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Qualidade da água do sistema pró-rural na comunidade de Santa Clara, Ibatiba/Espírito Santo

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

LEANDRO DIAS MARTINS DE SOUSA

QUALIDADE DA ÁGUA DO SISTEMA PRÓ-RURAL NA COMUNIDADE DE SANTA CLARA, IBATIBA/ESPIRITO SANTO

IBATIBA 2018

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LEANDRO DIAS MARTINS DE SOUSA

QUALIDADE DA ÁGUA DO SISTEMA PRÓ-RURAL NA COMUNIDADE DE SANTA CLARA, IBATIBA/ESPIRITO SANTO

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental e Sustentabilidade do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Ibatiba, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. M.e. Juscelino Alves Henriques

IBATIBA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Ifes - Campus Ibatiba)

S725q Sousa, Leandro Dias Martins de, 1982-

Qualidade da água do sistema pró-rural na comunidade de Santa Clara, Ibatiba/Espírito Santo / Leandro Dias Martins de Sousa. – 2018.

33 f. : Il. ; 30 cm.

Orientador: Juscelino Alves Henriques

Monografia (especialização) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental e Sustentabilidade, 2018.

1. Água - Análise. 2. Água - Microbiologia. 3. Água - Qualidade. 4. Saneamento rural - Ibatiba (ES). 5. Monografias - Pós-graduação. 6. Instituto Federal do Espírito Santo. Campus Ibatiba. I. Henriques, Juscelino Alves. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título.

CDD: 628.7 Elaborada por Marcelo Rocha Santos – CRB-6/ES - 787

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LEANDRO DIAS MARTINS DE SOUSA

QUALIDADE DA ÁGUA DO SISTEMA PRÓ-RURAL NA COMUNIDADE DE SANTA CLARA, IBATIBA/ESPIRITO SANTO

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental e Sustentabilidade do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Ibatiba, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Aprovado em 17 de agosto de 2018.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. M.e. Juscelino Alves Henriques

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba Orientador

Prof. M.e. Benvindo Sirtoli Gardiman Junior Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba

Membro interno

Prof.ª D.ª Mariângela Dutra de Oliveira

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Vitória Membro externo

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter-me dado à oportunidade de realizar esse trabalho, a minha família que me apoiou, em especial a minha mãe e a minha esposa Fernanda Freitas Galote de Souza Dias, que além de me apoiar, me acompanhou durante todo estudo e foi muito mais do que uma auxiliar.

Ao Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba. A Secretaria Municipal de Saúde de Ibatiba, Espírito Santo, em especial o Núcleo de Vigilância da Qualidade da Água e ao Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN).

Aos Mestres, que serviram como fonte de inspiração nos momentos difíceis. Aos colegas de turma que me acompanharam nessa jornada. Aos meus amigos que acreditaram no meu sonho e sempre me apoiaram.

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RESUMO

O Pró-Rural é um programa de saneamento rural criado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), através da Resolução n° 2745/91. Assim objetivou-se nessa pesquisa avaliar o atendimento do sistema de tratamento de água as normas vigentes em relação aos parâmetros, cor aparente, turbidez, pH, cloro residual livre (CRL) e microbiológicos. Diante dessas premissas, foram escolhidos três pontos de coleta para análise da qualidade da água de abastecimento do povoado de Santa Clara. Os métodos analíticos utilizados na pesquisa seguiram as recomendações do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Os parâmetros turbidez e pH atenderam a legislação vigente. Para cor aparente no ponto 1 (ETA) 66, 67%, no ponto 2 (Creche) 57,14%, no ponto 3 (Escola) 47,62% das amostras analisadas, apresentaram-se fora dos padrões preconizados pela portaria MS 05/2017. Em relação ao CRL, 93,65 % das análises estão em desacordo com a legislação vigente. Para as análises microbiológicas identificou-se no ponto 1, que cinco das amostras, apresentaram presença de coliformes totais e duas delas apresentaram presença de E. coli, já no ponto 2, três das amostras apresentaram presença de coliformes totais e duas indicaram presença de E. coli, enquanto no ponto 3, duas das amostras apresentaram presença para coliformes totais e E. coli. O que ressalta a importância de um monitoramento rotineiro e adequado dos sistemas de abastecimento, público ou privado, por parte dos órgãos competentes.

