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GF CAP mod4

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Academic year: 2021

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(1)FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO •. • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos.

(2) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. •• C APÍT UL O I V • C OMU NI C AÇ ÃO E ANI MAÇ ÃO D E GRUP OS. • Object ivos - Identificar os processos de comunicação verbal e não verbal; - Enunciar as atitudes facilitadoras dos processos de formação; - Identificar os factores promotores da relação pedagógica; - Descrever e ajustar técnicas facilitadoras da resolução de conflitos; - Identificar os mecanismos da motivação; - Caracterizar os principais fenómenos de grupo; - Definir os diferentes tipos de liderança e a sua relação com a eficácia pedagógica; - Utilizar estratégias de animação e motivação na formação.. • Metáf ora “Ma n eira s de diz er as cois as ” Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa noite, um sultão sonhou que tinha perdido todos os dentes. Logo que acordou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse o seu sonho. - Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade. - Mas que insolente – gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui! Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e contou-lhe o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe: - Excelentíssimo senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes. A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. Quando este estava a sair do palácio, um dos cortesãos disse-lhe admirado:. •2 •.

(3) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. - Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro. Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.. • I ntrod ução Alguns teóricos consideram que um princípio comum subjacente ao modo como as pessoas lidam umas com as outras é o do intercâmbio social (Gleitman, H., 1999).. De aco rdo c o m e ste po nto de v ist a, de q ue fo rma é q ue se proces sa es se int erc âmbio soc ial ? O ser humano possui um vasto repertório de expressões emocionais que lhe permite informar os outros dos seus sentimentos e necessidades, ou seja, dispõe do seu sistema de comunicação. Esta troca constante de mensagens processa-se como um pilar que sustenta a sobrevivência do homem enquanto ser social.. A Hi stó ria da co municaçã o Embora seja inata a necessidade de comunicar, o fenómeno comunicacional tem vindo a sofrer, ao longo do tempo, inúmeras alterações, devido ao progressivo aparecimento de novas formas de interacção. A história da comunicação é a história do Homem enquanto ser social, que interage com o meio. Cada nova linguagem, cada novo medium que foi surgindo, sobrejuntou-se aos outros. Cloutier designou por Emerec o homem do século XX, um indivíduo envolvido em trocas comunicacionais múltiplas. Segundo este autor, a história da comunicação pode ser dividida em quatro episódios. O primeiro episódio é apelidado de período de “exteriorização”. Tal designação remete para o facto do Homem daquele tempo ter começado a exteriorizar os seus desejos, as suas necessidades, tendo estabelecido um sistema de comunicação baseado no seu próprio corpo, nos gestos que ia dando significado. A comunicação é de carácter interpessoal, sendo o homem considerado o primeiro medium audiovisual. O segundo episódio surgiu com o aparecimento da escrita que permitiu uma configuração comunicativa radicalmente nova. Pelo que exigia o conhecimento de regras gramaticais, de um conhecimento especializado, era um saber que não pertencia a todos.. •3 •.

(4) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Por este motivo, o período da “transposição” apresenta duas vertentes. Por um lado, o Homem pode representar a sua percepção da realidade e, por outro, os homens - media podem ser dispensados. Predomina uma comunicação de elite, uma vez que só algumas classes sociais tinham acesso à informação (por exemplo, os monges copistas). Ao longo do terceiro período da História da comunicação, o homem vence as barreiras do tempo e do espaço, uma vez que graças à invenção da imprensa – jornais, telégrago, telefone, cinema e televisão - as obras passam a ser acessíveis a todos. A comunicação de elites é substituída por uma comunicação de massas, havendo um fenómeno de amplificação. O quarto episódio relativo à evolução da comunicação diz respeito à comunicação individual, caracterizada pelo aparecimento dos self-medium. As possibilidades oferecidas pela tecnologia oferecem ao homem os media de expressão individual. Modifica-se, deste modo, não só o âmbito da recepção pela facilidade de acesso à informação, conservada e disponível nos mais variados suportes, como também o âmbito da emissão, por permitirem a expressão individual em distintos discursos. Esta ampliação do uso individual marca a passagem para uma nova configuração comunicativa. Há autores ainda que consideram um quinto episódio da comunicação, que diz respeito à Comunicação em ambiente virtual. Este episódio caracteriza-se pela passagem do âmbito técnico para o social, o que significa que se está perante um universo comunicativo em que tudo está ligado, em que o valor é dado pelo estabelecimento de uma conexão, de uma relação. Na medida em que a conectividade referida é efectuada através da interfacialidade do ecrã, denomina-se então este novo episódio por comunicação em ambiente virtual. A noção de rede é o conceito-chave para explicar o quinto episódio da comunicação. O adjectivo “virtual” não deve ser entendido, nesta asserção, como oposto a “real”, mas como forma de o “homo communicans” visualizar e manipular informações, interagindo com o mundo através de interfaces abertas a conexões novas. Um exemplo da rede de base colaborativa é a Internet, pois possibilita levar o mundo interior de cada indivíduo para o espaço público. Verifica-se que a história da comunicação é cumulativa: as novas formas de linguagem que se foram descobrindo foram integradas nas já existentes possibilitando constantes progressos e evoluções. A Comunicação é o motor da evolução dos tempos pois é ela que possibilita a expressão da diversidade de ideias, pensamentos e emoções.. •4 •.

(5) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. • A S abe r 1 - C o municaçã o: o co nce ito Cita nd o … “Comunicar é arte de bem gerir mensagens enviadas e recebidas. É penetrar na compreensão das pessoas. É fazê-las partilhar connosco a compreensão das coisas. É interagir de forma simplista, mas ao mesmo tempo encontrar a fórmula de convicção e do crédito das palavras e dos pensamentos traduzidos”. Fernando Correia (2005) In “Crescer nos afectos”. “Se prestarmos atenção aos termos “comunicação” e “comunicar” verificamos que ambos apresentam a mesma raiz, o adjectivo “comum”. De facto comunicar é por alguma coisa em comum, isto é, fazer com que aquilo que é meu passe a pertencer a outro, sem com isso deixar de ser meu”. O q ue é , a fi nal , a Co municaçã o? A sua origem etimológica provém do latim comunicare, que sugere a ideia de comunhão, de estabelecimento de um campo comum com outras pessoas, de partilha de informações, ideias ou sentimentos. Segundo Moderno (1993), a comunicação constitui um processo pelo qual um indivíduo transmite estímulos a outros indivíduos a fim de modificar o seu comportamento.. 2 - E le me nto s d a co munic ação e s ua d i nâ mic a Cita nd o … “A palavra torna-se berço para aprendermos a espontaneidade do dizer”. Joseph Sayegh. Os el e me ntos da C o municação : Mensag em Canal Emissor. Cont exto. Rec eptor. Código. Fe edba ck. Fig ura I – Ele me nt os pre se nte s na C o municaçã o. •5 •.

