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O Regime Militar Brasileiro - Anos de Chumbo, Milagre Econômico e Abertura

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O Regime Militar Brasileiro - Anos de Chumbo, Milagre Econômico e Abertura

Objetivo

Analisar o governo do general Emílio Garrastazu Médici, o auge da repressão e o crescimento econômico do milagre brasileiro. Além disso, vamos discutir os efeitos da crise do petróleo de 1973 sobre os projetos dos militares e a estratégia de abertura lenta, gradual e segura iniciada pelo general Ernesto Geisel.

Se liga

Para mandar bem neste conteúdo, é essencial que você tenha visto a aula sobre a institucionalização do regime militar com os governos de Castello Branco e Costa e Silva.

Curiosidade

No governo de Emílio Garrastazu Médici, auge da ditadura militar, a perseguição se tornou generalizada e se estendeu até para o campo da ciência, com o “Massacre de Manguinhos”, em 1970, ocorrido na atual Fundação Oswaldo Cruz. Diversos médicos, professores e pesquisadores foram cassados e aposentados compulsoriamente, com a invasão do campus da instituição pública. Além disso, várias pesquisas foram destruídas e, literalmente, jogadas no lixo.

Teoria

“O Ano que não terminou”

O ano de 1968 ficou conhecido na história como o “Ano que não terminou”, marcando um período intenso na política e na produção cultural ao redor do mundo. Além de assassinatos como o do pastor e líder Martin Luther King e do senador norte-americano Robert Kennedy, também marcaram presença a Guerra do Vietnã, o auge do movimento Hippie, a Primavera de Praga, os protestos do Maio de 68, na França, e, na América Latina, os diversos atos contra os governos autoritários. No Brasil, não diferente, eventos como a “Passeata dos cem mil” e a morte do estudante Edson Luís demonstram a tensão que se construía entre a Ditadura e seus opositores.

A resposta do Governo para essa intensificação nos atos foi, primeiramente, a proibição de manifestações em ruas de todo o país pelo ministro da Justiça, em 5 de julho. Em seguida, em um ato ainda mais radical do Governo, foi decretado, em dezembro de 1968, o Ato Institucional Nº5 (AI-5).

Assinado pelo presidente Arthur da Costa e Silva, o AI-5 legitimava o fechamento do Congresso Nacional, das assembleias legislativas e das câmaras municipais. O ato permitia ao chefe do Executivo, no caso o presidente, cassar os mandatos legislativos, executivos, federais, estaduais e municipais, ou seja, concedia plenos poderes ao governante, que podia, ainda, suspender os direitos políticos dos cidadãos, demitir, remover, aposentar funcionários civis e militares.

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O texto indicava também plenos poderes para demitir e remover juízes, decretar estado de sítio sem restrições ao país, legislar por decreto e baixar outros atos institucionais complementares. Por meio do texto, o governo retirou o direito a habeas corpus (liberdade provisória do indivíduo enquanto responde ao processo) dos acusados de crimes contra a segurança nacional. Esses acusados passaram a ser julgados por tribunais militares sem direito a recorrer.

Assim, apesar de todo o processo de escalada do autoritarismo e da repressão nos primeiros anos da Ditadura Militar, foi o ato instrucional de 1968, o AI-5, que de fato consolidou o período mais violento e repressor do regime militar no Brasil. Esse é considerado um dos capítulos mais tristes da história republicana brasileira, conhecido como os “Anos de Chumbo”.

O Governo Médici (1969-1974)

A ditadura total e o combate às guerrilhas

O governo Costa e Silva teve fim com a morte do presidente em 1968. No seu lugar, assumiria o civil Pedro Aleixo, mas foi impedido pelos militares, que elegeram indiretamente outro general da linha dura, Emílio Garrastazu Médici. O seu governo é considerado por muitos como a fase mais violenta da ditadura e, de fato, Médici se aproveitou de todo um aparato de violência e perseguição para combater a oposição.

Entre 1969 e 1973, Médici intensificou os combates aos guerrilheiros nas zonas rurais e urbanas. Para muitos autores, a guerrilha no Brasil, apesar de treinada, jamais foi uma ameaça real para a consolidação da ditadura militar, visto que o exército brasileiro era muito maior e mais bem equipado. Assim, Médici teria usado as guerrilhas como forma de permanecer no poder e de prolongar a violência da ditadura. Afinal, a ameaça, agora, era minimamente real.

Visto isso, Médici combateu focos de guerrilhas, inspirados na revolução cubana e maoísta, como:

• Movimento Nacionalista Revolucionário (MRN);

• Vanguarda Popular Revolucionária (VPR);

• Partido Comunista do Brasil (PCdoB);

• Aliança Nacional Libertadora (ANL).

