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Estudo de metodologias para identificação dos parâmetros de motores de corrente contínua e imã permanente, e validação experimental do modelo dinâmico através de técnicas de controle moderno

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DEPARTAMENTO ACAD ˆ

EMICO DE ENGENHARIA EL ´

ETRICA

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAC

¸ ˜

AO

WAGNER DE SOUZA CHAVES

ESTUDO DE METODOLOGIAS PARA IDENTIFICAC

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AO DOS

PAR ˆ

AMETROS DE MOTORES DE CORRENTE CONT´INUA E IM ˜

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PERMANENTE, E VALIDAC

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AO EXPERIMENTAL DO MODELO

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AMICO ATRAV ´

ES DE T ´

ECNICAS DE CONTROLE MODERNO.

TRABALHO DE CONCLUS ˜

AO DE CURSO

CORN ´ELIO PROC ´OPIO 2016

(2)

ESTUDO DE METODOLOGIAS PARA IDENTIFICAC

¸ ˜

AO DOS

PAR ˆ

AMETROS DE MOTORES DE CORRENTE CONT´INUA E IM ˜

A

PERMANENTE, E VALIDAC

¸ ˜

AO EXPERIMENTAL DO MODELO

DIN ˆ

AMICO ATRAV ´

ES DE T ´

ECNICAS DE CONTROLE MODERNO.

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao De-partamento Acadˆemico de Engenharia El´etrica da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a - Cam-pus Corn´elio Proc´opio como requisito parcial para obtenc¸˜ao do t´ıtulo de Bacharel em Engenharia de Controle e Automac¸˜ao.

Orientador: Prof. Dr. Marcio Aur´elio Furtado Montezuma

Co-orientador: Prof. Dr. Alessandro do Nasci-mento Vargas

CORN ´ELIO PROC ´OPIO 2016

(3)

Departamento Acadêmico de Elétrica

Curso de Engenharia de Controle e Automação

FOLHA DE APROVAÇÃO

Wagner de Souza Chaves

Estudo de metodologias para identificação dos parâmetros de motores de corrente contínua e imã permanente, e validação experimental do modelo dinâmico através de técnicas de controle moderno

Trabalho de conclusão de curso apresentado às 18:00hs do dia 17/11/2016 como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro de Controle e Automação no programa de Graduação em Engenharia de Controle e Automação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela Banca Avaliadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Avaliadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________________

Prof(a). Dr(a). Marcio Aurelio Furtado Montezuma - Presidente (Orientador)

______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Alessandro do Nascimeto Vargas - (Coorientador)

______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Marcelo Favoretto Castoldi - (Membro)

______________________________________________ Prof(a). Dr(a). Emerson Ravazzi Pires da Silva - (Membro)

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Primeiramente agradec¸o a Deus por ter me dado a oportunidade de chegar nesta etapa da minha vida e por me guiar durante todos esses anos.

Agradec¸o aos professores M´arcio Aur´elio Furtado Montezuma e Alessandro do Nas-cimento Vargas pela ´otima orientac¸˜ao e comprometimento, al´em de acreditarem na realizac¸˜ao deste trabalho.

Aos amigos Gabriel Baptista, Arthur Brand˜ao , Thiago Breder, Marcos Felipe, Gabriel Nassar, Max Milliam, Lucas Covinha, Daiane Correia, V´ınicius de Paula, Marco Beteto, Thiago Murilo, Thainara Araujo, J´ulio C´ezar, Gabriel Graziano, V´ınicius Sut´erio e Marcelo Minoru que estiveram presentes nos anos de faculdade em Corn´elio Proc´opio e pelo companheirismo que resultaram em amizade.

Ainda aos amigos Marcus Medeiros, Bruno Shimada, Lucas Niro, Joana Repinaldo, Matheus Mollon e Eduardo Hideki pela ajuda em muitos trabalhos no laborat´orio de sistema automatizados (LaSisC).

Aos amigos de rep´ublica Thiago Honorato Maclovin, Eduardo Shoiti, V´ınicius Ham-moud, Ricardo Corassa, Andr´e Anhainha e Caio Siqueira.

Aos companheiros de viagem William Marques, Murilo Gentil, Matheus Pereira, Pe-dro Leme, Andr´e Rodrigues, Renan Bollu, Rodrigo, Luis Guilherme e Thiago Drummond por tornarem inesquec´ıveis as viagens entre Piraju e Corn´elio Proc´opio.

A minha namorada Karina Pereira e nossos amigos Cristian, Luis, Donavan, Amanda, Tica e J´essica por tornarem meus finais de semana mais divertidos.

Em especial agradec¸o aos meus pais Eloi Penha e Walfredo, fontes da minha inspirac¸˜ao e determinac¸˜ao. As minhas irm˜as Val´eria e Vanessa pelo apoio e carinho oferecido, e aos meus cunhados Cristiano e Bruno pelo incentivo.

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CHAVES, Wagner. Estudo de metodologias para identificac¸˜ao dos parˆametros de motores de corrente cont´ınua e im˜a permanente, e validac¸˜ao experimental do modelo dinˆamico atrav´es de t´ecnicas de controle moderno.. 89 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia de Controle e Automac¸˜ao, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Corn´elio Proc´opio, 2016.

Este trabalho prop˜oe o estudo de duas metodologias para identificac¸˜ao dos parˆametros do modelo dinˆamico de motores de corrente cont´ınua de im˜a permanente. A primeira consiste na aplicac¸˜ao da t´ecnica de identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos, e a segunda consiste na aplicac¸˜ao da t´ecnica de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares utilizando a ferramenta Parameter Estimation do MATLAB/Simulink. Neste trabalho aplica-se tamb´em dois projetos de controle de velocidade para avaliac¸˜ao dos modelos, o primeiro utilizando con-trole misto H2/H∞ e o segundo utilizando alocac¸˜ao de polos por atribuic¸˜ao de autoestrutura

completa. O erro entre os resultados obtidos experimentalmente do sistema real e os resultados obtidos atrav´es da simulac¸˜ao ser˜ao avaliados por meio da raiz normalizada do erro quadr´atico m´edio.

Palavras-chave: Identificac¸˜ao dos parˆametros; Modelo dinˆamico; Motor de corrente cont´ınua, Controle de velocidade.

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CHAVES, Wagner. Study of Methodologies for parameters identification of permanent magnet DC motors and experimental validation of dynamic model using modern control techniques.. 89 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia de Controle e Automac¸˜ao, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Corn´elio Proc´opio, 2016.

This paper proposes a study of two methodologies to identify parameters from the dynamic model of permanent magnet DC motors. The first one consists in the application of adaptive parameters identification techniques and the second one consists in applying trust-region for nonlinear least squares techniques using MATLAB/Simulink tool. This paper also applies two projects of velocity control for evaluation of the models. The first project is about using a mixed control H2/H∞ and the second one is about using poles allocation by complete auto-structure

attribution. The error between the results experimentally obtained from the real system and the ones obtained from the simulation will be evaluated through the normalized root mean squared error.

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FIGURA 1 Estrutura de um motor PMDC . . . 21 –

FIGURA 2 Princ´ıpio de funcionamento do motor PMDC . . . 22 –

FIGURA 3 Circuito el´etrico do motor PMDC . . . 23 –

FIGURA 4 Diagrama de blocos do motor PMDC . . . 25 –

FIGURA 5 Etapas do procedimento de identificac¸˜ao de sistemas . . . 27 –

FIGURA 6 Sa´ıdas estimadas ω0(k) e Ia0(k) . . . 28 –

FIGURA 7 Limite para o tamanho do passo . . . 31 –

FIGURA 8 Diagrama de blocos do sistema de controle seguidor . . . 33 –

FIGURA 9 Sistema incerto . . . 35 –

FIGURA 10 Bancada de experimentos . . . 40 –

FIGURA 11 Diagrama dos experimentos . . . 41 –

FIGURA 12 Motor Maxon F2140 . . . 42 –

FIGURA 13 DriveMaxon 4-Q-DC . . . 43 –

FIGURA 14 Sensores de corrente e tens˜ao . . . 44 –

FIGURA 15 Circuito do sensor de tens˜ao . . . 45 –

FIGURA 16 Circuito do sensor de corrente . . . 45 –

FIGURA 17 Placa PCI-6221 . . . 46 –

FIGURA 18 Pinos da placa PCI-6221 . . . 47 –

FIGURA 19 Esquema el´etrico dos experimentos . . . 48 –

FIGURA 20 Programa desenvolvido para aquisic¸˜ao de dados . . . 49 –

FIGURA 21 Algor´ıtmo para identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos . . . 51 –

FIGURA 22 Sub-rotina para identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos . . . 51 –

FIGURA 23 (a) Sinal chirp e (b) FFT do sinal . . . 52 –

FIGURA 24 Sinal aplicado u(t) . . . 53 –

FIGURA 25 Diagrama de blocos criado no MATLAB/Simulink . . . 54 –

FIGURA 26 Janela principal do Parameter Estimation . . . 55 –

FIGURA 27 Janela de configurac¸˜ao de parˆametros . . . 55 –

FIGURA 28 Janela de configurac¸˜ao de experimentos . . . 56 –

FIGURA 29 Janela de configurac¸˜oes da estimac¸˜ao . . . 57 –

FIGURA 30 Janela de uma estimac¸˜ao conclu´ıda . . . 57 –

FIGURA 31 (a) Onda quadrada (b) Sinal PRBS (c) Sinal aleat´orio . . . 58 –

FIGURA 32 Sistema seguidor para controle de velocidade do motor real . . . 59 –

FIGURA 33 Sistema seguidor para controle de velocidade do modelo matem´atico . . . 59 –

FIGURA 34 Sistema ∆ . . . 61 –

FIGURA 35 Resultado da estimac¸˜ao . . . 64 –

FIGURA 36 (a) Erro de estimac¸˜ao para corrente de armadura (b) Erro de estimac¸˜ao para velocidade do rotor . . . 65 –

