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Elaboração de charque de carne de cação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

ELABORAÇÃO DE CHARQUE DE CARNE DE CAÇÃO Waldemar Viana Almeida

Dissertação apresentada ao Departamento de

Engenharia de Pesca do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do Ceará,

como parte das exigências para a obtenção do titulo de Engenharia de Pesca.

FORTALEZA - CEARA 1996.1

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Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

A452e Almeida, Waldemar Viana.

Elaboração de charque de carne de cação / Waldemar Viana Almeida. – 1996. 28 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Agronomia, Fortaleza, 1996.

Orientação: Profa. Dra. Artamízia Maria Nogueira Montezuma. 1. Pescados. I. Título.

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Prof° Adj. Artarnizia Maria Nogueira Montezuma - Orientadora -

COMISSÃO EXAMINADORA:

Pro? Adj. Artamizia Maria Nogueira Montezuma - Presidente -

Prof. Adj. Masayoshi Ogawa - Membro -

Prof. Asst. José Wilson Caliope de Freitas - Membro -

Prof. Adj. Pedro de Alcântara Filho

- Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca -

Prof. Asst. José Wilson Caliope de Freitas - Coordenador do Curso de Engenharia de Pesca -

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A Professora Artarnizia Maria Nogueira Montezuma, pela orientação e sincera amizade no decorrer de minha formação acadêmica.

Aos Professores Pedro de Alcântara Filho, Vera Mota Klein e José Jarbas Gurgel, pela ajuda e amizade.

Aos meus amigos e Professores José Wilson CaHope de Freitas e Moisés Almeida Oliveira, pelo carinho e obstinação ao meu reingresso na Universidade, e apoio constante nesta conquista.

Aos colegas Franga, Helena, Henrique, Glorinha, Vânia, Evandro, Tarcísio, André e os demais, pela colaboração prestada e verdadeiro companheirismo no decorrer do curso.

Aos funcionários Petronília, Edilson, Antônio, Neuma, Rosângela e Norma, pela ajuda prestada durante o curso.

De modo especial e carinhoso a Leni, e meus irmãos, Glauco, Cláudio, Glauber, Gláucia, Cláudia, Gilberto, Walda e Zilda, pelo que representam para mim.

Enfim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

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RESUMO

Este trabalho visou obter charque d cação, com características de

umidade e cloret de sódio semelhantes ao charque bovino, permitindo portanto sua conservação à temperatura ambiente. Para tanto, utHizou-se urn

fluxograma adaptado de charque bovino e foi avaliando alguns parâmetros durante a estocagem do produto.

A matéria-prima constou de 4 espercies de cações capturados no litoral brasileiro: cação azul, Prionace giauca (Linnaeus) 1758; cação fidalgo, Cacharhinus obscuros (Le Sueur) 1818; cação tintoreiro, Galeocerdo cuvier

(Le Sueur) 1822 e cação mouro, Isurus oxvrhinchus (Rafinesque) 1818. 0 processamento do charque seguiu as seguintes stapes: Lavagem da matéria-prima, preparação (evisceragão, descabeçamonto e retirada do couro), filetagem e manteagdo, tratamento com solução de ácido acético e ácido ascórbico, salga úmida, salga seca, tombagem, secagem, embalagem e armazenamento. 0 produto elaborado foi analisado com relação ao teor de

microorganismos, OTMA, cinzas, doretos a com relação as suas

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I - INTRODUÇA

A utilização da salga e secagem na conservação das carnes, antecede muito ao surgimento da refrigeração. No Brasil, como em ultras partes, essa pratica visa a elaboração de produtos cameos que pudessem ser conservados por maior tempo à temperatura ambiente, Shimokomaki et alii (1987).

"Ch rque" é o produto obtido através da salga e secagem da came bovine desossada, sob c ndições que permitam sua conservação à temperatura ambiente.

Segundo Picchi g Cie citado por SHlMOKOMAKI (1980), o processo

consiste em promover a remoção da Ague dos tecidos, inicialmente pela alteração da pressão osmática provocada peia salga, e, posteriormente, pele secagem. O objetivo é diminuir a atividade da agua (wa) e conseqüentemente o desenvolvimento microbiano e reações enzimáticas. Durante o processo, ocorre a fermentação de alguns componentes da carne, promovendo o sabor típico e característico do "charque".

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Tradicionalmente, o charque

feito com carne

bovine,

ptrém esse

pr

c sso pode ser opli do a espécies de peixes, corno os

cog

e , que p dam

ser "monteados" com espessuras de aproximadamente 2,5 cm., MADRlD

COPRDVA (1984).

