram tanto componentes harmˆonicas quanto a componente fundamental, esse sistema ´e conhecido como um compensador s´erie [24,25].

Nas referˆencias [26,27,28] foram propostos sistemas monof´asicos com intuito de compen-sar apenas componentes harmˆonicas da tens˜ao. Portanto, estes caracterizam filtros ativos s´erie semelhantes aos propostos inicialmente em [18].

Em [27] a tens˜ao nos terminais da fonte era monitorada e passava por um filtro passa-baixas, cuja frequˆencia de corte ´e igual a 90 Hz. Esse filtro extraia a componente fundamental de tens˜ao. Ap´os a extrac¸˜ao, a componente fundamental era subtra´ıda da tens˜ao adquirida, gerando um sinal que passava por um bloco corretor de fase para sincroniz´a-lo com a tens˜ao da rede. O sinal possui o conte´udo harmˆonico presente nos terminais da fonte e ser´a utilizado como referˆencia para um controlador, do tipo atraso de fase, respons´avel por fazer a tens˜ao de sa´ıda do conversor CC/CA monof´asico.

Ainda neste trabalho, foi realizado uma modelagem do sistema, de modo a obter as func¸˜oes de transferˆencia necess´arias para o projeto dos controladores. Apesar de apenas as componen-tes harmˆonicas de tens˜ao serem produzidas e, portanto, aparentar que o filtro n˜ao consumiria potˆencia ativa, n˜ao foram dados detalhes de como obter uma fonte de tens˜ao estabilizada para o barramento CC. Al´em disso, n˜ao foram mostrados procedimentos para a especificac¸˜ao dos componentes do sistema.

Em [26] e [28] n˜ao foi utilizada uma fonte de tens˜ao constante no barramento CC e o fil-tro opera de forma autossuficiente, n˜ao sendo usado nenhum transformador de acoplamento. O modo de obtenc¸˜ao dos sinais de referˆencia, para o controlador da tens˜ao de sa´ıda do filtro, eram semelhantes aos utilizados em [27], por´em, utilizou-se um filtro passa-baixa sintonizado

(20)

7 1.2. M´etodos de atenuac¸˜ao de dist´urbios de tens˜ao

na frequˆencia fundamental. Nessa estrutura de filtragem ativa, havia uma malha de controle para a tens˜ao do barramento CC, o que tornava a operac¸˜ao do conversor independente do uso de fontes externas. Em [28] foram apresentados o equacionamento e os procedimentos para a escolha dos componentes de potˆencia do conversor, al´em da modelagem matem´atica deste. En-tretanto, a modelagem utilizada considera apenas seus elementos ideais e desprezava a presenc¸a de elementos parasitas.

1.2.3

Proposta e estruturac¸˜ao da dissertac¸˜ao

A proposta desta dissertac¸˜ao ´e o estudo de um filtro ativo s´erie monof´asico que opere de forma autossuficiente, que n˜ao utilize transformador de acoplamento e que seja capaz de com-pensar apenas componentes harmˆonicas de tens˜ao. A escolha de um sistema monof´asico ´e feita em func¸˜ao de sua simplicidade.

Nesse estudo ser˜ao determinados os modelos est´atico e dinˆamicos (de pequenos sinais) do sistema de filtragem, auxiliando o dimensionamento de seus componentes de potˆencia e a deduc¸˜ao de suas func¸˜oes de transferˆencias. A modelagem ter´a como diferencial a inclus˜ao de elementos parasitas, isto ´e, das n˜ao idealidades dos componentes do filtro ativo s´erie, os quais n˜ao foram abordados na modelagem dos componentes do filtro ativo de [26,28].

Com os modelos completos do filtro ativo s´erie ser˜ao usados m´etodos anal´ıticos na produc¸˜ao de express˜oes matem´aticas adequadas ao projeto dos controladores do filtro. Essa dissertac¸˜ao se organiza da seguinte forma: o cap´ıtulo inicial traz uma contextualizac¸˜ao e a proposta desse trabalho.

No Cap´ıtulo2ser˜ao explicadas diferentes abordagens de controle do filtro ativo s´erie e os re-sultados que estas produzem. Essas abordagens n˜ao foram encontradas na literatura espec´ıfica. O estudo do circuito constitu´ıdo pelo conversor CC-CA com seu filtro passivo de sa´ıda ´e apresentado no cap´ıtulo 3. Nesse cap´ıtulo ´e realizada a an´alise do conversor e a determinac¸˜ao de suas func¸˜oes de transferˆencias, as quais possibilitam o uso de m´etodos anal´ıticos para o projeto de seus controladores.

No Cap´ıtulo4aborda-se o projeto dos componentes do filtro (elementos armazenadores de energia), a especificac¸˜ao de seus controladores e as simulac¸˜oes do filtro ativo s´erie.

(21)

Cap´ıtulo 2

Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos

2.1

Introduc¸˜ao

Neste cap´ıtulo ser˜ao explicadas duas abordagens para a compensac¸˜ao de harmˆonicas de tens˜ao ou corrente, atrav´es do uso de fontes control´aveis. Nas abordagens diretas, a preocupac¸˜ao ser´a apenas com a compensac¸˜ao das componentes harmˆonicas de tens˜ao da fonte ou de corrente das cargas. Portanto ser˜ao diretamente monitoradas as tens˜oes ou correntes nas fontes con-trol´aveis. As abordagens indiretas utilizam as fontes control´aveis para forc¸ar a tens˜ao da carga ou a corrente da fonte a seguir valores de referˆencia gerados internamente no sistema de con-trole.

2.2

Princ´ıpios de funcionamento de filtros ativos

2.2.1

Definic¸˜oes preliminares

Antes de discutir os princ´ıpios de operac¸˜ao dos filtros ativos, alguns conceitos ser˜ao apre-sentados. A Fig.2.1mostra o modelo de uma fonte de tens˜ao alternada. A tens˜ao VT, medida

nos terminais da fonte ´e expressa atrav´es de (2.1).

(22)

9 2.2. Princ´ıpios de funcionamento de filtros ativos

Fig. 2.1: Modelo de uma fonte de tens˜ao alternada.

Nota-se que VT pode ser decomposta em trˆes parcelas: V1, Vn e VZs . As parcelas V1

e Vn formam a tens˜ao interna da fonte, sendo V1 a componente fundamental e Vn um

so-mat´orio de componentes harmˆonicas. A parcela VZs representa a queda de tens˜ao

produ-zida pela circulac¸˜ao da corrente Is atrav´es de Zs. O termo Zs ´e considerado um somat´orio

de impedˆancias internas existentes nas frequˆencias: fundamental e harmˆonicas. Esse termo pode ser descrito atrav´es de (2.1) a (2.4), em que ω1 = 2πf1 ´e a frequˆencia fundamental, e

ω(2n−1) = 2πf(2n−1) = (2n − 1)2πf1 s˜ao as frequˆencias harmˆonicas.

