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Design de ambiente comercial para assistência técnica a partir da aplicação da ergonomia

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUI

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS - DCEEng CURSO DE DESIGN

GIONEI LUCAS BANDEIRA

DESIGN DE AMBIENTE COMERCIAL PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA A PARTIR DA APLICAÇÃO DA ERGONOMIA.

Ijuí/RS 2017

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GIONEI LUCAS BANDEIRA

DESIGN DE AMBIENTE COMERCIAL PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA A PARTIR DA APLICAÇÃO DA ERGONOMIA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Design da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção ao titulo de Bacharel em Design.

Ênfase: Design de Produto

Orientador: Me. José Paulo Medeiros da Silva

Ijuí/RS 2017

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RESUMO

A ergonomia aplicada ao ambiente foca seu posicionamento na adaptabilidade e conformidade do espaço ao trabalho que nele é desenvolvido. Além de evocar elementos do conforto ambiental, da antropometria, da psicologia ambiental, da ergonomia cognitiva e da Análise Ergonômica do Trabalho. A otimização da atividade empresarial é um campo abrangente de pesquisa que pode ser aplicada de várias maneiras nas áreas comerciais, buscando um bom planejamento no projeto do ambiente de trabalho. Dentre suas áreas de estudo, optou-se pelo estudo da Ergonomia aplicada no posto de trabalho. Os espaços de trabalho influenciam nos custos de produção, nos custos humanos e na eficiência do processo, podendo motivar ou inibir desempenhos, melhorando ou piorando as condições físicas ou psicológicas nas atividades de trabalho. Pensando nisso é que este projeto teve como objetivo principal desenvolver o Design de ambiente comercial para assistência técnica a partir da aplicação da ergonomia. A empresa analisada está situada na cidade de Ajuricaba, Rio Grande do Sul, tendo como foco comercial principal a assistência técnica em manutenção de equipamentos de informática e celulares, prestando também serviço na área de impressão de papelaria e revenda de acessórios eletrônicos. A partir da realização de entrevistas com os usuários, percebeu-se a necessidade de melhorias no ambiente de trabalho, principalmente nos fatores de mobiliário e na área física do ambiente de trabalho. Definiu-se então a demanda e iniciou-se a observação da tarefa e da atividade, através da elaboração de tabelas para área de informática e de celular, assim como, tabelas de levantamento dos níveis de desconforto e dores ocasionadas pelas tarefas. Com estes dados foi possível projetar com eficiência uma nova mobília, utilizando as dimensões antropométricas, além de realizar o cálculo de Luminotécnico, e a adequação do piso. Neste estudo houve a preocupação com a integridade dos usuários levando em consideração, acessibilidade dentro do ambiente, à circulação, iluminação, materiais de acabamento, mobiliário e equipamentos. Assim, foi possível alcançar o propósito do trabalho, proporcionado um ambiente seguro, funcional, que estimule aos usuários a desempenhar as atividades.

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ABSTRACT

Ergonomics applied to the environment focuses its position on the adaptability and conformity of the space to the work that is developed in it. In addition to evoking elements of environmental comfort, anthropometry, environmental psychology, cognitive ergonomics and Ergonomic Work Analysis. Business optimization is a comprehensive field of research that can be applied in many ways in the commercial areas, seeking good planning in the design of the work environment. Among its study areas, it was decided to study the Ergonomics applied at the work place. Workspaces influence production costs, human costs and process efficiency, and can motivate or inhibit performance, improving or worsening physical or psychological conditions in work activities. With this in mind, this project has the main objective of developing the Commercial Environment Design for technical assistance from the application of ergonomics. The company analyzed is located in the city of Ajuricaba , Rio Grande do Sul, Brazil. Its main commercial focus is the technical assistance in the maintenance of computer and cellular equipment, as well as service in the area of stationery printing and resale of electronic accessories. From the interviews with the users , the need for improvements in the working environment , mainly in the factors of furniture and in the physical area of the work environment , was perceived . We then defined the demand and began to observe the task and the activity , through the elaboration of tables for computer and cellular area, as well as tables to survey the levels of discomfort and pain caused by the tasks. With this data it was possible to efficiently design a new furniture, using the anthropometric dimensions, besides to perform the calculation of Luminotécnico , and the adequacy of the floor. In this study there was concern about the integrity of users taking into consideration, accessibility within the environment, circulation, lighting, finishing materials, furniture and equipment. Thus , it was possible to achieve the purpose of the work, providing a safe, functional environment that encourages users to perform the activities.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Análise Ergonômica do Trabalho ... 13

Figura 2 - Diversos Fatores que Influenciam no Sistema Produtivo ... 19

Figura 3 - Os três tipos Básicos do Corpo Humano ... 23

Figura 4 - Variações extremas do corpo humano ... 24

Figura 5 - Principais dimensões antropométricas a serem consideradas no projeto de um posto de trabalho para a pessoa sentada ... 25

Figura 6 - Aparelho especialmente construído para medir o alcance das mãos na posição sentada ... 25

Figura 7 - Os alcances máximos da mão podem ser determinados traçando-se os envoltórios em um quadro graduado, para diferentes distâncias e posturas do corpo... 26

Figura 8 - Desenvolvimento de um posto de trabalho aplicando-se um enfoque mecânico (A) e ergonômico (B) ... 28

Figura 9 - Sistema OWAS para o registro da postura ... 29

Figura 10 - Localização das dores no Corpo, Provocadas por posturas Inadequadas ... 35

Figura 11 - Forças Máximas (em Newtons) para empurrar e puxar, na posição de pé ... 36

Figura 12 - Força Máxima das pernas, braços e costas para diferentes percentis da população feminina e masculina ... 36

Figura 13 - O levantamento de carga deve ser feito com a coluna na posição vertical, usando-se as musculatura das pernas ... 37

Figura 14 - As pegas do tipo “pinça” devem ser substituídas por manuseio de agarrar ... 37

Figura 15 - Dimensões recomendadas para alturas de mesas ... 38

Figura 16 - Áreas de alcance ótimo e máximo na mesa, para o trabalhador sentado ... 39

Figura 17 - Altura recomendadas para as superfícies horizontais de trabalho na posição de pé, de acordo com o tipo de tarefa... 39

Figura 18 - Dimensionamento de cadeiras de escritório recomendados ... 40

Figura 19 - Sistemas de iluminação típicos em áreas de trabalho ... 41

Figura 20 - As luminárias devem ficar posicionadas 30 graus acima da linha de visão e atrás do trabalhador, para evitar ofuscamento e reflexos ... 42

Figura 21 - Espaço Coworking ... 44

Figura 22 - Espaço Coworking ... 45

Figura 23 - Tecnologia Open Space ... 45

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Figura 25 - Ambiente de trabalho ... 55

Figura 26 - Iluminação ... 55

Figura 27 - Bancada para Conserto de Celular ... 56

Figura 28 - Mesa para consertos de computadores CPU e notebooks ... 57

Figura 29 - Estantes para armazenamento de ferramentas e aparelhos a concertar ... 57

Figura 30 - Técnico Realizando Troca de “Tela” e “Display” ... 58

Figura 31 - Técnico Realizando Troca de “Tela” e Display... 58

Figura 32 - Técnico realizando teste de conector de carga... 59

Figura 33 - Técnico realizando teste de conector de carga com o “multímetro” ... 59