(6) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Explicando o significado de cada um dos elementos da comunicação: •. Emissor: aquele que num dado momento emite uma mensagem a outrem;. •. Receptor, pessoa à qual se dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a descodifica.. •. Mensagem é, no sentido geral, o objecto da comunicação. Dependendo do contexto, o termo pode aplicar-se tanto ao conteúdo da informação, quanto à sua forma de apresentação;. •. Canal, é o meio, material ou orgânico, pelo qual se propaga a mensagem, podendo classificar-se em: - Canais naturais, que dizem respeito aos órgãos dos sentidos; - Canais técnico-mecânicos, por sua vez divididos em: - Sonoros – telefone; - Fotopapéis – livro; - Cinematográficos – televisão, computador, etc. .. •. Código, é uma convenção de símbolos usados, que vai permitir a partilha de um significado comum aos envolvidos no acto comunicacional. Existem vários tipos de códigos: - Códigos linguísticos: línguas faladas; - Códigos estéticos: pintura, escultura, arte na escrita, etc..; - Códigos lógicos: lógica matemática; - Códigos sociais: moda, estrangeirismos, etc.. 2.1 - Ruído Cita nd o …. “ (…) interferências que impedem um funcionamento correcto da comunicação”. Em qualquer fenómeno comunicacional deparamo-nos com a existência de factores que de alguma forma bloqueiam o que está a ser transmitido. Estes aspectos que actuam como barreira à comunicação denominam-se de Ruídos. Os ruídos podem ser vários e classificados como: •. Ruídos mecânicos – interferências exteriores (barulho dos automóveis que passam na rua por exemplo);. •. Ruídos Semânticos – podem ser causados pelas palavras utilizadas •6 •.

(7) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. •. Ruídos psico-motores – má articulação das palavras que origina dificuldades na correcta compreensão da mensagem;. •. Ruídos psico-sociológicos – provocados pelas atitudes e pelo sistema sócio-cultural de referência, tanto do emissor como do receptor.. O Feedback traduz-se na resposta fornecida pelo receptor, em relação ao que foi emitido pelo emissor. Este último aspecto está intimamente relacionado com aquilo a que se chama de Repertório, ou seja, com o que vai dar significado às palavras, tanto do emissor como do receptor. O repertório é influenciado pelo sistema sócio-cultural de cada pessoa, pelas suas aptidões, atitudes e conhecimentos.. Co mo é q ue e ste s fact ores pode m i nfl ue nci ar o repert ório ta nto do E mi sso r co mo do Recept or? •. Aptidões: o emissor necessita de activar as suas capacidades de comunicação, nomeadamente a escrita, a fala, o sistema de audição, para transmitir o que pretende ao receptor. Este por sua vez, também tem de apresentar estas capacidades para descodificar a mensagem enviada pelo emissor.. •. Atitudes: são predisposições para responder a determinada classe de estímulos com determinadas classes de respostas (Rosenberg & Hovland, 1960, cit. por Lima, L., 2000). Assim as nossas atitudes podem manifestar-se quanto: ao conteúdo da mensagem; ao receptor e à própria situação de comunicação.. •. Conhecimentos: Qualquer emissor/receptor só vai transmitir aquilo que sabe, que conhece ou que sente, e isto vai depender do seu nível de conhecimentos.. •. Sistema Sócio-Cultural de Referência: Os valores que temos interiorizados dependendo da sociedade onde estamos inseridos, vão influenciar decisivamente os nossas opiniões, ideias, atitudes e comportamentos, como o tipo de respostas produzidas em relação a um qualquer estímulo comunicacional.. Em suma, é importante referir que a comunicação não é um processo unidireccional, mas depende da intervenção de todos os agentes envolvidos, havendo interacção constante. Neste sentido, os papéis desempenhados pelo emissor e receptor não são estanques. Um transforma-se no outro, em momentos distintos, conforme as características do contexto situacional.. •7 •.

(8) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 3 - P roce sso s d e co munic ação verbal e nã o ve rb al Cita nd o … Tal como um formando disse uma vez: “A palavra, apenas escrita, não revela, não pode revelar, não substitui, não pode substituir a expressão da oralidade, os olhares que se cruzam, as cumplicidades que florescem, as empatias que se forjam num espaço presencial real”. No que diz respeito à Forma, a comunicação pode ser, verbal e não – verbal. A comunicação verbal insere-se no Nível Digital, isto porque é realizada sob a forma de signos, nomeadamente a técnica verbal da escrita e a técnica oral. No que concerne à comunicação não-verbal, esta é efectuada por meio de símbolos. São inúmeros os modos de comunicação não verbal: gestos, sinais visuais, sinais sonoros, sinais pictóricos (imagens), a música, a dança, as componentes não-verbais da voz – entoação, pausas, ritmo - expressão facial, postura corporal, etc.. Este tipo de comunicação insere-se no Nível Analógico.. Exe mp lo Para que se entenda mais claramente a distinção entre nível analógico e nível digital da comunicação, consideremos o exemplo de um desenho de um rato e comparemo-lo com um rato real. O desenho é, em vários aspectos, diferente do animal real. Embora represente um rato, não é um rato de verdade. Mesmo assim, o desenho tem muitas semelhanças com a criatura que representa, pois parece-se bastante com um rato real. Esta é uma representação analógica. Tomemos pelo contrário a palavra rato. A palavra quer significar a mesma criatura – orelhuda, com bigodes e cauda longa – que a representada no desenho, mas não tem qualquer semelhança física com o rato. Trata-se de uma representação abstracta, uma vez que a relação entre o som “rato” (ou a palavra escrita de quatro letras, rato) e o pequeno animal de cauda longa que representa é completamente arbitrária e simbólica, ou seja é digital (Gleitman, H., 1999). Deste modo, os símbolos são sinais de comunicação onde existe uma relação analógica directa entre significante e significado, já os signos, representam os sinais comunicacionais onde a relação entre significado e significante é extrínseca (Silva, A. & Morgado, R., 2002).. 4- Co munic ação na Fo rmaçã o No contexto da Formação profissional, a comunicação representa um dos elementos chave que ditará ou não o sucesso das aprendizagens. O formador deve ser um “comunicador por excelência”, o que quer dizer que, para além de ser um bom emissor deve também saber ouvir. Isto significa que, para existir uma ponte de significação clara e perceptível entre o formador e o público, é necessário proceder-se ao planeamento e controlo da comunicação. •8 •.