O combate às guerrilhas durante o governo Médici, naturalmente, foi possível graças à consolidação de diversos Atos Institucionais e da violência do regime. No entanto, a operacionalização do sistema de inteligência e da enorme rede de perseguição, violência e tortura foi fundamental para caçar, prender e matar esses “inimigos”.

Em 1969 foi criada a Operação Bandeirante (OBAN), que subordinava oficialmente todos os órgãos de inteligência do Estado. Assim, a OBAN, através do Centro de Informações do Exército (CIEx), do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), do Centro de Informação Social do Exército (Cisa) e do próprio SNI, conseguia reunir informações necessárias para identificar e exterminar esses focos de guerrilhas. Umas das principais operações, inclusive, foi a caça e o assassinato de Carlos Marighela.

Em 1970, a OBAN foi incorporada pelo II exército ao DOI-CODI. Assim, o Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) controlava as tropas do Destacamento de Operações Internas (DOI) e garantia a identificação

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O milagre econômico e o ufanismo brasileiro

O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) e a retomada econômica

Assim que eleito pelo Congresso, em 1964, Castello Branco nomeou para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, respectivamente, Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos. Esses aliados do governo receberiam a missão de controlar a crescente inflação brasileira, lidar com o caos da dívida internacional e retomar o desenvolvimento do país.

Para isso, criaram o chamado Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). O PAEG visava a combater a alta inflação através do ajuste das contas públicas, aumentar os investimentos nas estatais brasileiras, mas eliminando os gastos supérfluos, atrair investimentos externos, reformar o Sistema Financeiro Nacional e acelerar o ritmo do desenvolvimento econômico do país.

Apesar de o planejamento ter o intuito do controle dos problemas e da retomada do crescimento, algumas medidas para alcançar esses objetivos foram bastante impopulares e tiveram consequências principalmente para os trabalhadores. As medidas desencadearam uma série de aumento nos impostos, crescimento do custo de vida e arrocho salarial.

Embora impopulares, os movimentos sociais e sindicais pouco podiam fazer para combater tais medidas, visto que estavam enfraquecidos e sem as tradicionais lideranças. Além disso, as reclamações ou oposições não seriam bem-vindas pelo autoritarismo do governo.

Enfim, o PAEG, apesar dos problemas, conquistou relativo sucesso. A inflação foi controlada e o país retomou os bons índices de crescimento. Ainda obteve sucesso na criação do Banco Central e do Banco Nacional de Habitação. Portanto, o PAEG consolidou uma base econômica estável para a chegada do milagre econômico.

Não tão milagre assim, como veremos a seguir, segura aí!

“Pra Frente Brasil”

Já no governo Médici, é necessário destacar que todo o clima de tensão e violência dos “anos de chumbo”

conviveram também com um crescimento do otimismo e do ufanismo. Como visto, os governos militares anteriores, com seus planejamentos econômicos, conseguiram estabilizar os problemas econômicos, reduzir a inflação e ainda permitiram uma retomada do crescimento.

Essas mudanças na economia e a sensação de estabilidade causada pelo autoritarismo foram fundamentais para uma maior entrada de investimentos externos. Com a criação do Plano Nacional de Desenvolvimento I (PND), o governo Médici estabeleceu as diretrizes para o desenvolvimento do país e metas que deveriam ser atingidas para melhorar sua infraestrutura. Logo, o capital estrangeiro garantiu a entrada de empresas multinacionais nos setores de automobilismo e eletrodomésticos, permitiu o crescimento de empresas nacionais do setor de bens não duráveis e manteve as estatais focadas no setor de segurança nacional, como a indústria pesada, de energia e setor bélico.

Todo esse desenvolvimento econômico levou a um aumento significativo o PIB do país, que atingiu o auge em 1973, com o crescimento de cerca de 12% a 14%, e uma falsa sensação de crescimento, com a diminuição da inflação. O sentimento de otimismo ainda foi ampliado graças às “obras faraônicas” realizadas pelos militares, que traziam um sentimento real de desenvolvimento. Outra consequência desses investimentos em obras grandes foi a geração de empregos e o consequente aumento do êxodo rural, que ocorreu sem nenhum tipo de planejamento e sem oferecer condições mínimas a essa população que chegava nos grandes centros urbanos.

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Construiu-se, nesse período, a Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e a Hidrelétrica de Itaipu, com altos valores e sem nenhuma transparência na organização dos gastos públicos. Vale lembrar que a forte censura da época não permitia que escândalos de corrupção fossem divulgados, o que ajudou a criar um imaginário de que não havia qualquer tipo de desvio de dinheiro público durante o período.