Este trabalho,

visa a elaboragto de

charque de carne de cação, utilizando um fluxograma adaptado de charque bovino, com o objetivo da obtenção de um produto de alto valor nutricional, baixo custo de produção, acessível às populações de menor poder aquisitivo.

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II- MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido no laboratório de tecnologia de rações do Departamento de Engenharia de Pesca e no Laboratório de Análises Microbiológicas do Departamento de Engenharia de Alimentos ambas do Centro de Ciências Agrárias da UFC, no período de março a julho de 1996.

O processam nto de carne de caço, foi feito com base num fluxograma de charque de carne bovina (Fig. 1), com adaptações para carne de cação,

resuitand n fluxograrie utilizado nesta pesquisa (Fig. 2).

Figura 1- Fluxograma de preparação industrial de charque bovino.

MATÉRIA-PRIMA DESOSSA MANTEAÇÃO SALGA TOMBAGEM LAVAGEM SECAGEM EMBALAGEM COMERCIALIZAÇÃO

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4

Figura 2 - fluxograma adaptado de charque bovino para charque de cação. MATÉRIA-PRIMA PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA LAVAGEM FILETAGEM E MANTEAÇÃO TRATAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA SALGA TOMBAGEM SECAGEM EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

De acordo com o fluxograma acima, foram realizadas as seguintes etapas:

A - MATÉRIA-PRIMA

A matéria-prima utilizada foi adquirida na Empresa de Pesca Interfrios S/A, em Fortaleza constando das espécies Prionace glauca (Linnaeus), 1758, conhecido popularmente como cação azul e/ou mole-mole. Carcharhinus obscurus (Le Sueur) 1818, conhecido corm fidalgo; Galeocerdo cuvier (Le &our) 1822, conhecid como tintoreiro e/ou jaguara; e Isurus oxvrhinchus

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_

(Rafinesque) 1810, conhecido popularmente como mouro, sendo que o cagão identificado com maior número de indivíduos, foi o cagão azul (Figs. 3).

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e B - PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA

Nesta etapa, procedeu-se ao descabeçamento, evisceraç'ão e retirada do couro e nadadeiras, tudo realizado manualmente, com a utilização de facas, apropriadas para tal (Fig. 4).

Figura 4 - Came de cação na forma de "charuto.

C - LAVAGEM

A lavagem dos "charutos" (cação sem cabeça, sem pele e sem visceras), foi realizada com água clorada, para a retirada de restos de sangue, gordura, sugidades, restos de trato intestinal.

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D FILETAGEM E MANTEAÇÃO

Para a obtenção dos filés, procedeu-se a retirada da coluna vertebral, contida nos "charutos" dos cagt5es, através de um corte longitudinal, dividindo o "charuto" em dois filés (Fig. 5). Em seguida, os filés foram cortados, longitudinalmente, formando mantas de aproximadamente 2,5 cm de espessura, em toda a sua extensão. A uniformidade na espessura das mantas 6 importante neste processo para garantir a boa penetração de sal e o tempo de secagem uniformes.

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E - TRATAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA

Nesta etapa, as mantas foram divididas em porções iguais de 10 kg e procedeu-se aos seguintes tratamentos: A primeira porção (10 kg de mantas) foi colocada em imersão em solução de ácido acético a 1%, por período de duas horas e trinta minutos; na segunda porção, além do tratamento com ácido ac6tico, citado anteriormente, adicionou-se á salmoura, 0,1% de ácido ascórbico. O ácido acético foi utilizado com a finalidade de mascarar o excess() de uréia contida nos músculos desses animais; e o ácid * aseárbic para

prevenir a oxidação dos lipidios. Após os tratamentos, as mantas foram lavadas com água clorada corrente para retirar os excessos das substâncias citadas.

F - SALGA

Para a realização desta etapa, as mantas foram submetidas a dois tipos de salga: salga úmida e salga seca. No primeiro, salga úmida, as mantas foram imersas numa solução de NaCi saturada, utilizando a proporção de 3 litros de solução para 1 kg de carne, por um período de 48 horas. Na salga seca, as mantas foram empilhadas dentro de um monobloco plástico, em camadas alternadas de sal e manta. Sobre as pilhas colocou-se pesos, corn a finalidade de pressionar a pilha de manta, melhorando a penetração de sal e a retirada de umidade. As operações de salga seca, foram processadas á sombra, em

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ambiente fechado por um período de 72 horas. Na salga seca, o sal utilizado foi de aproximadamente 315 kg de NaCl/10 kg de filés.