(9) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. De que fo rma é que e ste s d ois p roce sso s se efec tua m ao lo ngo da fo rmação ?. Quad ro I – Pl anea me nto e Co nt rol o d a Co municaç ão. Pla ne ame nt o. Contr olo. - Definir os obje ctivo s e spec ífico s;. - Cativar a a tenç ão do s for mand os;. - Prestar ten ção aos detal hes;. - Organi zar lo gica ment e a men sage m a trans mitir;. - Ter em conta as caract erísti cas do forma dor e d os for mand os;. - Proceder à C onfirm açã o/Redu ndân cia sempr e que nec ess ário;. - Avaliar o cont exto; - Elaborar s ínte ses; - Avaliar a s op ortunid ade s e o s m eios que dis põe p ara co mu nicar.. - Acompa nhar.. A comunicação constitui o suporte para o sucesso da formação e para tal o formador terá de assegurar a sua eficácia. De que forma é este processo assegurado? Em seguida apresentam-se algumas dicas preciosas para o estabelecimento de uma comunicação eficaz: • • • • • • • • • • •. Clarificar as ideias antes de as comunicar; Avaliar a finalidade de cada comunicação; Atender ao duplo sentido e ao conteúdo da mensagem; Estabelecer coerência entre actos e comunicações; Argumentar sustentavelmente as ideias; Compreender o ouvinte; Saber escutar; Mostrar interesse na mensagem dos outros interlocutores; Afastar as distracções; Aproveitar as oportunidades (“deixas”) para integrar a comunicação; Construir um clima de empatia;. Outro dos aspectos a considerar está relacionado com o percurso que a mensagem deve tomar até chegar ao destinatário, e este percurso deve ser efectuado de forma gradual, ou seja: • • • • •. Do fácil para o difícil; Do simples para o complexo; Do geral para o particular; Do concreto para o abstracto; Do conhecido para o desconhecido.. •9 •.

(10) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Exemplo: No caso da matemática, primeiro aprende-se os conceitos mais básicos – somar e subtrair – partindo de situações simples e concretas, conhecidas ou familiares e só depois é que se passa para as equações, que requerem um raciocínio mais abstracto. Na prática, um problema de matemática elementar do 1º ciclo pode ser: “O João tinha cinco rebuçados, perdeu dois, com quantos ficou? Um exemplo de uma equação matemática do 2º grau complexa pode ser: x2 _ 5 = - 1 Existem algumas técnicas que possibilitam que a comunicação seja feita de forma eficaz, elas são: • • • • • • • • • •. Exposição; Colóquio; Painel; “Sessão sussuro”; Phillips 6/6; Rotação; Dramatização; Discussão por etapas; Método dos casos de Harvard; Resolução de problemas por tríades;. Nota: No capítulo “Métodos e Técnicas Pedagógicas” abordar-se-á com mais pormenor estas técnicas.. 5- At it udes e co municaçã o na fo rmação. O formador no contexto pedagógico poderá adoptar diferentes tipos de atitudes, que irão condicionar positiva ou negativamente a comunicação. A) Atit ud e de apo io: afectividade do emissor concordante com a do receptor; O que provoca no interlocutor? • • •. Mantém ou intensifica o ambiente afectivo; Aumenta a tendência para a conformidade e favorece a dependência psicológica; Favorece a motivação e interesse do formando.. • 10 •.

(11) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Porquê? O formador suscitará no formando um ambiente afectivo de dependência e conformidade se por exemplo proferir frases como esta: “Tem muitas potencialidades, e por isso tenho a certeza que a sua nota final será uma das melhores”.. B) Atit ud e de ava liaç ão: Corresponde a uma expressão de um juízo, encerrando o desejo de direccionar o comportamento futuro e presente do interlocutor; O que provoca no interlocutor? • • • • • •. Aumenta a tensão psicológica a nível da interacção; Aumenta a agressividade; Aumenta os mecanismos de defesa do interlocutor; Aumenta a rigidez de posições; Reduz a capacidade empática e consequentemente a comunicação; Pode também ser encarado como um desafio para o formando e consequentemente fazer com que se aplique.. Porquê? O formador ao dizer: “podia ter feito melhor”, está a julgar o comportamento do formando, podendo este desenvolver qualquer uma das reacções acima referidas.. C) Atit ude de co mpree ns ão: centrada no interlocutor mas sem a tonalidade afectiva de atitude de apoio. É benevolente mas relativamente neutra; O que provoca no interlocutor? • • • •. Reduz a intensidade do estado afectivo; Promove a capacidade de análise; Favorece o raciocínio e a objectividade; Aprofundamento da Comunicação.. Porquê? Por exemplo, a frase - “parece-me tenso em relação ao trabalho a realizar, mas não se preocupe porque vai correr tudo bem” -, poderá provocar no formando este tipo de sensações.. D) Atit ude de o rie ntaç ão: atitude normativa, uma vez que o emissor fornece indicações ao receptor de modo a gerir o seu comportamento.. • 11 •.

(12) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. O que provoca no interlocutor? • •. Cria laços de dependência; Pode dar a entender que é uma imposição de autoridade.. Porquê? Frases como: “Deve fazer o seguinte…”, podem conduzir à perca de autonomia do formando no contexto de formação.. E) Atit ude de exp lo ração: visa a recolha de informação ou a obtenção de feedback; O que provoca no interlocutor? • • •. Tendência do receptor para favorecer ou esconder informações; Aumenta a capacidade de análise; Profundidade na comunicação.. Porquê? Por exemplo, no caso do formador não perceber bem o que está a ser transmitido pelo formando: “pode repetir mais uma vez, pois não percebi bem?”. F) Atit ude de i nte rp retaç ão: corresponde à interpretação do significado que se obteve da comunicação do interlocutor. O que provoca no interlocutor? • • •. Retrai a comunicação; Provoca a agressividade. Pode ser encarada como uma atitude de interesse por parte do formador e contribuir para que o formando se aplique e se prepare melhor.. Porquê? O formador ao dizer, por exemplo, “parece-me que ainda não está preparado para assumir essa responsabilidade”, está a originar, de grosso modo, que o formando, ou se iniba, se torne mais agressivo, ou pelo contrário que encare como um desafio.. 6- A relaçã o pe dagóg ica Cita nd o. .. “Nem diferentes, nem iguais.” • 12 •.

(13) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Esta frase permitirá explicar o processo decorrente da relação estabelecida entre formador/formando. É preciso ter cautela com certas generalizações que se fazem: “Os formandos são todos iguais!” Por que motivo? Tendo em conta tudo o que foi referido até então, é fundamental ressalvar que a situação pedagógica está de certo modo condicionada pelas características do formador e dos formandos, daí a ser fundamental ter em conta determinados aspectos:. a) O po nt o de pa rti da Diagnóstico da situação objectiva e subjectiva onde o indivíduo se encontra. Apesar de todos os formandos terem em vista um mesmo objectivo, não existe uma regra pré-definida para se conseguir lidar com diferentes tipos de pessoas. Então qual será o ponto de partida para o estabelecimento da relação pedagógica? O formador poderá adoptar um diagnóstico baseado numa combinação tripla: 1. Deve fazer o reconhecimento da realidade em que o grupo ou a organização vive, actua e/ou realiza a acção; 2. Compreender que o sujeito não vive isolado da sociedade em que está inserido e consequentemente que poduzirá efeitos no meio envolvente e vice-versa; 3. Compreender que o sujeito é produto das suas vivências, pessoais e sociais, o que justifica que realize um percurso diferente em relação a outros.. b) O Fo rmado r O Formador deverá possuir certas características individuais e sociais que lhe permitam interagir da melhor forma com o grupo de formação: • • •. Conhecer-se melhor; Compreender a realidade vivida pelos formandos; Saber orientar-se no mundo dos formandos;. • • • • • •. Seleccionar os métodos e instrumentos pedagógicos mais eficazes; Desenvolver um estilo de animador eficaz e próprio; Preparar e construir uma sessão de aprendizagem; Controlar a eficácia pedagógica na formação; Aperfeiçoar-se na pedagogia.. • 13 •.