Esse sistema permitiu assim um crescimento econômico considerável, sendo chamado inclusive de

“milagre”. Entretanto, o milagre real foi apenas para a classe média, que ampliou seu poder de compra e de produtos no mercado. Para os trabalhadores e a classe mais pobre, o arrocho salarial, a violência e as altíssimas taxas de desigualdade foram a realidade do “milagre”. Desse modo, apesar de garantir o crescimento econômico, tornou inevitável o afloramento de graves tensões sociais, o que era sufocado pela crescente repressão do período.

Com uma economia extremamente dependente de investimentos externos, no período entre 1964 e 1978, a dívida externa brasileira passou de cerca de 3,5 bilhões para quase 55 bilhões, segundo números do Banco Central.

Outro fator importante para esse crescimento foi o grande otimismo e ufanismo que se construiu no início da década de 1970. A publicidade da ditadura realizou diversas campanhas nacionalistas e autoritárias, com slogans como: “Ninguém segura esse país”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “Brasil: Ame-o!” e outros.

Enfim, a vitória brasileira na Copa do Mundo masculina de 1970 ainda se tornou a cereja do bolo, consagrando o Brasil como um país forte e aumentando a euforia com relação ao desenvolvimento nacional. A música que embalou a vitória brasileira no México, “Pra Frente Brasil”, acabou sendo utilizada pelo próprio regime militar, que se apropriou do título para fazer sua propaganda.

Propaganda da ditadura militar do governo Médici.

(Disponível: http://paineira.usp.br/aun/index.php/2018/12/20/o-que-define-um-regime-autoritario/)

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Pra Frente Brasil (Copa de 1970) Noventa milhões em ação, Pra frente Brasil,

Do meu coração...

Todos juntos vamos, Pra frente Brasil, Salve a Seleção!

De repente

É aquela corrente pra frente,

Parece que todo o Brasil deu a mão...

Todos ligados na mesma emoção...

Tudo é um só coração!

(Disponível em: https://www.vagalume.com.br/hinos-de-futebol/pra-frente-brasil-copa-de-70.html.)

Vale ressaltar que essas propagandas tinham um objetivo evidente de enaltecer o “bom” momento que o país vivia com o milagre econômico, mas também cumpriam a função de afirmar o autoritarismo governamental e reprimir movimentos contrários ao modelo, com campanhas com slogans como “Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil”.

O governo de Ernesto Geisel (1974-1979)

Em 1974, o mandato de Médici terminou, encerrando também os anos de governo da ala conhecida como “linha-dura”. Ao fim deste mandato, os principais focos guerrilheiros já estavam praticamente dominados, as lideranças políticas de esquerda presas, mortas e exiladas e, definitivamente, não havia uma ameaça comunista no Brasil. Entretanto, apesar do fim dos chamados “anos de chumbo”, o governo do “castellista” Ernesto Geisel ainda manteve algumas práticas violentas e o autoritarismo entre 1974 e 1979. Durante esse período, coexistiram no cenário brasileiro a persistência da ditadura, sobretudo pelos esforços da linha dura, com um processo de redemocratização.

A redemocratização, após 10 anos de ditadura civil-militar se tornou parte do projeto político, planejava-se uma reabertura lenta, gradual e segura, para evitar um “avanço da esquerda e da oposição”.

Diante do barril de pólvora que o Brasil se encontrava, com o crescimento da oposição ao regime, foi defendido que a redemocratização ocorresse devagar, sem que houvesse qualquer “retrocesso” e de modo a garantir os interesses das elites dominantes. Antes de tudo, era importante que fosse segura, principalmente, para os militares, que cometeram uma série de excessos durante o período ditatorial e que evidentemente perceberam que não poderiam se manter no poder infinitamente.

Essa redemocratização foi muito incentivada também pelo próprio desgaste dos militares no governo. Afinal, o milagre econômico já não rendia os mesmos frutos em 1974, a opinião pública internacional denunciava as atrocidades do regime, os escândalos e a crise interna do exército já não eram mais tão abafados e o autoritarismo já não sustentava mais o governo.

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O fim do milagre econômico e o PND II

Durante a década de 1960, o ex-Ministro da Fazenda Antônio Delfim Neto, quando criticado sobre os altos índices de desigualdade no país, teria supostamente afirmado que é preciso deixar o bolo crescer para depois dividir. Assim, percebia-se o desejo do governo de impulsionar a economia, o que ocorreu com o suposto

“milagre econômico”, mas, apesar do bolo ter crescido, não chegou a ser dividido.