Figura 34 - Técnico realizando teste de conector de carga... 60

Figura 35 - Técnico realizando teste de conector de carga... 60

Figura 36 - Painel Semântico 1 ... 64

Figura 37 - Painel Semântico 2 ... 65

Figura 38 - Painel Semântico 3 ... 66

Figura 39 - Geração de Alternativa 1 ... 67

Figura 40 - Geração de Alternativa 2 ... 68

Figura 41 - Geração de Alternativa 3 ... 69

Figura 42 - Geração de Alternativa 4 ... 70

Figura 43 - Geração de Alternativa 5 ... 71

Figura 44 - Vista Superior do Ambiente ... 73

Figura 45 - Render parede 1, bancada para conserto de computador ... 74

Figura 46 - Render parede 1, bancada para conserto de computador ... 75

Figura 47 - Render parede 1, bancada para conserto de computador ... 75

Figura 48 - Render parede 1, bancada para conserto de computador ... 76

Figura 49 - Render parede 2, estante em “L” para equipamentos a consertar ... 76

Figura 50 - Render parede 2, estante em “L” para equipamentos a consertar ... 77

Figura 51 - Render parede 3, janela basculante ... 77

Figura 52 - Render parede 4, bancada para concerto de celular, mesa em “L” ... 78

Figura 53 - Render parede 4, bancada para concerto de celular, mesa em “L” ... 78

Figura 54 - Render parede 4, bancada para concerto de celular, mesa em “L” ... 79

Figura 55 - Render parede 4, bancada para concerto de celular, mesa em “L” ... 79

Figura 56 - Cálculo luminotécnico ... 81

Figura 57 - Lâmpada LED Elgin Tubular Vidro 20W T8 G13 (REF. 48TUBLED2000) ... 82

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Figura 59 - Luminária flexível para bancada... 83

Figura 60 - Piso Cerâmico de cor Branco... 83

Figura 61 - Peças mobiliário maquete ... 84

Figura 62 - Peças mobiliário maquete ... 84

Figura 63 - Posto de trabalho ... 85

Figura 64 - Posto de trabalho ... 85

Figura 65 - Posto de trabalho ... 86

Figura 66 - Posto de trabalho ... 86

Figura 67 - Posto de trabalho ... 87

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Princípios de Economia de movimentos ... 27

Tabela 2 - Graus de Reflexão e percentual do fluxo luminoso incidente ... 42

Tabela 3 - Efeitos psicológico das cores ... 43

Tabela 4 - Dados dos envolvidos no setor de concerto e manutenção de computadores e celulares ... 48

Tabela 5 - Mensuração do nível de desconforto na realização de trabalho ... 50

Tabela 6 - Área de Informática ... 51

Tabela 7 - Área de Celular ... 51

Tabela 8 - Desconfortos área da Informática... 53

Tabela 9 - Desconfortos área do Celular ... 54

Tabela 10 - Altura das Bancadas para conserto de equipamentos ... 62

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LISTA DE GRÁFICO

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1DESIGN ... 14 2.1.1 Design de Ambientes ... 15 2.2ERGONOMIA ... 16

2.2.1 Projeto Universal e Acessibilidade ... 20

2.2.2 Antropometria ... 22

2.2.3 Posto de Trabalho ... 26

2.2.4 Análise Ergonômica do Trabalho (AET) ... 30

2.2.5 Elementos do Posto de Trabalho ... 32

2.2.5.1 Análise da Tarefa ... 32

2.2.5.2 Arranjo Físico do Posto de Trabalho ... 33

2.2.5.3 Espaço, Dimensionamento ... 34 2.2.5.4 Mobiliário ... 38 2.2.5.5 Iluminação ... 41 2.2.5.6 Cor ... 42 2.2.6 Tendências... 43 3. RESULTADOS ... 46

3.1 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO NO SETOR DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA. ... 46

Fonte: Elaborado pelo autor ... 47

3.1.1 Análise da Demanda ... 48 3.1.2 Análise da Tarefa ... 50 3.1.3 Análise da atividade ... 54 3.1.4. Diagnóstico ... 61 3.1.5 Implementação ... 61 3.2PROCESSO CRIATIVO ... 63 3.2.1 Painel Semântico. ... 64 3.2.2 Geração de Alternativas ... 67 3.2.3 Alternativa Escolhida ... 71 3.3DESENHO TÉCNICO ... 72

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3.4MEMORIAL DESCRITIVO ... 72

3.5MAQUETE ... 84

4. CONCLUSÃO... 85

REFERÊNCIAS ... 89

APÊNDICES ... 92

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1. INTRODUÇÃO

Estudos que cuidam da adequabilidade do ambiente construído à realização das tarefas, vêm agregando satisfação do usuário e com o incremento da produtividade focada em melhores condições de trabalho. Segundo Villarouco & Andreto (2008), a ergonomia do ambiente foca seu posicionamento na adaptabilidade e conformidade do espaço ao trabalho que nele é desenvolvido. Nesse sentido, evoca elementos do conforto ambiental, da antropometria, da psicologia ambiental, da ergonomia cognitiva e da Análise Ergonômica do Trabalho.

No cenário econômico atual, incrementar e possibilitar o desempenho são as preocupações constantes para qualquer empresa que queira se estabelecer no mercado de forma competitiva. A preocupação com a organização e a produtividade teve início nas primeiras décadas do séc. XX, quando os estudos sobre o tema começaram a surgir, tendo Taylor como um de seus maiores expoentes, através da chamada Administração Científica, abordando os benefícios de estudar a produção, a partir da observação dos processos de trabalho. ETTINGER, (1964, apud Villarouco & Andreto, 2008).

A partir da evolução dos estudos de Taylor, formam-se dois novos campos de pesquisa. Um deles, a Ergonomia, contribuía na concepção de meios de trabalho adaptados às características do homem, objetivando saúde e produtividade (SANTOS et al., 1997). Por outro lado, foi dado um passo mais importante na Administração Científica, com o estudo dos fatores psicológicos que influenciam o homem no setor da produção e organização do trabalho. Descobriu-se que era possível melhorar a produtividade através de elementos associados à interação do ambiente de trabalho com o usuário. ETTINGER, (1964, apud Villarouco; Andreto, 2008).

Assim se identifica que às análises sobre o desempenho e produtividade em um ambiente de trabalho está ligada aplicação da Ergonomia Física e da Psicologia Ambiental, dois campos relevantes para elaboração de um ambiente de trabalho eficaz. Os espaços de trabalho influenciam nos custos de produção, nos custos humanos e na eficiência do processo, podendo motivar ou inibir desempenhos, melhorando ou piorando as condições físicas ou psicológicas nas atividades de trabalho.

Portanto torna-se necessário uma abordagem sistemática quando se trata de realizar um projeto de ambiente através dos requisitos ergonômicos. Uma avaliação ergonômica do ambiente abrange diversas áreas do design no processo da projeção do espaço, como por exemplo, mobiliário, iluminação, revestimentos cores e sistema de organização de trabalho.

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Partindo desse propósito, este projeto tem como objetivo desenvolver o Design de ambiente comercial para assistência técnica a partir da aplicação da ergonomia. Portanto para atingir este objetivo do trabalho, foram delimitados os seguintes requisitos:

 Analisar e recolher dados sobre os atuais processos de trabalho e de execução das tarefas;

 Propor um mobiliário adequado ao ambiente;  Definir iluminação adequada para o espaço;

 Buscar novas tendências em ambientes de trabalho.

 Buscar equilíbrio nos revestimentos e cores através dos requisitos ergonômicos Físicos e Psicológicos.

Tartuce (2006, apud, Gerhardt; Silveira, 2009) aponta que a metodologia científica trata de método e ciência. Metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos. Metodologia científica são o estudo sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias científicas. Em geral, o método científico compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações ordenadas adequado para a formulação de conclusões, de acordo com certos objetivos predeterminados.

Para o desenvolvimento foi realizado uma pesquisa exploratória, utilizando as técnicas bibliográficas documentais, que contribuem na formação do embasamento teórico do projeto.