FIGURA 37 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos - Validac¸˜ao sinal degrau . . . 66 –

FIGURA 38 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos - Validac¸˜ao sinal senoidal . . . 66 –

FIGURA 39 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos - Validac¸˜ao sinal triangular . . . . 66 –

FIGURA 40 (a) Velocidade real e simulada para onda quadrada (b) Corrente real e simulada para onda quadrada . . . 68

(10)

FIGURA 42 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada de onda quadrada - Validac¸˜ao sinal senoidal . . . 69 –

FIGURA 43 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada de onda quadrada - Validac¸˜ao sinal triangular . . . 69 –

FIGURA 44 (a) Velocidade real e simulada para o sinal PRBS(b) Corrente real e si-mulada para o sinal PRBS . . . 71 –

FIGURA 45 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal PRBS - Validac¸˜ao sinal degrau . . . 72 –

FIGURA 46 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal PRBS - Validac¸˜ao sinal senoidal . . . 72 –

FIGURA 47 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal PRBS - Validac¸˜ao sinal triangular . . . 72 –

FIGURA 48 (a) Velocidade real e simulada para o sinal aleat´orio (b) Corrente real e simulada para o sinal aleat´orio . . . 74 –

FIGURA 49 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal aleat´orio - Validac¸˜ao sinal degrau . . . 75 –

FIGURA 50 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal aleat´orio - Validac¸˜ao sinal senoidal . . . 75 –

FIGURA 51 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal aleat´orio - Validac¸˜ao sinal triangular . . . 75 –

FIGURA 52 Controle misto H2/H∞- Sinal degrau . . . 80

FIGURA 53 Controle misto H2/H∞- Sinal de onda quadrada . . . 80

FIGURA 54 Controle misto H2/H∞- Sinal senoidal . . . 81

FIGURA 55 Atribuic¸˜ao de autoestrutura completa - Sinal degrau . . . 82 –

FIGURA 56 Atribuic¸˜ao de autoestrutura completa - Sinal de onda quadrada . . . 83 –

(11)

TABELA 1 Vari´aveis utilizadas na descric¸˜ao do motor PMDC . . . 26 –

TABELA 2 Parˆametros do motor fornecidos pelo fabricante . . . 42 –

TABELA 3 DriveMaxon 4-Q-DC . . . 43 –

TABELA 4 Pinos utilizados da PCI-6221 . . . 47 –

TABELA 5 Configurac¸˜oes dos chirps utilizados . . . 53 –

TABELA 6 Configurac¸˜oes iniciais de cada parˆametro . . . 56 –

TABELA 7 Configurac¸˜oes da estimac¸˜ao . . . 57 –

TABELA 8 Parˆametros identificados pelo m´etodo adaptativo . . . 64 –

TABELA 9 Configurac¸˜oes da identificac¸˜ao adaptativa . . . 64 –

TABELA 10 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos - Comparac¸˜ao entre curvas reais e simuladas . . . 67 –

TABELA 11 Parˆametros estimados com sinal de onda quadrada . . . 67 –

TABELA 12 Comparac¸˜ao entre as curvas simuladas e as curvas reais para entrada de onda quadrada . . . 68 –

TABELA 13 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada de onda quadrada - Comparac¸˜ao entre curvas reais e simuladas . . . 70 –

TABELA 14 Parˆametros estimados com sinal PRBS . . . 70 –

TABELA 15 Comparac¸˜ao entre as curvas simuladas e as curvas reais para entrada PRBS . . . 71 –

TABELA 16 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal PRBS - Comparac¸˜ao entre curvas reais e simuladas . . . 73 –

TABELA 17 Parˆametros estimados com sinal aleat´orio . . . 73 –

TABELA 18 Comparac¸˜ao entre as curvas simuladas e as curvas reais para entrada aleat´oria . . . 74 –

TABELA 19 Algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para entrada do sinal aleat´orio - Comparac¸˜ao entre curvas reais e simuladas . . . 76 –

TABELA 20 Comparac¸˜ao entre os parˆametros identificados e os parˆametros forneci-dos pelo fabricante . . . 76 –

TABELA 21 Comparac¸˜ao entre os m´etodos de identificac¸˜ao . . . 77 –

TABELA 22 Autovalores dos modelos matem´aticos obtidos . . . 78 –

(12)

LaSisC Laborat´orio de Sistemas de Controle

CC Corrente Cont´ınua

PID Proporcional, Integral e Derivativo PMDC Permanent Magnetic Direct Current

PE Persistent Excitation

LMIs Linear Matrix Inequalities

NRMSE Normalized root mean square error PRBS Pseudo-Random Binary Sequence FFT Fast Fourier Transform

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Va Tens˜ao de alimentac¸˜ao da armadura

Ia Corrente de armadura

eb Forc¸a contra-eletromotriz

ω Velocidade do rotor

Te Torque eletromagn´etico do motor

Tc Torque de carga

Tω Torque originado pelo efeito do atrito viscoso Tω0 Torque gerado pela in´ercia do rotor

B Atrito viscoso

J In´ercia do rotor

Kt Constante de torque

Ke Constante el´etrica

La Indutˆancia da bobina de armadura

Ra Resistˆencia de armadura

u(t) Sinal de entrada

θi Vetor de parˆametros desconhecidos

ˆ

θi Vetor de parˆametros estimados

λi Ajuste da lei adaptativa

ei Erro entre a resposta simulada e a resposta real γi Ajuste da estimac¸˜ao de cada parˆametro

(14)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 15 1.1 PROBLEMA . . . 16 1.2 JUSTIFICATIVA . . . 17 1.3 OBJETIVOS . . . 17 1.3.1 Objetivo Geral . . . 17 1.3.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 18 1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TEXTO . . . 18 2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA . . . 20

2.1 MOTOR DE CORRENTE CONT´INUA DE IM ˜A PERMANENTE . . . 20

2.1.1 O princ´ıpio de funcionamento . . . 21

2.1.2 Equac¸˜oes dinˆamicas do motor de corrente cont´ınua . . . 22

2.2 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE MODELOS MATEM ´ATICOS . . . 26

2.2.1 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos . . . 28

2.2.2 M´etodo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares . . . 30

2.3 CONTROLE SEGUIDOR COM REALIMENTAC¸ ˜AO DE ESTADOS. . . 32

2.3.1 Controle misto H2/H∞por LMIs . . . 34

2.3.2 Alocac¸˜ao de polos por atribuic¸˜ao de autoestrutura completa . . . 37

2.4 RAIZ NORMALIZADA DO ERRO QUADR ´ATICO M ´EDIO . . . 39

3 DESENVOLVIMENTO . . . 40

3.1 BANCADA EXPERIMENTAL . . . 40

3.1.1 Motor Maxon F2140 com Encoder Digital acoplado . . . 42

3.1.2 Drive de acionamento Maxon 4-Q-DC . . . 43

3.1.3 Aparato com sensores de corrente e tens˜ao . . . 43

3.1.4 Placa de aquisic¸˜ao e controle PCI-6221 . . . 46

3.2 M ´ETODOS DE IDENTIFICAC¸ ˜AO . . . 48

3.2.1 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos para um sistema linear de segunda ordem . 49 3.2.2 Identificac¸˜ao utilizando algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares . . . 54

3.3 CONTROLE DE VELOCIDADE DO MOTOR DE CORRENTE CONT´INUA DE IM ˜A PERMANENTE . . . 58

3.3.1 An´alise de incertezas no modelo matem´atico . . . 60

4 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES . . . 63

4.1 RESULTADOS DOS M ´ETODOS DE IDENTIFICAC¸ ˜AO . . . 63

4.1.1 Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos . . . 63

4.1.2 Identificac¸˜ao com o algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares . . . 67

4.1.2.1 Onda quadrada . . . 67

4.1.2.2 Sinal PRBS . . . 70

4.1.2.3 Sinal aleat´orio . . . 73

4.1.3 Comparac¸˜ao dos resultados dos m´etodos de identificac¸˜ao . . . 76

(15)

5 CONCLUS ˜AO . . . 85 REFER ˆENCIAS . . . 87

(16)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Nos ´ultimos anos disseminou-se a utilizac¸˜ao de sistemas de controle autom´aticos, o intuito ´e aperfeic¸oar sistemas, ou seja, minimizar custos, tempo e maximizar a qualidade (BAYER; ARA ´UJO, 2012).

Dentre as diversas demandas para controle autom´atico de processos est´a o controle de motores de corrente cont´ınua (CC) que ´e uma etapa necess´aria em diversos processos in-dustriais, por exemplo, processos de bobinamento na ind´ustria de papel, na laminac¸˜ao das ind´ustrias sider´urgicas e de alum´ınio, ou para acionamento de ve´ıculos de trac¸˜ao, bem como trens el´etricos, carros de metrˆo e servomotores de manipuladores rob´oticos (FITZGERALD et al., 2006). Muitas aplicac¸˜oes que necessitam de controle de posicionamento, velocidade vari´avel, torque constante, r´apida acelerac¸˜ao e desacelerac¸˜ao ainda fazem uso de motores de corrente cont´ınua devido `as suas caracter´ısticas (GONEN, 2011).

No geral, motores el´etricos representam aproximadamente 30% de toda energia el´etrica consumida no pa´ıs (ANEEL, 2015). Portanto, o aperfeic¸oamento e aprimoramento dos motores e acionamentos el´etricos tˆem importˆancia n˜ao s´o do ponto de vista tecnol´ogico-cient´ıfico, mas tamb´em, econˆomico-financeiro.

Com isso, motivos vinculados a qualidade, economia e seguranc¸a respondem perguntas relacionadas a por quˆe controlar sistemas (COELHO; COELHO, 2004). Por´em, o grande pro-blema de controle ´e encontrar modelos dinˆamicos que representem satisfatoriamente o sistema a ser controlado para poder projetar controladores que satisfac¸am especificac¸˜oes de desempenho como rapidez da resposta e erro de regime nulo.