G - TOMBAGEM

Após a salga seca, procedeu-se a tombagem, que consiste na inversão da pilha de carne, ou seja, a primeira manta passou a ser a última, com o lado de cima virado para baixo e vice-versa. Neste procedimento realizou-se 4 tombos, com diferença de 24 horas entre cada um deles. Esta etapa, foi realizada à sombra, em laboratório, com as mantas permanentemente cobertas com plástico. Após, retirou-se o excesso de sal com água corrente.

H - SECAGEM

A secagem foi procedida ao sol (secagem natural), com a utilização de um secador telado de construção caseira para proteger o produto contra insetos e outros animais (Fig. 6). As mantas foram expostas ao sol das 8 às 12 horas e após este período, foram viradas, permanecendo até as 16 horas. Este procedimento foi realizado durante todo o período de cura, que durou 4 dias consecutivos. No inicio da secagem e no final de cada dia de sol, as mantas foram pesadas.

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Figura 6 - Caixa com armação de madeira e revestimento de tela fina, utilizada na secagem do charque.

I - EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO

As peças de charque, foram colocadas em bandejas de isopor, envoltas Com filme de polietileno e armazenadas a temperatura ambiente por um período

de 40 dias,

Após a elaboração do produto, foram realizadas as seguintes determinações: umidade, cinzas, cloreto, OTMA e TMA e as análises microbiológicas: contagem total em placas, coliformes fecais, coliformes totais, Staphylococcus aureus, bolores e leveduras e halófilas, conforme Tabela 1 e 2 (Capitulo Ill);

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* UMIDADE

Usou-se para determinação da umidade o método da estufa a 105°C., até peso constante, por um período de 24 horas;

-* CINZAS

Determinação feita por incineração em forno mufla a 550°C, por um período de 4 horas;

* CLORETO

Usou-se o método de Mohr;

* OTMA

Análises de Oxido de Trimetilamina

Para a determinação do OTMA, seguiu-se o método de Bystedt et alii 1959, ou seja, o OTMA foi reduzido a TMA usando-se o tricloreto de titânio e o seu conteúdo estimado para diferença dos conteúdos de TMA antes e após a redução;

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Ancaoso TrAmeggeolna

Para a avaliagão de trimatilarnina (TMA) seoulu-se o mat da Dyer descrito por VVOYENODA et alli, (1966), usando-se como padrão o cioridrato de trimetilamina;

ANAUSES iiiiCii0600LOOMS

As pesquisas das proves microbiológlcas seguiram a metodologia descrita na 1NTERNATION L. COMM ON ON MlCROMOLOGlCAL SPECFICATION FOOD (1978).

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Ill - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando o rendimento da matéria-prima em relação ao peso total dos exemplares de cacao utilizados, verifica-se um percentual em tomo de 54%. Segundo MADRID & COPRIVA (1984), o "charuto" de diversas espécies de tubarões, apresentam rendimento variado entre 33,3% a 65,8%, o que está de acordo com os nossos resultados.

Na etapa de preparação da matéria prima, verificou-se um odor desagradável de uréia nos músculos dos cações. Após o tratamento com ácido acético e a secagem, o odor característico de uréia, foi totalmente eliminado.

Gordievskaya (1973), citado por TORRANO & OKADA (1977), demonstrou que o elevado teor de uréia na came de cação, pode ser eliminado, consideravelmente, com lavagem utilizando soluções de ácido lático e acético em concentrações de 1 a 2%.

TORRANO & MENEZES (1977), trabalhando com 4 espécies de cação do litoral sul do Brasil puderam confirmar os resultados de Gordievskaya, utilizando o tratamento de ácido acético a 1%, obteve produtos salgado-secos de muito boa aceitação.

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0 tratamento que continha o ácido ascórbico visava prevenir a oxidação dos lipídios. TORRANO & MENEZES (1977) verificaram que existia pouca gordura na composição química das diversas espécies de cações. O produto elaborado nesta pesquisa, mesmo armazenado .6 temperatura ambiente (mais ou menos 30°C), não apresentou odor de rancificação no período de mais de 40 dias de armazenamento.

Tressler (1960), citado por GURGEL (1968), comenta que a oxidação e hidrólise das gorduras ocorrem mais rapidamente à luz do sol, na presença de corrente de ar e em altas temperaturas. O mesmo autor cita que o cloreto de sódio, acelera a razão de oxidação da gordura dos peixes.