Portanto, para o desenvolvimento da metodologia do Projeto o Design de ambiente comercial para assistência técnica a partir da aplicação da ergonomia, muitas são as variáveis envolvidas na identificação da adequabilidade de um ambiente construído o que torna a tarefa complexa e difícil. Para isso será utilizada a metodologia da Ollay & Kanazawa (2016) que tem como ponto de partida a análise ergonômica do trabalho (AET) que procura analisar as características das fases, aquelas necessárias à avaliação do espaço com foco no trabalho, observando possíveis interações prejudiciais à produtividade ou que pudessem proporcionar uma melhoria nas condições de trabalhos. A metodologia parte das seguintes etapas (Figura 1):

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 Análise da demanda;  Análise da tarefa;  Análise da atividade;  Diagnóstico;

 Implementação.

Figura 1 - Análise Ergonômica do Trabalho

Fonte: Grupo Ergo&Ação (2003, p. 23).

Dessa maneira, o projeto está estruturado em três capítulos, a primeira é a introdução, onde são apresentados dados, os objetivos do projeto, justificativa e metodologia. Na segunda parte, está o referencial, que traz a fundamentação do trabalho, mostra a importância do Design na construção do ambiente de trabalho, em seguida é introduzido o estudo ergonômico na aplicação do posto de trabalho, e por fim algumas tendências no ambiente de trabalho. No terceiro capítulo, irá apresentar os resultados das pesquisas exploratórias, levantamento e validação dos dados, projeto do ambiente e as recomendações. Em seguida conclusão, referências bibliográficas, apêndices e anexos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Design

De Acordo com Nicolau (2013), a atividade do Design é essencialmente relacionada ao ato de projetar, criar, não pode ser pensada como uma área estática, com fronteiras definidas. Ela se caracteriza a cada nova necessidade profissional e social. Design e Gestão, Design e Experiência, Design e Interação, é o Design voltado ao contexto e às necessidades em que está inserido. O uso da expressão ‘Design’ tem como possível explicação à capacidade de integração do conhecimento de diversas áreas de estudo.

Krucken (2008, apud Nicolau, 2013) afirma que áreas de estudo, que eram sustentadas pelo ideal de um cenário estático, entraram em conflito com a realidade do cenário atual, que se apresenta repleto de mudanças. O principal desafio do Design no mundo contemporâneo está no desenvolvimento de respostas para questões complexas, que exigem uma interpretação ampliada do projeto, envolvendo produtos, serviços e comunicação, de forma conjunta e sustentável.

Para Gurgel (2014) o design pode ser percebido pelos usuários de duas maneiras, uma por percepção visual, que está relacionada com o desejo do profissional de transmitir uma ideia, e a segunda pela impressão visual, o modo de como o design será sentido, ou seja, se o resultado do projeto é dinâmico.

Chamamos de design a arte de combinar formas, linhas, texturas, luzes e cores para criar um espaço ou objeto que satisfaça três pontos fundamentais: a função, as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários e a utilização coerente e harmônica dos materiais. (Gurgel 2014, p. 2014).

Para Gibbs (2016) o desenvolvimento criativo, é orientado por princípios e normas essenciais de design, princípios estabelecidos ao longo do tempo, como, projetar espaços equilibrados e harmoniosos de acordo com as suas funções. Flexibilidade e consciência aberta são características fundamentais para o desenvolvimento de um design de ambiente que minimize os aspectos estéticos e funcionais.

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2.1.1 Design de Ambientes

Conforme Browm & Farrely (2014) os projetos de design de interiores começa pelas necessidades e requisitos especiais identificados pelo cliente ou grupo de usuários. Para Gibbs (2016) a principal missão do designer é a compreensão das ideias e personalidades dos clientes, com objetivo de criar ambientes favoráveis às funções residenciais ou comerciais.

Ainda, conforme Gibbs (2016) ao ambientar uma empresa ou casa, as pessoas tentam comunicar alguma coisa, mensagem sobre si, essa comunicação pode sugerir uma posição social e ou definir um tipo de cliente. Portanto, o papel do designer é captar e transmitir os desejos do cliente de uma forma apropriada, a capacidade de compreender as necessidades do cliente para ambientação é fundamental para o resultado, seja no âmbito comercial ou residencial.

Dessa forma segundo Gibbs (2016) o design de ambiente está divido em duas categorias: a residencial e a comercial.

 Residencial – Desenvolvem projetos nos seguintes cômodos: dormitórios, cozinhas, salas e banheiros, especificam materiais como pisos, tintas e teto, também produtos destinados às moradias. É preciso estar atento a questões como a segurança infantil, padrões de circulações, instalações elétrica, sistemas de segurança e mobiliário;

 Comercial – Desenvolve o planejamento do uso público, como escritórios, lojas, restaurantes, museus e hospitais. É muito importante que o designer compreenda aspectos de negócio do cliente, desde a imagem corporativa e as necessidades funcionais, criar ambientes seguros e saudáveis, projetar espaços indeterminados ou coletivos.

Conforme Gurgel (2014) projetos residenciais apresenta um contato mais próximo entre o designer e o usuário, pois os espaços são destinados a uma pessoa ou a um núcleo familiar. Os projetos comerciais são mais relevantes, considerado que os usuários podem variar de trabalhadores a visitantes esporádicos. Outro grande fator é que esses projetos podem ser um simples escritório como complexos centros comerciais incluindo muitas atividades e pessoas.

Ainda, para Gurgel (2014) é preciso analisar o contexto socioeconômico, cultural da empresa, estrutura de trabalho e, principalmente, sua imagem, pois, um projeto mal direcionado pode distorcer a imagem da empresa e espantar consumidores. As novas ambientações exibem o interior das lojas na sua integridade, com materiais e acabamentos

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rebuscados. Além disso, os espaços comerciais são elaborados dentro dos fatores ergonômicos, preocupando-se com a integridade dos trabalhadores que nela executa uma tarefa, levando em consideração, a acessibilidade dentro do ambiente, à circulação e dimensionamento, iluminação, materiais de acabamento, mobiliário e equipamentos.

A ergonomia é um campo abrangente de pesquisa e pode ser aplicada de várias maneiras nas áreas comerciais, buscando o um bom planejamento no projeto do ambiente de trabalho, dentre essas áreas de estudo, escolheu-se a Ergonomia aplicada no posto de trabalho. Seguindo a lógica que o Design é um processo de pensamento que compreende, projeta e resulta na criação de alguma coisa, optou-se por elaborar um design de ambiente de trabalho onde a mesma se adapte aos usuários que nela desenvolvem uma atividade.

Nos projetos do trabalho e das situações cotidianas do posto de trabalho, a ergonomia focaliza o homem. As condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas adaptando-as às capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem. Para tal, é necessário fazer um levantamento através da demanda de trabalho, diagnosticando a tarefa e atividade, e assim projetar um ambiente que se adapte ao operário.

2.2 Ergonomia

Segundo Dul & Weerdmeester (2000), O termo ergonomia é derivado das palavras gregas “ergon” (trabalho) e “nomos” (regras). Nos Estados Unidos, usa-se também, como sinônimo, “human factors” (Fatores humanos). A ergonomia desenvolveu-se durante a II Guerra Mundial quando, houve pela primeira vez a união de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas. Fisiologistas, psicológicos, antropológicos, médicos e engenheiros trabalharam juntos para resolver problemas causados pela operação de equipamentos militares complexos. Os resultados desses esforços foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra.

Ainda para Dul & Weerdmeester (2000), a ergonomia se aplica ao projeto de máquinas, equipamentos sistemas e tarefas como objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho. Quando adequadas as capacidades e limitações físicas, cognitiva e organizacional do homem são eliminadas as condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência.