Com essa necessidade de conhecer a dinˆamica de um processo, surgem estudos rela-cionados a identificac¸˜ao de sistemas que tˆem por objetivo obter um modelo, ou uma descric¸˜ao matem´atica para um sistema dinˆamico, a partir de dados, medic¸˜oes ou observac¸˜oes sobre este. Visto que este modelo ´e fundamental para fins de investigac¸˜ao cient´ıfica, projeto, previs˜ao de comportamento, reduc¸˜ao de custos e melhoria de desempenho (AGUIRRE et al., 2007b).

(17)

o mais pr´oximo poss´ıvel do comportamento real.

Neste contexto, o objetivo deste trabalho consiste em estudar, aplicar e validar duas t´ecnicas de identificac¸˜ao para descrever o comportamento de motores CC de im˜a permanente. A primeira t´ecnica ´e conhecida por identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos e a segunda con-siste na estimac¸˜ao dos parˆametros utilizando o algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares por meio da ferramenta Parameter Estimation do MATLAB/Simulink.

Para validac¸˜ao do modelo e dos parˆametros identificados utilizou-se a t´ecnica hardware-in-the-looponde no lugar do modelo matem´atico utiliza-se a planta real. Foram feitos ensaios em malha aberta para v´arios tipos de entradas como senoidal, onda quadrada e triangular, onde avaliou-se as curvas de velocidade e corrente por meio da raiz normalizada do erro quadr´atico m´edio entre os valores resultantes da simulac¸˜ao e os valores obtidos experimentalmente atrav´es do sistema real.

No desenvolvimento do trabalho, para cada modelo identificado projetou-se um con-trole de velocidade utilizando o sistema seguidor com realimentac¸˜ao de estados (Veja a Figura 8). Para o modelo obtido com o m´etodo de identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos determinou-se os ganhos da lei de controle utilizando um controle misto H2/H∞, e para o modelo

identi-ficado pelo algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares os ganhos foram obtidos por alocac¸˜ao de polos por atribuic¸˜ao de autoestrutura completa. Em seguida os controladores projetados foram aplicados em um motor CC de im˜a permanente real para comparar os resultados obtidos de forma experimental com os obtidos por meio da simulac¸˜ao.

Dessa forma, ´e poss´ıvel comparar e tentar avaliar as vantagens e desvantagens de cada m´etodo de identificac¸˜ao utilizado.

1.1 PROBLEMA

Um sistema ´e um objeto cujo comportamento ´e determinado por vari´aveis internas que interagem e produzem sinais observ´aveis denominados sa´ıdas. As vari´aveis internas, denomi-nadas estados, representam a evoluc¸˜ao temporal do sistema e sofrem est´ımulos externos atrav´es de entradas e perturbac¸˜oes (AGUIRRE et al., 2007b).

Um modelo matem´atico pode ser entendido como um conjunto de regras que represen-tam o comporrepresen-tamento do sistema descrevendo as relac¸˜oes de causa e efeito entre as vari´aveis de entrada e sa´ıda (AGUIRRE, 2004).

(18)

ba-seadas em modelo, por exemplo, realimentac¸˜ao de estados, estimador de estados, controlador proporcional, integral e derivativo (PID) ou compensadores de avanc¸o e atraso de fase. Com isso, para projetar tais controladores e satisfazer crit´erios de desempenho ´e fundamental conhe-cer o modelo dinˆamico do sistema. Para fins de controle n˜ao necessita-se encontrar um modelo matem´atico exato, mas ´e necess´ario um modelo que contemple a sua dinˆamica principal.

Um dos grandes problemas em controlar motores CC ´e a inexistˆencia de informac¸˜oes referentes aos seus parˆametros que fazem parte do modelo matem´atico, dificultando seu estudo. Ou, muitas vezes, o motor possui desgastes devido ao seu uso o que torna suas informac¸˜oes desatualizadas. Com isso, um modelo com parˆametros imprecisos pode causar a baixa eficiˆencia de um sistema de controle (MOURA, 2014).

1.2 JUSTIFICATIVA

Com base no problema apresentado, a realizac¸˜ao deste Trabalho de Conclus˜ao de Curso torna-se interessante devido a necessidade da determinac¸˜ao dos parˆametros do modelo dinˆamico de um motor CC, o que possibilita o estudo e an´alise de seu comportamento, assim como projeto e simulac¸˜ao de sistemas de controle baseados em modelo.

Al´em disso, o estudo de t´ecnicas de identificac¸˜ao, assim como de sistemas de controle voltados a motores CC s˜ao importantes tanto no meio acadˆemico, como tamb´em no meio indus-trial, devido a diversas aplicac¸˜oes e grande demanda por controladores de velocidade e posic¸˜ao, exigindo cada vez mais qualidade, eficiˆencia e economia.

Outro ponto importante deste trabalho ´e devido ao aprendizado multidisciplinar ad-quirido durante o desenvolvimento do projeto, j´a que assuntos como sistemas de aquisic¸˜ao, m´aquinas el´etricas, sistemas de controle, identificac¸˜ao de sistemas, eletrˆonica para condiciona-mento de sinais, acionacondiciona-mento de motores e programac¸˜ao s˜ao necess´arios para a realizac¸˜ao dos experimentos.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo estudar diferentes metodologias para identificac¸˜ao dos parˆametros do modelo dinˆamico de um motor CC de im˜a permanente. Pretende-se avaliar os modelos em malha aberta e malha fechada aplicando sinais de validac¸˜ao para comparar as curvas de velocidade e corrente entre o sistema real e o sistema simulado. Para avaliac¸˜ao em

(19)

1.3.2 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

• Estudar a t´ecnica de identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos;

• Estudar a t´ecnica de estimac¸˜ao de parˆametros pelo algoritmo de regi˜ao de confianc¸a; • Montar a bancada experimental;

• Projetar experimentos para aquisic¸˜ao dos dados de tens˜ao, corrente e velocidade;

• Desenvolver um programa para aquisic¸˜ao de dados no MATLAB/Simulink em conjunto com a placa PCI-6221;

• Desenvolver um algoritmo para aplicar a t´ecnica de identificac¸˜ao de parˆametros adaptati-vos;

• Estudar a ferramenta Parameter Estimation do MATLAB/Simulink;

• Desenvolver um programa para resolver o problema de otimizac¸˜ao do controle misto H2/H∞;

• Desenvolver um programa para calcular os ganhos a partir da alocac¸˜ao de polos por atribuic¸˜ao de autoestrutura completa;

• Aplicar os sinais de teste como onda quadrada, senoidal e triangular;

• Desenvolver um programa para calcular a raiz normalizada do erro quadr´atico m´edio entre as curvas reais e simuladas.

1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TEXTO

O trabalho est´a dividido em 5 cap´ıtulos e para melhor organizac¸˜ao e compreens˜ao s˜ao descritos a seguir:

• Cap´ıtulo 1: Introduc¸˜ao do tema abordado, a justificativa deste trabalho, os objetivos e os problemas enfrentados.

• Cap´ıtulo 2: Apresenta a descric¸˜ao dos conceitos te´oricos fundamentais para a realizac¸˜ao deste trabalho, como motores de corrente cont´ınua de im˜a permanente, identificac¸˜ao de sistemas e t´ecnicas de controle por realimentac¸˜ao de estados.

(20)

• Cap´ıtulo 3: Neste cap´ıtulo apresenta-se o desenvolvimento deste trabalho, sendo di-vidido entre os materiais utilizados nos experimentos em bancada, as metodologias de identificac¸˜ao de parˆametros do motor CC e as metodologias utilizadas para controle de velocidade.

• Cap´ıtulo 4: Neste cap´ıtulo s˜ao mostrados os resultados para as duas t´ecnicas utili-zadas para identificac¸˜ao dos parˆametros do motor CC, assim como os resultados da aplicac¸˜ao das t´ecnicas de controle para cada modelo. O objetivo deste cap´ıtulo ´e mostrar as comparac¸˜oes dos m´etodos de identificac¸˜ao e tentar mostrar as vantagens e desvanta-gens.

• Cap´ıtulo 5: Apresenta-se as considerac¸˜oes finais sobre o trabalho e tamb´em indicac¸˜oes para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

(21)

2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA

Nesta sec¸˜ao s˜ao apresentados os principais assuntos relacionados ao desenvolvimento deste trabalho, os quais s˜ao abordados na seguinte sequˆencia: Motor de corrente cont´ınua de im˜a permanente (Sec¸˜ao 2.1), Identificac¸˜ao de modelos matem´aticos (Sec¸˜ao 2.2) e Sistema de controle seguidor com realimentac¸˜ao de estados (Sec¸˜ao 2.3).

2.1 MOTOR DE CORRENTE CONT´INUA DE IM ˜A PERMANENTE

Nesta sec¸˜ao ser˜ao apresentados conceitos relacionados ao motor de corrente cont´ınua de im˜a permanente, assim como seu principio de funcionamento e suas equac¸˜oes dinˆamicas.

O motor CC ´e uma m´aquina capaz de converter a energia el´etrica em energia mecˆanica por meio da interac¸˜ao de um campo magn´etico com condutores de corrente el´etrica (CHAP-MAN, 2013).

Sua construc¸˜ao ´e dada por elementos fixos e m´oveis, sendo que a parte fixa do motor ´e chamada de estator e a parte m´ovel ´e chamada de rotor. O motor CC apresenta um circuito de armadura encontrado no rotor e um circuito de campo encontrado no estator (CHAPMAN, 2013).

Os motores de corrente cont´ınua de im˜a permanente (PMDC - Permanent Magnetic Direct Current) possuem uma particularidade, o enrolamento de campo localizado no estator ´e substitu´ıdo por um im˜a permanente, resultando em uma construc¸˜ao mais simples. A vanta-gem ´e que os im˜as permanentes n˜ao necessitam de excitac¸˜ao externa nem dissipam a potˆencia correspondente para criar campos magn´eticos na m´aquina (FITZGERALD et al., 2006).