Palavras-chave: Qualidade da água. Potabilidade. Saneamento rural. Estação de

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ABSTRACT

Pró-Rural is a rural sanitation program created by Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), through Resolution No. 2745/91. Thus, the objective of this research was to evaluate the treatment of the water treatment system according to parameters, apparent color, turbidity, pH, free residual chlorine (CRL) and microbiological parameters. In view of these premises, three collection points were chosen to analyze the quality of the water supply in the village of Santa Clara. The analytical methods used in the research followed the recommendations of the Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. The parameters turbidity and pH met the current legislation. For the apparent color at point 1 (ETA) 66, 67%, at point 2 (nursery) 57.14%, at point 3 (School) 47.62% of the analyzed samples, were out of the standards recommended by the decree MS 05 / 2017. In relation to the CRL, 93.65% of the analyzes are in disagreement with the current legislation. For the microbiological analysis, it was identified in point 1 (ETA) that five of the samples had total coliforms and two of them had E. coli, already in point 2, (Daycare) three of the samples had total coliforms and two indicated the presence of E. coli, whereas in point 3, two of the samples had presence for total coliforms and E. coli. , Which underscores the importance of routine and adequate monitoring of public or private supply systems by the competent bodies.

Keywords: Water quality. Potability. Rural sanitation. Water treatment plant. Sentinel

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LISTA DE FIGURA

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Valores para o parâmetro turbidez ... 23 Gráfico 2 – Resultados obtidos para o parâmetro cor fora do padrão segundo

critérios estabelecidos em lei ... 24 Gráfico 3 – Valores obtidos para parâmetro cloro residual livre ... 25 Gráfico 4 – Valores obtidos durante a pesquisa para as análises de pH. ... 26

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 9 2 OBJETIVOS ... 11 2.1 OBJETIVO GERAL ... 11 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 11 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12

3.1 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO ... 13

3.2 PADRÃO DE POTABILIDADE ... 14 3.3 PLANO DE AMOSTRAGEM ... 17 3.4 INDICADORES SENTINELAS ... 18 4 METODOLOGIA ... 19 5 RESULTADOS E DISCURSÃO ... 22 6 CONCLUSÃO ... 28 REFERÊNCIAS ... 29

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9 1 INTRODUÇÃO

Segundo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil cerca de 29,9 milhões de pessoas residem em localidades rurais, em aproximadamente 8,1 milhões de domicílios (IBGE, 2010). A comunidade de Santa Clara fica a cerca de 15km da sede do município, a qual é cortada pelo córrego Santa Clara, que é utilizado pela comunidade através do programa Pró-Rural como fonte de abastecimento de água.

O Pró-Rural é um programa de saneamento rural criado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), em 26 de abril de 1991, através da Resolução n° 2745/91. Tem como objetivo geral implantar Sistemas de Saneamento Básico em comunidades localizadas em municípios, nos quais a CESAN possui concessão (preferencialmente), onde não há viabilidade econômica para operação/manutenção pela companhia. Normalmente, as comunidades estão em áreas geograficamente isoladas, com população entre 50 a 1500 habitantes, (CESAN).

A população deve receber água potável constantemente, dado que é uma das obrigações dos órgãos governamentais. Mas, não é apenas responsabilidade pública e, sim, de toda a sociedade por se tratar de um bem essencial (Silva, 2004).

De acordo com a Portaria consolidada nº 5 de 03 de Outubro de 2017, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), a potabilidade é o conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano. A água de qualidade, isto é, aquela que atenda aos padrões de potabilidade estabelecidos pelos órgãos responsáveis, é uma necessidade básica de qualquer ser humano.

É importante avaliar o sistema de abastecimento de água do povoado de Santa Clara, implantado através do programa Pró-rural, dado que após a sua instalação, em 2002, este nunca foi alvo de pesquisa em relação ao atendimento as normas vigentes. Além do mais, a comunidade possui grupos vulneráveis, como creche e escola que devem ser priorizadas (BRASIL, 2016). Existe também uma relação importante entre saneamento e saúde ambiental. Embora problemas dessa natureza estejam concentrados principalmente em áreas urbanas, não se podem descartar as áreas rurais, onde o saneamento é escasso, podendo ser, inexistente ou ineficaz (LARSEN, 2010).

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A pesquisa tem por objetivo diagnosticar as condições da qualidade da água ofertada ao povoado de Santa Clara, especialmente o seu atendimento a Portaria consolidada nº 5 de 03 de Outubro de 2017 (BRASIL, 2017), em relação às características físico-químicas e microbiológica.

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11 2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o atendimento do sistema pró-rural, localizado na comunidade Santa Clara, Ibatiba-ES, com os padrões vigentes de potabilidade da água.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar pontos de coleta segundo a Diretriz nacional do plano de amostragem da vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano.