Segundo Másculo & Vidal (2011), dessa maneira foram formados novos grupos interdisciplinares, principalmente na Inglaterra e Estados Unidos, com o acréscimo de psicólogos. Objetivos eram de “elevar a eficácia combativa, a segurança e o conforto dos soldados, marinheiros e aviadores”. O trabalho era adaptar os veículos militares e demais

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equipamentos as características físicas e psicológicas, principalmente em situações de estrema emergência e pânico.

Para Másculo & Vidal (2011), em decorrência da continuação dos grupos interdisciplinares continua-se a empreitada, agora se voltando para a produção civil, utilizando os métodos, técnicas e dados obtidos para a indústria. Em uma precursora forma de extensão universitária, são formados laboratórios universitários para atender as demandas da indústria, surgindo assim em 1947 à primeira sociedade Ergonomia do planeta, a Ergonomics Research Society.

Diversas associações nacionais de ergonomia apresentam as suas próprias definições. Aquela mais antiga é a ergonomics Research Society apud IIDA, (2005, p.2),‘‘ergonomia é o estudo do relacionamento entre homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento”. No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia apud IIDA, (2005, p. 2) adota a seguinte definição:

Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o meio ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar de forma integra e não associada, a segurança, o conforto, o bem estar e a eficiência das atividades humanas. (IIDA, (2005, p. 2).

No âmbito internacional a International Ergonomics Association aprovou uma definição, em 2000, conceituando a ergonomia e suas especializações:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. (International Ergonomics Association, 2000).

A ergonomia contribui para sanar problemas sociais relacionadas às situações de trabalho e da vida cotidianas prejudiciais a saúde. Muitos dos acidentes que ocorrem podem ser ocasionados por erros humanos, devido ao relacionamento inadequado entre os usuários e

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suas tarefas.

Segundo Iida (2005), ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho sendo bastante amplo abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e equipamentos, mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. Inicia-se com o estudo das características do trabalhador, recolhendo dados antropométricos para, depois, projetar o trabalho que ele consegue executar. Sendo assim a ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto de trabalho, ajustando – o as suas capacidades e limitações.

Para Iida (2005), o ergonomistas são aqueles que realizam a avaliação e planejamento das tarefas realizadas no posto de trabalho, produtos, ambientes e sistemas transformando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações dos usuários. Os ergonomistas frequentemente trabalham em domínios especializados, abordando características especificas do sistema, como:

 Ergonomia Física - abrange as características relacionadas às atividades físicas, estuda a anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbio músculo esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador;

 Ergonomia cognitiva – é o estudo que abrange os processos mentais, sendo eles a percepção, memória, raciocínio e resposta motor, relacionados com as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem computador, estresse e treinamento;

 Ergonomia Organizacional – ocupa-se do aperfeiçoamento dos sistemas sócio técnicos abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Também a comunicação do projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho corporativo, cultura organizacional, organização em rede, trabalho e gestão da qualidade.

Para Iida (2005), a ergonomia estuda e influência no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as consequências prejudiciais sobre o trabalho, ela procura reduzir a fadiga estresse, erros e acidentes. Logo, definir a eficiência como objetivo principal da ergonomia é um erro, pois isoladamente poderia prejudicar e elevar o aumento de riscos, além de sacrifício e sofrimento dos trabalhadores. Sendo que a ergonomia visa à saúde, segurança e satisfação do trabalhador, seguindo essa lógica a eficiência virá como consequência. A (Figura 2) indica

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os fatores que influenciam no sistema produtivo.

Figura 2 - Diversos Fatores que Influenciam no Sistema Produtivo

Fonte: Iida (2005, p. 4)

 Saúde – a saúde do trabalhador é mantida, quando as exigências do trabalho e do ambiente não ultrapassam as suas limitações físicas e cognitivas;

 Segurança – a segurança é mantida quando os projetos do posto de trabalham estejam dentro das capacidades e limites do trabalhador, a modo de reduzir erros, fadigas e estresse;

 Satisfação – a satisfação é atingida quando as necessidades e expetativa do trabalhador são sanadas. Porem há muitas diferenças individuais e culturais, para um pode ser satisfatório para outro insatisfatório, depende das necessidades e expectativas de cada um;

 Eficiência – um bom planejamento e organização de trabalho contribuem para eficiência, pois, proporciona saúde, segurança e satisfação ao trabalhador. (IIDA, 2005, p.4).

Segundo Dul & Weerdmeester (2000), são muitos os aspectos que se estuda, por exemplo, a postura e os movimentos corporais, fatores ambientais, informação, controle, relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas. Também temos as áreas

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científicas como a antropometria, biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica, informática e gerencia industrial. A união apropriada desses fatores contribui para elaborar um projetar um ambiente seguro, saudável e confortável, permitindo ao trabalhador executar com eficiência sua tarefa.

2.2.1 Projeto Universal e Acessibilidade

Para Iida (2005) muitos esforços estão sendo feitos, para integrar melhor as pessoas com deficiências a sociedade, pois não se pode exigir de uma pessoa com deficiência, do qual se subtraiu alguma habilidade, o mesmo desempenho de uma pessoa normal, para isso é necessário possibilitar a inclusão e capacitação ao ambiente social e de trabalho.

Conforme Gabrilli (2016) a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade é um feito que, hoje, pode se dizer que está acontecendo, de uma forma lenta, mas já há consciência das pessoas, empresas e até mesmo de alguns governos. Dessa forma o conceito de desenho universal ganha força, pois, tem objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes que proporciona a usabilidade de todos. Assim pode se dizer que o principal propósito é tornar os produtos e ambientes cada vez mais universais, acondicionado uma larga escala de usuários, independente da sua idade, habilidade sensoriais, tamanho do corpo, postura, mobilidade e se possui alguma deficiência.

Segundo ABNT NBR 9050 (2015), o desenho universal sugere uma arquitetura e um design direcionado a adaptabilidade do ser humano e sua diferenças, também estabelece critérios edificações, ambientes internos, urbanos e produtos atendam a um maior número de pessoas, indiferente de suas peculiaridades físicas, idade, habilidades, contribuindo na biodiversidade humana. Para isso foi estabelecido sete princípios do Desenho Universal:

a)  Uso equitativo: é o perfil do ambiente que faz com que diversas pessoas possam usar independente de suas características, deve-se: propiciar o mesmo significado de uso para todos; eliminar uma possível segregação e estigmatização; promover o uso com privacidade, segurança e conforto, sem deixar de ser um ambiente atraente ao usuário;

b)  Uso flexível: deve oferecer várias maneiras de uso, possibilitar o uso para destros e canhotos, facilitar a precisão e destreza do usuário e possibilitar o uso de pessoas com diferentes tempos de reação a estímulos;

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c)  Uso simples e intuitivo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para tal, experiência, conhecimento, habilidades linguísticas e alto nível de concentração por parte das pessoas;

d)  Informação de fácil percepção: possibilita fácil compreensão das informações vitais. Essas informações devem se apresentar em diferentes modos (visuais, verbais, táteis), fazendo com que a legibilidade da informação seja maximizada, sendo percebida por pessoas com diferentes habilidades (cegos, surdos, analfabetos, entre outros);

e) Tolerância ao erro: possibilitar que se minimizem os riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais na utilização do ambiente ou objeto espacial. Para tal, devem-se agrupar os elementos que apresentam risco, isolando-os ou eliminando-os, empregar avisos de risco ou erro, fornecer opções de minimizar as falhas e evitar ações inconscientes em tarefas que requeiram vigilância;

f)  Baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou objeto espacial deve oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga muscular do usuário. Para alcançar esse princípio deve-se: possibilitar que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, usar força de operação razoável, minimizar ações repetidas e minimizar a sustentação do esforço físico;

g)  Dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz que o ambiente ou objeto espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente de tamanho de corpo, postura e mobilidade do usuário. Desta forma, deve-se: implantar sinalização em elementos importantes e tornar confortavelmente alcançáveis todos os componentes para usuários sentados ou em pé, acomodar variações de mãos e empunhadura e, por último, implantar espaços adequados para uso de tecnologias assistidas ou assistentes pessoais.