Dessa forma, o espac¸o necess´ario para os im˜as permanentes pode ser inferior ao exi-gido pelos enrolamentos de campo e, assim, as m´aquinas de im˜a permanente podem ser menores e, em alguns casos, de custo inferior aos similares com excitac¸˜ao externa (FITZGERALD et al., 2006).

(22)

permanen-tes n˜ao conseguem produzir uma densidade de fluxo t˜ao elevada e al´em disso podem sofrer desmagnetizac¸˜ao (CHAPMAN, 2013).

Al´em do rotor e do estator, o motor PMDC possui o comutador e as escovas como pec¸as fundamentais como podem ser vistas na Figura 1.

Rotor (Bobinas) Comutador Eixo Escova Estator (Imã)

Figura 1: Estrutura de um motor PMDC. Fonte: Adaptado de electrical4u (2016a).

2.1.1 O PRINC´IPIO DE FUNCIONAMENTO

O funcionamento do motor PMDC se baseia nas leis do eletromagnetismo. Quando a bobina ´e alimentada, a corrente que a percorre, gera um campo magn´etico em torno da arma-dura, e os ´ım˜as do estator atraem ou repelem o rotor magnetizado, criando assim um bin´ario de rotac¸˜ao como mostrado na Figura 2. No momento em que ocorre o alinhamento do rotor com o im˜a permanente, o comutador inverte o sentido da corrente na bobina fazendo com que esta seja repelida pelo estator (CHAPMAN, 2013). Devido a in´ercia do rotor e como a bobina j´a apresenta um momento angular, continua-se girando no mesmo sentido e o novo torque de-vido a forc¸a de atrac¸˜ao ou repuls˜ao colabora para manutenc¸˜ao da acelerac¸˜ao do movimento de rotac¸˜ao. Dessa forma, o ciclo se repete constantemente proporcionando a rotac¸˜ao do motor.

(23)

Comutador

Figura 2: Princ´ıpio de funcionamento do motor PMDC. Fonte: Adaptado de electrical4u (2016b).

O estator gera um campo magn´etico est´atico `a volta do rotor. Para o motor PMDC este campo magn´etico ´e gerado atrav´es de im˜as permanentes (CHAPMAN, 2013).

O rotor ´e constitu´ıdo por um ou mais enrolamentos. Quando estes enrolamentos s˜ao conectados a uma fonte de alimentac¸˜ao ´e gerado um campo magn´etico. Os p´olos do campo magn´etico do rotor s˜ao atra´ıdos pelos p´olos opostos gerados pelo estator, originando uma rotac¸˜ao no rotor. A medida que o motor gira, a alimentac¸˜ao nos enrolamentos ´e invertida para que os p´olos magn´eticos gerados pelo rotor n˜ao se alinhem com os do estator, permitindo assim uma rotac¸˜ao cont´ınua. Essa invers˜ao na alimentac¸˜ao ´e denominada por comutac¸˜ao.

Os motores de corrente cont´ınua com escovas n˜ao necessitam de um controlador para alternar a corrente dos enrolamentos. Em vez disso, a comutac¸˜ao dos enrolamentos ´e efetuada mecanicamente. Enquanto o motor gira, as escovas deslizam sobre o comutador entrando em contato com seus segmentos. Estes segmentos s˜ao conectados a diferentes enrolamento do rotor e, consequentemente, ´e gerado um campo magn´etico, dinˆamico no interior do motor.

2.1.2 EQUAC¸ ˜OES DIN ˆAMICAS DO MOTOR DE CORRENTE CONT´INUA

O objetivo desta sec¸˜ao ´e encontrar uma equac¸˜ao em espac¸o de estados que represente o comportamento de um motor PMDC em func¸˜ao de suas vari´aveis. Para isso, considere o circuito de armadura dado pela Figura 3.

(24)

Figura 3: Circuito el´etrico do motor PMDC. Fonte: Adaptado de Moura (2014).

Sendo que Va ´e a tens˜ao de alimentac¸˜ao da armadura, Ra ´e a resistˆencia de armadura,

La ´e a indutˆancia da bobina de armadura e eb ´e uma tens˜ao induzida que se op˜oe ´a tens˜ao de

alimentac¸˜ao. A tens˜ao induzida, ou forc¸a contra-eletromotriz ´e gerada atrav´es da rotac¸˜ao dos enrolamentos do motor por meio do campo magn´etico fixo gerado pelos ´ım˜as permanentes.

Para obter a equac¸˜ao diferencial do circuito da Figura 3 ´e necess´ario fazer algumas suposic¸˜oes: o efeito da desmagnetizac¸˜ao da armadura ´e desprez´ıvel, o circuito magn´etico ´e linear e o efeito de campo ´e constante j´a que ´e gerado por im˜as permanentes (OGATA et al., 2003). Com isso, utilizando as leis de Kirchoff ´e poss´ıvel equacionar o circuito equivalente do motor:

Va−VRa−VLa− eb= 0. (1)

Reescrevendo VRae VLaem func¸˜ao da corrente Ia, tem-se:

Va− RaIa− La

d

dtIa− eb= 0, (2)

sendo que a forc¸a contra-eletromotriz eb ´e diretamente proporcional ´a velocidade do rotor e pode ser escrita como:

eb= Keω , (3)

sendo Ke uma constante el´etrica.

Considere agora as caracter´ısticas mecˆanicas da Figura 3 sendo que ω ´e a velocidade do rotor, Te ´e o torque eletromagn´etico do motor, Tc ´e o torque de carga, J ´e a in´ercia do motor

(25)

Te− Tω0− Tω− Tc= 0, (4)

sendo que Te ´e proporcional a corrente da armadura, Tω0 ´e o torque gerado pela in´ercia do motor

quando o rotor sofre uma acelerac¸˜ao e Tω ´e o torque originado pelo efeito do atrito viscoso:

Te= KtIa,

Tω0= Jd

dtω ,

Tω = Bω.

Substituindo ent˜ao na Equac¸˜ao (4), obt´em-se a seguinte equac¸˜ao diferencial:

KtIa− J d

dtω − Bω − Tc= 0, (5)

sendo Kt uma constante de torque.

Com as caracter´ısticas el´etricas e mecˆanicas j´a equacionadas por (2) e (5), pode-se reescrevˆe-las para a corrente de armadura e velocidade angular:

d dtIa= − Ra LaIa− Ke Laω + Va La, (6) d dtω = Kt J Ia− B Jω − T c J . (7)

Portanto, pode-se representar as Equac¸˜oes (6) e (7) na forma de espac¸o de estados:

˙x = Ax + Bu,

y = Cx + Du, (8)

sendo que x ´e o vetor de estados, o ponto indica a derivada temporal, u ´e o vetor de entradas, y ´e o vetor de sa´ıdas medidas e A, B, C e D s˜ao matrizes constantes para um sistema linear (OGATA et al., 2003).

(26)

" ˙ Ia ˙ ω # = " −Ra La − Ke La Kt J − B J # " Ia ω # + " 1 La 0 0 −1 J # " Va Tc # , " y1 y2 # = " 1 0 0 1 # " Ia ω # + " 0 0 0 0 # " Va Tc # . (9)

Ou tamb´em, pode-se representar as Equac¸˜oes (6) e (7) na forma de diagrama de blo-cos. Para isto, basta aplicar a transformada de Laplace em ambas equac¸˜oes considerando as condic¸˜oes iniciais nulas.

Ia(s) =−keω (s) + Va(s) Las+ Ra

, (10)

ω (s) =ktIa(s) − Tc(s)

Js+ B . (11)

Dessa forma, utilizando as informac¸˜oes das Equac¸˜oes (10) e (11) tem-se o diagrama de blocos que representa a dinˆamica do motor PMDC.

Figura 4: Diagrama de blocos do motor PMDC. Fonte: Moura (2014).

´

E importante dizer que neste trabalho considerou-se o valor do torque de carga Tccomo

sendo nulo, j´a que nos experimentos para identificac¸˜ao dos parˆametros n˜ao ser˜ao aplicadas cargas no motor.

Na Tabela 1 encontram-se as vari´aveis utilizadas no equacionamento do modelo dinˆamico do motor PMDC e suas respectivas unidades.

(27)

S´ımbolo Descric¸˜ao Unidades

Va Tens˜ao de alimentac¸˜ao da armadura V

Ia Corrente de armadura A

eb Forc¸a contra-eletromotriz V

ω Velocidade do rotor rad/s

Te Torque eletromagn´etico do motor Nm

Tc Torque de carga Nm

Tω Torque originado pelo efeito do atrito viscoso Nm

Tω0 Torque gerado pela in´ercia do rotor Nm

B Atrito viscoso Nm.s/rad

J In´ercia do rotor Kg.m2

Kt Constante de torque Nm/A

Ke Constante el´etrica V.s/rad

La Indutˆancia da bobina de armadura H

Ra Resistˆencia de armadura Ω

Fonte: Autoria pr´opria.

2.2 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE MODELOS MATEM ´ATICOS

Existem muitas formas de representar sistemas dinˆamicos, sendo as mais comuns por equac¸˜oes diferenciais, func¸˜oes de transferˆencia e espac¸o de estados, podendo ser representadas no dom´ınio do tempo cont´ınuo ou do tempo discreto.

O processo de identificac¸˜ao de sistemas consiste em determinar uma representac¸˜ao matem´atica de um sistema real com o intuito de obter uma noc¸˜ao de seu comportamento (BIT-TENCOURT et al., 2010), ou seja, o objetivo da identificac¸˜ao ´e determinar uma func¸˜ao de transferˆencia, espac¸o de estados ou alguma outra forma de representar a dinˆamica de um sis-tema.

Alguns livros como Aguirre (2004), Coelho e Coelho (2004), S¨oderstr¨om e Stoica (1988) e Ljung e Glad (1994) introduzem de forma semelhante que a identificac¸˜ao de sistemas consiste em algumas etapas, sendo elas basicamente: medidas do processo, determinac¸˜ao da estrutura, estimac¸˜ao do modelo e validac¸˜ao do modelo. Como apresenta-se na Figura 5.