Zs =  m=∞ X n=1,2,3,... R + j  ω(2n−1)Ls− 1 ω(2n−1)Cs  =  m=∞ X n=1,2,3,... R + j  2πf(2n−1)Ls− 1 2πf(2n−1)Cs  = |Zs|ejθ = |Zs|∠θ (2.2)

(23)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 10 |Zs| = m=∞ X n=1,2,3,... s R2+  (2n − 1)2πf1Ls− 1 (2n − 1)2πf1Cs 2 (2.3) θ = tg−1 m=∞ X n=1,2,3,... " (2n − 1)2πf1Ls−(2n−1)2πf1 1Cs R #! (2.4)

Geralmente Zs possui caracter´ıstica indutiva de modo que o termo Cs, nas equac¸˜oes (2.1)

at´e (2.4), ´e nulo ou pode ser desprezado. A corrente Is, tamb´em, pode ser decomposta em uma

componente fundamental I1e um somat´orio de componentes harmˆonicas (In+ IN). O termo In

representa correntes harmˆonicas induzidas pela presenc¸a de Vn.

Dois fatores contribuem para a distorc¸˜ao da tens˜ao VT. O primeiro ocorre quando as

compo-nentes harmˆonicas de Iscirculam por Zse, dessa forma, s˜ao produzidos conte´udos harmˆonicas

de tens˜ao em VZs. O segundo ´e a presenc¸a de Vnque ´e independente da corrente da carga.

2.2.2

Filtros ativos ideais

Em [18] foram propostas duas soluc¸˜oes para corrigir as distorc¸˜oes de tens˜ao nos terminais de uma fonte. Uma das propostas ´e impedir a circulac¸˜ao de componentes harmˆonicas de corrente. Para isso ´e utilizado um filtro, na forma de uma fonte de corrente, conectado em paralelo aos terminais da fonte de tens˜ao. A outra proposta ´e a correc¸˜ao da tens˜ao a ser disponibilizada para as cargas. Para isso utiliza-se um filtro, na forma de um gerador de tens˜ao, que ´e conectado em s´erie entre a carga e a fonte.

2.2.2.1 Filtro fonte de corrente

A Fig. 2.2 ilustra o princ´ıpio de operac¸˜ao do filtro fonte de corrente. Assume-se que a corrente das cargas seja composta pela componente fundamental I1 e pelas componentes

(24)

11 2.2. Princ´ıpios de funcionamento de filtros ativos

harmˆonicas IN. Pela fonte tamb´em podem circular correntes harmˆonicas In induzidas pela

presenc¸a de Vn.

A fonte de corrente pode compensar tanto In quanto IN. A func¸˜ao principal do filtro ´e

fornecer todas as componentes harmˆonicas de corrente das cargas. Isso significa que o filtro confina as correntes INnos terminais da fonte, evitando sua penetrac¸˜ao no sistema de potˆencia

[8].

Este, adicionalmente, ´e capaz de drenar as componentes Infazendo com que VT = V1−ZsI1.

Portanto, o filtro fornece INpara as cargas e curto-circuita os terminais da fonte nas frequˆencias

harmˆonicas, para drenar In. Se o valor de Zsfor muito pequeno, a corrente Ina ser drenada pelo

filtro ser´a elevada [8].

Fig. 2.2: Princ´ıpios dos filtros ativos tipo fonte de corrente.

2.2.2.2 Filtro fonte de tens˜ao

A fig.2.3ilustra a conex˜ao e os princ´ıpios de operac¸˜ao do filtro fonte de tens˜ao. Assumindo que a tens˜ao VTseja expressa por (2.1), o filtro gera a tens˜ao −(Vn− VZs) para fazer VL = V1.

Para receber uma tens˜ao limpa, as cargas devem ser conectadas ap´os a sa´ıda do filtro. Nota-se que o filtro dever´a suportar a corrente das cargas e, tamb´em, que este n˜ao ir´a modific´a-la.

(25)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 12

Fig. 2.3: Princ´ıpios dos filtros ativos tipo fonte de tens˜ao.

2.3

Abordagens de controle

Nesta sess˜ao, as abordagens de controle ser˜ao explicadas com o aux´ılio de fontes de tens˜ao e de corrente control´aveis. Estas fontes s˜ao ideais e podem ser acionadas por sinais de tens˜ao ou corrente.

2.3.1

Filtro fonte de tens˜ao

2.3.1.1 Abordagem direta

A Fig. 2.4 mostra os princ´ıpios da abordagem direta de compensac¸˜ao. O objetivo ´e fa-zer com que a fonte de tens˜ao control´avel produza, diretamente, em sua sa´ıda os conte´udos harmˆonicos de tens˜ao extra´ıdos da fonte.

A Fig.2.5 ilustra o uso da fonte VO como filtro ativo s´erie. ´E utilizada uma abordagem

direta de controle. A abordagem direta consiste em fazer a tens˜ao VOse opor as componentes

(26)

13 2.3. Abordagens de controle

Fig. 2.4: Diagrama para a abordagem direta de compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao.

Primeiro, as tens˜oes VT, nos terminais da fonte de alimentac¸˜ao, e VO, na sa´ıda da fonte

control´avel, s˜ao adquiridas pelos blocos KVT e KVO. Assume-se que estes blocos obtenham as

tens˜oes de maneira proporcional, gerando os sinais vT = k × VT e vO = k × VO, onde k ´e um

valor de ganho escolhido.

O sinal vTpassa pelo filtro F1que realiza a extrac¸˜ao da componente fundamental de tens˜ao

e gera o sinal v1. Esse filtro pode ser passa-baixas, como o utilizado em [27], ou passa-faixas

sintonizado na frequˆencia fundamental [28]. Posteriormente v1 ´e subtra´ıdo de vT, isto ´e, vT =

kVT = k(V1+ Vn− VLs) e a subtrac¸˜ao (vT− v1) resulta em k(Vn− VLs).

O conte´udo k(Vn− VLs) ´e subtra´ıdo de vO. Este resultado passar´a pelo controlador C1 que

produzir´a a tens˜ao VO = −(Vn− VLs), atrav´es da fonte control´avel, para minimizar o sinal de

erro em sua entrada.

N˜ao haver´a processamento de potˆencia ativa pelo filtro. Este n˜ao fornecer´a energia para a carga, nem consumir´a energia da fonte. Apenas tens˜oes com frequˆencias harmˆonicas ser˜ao produzidas em VO.

(27)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 14

Fig. 2.5: Abordagem direta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao.