O desenho universal contribui na projeção de ambientes e objetos que se adapte a diversas pessoas, inibindo a necessidade de criação especial para cada indivíduo, nesse contexto, todos, intendente de suas características, ou se possui algum tipo de deficiência podem usufruir com segurança e autonomia os diversos espaços construídos e elementos. “o

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ser humano “normal” é precisamente o ser humano “diverso”, e é isso que nos enriquece enquanto espécie. Portanto, a normalidade é que os usuários sejam muito diferentes e que deem usos distintos aos previstos em projetos.” GABRILLI (2016).

2.2.2 Antropometria

A Antropometria estabelece parâmetros para realizar projetos ergonômicos em espaços físicos, estabelece medidas para estudos biomecânicos do posto de trabalho. Através dela pode-se sugerir uma melhor execução do trabalho, diminuindo doenças causadas por esforços físicos além da capacidade e ou movimentos e posturas erradas na realização das atividades.

Conforme Iida (2005), a antropometria trata de medidas físicas do corpo humano. Para Couto (2007), a antropometria estuda as medidas de tamanho e proporções do corpo humano. E Segundo Dul & Weerdmeester (2000) Antropometria ocupa-se das dimensões e proporções do corpo humano. Sendo assim, percebe-se nos conceitos citados, que a essência da antropometria, é o estudo das proporções físicas do corpo humano.

Dessa forma, para projetar um posto de trabalho é realizar um estudo antropométrico dos usuários que trabalham no local. Será verificado a uma variabilidade das medidas humanas, variando de indivíduo para indivíduo, e também variando do próprio indivíduo no decorrer da sua vida.

Para Dul & Weerdmeester (2000), o projetista ergonômico de posto de trabalho, móveis, máquina e entre outros devem sempre levar em consideração que existe diferenças entre indivíduos. Segundo Grandjean (1998), a grande Variabilidade das medidas humanas entre indivíduos, entre os sexos e entre as raças. Conforme Iida (2005) é difícil conseguir medidas confiáveis de uma população que contem indivíduos dos mais variados tipos, além de levar em consideração as condições em que as medidas foram tiradas, por exemplo, com roupa, postura relaxada ou ereta.

A população é composta por indivíduos diferentes, existem alguns fatores de variações que possibilitam a mensuração para qual do tipo de grupo será desenvolvido o posto de trabalho. Segundo Iida (2005), Willian Sheldon (1940) fez uma pesquisa de campo onde realizou estudos antropométricos em 4000 estudantes, definindo-se três tipos básicos de características dominantes. Além de diferenças comportamentais entre os campos, ocasionando até a escolha da profissão (Figura 3).

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Figura 3 - Os três tipos Básicos do Corpo Humano

Fonte: Iida (2005, p. 104)

 Ectomorfo - Tipo físico de formas alongadas. Tem corpo e membros longos e finos, com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são mais largos, mas caídos. O pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta e abdômen estreito e fino;

 Mesomorfo - Tipo físico musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça cúbica, maciça, ombros e peitos largos e abdômen pequeno. Os membros são musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea;

 Endomorfo - Tipo físico de formas arredondadas e macias, com grandes depósitos de gordura. Em sua forma extrema, tem a característica de uma pêra (estreita em cima e larga embaixo). O abdômen é grande e cheio e o tórax parece ser relativamente pequeno. Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia;  Influência do Sexo – possuem diferenças antropométricas, geralmente os

homens são mais altos, mulheres com mesma estaturas dos homens tendem ser mais gorda, outra desproporção do homem com a mulher é o fator do homem ter o braço mais comprido devido seu antebraço ser mais longo;  Influência da idade - Ao passar da vida o corpo humano passa por

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e desenvolvimento alternado dos membros, depois o processo de envelhecimento, que começa depois dos 30 anos e o corpo tende perder capacidade funcional e a estatura começa a declinar;

 Variações Extremas - Dentro de uma mesma população de adultos, as diferenças de estaturas entre os homens mais altos (97,5% da população) e as mulheres mais baixas (2,5% da população) oscilam, respectivamente, entre 188,0 e 149,l cm, ou seja, estatisticamente, o homem mais alto é 25% mais alto que a mulher mais baixa. Os comprimentos dos braços são de, respectivamente, 78,2 cm e 62,7 cm, com a mesma diferença percentual de 25% . Iida (2005, pg 104 ), (Figura 4).

Figura 4 - Variações extremas do corpo humano

Fonte: Iida (2005, pg 105)

Percebe-se que para chegar a um resultado final satisfatório, muitos pontos devem ser observados, as medidas antropométricas devem ser coletadas com cuidado, considerando uma amostragem expressiva do usuário. Segundo Iida (2005), para execução da amostragem dessas medidas precisa-se compreender quais tarefas serão executadas no posto de trabalho. Pois existem três tipos de antropometria a estática, dinâmica e funcional.

 Antropometria Estática - é quando o corpo está estático com poucos movimentos, deve ser aplicada ao projeto de objeto sem partes móveis com pouco movimento. Recomendado apenas para projetos em que o usuário realiza poucas atividades; (Figura 5).

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Figura 5 - Principais dimensões antropométricas a serem consideradas no projeto de um posto de trabalho para a pessoa sentada

Fonte: Iida (2005, p. 109)

 A antropometria dinâmica - é a medida do alcance dos membros em quanto o corpo está parado. Sua aplicação é quando há casos de trabalhos que exigem muitos movimentos corporais ou quando precisa movimentar partes do corpo, por exemplo, braços, mãos; (Figura 6).

Figura 6 - Aparelho especialmente construído para medir o alcance das mãos na posição sentada

Fonte: Iida (2005, p. 111)

 Antropometria Funcional - é a execução de tarefas específicas. Observa-se que cada parte do corpo não Observa-se move isoladamente. Nota-Observa-se que o

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alcance do pé não é limitado pelo comprimento da perna, envolve também o movimento de outras partes do corpo como o quadril, costas dependendo o tipo de função que irá exercer. Iida (2005, p. 110), (Figura 7).

Figura 7 - Os alcances máximos da mão podem ser determinados traçando-se os envoltórios em um quadro graduado, para diferentes distâncias e posturas do corpo

Fonte: Iida (2005, p. 126)

Portanto, para realização de um projeto adequado, é necessário englobar os três requisitos. Pois, em um posto de trabalho os indivíduos podem realizar mais de uma tarefa, sendo assim fundamental elaborar um projeto apropriado para a execução da atividade.

2.2.3 Posto de Trabalho

Segundo Do Rio e Pires (2001), o posto de trabalho é conjunto de componentes que constituem o ambiente físico imediato no qual o usuário trabalha e com o qual interage diretamente. Inclui mobiliário, máquinas, ferramentas, acessórios, materiais e produtos.

Para Couto (2007), estuda-se a adequação ergonômica da altura de bancadas, posição dos comandos, das áreas de alcance e do posicionamento de caixas com material. Esse ajuste ergonômico permite ao trabalhador conforto, eliminando posicionamentos difíceis geralmente associados a queixas de dor.

Conforme Do Rio e Pires (2001), o posto de trabalho deve adaptar-se às características anatômicas e fisiológicas do trabalhador, principalmente no que se refere aos sistemas musculoesquelético e óptico. Um bom posto de trabalho contribui para evitar o estresse a

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fadiga e distúrbios osteomusculares relacionados à tarefa.