O crescimento do PIB acima de 10% ao ano não representou melhorias nas desigualdades sociais, mantendo esses índices ainda mais altos. Assim, em 1974, com o fim do milagre econômico, já não havia mais o crescimento e nem mesmo igualdade social, pois a miséria era uma realidade para muitas famílias.

A crise era maquiada pelas informações oficiais divulgadas, visto que a alta inflação não era revelada pelo governo. Agravando ainda mais essa situação, em 1973, a crise do petróleo impactou diretamente a economia brasileira, muito dependente dessa fonte energética. Além disso, os abundantes empréstimos que eram concedidos ao país durante os governos militares anteriores diminuíram drasticamente, o que encurtou os recursos disponíveis para investimento nas áreas consideradas essenciais para o crescimento do país.

Pega a visão: chama na contextualização histórica e lembra que a crise do petróleo estava diretamente relacionada com os conflitos entre os países do Oriente Médio e Israel, como a Guerra do Yom Kippur.

O gráfico aponta o controle da inflação durante os primeiros anos da ditadura militar e mostra como já próximo do seu fim os índices inflacionários aumentaram exponencialmente.

(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45960213.)

Para lidar com essa crise e tentar retomar os altos índices de crescimento passados, em 1974, Geisel lançou o II Plano Nacional de Desenvolvimento. O II PND havia sido elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e tinha como finalidade estimular três setores básicos: infraestrutura (ampliação das malhas rodoferroviárias, das redes de telecomunicação e da produção agrícola), setor de bens de produção (com as indústrias químicas e siderúrgicas) e energia (petróleo, energia hidrelétrica e fontes renováveis).

Para isso, o plano repetiu estratégias anteriores, no alinhamento do capital nacional privado, estrangeiro e público. No entanto, houve uma participação muito maior do Estado na economia, sobretudo no setor industrial. Intervencionismo esse que, no entanto, investiu em obras faraônicas, mas de baixo rendimento ou que acabavam sendo destinados a empresas privadas.

Assim, no final do mandato de Geisel, a dívida externa estava ainda maior, bem como a taxa de inflação.

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A crise política de 1974

Em 1974, a escolha de Geisel como o novo presidente veio acompanhada também de uma expressiva vitória do MDB nas eleições, conquistando 16 das 22 vagas para Senador e, em 1976, vitórias nas principais cidades brasileiras.

A política de Geisel visava um processo de redemocratização, mas as consecutivas vitórias da oposição e o crescimento das críticas colocava em risco o plano de uma abertura lenta, gradual e segura. Afinal, essas derrotas do ARENA representavam o próprio desgaste da ditadura e o descontentamento social com os políticos e militares.

Assim, mesmo em um cenário de reabertura, a Ditadura retomou o controle autoritário com um processo de reforma do judiciário em 1974. Com a forte oposição a reformulação proposta, as críticas se tornaram cada vez maiores. Vale ressaltar que o fim do milagre econômico e a perda do ARENA, partido da situação, nas eleições de 1976 diminuíam drasticamente a legitimidade do regime. O estopim dessa crise foi quando o senador Paulo Brossard realizou um discurso no atacando as reformas e, como resposta, os militares fecharam o Congresso e lançaram o chamado Pacote de Abril (1977).

Além de decretar o próprio fechamento do Congresso, o Pacote de Abril também lançou uma série de reformas políticas conservadoras, que visavam garantir a manutenção do regime e o enfraquecimento da oposição, como:

● Extensão do mandato presidencial de 5 para 6 anos;

● Eleição indireta de 1/3 dos senadores, que seriam indicados pelo presidente e conhecidos como senadores biônicos;

● Manutenção das eleições indiretas para prefeitos, governadores e presidente;

● Maior representatividade no Congresso dos estados que possuíam domínio da Arena;

● Alteração do quórum para aprovação de emendas no Congresso, precisando apenas de maioria simples.

O Pacote de Abril, lançado em 1977, somou-se, assim à Lei Falcão, de 1976 e construiu um cenário de controle político e eleitoral. A Lei Falcão já havia sido uma primeira resposta criada para responder às derrotas de 74 e 76. Através dela, a propaganda eleitoral na TV e no rádio era censurada, sem a possibilidade de discursos dos candidatos na mídia.

A manutenção da violência e do autoritarismo

Como visto, apesar da tentativa de lenta redemocratização, havia também a permanência dos antigos aparelhos de repressão. Geisel, ao assumir a presidência, havia realizado reformas nesse sistema de controle exercido pelo governo, mas a atuação dos militares linha-dura ainda manteve a forte repressão.