Realizar análises físico-químicas e microbiológicas da água distribuída pela ETA (Sistema Pró-rural) da Comunidade de Santa Clara Ibatiba-ES.

Verificar o atendimento dos parâmetros (físico-químicos e microbiológicos) em relação às amostras coletadas na saída da ETA e na rede de distribuição contemplada pela mesma, as normas hora em vigência hora em vigor.

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12 3 REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente, o aumento populacional e a constante interferência no meio ambiente vêm alterando a qualidade das águas superficiais e subterrâneas. Assim, as reservas de água disponíveis são cada vez mais impactadas, por descargas de águas residuárias transformam os corpos d’água em veículo de transmissão de doenças, aumentando o risco de infecções como cólera, febre tifoide e paratifoide, febres e diversas doenças parasitárias (JANUÁRIO, 2013).

Ceballos (2000) aborda as condições que favorecem a transmissão de microrganismos patogênicos relacionadas à deficiência no saneamento e às precárias condições socioeconômicas, entre elas, a oferta insuficiente de água potável, a contaminação dos corpos hídricos, redes coletoras de esgoto insuficientes, destino inadequado desses esgotos, acúmulo de resíduos em locais públicos ocasionando a proliferação de vetores dos patogênicos, assistência médica precária e a educação sanitária deficiente.

Em 2009, o Ministério da Saúde, (BRASIL, 2009), apontou que o número de mortes de crianças menores de um ano de idade por diarreia no Brasil caiu 93,9% em 25 anos, caindo de 32.704, em 1980, para 1.988, em 2005. A diminuição desses índices devesse ao maior acesso da população aos serviços de saúde incluindo o tratamento de água.

Do ponto de vista econômico, o fornecimento de água é também de ampla importância, apontando em primeiro lugar (BRASIL, 2009), aumento da longevidade pela redução da mortalidade; aumento da vida produtiva do indivíduo quer pelo aumento da vida média quer pela redução do tempo perdido com doença; instalação de indústrias, inclusive a de turismo, com o consequente maior desenvolvimento das comunidades e facilitar o combate a incêndios.

Contudo, para que a água supra em quantidade compatível e com qualidade adequada as necessidades de uma população, ela percorre um longo caminho, os quais compõem um conjunto de obras de engenharia que se iniciam no local de origem da água (manancial) e se estendem até o local de consumo, as quais devem cumprir com eficiência o papel de proteger a população dos riscos à saúde. Essas etapas pressupõem a adequação às normas técnicas. A escolha do manancial é um dos passos mais importantes, dado que, este deve ser seguro em vista de agravos a

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saúde que o mesmo pode acarretar aos usuários, financeiramente econômico e apropriado a realidade social a qual será aplicada (BRASIL 2016).

O monitoramento desses possíveis agravos à saúde continua com o planejamento, o projeto e a operação, que deverá ser condizente com o tratamento, devendo ser exercido em todas as unidades do sistema: captação, adução, estações elevatórias, reservação e rede de distribuição cada uma com suas funções e possíveis variantes (BRASIL 2016).

A legislação brasileira adota o entendimento preconizado pela Organização Mundial de Saúde, no qual o controle de qualidade da água é uma atribuição (obrigatória) dos responsáveis pelo abastecimento de água, enquanto a vigilância da qualidade da água é exercida, de forma independente, pelas autoridades de saúde pública (PINTO et al., 2005).

3.1 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO

O conceito de operação de um sistema é muito mais que uma mera sequência de comandos de equipamentos, envolvendo aspectos de planejamento, controle e supervisão, serviços de infraestrutura de apoio e atendimento ao usuário, todos considerados simultâneos e interdependentes entre si (GUIMARÃES, 2010).

A qualidade da operação atrelada à adequação das características da água bruta e a tecnologia de tratamento são basicamente os principais indicadores para o bom desempenho das estações de tratamento de água (LOPES; LIBÂNIO, 2005). A variedade de fatores a serem observados durante o funcionamento dos processos unitários de tratamento e a falta, muitas vezes, de credenciamento e treinamento dos operadores de estações de tratamento de água, vem dificultando o controle operacional das estações, o qual é feito de forma reducionista, restringindo-se quase que tão somente ao atendimento dos padrões de potabilidade.