Segundo Iida (2005), há dois tipos de posto de trabalho a ser analisado: o tradicional e o ergonômico. O tradicional é baseado nos princípios de economia dos movimentos, apesar das críticas por ser pouco científico, ainda é importante, pois ainda é utilizado na prática, já o enfoque ergonômico é baseado principalmente na análise biomecânica de postura.

Conforme Iida (2005) o enfoque tradicional do posto de trabalho é os estudos dos movimentos corporais necessários para executar uma atividade e o tempo gasto para executar cada um desses movimentos. Este método de estudo é baseado desde os tempos de Taylor (1856 – 1915), sendo, que o melhor modo de executar um trabalho é escolhido através do critério de menor tempo gasto. Seguindo uma série de princípios de economia de movimentos, observa-se a Tabela 1:

Tabela 1 - Princípios de Economia de movimentos

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Porém, esse enfoque é muito contestado, pois seus resultados nem sempre estão corretos, resultando em movimentos repetitivos provocando fadiga. Segundo Iida (2005), hoje se admite que um dos aspectos mais questionados seja o que leva a produzir métodos cada vez mais simples e repetitivos, em curto prazo é eficiente, mas a longo, pode concentrar carga de trabalho sobre determinados movimentos musculares, produzindo excessiva fadiga.

Ao contrário do tradicional o enfoque ergonômico tende a colocar o operador em primeiro lugar, diminuir as cargas de movimentos corporais recorrentes. Para Iida (2005), reduzir as exigências biomecânicas, por o usuário em primeiro lugar, proporcionando boa postura de trabalho e reconhecimentos de informações além de alcance dos objetos de movimento. O trabalhador deve servir como uma vestimenta dentro do posto de trabalho, onde ele possa realizar a tarefa com conforto (Figura 8).

Figura 8 - Desenvolvimento de um posto de trabalho aplicando-se um enfoque mecânico (A) e ergonômico (B)

Fonte: Iida (2002, p. 17)

Para Iida (2005), diversos critérios podem ser adotados para elaborar um posto de trabalho, mas, o melhor é o estudo ergonômico, que leva em consideração o esforço físico exigido e a postura do trabalhador, possibilitando determinar os principais pontos de concentração de tensões que podem a provocar dores nos tendões e musculares (Figura 9).

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Figura 9 - Sistema OWAS para o registro da postura

Fonte: Iida (2005, p. 190)

Os espaços de trabalho influenciam nos custos de produção, nos custos humanos e na eficiência do processo, podendo motivar ou inibir desempenhos. Os aspectos físicos, das pessoas, do projeto de trabalho e das questões sociais, constituem-se variáveis relevantes que precisam ser levadas em consideração, no projeto de ambiente de trabalho, melhorando as condições para a execução das tarefas reduzindo a fadiga e o estresse, contribuindo para melhorar o bem estar e a qualidade de vida. (Mont’alvão; Villarouco, 2011)

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O espaço de trabalho quando mal projetado podem refletir nas condições de trabalho, afetando na eficiência dos trabalhadores, um projeto desalinhado não levando em consideração os aspectos ergonômicos e psicológicos, inevitavelmente proporcionará baixos desempenhos. Buscando competitividade a organização precisa que seus espaços de trabalho estejam organizados, para repercutir positivamente na produtividade de seus trabalhadores. Para Hall (1977), o espaço relaciona-se intimamente com os sentidos do homem, que se encontram, por sua vez, em íntima transação com o ambiente.

Partindo, então de que os usuários e espaço se interagem, a questão é avaliar como se dá essa interação. Os métodos e técnicas da engenharia e das ciências sociais aplicadas são amplamente utilizados pelos ergonomistas na tentativa de avaliar se o ambiente está adequado ao usuário, as suas atividades naquele espaço, e suas características. (Mont’alvão; Villarouco, 2011).

A ergonomia do posto de trabalho tem o seu posicionamento focado na adaptabilidade e conformidade do espaço às tarefas e atividades que nele são desenvolvidas. Para tal, convoca elementos da antropometria, da psicologia ambiental, da ergonomia cognitiva e da metodologia ergonômica. Também alguns conceitos do conforto térmico, acústico e lumínico devem compor o leque de preocupações contempladas na concepção de ambientes ergonomicamente adequados. (Mont’alvão; Villarouco, 2011).

No entanto, considerando o ponto de vista da EAT (Analise Ergonômica do Trabalho), ressalta que as situações de trabalhos são únicas e socialmente contextualizadas. Busca-se investigar o conhecimento a acerca do homem em atividade a ergonomia converte estes conhecimento adequando a uma realidade especifica. A partir da compreensão da situação e da confrontação das interpretações dos atores envolvidos, o ergonomista busca um consenso entorno da realidade em estudo, ajustando e implementando as mudanças positivas no trabalho, levando em consideração o trabalho, tarefa e atividade. (Grupo Ergo&Ação, 2003)

2.2.4 Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

Para Ollay & Kanazawa (2016) a AET (Análise Ergonômica do Trabalho), é uma metodologia que consiste em analisar as situações de trabalho nas quais os usuários são submetidos, proporciona o desenvolvimento de um diagnóstico ergonômico onde possa corrigir uma situação real de trabalho. Partindo-se da análise da demanda, em seguida a comparação da análise da tarefa prescrita com o real, proporcionando à descrição e interpretação dos fatos detectados, com isso, a possibilidade do desenvolvimento de um

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diagnóstico ergonômico e a elaboração de um caderno de encargos. Segundo o Ministério do trabalho e Emprego Brasil (2002, p. 16).

A AET é um processo construtivo e participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e produtividade exigidos.

Como mencionado acima por Ollay & Kanazawa (2016) o método da AET é divido em cinco etapas: Análise da demanda, análise da tarefa, análise da atividade, diagnóstico e recomendações. Para coletar e elaborar a metodologia, é necessário entender as cincos etapas, para isso é preciso ter conhecimento nos elementos da atividade, que são eles:

 Trabalho prescrito/Tarefa – é a atividade prescrita estabelecida pela a organização e ou a maneira como o trabalho deve ser executado pelo trabalhador, os modos operatórios e as normas operatórias;

 Trabalho real/Atividade– evidencia o que o trabalhador faz no seu trabalho para atingir os objetivos que foram estabelecidos e definidos como aquele que é efetivamente realizado pelo trabalhador. Nesse caso a ergonomia tem como interesse estudar justamente o distanciamento do que é prescrito com o real. O resultado desse distanciamento irá provocar inadequação da carga de trabalho, como, física, cognitiva e organizacional;

 Variabilidade– atividade significa o que efetivamente é feito pelo trabalhador, a forma como está sendo desenvolvidas as tarefas. A análise da atividade de trabalho mantém seu foco nas questões de variabilidade do ambiente e do trabalhador, nesse caso para saber o que é o trabalho é essencial observar a atividade do operário em situações reais;

 Carga de trabalho – é definida como exigência ou demanda psicobiológicas do processo de trabalho, provocando ao longo prazo, impacto negativo à saúde do trabalhador. Também pode ser estabelecido como nível de exigência de uma tarefa e ao próprio estado do trabalhador, ou, também, às consequências dessa tarefa no operador. Análise da carga de trabalho se caracteriza na identificação dos constrangimentos da tarefa e do esforço da atividade.

 Regulação e modo operatório – a estratégia operatória é utilizada para definir o conjunto ordenado de passos que envolvem o raciocínio e a resolução de

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problemas, possibilitando a ação. Dessa maneira o modo operatório é as ações e operações que sujeitos adotam em função das exigências da tarefa e da sua competência. (Ollay & Kanazawa 2016, p. 36 – 42).