(14) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. O formador ao levar em consideração estes factores irá proporcionar um ambiente afectivo onde a comunicação irá surgir de forma mais espontânea e eficaz.. c) A s it uação ped agógic a Para assegurar a situação pedagógica o formador deve: • • • • • • • • •. Ter o programa previsto; Ter em conta as características do grupo; Ter um comportamento físico adaptado; Conduzir a realização/cumprimento de tarefas; Comunicar com os formandos; Responder às questões; Explicar os pontos menos claros; Encontrar o caminho eficaz; Vencer os momentos difíceis.. d) O fo rma ndo Aqui acentuam-se as características individuais (personalidade, sociais, experiências anteriores, conhecimentos, motivação, formação) dos formandos. É necessário ter em linha de conta que, os estados emocionais – tristeza, alegria, agressividade, insegurança – diferem de formando para formando, logo podem deformar as mensagens a nível do receptor e do emissor. Dos estados emocionais que exercem mais influência na situação pedagógica destacam-se a ansiedade e o nível motivacional.. e) O rel acio na ment o No relacionamento que vai estabelecer na prática pedagógica, o formador deve respeitar algumas condições: •. As diferenças, ou seja, não obstante as pessoas terem todas os mesmos direitos, convém não esquecer que o indivíduo é um ser único, daí o formador ter de respeitar as capacidades e interesses de cada um, de modo a não prejudicar o seu ritmo de aprendizagem.. •. As semelhanças, no sentido em que, se nós nos destacamos pelas nossas diferenças, também é verdade que no contexto da formação há um caminho comum a percorrer. Importa então mobilizar esforços, desenvolver actividades, em direcção a esse tal objectivo comum, sendo que uma vez alcançado conduzirá inevitavelmente a outro.. • 14 •.

(15) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. f) Os re s ultado s O formador deve conseguir que os formandos o sigam nas suas instruções de forma a garantir a concretização dos objectivos a atingir. Para tal tem que ser um bom líder, estimulando um clima de cooperação entre todos. Os Factores promotores da Relação Pedagógica são: • • • •. Capacidade comunicativa; Atitudes; Nível de conhecimentos; Aspectos sócio-culturais.. Para que não se verifique desfasamentos na comunicação é sempre necessário o emissor adaptar o seu nível de conhecimentos, aptidões comunicativas, atitudes e sistema sócio-cultural de referência em função das características do(s) destinatário(s) da mensagem.. 7- Ob stác ulo s à co munic ação – p rec onc eito s e e s tere ótipo s Cita nd o …. “Pensar mal dos outros sem suficiente fundamento…” Gordon Allport (1954) em “A Natureza do Preconceito”. “Às vezes apetece-nos responder a outrem: isso é um estereótipo! Mas nada nos impede, noutras ocasiões, de recorrer a máximas do tipo: “os ingleses são snobes…” José Marques e Dário Paéz (2000), em “Processos cognitivos e estereótipos sociais”. “Quantas das nossas crenças são atingidas após detalhada investigação de uma determinada afirmação? Quantas graças ao nosso sistema de filtragem de visão do mundo? Ou seja, quantas das nossas crenças são devidas a crenças anteriores sobre a natureza das coisas?”. A que é que se dev e e ste ti po de co m po rtam e nto s? Começando pela primeira frase, perguntemo-nos então, porque é que as pessoas deslizam tão facilmente para o preconceito, seja ele racial, religioso, político, social ou sexual? Segundo Allport, “por causa de dois ingredientes essenciais – a generalização e a hostilidade erróneas – que são capacidades naturais e comuns da mente humana” (Allport, 1954, cit. Por Monteiro, M., 2002).. Deste modo os preconceitos podem ser definidos como “conceito ou opinião formados antecipadamente, sem fundamento sério ou razoável”. Em Psicologia Social, designa uma atitude que deriva de pré-julgamentos e que leva os sujeitos a avaliar negativa ou positivamente objectos, pessoas ou grupos sociais (Monteiro, M. & Santos, M., 1997). Este tipo de ideia formada conduz, não raras vezes, a atitudes de discriminação e segregação. • 15 •.

(16) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Outra das barreiras que não deve ser esquecida em qualquer contexto comunicacional e também no de formação, é a dos estereótipos, pois tal como acontece no que está referido na segunda citação em relação aos ingleses, não faltam na sociedade conceitos e opiniões preconcebidas que nos são impostas. Umas ligadas ao sexo e à origem étnica, outras à religião ou às convicções. Então os estereótipos são estruturas cognitivas que contêm os nossos conhecimentos e expectativas, e que determinam os nossos julgamentos e avaliações, acerca de grupos humanos e dos seus membros (Hamilton & Trolier, 1986, cit. por Monteiro, M., 2000). Para Katz e Braly (1933, 1935, cit. por Paéz, J., 2000), os estereótipos constituem-se por crenças que nos são transmitidas pelos agentes de socialização (os pais, a escola, os meios de comunicação social, etc). Este aspecto, segundo estes autores, permitiriam explicar então o consenso existente em relação aos grupos sociais, à sua independência do conhecimento real dos membros desses grupos e à sua dependência do contexto histórico e cultural. As Crenças são generalizações profundas sobre causas, significados, limites no mundo que nos rodeia, presentes nos nossos comportamentos, nas nossas capacidades e na nossa identidade. No que diz respeito à situação de formação, os estereótipos, crenças e preconceitos podem representar fortes obstáculos à comunicação. De que forma? •. Limitam a quantidade e qualidade de informação captada;. •. Aumentam o risco de não se reagir à situação presente e à pessoa real mas sim às nossas ideias pré-concebidas;. •. Aumentam a probabilidade de se elaborarem interpretações deturpadas dos acontecimentos;. •. Tornam o formador numa pessoa rígida, inflexível, com resistência à mudança;. •. Originam situações potencialmente conflituosas, discriminações, mal-entendidos, comunicações ambíguas e tensões negativas no sei do grupo.. Outros obstáculos que podem surgir na comunicação em contexto de formação podem ser: •. Diferença entre o que se quer transmitir e o que de facto transmite (o código pode não ser o mais adequado ao público-alvo);. • 16 •.