(28)

Medidas de processo

Determinação da estrutura

Estimação do modelo

Validação do modelo

Figura 5: Etapas do procedimento de identificac¸˜ao de sistemas. Fonte: Adaptado de (COELHO; COELHO, 2004).

A etapa de medidas do processo consiste na realizac¸˜ao do experimento, onde ´e ne-cess´ario definir o sinal de excitac¸˜ao que ser´a utilizado, o tempo de aquisic¸˜ao dos dados e as vari´aveis do processo que precisam ser aquisitadas (COELHO; COELHO, 2004).

Na etapa seguinte, defini-se uma estrutura para o modelo a partir de algum conheci-mento a priori sobre o sistema observado. As estruturas podem ser lineares ou n˜ao-lineares, no tempo cont´ınuo ou discreto, entre outras classificac¸˜oes (COELHO; COELHO, 2004). Neste tra-balho, assumi-se que o modelo do motor PMDC possui uma estrutura linear de segunda ordem como mostra a Equac¸˜ao (9).

A pr´oxima etapa consiste em determinar a ferramenta matem´atica a ser usada para estimac¸˜ao dos parˆametros do modelo, como m´ınimos quadrados, estimac¸˜ao recursiva, entre outras (COELHO; COELHO, 2004).

A ´ultima etapa consiste na validac¸˜ao do modelo de acordo com algum crit´erio de avaliac¸˜ao, comumente compara-se as respostas do sistema real com a resposta obtida pelo mo-delo estimado (COELHO; COELHO, 2004).

O objetivo deste trabalho ´e utilizar m´etodos e t´ecnicas para obtenc¸˜ao dos parˆametros que descrevem o modelo matem´atico do motor PMDC, com o objetivo de que as sa´ıdas estima-das ω0(k) e Ia0(k) sejam suficientemente semelhantes as sa´ıdas reais ω(t) e Ia(t) ao aplicar uma

(29)

Motor PMDC Modelo dinâmico u(t) ω(t) 𝐼𝑎(t) ω'(k) 𝐼′𝑎(k)

Figura 6: Sa´ıdas estimadas ω0(k) e Ia0(k). Fonte: Autoria pr´opria.

Para isto ser˜ao utilizados dois m´etodos para determinac¸˜ao dos parˆametros do motor PMDC: o primeiro conhecido por identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos e o segundo utili-zando o algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares da ferramenta Parameter Estimation.

2.2.1 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE PAR ˆAMETROS ADAPTATIVOS

Esta t´ecnica para obtenc¸˜ao de parˆametros de modelos matem´aticos foi apresentada por Fuh e Tsai (2007) e utilizada nos trabalhos de Pujol et al. (2015), Garrido e Miranda (2012), entre outros.

Para o entendimento do m´etodo, considere o sistema da Equac¸˜ao (12):

˙xi= θiTgi(x, u), i = 1, ..., n, (12)

sendo x = [x1...xn]T ∈ Rno vetor de estados; u ∈ Rpo sinal de entrada; θi∈ Rni, ni≥ 0, o vetor

de parˆametros desconhecidos e gi(.) ∈ Rnio vetor de func¸˜oes.

O m´etodo proposto por Fuh e Tsai (2007) especifica um estimador de parˆametros dado pela Equac¸˜ao (13):

˙ˆxi(t) = ˆθiTgi(x, u) − λiei, (13)

(30)

simulada e a resposta real. A lei de adaptac¸˜ao que descreve o ajuste do parˆametro ˆθi ´e dado por:

˙ˆ

θi= ˙φi= −γieigi(x, u), (14)

sendo γi> 0 o ajuste da estimac¸˜ao de cada parˆametro.

Fuh e Tsai (2007) mostram que a estabilidade do estimador de parˆametros pode ser analisada definindo um parˆametro de erro φ da seguinte forma:

φi= ˆθi− θi, (15)

e escolhendo uma func¸˜ao quadr´atica de Lyapunov, por exemplo:

V = 1 2 n

i=1  ei2+φi T φi γi  . (16)

A derivada no tempo da Equac¸˜ao (16) ao longo das trajet´orias das Equac¸˜oes (13) e (14) ´e dada por:

˙ V = n

i=1 (−λiei2) < 0, (17)

isso implica que

lim

t→∞ei(t) = 0, i = 1, ..., n. (18)

A Equac¸˜ao (18) mostra que o erro ei(t) entre o estado real e o estado estimado tender´a

a zero ao longo do tempo. Quando ei(t) = 0, pode-se ver na Equac¸˜ao (14) que a derivada do

parˆametro estimadoθ˙ˆi tamb´em ser´a zero, isso significa que n˜ao h´a mais variac¸˜ao no valor do

parˆametro e o mesmo foi determinado.

No entanto, a estabilidade assint´otica do ponto (ei, φi) = (0,0) para i = 1, ..., n, n˜ao pode

ser conclu´ıda apenas com ˙V sendo negativa. Na pr´atica, a convergˆencia de φi(t) a zero depende

da propriedade do sinal de excitac¸˜ao gi (sinal de entrada u(t)). Esta propriedade, chamada de

Persistent Excitation(PE), ´e importante para identificac¸˜ao dos parˆametros.

Segundo Khalil e Grizzle (1996), a utilizac¸˜ao de um sinal u(t) que seja suficientemente rico em frequˆencias diferentes garante que gi satisfac¸a a condic¸˜ao PE. Por exemplo, se u(t) ´e

uma soma de diferentes senos, ent˜ao este sinal ter´a pelo menos n frequˆencias diferentes. O objetivo da condic¸˜ao PE ´e que o sinal de entrada u(t) seja suficiente para excitar todos os modos do sistema em estudo e caso a condic¸˜ao n˜ao seja satisfeita os parˆametros n˜ao ir˜ao convergir dentro de um tempo finito para uma faixa de valores identific´aveis.

(31)

LINEARES

Seja uma func¸˜ao escalar y = f (xi). No caso vetorial, f (xi) depende de um vetor de

n parˆametros θ . Pode-se dizer ent˜ao que a func¸˜ao f (xi) ´e parametrizada por θ e pode ser

representada na seguinte forma:

y= f (xi, θ ). (19)

Ao realizar N medidas, tem-se:

y(1) = f (xi(1), θ ), y(2) = f (xi(2), θ ),

y(N) = f (xi(N), θ ).

(20)

Sendo conhecidos os conjuntos {y(1), y(2), ..., y(N)} e {xi(1), xi(2), ..., xi(N)}, ´e poss´ıvel

determinar o vetor θ de parˆametros (AGUIRRE, 2004).

Segundo Aguirre (2004), m´etodos de estimac¸˜ao de parˆametros para sistemas n˜ao line-ares podem ser aplicados a sistemas lineline-ares, isso ´e poss´ıvel pois a classe de sistemas lineline-ares ´e um subconjunto da classe de sistemas n˜ao lineares.

Neste sentido, utiliza-se para estimac¸˜ao dos parˆametros do motor PMDC o algoritmo de otimizac¸˜ao Trust-Region (Regi˜ao de Confianc¸a) para m´ınimos quadrados n˜ao lineares por meio da ferramenta Parameter Estimation do MATLAB/Simulink.

O objetivo do m´etodo ´e encontrar um vetor ˆθ que minimize a seguinte express˜ao:

F(θ ) =

N

j=1

(e( j)2) = eTe= ke(θ )k2. (21)

sendo F(θ ) o somat´orio do quadrado dos erros e e( j) o erro acometido ao tentar estimar θ :

e( j) = y( j) − f (xi( j), θ ) (22)

para j = 1, 2, ..., N.

O ajuste do vetor de parˆametros θ utilizando o algoritmo de regi˜ao de confianc¸a ´e realizado por meio de um processo iterativo partindo de um vetor inicial θ0.

(32)

ent˜ao decidir sobre seu tamanho, j´a o m´etodo de regi˜ao de confianc¸a determina um limite supe-rior para o tamanho do passo a ser dado para depois encontrar a direc¸˜ao a ser tomada (FLET-CHER, 2013).

O tamanho do passo ´e restrito a cada iterac¸˜ao k, por um parˆametro hk, denominado raio da regi˜ao de confianc¸a centrado em θkcomo mostra a Figura 7.

θk

Figura 7: Limite para o tamanho do passo.

Fonte: Adaptado de Kelley (1999).

A direc¸˜ao do passo dk pode ser determinada minimizando a aproximac¸˜ao quadr´atica qk(.) na regi˜ao de confianc¸a com centro em θk e raio hk. Portanto:

dk∈ argmin{qk(d) : kdk ≤ hk}, (23)

da mesma forma

min qk(d) = F(θk) + gTd+12dTHd,

s.a. kdk ≤ hk, (24)

onde, g = F0(θk) ´e o gradiente e H = F00(θk) ´e a matriz hessiana.

Assim, depois de determinar dk deve-se avaliar F(θk+ dk) para verificar se θk+ dk ´e satisfat´orio (KELLEY, 1999). Para ser verdade

F(θk+ dk) < F(θk), (25)

ent˜ao pode-se assumir

θk+1= θk+ dk. (26)

Para melhor compreens˜ao do m´etodo, segue o Algoritmo 1 com as vari´aveis θ0 e h0 dadas antes de iniciar as iterac¸˜oes:

(33)

dos n˜ao lineares. 1 in´ıcio 2 k← 0 3 repita 4 calcule gk 5 calcule Hk 6 ache dk∈ argmin{qk(d) : kdk ≤ hk} 7 se F(θk+ dk) < F(θk) ent˜ao 8 θk+1← θk+ dk 9 aumenta hk 10 sen˜ao 11 θk+1← θk 12 diminui hk 13 fim 14 k← k + 1 15 at´e convergir; 16 fim

2.3 CONTROLE SEGUIDOR COM REALIMENTAC¸ ˜AO DE ESTADOS.

Como citado, o modelo dinˆamico do motor PMDC ser´a validado em malha fechada por meio de um controle de velocidade utilizando um sistema seguidor com realimentac¸˜ao de estados que em seguida tamb´em ser´a aplicado na planta real para comparac¸˜ao dos resultados.