Os próprios esquadrões da morte, organizações paramilitares que realizavam torturas e execuções nas ruas das grandes cidades, manteve suas atividades ao longo da década de 1970. Outro elemento que ainda atuava na perseguição e tortura dos considerados “subversivos” era o DOI-CODI. Este, inclusive, envolveu-se em uma das maiores polêmicas internacionais do governo Geisel, quando assassinou, em 1975, o jornalista da TV Cultura, Wladimir Herzog.

O assassinato do jornalista foi denunciado internacionalmente e a ditadura tentou esconder o crime alegando que o mesmo teria cometido suicídio no quartel do Segundo Exército. No ano seguinte a mesma situação se repetiu com o operário Manuel Fiel Filho, que compareceu para prestar depoimento, foi assassinado e o exército divulgou sua morte como suicídio.

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Pressionado pela opinião pública, Geisel chegou a trocar o comando do Segundo Exército, o que acabou dando continuidade aos desgastes entre as alas castellista e a linha dura. Vale destacar que, apesar desse processo de redemocratização, seu autoritarismo ainda assim foi muito evidente, sendo muitas vezes passivo frente às denúncias de crimes políticos.

No entanto, antes de terminar o seu mandato, a ditadura militar ainda sofreu mais uma perda. No final de 1978, a emenda constitucional nº 11 revogou todos os Atos Institucionais aplicados até então, inclusive o AI- 5.

Assim, é possível perceber que o processo de abertura política e redemocratização no Brasil não foi algo simples e bem consolidado. Costuma-se dizer que o governo de Geisel foi parecido com o processo de

“sístole e diástole”, bem parecido com o que você aprende nas aulas de sistema circulatório. Isso mesmo, traz a biologia para o rolê e vamos de interdisciplinaridade.

Durante seu governo foram implementadas medidas de relaxamento e abertura (diástole), mas também medidas de contenção e repressão (sístole).

Movimentos de Resistência

Como vimos nos materiais anteriores, a resistência, seja no âmbito político, na luta armada ou no campo cultural, ao autoritarismo e a censura sempre foi algo presente durante toda a ditadura civil-militar. Dentro do processo de redemocratização essa oposição se manteve e foi se tornando cada vez mais forte ao exigir uma retomada da democracia de forma mais acelerada.

Após um período de desarticulação por conta da forte repressão do Estado durante a ditadura, os movimentos sociais ganharam força entre meados da década de 1970. Grupos de várias orientações ideológicas aproveitaram a brecha causada pelo desgaste do regime militar e passaram a atuar de forma mais contundente com mobilizações e protestos a favor da retomada da democracia.

Mas, sem sombra de dúvidas, as “canções-protesto” ou apenas as músicas produzidas no período ficaram para a história como um dos principais símbolos de resistência e de crítica ao regime militar. E isso se dá porque nenhuma arte produzida é descolada do seu contexto histórico e social. O clima de tensão era tão grande que artistas que não se posicionavam ou não produziam músicas com teor crítico eram vistos, muitas vezes, como aliados dos militares.

E aí, você pode estar se perguntando, vamos realmente terminar o material falando sobre música? Sim, meus caros! O vestibular e, principalmente, a prova do Enem gostam de trabalhar a cultura como um ponto de resistência dentro da sociedade e você não vai marcar bobeira nessa, né?!

Segue alguns exemplos bem famosos de músicas que são consideradas hinos contra a ditadura militar:

“Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Somos todos iguais / Braços dados ou não / Nas escolas, nas ruas / Campos, construções / Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer”

(Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, Geraldo Vandré)

“Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia / Eu pergunto a você / Onde vai se esconder / Da enorme euforia / Como vai proibir / Quando o galo insistir / Em cantar / Água nova brotando / E a gente se amando / Sem parar”

(Apesar de Você, Chico Buarque.)

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Indicação é bom e todo mundo gosta: Enem está chegando e o desespero vai batendo cada mais forte, né?!

Então é importante lembrar de descansar a mente e tirar períodos de intervalos para que você consiga tirar um melhor proveito dos seus estudos. Então, se você quer relaxar e ainda se manter atualizado na matéria, que tal criar uma playlist com músicas que são consideradas canções de protestos ou que foram censuradas durante o período que estamos estudando? Segue aqui algumas indicações para você começar

● Sujeito de Sorte – Belchior (1976)

● O bêbado e a equilibrista - Aldir Blanc e João Bosco (1975)

● Heróis da Liberdade - Samba enredo da escola de samba Império Serrano (1969)

● Uma vida só (pare de tomar a pílula) – Odair José

● O Morro do Sossego – Candeia (censurada em 1971

● Hoje É Dia de El-Rey - Milton Nascimento (1973)

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Exercícios de fixação

1.