(17) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. •. Pouca objectividade na comunicação, se a informação transmitida não é suficiente, ou por outro lado, se existe um excesso;. •. A codificação deve ser adaptada ao repertório de conhecimentos, estatuto sóciocultural e atitudes do receptor;. •. Em grande medida, ouvimos o que queremos ouvir, pois estão sempre presentes na interacção comunicativa, expectativas e ideias pré-concebidas acerca do que as pessoas são e daquilo que querem dizer.. Erros perceptivos comuns na Avaliação dos outros Os preconceitos e estereótipos que temos em relação a determinados grupos sociais e as expectativas que desenvolvemos sobre determinadas pessoas influenciam o modo como agimos perante elas. Há que contrariar certas atitudes e tendências para que na nossa vida, e no contexto particular de formação não sirvam de obstáculos à comunicação e resultem em discriminações erróneas. O formador poderá então cometer determinados erros perceptivos enquanto avalia os formandos: •. Efeito de Halo – tendência para formar uma opinião global acerca de alguém, através de uma generalização de uma característica que se evidencia; Exemplo: No primeiro dia de formação, um formando faz comentários irónicos em relação ao formador. O pensamento do formador será: “este vai ser o engraçadinho da turma”.. •. Efeito lógico – suposição que certas qualidades ou atitudes dos indivíduos se encontram associadas. Deduz-se assim, que na presença de uma delas, todas as outras se verificam; Exemplo: Pensamento do formador: “Os tipos engraçadinhos nunca estão motivados para trabalhar. O seu único interesse é gozar e evidenciaremse… O que vale é que se vão fartar de faltar ao curso”.. •. Efeito dos Tipos Pré-determinados – Tendência para enquadrar as pessoas dentro de certos tipos pré-qualificados na nossa mente e agir de acordo com eles, ignorando as qualidades individuais. É o que acontece quando agimos guiados por estereótipos ou ideias feitas; Exemplo: “Se estes tipos vêm da matemática não vão estar nada interessados nas questões da pedagogia”.. •. Efeito de carácter – tendência para classificar as pessoas nos extremos da nossa escala de valores, sem considerar posições intermédias. Só existem os “bons e os maus”, “o herói e o vilão”, os formandos espertos e os burros, os bem e os mal comportados. Exemplo: “Há os bons alunos e os maus alunos.”. • 17 •.

(18) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. •. Efeito de tendência central – tendência para considerar os indivíduos em posições intermédias da nossa escala de valores, sem considerar as diferenças individuais (todos os casos são iguais). Exemplo: “Os formandos são todos iguais”.. 8- O grup o Cita nd o …. “O sujeito não é apenas activo, mas interactivo, porque forma conhecimentos e constitui-se a partir de ralações intra e interpessoais”. Vygotsky. Se recuarmos à década de 30, ficamos a conhecer o autor a quem se deve os primeiros estudos pioneiros sobre os processos de grupo: Kurt Lewin. Foi com ele que surgiram as primeiras investigações sistemáticas e científicas sobre as dinâmicas grupais, na dupla vertente teórica e prática. No âmbito da formação torna-se primordial facilitar e promover diversas componenteschave nos planos grupais, inter-grupais, interpessoais e individuais. Isto porquê? As actividades que um grupo – formação realiza contribuem para a produção de novos saberes, para novas práticas e para o desenvolvimento de cada elemento desse grupo (Silva, M., 1997).. Torna-se então fundamental definir o conceito de grupo. O Grupo é o conjunto de dois ou mais indivíduos, interdependentes, que seguem regras e regulam o seu comportamento. No entanto cada um desempenha um papel distinto, cooperando em função de um objectivo comum. Há muitas definições de grupo, mas de um modo geral acentuam as ideias de interacção, interdependência e consciência mútua (Deutsch, 1968, cit. Por Jesuíno, J, 2000).. 8.1 - Tipo s d e Grupos Apesar das características comuns a um grupo, existem certos aspectos que diferem, por exemplo o número de elementos que constituem um grupo, donde surge a classificação entre Grupos Primários e Grupos Secundários:. • 18 •.

(19) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 1. Grupos Primários – constituído por um número limitado de membros, possibilitando uma relação muito próxima entre os elementos. Este tipo de grupo ainda pode dividir-se em: •. Grupos Primários Naturais – exemplos (família, grupo de amigos…), que pressupõe a existência de um clima informal entre os elementos constitutivos do grupo;. •. Grupos Primários Artificiais – exemplos (grupo de formação, grupo de trabalho…);. •. Grupos Primários Momentâneos – exemplos (grupos formais, debates, conferências…);. •. Grupos Primários Persistentes – exemplos (grupo escolar, grupo desportivo…). 2. Grupo Secundário – caracterizado pela quase inexistência de relações e conhecimento entre os elementos do grupo, já que se refere a maior parte das vezes a grupos muito numerosos de trabalho. Podemos ter como exemplo as “Organizações”.. 8.2 - Etap as de d ese nvo lvi me nto do grup o. 8.2 .1 - Orie ntaçã o pa ra a ta refa •. 1ª Etapa – Orientação para a tarefa Identificação e compreensão, por parte dos elementos do grupo, dos componentes fundamentais da tarefa a realizar. Entender qual o contributo que cada um pode dar na resolução da mesma, tendo em conta as suas capacidades e as experiências anteriores.. •. 2ª Etapa – Resposta emocional às exigências da tarefa Esta fase surge quando existe um desfasamento entre as exigências da tarefa e as variáveis individuais (motivação, estilo de trabalho), provocando por isso reacções emocionais negativas. Ex: “Não entendo o objectivo deste trabalho!” Não me apetece fazer!. •. 3ª Etapa – Intercâmbio aberto das interpretações relevantes Situação de debate, em que há uma troca de opiniões entre os elementos do grupo.. •. 4ª Etapa – Surgir das soluções Pressupõe um esforço construtivo mobilizado por todas as partes para se solucionar a tarefa. A energia que antes tinha sido utilizada para manter a coesão do grupo é agora transferida para a realização da tarefa. • 19 •.

(20) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 8.2 .2 - Orie ntaçã o pa ra a re laçã o •. 1ª Etapa – Comprovação e Dependência Etapa que consiste numa atitude de estudo e análise sobre as características do grupo e do formador. Pretende-se assim identificar os comportamentos mais adequados a adoptar no contexto de formação.. •. 2ª Etapa – Conflito intragrupal Fase em que há várias forças a operarem em sentidos diferentes, culminado num conflito, onde reina a discussão e a argumentação. Em situações de exposição, o sujeito oscila entre a sua individualidade, uma atitude defensiva, a integração no grupo e o revelarem-se perante os outros.. •. 3ª Etapa – Desenvolvimento da coesão do grupo Após a resolução da etapa anterior, os elementos do grupo vão baixando os seus mecanismos de defesa, ao mesmo tempo que ocorre uma aceitação das atitudes dos outros no contexto grupal. Nesta etapa o grupo constitui-se realmente, uma vez que todos partilham e respeitam as mesmas regras e normas, evitando assim os conflitos.. Chega-se então à fase que o grupo adquire a sua verdadeira identidade. O que é que define a identidade de um grupo? • • • • • • •. Definição de um quadro referencial comum (aceitação da necessidade de assumir os objectivos e as tarefas inerentes ao grupo); Respeito pelas regras criadas pelo grupo; Respeito pela satisfação das necessidades de cada um de se sentir integrado; Encontrar segurança; Ser aceite pelos outros; Poder de participação; Sentimento de gratificação emocional.. Resumindo, as principais características inerentes a estas duas etapas de desenvolvimento do grupo são: Quad ro II – P ri nc ipai s c aracteríst ica s do Grup o o rie nt ado p ara a ta ref a e Grupo ori e ntado pa ra a rel ação. Orientad o para a tar efa - Comporta ment os q ue vi sa m a pross ecu ção d e u m obje ctiv o. Orientad o para a re la ção - Comporta ment os q ue vi sa m desen vol ver a re laçã o entr e os elem ento s do gru po.. • 20 •.

