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Academic year: 2021

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TÍTULO: OCORRÊNCIA DE MICROORGANISMOS EM FONES DE OUVIDO TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Biomedicina SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO JUDAS TADEU - CSJT INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): SORAIA MATILDES SALES DOS SANTOS, PAMELLA GLORIA CREPALDI, MARIANA DE SOUZA MELLO INÁCIO

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANA CAROLINA CHIOU NASCIMENTO ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

Devido ao crescimento de usuários de fone de ouvido foi idealizado esse estudo com objetivo de identificar a presença bacteriana e fúngicas de possíveis contaminações microbiológicas. Trata-se de uma pesquisa quantitativa observacional descritiva, onde foram incluídos usuários que obtenha seu uso frequente do fone de ouvido, nos modelos intra-auriculares, devido ao contato íntimo com o canal auditivo. As informações de interesse foram obtidas através de um questionário semiestruturado, com questões como dados pessoais, modelos de fones de ouvido utilizados, quantidade de dias de utilização, forma de armazenamento, higienização e que aceitassem participar da pesquisa mediante assinatura do TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Através de um swab embebido em soro fisiológico estéril foi friccionado no falante do fone e, em seguida inoculado em meio Brahin Heart Infusion Broth (BHI) e semeado em Ágar Macconkey e Ágar Manitol para pesquisa de bactérias, já os fungos foram semeados diretamente em meio Ágar Mycosel, para posterior análise em laboratório. Foram coletadas 20 amostras gerando 60 isolamentos, sendo 40 pesquisas de bactérias e 20 para pesquisa de fungos. Dos isolamentos obtidos foi possível identificar 5% Escherichia coli, 15% BGN (Bacilo Gram Negativo) não fermentador e Staphylococcus aureus, 85% Staphylococcus catalase negativo, 33,04% fungos filamentosos e 66,06% leveduras. Diante desses resultados sugere-se maior risco para o desenvolvimento de infecções bacterianas auditivas, pois mais que a metade dos isolados foram identificados microorganismos potencialmente patogênicos. Dados complementares apontam a higienização, cuidados com a manipulação e armazenamento do fone fatores que podem influenciar no aumento das infecções.

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INTRODUÇÃO

O aumento do desenvolvimento tecnológico tem sido acompanhado por uma preocupação em relação aos eventos adversos pela má utilização e/ou má higienização do dispositivo sonoro podendo ser prejudicial à saúde auditiva, porém a maioria dos usuários de fone de ouvido desconhece que esse acessório pode acarretar o desenvolvimento de microorganismos patogênicos (DIAS, 2013). De acordo com Tecmundo (2016), existem quatro tipos de dispositivos, porém o modelo de fone intra-auricular utiliza uma pequena borracha que entra em contato direto com o canal auricular isolando sons internos e possibilitando uma maior qualidade e volume deste equipamento.

A orelha constitui-se de tecido conjuntivo coberto por pele, sendo visível e fixado nos dois lados da cabeça e subdivide-se em três regiões: orelha externa que capta as ondas sonoras, orelha média que transmitem as vibrações sonoras, orelha interna que aloja os receptores auditivos e equilíbrio (VAN, 2003). Ouvido médio e o ouvido interno são considerados estéreis, enquanto o ouvido externo e o canal auditivo contêm os mesmos microorganismos encontrados em regiões úmidas, tais como boca e nariz (BURTON, 1998). Inicialmente as doenças infecciosas da orelha recebem o nome de otite, que inclui qualquer doença que envolve inflamação ou infecção pelo conduto auditivo externo e pavilhão auricular, podendo variar de simples inflamação à doenças letais (TRABULSI, 2008).

Conforme foi descrito por Trabulsi (2008), possuímos uma grande variedade de microorganismos sobre e no interior do nosso corpo que se modificam conforme nossos hábitos e o ambiente em que vivemos e fazem parte da nossa microbiota normal, que são residentes permanentes de certos locais do corpo, os microorganismos que podem ser encontrados nas infecções auditivas são fungos responsáveis pelas otomicoses (otite externa fúngicas) e bactérias causadores da otite externa aguda.