2.3.1.2 Abordagem indireta

A Fig.2.6mostra os princ´ıpios da abordagem indireta de compensac¸˜ao. O objetivo ´e fazer com que tens˜ao da carga siga o formato da referˆencia produzida internamente no sistema de controle.

A Fig.2.7ilustra o sistema de filtragem com a abordagem indireta de controle. Nesta abor-dagem, a tens˜ao VL da carga ´e diretamente monitorada ao inv´es da tens˜ao VTnos terminais da

fonte. Uma referˆencia interna v1L* = k × V1L ´e produzida no sistema de controle que possui

frequˆencia e amplitude fixas. O termo V1L representa a forma de onda da tens˜ao desejada para

(28)

15 2.3. Abordagens de controle

Fig. 2.6: Diagrama para a abordagem indireta de compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao.

A tens˜ao na carga ´e monitorada atrav´es do bloco KVL, gerando o sinal vL = k × VL.

Este sinal ´e diretamente comparado com a referˆencia v1L*, produzindo o sinal de erro para

o controlador C1. Para minimizar o sinal de erro, C1 forc¸ar´a a fonte de tens˜ao control´avel a

produzir uma tens˜ao VOcom qualquer conte´udo necess´ario para que VL = V1L.

Desse modo, o sistema ´e capaz de corrigir diferenc¸as entre a amplitude de VLe a amplitude

da componente fundamental de VT. Trabalhos como [24,25] denominam estes sistemas como

compensadores s´erie, pois s˜ao capazes de mitigar dist´urbios de amplitude e distorc¸˜ao harmˆonica de tens˜ao.

(29)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 16

Fig. 2.7: Abordagem indireta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de tens˜ao.

2.3.2

Filtro fonte de corrente

2.3.2.1 Abordagem direta

A Fig.2.8ilustra um filtro ativo paralelo com abordagem direta de controle. ´E poss´ıvel des-prezar a influˆencia do somat´orio de tens˜oes harmˆonicas Vn, se a distorc¸˜ao de tens˜ao em VT for

influenciada principalmente por VZs. Portanto, a func¸˜ao do filtro ser´a fornecer as componentes

harmˆonicas INda corrente da carga.

A corrente da carga IL e a corrente IO, na sa´ıda da fonte control´avel, s˜ao adquiridas atrav´es

dos blocos KIL e KIo que produzem os sinais iL = k × IL e iO = k × IO, respectivamente. O

sinal iL passa pelo filtro F1, onde ´e extra´ıdo o sinal i1 = k × I1. Este sinal ´e subtra´ıdo de iL, o

que resulta em k(IN).

O conte´udo k(IN) ´e comparado com iO gerando o sinal de erro para o controlador C3 que

forc¸ar´a a fonte control´avel produzir a corrente IO = IN. Como resultado, a corrente nos

(30)

17 2.3. Abordagens de controle

Fig. 2.8: Abordagem direta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de corrente.

2.3.2.2 Abordagem indireta

A Fig. 2.9 mostra o diagrama do filtro ativo paralelo com uma abordagem indireta de controle. A corrente IS, na sa´ıda da fonte de alimentac¸˜ao, ´e monitorada pelo bloco KIS, onde o

sinal iS = k × IS ´e produzido. Um sinal de referˆencia i1* ´e gerado internamente no circuito de

controle. Este sinal representa a componente fundamental da corrente que ser´a consumida pelas cargas, sendo i1* = k×(I1). O controlador C3tentar´a minimizar o sinal de erro (i*1−is), fazendo

a corrente IOser IO = IN, de modo que a corrente da fonte seja IS = I1. Se i1* for gerado em

sincronismo com V1, n˜ao apenas as componentes harmˆonicas de corrente ser˜ao compensadas,

(31)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 18

Fig. 2.9: Abordagem indireta para compensac¸˜ao de distorc¸˜oes harmˆonicas de corrente.

2.4

Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos

Nesta sess˜ao ser´a mostrado como conversores CC-CA fonte de tens˜ao (VSI) podem ser usados como filtros ativos. Estes conversores funcionar˜ao como fontes de tens˜ao ou de cor-rente control´aveis. Ser˜ao utilizadas t´ecnicas de modulac¸˜ao por largura de pulso (PWM) para o acionamento deste. A topologia em ponte completa foi escolhida devido sua simplicidade de acionamento e por sua robustez.

2.4.1

Conversor empregado como filtro ativo s´erie

2.4.1.1 Abordagem direta

A utilizac¸˜ao de um conversor CC-CA como filtro ativo s´erie ´e mostrada na Fig.2.10. Nesta configurac¸˜ao ser´a usada a abordagem direta de controle. Inicialmente VT ´e adquirido atrav´es

(32)

19 2.4. Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos

componente fundamental V1, gerando o sinal v1 = k × V1. O sinal extra´ıdo ´e subtra´ıdo de vT,

resultando em k(Vn− VLS).

Fig. 2.10: Filtro ativo s´erie com abordagem direta de controle.

O conte´udo k(Vn− VLS) ´e somado a v1vcontCde comparado com o sinal da tens˜ao de sa´ıda

do conversor vO = k × VO. Isso gera o sinal de erro VerrCa que entra no controlador C1, o

qual produzir´a Vcontpara, junto ao modulador PWM, gerar o acionamento dos interruptores de

potˆencia do conversor CC-CA.

O sinal v1vcontCd ´e a multiplicac¸˜ao entre v1e vcontCd. Para gerar vcontCd, a tens˜ao Vd ´e

adqui-rida atrav´es de KVd, onde ´e gerado vd = k × Vd. Este sinal ´e comparado com o a referˆencia

vdref*, sendo produzido verrCd que ser´a utilizado por C2 para gerar vcontCd. A sa´ıda de C2

multi-plicar´a v1, gerando uma forma de onda de pequena amplitude e frequˆencia fundamental. Esta

forma de onda far´a o filtro processar uma pequena quantidade de potˆencia ativa para estabilizar o valor m´edio de Vd.

(33)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 20

dessas malhas de controle encontra-se na Fig.2.11.

Fig. 2.11: Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como filtro ativo s´erie com abordagem direta de controle.

Na Fig. 2.11, k1 ´e a raz˜ao entre o m´aximo valor de sa´ıda do controlador C1 e o valor de

pico da portadora utilizada pelo modulador PWM. Supondo que a forma de onda portadora seja triangular e possua um valor de pico igual a vtri, o ganho k1pode ser expresso por k1 =Vcont/Vtri.

O ganho kPWM ´e um ganho introduzido pela modulac¸˜ao PWM. Este ganho ´e definido como

kPWM = 1/2Vtri. O ganho k2 ´e introduzido na malha de controle de Vd para limitar o valor de

pico de v1vcontCdque ser´a somado `a k(Vn− VLS). Isso evita a saturac¸˜ao do controlador C1 que

est´a em cascata com o controlador C2.