(21) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. O que importa destacar relativamente a estes dois momentos da constituição de um grupo é que ambos são necessários para a sua manutenção, não sendo um mais importante do que outro.. 8.3 - Funçõe s d o Grup o De entre as várias funções do grupo destacam-se as três principais: 1. Produção 2. Facilitação 3. Regulação 4. 1. Pro duç ão A função de produção de um grupo baseia-se na concretização dos objectivos delineados. Neste sentido, o formador tem de garantir a compreensão da parte dos formandos dos objectivos, e dirigir o grupo para que sejam atingidos. 2. Fac il itação Estabelecimento das normas de funcionamento e das regras de comportamento de forma a reger os comportamentos e facilitar a realização dos objectivos do grupo. 3. Regulação Consiste em regular as trocas interpessoais e os conflitos, como na gestão da vida interna do grupo – a comunicação interna, a união e a cooperação.. 9- Método s d e Ani maç ão Cita nd o …. “Ser criativo face a um problema, é por exemplo, situar um acontecimento que se apresentava num contexto negativo, num outro contexto mais satisfatório e de maior utilidade para a resolução de situações problemáticas”. “Ninguém quer saber só por saber, mas para ser, e para isso, as aprendizagens devem emergir de situações reais, de necessidades sentidas pelos alunos/formandos, para que sejam significativas para os seus destinatários”. Pegando nestas citações, cabe ao Formador tais responsabilidades e, para tal não basta fazer com que os seus formandos sigam as suas instruções para que, de tempos a tempos, repitam aquilo que ouviram, leram, fizeram, e observaram. Para contrariar esta tendência, tem de garantir, para além da formação, a animação do grupo. • 21 •.

(22) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. De que forma se procede à Animação de Grupos? O que está aqui em causa é a verdadeira função do Animador, o qual terá de desempenhar dois papéis em simultâneo: • •. Ao nível do procedimento: papel do animador; Ao nível do conteúdo da discussão e da tomada de decisão – papel de cada um dos elementos do grupo, o que dá origem ao fenómeno de “leadership”.. 9.1 - Est ilo s d e Lide ra nça e se us ef eit os na p rát ic a peda gógic a Cita nd o …. “Remember the difference between a boss and a leader: a boss says “Go!” - a leader says “Let’s go!” Hughes, Ginnett, Curphy, in “Leadership, Enhancing the lessons of experience”, McGRAW-HILL International Editions. O formador é, antes de mais nada, um líder. A liderança sendo considerada um processo e não uma posição, envolve determinados elementos (Hollander): • • •. Líder - personalidade, posição, conhecimentos; Seguidores - valores, normas, coesão; Situação - tarefa, stress, ambiente;. Um bom líder em formação deve: 1- Respeitar o grupo; 2- Confiar no grupo, mais do que em si mesmo; 3- Evitar fazer críticas em público, devendo destacar aspectos positivos; 4- Dar o exemplo; 5- Evitar dar ordens; 6- Pensar cada formando de forma individual; 7- Consultar o grupo antes de decidir algo importante; 8- Antes de agir, explicar os objectivos e as finalidades; 9- Guardar neutralidade, evitar tomar parte nas discussões.. Est ilo s de L ide ra nça do Formado r Note-se que a emergência de um líder não é uma condição necessária nem suficiente para a locomoção do grupo para os seus objectivos. O factor decisivo prende-se com o facto das suas competências estarem não só relacionadas com a tarefa específica mas também com as interacções com os formandos.. • 22 •.

(23) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Importa então reter que não há uma definição consensual para o conceito de Liderança, contudo pode ser resumida como um processo de influência social partilhado por todos os membros de um grupo. A Liderança não é restritiva à influência de alguém num determinado papel ou função. Todos os elementos são parte do processo de liderança. Existem 4 estilos possíveis de liderança que um formador pode exercer: Quad ro III – Est ilo s d e Lid era nç a. Auto crátic o - Controla red es de co muni caç ão; - Concentra poder de deci são; - Distanci am ento em rela ção ao grup o; - Atitudes d e avali açã o, crític a e interpreta ção; - Directivo nos conte údos e procedi ment os.. Semi-a uto crátic o. Liberal. Democr ático. - O grupo goz a de um a certa liberdade de discu ssã o;. - Situa-se f ora do grupo, s ente-o com o amea ça;. - O grupo pos sui c erta auton omia na to mad a de deci são;. - Demite-s e do seu papel de líder;. - O form ador int ervé m nas cri se s ma is releva ntes;. - O form ador control a a disc us são;. - Não interv ém nas crises ;. - Directivo no pl ano do cont eúdo; - Não directi vo no pla no do s procedi ment os.. - Comuni caç ão abunda nte;. - Negligent e; - Delega tod o o poder de deci são ao grup o;. - Atitudes d e ap oio, explora ção e e mpatia. - Não directi vo n os conte údos;. - Não directi vo. - Directivo nos procedi ment os.. Est ilo s de L ide ra nça e se us ef eito s na p rátic a pe dagógic a O formador pode adoptar dois tipos de atitudes no que diz respeito à forma de interacção com o grupo – formandos: 1. Atitude Directiva: condução do grupo pelo animador •. Conteúdos: formador dirige o grupo no sentido das suas opiniões, controla a discussão;. •. Procedimentos: rigidez em relação aos horários, regras, programas.. • 23 •.