Os fones de ouvidos são considerados dispositivos de uso pessoal, portanto deve-se evitar o compartilhamento do acessório, realizar higienização e armazenamento adequado.

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OBJETIVOS

O presente estudo teve como propósito avaliar a possível contaminação de fones de ouvido utilizados e identificar possíveis patógenos relacionados às infecções de ouvido.

METODOLOGIA

Os voluntários da pesquisa foram selecionados após uma apresentação do projeto e o papel da sua participação. Após o aceite e assinatura do formulário TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os voluntários responderam a um questionário com informações complementares ao estudo. As questões abordavam informações como dados pessoais, modelo do acessório (fone de ouvido), forma de armazenamento, higienização e histórico de infecções do ouvido recentes. Utilizado, assim, como critério de inclusão o uso diário de modelos auriculares e intra-auriculares, pois, ambos têm contato direto com canal auditivo. Após essa etapa, foram coletadas 20 amostras provenientes de fones de ouvido para análise e identificação dentro das normas de biossegurança, sendo que a coleta microbiológica e fúngica foram realizadas em dias distintos.

DESENVOLVIMENTO

Para análise bacteriana, as amostras foram coletadas através de swabs embebidos em soro fisiológico onde foram friccionados na parte falante dos fones, e em seguida, inoculados em meio líquido BHI (Brahin Heart Infusion Broth) e incubados em estufa bacteriológica à 37.4°C por 24h para crescimento. Aqueles que apresentaram turvação foram semeados, com auxílio do swab, em meio Ágar MacConkey (destinado para isolamento de bacilos Gram negativos - Enterobactérias) e Ágar Manitol (destinado para o isolamento Staphylococcus). Após semeadura as placas foram incubadas em estufa à 37.4ºC por 24hs. Em seguida, as amostras passaram por análise macroscópica quanto ao crescimento de colônias mais frequentes e identificação microscópica da colônia pelo método de coloração de Gram para identificação morfotintorial. As colônias crescidas em meio Ágar MacConkey foram inoculadas em meio Rugai para identificação bioquímica de Enterobactérias, e

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incubadas por 24 hs em estufa à 37.4ºC. Após 24hs as alterações bioquímicas apresentadas nos frascos, foram comparadas com a tabela de identificação fornecida pelo fabricante.

Para análise fúngica após a fricção dos swabs, descrito anteriormente, foram semeados diretamente em Ágar Mycosel (MBiolog Diagnósticos). As placas foram incubadas em estufa à 25ºC por 7 dias para crescimento fúngicos. As amostras que apresentaram crescimento em placa de fungo filamentoso tiveram a identificação morfológica pela técnica de “print” da fita durex com adição do corante azul de metileno. Para as placas com crescimento típico de levedura as mesmas foram submetidas à técnica de coloração de Gram.

RESULTADOS

Na Tabela 1 observam-se as 20 amostras coletadas, onde foram isolados em dois meios de culturas distintos totalizando 40 isolamentos. Do total de isolamentos 60% apresentaram crescimento nos meios de cultura, sendo 20% isolados no meio Ágar MacConkey e 100% isolados no meio Ágar Manitol.

Tabela 1: Crescimento bacteriano em meios de cultura Ágar MacConkey e Ágar Manitol a partir das 20 amostras coletadas para análise.

Meio de cultura

Crescimento Número de isolados

Sim Não Total

N (%) N (%) 40

Agar MacConkey 04 (20,0) 16 (80,0) 20

Agar Manitol 20 (100,0) 0 20

A análise microscópica das colônias obtidas com o crescimento está descrita na Tabela 2. Dos 60% isolados que tiveram crescimento, foram confirmados 100% Gram positivos e 20% bacilos Gram negativos.

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Tabela 2: Análise microscópica das colônias crescidas nos meios Ágar MacConkey e Ágar Manitol, após coloração pelo método de Gram.