2.2.5 Elementos do Posto de Trabalho 2.2.5.1 Análise da Tarefa

Análise da tarefa baseia-se no estudo detalhado de uma série de ações e movimentos corporais do ser humano para executar um determinado trabalho. Para Iida (2005), a análise da tarefa é realizada em duas etapas, a primeira é em um nível mais global, chamada de descrição da tarefa a segunda é mais detalhada, chamada de descrição das ações:

A descrição da tarefa envolve sete requisitos:

 Objetivo - Para quê serve a tarefa, o que será executado ou produzido, em que quantidade e com que qualidades;

 Operador - Que tipo de pessoa trabalhará no posto, verificando se haverá, predominância de homens ou mulheres, os graus de instrução e treinamento, experiências anteriores, faixas etárias, habilidades especiais, dimensões antropométricas;

 Características técnicas - Quais serão as máquinas e materiais envolvidos, o que será comprado de fornecedores externos e o que será produzido internamente, flexibilidade e graus de adaptação das máquinas, equipamentos e materiais;

 Aplicações - onde será usado o posto de trabalho, a localização do mesmo dentro do sistema produtivo, uso isolado ou integrado a urna linha de produção, sistemas de transporte de materiais e de manutenção, quantos postos idênticos serão produzidos, qual é a duração prevista da tarefa (meses, anos ou unidades de peças a serem produzidas);

 Condições operacionais - Como vai trabalhar o operador; tipos de postura (sentado, em pé), esforços físicos e condições desconfortáveis, riscos de acidentes, uso de equipamentos de proteção individual;

 Condições ambientais - Como será o ambiente físico em torno do posto de trabalho, condições de temperatura, ruídos, vibrações, emanação de gases, umidade, ventilação, iluminação, cores no ambiente;

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condições sociais. Horários, turnos, trabalhos em grupo, chefias, alimentação, remuneração, carreira.

Já, a Descrição das Ações envolve dois pontos principais:

 Dispositivos de Informações:

a) Deve-se considerar: o canal sensorial envolvido (auditivo, visual, cinestésico); b) Tipos e características dos sinais (intensidade, forma, frequência, duração);

c) Tipos e características dos dispositivos de informações luzes, sons, displays visuais, mostradores digitais e/ou analógicos);

 Manter o Controle - Envolvem o tipo de movimento corporal exigido; membros acionados no movimento, alcances manuais, características dos movimentos (velocidade, força, precisão, duração); tipos e características dos instrumentos de controle (botões, alavancas, volantes, pedais). Iida (2005, p.198).

2.2.5.2 Arranjo Físico do Posto de Trabalho

O arranjo físico de uma execução produtiva pode ser definido como a precaução com a localização e configuração de departamentos, de centro de trabalho e de instalação e equipamentos com direcionamento especial na otimização de movimentos. Conforme Morais & Pequini (2000), Compreende-se o local de trabalho ou área física onde um trabalhador realiza as tarefas implicadas nos objetivos do sistema homem-tarefa-máquina.

Segundo Iida (2005), arranjo físico estuda o posicionamento, distribuição dos diversos elementos, instrumentos de informação e controles que compõem o posto de trabalho. Para elaborar a distribuição do arranjo, baseia-se em critérios, a escolha deles vai depender de cada caso específico. São eles:

 Importância – por o item mais importante em destaque de modo que ele possa ser visto e facilmente manipulado;

 Frequência de uso – por em posição de destaque e de fácil manipulação e alcance;

 Sequência de uso – distribuir de forma sequencial, o elemento que será utilizado primeiro, colocar na frente e assim sucessivamente.

 Intensidade de fluxo – distribuir os elementos conforme o fluxo, seguindo uma variável de utilização do mais usado até o de menor uso;

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 Ligações preferenciais – os elementos que tenham certo tipo de ligação são colocados próximos;

2.2.5.3 Espaço, Dimensionamento

Para Laville (2011), um plano de trabalho quando não é projetado para o operador provoca uma postura desiquilibrada, por exemplo, um cabo fino e estreito de um instrumento impede que ele seja empunhado firmemente, pois instrumentos e máquinas escolhida experimentalmente, provocam um esforço físico inútil.

Segundo Iida (2005), para um bom desempenho é fundamental ter um dimensionamento correto do posto de trabalho. Pois as pessoas que nela executarão uma tarefa passaram varias horas do dia sentadas ou em pé. Muitos fatores devem ser levados em consideração para elaborar o dimensionamento, como a postura, movimentos, alcances, antropometria, iluminação, ventilação, dimensão das máquinas, equipamento e ferramentas, além da interação com outros departamentos de trabalho e o ambiente externo.

Segundo Dul & Weerdmeester (2000), através da aplicação das leis físicas da mecânica pode-se estimar as tensões que ocorrem nas articulações e músculos durante uma postura e movimento, alguns princípios devem ser levadas em consideração, primeiro, as articulações devem ocupar uma posição neutra, para isso cuidados precisam ser tomados, como, conservar pesos próximos ao corpo, não curvar para frente, evitar inclinar a cabeça, torções de tronco, movimento bruscos, alternar posturas e movimentos.

Para Iida (2005), Posto de trabalho inadequado causam tensões, dores e fadigas, o estudo da biomecânica ocupacional baseado na interação entre trabalho e homem, leva em consideração a postura e o movimento na aplicação de forças, quando bem aplicando, é facilmente corrigido, muitas vezes são realizados pequenos ajustes. Sendo assim, a biomecânica envolve dois pontos principais:

 Postura:

Frequentemente usam-se diversas formas de postura na elaboração de atividades ou no descanso corporal, quando realizada incorretamente pode causar doenças no sistema musculoesquelético, levando problemas nesse sistema. Conforme Dul & Weerdmeester (2000), a postura é determinada pela maneira que executa a tarefa ou pelo meio que se encontra o posto de trabalho.

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mal elaborados de máquinas, acentos ou bancadas obrigam o usuário a usar posturas erradas e quando mantida a longas horas podem provocar fortes dores e sequelas no conjunto de músculos solicitada na manutenção dessas posturas Figura abaixo (Figura 10).

Figura 10 - Localização das dores no Corpo, Provocadas por posturas Inadequadas

Fonte: Iida (2005, p. 166)

 Posição deitada – é a posição mais adequada para repouso, pois, não há acumulação de tensão em nenhuma parte do corpo, o metabolismo consegue expelir os resíduos e as toxinas do corpo;

 Posição de Pé – é uma posição altamente cansativa, exige muito trabalho estático da musculatura. Porém apresenta grande vantagem de mobilidade corporal;

 Posição Sentada – concentra tensão no músculo do dorso e ventre. No entanto a vantagens de liberar as pernas permitindo grande mobilidade desses membros.

 Movimento:

Para Dul & Weerdmeester (2000), inúmeras tarefas requerem movimentos corporais exercendo a força, tais movimentos quando realizados inadequadamente podem exigir muita energia sobrecarregando os músculos, coração e pulmões, causando tensões e dores, nesse caso é considerado esforços para levantar pesos, carregar, puxar e empurrar.

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alguma tarefa em especifico, diversas combinações musculares podem ser utilizadas, cada uma com sua característica de velocidade, força e precisão. No posto de trabalho as exigências de força e torques devem ser adaptadas ao operador.

 Empurrar e Puxar – para realizar a atividade vários fatores devem ser levados em consideração como a postura, dimensão antropométrica, sexo, atrito entre sapato e o chão. Contudo, estima-se que para o homem a força máxima aplicada fica entorno de 200 a 300 N, já as mulheres apresentam 40 a 60%; (Figura 11).

Figura 11 - Forças Máximas (em Newtons) para empurrar e puxar, na posição de pé

Figura: Iida (2005, p. 177)

 Levantamento de Carga – tem sido uma das causas mais elevadas de traumas dos trabalhadores, isso ocorre devido alternância da capacidade física individual de cada operador, treinamentos insuficientes, e alternância de trabalhadores de sexo diferente; (Figura 12 e 13).