Qual Ato Institucional foi essencial para o recrudescimento do regime e a implantação dos “ Anos de Chumbo”?

a) 5 b) 11 c) 2 d) 1

2.

A propaganda do período da ditadura militar pode ser definida como:

a) entreguista b) internacionalista c) ufanista

d) tecnicista

3.

O milagre econômico teve como principal consequência o (a) a) distribuição radical de renda

b) aumento da dívida externa c) reforma agrária

d) reforma eleitoral

4.

Qual o lema do processo de redemocratização iniciado no governo de Geisel?

a) “ampla, geral e segura”

b) “lenta, gradual e segura”

c) “lenta, irrestrita e segura”

d) “ampla, geral e irrestrita”

5.

Um dos acontecimentos externos que influenciou a crise econômica no Brasil na década de 1970 foi o (a):

a) Crise do Petróleo b) Crise de 1929 c) Movimento Hippie d) Corrida espacial

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Exercícios de vestibulares

1.

(Enem 2015)

No período de 1964 a 1985, a estratégia do Regime Militar abordada na charge foi caracterizada pela a) priorização da segurança nacional.

b) captação de financiamentos estrangeiros.

c) execução de cortes nos gastos públicos.

d) nacionalização de empresas multinacionais.

e) promoção de políticas de distribuição de renda.

2.

(Enem PPL 2011) Em Brasília, foram mais de cem mil pessoas saudando os campeões. A seleção voou diretamente da Cidade do México para Brasília. Na festa da vitória, Médici presenteou os jogadores com dinheiro e posou para os fotógrafos com a taça Jules Rimet nas mãos. Até uma Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP) chegou a ser criada para mudar a imagem do governo e cristalizar, junto à opinião pública, a imagem de um país vitorioso, alavancando campanhas que criavam o mito do “Brasil grande" que “vai para frente". Todos os jogadores principais da Copa de 70 foram usados como garotos-propaganda.

(Bahiana, A. M. Almanaque Anos 70. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado).)

A visibilidade dos esportes, especialmente do futebol, nos meios de comunicação de massa, tornou-os uma questão de Estado para os governos militares no Brasil, que buscavam, assim,

a) legitimar o Estado autoritário por meio de vitórias esportivas nacionais.

b) mostrar que os governantes estavam entre seus primeiros praticantes.

c) controlar o uso de garotos-propaganda pelas agências de publicidade.

d) valorizar os atletas, integrando-os como funcionários ao aparelho de Estado.

e) incentivar a expansão da propaganda e do consumo de artigos esportivos.

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3.

(Enem Cancelado 2009) “Boicote ao militarismo”, propôs o deputado federal Márcio Moreira Alves, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 2 de setembro de 1968, conclamando o povo a reagir contra a ditadura. O clima vinha tenso desde o ano anterior, com forte repressão ao movimento estudantil e à primeira greve operária do regime militar. O discurso do deputado foi a "gota d’água". A resposta veio no dia 13 de dezembro com a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI 5).

(Ditadura descarada. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, ano 4, nº 39, dez. 2008 (adaptado).)

Considerando o contexto histórico e político descrito acima, o AI 5 significou a) a restauração da democracia no Brasil na década de 60.

b) o fortalecimento do regime parlamentarista brasileiro durante o ano de 1968.

c) o enfraquecimento do poder central, ao convocar eleições no ano de 1970.

d) o desrespeito à Constituição vigente e aos direitos civis do país a partir de 1968.

e) a responsabilidade jurídica dos deputados por seus pronunciamentos a partir de 1968.

4.

(Enem 2012) Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça esperamos a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e de outros que porventura vierem a ser levantados. Em nome da verdade.

(In: O Estado de São Paulo, 3 fev. 1976. Apud. FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.)

A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a medidas como o abaixo assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a:

a) certeza do cumprimento das leis.

b) superação do governo de exceção.

c) violência dos terroristas de esquerda.

d) punição dos torturadores da polícia.

e) expectativa da investigação dos culpados.

5.

(Cusc 2020) O surto de crescimento, que começou em 1968, lembra o do Plano de Metas de JK, que durou de 1957 a 1962, mas com uma importante diferença: no boom dos anos 50, a inflação subiu de 23,89% em 1957 para 55,04% em 1962, ao passo que no surto da década seguinte a inflação caiu de 23,63% em 1968 para 14,66% em 1973. Este fato fez com que se começasse a falar de “milagre econômico brasileiro”.