No Brasil algumas empresas prestadoras de serviços de saneamento básico, vêm negligenciando os aspectos de operação dos sistemas de abastecimento de água. Muitas delas encontram-se trabalhando acima de sua capacidade nominal ou produzindo água com qualidade insatisfatória. Constatam-se sérias reclamações por parte dos consumidores, que se ressentem da má qualidade dos serviços, convivendo, algumas vezes, com racionamentos e/ou desabastecimentos, o que compromete a rotina dessas prestadoras, desgastando seriamente sua imagem perante a sociedade. Essas empresas, buscando suprir a demanda sempre crescente de água e, paralelamente, manter uma boa qualidade defrontam-se com a escassez de recursos, que se acentua a cada dia em virtude das necessidades da

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14 sociedade, que são ilimitadas. Na tentativa desesperada de resolver tais problemas, essas empresas focam erroneamente nos fatores causais; busca-se o aumento da oferta ao invés da redução da demanda de água; aumenta-se a oferta sem considerar o reflexo da mesma na elevação dos custos; convive-se com o desabastecimento independentemente de seus efeitos danosos na qualidade do produto final; toleram-se o desperdício sem se preocupar com a sua eliminação, o que seria bem mais econômico (BÁGGIO,1998).

A qualidade do produto é vista unicamente sob o prisma de produto final, não o vendo sob o aspecto da qualidade total. Desta forma, muitos problemas decorrentes da operação de processos não são equacionados corretamente. Quando se busca a qualidade nos serviços prestados à população, a visão abrangente de todos os subsistemas componentes do sistema de abastecimento de água se torna extremamente importante (PARSEKIAN, 1998).

A falta de recursos humanos, físicos e financeiros geralmente são apontadas pelos gestores das ETAs como sendo seu principal problema, o que vem a desanimá-los na missão de operar e manter os sistemas de abastecimento de água (GUIMARÃES, 2010).

Bággio (1998) alerta sobre o comportamento desses gerentes ao confundirem operação com manutenção, vendo a operação como algo relativo a manter o sistema funcionando ou consertar o que está avariado ou quebrado.

3.2 PADRÃO DE POTABILIDADE

Conforme Brasil (2006a, 2017), água potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. Igualmente, padrão de potabilidade é o conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido em Portaria do Ministério da Saúde.

As normas de potabilidade são instrumentos técnico-jurídicos elaborados pelas autoridades sanitárias, com o apoio de instituições técnico-científicas, a ser cumpridas pelos órgãos de vigilância do setor de saúde e pelas empresas públicas e privadas de abastecimento de água (BRASIL, 2016).

O primeiro padrão de potabilidade nacional, a Portaria 56 do Ministério da Saúde, surgiu em 1977, definindo limites máximos para características físicas, químicas e biológicas da água de consumo humano, (FREITAS; FREITAS, 2005).

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Em janeiro de 1990, a Portaria 36 do Ministério da Saúde, aumentou o número de parâmetros e tornou alguns limites mais taxativos, padrões esses que culminaram para a postergação da implementação dessa portaria para janeiro de 1992.

Entre as principais inovações introduzidas pela 36/90 estão: a definição de controle e vigilância da qualidade; a definição de sistema de abastecimento de água; e a inclusão e revisão de alguns parâmetros químicos e microbiológicos (FREITAS; FREITAS, 2005).

Posteriormente, em dezembro de 2000, após ampla revisão da Portaria 36, foi publicada a Portaria 1469, sendo efetivada em janeiro de 2003. Com a instituição da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, em junho de 2003, a SVS assumiu as atribuições do Centro Nacional de Epidemiologia, então foi revogada a Portaria 1.469/MS passando a vigorar a Portaria 518/MS, que reproduziu inteiramente o conteúdo da portaria anterior, mantendo também os mesmos valores permissíveis para os parâmetros existentes.

A principal alteração apresentada pela portaria 1.469/MS foi a classificação dos tipos de sistemas de abastecimento de água, como por exemplo, a definição de sistema coletivo e sistema ou solução alternativa.

Sistema coletivo – constitui uma instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinados à produção e à distribuição canalizada de água potável para as populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão.

Sistema ou solução alternativa – constitui de toda modalidade de abastecimento coletivo de água, distinta do sistema coletivo, incluindo, por exemplo, fontes, poços comunitários, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontais e verticais.

A portaria também constituiu deveres e responsabilidades aos órgãos de saúde, encarregados de realizar a vigilância, e às empresas de abastecimento, administradas sob o domínio público ou privado. Devendo ambos monitorar os parâmetros de qualidade, desde as áreas de proteção do corpo hídrico até o tratamento e distribuição, sob a perspectiva dos riscos à saúde pública associados à vulnerabilidade do abastecimento de água.