O termo G1 ´e a func¸˜ao de transferˆencia que relaciona perturbac¸˜oes na tens˜ao de sa´ıda do

conversor ˆvO(s) com variac¸˜oes na largura dos pulsos de acionamento dos interruptores ˆd(s).

Outra func¸˜ao de transferˆencia ´e utilizada nos procedimentos de projeto do controlador C2,

ape-sar de n˜ao estar presente no diagrama de blocos da Fig. 2.11. Esta func¸˜ao de transferˆencia ´e denominada G2 e relaciona perturbac¸˜oes na tens˜ao de sa´ıda do conversor ˆvd(s) com variac¸˜oes

na largura dos per´ıodos de acionamento dos interruptores ˆd(s)

2.4.1.2 Abordagem indireta

A Fig.2.12mostra um conversor CC-CA empregado como um compensador s´erie. Devido a possibilidade do conversor processar potˆencia ativa substituiu-se o capacitor do barramento CC por uma fonte de tens˜ao estabilizada.

(34)

21 2.4. Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos

Fig. 2.12: Compensador s´erie com abordagem indireta de controle.

Nesta abordagem, a tens˜ao da carga VL ´e adquirida pelo bloco KVL, gerando o sinal vL.

Este sinal ´e diretamente comparado com a referˆencia v1L*, gerando o sinal verrCa. O controlador

C1 utiliza verrCa para gerar o sinal de controle vcont que ser´a usado pelo modulador PWM para

produzir o acionamento dos interruptores de potˆencia do conversor. O diagrama de blocos para essa abordagem de controle ´e mostrado na Fig.2.13.

Fig. 2.13: Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como compensador s´erie com abordagem indireta.

(35)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 22

Nota-se uma simplificac¸˜ao em relac¸˜ao ao diagrama da abordagem direta. Isso ocorreu devido a ausˆencia da malha de controle da tens˜ao do barramento CC do conversor. Nota-se tamb´em o uso dos ganhos e func¸˜oes de transferˆencias presentes tamb´em na abordagem direta.

2.4.2

Conversor empregado como filtro ativo paralelo

2.4.2.1 Abordagem direta

A Fig.2.14mostra um conversor CC-CA empregado como filtro ativo paralelo com aborda-gem direta de controle. A corrente da carga ´e monitorada atrav´es do bloco KIL, onde ´e gerado

o sinal iL = k × IL . Este sinal passa pelo filtro F1 que extrair´a a componente fundamental de

corrente da carga, gerando i1 = k × I1. A subtrac¸˜ao (iL− i1) resulta em k(IN) o qual ´e somado

a i1vcontCd e comparado com o sinal da corrente de sa´ıda do conversor iO = k × IO. Isto gera

o sinal de erro verrCa que ´e usado pelo controlador C3 para produzir vcont que ser´a usado para

acionar os interruptores de potˆencia do conversor CC-CA atrav´es do bloco modulador PWM. Para estabilizar a tens˜ao m´edia Vd, compara-se vd = k × Vd com um sinal de referˆencia

vdref∗, gerando o sinal de erro verrCd. Este sinal ´e usado pelo controlador C4para produzir vcontCd

que multiplicar´a i1. O conte´udo i1vcontCd ser´a somado a k(iN), compondo a referˆencia para o

controlador C3.

O diagrama de blocos da malha de controle ´e mostrado na Fig.2.15. A abordagem direta atuar´a diretamente nas componentes harmˆonicas de corrente da carga, fazendo circular pela fonte apenas a componente fundamental. Um termo diferente ´e usado nesta abordagem: a func¸˜ao de transferˆencia G3que relaciona perturbac¸˜oes na corrente de sa´ıdaˆiO(s) com a variac¸˜oes

na largura dos per´ıodos de acionamento dos interruptores ˆd(s). Outra func¸˜ao de transferˆencia ´e utilizada para o projeto do controlador C4, apesar de n˜ao estar inclusa no diagrama de blocos

da Fig. 2.15. Esta func¸˜ao de transferˆencia ´e denominada G4 e relaciona perturbac¸˜oes ˆvd(s) na

(36)

23 2.4. Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos

Fig. 2.14: Filtro ativo paralelo com abordagem direta de controle.

Fig. 2.15: Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como filtro ativo paralelo com abordagem direta.

(37)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 24

2.4.2.2 Abordagem indireta

Por fim, a Fig.2.16 mostra o conversor CC-CA empregado como filtro ativo paralelo com abordagem indireta de controle. Apenas a corrente da fonte Is ´e monitorada. O sinal de

re-ferˆencia i1* ´e gerado internamente no sistema de controle, podendo estar em fase com a

compo-nente fundamental de tens˜ao V1.

O diagrama de blocos do sistema de controle da Fig. 2.16 ´e mostrado na Fig. 2.17. Este filtro possui duas malhas de controle. A malha de controle interna ´e respons´avel por controlar a corrente da fonte Is. A malha de controle externa ´e conectada em cascata com a malha interna,

sendo respons´avel pela estabilizac¸˜ao do valor m´edio de Vd. A malha externa soma o sinal

i1*vcontCdcom i1*, compondo a referˆencia para o controlador C3.

A malha de controle interna utiliza a func¸˜ao de transferˆencia G3 que relaciona variac¸˜oes na

corrente de sa´ıda do conversor ˆiO(s) com variac¸˜oes na largura dos per´ıodos de acionamento dos

interruptores ˆd(s). Outra func¸˜ao de transferˆencia ´e utilizada para o projeto do controlador C2,

apesar de n˜ao estar inclusa no diagrama de blocos da Fig. 2.17. Esta func¸˜ao de transferˆencia ´e denominada G4 e relaciona perturbac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd com variac¸˜oes da

corrente de sa´ıda ˆiOdo conversor.

A ac¸˜ao do controlador C3 ´e fazer com que a corrente da fonte siga o formato e a amplitude

de seu sinal de referˆencia. Se i1*for gerada em fase com V1, a corrente de sa´ıda da fonte Ister´a

o formato senoidal e estar´a em fase com V1. Portanto, o filtro compensar´a correntes harmˆonicas

(38)

25 2.4. Conversores monof´asicos empregados como filtros ativos

Fig. 2.16: Filtro ativo paralelo com abordagem indireta de controle.

Fig. 2.17: Diagrama de blocos das malhas de controle do conversor CC-CA empregado como filtro ativo paralelo com abordagem indireta.