(Paul Singer. “O processo econômico”. In: Daniel Aarão Reis (coord.). Modernização, ditadura e democracia: 1964-2010, vol. 5, 2014. Adaptado.)

Um dos motivos para essa contenção inflacionária durante o “milagre” foi a) a fixação dos reajustes salariais pelo governo.

b) o controle da taxa de juros em nível estadual.

c) o aumento do déficit na balança comercial.

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6.

(Enem 2018)

São Paulo, 10 de janeiro de 1979.

Exmo. Sr. Presidente Ernesto Geisel.

Considerando as instruções dadas por V. S. de que sejam negados os passaportes aos senhores Francisco Julião, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luis Prestes, Paulo Schilling, Gregório Bezerra, Márcio Moreira Alves e Paulo Freire.

Considerando que, desde que nasci, me identifico plena - mente com a pele, a cor dos cabelos, a cultura, o sorriso, as aspirações, a história e o sangue destes oito senhores. Considerando tudo isto, por imperativo de minha consciência, venho por meio desta devolver o passaporte que, negado a eles, me foi concedido pelos órgãos competentes de seu governo.

(Carta do cartunista Henrique de Souza Filho, conhecido como Henfil. In: HENFIL.

Cartas da mãe. Rio de Janeiro: Codecri, 1981 (adaptado).)

No referido contexto histórico, a manifestação do cartunista Henfil expressava uma crítica ao (à) a) censura moral das produções culturais.

b) limite do processo de distensão política.

c) interferência militar de países estrangeiros.

d) representação social das agremiações partidárias.

e) impedimento de eleição das assembleias estaduais.

7.

(Enem 2015) Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o Estado.

(GOHN, M. G. M. Os sem-terra, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).)

No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram para:

a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.

b) tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos eleitorais.

c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da luta política.

d) ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de trabalhadores com os sindicatos.

e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado.

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8.

(UFG 2014) Leia a letra da música a seguir.

Noventa milhões em ação/ Pra frente Brasil/ Do meu coração/ Todos juntos vamos/ Pra frente Brasil/

Salve a seleção/ De repente é aquela corrente pra frente/ Parece que todo o Brasil deu a mão/ Todos ligados na mesma emoção/ Tudo é um só coração...

(PRA FRENTE, BRASIL. Música de Miguel Gustavo, 1970.)

Essa música se converteu em um hino comemorativo da conquista pelo Brasil da Copa do Mundo de Futebol de 1970, no México. Considerando a conjuntura histórica de produção e de uso dessa canção pelas campanhas publicitárias institucionais do então Regime Militar brasileiro, percebe-se que seu propósito era

a) ressaltar que, tanto para a Seleção quanto para o governo, toda vitória dependeria da união, da força e do respeito aos adversários e às regras do jogo.

b) chamar a atenção pública para o clima político interno do país, cuja estabilidade e avanço, tal como no futebol, se devia a unidade de todos os brasileiros.

c) destacar o exemplo das conquistas no futebol para as políticas de governo, preservando a independência entre as esferas esportiva e governamental.

d) reforçar a ideia de otimismo entre os brasileiros para o sucesso da Seleção e da nação, num contexto de abertura política e de anistia ampla e irrestrita.

e) vincular os anseios e êxitos da Seleção e da sociedade brasileiras com os do governo, por meio do discurso da unidade e do ufanismo patriótico.

9.

(Enem PPL 2011) De um ponto de vista político, achávamos que a ditadura militar era a antessala do socialismo e a última forma de governo possível às classes dominantes no Brasil. Diante de nossos olhos apocalípticos, ditadura e sistema capitalista cairiam juntos num único e harmonioso movimento.

A luta especificamente política estava esgotada.

(GABEIRA, F. Carta sobre a anistia: a entrevista do Pasquim. Conversação sobre 1968. Rio de Janeiro: Ed. Codecri, 1980.)

Compartilhando da avaliação presente no texto, vários grupos de oposição ao Regime Militar, nos anos 1960 e 1970, lançaram-se na luta política seguindo a estratégia de

a) aliança com os sindicatos e incitação de greves.

b) organização de guerrilhas no campo e na cidade.

c) apresentação de acusações junto à Anistia Internacional.

d) conquista de votos para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

e) mobilização da imprensa nacional a favor da abertura do sistema partidário.

(15)

10.

(UEA 2013) A OPEP triplicara o preço mundial do petróleo e o Brasil, que importava 80% do produto, de repente se viu às voltas com uma insuportável drenagem de suas divisas apenas para ocorrer a um item de suas compras no exterior.

(Thomas Skidmore. Brasil: de Castelo a Tancredo, 1964-1985, 1988.)