De acordo com Libânio (2008), da Portaria 36 para a 518 foram inseridos 22 parâmetros, além de alguns pesticidas, como o Atrazina e o Glifosato, sendo esse

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último o herbicida de comercialização mais ampla no país. Contudo, permaneceram alguns agrotóxicos organoclorados não mais comercializados no Brasil, mas que têm grande persistência no solo e, por consecutivo, nas águas.

Em dezembro de 2011, publicou-se pelo Ministério da Saúde, a Portaria n° 2.914. Essa quinta versão da norma de qualidade de água foi resultado de um amplo processo de discussão da Portaria 518/MS que envolveu o Ministério da Saúde, as universidades e as empresas de saneamento.

Na portaria consolidada nº 5 de 03 de Outubro de 2017, são adotadas as definições:

I. Água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independente da sua origem; II. Água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde; III. Água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes, visando atender ao padrão de potabilidade (BRASIL, 2017).

O padrão de potabilidade definido pela Portaria de consolidada nº 5 de 03 de Outubro de 2017, do Ministério da Saúde é composto por:

(i) padrão microbiológico; (ii) padrão de turbidez para a água pós-filtração ou pré-desinfecção; (iii) padrão para substâncias químicas (inorgânicas, orgânicas, agrotóxicos, desinfetantes e produtos secundários da desinfecção) que representam risco à saúde; (iv) padrão de 21 radioatividade; (v) padrão de cianotoxinas da água para consumo humano; (vi) padrão organoléptico de potabilidade (BRASIL, 2017).

Em 28 de Setembro de 2017 foi publicado no diário oficial da união a portaria número nº 5. A qual consolida as normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Trazendo em seu anexo XX as normas vigentes do controle de qualidade da água, tendo como base a portaria 2914/2011, que define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2017). Assim não havendo alterações no que diz respeito aos níveis já estabelecidos.

Segundo Brasil (2006a), a concepção, o projeto, a implantação, a operação e a manutenção são etapas fundamentais de um sistema de abastecimento de água, mas insuficientes para assegurar que o sistema não ofereça risco à saúde humana. A amostragem e análises físico-químicas e microbiológicas da água devem ser realizadas com frequência adequada e nos pontos mais vulneráveis do sistema

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permitindo identificar, de forma probabilística, as possíveis falhas a fim de corrigi-las através de sua adequação a um conjunto de parâmetros de qualidade expressos na legislação da água.

A Portaria MS Nº5/2017 define, entre seus objetivos, as responsabilidades e os procedimentos adotados para o controle e a vigilância da qualidade da água para consumo humano, estabelecendo claramente a diferença entre essas ações:

Controle da qualidade da água para consumo humano, é o conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição. Vigilância da qualidade de água para consumo humano, é o conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a esta Portaria, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana (BRASIL, 2017).

3.3 PLANO DE AMOSTRAGEM

Deve ser selecionado um conjunto de pontos compostos por pontos críticos e não críticos buscando a representatividade pela distribuição geográfica desses pontos e identificação das situações de risco. Pontos em situação de risco são reconhecidos como aqueles mais vulneráveis, que abasteçam maior número de pessoas ou que abasteçam pessoas susceptíveis, como em hospitais, creches, escolas, entre outros. Soluções alternativas coletivas desprovidas de rede de distribuição a exemplo de poços comunitários, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais, horizontal e vertical, apresentam indícios de risco. A Portaria vigente enfatiza que, na seleção dos locais de coleta, devem ser priorizadas as pontas de rede e locais que alberguem grupos populacionais de risco à saúde humana (BRASIL, 2016).

Segundo a Diretriz nacional do plano de amostragem da vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano (BRASIL, 20016), o plano de amostragem deve abranger: os pontos de coleta, o número e a frequência das amostras, a definição de quais parâmetros são analisados e quais os laboratórios responsáveis pela coleta e análise laboratorial. A escolha dos pontos amostrados é orientada pela análise do cadastro e inspeções, pela representatividade espacial e temporal, pela densidade populacional (locais com grande afluência de público, com população vulnerável ou exposta a contaminação),

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bem como zonas de intermitência de abastecimento ou de baixa pressão no sistema de distribuição.

3.4 INDICADORES SENTINELAS

Os indicadores são capazes de descrever a qualidade da água, analisando suas características físicas, químicas e biológicas. Esses indicadores são selecionados de acordo com as características do sistema de distribuição de água, de forma que sejam eficazes para indicar o risco à saúde da população (BRASIL, 2006b).