Analisando etapa de salga das mantas, verifica-se que, no final, o produto apresentou textura considerada muito boa, aparência agradável, odor e sabor característicos de peixe salgado-seco, semelhante ao bacalhau. 0 teor de cloreto no charque tratado com ácido acético, foi da ordem de 27,7% e, com ácido acético mais ácido ascórbico, foi da ordem de 29,6%, sendo considerados valores um tanto quanto elevados para esse tipo de produto que se deseja elaborar.

Bello & Luna (1971), citado por TORRANO & OKADA (1977) afirmaram que o cacao salgado e seco pode ser considerado de boa qualidade quando apresentar NaCI não inferior a 20%.

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FREITAS & GURGEL (1971), analisando amostras de peixes salgado-secos procedentes dos açudes e litoral nordestinos, verificaram que o conteúdo em sal dos produtos manufaturados, variou de 6,2% a 26,5%, sendo que 62,9% dos peixes continham entre 13% e 20,9% de NaCl.

Botelho (1957), citado por FREITAS & GURGEL (1971), refere-se aos resultados obtidos em duas amostras de pirarucu da Região Amazônica, salgado e seco nas quais foram encontrados 15,2% e 20% de sal, respectivamente.

Machado (1968), citado por GURGEL & FREITAS (1971), recomendou para salga da serra (Scomberomonus maculatus Mitchiu, 1815), percentagens elevadas de sal, entre 60% e 100%. Segundo GURGEL & FREITAS (1971), acreditam que para a salga a seco, esta quantidade, eleva o custo do processamento, pois se pode observar que 30% de sal, são suficientes quando existe uma boa distribuição para se obter uma maturação satisfatória e uma salga econômica.

Com relação ao teor de umidade final do charque de cação elaborado, verifica-se um percentual de 47%, após a secagem. Este valor pode ser um pouco elevado, tendo em vista que a literatura recomenda para charque bovino percentual máximo de 45%.

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PICCHI & CIA (1980), afirmaram que as análises de composição percentual do charque bovino, devem indicar na porção mais magra da manta, um teor máximo de umidade de 45% e mínimo de sal de 10%, que são parâmetros mínimos â sua conservação.

Bello & Luna (1971), citado por TORRANO & OKADA (1971), concluíram em uma pesquisa, que o cação salgado-seco pode ser considerado de boa qualidade, quando apresentar teor de umidade não superior a 38%.

TORRANO & OKADA (1977), concluíram que o cação salgado-seco do tipo bacalhau da espécie do cação azul, apresentou uma aceitação muita boa por parte do consumidor e devido seu baixo custo poderá ser produzido em larga escala como sucedâneo do bacalhau importado.

Waterman (1976), citado por FREITAS et alii (1981), informa que um produto com um teor de água entre 35% e 45% dependendo da quantidade de sal presente resiste bem ao desenvolvimento de fungos e bactérias. 0 efeito adicional da preservação do sal irá dar ao produto, parcialmente seco, a mesma vida de estocagem que o produto não salgado mas muito seco.

Watanabe (1975), citado por FREITAS et alii (1971), afirma que, em experimentos com secagens de tilápias com teor de humidade entre 35% e 45%, se conservam bem, se o conteúdo de sal for superior a 10%. E que peixes

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salgados-secos, mesmo com mais de 40% de umidade, os fungos não podem se desenvolver.

As análises químicas de umidade cinzas e cloretos foram realizadas nos filés salgados e secos conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Composição química média do charque tratado sem Acido ascórbico (Amostra I) e, Acido acético mais ácido ascórbico (Amostra II).

AMOSTRAS UMIDADE % CINZAS % CLORETOS %

I 47,4 28,9 27,7

II 47,5 31,5 29,6

As análises microbiológicas foram realizadas nos filés frescos e na etapa de salga conforme Tabela 2. Os dados obtidos nestas análises, conferem à matéria-prima uma boa qualidade higiênico-sanitário, tendo em vista a ausência de bactérias indicadoras de contaminação do produto.

Logo após a elaboração do charque, novas análises microbiológicas foram realizadas nos produtos tratados com ácido ascórbico, e, sem ácido ascórbico, conforme Tabela 2. Os resultados destas análises, mostram, também, a boa qualidade higiênico-sanitário destes produtos.

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Tabela 2 - Resultados das análises microbiológicas nos charques.

BACTÉRIAS CARNE

FRESCA

PRODUTOS TRATADOS PRODUTO

COM ACIDO ASCÕRBICO AMOSTRA I AMOSTRA II

SEM ACIDO ASCCRBICO

AMOSTRA I AMOSTRA II APÓS 40 DIAS DE ARMAZENAM. CONTAGEM PADRÃO EM

PLACAS 1,7X105 UFC/g 10 UFC/g

10 UFC/g 1 ,3x104 UFC/g 1 ,3x1e UFC/g

COLIFORMES

TOTAIS AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE

AUSENTE COLIFORMES

FECAIS AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE

STAPHYLOC.