A alta abrupta dos preços internacionais do petróleo, a partir de 1973, praticamente encerrou a fase do

“milagre econômico brasileiro”. A economia brasileira era extremamente dependente da importação de petróleo e de seus derivados devido

a) à descapitalização da Petrobrás e de suas subsidiárias pelos governantes militares, com vistas a sua privatização futura.

b) à lentidão na extração do petróleo na camada do pré-sal, que exigia a utilização de uma tecnologia cara e importada.

c) aos empréstimos contraídos pela economia brasileira com os países exportadores de petróleo, que exigiam, dos devedores, a compra dos seus estoques petrolíferos.

d) ao modelo de desenvolvimento industrial vigente no país desde o governo de Juscelino Kubitschek e mantido, de certa forma, pelo governo militar.

e) ao programa nacional de desenvolvimento implementado pelos tecnocratas brasileiros, que determinou a substituição do etanol pelo combustível fóssil.

(16)

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A

A decretação do Ato Institucional 5 (AI-5), em 1968, foi essencial para o fortalecimento do poder nas mãos do Executivo e para o recrudescimento da repressão e da perseguição a opositores do regime militar, inaugurando o período que ficou conhecido como os “anos de chumbo”.

2. C

Com a intenção de mostrar o desenvolvimento e o suposto bom momento em que o país se encontrava e, em conjunto, reprimir os opositores da ditadura militar, as propagandas do período eram de caráter ufanista e ultranacionalista, com slogans como, “Brasil: ame-o ou deixe-o!”.

3. B

Apesar do evidente crescimento da economia brasileira, feito principalmente com empréstimos estrangeiros, o período da ditadura militar foi marcado por um aumento exponencial da dívida externa do país.

4. B

Com um aumento das críticas ao regime militar e uma crise econômica gerada pelo fim do “milagre econômico”, o governo Geisel iniciou o processo de redemocratização com um planejamento baseado em uma reabertura lenta, gradual e segura.

5. A

Com a diminuição do crescimento econômico e a alta da inflação, a Crise do Petróleo, em 1973, agravou ainda mais essa situação, uma vez que impactou diretamente a economia brasileira, que era muito dependente dessa fonte energética.

Exercícios de vestibulares

1. B

O período conhecido como “Milagre Econômico” (1969 – 1973) foi construído com base em empréstimos do capital internacional. O que a charge ironiza, quando o pai coloca a mão na cabeça do filho e usa a expressão “coitadinho”, é o fato de que a dívida externa seria paga pelas próximas gerações.

2. A

A propaganda foi um meio utilizado pela ditadura para exaltar o nacionalismo e promover os feitos dos governos militares. O futebol e a vitória na copa de 70 foram utilizados como forma de campanha do

“bom momento” que o país estaria vivendo.

3. D

O ano de 1968 foi marcado por uma série de agitações a nível nacional e internacional; no caso brasileiro, o crescimento da oposição ao regime militar levou à criação do Ato Institucional de n° 5, após a passeata

(17)

4. E

A morte do jornalista em um órgão de repressão do governo com sinais de tortura causou uma comoção nacional que gerou uma série de manifestações exigindo a investigação e a prisão dos culpados.

5. A

Todo o crescimento econômico do período, conhecido como “milagre”, também foi marcado por um aumento substancial da dívida externa e por uma política de arrocho salarial dos trabalhadores.

6. B

A carta representa bem o sistema de “sístole e diástole”, pelo qual ficou conhecido o período, devido as suas limitações. Conforme exposto pelo autor da carta, ainda que estivesse permitindo o retorno de parte dos exilados (diástole), alguns ficaram excluídos do processo (sístole).

7. B

A eclosão de diversos movimentos sociais durante a redemocratização do país aponta para o fato de que o povo não queria apenas o fim de um governo autoritário, mas sim, a expansão de uma democracia que de fato abarcasse a participação mais intensa da população e que garantisse os seus direitos.

8. E

As propagandas governamentais durante a ditadura militar, que eram de caráter ufanista, se apropriaram do hino da vitória da seleção em 1970 como publicidade de um bom momento que o país estaria vivendo com o suposto “milagre econômico”.

9. B

Apesar de ser mais comum falar da resistência no âmbito cultural durante o período da ditadura militar, também ocorreu luta armada, no campo e na cidade, com a formação de guerrilhas, como a do Araguaia.

10. D

O desenvolvimentismo implantando por JK e mantido de certa forma pela ditadura militar era baseado, principalmente, em grandes empréstimos com o capital estrangeiro e a importação de produtos, como o petróleo, o que deixou o país completamente vulnerável a Crise do Petróleo de 1973.

Referências

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