Meios de cultura Gram Total Positivo Negativo N (%) N (%) Ágar MacConkey 04 Bacilos --- 4 (20%) Cocos --- --- Ágar Manitol 20 Bacilos --- --- Cocos 20 (100%) ---

A Tabela 3 apresentam as principais bactérias isoladas, com maior frequência para o Staphylococcus coagulase negativa com 85 % isolados identificados.

Tabela 3: Identificação dos microrganismos isolados nas amostras selecionados para o estudo.

Microrganismos isolados Número de crescimento

(%)

Escherichia coli 01 05%

BGN* não fermentador 03 15%

Staphylococcus aureus 03 15%

Staphylococcus catalase negativo 17 85%

Total 24 100%

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Análise de fungos

De 20 amostras coletadas (100%) para a análise de fungos realizada em dia diferente da coleta bacteriana, apenas 30% tiveram crescimento em Ágar Mycosel. A análise macroscópica dos 30% das amostras identificaram a presença de 33,4% fungos filamentos e 66,6 leveduras (Tabela 4 e Tabela 5).

Tabela 4: Crescimento dos fungos em meios de cultura das 20 (100%) amostras selecionadas para o estudo.

Meio de cultura Crescimento Número de amostras

Sim Não Total

N (%) N (%)

Ágar Mycosel 6 (30%) 14 (70%) 20

A tabela a seguir mostra que foram detectados fungos do tipo Filamentosos (33,4%), e Leveduras (66,6%)

Tabela 5: Identificação dos microrganismos isolados nas amostras fúngicas selecionados para o estudo.

Microrganismos isolados Número de crescimento

(%)

Fungos filamentosos 02 33,4%

Leveduras 04 66,6%

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presença de microrganismos nos fones de ouvido e a não preocupação com o armazenamento e a higienização dos mesmos aumentam a probabilidade de contaminação por patógenos.

Os dados deste estudo revelaram presença de agentes patogênicos, e que, diante disso é possível relacionar com as infecções auditivas, uma vez que os microrganismos isolados identificados estão descritos como agentes infecciosos de diversas patologias no canal auditivo.

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FONTES CONSULTADAS

BURTON, Gwendolyn R.W.; ENGELKIRK, G. Paul.Livro Microbiologia para as Ciências da Saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

CAVALCANTI, Silvana M.M.

Prevalência de Staphylococcus aureus introduzida em unidades de terapia intensiva de um Hospital Universitário. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2006000400004> Acesso em: 15 out 2017.

CORREIA, Bruna Machado. Hábitos e queixas auditivas de adolescentes usuários

de estéreos pessoais. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462016000200348>. Acesso em 13 nov.2017

DANGELO, José Geraldo. Anatomia Humana: Sistêmica e Segmentar. São Paulo:Editora Atheneu, 2007

DELIBERALI, Bruno. Prevalência de bacilos Gram-negativos não fermentadores de pacientes internados em Porto Alegre-RS. Disponivel em <http://www.redalyc.org/pdf/3935/393541962006.pdf> Acesso em 17 nov. 2017 DIAS, Fernanda Abalen Martins. Achados audiológicos em jovens usuários de fones de ouvido. Disponivel em <http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v16n4/1982-0216-rcefac-16-4-1097.pdf> Acesso em 12 nov 2017

FOXEN, E. H. Miles Livro Conceitos Básicos em Otorrinolaringologia, 1° ed. São Paulo: Andrei 2014

GOLDMAN, L. Tratado de Medicina Interna. Rio de Janeiro: Elsevier 2005

GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1998.

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NATARO, J. P. &Kaper, J. B. (1998). Enteroaggregative Escherichia coli: epidemiology, virulenceanddetection. Disponível em <http://www.microbiologyresearch.org/docserver/fulltext/jmm/56/1/4.pdf?expires=151 0606820&id=id&accname=guest&checksum=C13D40F3D01ED6D6E4C3DDF30FD6 F7F0> acesso 18 out. 2017

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VAN de GRAAFF, Kent M. Anatomia Humana. Barueri: Editora Manole, 2003

VERONESI, Ricardo. Livro Tratado de Infectologia. São Paulo: Atheneu, 2010

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