Considere ent˜ao o seguinte diagrama de blocos da Figura 8.

Sendo que o sistema em malha aberta ´e dado pelo espac¸o de estados da Equac¸˜ao (27):

˙x = Ax + Bu, y = Cx = " E F # x, (27)

e o vetor w = Ex representa as sa´ıdas que s˜ao requeridas para seguir o vetor de entrada r (D’AZZO; HOUPIS, 1995).

(34)

𝑟 𝑧 𝑧 𝑢 𝑥 𝑥 𝑦𝑝= 𝑤 𝐾2 𝐵 𝐾1 𝐴 𝐸 + + + - 𝐹 𝑦𝑙−𝑝 + +

Figura 8: Diagrama de blocos do sistema de controle seguidor. Fonte: Adaptado de (D’AZZO; HOUPIS, 1995).

Esta abordagem de controle utiliza um integrador que far´a com que o erro entre a referˆencia e o estado controlado v´a para zero quando o sistema estiver em regime permanente (D’AZZO; HOUPIS, 1995).

Portanto, para determinar os ganhos K1 e K2 que aloquem os autovalores do sistema

em malha fechada no semiplano complexo esquerdo ´e necess´ario adicionar na Equac¸˜ao (27) a dinˆamica do integrador dada por:

˙z = r − w = r − Ex. (28)

Reescrevendo as Equac¸˜oes (27) e (28) na forma de espac¸o de estados tem-se:

" ˙x ˙z # = " A 0 −E 0 # " x z # + " B 0 # u + " 0 I # r, y =h C 0 i " x z # , (29) sendo que: u = K1x + K2z = h K1 K2 i " x z # . (30)

Substituindo a Equac¸˜ao (30) na Equac¸˜ao (29) tem-se o sistema em malha fechada dado por:

(35)

˙x ˙z = A 0 −E 0 + B 0 h K1 K2 i x z + 0 I r , (31) sendo que: ˙x0= ( ¯A + ¯B ¯K)x0+ ¯B0r, x0= " x z # , (32)

Portanto, as matrizes aumentadas s˜ao:

¯ A = " A 0 −E 0 # , ¯ B = " B 0 # , ¯ K = h K1 K2 i .

Basta ent˜ao determinar o ganho de realimentac¸˜ao de estados ¯K que estabiliza o sistema aumentado ( ¯A, ¯B). No entanto, ´e poss´ıvel aplicar a lei de controle se, e somente se, o par de matrizes ( ¯A, ¯B) ´e control´avel (D’AZZO; HOUPIS, 1995).

Neste trabalho ser˜ao utilizadas duas t´ecnicas diferentes para determinac¸˜ao de ¯K, a primeira utilizando controle misto H2/H∞por LMIs (Linear Matrix Inequalities), e a segunda

utilizando alocac¸˜ao de polos por atribuic¸˜ao de autoestrutura completa.

2.3.1 CONTROLE MISTO H2/H∞POR LMIS

Todo modelo matem´atico ´e, na verdade, uma aproximac¸˜ao do sistema f´ısico real, con-sequentemente, o modelo matem´atico obtido pode apresentar diferentes tipo de incertezas, de-correntes de dinˆamicas n˜ao modeladas ou ru´ıdos presentes no sistema. Dependendo de sua ori-gem estas incertezas podem ser classificadas como estruturadas, n˜ao estruturadas, param´etricas ou n˜ao param´etricas (TROFINO, 2000).

Por este motivo, ´e de muita importˆancia que as incertezas no modelo sejam levadas em considerac¸˜ao na an´alise e projeto de controladores para o sistema. Para isso, ´e conveniente representar o modelo f´ısico por um sistema incerto, constitu´ıdo do modelo matem´atico (sistema

(36)

nominal) mais a incerteza ∆(s) em torno deste, como mostra a Figura 9, sendo a an´alise do projeto feita em torno do sistema incerto.

Figura 9: Sistema incerto.

Fonte: Adaptado de Aguirre et al. (2007a).

Considerando agora que existem incertezas no modelo matem´atico a representac¸˜ao em espac¸o de estados se diferencia do modelo convencional mostrado na Equac¸˜ao (8), assim a melhor representac¸˜ao ´e dada pela Equac¸˜ao (33).

˙x(t) = Ax(t) + Bu(t) + B1w(t),

y(t) = Cx(t) + Du(t) + D1w(t), z(t) = Czx(t) + Dzuu(t) + Dzww(t).

(33)

Sendo z(t) uma sa´ıda controlada e w(t) uma entrada ex´ogena relacionada as incertezas do modelo (AGULHARI et al., 2013).

O processo de solucionar problemas de controle envolvendo o sistema nominal e incer-tezas em torno dele chama-se controle robusto. Seu objetivo ´e minimizar o efeito das incerincer-tezas sobre certas vari´aveis de forma a garantir a estabilidade do sistema.

Nesta abordagem, uma t´ecnica bastante difundida na literatura de controle robusto ´e o controle misto H2/H∞.

A principal vantagem do controle misto H2/H∞ consiste em levar em considerac¸˜ao

duas importantes caracter´ısticas de qualquer projeto de controle: otimizar o desempenho do sistema e garantir robustez. O projeto misto acomoda ao mesmo tempo estes dois aspectos atrav´es das normas H2e H∞(AGUIRRE et al., 2007a).

Seu objetivo ´e minimizar a norma H2respons´avel pela energia de controle do sistema,

e garantir que a norma Hseja menor que um valor γ definido no teorema do pequeno ganho como o inverso da incerteza.

(37)

k∆(s)k= supRe(s)>0σmax[H(s)] = supωσmax[H( jw)]. (34)

Sendo σmax o valor singular m´aximo de H(s) e sup ´e o valor supremo.

A norma H∞ de um sistema est´avel com entradas e sa´ıdas unit´arias ´e o maior fator de

amplificac¸˜ao poss´ıvel da resposta em estado permanente `a excitac¸˜ao senoidal (OGATA et al., 2003).

Teorema 1 (Pequeno ganho) Seja H(s) um sistema internamente est´avel e a func¸˜ao de transferˆencia entre a entrada w(t) e a sa´ıda z(t). ent˜ao o sistema ´e internamente est´avel para todo ∆(s) que satisfac¸a uma das condic¸˜oes das Equac¸˜oes (35) e (36):

k∆(s)k≤ 1

γ se, e somente se, kH(s)k∞< γ, (35)

k∆(s)k< 1

γ se, e somente se, kH(s)k∞≤ γ. (36)

Assim ´e poss´ıvel dizer que se um sistema H(s) ´e internamente est´avel quando sua norma H∞ ´e menor que um valor γ, ent˜ao a incerteza modelada como ∆(s) tamb´em ser´a

inter-namente est´avel para valores menores que1

γ.

Norma 2 (H2)A norma H2de um sistema ´e definida pela Equac¸˜ao (37):

kH(s)k22= 1 2π Z +∞ −∞ Tr(H( jw)H( jw))dw = Z +∞ −∞ Tr(h(t)h(t))dt. (37)

A norma H2 corresponde a energia m´edia do sistema, assim quando encontrado um

ganho de realimentac¸˜ao que minimize esta norma, significa que o esforc¸o de controle tamb´em ´e diminu´ıdo.

Para o controle misto H2/H∞, o sistema da Equac¸˜ao (33) deve ser reescrito na seguinte

forma:

˙x(t) = Ax(t) + Bu(t) + B2w2(t) + Biwi(t),

z2(t) = Cz2x(t) + Dzu2u(t) + Dzw2w2(t),

zi(t) = Czix(t) + Dzuiu(t) + Dzwiwi(t).

(38)

(38)

O ganho de realimentac¸˜ao de estados K = ZG−1 minimiza a norma H2e garante que

kH(s)k< γ se houver matrizes P2= PT2 > 0, Pi= PTi > 0, X = XT, Z, G, H2e Hie escalares

ζ2e ζique resolvam o problema de otimizac¸˜ao da Equac¸˜ao (39).

min Tr(X)

X = XT > 0 (39)

Sujeito as restric¸˜oes das Equac¸˜oes (40), (41) e (42):

" −X Cz2G + Dzu2Z ∗ P2− G − GT # < 0, (40)     AG + BZ + GTAT + ZTBT P2− GT + ζ2(AG + BZ) B2H2 ∗ ζ2(−G − GT) 0 ∗ ∗ I2− H2− HT2     < 0, (41)        AG + GTAT+ BZ + ZTBT ∗ ∗ ∗ Pi− G + ζi(AG + BZ)T −ζi(G + GT) ∗ ∗

CziG + DzuiZ ζi(CziG + DzuiZ) −µIi ∗

−HTi Bi 0 −HTi DTzwi Ii+ Hi+ HTi        < 0 (42)

Sendo que o escalar µ definido na Equac¸˜ao (42) representa o valor de γ2e o s´ımbolo (*) representa um bloco sim´etrico.

As LMIs das Equac¸˜oes (40), (41) e (42) s˜ao obtidas a partir do Lema de Finsler de forma semelhante ´a Apkarian et al. (2001) e Oliveira et al. (2002).

As matrizes Cz2 e Dzu2 est˜ao relacionadas com o desempenho do controle, sendo a

matriz Cz2 relacionada ´a velocidade de assentamento da resposta do sistema e a matriz Dzu2

relacionada com a prioridade de minimizac¸˜ao da energia de controle.