Figura 12 - Força Máxima das pernas, braços e costas para diferentes percentis da população feminina e masculina

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Figura 13 - O levantamento de carga deve ser feito com a coluna na posição vertical, usando-se as musculatura das pernas

Figura: Iida (2005, p. 180).

 Transporte de Carga – para evitar que a sobrecarga nos músculos e coluna gerem um desgaste vertebral, desconforto e dores, é necessário realizar um transporte correto, a coluna deve ser mantida ao máximo possível na vertical, os braços próximos do corpo na altura da cintura, em casos de caixas grandes, manter o braço esticado (Figura 14).

Figura 14 - As pegas do tipo “pinça” devem ser substituídas por manuseio de agarrar

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2.2.5.4 Mobiliário

O mobiliário é fundamental para o desenvolvimento do trabalho e interferem na produtividade e saúde do operador. Logo, proporcionar mobilidade e a capacidade de diferentes posturas durante a jornada de trabalho.

Segundo Iida (2005), os espaços de trabalho e os objetos podem ser dimensionados para a média da população (50%) ou para os extremos (5% ou 95%), porem recomenda-se que o objeto se adapte pelos menos para 90% da população. Mas há duas variáveis que pode ser levada em consideração para o dimensionamento da mesa: altura e superfície de trabalho.

 Altura sentada – no geral que a altura da mesa oscile entre 54 cm a 74 cm e recomenda-se que esteja de 3 a 4 cm acima do nível do cotovelo e o vão livre entre o assento e a mesa deve ter no mínimo 20 cm (Figura 15);

Figura 15 - Dimensões recomendadas para alturas de mesas

Fonte: Iida (2005 p. 145)

 Alcance sobre a mesa - a altura da mesa pode ser tracejada através da rotação dos antebraços, estima-se que com os braços caídos o giro ideal fica em torno de 35 a 45 cm de raio, como mostra a figura 15.

 Bancada Trabalho de Pé - altura ideal da bancada para trabalho em pé deve ficar de 5 a 10 cm abaixo do cotovelo, para trabalhos de precisão de até 5 cm acima do cotovelo e para trabalhos mais grosseiros até 30 cm abaixo do cotovelo, em casos de manipulação de objetos que tenha uma certa altura, estas devem ser descontadas. Se houver uma superfície vertical, terá de ter um recuo de 10x10 junto ao piso, para permitir encaixe dos pés (Figura 16).

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Figura 16 - Áreas de alcance ótimo e máximo na mesa, para o trabalhador sentado

Fonte: Iida (2005, p. 146)

Figura 17 - Altura recomendadas para as superfícies horizontais de trabalho na posição de pé, de acordo com o tipo de tarefa

Fonte: Iida (2005, p. 147)

 Assentos – considera-se que o trabalho sedentário exige cadeiras que sigam oito princípios ergonômicos básicos, são eles

a) As cadeiras dever ser adaptáveis para o trabalho tradicional e escritórios; b) Capacidade de inclinação para frente e para trás;

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d) O apoio lombar deve oferecer um bom suporte para a espinha entre a terceira vertebra e o sacro, altura de 10 a 20 cm do ponto mais baixo da superfície do assento;

e) O assento deve possuir acolchoamento de espuma com 2mm de espessura e revestido de material não escorregadio;

f) Apoio nos pés;

g) A cadeira deve ser giratória, ter altura ajustável, borda frontal do assento arredondado, rodízios ou deslizantes, base de 5 pés e controle de fácil manuseio. Grandjean (1988)

Figura 18 - Dimensionamento de cadeiras de escritório recomendados

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2.2.5.5 Iluminação

Conforme Dul & Weerdmeester (2000), a luz que reflete a extensão do ambiente deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade, para determinar a quantidade de luz, é necessário distinguir entre luz ambiental e iluminação local.

Para Iida (2005), locais de trabalhos precisam ser minunciosamente idealizados, desde a etapa inicial, fazendo aproveitamento apropriado da luz natural e complementado com a artificial. O sistema de iluminação é determinado pela distância e pelo índice de reflexão das paredes, teto, piso, máquinas e mobiliário, a distribuição da mesma depende da peculiaridade do trabalho, existem três tipos de técnicas de iluminação.

 Iluminação geral – é a colocação regular de luminárias em toda a área, proporcionado luz uniforme de todo o ambiente.

 Iluminação localizada – concentra maior intensidade de iluminação sobre a tarefa, o ambiente total recebe menos luz, no entanto obtém pelo arranjo de luminárias próximo aos locais de trabalho.

 Iluminação Combinada – a iluminação geral é preenchida com pontos de luz localizados sobre a tarefa, com intensidade de 3 a 10 vezes superior ao do ambiente geral. Figura 18.

 Posicionamento das luminárias – as luminárias precisam ser posicionadas corretamente para não refletir luz sobre os olhos, deve ser usada acima de 30º da linha dos olhos, localiza-las atrás ou lateralmente do trabalhador, (Figura 19).

Figura 19 - Sistemas de iluminação típicos em áreas de trabalho

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Figura 20 - As luminárias devem ficar posicionadas 30 graus acima da linha de visão e atrás do trabalhador, para evitar ofuscamento e reflexos

Fonte: Iida (2002 p. 260)

2.2.5.6 Cor

Segundo Iida (2005), o olho é um dispositivo integrador de estímulos, ele percebe um conjunto de incentivos simultâneo e complexo que interagem, formando uma imagem, portanto a cor é um retorno subjetivo a esses estímulos.

Para Grandjean (1998), o desempenho das cores no ambiente de trabalho depende do grau de reflexão das cores. Conforme Iida (2005), a cor refletida é caracterizada pela absorção e reflexão das ondas luminosas incidentes.

Tabela 2 - Graus de Reflexão e percentual do fluxo luminoso incidente

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Conforme Iida (2005), a produtividade e a qualidade de trabalho podem ser influenciadas pelo uso incorreto da cor no posto de trabalho, pois o usuário apresenta algumas reações a elas, que o podem deixar irritado, triste, calmo ou alegre. Para Grandjean (1998) por finalidade psicológica das cores, verifica-se a ilusões dos sentidos e efeitos psíquicos que podem fluir dalas. No ambiente de trabalho o sentimento, a favor ou contra, também pode ser atingido pelo uso das cores, é necessário levar em consideração as tarefas que nele será realizado, em casos de trabalhos monótonos usa-se cores estimulantes, em contra partida para atividades de concentração a colorações mais indicada são às claras, em tons pouco definidos. Na tabela 3 foram relacionados alguns efeitos das psicológicas das cores.

Tabela 3 - Efeitos psicológico das cores

Fonte: Grandjean (1998, p. 313)

2.2.6 Tendências

Projetar um ambiente de trabalho está cada vez mais complexo e exigente, são vários os fatores que deve ser levado em consideração. Com o avanço tecnológico as empresas estão adotando praticas diferentes de trabalho, tornando o mais flexível e menos rigidez hierárquico. Segundo a revista “Fast Company”, (apud Revista Pequenas Empresas e Grandes negócios, 2014). Selecionou três desses novos hábitos que vêm se infiltrando nos ambientes de trabalho e transformando a estrutura das empresas. São elas:

 Ambientes flexíveis - Muitas corporações entendem que uma empresa não precisa suportar todos os seus funcionários ao mesmo tempo: muitos trabalham em casa, outros podem viajar constantemente, outro momento importante é que o usuário pode moldar seu ambiente de forma particular. Dessa forma as organizações ganharam fronteiras mais amplas, tornando os modelos de negócios tradicionais mais flexíveis.

Referências

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