(39)

Cap´ıtulo 2. Estrat´egias de controle empregadas em filtros ativos 26

2.5

Conclus˜oes

Neste cap´ıtulo foram discutidas diferentes abordagens de controle para filtros ativos mo-nof´asicos. Foi visto que as abordagens diretas rastreiam e compensam apenas o conte´udo harmˆonico de corrente ou tens˜ao. J´a as abordagens indiretas monitoram apenas uma vari´avel: a tens˜ao na carga ou a corrente na fonte e imp˜oe que a vari´avel monitorada siga o valor de referˆencia.

Os filtros ativos s´erie, operando com abordagens diretas de controle, atuam apenas nas com-ponentes harmˆonicas de tens˜ao. Os compensadores s´erie tamb´em atuam com abordagens indi-retas de controle e s˜ao capazes de corrigir as componentes harmˆonicas e mitigar dist´urbios de amplitude.

O mesmo princ´ıpio ´e v´alido para os filtros ativos paralelos. Com abordagem direta, estes atuam apenas nas componentes harmˆonicas de corrente da carga. Quando operam com a abor-dagem indireta s˜ao, tamb´em, capazes de compensar o fator de potˆencia total, fazendo circular pela fonte uma corrente em fase com a tens˜ao da fonte de alimentac¸˜ao.

Neste trabalho, ser´a estudado um filtro ativo s´erie capaz de atenuar apenas nas componentes harmˆonicas da tens˜ao da carga, como os filtros descritos na sess˜ao2.4.1.1.

(40)

Cap´ıtulo 3

Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA

ponte completa

3.1

Introduc¸˜ao

Este cap´ıtulo dedica-se ao estudo do conversor CC-CA monof´asico em ponte completa. Uti-lizando os m´etodos de modelagem para conversores est´aticos de [29], ser´a poss´ıvel controlar o conversor como uma fonte de tens˜ao ou corrente control´avel. Inicialmente ser´a realizada a an´alise est´atica do conversor. Para isso, os sinais de acionamento dos interruptores ser˜ao cons-tantes. Com as equac¸˜oes que descrevem o funcionamento do conversor nesta condic¸˜ao, ser´a realizada a perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao das vari´aveis destas para a obtenc¸˜ao do comportamento dinˆamico deste. Com as equac¸˜oes que descrevem o comportamento perante as perturbac¸˜oes, ser´a constru´ıdo o circuito equivalente. Este circuito ser´a usado para na determinac¸˜ao das func¸˜oes de transferˆencia necess´arias para projetar os controladores da tens˜ao de sa´ıda e do valor m´edio da tens˜ao do barramento CC.

(41)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 28

3.2

O conversor fonte de tens˜ao monof´asico em ponte completa

A Fig.3.1 ilustra o inversor fonte de tens˜ao (VSI) monof´asico em ponte completa. Para represent´a-lo s˜ao usadas chaves controladas por tens˜ao.

Fig. 3.1: Conversor CC-CA monof´asico ponte completa.

O conversor ´e composto por quatro chaves controladas por tens˜ao (SW1 a SW4) associadas

em s´erie com quatro diodos (DW1a DW4), ambos conectados em antiparalelo com outros quatro

diodos (D1a D4). Cada dupla contendo uma chave control´avel e um diodo em s´erie representa

interruptores de potˆencia como, por exemplo, IGBTs ou MOSFETs. Os diodos em antiparalelo protegem as chaves controladas de polarizac¸˜oes reversas, al´em de proverem ac¸˜ao freewheeling.

Conectado aos terminais TAe TBencontra-se o filtro passa-baixas LACA. Considera-se que o

indutor LA ´e modelado pela associac¸˜ao em s´erie de uma indutˆancia La com a resistˆencia interna

RLa, de modo que sua impedˆancia resultante seja ZLA = sLa + RLa. O mesmo aplica-se ao

capcacitor CAcujo modelo ´e formado pela capacitˆancia Ca em s´erie com a resistˆencia parasita

(42)

29 3.2. O conversor fonte de tens˜ao monof´asico em ponte completa

capacitor CA.

O barramento CC ´e formado pelo capacitor CDque tamb´em possui elementos parasitas. Seu

modelo resulta na impedˆancia equivalente ZCD =

1/sC

d+ RCd. Para facilitar a explicac¸˜ao das

diferentes etapas de funcionamento do conversor, bem como das formas de onda produzidas neste, o capacitor CD foi separado em outros dois capacitores associados em s´erie. Tamb´em

foi definido um ponto referencial virtual. A associac¸˜ao resultante possui a mesma impedˆancia equivalente ZCD. Desta forma, a tens˜ao sob CD tamb´em foi dividida igualmente entre estes

capacitores.

As tens˜oes entre os terminais TA e TB e o referencial virtual s˜ao denominadas VA e VB,

respectivamente. A diferenc¸a VAB = VA− VB ´e tens˜ao na entrada do filtro LACA. De acordo

com o estado de conduc¸˜ao em que se encontram as chaves e dos diodos, torna-se poss´ıvel obter at´e trˆes n´ıveis de tens˜ao para VAB. A Tabela3.1mostra os n´ıveis de VABde acordo com o estado

de conduc¸˜ao dos semicondutores(ON significa conduzindo e OFF significa bloqueado).

Tabela 3.1: Valores de VABde acordo com o estado de conduc¸˜ao dos semicondutores.

SW1 D1 SW2 D2 SW3 D3 SW4 D4 VA VB VAB

1 ON OFF OFF OFF OFF OFF ON OFF +1/2Vd −1/2Vd +Vd

2 ON OFF OFF OFF OFF ON OFF OFF +1/

2Vd +1/2Vd 0

3 OFF OFF OFF ON OFF OFF ON OFF −1/

2Vd −1/2Vd 0

4 OFF OFF ON OFF ON OFF OFF OFF −1/

2Vd +1/2Vd −Vd

5 OFF OFF ON OFF OFF OFF OFF ON −1/

2Vd −1/2Vd 0

6 OFF ON OFF OFF ON OFF OFF OFF +1/

2Vd +1/2Vd 0

7 ON OFF OFF OFF ON OFF OFF OFF +1/

2Vd +1/2Vd 0

8 OFF OFF ON OFF OFF OFF ON OFF −1/

2Vd −1/2Vd 0

9 OFF ON OFF OFF OFF OFF OFF ON +1/

2Vd −1/2Vd +Vd

10 OFF OFF OFF ON OFF ON OFF OFF −1/

(43)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 30

3.3

T´ecnica de acionamento

Ser´a estuda a t´ecnica de acionamento que consegue produzir entre os terminais TAe TBuma

forma de onda com dois n´ıveis de tens˜ao: a t´ecnica de modulac¸˜ao por largura de pulso (PWM) com acionamento bipolar do conversor.