2.3.2 ALOCAC¸ ˜AO DE POLOS POR ATRIBUIC¸ ˜AO DE AUTOESTRUTURA COMPLETA Esta metodologia consiste na obtenc¸˜ao da matriz ¯K a partir da selec¸˜ao dos autovalores a serem atribu´ıdos `a matriz da planta de malha fechada de ordem n na Equac¸˜ao (32):

(39)

v( ¯A + ¯B ¯K) = {v1, v2, ...vn}, (44)

que s˜ao selecionados a fim de se obter as caracter´ısticas de reposta no tempo desejadas. Pode-se relacionar os autovalores e os autovetores pela seguinte Equac¸˜ao:

[ ¯A + ¯B ¯K]vi= λivi, (45)

que pode ser reescrita na forma: h ¯ A − λiI B¯ i " vi gi # = 0, (46)

para i = 1, 2, ...n, onde vi ´e o autovetor e:

gi= ¯Kvi. (47)

Para satisfazer a Equac¸˜ao (46), o vetor [vTi gTi ]T deve pertencer ao kernel de:

¯ S(λi) = h ¯ A − λiI B¯ i , (48) para i = 1, 2, ...n.

A notac¸˜ao kerS(λi) ´e usada para definir o espac¸o chamado de nulo que cont´em todos

os autovetores [vTi gTi ]T para que a Equac¸˜ao (46) seja satisfeita (D’AZZO; HOUPIS, 1995). A Equac¸˜ao (47) pode ser usada para formar a igualdade matricial:

h

g1 g2 ... gn i

=h Kv¯ 1 Kv¯ 2 ... Kv¯ n i, (49)

donde obt´em-se a matriz ¯K como segue: ¯ K =h g1 g2 ... gn i h v1 v2 ... vn i−1 = QV−1. (50)

Observa-se que os autovalores podem ter valores repetidos de n´umero igual as entradas do sistema. Isso se deve ao fato do espac¸o nulo ter dimens˜ao igual ao n´umero de entradas. Dessa forma, associa-se um autovalor repetido a um vetor da base do espac¸o nulo. Com isso, todas as colunas da matriz V continuam sendo linearmente independentes e, por isso, a matriz V−1 existe (D’AZZO; HOUPIS, 1995).

(40)

2.4 RAIZ NORMALIZADA DO ERRO QUADR ´ATICO M ´EDIO

Para avaliar quantitativamente os modelos matem´aticos determinados ser˜ao compara-das as curvas de velocidade e corrente dos experimentos utilizando o motor PMDC real com as curvas obtidas por meio da simulac¸˜ao.

Para isso ser´a utilizado o NRMSE (Normalized root mean square error) dado pela Equac¸˜ao (51). O valor encontrado dar´a uma noc¸˜ao em porcentagem de quanto a resposta do modelo simulado est´a pr´oximo da resposta real do motor.

NRMSE= 100  1 − ky − ˆyk ky − media(y)k  . (51)

Sendo y o vetor de dados reais do motor e ˆy o vetor de dados obtidos pela simulac¸˜ao. Observe na Equac¸˜ao (51) que quanto maior o valor de NRMSE, mais pr´oximas ser˜ao as curvas comparadas, e portanto, melhor ser´a o resultado. Com isso um valor de NRMSE = 100% significa que as curvas s˜ao exatamente iguais.

(41)

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 BANCADA EXPERIMENTAL

Para realizar os experimentos foi utilizado um conjunto preparado para condiciona-mento de sinal e acionacondiciona-mento do motor PMDC, este conjunto cont´em os seguintes componen-tes:

• Motor Maxon F2140 de 6 Watt com Encoder digital. • Drive de acionamento Maxon 4-Q-DC.

• Aparato com sensores de corrente e tens˜ao. • Bateria de 22,2v para alimentac¸˜ao do motor.

A Figura 10 mostra a disposic¸˜ao dos componentes na bancada.

Conector da PCI-6221 Motor PMDC Bateria 22.2V Drive de acionamento Sensores de tensão e corrente

Figura 10: Bancada de experimentos. Fonte: Autoria pr´opria.

(42)

Para aquisic¸˜ao de dados, assim como nos projetos dos controladores de velocidade, utilizou-se a placa PCI-6221 da National Instruments em conjunto com o ambiente de desen-volvimento MATLAB/Simulink.

Da mesma forma, todas as an´alises de dados, validac¸˜ao dos modelos e simulac¸˜oes foram feitas no software MATLAB.

Os experimentos de identificac¸˜ao realizados no motor seguem basicamente os mesmos procedimentos. Inicialmente ´e necess´ario criar um programa no MATLAB/Simulink que se comunica com a placa PCI-6221 para gerar o sinal que ir´a acionar o motor. Este sinal ir´a passar pelo drive de potˆencia que ir´a regular a tens˜ao da bateria e fornecer a corrente necess´aria para o acionamento do motor. Este programa tamb´em deve realizar a leitura dos sensores de corrente, tens˜ao e converter os pulsos do Encoder em velocidade. A bateria ´e utilizada pois trata-se de um dispositivo revers´ıvel, ou seja, pode fornecer quanto receber os picos de tens˜ao negativos gerados pelo motor, neste caso, uma tens˜ao negativa em uma fonte n˜ao revers´ıvel poderia danific´a-la.

A Figura 11 mostra a relac¸˜ao entre o MATLAB/Simulink, a PCI-6221, o motor PMDC, o drive de acionamento 4-Q-DC e os sensores utilizados.

Encoder Sensores de corrente e tensão PCI-6221 Drive de acionamento Motor de corrente contínua MATLAB/ Simulink

Figura 11: Diagrama dos experimentos. Fonte: Autoria pr´opria.

(43)

O motor PMDC utilizado ´e o modelo F2140 desenvolvido pela Maxon e pode ser visto na Figura 12. Possui uma potencia de 6 Watt e deve ser alimentado com tens˜ao nominal de 12v. Sua rotac¸˜ao m´axima quando n˜ao h´a carga pode chegar h´a 3980 RPM e 31,9 mNm de torque.

Figura 12: Motor Maxon F2140. Fonte: Autoria pr´opria.

Os valores de seus parˆametros fornecidos pelo fabricante s˜ao mostrados na Tabela 2. O F2140 j´a possui um encoder digital de dois canais, o qual gera 100 contagens por volta do rotor. Com as contagens do encoder ´e poss´ıvel conhecer a posic¸˜ao angular do rotor e consequentemente calcular a sua velocidade.

Tabela 2: Parˆametros do motor fornecidos pelo fabricante

Parˆametro Valor

La Indutˆancia de armadura (H) 0,00127 Ra Resistˆencia de armadura (Ω) 10,7

Kt Constante de torque (Nm/A) 0,0278 J In´ercia do rotor (Kg.m2) 2,30e-06

B Atrito viscoso (Nm.s/rad) —

Fonte: MAXON (2013).

(44)

originais conhecidos, j´a que s˜ao fundamentais para compar´a-los com os parˆametros identifica-dos.

3.1.2 DRIVE DE ACIONAMENTO MAXON 4-Q-DC

O Maxon 4-Q-DC ´e um amplificador linear de 4 quadrantes utilizado para controle de motores de at´e 50 Watt que s˜ao alimentados por im˜as permanentes.

Suas caracter´ısticas el´etricas s˜ao mostradas na Tabela 3 e o equipamento usado ´e mos-trado na Figura 13.

Tabela 3: Drive Maxon 4-Q-DC

Dados el´etricos Valor

Tens˜ao de alimentac¸˜ao 12 ´a 30 Vcc M´axima tens˜ao de sa´ıda 25 V M´axima corrente de sa´ıda 2 A M´axima potˆencia de sa´ıda 50 W Fonte: MAXON (2011).

Figura 13: Drive Maxon 4-Q-DC. Fonte: Autoria pr´opria.

3.1.3 APARATO COM SENSORES DE CORRENTE E TENS ˜AO

Para as t´ecnicas de identificac¸˜ao deste trabalho, al´em de conhecer a velocidade do motor ´e necess´ario tamb´em conhecer sua corrente. Para isso, ser´a utilizado um equipamento adicional que cont´em sensores de corrente e tens˜ao. Como o motor ´e alimentado por uma bateria, o sensor de tens˜ao ser´a usado para medir a tens˜ao de entrada do motor, isto ´e necess´ario

(45)

garantir que a tens˜ao no motor ´e a tens˜ao de referˆencia aplicada.

Para a alimentac¸˜ao dos sensores foi utilizado uma fonte linear de um gerador de func¸˜oes que estava na sucata da universidade. O circuito da fonte linear foi identificado e ent˜ao cortado para ser utilizado, a sa´ıda da fonte ´e de +/-16 V e foi utilizado um circuito para baixar a tens˜ao para +/-12 V. Na Figura 14 ´e mostrado o equipamento final j´a com a ambos os sensores, a fonte linear e o circuito regulador de tens˜ao.

Fonte Linear Sensor de corrente Sensor de tensão Regulador de tensão

Figura 14: Sensores de corrente e tens˜ao. Fonte: Autoria pr´opria.

O sensor de tens˜ao utilizado ´e o LV 25-P, o esquem´atico do circuito ´e visto na Figura 15, utiliza-se um INA-121 para que a faixa de sa´ıda fique entre +/-10 V.

(46)

LV

2

5

-P

33kΩ

Figura 15: Circuito do sensor de tens˜ao. Fonte: Autoria pr´opria.

A curva de calibrac¸˜ao para o circuito da Figura 15 ´e dado pela seguinte equac¸˜ao:

Vmotor= 1, 3017(Vout1) − 0, 0511. (52)

sendo Vmotor a tens˜ao real da armadura do motor e Vout1 a sa´ıda do circuito que ser´a lida pela

placa de aquisic¸˜ao.

O sensor de corrente utilizado ´e o LA 25-NP, o esquem´atico do circuito pode ser visto na Figura 16, ´e utilizado um INA-121 para que a faixa de sa´ıda fique entre +/-10 V.

LA 25-NP

33kΩ

Figura 16: Circuito do sensor de corrente. Fonte: Autoria pr´opria.

(47)

Imotor= 0, 5369(Vout2) + 0, 0035. (53)

sendo Imotora corrente real da armadura do motor e Vout2a tens˜ao de sa´ıda do circuito que ser´a

lida pela placa de aquisic¸˜ao.