(24) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 2. Atitude Não-Directiva: •. Conteúdos: formador é flexível quanto às opiniões dos formandos, fomentando um clima informal, de partilha e à vontade. Fomenta a livre expressão de ideias e incentiva a criatividade no grupo de formação;. •. Procedimentos: não exige o cumprimento de regras fixas relativamente a horários, programas, etc.. Mét odos de a ni mação Em função de cada um dos estilos de liderança torna-se então importante classificar os diferentes tipos de formador de acordo com a natureza da atitude apresentada (directiva ou não directiva). 1. Animador Autocrático: • •. Directivo no plano do Conteúdo; Directivo no plano dos Procedimentos. 2. Animador Semi-Autocrático: • •. Directivo, no plano do Conteúdo; Não Directivo no plano dos Procedimentos. 3. Animador Liberal • •. Não Directivo em relação ao Conteúdo; Não Directivo no plano dos Procedimentos.. 4. Animador Democrático • •. Não Directivo, no plano do Conteúdo; Directivo, no plano dos Procedimentos.. A eficácia dos estilos de liderança em termos de produtividade do grupo varia consoante as características situacionais, não havendo uma regra para se aplicar um ou outro num dado momento.. Curios idade s No entanto, no seguimento dos efeitos produzidos por cada um dos estilos de liderança na produtividade do grupo deixam-se aqui alguns resultados das experiências de Lewin, aplicadas ao estudo da liderança, em que utilizou grupos de rapazes de 10 anos submetidos a diferentes estilos de liderança (Jesuíno, J., cit. por Vala, J., 2000): • 24 •.

(25) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. •. Liderança democrática: - Menos producente do que a liderança autocrática, mas diferença não muito significativa; - Soluções mais imaginativas e criativas;. - Elementos do grupo mais satisfeitos, mais descontraídos; - Nível de tensão interna significativamente menor do que na liderança autocrática. •. Liderança “Laissez-faire”: - Resultados negativos acumulam-se; - Produtividade significativamente inferior à dos outros grupos; - Soluções rotineiras; - Grau de satisfação igualmente baixo.. •. Liderança Autocrática: - Produtividade aumenta ligeiramente em relação à liderança democrática; - Soluções pouco criativas, baseadas no que o líder transmite; - Grau de satisfação baixo.. O formador adopta então o estilo de liderança que considera ser o mais adequado às características do grupo em questão. Todo o seu comportamento, não obstante ser conduzido por certos critérios que deve fixar ao iniciar uma acção de formação, também é influenciado por factores pessoais, sociais, como se tem vindo a verficar. Assim, tal como o formador, também os formandos, a par do objectivo da formação profissional apresentam determinadas características pessoais e sociais que irão permitir traçar o seu perfil. Este aspecto terá de ser atentamente observado pelo formador de forma a manter um bom relacionamento com os intervenientes da formação. Existem então diferentes perfis possíveis de serem adoptados pelos formandos, são eles:. “O S r. Sab ic hão” • • • •. Tenta impor aos outros as suas ideias com forte convicção; Pode estar bem informado ou simplesmente gostar de monopolizar a comunicação; Não é receptivo a ouvir os outros e raramente abdica das suas opiniões; Por vezes, transforma-se em “perguntador”, tentando atrapalhar o formador ou leválo a apoiar o seu ponto de vista.. • 25 •.

(26) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. “O S r. Mudo” • • •. Apático e silencioso; Não participa, considera-se superior ou inferior ao assunto em discussão; Só está fisicamente presente, não se interessa nada.. “O Tí mido ” • • •. Extremamente preocupado em não errar; Receia o julgamento dos outros, tendo muita dificuldade em expor-se ou ser alvo da atenção do grupo enquanto fala; No entanto, tem ideias e interessa-se pela vida do grupo, sendo muitas vezes um observador atento.. “O D e modé ” • • • •. Tem ideias muito próprias e antiquadas; É rígido e conservador; Dirige-se ao grupo com atitudes de superioridade, marcando um certo distanciamento; Tem aversão ao trabalho de grupo.. “O Boca s” • •. Não está concentrado no objectivo da formação, pelo que distraído e distrai os outros; Os seus interesses são essencialmente outros, daí que as suas colaborações sejam esporádicas e sem grande investimento ou esforço.. “O Zé Marret a” • • • •. Tem ideias fixas, gosta de discutir e está sempre do contra; Critica os trabalhos e as performances dos outros; Muito na defensiva, tenta impor-se pela agressividade, ferindo os outros; Pelo seu comportamento os seus colegas preferem não trabalhar com ele, mas parece orgulhar-se em ser assim.. “O Fala – Barato” • •. Caracteriza-se por estar sempre a falar; Tem grande necessidade de atenção e cansa o grupo com facilidade fugindo aos temas.. • 26 •.

(27) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. “O T rabal hado r” • •. Seguro de si, tem muitas ideias, colabora e empenha-se animadamente; Está sempre pronto a colaborar com o formador.. “O E xtrove rtido ” • •. É alegre, amigo do grupo e muito bom companheiro; Partilha as suas experiências, conta piadas interessantes, anima o grupo.. “O Actualiz ado” • • • •. Tem ideias inovadoras, procurando dar informação dentro e fora do grupo; Faz e aceita críticas construtivas; Deseja crescer com o grupo e gosta de progressos no trabalho; Tem uma atitude analítica.. “O C ri a nçola ” • •. Preguiçoso, gosta de tudo já pronto; Não se empenha com o resto do grupo, mas gosta de obter ganhos, mesmo sem fazer nada por isso.. “O L íde r” • •. O líder orientado para a tarefa – preocupado com os aspectos estruturas de resolução das actividades do grupo; O líder orientado para a relação – Preocupado em manter a comunicação e o clima sócio-afectivo positivo.. 10 – Co nfl itos no c ont ext o de Fo rmação Não obstante as diversas adaptações realizadas ao longo da formação em função do grupo há um fenómeno de difícil controlo, por vezes inevitável de acontecer: Conflitos.. • 27 •.

(28) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 10. 1- C onf lito s, o co nceit o O q ue s ão Co nfl ito s? Cada pessoa possui as suas preferências em função da satisfação das suas necessidades, pensando portanto que as suas exigências são as mais adequadas para obter resposta àquilo que pretende e considerando muitas vezes as acções e as preferências alheias despropositadas e/ou negativas. Quando as pessoas assumem este tipo de posição, naturalmente entram em desacordo e daí resulta um choque entre elas, desenhando-se um conflito. As posições opostas podem assumir a forma de arrogância ou de culpabilidade de uma ou de ambas as partes, pois é a protecção das suas necessidades que está em jogo. Um conflito é então uma oposição de forças com intensidade semelhante e que surge quando as motivações são incompatíveis. Serão os conflitos positivos ou negativos? A resposta a esta pergunta pode ser mais do que uma, uma vez que desde sempre, ao conceito de conflito foi atribuída uma conotação negativa. Isto porque atrás dele vinham associações à psicopatologia, à desordem social e à guerra. Não deixa de fazer sentido, contudo, não obstante as funções negativas, convém salientar também as positivas, que são: • • •. Percurso para a mudança pessoal, social e científica; Identificação de problemas; Solução de problemas.. Ora, a existência de conflitos sendo considerada como positiva, reflecte a abertura à mudança, pelo que a pessoa não estando vinculada só às suas ideias, favorece a sua liberdade de expressão e enriquece os seus pontos de vista.. 10. 2- Ti pos de co nflit os Na prática pedagógica, sendo fundamental o trabalho com o grupo, torna-se ainda mais importante, a gestão de possíveis conflitos que possam ocorrer. Para além dos conflitos que surgem entre as pessoas, onde há divergência de opiniões – conflitos interpessoais – convém lembrar que muitas das vezes somos nós próprios o principal foco de conflitos. O que é que isto significa? Quer dizer que o conflito vem de dentro de nós, provocado por duas ou mais forças interiores de intensidade semelhante, onde se opõem motivações incompatíveis, mas em que só podemos optar por uma. Por este motivo é que surge o conflito, neste caso designado de conflito intrapessoal.. • 28 •.