3.3.1

Modulac¸˜ao PWM com acionamento bipolar

A Fig.3.2mostra como s˜ao gerados os sinais de controle para os interruptores do conversor da Fig.3.1. A forma de onda portadora Vport´e comparada com a forma de onda Vmodque carrega

a informac¸˜ao desejada. A sa´ıda do comparador passa pelos blocos de acionamento titulados Dr

que geram os sinais de comando Vsg1a Vsg4, de modo que estes possuam a tens˜ao V necess´aria

para ligar os interruptores.

(44)

31 3.3. T´ecnica de acionamento

Se o per´ıodo Tsda portadora Vportfor muito menor que o per´ıodo do sinal Vmod,

considera-se que o valor de Vmodpermanecer´a constante durante todo Ts. Portanto, os pulsos produzidos

na sa´ıda do comparador ter˜ao frequˆencia igual a 1/Ts e valor m´edio igual ao valor que Vmod

manteve durante Ts.

A Fig.3.3mostra as formas de onda VABentre os terminais TAe TB do conversor. Nota-se

que VABpossui apenas dois n´ıveis de tens˜ao e que os pulsos desta possuem a mesma frequˆencia

que portadora Vport. Se n˜ao houvessem elementos armazenadores de energia conectados aos

terminais TA e TB, a comutac¸˜ao das chaves SW1 `a SW4 seria instantˆanea. Portanto haveria

alternˆancia apenas entre os estados 1 e 4 da Tabela3.1.

Devido `a energia armazenada pela indutˆancia do filtro LACAhaver´a a conduc¸˜ao dos diodos

D1 e D4, quando os sinais de controle das chaves comutar bruscamente. Portanto, al´em dos

estados 1 e 4 da Tabela 3.1, tamb´em estar˜ao presentes os estados 9 e 10. Como mostrado na Fig. 3.3, se Vmod for positivo, logo ap´os a conduc¸˜ao das chaves SW1 e SW4, o sinal de controle

mudar´a bruscamente, fazendo os diodos D2 e D3 conduzirem at´e que a energia armazenada em

La seja descarregada. Analogamente, para Vmod negativo, ap´os a conduc¸˜ao de SW2 e SW3, os

(45)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 32

Fig. 3.3: Formas de onda do conversor em ponte completa utilizando modulac¸˜ao PWM com acionamento bipolar.

(46)

33 3.4. Modelos de pequenos sinais

3.4

Modelos de pequenos sinais

Para determinarmos os modelos de pequenos sinais para o conversor, primeiramente ´e ne-cess´ario analisar sua operac¸˜ao em regime permanente. A Fig. 3.4 ilustra os princ´ıpios do balanc¸o Volt-segundos para uma indutˆancia La e do balanc¸o de carga em uma capacitˆancia

Ca.

Em modo cont´ınuo, a corrente em uma indutˆancia ´e cont´ınua e possui variac¸˜oes iguais durante um per´ıodo de chaveamento, como mostra o gr´afico ILa × t. Al´em disso, durante Ts, a

tens˜ao m´edia

< L

adidtLa

> |

Ts ´e nula, como mostra o gr´afico VLa × t. Portanto, as ´areas S1

e S2, que representam o produto entre a tens˜ao da indutˆancia e seu per´ıodo de durac¸˜ao, ser˜ao iguais.

Para a capacitˆancia Ca, a corrente m´edia

< C

adVdtCa

> |

Ts ´e nula e sua variac¸˜ao de tens˜ao

´e cont´ınua, como mostram os gr´aficos ICa × t e VCa × t, respectivamente. Portanto, sua carga

el´etrica S3 durante DTsser´a igual a carga el´etrica S4, durante (1-D)Ts.

3.4.1

Conversor operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar

A Fig. 3.5 ilustra a tens˜ao VAB ampliada para um per´ıodo Ts. Assume-se que Vmod seja

positivo e constante durante Ts, devido sua frequˆencia ser muito menor que a de Vport. Nota-se

que durante um per´ıodo DTs, as chaves Sw1 e Sw4 conduzem e durante (1 − D)Tsos diodos D2

e D3conduzem.

A Fig.3.6mostra o estado de conduc¸˜ao do conversor durante DTs. Considera-se a operac¸˜ao

isolada do conversor, de maneira que nenhuma carga seja conectada em paralelo ao capacitor de sa´ıda CA. Assume-se que as chaves Sw1e Sw4possuam uma resistˆencia parasita RSw e que os

(47)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 34

(48)

35 3.4. Modelos de pequenos sinais ILa = ICa (3.1) Id= ILa (3.2) VO = VCa+ RCaICa (3.3) VLa = La dILa dt = Vd− RLaILa− 2RSwId− VO (3.4)

Fig. 3.5: Formas de onda, provenientes da modulac¸˜ao PWM, da modulac¸˜ao PWM para um per´ıodo Ts.

(49)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 36

Fig. 3.6: Estado de conduc¸˜ao do conversor durante DTs, para Vmod positivo.

A Fig.3.7mostra o estado de conduc¸˜ao do conversor durante (1 − D)Ts. Haver´a conduc¸˜ao

dos diodos D2 e D3, de modo que a energia armazenada no filtro LACA seja descarregada.

Assumindo que a queda de tens˜ao entre anodo e catodo dos diodos possa ser expressa como VAK = RdIAK, onde VAK ´e a tens˜ao entre anodo e catodo do torna-se poss´ıvel escrever as

express˜oes (3.5) a (3.8). ILa = ICa (3.5) Id= −ILa (3.6) VO = VCa+ RCaICa (3.7) VLa = La dILa dt = −Vd− RLaILa+ 2RdId− VO (3.8)

(50)

37 3.4. Modelos de pequenos sinais

Fig. 3.7: Estado de conduc¸˜ao do conversor durante (1 − D)Ts, para Vmod positivo.

Aplicando o balanc¸o Volt-segundos na indutˆancia La utilizando as express˜oes (3.1) a (3.8)

encontram-se as express˜oes (3.9) e (3.10). < VLa >|Ts = < La dILa dt >|Ts =  1 Ts  VdDTs− RLaILaDTs− 2RSwIdDTs− VODTs − Vd(1 − D)Ts− RLaILa(1 − D)Ts− 2RdId(1 − D)Ts − VO(1 − D)Ts  (3.9) < La dILa dt >|Ts = Vd(2D − 1) − RLaILa− 2RSwILaD − VO− 2RdILa(1 − D) (3.10)

De maneira semelhante, aplicando o balanc¸o de carga nas capacitˆancias Ca e Cds˜ao

(51)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 38 < ICa >|Ts = < Ca dVCa dt >|Ts =  1 Ts  VCaDTs− RCaICaDTs + VCa(1 − D)Ts− RCaICa(1 − D)Ts  (3.11) < Ca dVCa dt >|Ts = VCa + RCaICa (3.12) < Id>|Ts =  1 Ts  ILaDTs− ILa(1 − D)Ts  (3.13) < Id>|Ts = < Cd dVCd dt >|Ts = ILa(2D − 1) (3.14)

Desprezando os efeitos de RSw, Rde RLa e igualando a tens˜ao m´edia de La a zero em (3.10)

encontra-se a express˜ao (3.15) que relaciona a tens˜ao de sa´ıda para uma determinada raz˜ao c´ıclica D escolhida.