De acordo com a Diretriz nacional do plano de amostragem da vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano (BRASIL, 2006b), os indicadores sentinelas, do ponto de vista sanitário, são instrumentos de identificação precoce de situações de risco em relação à água consumida pela população que podem ocasionar em doenças de transmissão hídrica, passíveis de prevenção e controle, através de medidas de saneamento básico.

O termo sentinela é utilizado em analogia às chamadas fontes sentinelas e aos Sistemas de Vigilância Sentinela muito usados em epidemiologia. Quando bem selecionados, os indicadores sentinelas asseguram representatividade e qualidade às informações produzidas, mesmo que não se pretenda conhecer o universo das ocorrências, (BRASIL, 2006c), como é o caso do cloro residual livre e da turbidez.

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19 4 METODOLOGIA

Geograficamente, a comunidade de Santa Clara encontra-se em Latitude: 20°14’02”S e Longitude: 41°35’10”W, situada na zona rural do município de Ibatiba-ES, a cerca de 15 km da sede deste (Figura1), e é abastecida por meio da Estação de Tratamento de Água (ETA) instalado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN), através do programa (Pró rural), o qual atende cerca de 700 habitantes, segundo os operadores da ETA.

Figura 1 – Imagem da comunidade de Santa Clara e dos pontos de coleta

Fonte: I3Geo

Coletaram-se amostras em três pontos, sendo um na saída da ETA e os outros dois pontos em locais Vulneráveis, sendo uma creche e uma escola, este último localizando-se em uma ponta de rede conforme Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano (BRASIL, 2016).

O estudo foi realizado nos meses de Março a Agosto de 2017. Foram realizadas coletas semanais em dias alternados, num total de vinte e uma campanhas em cada ponto, levando em consideração que são em triplicatas somou-se um total de 189 amostras analisadas, para os parâmetros de turbidez, cor aparente, cloro residual livre e pH. Com o intuito de verificar o atendimentos dos parâmetros físico-químicos e microbiológico da água distribuída pela ETA.

Os indicadores determinados foram os indicadores sentinelas e os auxiliares, sendo; turbidez e cloro residual livre (sentinelas) e cor e pH (auxiliares), também

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foram analisados os parâmetros microbiológicos, com analises de presença ou ausência de Coliformes Totais e E. Coli, determinado de acordo com Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (STANDARD, 2012).

As coletas de amostras para análises físico-químicas foram realizadas utilizando garrafas plástica de 500ml, protegidas para evitar a incidência direta de luz solar sobre a água coletada. Os parâmetros pH, turbidez, cor e cloro residual livre, foram analisados em triplicata e in loco (Laboratório Itinerante).

A cor aparente foi determinada pelo método de comparação com padrões de platina-cobalto, utilizando instrumento fotômetro multiparâmetro modelo HI 83099 que apresenta configuração óptica multi-detectora que inibe a interferência de cor e luz.

A turbidez foi determinada pelo método nefelométrico com a utilização de um turbidímetro portátil provido de fonte de luz de filamento de tungstênio, sendo a distância atravessada pela luz incidente não maior que 10 cm, calibrado todos os dias antes da utilização por meio de um padrão primário (0 e 100,0 UT), este método baseia-se na comparação da intensidade de luz desviada pela amostra com a intensidade da luz desviada por uma suspensão padrão de referência (comumente formazina) quantificando a turbidez diretamente com a intensidade da luz desviada.

O pH foi determinado pelo método potenciométrico (aparelho medidor de diferença de potencial) que determina a atividade iônica do hidrogênio, com o auxílio de um pH-metro portátil, calibrado com soluções tamponadas de pH 4,0 e 7,0.

Foram coletadas 18 amostras de água para analise microbiológica, durante os seis meses de pesquisa, sendo uma amostra por mês somando um total de seis coletas em cada ponto. Na coleta das amostras para análise microbiológica foi necessário a utilização de garrafas plásticas estéreis, com boca larga, tampa rosqueada e capacidade de 100 ml, as quais foram enviadas ao município de Ibatiba-ES pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito (LACEN), esterilizadas em autoclave a 121ºC por 15 a 20 minutos, onde posteriormente é adicionado duas gotas (0,1 mL) de Tiossulfato de Sódio a 10% dentro dos frascos, como o inibidor de cloro (FUNASA, 2013).