(29) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Que tipo de conflitos intrapessoais existem? •. Aproximação/aproximação – neste tipo de situação estão presentes duas ou mais forças positivas, ambas desejadas pelo sujeito. O conflito surge porque o indivíduo vai ter de escolher só uma das alternativas. Ex. Uma criança que gosta de chocolates e de gelados. Terá de optar por um ou por outro.. •. Afastamento /afastamento – neste tipo de conflito a pessoa está perante duas forças desagradáveis e não sabe qual delas deve evitar. Ex. A mãe diz ao filho: “Ou bebes o leite ou vais para a cama”.. •. Aproximação/afastamento – neste tipo de conflito o indivíduo está perante uma situação que é positiva e negativa ao mesmo tempo Ex. O patrão faz a seguinte proposta ao subordinado: “ou goza o mês de férias, ou trabalha e ganha o dobro do salário”;Uma criança que, ao mesmo tempo que quer fazer festas a um cão tem medo.. 10. 3- Gest ão d e Co nfl itos Como será possível a resolução de conflitos? Para se perceber e intervir num conflito específico é necessário um conhecimento antecipado acerca das partes, nomeadamente dos seus contextos sociais, das suas aspirações, orientações e normas. No contexto da formação como se deve agir? • • • •. Gerir emoções Descrever conflito Compreender objectivos Criar soluções. Para pôr fim a conflitos é necessário ter uma forte capacidade de negociar, de discutir a natureza do problema e não dos sentimentos envolvidos. Até é bom ter de quando em quando algum tipo de conflito. São este tipo de divergências que trazem também a inovação, a melhoria, a vantagem competitiva e o debate de ideias. Assim, eliminar por completo os conflitos não deve ser o objectivo final. Deste modo, a posição mais vantajosa para atingir uma negociação entre os elementos de um grupo será a cooperação, ao invés da competição. Deixam-se aqui alguns passos a seguir para que seja possível a Gestão de conflitos: 1. 2. 3. 4. 5.. Concentre-se na situação, na questão ou no comportamento e não na pessoa. Conserve a autoconfiança e a auto-estima dos outros. Preserve um bom relacionamento com todos os formandos. Tome a iniciativa para que as coisas corram melhor. Transforme-se num exemplo positivo para que todos os outros o sigam.. • 29 •.

(30) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. 11. O Co mpo rta ment o Huma no Cita nd o …. “O comportamento é definido como o conjunto de reacções de um sistema dinâmico face às interacções e realimentações propiciadas pelo meio onde está inserido. Exemplos de comportamentos são: comportamento social, comportamento humano, comportamento animal, comportamento atmosférico, etc.”. “Em psicologia, o comportamento é a conduta, procedimento, ou o conjunto das reacções observáveis em indivíduos em determinadas circunstâncias inseridos em ambientes controlados. Podendo ser descrito como uma contingência tríplice composta de antecedentes-respostasconsequências, ou respostas de um membro da contingência”. Foram vários os autores que se dedicaram ao estudo do comportamento humano, nomeadamente aos factores que podem condicionar a forma como nos comportamos face a diversos estímulos. Um desses factores diz respeito à motivação, daí a ser fundamental, definir este conceito.. 12. Mot ivação Metáfo ra “Movendo montanhas” Havia nos Andes duas tribos que estavam em guerra. Uma vivia na parte baixa, a outra, na parte alta das montanhas. Um dia, a parte baixa foi invadida pelos povos do alto, que, além de saquearem os inimigos, raptaram um bebé e levaram-no para as montanhas. Os povos da parte baixa não conheciam os caminhos usados pelos povos da montanha. Não sabiam como chegar ao alto, como chegar aos inimigos ou rastrear os seus passos pelos terrenos escarpados. Mesmo assim, enviaram seus melhores guerreiros para subir a montanha e trazer a criança de volta. Os homens tentaram diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro. Após vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros. Sentindo-se impotentes e sem esperança, os homens da parte baixa consideraram a causa perdida e prepararam-se para voltar para sua cidade. Enquanto arrumavam o equipamento para a descida, viram a mãe do bebé a andar na direcção deles. Perceberam que ela estava a descer a montanha que eles não tinham conseguido subir. E então descobriram que o bebé estava amarrado às costas da mulher. Como era possível? Um dos homens interpelou-a, dizendo: "Nós não tivemos êxito em subir a montanha. Como conseguiu chegar ao alto se nós, homens mais fortes e capazes da cidade, não conseguimos?" Ela encolheu os ombros e respondeu: "É que não era o vosso filho que estava lá.". • 30 •.

(31) • FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE FORMADORES • MANUAL DO FORMANDO • CAPÍTULO IV . Comunicação e Animação de Grupos. Cita nd o … “O falcão voa em círculos no ar à procura da presa, ainda que não haja nenhuma à vista”. Henry Gleitman, 1999 in “Psicologia”. “Merecem louvor os homens que em si mesmos encontraram o impulso, e subiram nos seus próprios ombros " (Séneca) Remontando à primeira citação, tal como nos animais, todas as nossas acções são dirigidas. Dirigidas em função de quê ou de quem? Na nossa vida corrente adoptamos muitos comportamentos graças à motivação: não nos limitamos a caminhar, a atingir, a recuar ou a fugir de outros. Os objectos de que nos aproximamos ou afastamos podem estar imediatamente presentes ou num futuro ainda não realizado (Gleitman, H., 1999).. 12. 1- A Mot ivaçã o: o co nc eito Assim, a Motivação é o que nos impele a seguir um determinado caminho em direcção a um objectivo: o alimento, a bebida, o sexo, o prestígio, a aprovação social, o afecto, etc. A origem da palavra motivação provém do latim motu, que significa movimento, daí a sua designação ser: •. Conjunto de forças que mobilizam e orientam a acção de um organismo em relação a determinados objectivos (Monteiro, M. & Santos, M., 1997). 12. 2- Mot ivação na Fo rmaç ão A motivação é um aspecto muito importante senão decisivo no contexto da formação. Porquê? Parece claro que nas pessoas motivadas há toda uma série de sentimentos e factores emocionais que reforçam o seu entusiasmo e a sua persistência perante a vida. É graças à motivação que iremos conseguir atingir os nossos objectivos, nomeadamente o objectivo da Formação Profissional. Assim, como é surge a motivação de modo a atingir um objectivo? Ne cessidade Impulso Resposta Sacied ade. Figura II – Ciclo Motivacional. • 31 •.

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