VO= (2D − 1)Vd (3.15)

As express˜oes (3.10), (3.12) e (3.14) descrevem a operac¸˜ao em regime permanente para o conversor, atrav´es do balanc¸o Volt-segundos na indutˆancia Lae do balanc¸o de carga nas

capa-citˆancia Cae Cd. Para obter o modelo de pequenos sinais aplica-se uma perturbac¸˜ao em torno

das vari´aveis que comp˜oe as express˜oes (3.10), (3.12) e (3.14) e uma posterior linearizac¸˜ao. Segundo [29], a perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao s˜ao feitas atrav´es da representac¸˜ao dessas vari´aveis como a soma entre um valor constante e uma pequena perturbac¸˜ao, como mostrado nas ex-press˜oes (3.16) a (3.22).

(52)

39 3.4. Modelos de pequenos sinais D = D + ˆd(t) (3.16) ILa = ILa + ˆiLa(t) (3.17) Id = Id+ ˆid(t) (3.18) ICa = ICa+ ˆiCa(t) (3.19) VO = VO+ ˆvO(t) (3.20) Vd = Vd+ ˆvd(t) (3.21) VCa = VCa+ ˆvCa(t) (3.22)

A Fig3.8mostra uma representac¸˜ao qualitativa da perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao das vari´aveis das equac¸˜oes (3.10) `a (3.14). A perturbac¸˜ao na raz˜ao c´ıclica D produz uma componente osci-lante ˆd(t) ao redor do valor m´edio D.

Fig. 3.8: Representac¸˜ao da perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao.

Substituindo (3.16) a (3.22) nas equac¸˜oes (3.10), (3.12) e (3.14) e desprezando os produtos que contenham apenas termos constantes e termos que contenham produtos de perturbac¸˜oes, encontram-se as equac¸˜oes (3.23) a (3.25). La dˆiLa(t) dt =(2Vd+ 2RdILa− 2RSwILa) ˆd(t) + (2D − 1)ˆvd(t) + (2RSwD + 2(1 − D)Rd+ RLa)ˆiLa(t) − ˆvO(t) (3.23)

(53)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 40

ˆid(t) = (2D − 1)ˆiLa(t) + 2ILad(t)ˆ (3.24)

ˆ

vO(t) = ˆvCa(t) + RCaˆiCa(t) (3.25)

Obtendo a transformada de Laplace destas express˜oes consegue-se as express˜oes (3.26) a (3.28). sLaˆiLa(s) =(2Vd+ 2RdILa− 2RSwILa) ˆd(s) + (2D − 1)ˆvd(s) + (2RSwD + 2(1 − D)Rd+ RLa)ˆiLa(s) − ˆvO(s) (3.26) ˆid(s) = (2D − 1)ˆiLa(s) + 2ILad(s)ˆ (3.27) ˆ vO(s) = ˆvCa(s) + RCaˆiCa(s) (3.28) ´

E poss´ıvel representar as express˜oes (3.26) a (3.28) na forma de um circuito, com o aux´ılio de um transformador DC [29]. Isso ´e mostrado na Fig.3.9.

Fig. 3.9: Modelo de pequenos sinais para o conversor ponte completa operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar.

• G1(s): Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao de sa´ıda ˆvO(s) devido a variac¸˜oes na raz˜ao

c´ıclica ˆd(s).

Atrav´es do modelo de pequenos sinais da Fig.3.9´e poss´ıvel obter a func¸˜ao de transferˆencia G1(s), descrita na express˜ao (3.29), a qual foi mencionada na sess˜ao2.4e utilizada nas figuras

(54)

41 3.4. Modelos de pequenos sinais

Fig. 2.11e Fig.2.13. Inicialmente representa-se o barramento CC como uma fonte de tens˜ao. Depois anulam-se seus efeitos aplicando um curto-circuito em seus terminais. O circuito equi-valente formado ´e mostrado na Fig. 3.10.

Fig. 3.10: An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G1(s).

Atrav´es da Fig.3.10 ´e poss´ıvel obter G1(s), descrita na express˜ao (3.29).

G1(s) = ˆ vO(s) ˆ d(s) = (2Vd+ 2RdILa− 2RSwILa)(RCaCas + 1) LaCas2+ (RCa+ RLa+ 2RSwD + 2(1 − D)Rd)Cas + 1 (3.29)

• G2(s): Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd(s) devido a variac¸˜oes

na raz˜ao c´ıclica ˆd(s).

Para projetar o controlador C2(s), mostrado na sess˜ao2.4.1, necessita-se da func¸˜ao de

trans-ferˆencia que relaciona dist´urbios em Vdcom dist´urbios em ˆd(s). A Fig.3.11mostra a an´alise do

modelo da Fig.3.9para esta finalidade.

Fig. 3.11: An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G2(s).

(55)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 42

Anulando os efeitos de ˆvO(s) obt´em-se G2(s), mostrada na express˜ao (3.30).

G2(s) = ˆ vd(s) ˆ d(s) = = (2Vd+ 2RdILa − 2RSwILa)(RCdCds + 1)(2D − 1) 2 LaCds2+ (RCd(2D − 1) 2 + RLa + 2RSwD + 2(1 − D)Rd)Cds + (2D − 1) 2 (3.30) Nota-se a presenc¸a de D em G2(s) e G1(s). Em G2(s) este altera significativamente a sua

dinˆamica. Isto n˜ao ocorre em relac¸˜ao a G1(s). A Fig.3.12mostra a resposta em frequˆencia de

G2(s) e G1(s) para as variac¸˜oes de D e os demais parˆametros s˜ao mantidos constantes.

Fig. 3.12: Influˆencia de D em G2(s) e G1(s): (a) resposta em frequˆencia de G2(s) com

variac¸˜oes em D e os demais parˆametros constantes. (b) resposta em frequˆencia de G1(s) com

(56)

43 3.4. Modelos de pequenos sinais

• G3(s): Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na corrente de sa´ıda ˆiO(s) devido a variac¸˜oes na raz˜ao

c´ıclica ˆd(s).