Os frascos foram levados para o local da coleta onde foi realizado a assepsia das torneiras com álcool 70%, efetuando-se uma descarga na torneira de dois a três minutos, deixando-se escoar a água inicialmente estagnada na tubulação, para, então ser efetuada a coleta.

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Após a coleta, as amostras foram conservadas em caixa térmica, com gelo reciclável, e encaminhadas ao LACEN, onde foram feitas as análises das amostras, pelo método substrato Cromogênio/Enzimático do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (STANDARD, 2012).

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22 5 RESULTADOS E DISCURSÃO

Nas visitas realizadas ao Pró-Rural de Santa Clara,foram identificadas várias dificuldades no que tange a atividade de controle da qualidade da água, como a falta de vidraria e de equipamentos necessários para aferição dos parâmetros básicos, como turbidez, cloro residual livre, pH e cor aparente. Os funcionários da estação fazem a aferição dos parâmetros de modo rudimentar, comparado a água tradada com a água que chega a estação em copos do tipo “americano”, e se no entendimento dos próprios, após esta comparação visual, os parâmetros não estiverem de acordo com as normas vigentes, é reduzido ou adicionado os produtos químicos até que no julgamento empírico dos servidores a situação seja normalizada.

Valores elevados de turbidez na água distribuída podem indicar ineficiência do tratamento ou o comprometimento do sistema de distribuição, por exemplo, devido a infiltrações na rede, formação de biofilmes ou intermitência do fornecimento de água (BRASIL, 2016).

Os resultados obtidos neste parâmetro chamaram a atenção (Gráfico 1), dado que foi observado variação nas análises realizadas entre os pontos em mesmo dia de coleta, ora maior na saída de água da ETA ora menor em comparação aos outros pontos. Há uma tendência indicando aumento na turbidez da água em seu percurso onde valores mais baixos foram observados na saída do reservatório e maiores nos pontos de coletadas mais afastado da ETA (creche e escola). O que sugere irregularidade na rede de abastecimento dado as discrepâncias dos resultados. Não obstante, as amostras analisadas permaneceram dentro dos limites preconizados para turbidez pelas normas vigentes (Figura 8). O limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 uT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 uT em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede) Portaria consolidada Nº 5/2017 MS (BRASIL 2017).

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23

Gráfico 1 – Valores para o parâmetro turbidez

Fonte: Do autor.

As análises do parâmetro cor aparente, em desacordo com a Portaria Nº 5/2017 MS (BRASIL, 2017) encontram-se demonstrados em porcentagem na (Gráfico 2) que é de 15 uH (²).

A cor aparente normalmente está ligada a matéria orgânica e outros compostos em suspensão na água. Apesar de se tratar de um indicador auxiliar, este parâmetro fora do padrão pode indicar um problema. Pois junto com a turbidez age como um escudo inibindo a ação do cloro ou de outros desinfetantes usados na supressão de organismo patogênicos. Além do mais, a água para consumo humano deve atender os padrões organolépticos estabelecidos em lei (BRASIL, 2017).

O padrão organoléptico, é conjunto de parâmetros caracterizados por provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, Portaria Nº 5/2017 MS (BRASIL, 2017). O seu não atendimento pode levar os usuários a fazerem uso de outras fontes de abastecimento, como minas, poços ou outras fontes alternativas, sem nenhum tipo de tratamento, pondo em risco a saúde dos usuários do sistema de abastecimento.

0,00 2,00 4,00 6,00

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

T UR B IDEZ (uT ) meses

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24

Gráfico 2 – Resultados obtidos para o parâmetro cor fora do padrão segundo critérios estabelecidos em lei

Fonte: Do autor.

Segundo a Portaria Nº 5/2017 MS (BRASIL, 2017), é obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mgL-1 de cloro residual livre em toda rede de distribuição, visando garantir os níveis de potabilidade indicados por esta portaria.

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 80,00 85,00 90,00

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

Cor A pa ren te (U C)

(27)

25

Gráfico 3 – Valores obtidos para parâmetro cloro residual livre

Fonte: Do autor.

Durante as análises observou-se que as amostras apresentaram baixo teor de cloro residual livre. Observou-se que 93,65 % das análises de cloro estão em desacordo com a legislação vigente, o que demonstra irregularidade no funcionamento da estação de tratamento ou na rede de distribuição, dado que o cloro residual livre além de ser um indicador sentinela, é o principal agente desinfetante utilizado na estação de tratamento.