3.1.4 PLACA DE AQUISIC¸ ˜AO E CONTROLE PCI-6221

Todos os experimentos de aquisic¸˜ao de dados e controle foram realizados com a placa PCI-6221 da National Instruments conectada ao barramento PCI de um computador desktop, onde o sistema realiza a aquisic¸˜ao dos dados por meio da ferramenta MATLAB/Simulink a uma taxa de 400 Hz.

Esta placa mostrada na Figura 17, possui 16 entradas anal´ogicas com 16 bits de resoluc¸˜ao e capacidade de aquisic¸˜ao de at´e 250kS/s, podendo tamb´em ser utilizada em um sistema opera-cional de tempo real (NI, 2014).

Figura 17: Placa PCI-6221. Fonte: Adaptado de NI (2014).

Sua comunicac¸˜ao com o sistema f´ısico ´e dada por meio de um cabo com um conector de 37 pinos, sendo a configurac¸˜ao de cada pino mostrada na Figura 18.

(48)

Figura 18: Pinos da placa PCI-6221. Fonte: Adaptado de NI (2014).

Os pinos utilizados da PCI-6221 podem ser vistos na Tabela 4 e o esquema el´etrico dos experimentos ´e mostrado na Figura 19.

Tabela 4: Pinos utilizados da PCI-6221.

Pinos Nome Descric¸˜ao

1 AI 0 Entrada anal´ogica para leitura do sensor de corrente

3 AI GND Referˆencia para entrada anal´ogica

21 AI 1 Entrada anal´ogica para leitura do sensor de tens˜ao

24 AI GND Referˆencia para entrada anal´ogica

14 D GND Referˆencia para os contadores

13 PFI 0/P1.0 Contador do canal A do encoder - CTR 0 A 33 PFI 2/P1.2 Contador do canal B do encoder - CTR 0 B

31 AO GND Referˆencia para sa´ıda anal´ogica

12 AO 0 Sa´ıda anal´ogica para o drive Maxon 4-Q-DC Fonte: Autoria pr´opria.

(49)

Figura 19: Esquema el´etrico dos experimentos. Fonte: Autoria pr´opria.

3.2 M ´ETODOS DE IDENTIFICAC¸ ˜AO

Nesta sec¸˜ao s˜ao apresentados os m´etodos de identificac¸˜ao utilizados para obter os parˆametros do modelo dinˆamico de um motor PMDC.

Utilizou-se duas metodologias diferentes: 1. Identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos;

2. Identificac¸˜ao com algoritmo de regi˜ao de confianc¸a para m´ınimos quadrados n˜ao lineares; sendo que, para o segundo m´etodo realizou-se trˆes abordagens diferentes:

(50)

1. Aplicando na entrada um sinal de onda quadrada;

2. Aplicando na entrada um sinal de sequˆencia bin´aria pseudoaleat´oria (PRBS); 3. Aplicando na entrada um sinal aleat´orio;

Para cada representac¸˜ao em espac¸o de estados determinada, aplicou-se trˆes sinais dife-rentes em malha aberta para validar e comparar as repostas de velocidade e corrente do modelo simulado com as respostas reais do motor. Os sinais de testes escolhidos foram: Sinal degrau, sinal triangular e sinal senoidal.

Dessa forma, avaliando os testes de cada modelo por meio do NRMSE foi poss´ıvel realizar uma an´alise quantitativa para saber quanto o comportamento de cada um est´a pr´oximo do comportamento real do motor utilizado.

Para realizar a aquisic¸˜ao dos dados, foi necess´ario criar o programa da Figura 20 no MATLAB/Simulink que aplica os sinais de entrada desejados e realiza as leituras dos sensores de corrente e tens˜ao, al´em da posic¸˜ao angular medida pelo encoder.

Eq. (53) Eq. (52) 400 Pulsos / Revolução Posição para Velocidade

Figura 20: Programa desenvolvido para aquisic¸˜ao de dados. Fonte: Autoria pr´opria.

3.2.1 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE PAR ˆAMETROS ADAPTATIVOS PARA UM SISTEMA LI-NEAR DE SEGUNDA ORDEM

Para utilizar a metodologia apresentada na Sec¸˜ao 2.2.1 foi necess´ario adaptar as Equac¸˜oes (13) e (14) para um sistema linear de segunda ordem que represente o comportamento de um motor PMDC.

(51)

" ˙ x1(t) ˙ x2(t) # = " −a11 −a12 a21 −a22 # " x1(t) x2(t) # + " b 0 # u(t) y(t) = " 1 0 0 1 # " x1(t) x2(t) # + 0u(t) (54) Sendo x1= Ia, x2= ω, a11= RLaa, a12= LKae, a21 =KJt, a22= BJ, b =L1a.

Dessa forma, a Equac¸˜ao (13) deve ser reescrita como (55) para os estados x1e x2:

˙ˆx1(t) = − ˆa11x1(t) − ˆa12x2(t) + ˆbu(t) − λ1e1(t),

˙ˆx2(t) = ˆa21x1(t) − ˆa22x2(t) − λ2e2(t).

(55)

Portanto, os parˆametros ˆa11, ˆa12, ˆa21, ˆa22 e ˆb podem ser estimados a partir da lei de

adaptac¸˜ao da Equac¸˜ao (14): ˙ˆa11(t) = γ11e1(t)x1(t), ˙ˆa12(t) = γ12e1(t)x2(t), ˙ˆb(t) = −γbe1(t)u(t), ˙ˆa21(t) = −γ21e2(t)x1(t), ˙ˆa22(t) = γ22e2(t)x2(t), (56)

sendo e1(t) e e2(t) dados pela Equac¸˜ao (57).

e1(t) = ˆx1(t) − x1(t),

e2(t) = ˆx2(t) − x2(t). (57)

O algoritmo desenvolvido no MATLAB/Simulink para realizar a identificac¸˜ao dos parˆametros adaptativos ´e mostrado na Figura 21. Observe que foi criado uma caixa de identificac¸˜ao que possui trˆes entradas: o sinal aplicado u(t), a corrente de armadura x1(t) e a velocidade

an-gular do rotor x2(t), e em sua sa´ıda s˜ao adquiridos os valores estimados para ˆa11, ˆa12, ˆa21, ˆa22

e ˆb. Dentro da caixa de identificac¸˜ao foi criado uma sub-rotina referente as Equac¸˜oes (55), (56) e (57) que s˜ao respons´aveis pelos c´alculos da estimac¸˜ao dos parˆametros. Na Figura 22 pode-se visualizar a sub-rotina criada.

(52)

Caixa de identificação Parâmetros estimados Dados aquisitados

Figura 21: Algor´ıtmo para identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos. Fonte: Autoria pr´opria.

Eq. (xx)Eq. 57

(xx)

Eq. 56

Eq. 55

Figura 22: Sub-rotina para identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos. Fonte: Autoria pr´opria.

(53)

u(t) que satisfac¸a a condic¸˜ao PE. Nos trabalhos de Fuh e Tsai (2007) e Garrido e Miranda (2012) os melhores resultados s˜ao obtidos utilizando um sinal provido de um sistema ca´otico conhecido por gerador Duffing, por´em na tentativa de reproduc¸˜ao deste sinal n˜ao obteve-se sucesso e foi necess´ario utilizar outro sinal. Escolheu-se ent˜ao para u(t) um cosseno de frequˆencia varrida de forma linear, tamb´em conhecido por chirp, sendo sua equac¸˜ao dada por (58).

u(t) = A cos(2π fi(t)t), (58)

onde:

fi(t) = f0+ β t,

β = ( f1− f0)/t1,

(59) sendo A `a amplitude do sinal, f0a frequˆencia inicial do cosseno, f1a frequˆencia final do cosseno

e t1o instante de tempo final.

Nas Figuras 23 (a) e (b) mostra-se um exemplo do sinal chirp e sua FFT (Fast Fourier Transform), respectivamente, para A = 12, f0= 1 Hz, f1= 10 Hz e t1= 10 s.

Tempo (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 y(t) -20 -10 0 10 20 Sinal Chirp Frequência (Hz) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Amplitude 0 0.5 1 1.5 a) b)

Figura 23: (a) Sinal chirp e (b) FFT do sinal. Fonte: Autoria pr´opria.

Observe que utilizando este sinal pode-se atingir uma faixa muito grande de frequˆencias para atuac¸˜ao do motor de corrente cont´ınua de im˜a permanente, por´em apenas isso n˜ao garante

(54)

que a condic¸˜ao PE seja satisfeita e que os parˆametros venham a convergir dentro de um tempo finito. Segundo Slotine et al. (1991), para sistemas lineares, a convergˆencia da estimac¸˜ao de mparˆametros necessita de pelo menos m2 senos ou cossenos no sinal de excitac¸˜ao u(t). Dessa forma, como deseja-se determinar 5 parˆametros: ˆa11, ˆa12, ˆa21, ˆa22 e ˆb, o sinal utilizado ser´a a soma de trˆes sinais chirp sendo suas configurac¸˜oes mostradas na Tabela 5.

Tabela 5: Configurac¸˜oes dos chirps utilizados.

Sinal Amplitude (V) f0(Hz) f1(Hz) t1(s)

Chirp1 4 1 25 1200

Chirp2 4 1 15 1200

Chirp3 4 1 11 1200

Fonte: Autoria pr´opria.

A vantagem da utilizac¸˜ao do chirp ´e que a frequˆencia de seu sinal varia ao longo do tempo dentro de uma faixa escolhida, dessa forma o sinal de excitac¸˜ao ser´a muito mais rico do que utilizando cossenos.

Aplicou-se ent˜ao o sinal resultante mostrado na Figura 24 no motor de corrente cont´ınua de im˜a permanente e realizou-se a leitura de sua corrente Ia(t) e de sua velocidade ω(t).

Posteri-ormente, os dados aquisitados foram importados pelo programa de identificac¸˜ao de parˆametros adaptativos mostrado na Figura 21 e obteve-se os resultados.

Tempo (s) 100 100.5 101 101.5 102 102.5 103 103.5 104 104.5 105 u(t) -15 -10 -5 0 5 10 15

Figura 24: Sinal aplicado u(t). Fonte: Autoria pr´opria.

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