Para obter essa relac¸˜ao, considera-se a tens˜ao de sa´ıda como invariante durante Ts, podendo

esta ser considerada uma fonte de tens˜ao. De forma a anular seu efeito, ser´a aplicado um curto-circuito aos terminais dessa fonte, o que gera o curto-circuito da Fig.3.13.

Fig. 3.13: An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G3(s).

Analisando a Fig.3.13 ´e poss´ıvel obter a express˜ao (3.31). Esta express˜ao ´e utilizada para o projeto de controladores de corrente de filtros ativos paralelos, como explicado em2.4.2

G3(s) = ˆiLa(s) ˆ d(s) = (2Vd+ 2RdILa − 2RSwILa) Las2+ (RLa+ 2DRSw+ 2(1 − D)Rd) (3.31)

• G4(s): Relac¸˜ao entre variac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd(s) devido a variac¸˜oes

da corrente de sa´ıda ˆiO(s).

Para projetar o controlador C4, que estabilizar´a o valor m´edio da tens˜ao no barramento CC

em um filtro ativo paralelo, torna-se necess´ario determinar a func¸˜ao de transferˆencia G4(s).

Essa func¸˜ao relaciona variac¸˜oes na tens˜ao do barramento CC ˆvd(s) com variac¸˜oes da corrente

de sa´ıda ˆiO(s). A an´alise do modelo de pequenos sinais produz a Fig.3.14. A partir da an´alise

(57)

Cap´ıtulo 3. Modelo de pequenos sinais para o conversor CC-CA ponte completa 44

Fig. 3.14: An´alise do modelo de pequenos sinais do conversor, operando com modulac¸˜ao PWM e acionamento bipolar, para a obtenc¸˜ao de G4(s).

G4(s) = ˆ vd(s) ˆ d(s) = (RCdCds + 1)(2D − 1) Cds (3.32)

As mesmas express˜oes de transferˆencia podem ser obtidas atrav´es da an´alise quando Vmod <

0. Para isso, ser˜ao avaliados os estados 4 e 9 da Tabela3.1.

3.5

Conclus˜oes

Neste cap´ıtulo foram mostrados os procedimentos para obter o modelo de pequenos sinais do conversor que ser´a empregado como filtro ativo. A obtenc¸˜ao deste modelo ´e realizada pela perturbac¸˜ao e linearizac¸˜ao das equac¸˜oes em regime permanente. O modelo tamb´em permitiu a obtenc¸˜ao de func¸˜oes de transferˆencia importantes, que ser˜ao usadas para o projeto dos contro-ladores do filtro ativo.

(58)

Cap´ıtulo 4

Projeto e simulac¸˜oes

4.1

Introduc¸˜ao

Neste cap´ıtulo ser˜ao mostrados os procedimentos de projeto para os componentes do filtro ativo. Tamb´em ser˜ao abordados t´opicos sobre o projeto dos seus sistemas de controle.

4.2

Especificac¸˜oes do sistema

(59)

Cap´ıtulo 4. Projeto e simulac¸˜oes 46

Tabela 4.1: Parˆametros utilizados no projeto do filtro ativo

Parˆametro [Unidade] Sigla Valor

Valor eficaz de tens˜ao da componente fundamental [VRMS] V1RMS 220

Valor m´aximo da corrente da carga [A] IL 8,04

Frequˆencia da portadora [kHz] fs 40

Frequˆencia da componente fundamental [Hz] f1 60

Variac¸˜ao de corrente na indutˆancia La [A] M ILa 2,01

Resistˆencia s´erie equivalente do capacitor CA [mΩ] RCa 4,1

Resistˆencia s´erie equivalente do capacitor CD [mΩ] RCd 60

Resistˆencia interna do indutor LA [mΩ] RLa 100

Resistˆencia em modo de conduc¸˜ao das chaves Sw [mΩ] RSw 300

Tens˜ao entre anodo e catodo dos diodos em anti-paralelo [V] VAK 1

Corrente eficaz nos diodos em anti-paralelo [IRMS] IAK 3,9

Potˆencia ativa da carga [W] PL 1250

Ganho dos medidores de tens˜ao e corrente k 0,012861

Tens˜ao de pico da portadora [V] Vtri 5

Tens˜ao m´axima de sa´ıda dos controladores [V] Vcont max 18

M´axima parcela da componente fundamental a ser modulada V%V1 0,6

Tens˜ao nominal das cargas [VRMS] VLRMS 220

4.2.1

Valor m´edio da tens˜ao V

d

do barramento CC

O valor m´edio de Vd pode ser determinado considerando um caso severo de distorc¸˜ao na

tens˜ao dos terminais da fonte de alimentac¸˜ao. Ser´a considerado que isso ocorrer´a quando a tens˜ao VT, nos terminais da fonte, assumir uma forma de onda contendo in´umeras componentes

harmˆonicas. Portanto, seu formato se aproximar´a de uma onda retangular [28]. A Fig 4.1

mostra a forma de onda retangular VT contendo sua componente fundamental V1. Atrav´es da

s´ıntese por s´eries de Fourier, VT ser´a descrita por (4.1).

VT(t) =  4Vq π  sin((2π/T1)t) + ∞ X n=2 sin(((2n−1)2π/T1)t) (2n − 1)  = Vp π  sin((2π/T1)t) + ∞ X n=2 sin(((2n−1)2π/T1)t) (2n − 1)  = V1(t) + VN(t) (4.1)

(60)

47 4.2. Especificac¸˜oes do sistema

Fig. 4.1: Caso severo de distorc¸˜ao de tens˜ao nos terminais de uma fonte VTe sua componente

fundamental V1.

Na express˜ao (4.1) o termo VN representa todo o conte´udo harmˆonico de VT e ´e

equi-valente a VN = (Vn − IsZs), cujos termos est˜ao presentes na express˜ao (2.1). Como

mos-trado na Tabela 4.1, se o valor eficaz da componente fundamental for V1RMS = 220VRMS,

Vp = (

2)220 = 311, 13 V . Ent˜ao Vqpode ser determinado por (4.2).

Vq =

πVp

4 =

π311, 13

4 = 244, 36 V (4.2)

Portanto, adotou-se o valor Vd = 250 V, de modo que seja poss´ıvel produzir todo o conte´udo

harmˆonico VNpresente em (4.1).

4.2.2

Escolha do valor da capacitˆancia C

d

N˜ao foram deduzidas express˜oes para determinar um valor preciso para a capacitˆancia Cd.

A especificac¸˜ao deste valor foi feita com apoio da express˜ao (4.3) que ´e utilizada para o projeto de um filtro capacitivo utilizado em retificadores monof´asicos [22].

Cd > PL 2f1(Vp2− Vmin2) > 1250 2(60)((√2(220))2) − (250 − (2(220) − 250))2) > 170, 76 µF (4.3)

Referências

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