Para garantir o teor mínimo previsto pelo padrão de potabilidade, o primeiro passo seria o aumento da concentração do cloro na saída da Estação de Tratamento de Água, porém isso pode acarretar em outros problemas, por exemplo na percepção dos consumidores como no gosto, coloração e odor (SALGADO, 2008). Com tudo, medidas corretivas devem ser adotadas, entre elas a manutenção adequada do sistema de distribuição afim de garantir não somente os níveis de potabilidade vigentes, mas também o bem-estar dos usuários do sistema.

Em relação aos parâmetros microbiológicos obteve-se o seguinte resultado: no ponto 1 (ETA), cinco das amostras, apresentaram presença de coliformes totais e duas das destas apresentaram presença de E. coli. Já no ponto 2 (Creche), três das amostras apresentaram presença de coliformes totais e duas indicaram presença de E. coli, enquanto no ponto 3 (Escola), duas das amostras apresentaram presença para coliformes totais e E. coli.

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40

Março Abril Maio Junho Julho Agosto

CLO RO RE S IIDUA L LIV RE E M (MG /L) MESES ETA Creche Escola

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26

O monitoramento de coliformes totais após a etapa de desinfecção permite avaliar a eficiência desse processo na inativação de bactérias. Sendo assim, o teste de presença ou ausência de coliformes totais é suficiente para atestar a qualidade bacteriológica da água na saída do tratamento, sendo que a presença desses microrganismos indica a necessidade de investigação e execução de medidas corretivas (BRASIL, 2016).

Para que a água seja considerada potável do ponto de vista microbiológico, tem que estar livre de bactérias indicadoras de contaminação fecal e não pode conter micro-organismos patogênicos (BRASIL, 2016).

O Parâmetro pH manteve-se dentro dos níveis de potabilidades, atendendo o preconizado pela legislação vigente, que é de 6,0 a 9,5 (Gráfico 4) Portaria de consolidada nº 5 de 03 de Outubro de 2017, Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Gráfico 4 – Valores obtidos durante a pesquisa para as análises de pH

Fonte: Do autor.

Em um trabalho realizado recentemente na zona urbana do Município de Ibatiba-ES, o qual realizou-se analises físico químicas, dentre elas, pH, turbidez e cloro residual livre da água distribuída ao município, pela mesma prestadora idealizadora do programa Pró-rural. Foram constatados dados discrepantes em

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relação a presente pesquisa, pois segundo (LEMOS et al 2018), “com resultados obtidos no trabalho, verificou-se que a água de distribuição do Município de Ibatiba-ES se encontra dentro dos padrões de potabilidade ora em vigor”. Evidenciando assim, que a falta de fiscalização por parte dos órgãos públicos, e de não haver interesse por parte da prestadora, o funcionamento do sistema de tratamento fica comprometido. Pois não há um controle efetivo de seu funcionamento. Acarretando o descumprimento dos padrões de potabilidades essenciais exigidos pelo Ministério da Saúde.

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28 6 CONCLUSÃO

Por meio dos resultados analisados dentro do período de março a agosto de 2017 conclui-se que: os parâmetro turbidez e pH atenderam os padrões preconizados pelas normas vigentes ora em vigor; já o parâmetro cor aparente uma média 57% das análises não atenderam os parâmetros exigido em lei, sendo no ponto 1 (ETA) 66,67% no ponto 2 (creche) 47,62% e no ponto 3 Escola 57,14% fora do padrão; em relação a presença ou ausência de coliformes totais e E.coli, das seis amostras coletadas no ponto 1 (ETA), cinco encontraram-se contaminadas por coliformes totais e em duas haviam presença de E.coli, no ponto 2 (Creche), três amostras tinham presença de Coliforme totais e duas estavam contaminadas por E.coli, no ponto 3 (Escola), duas amostras apresentaram presença de coliformes totais e duas presença de E. coli.

Não obstante, o cloro residual livre (indicador sentinela), 93,65% das amostras não atenderam os níveis de potabilidade, sendo que somente quatro amostras atenderam os padrões mínimos preconizados em lei especifica, que a manutenção de no mínimo 0,2 mgl-1 em toda rede de distribuição Portaria Nº 5/2017 MS (BRASIL, 2017).

Levando em consideração os resultados obtidos nessa pesquisa podemos concluir que o sistema de tratamento Pró-rural, não atende de forma plena o níveis de potabilidade ora em vigor. Contudo as informações geradas neste estudo contribuem para que medidas corretivas possam ser adotadas, a fim de minimizar os riscos à saúde dos usuários deste sistema. Servindo de base para outros municípios que fazem uso do sistema Pró-rural no Espírito Santo.

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