AUREUS AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE AUSENTE

HALÓFILAS

C/AC. ASC. 9,1x106 UFC/g

HALOFILAS

S/AC. ASC. 8,7x1 08 UFC/g

BOLORES E

LEVEDURAS AUSENTE < 10

Após 40 dias de armazenamento à temperatura ambiente, os produtos foram analisados sob o ponto de vista da existência ou não do desenvolvimento de bactérias halófilas, bolores, e leveduras, tendo apresentado os seguintes resultados: ausência de bolores e leveduras (<10) e 9,1x106 UFC/g, para o tratamento com ácido ascórbico e 8,7x106 UFC/g para o tratamento sem o ácido ascórbico, para as bactérias halófilas (gênero Serratia). Estes resultados demonstram a presença de bactérias halófilas, justificando o aparecimento de manchas avermelhadas no produto.

Segundo MADRID & COPRIVA (1984), a uréia e o OTMA constituem-se características intrínsecas das carnes de cações e tubarões não dependendo do grau de frescor da matéria-prima. Enquanto a uréia se degrada em amônia, o OTMA, por redução bacteriana, transforma-se em TMA e, posteriormente, em

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DMA, formaidelde. A presença destes subprodutos em determinados teores, caracteriza o grau de qualidade da carne de c-agão.

A análise de OTMA no produto, realizado de acordo com o método descrito por W YOWODA et alli (1986), apresentou o valor de 67,56mg/100g de músculo, o que está de acordo com os dados de Huss (1988), que encontrou no bacalhau valores de 80-120mg/100g.

Huss (1988) encontrou OTMA em todas as espécies de água marinha

estudadas, em níveis que variam de 1 a 7% do tecido muscular (peso seco), mas predcarr ente não encontrou em espécies de Agua doce e em organismos

terrestres. O mesmo autor, detectou as maiores quantidades de OTMA nos

elasmobranquios e ides (75-250mg/100g), no bacalhau (60-120mg/100g) e para

peixes pianos pelágicos encontrou uma quantidade minima

PIICCH & CA (1980), relatam que os cuidados higiênicos para a preparação do charque, baseiam-se principalmente na prevenção contra o vermelhão conseqü6ncia de presença de bacténas haláfilas cromogênicas ou

não que causam no charque o aparecimento de manchas corn coloração vermeiho-violeta e odor desagradável.

FREITAS et aiii (1981), cita que as normas bacteriológicas de produtos

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Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, hoje Câmara Técnica Alimentar, fixa os os seguintes padrões para pescado salgado-seco:

Contagem padrão de bactérias - máximo de 5x1031g; Coliformes de origem fecal - máximo de 2x1051g; Coliformes de origem total - ausente;

Clostrideos sulfito redutores- máximo de 2x10/g; Staphilococcus aureus - máximo de 103g.

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IV - CONCLUSÃO

Dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se tirar as seguintes conclusões:

1. 0 produto elaborado apresentou um teor muito elevado de sal e um teor de umidade um pouco acima do esperado;

2. 0 produto foi preparado através de cozimento após a sua fabricação e apresentou cheiro, aspecto e gosto agradáveis, lembrando bastante o tradicional bacalhau;

3. 0 cação tratado com ácido ascórbico apresentou uma coloração de carne mais clara do que o não tratado com esta substância;

4. 0 produto apresentou coloração avermelhada provocada por bactérias halófilas, após 40 dias de armazenamento.

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V - BIBLIOGRAFIA

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4. FREITAS, J. Valdo F.; GURGEL, J. Jarbas S; MACHADO, 7. Lun

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Reriutaba, Ceará, Brasil, Bol. Tecn. do DNOCS v. 27, 1969.

17. WATANABE, K., citado por FREITAS, A VaIdo F.; GURGEL, J. Jarbas S.; MACHADO & Luna. Estudos s bre Melhoria do Processamento da

Salga e Secagem da Tilápia no Nil°, Sordherodon niiolticus, no Açude Araras, Ce. Bol. Tec. do DNOCS, Foftleze, 39(2): 71-87, juiidez. 1981.

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1081.

19. WOYEVA/ODA, A. D., et alii. Recommended laboratory methods for assessment of fish quality. Canadian Tech. Fish. Aquatic Sci., n. 1448, p.143, 1983.

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