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Nonono nononono nonono nononono nonononono nonono nononono nonono nonononono nonono nononono no nonononono CLAUDIO EDINGER PROMOVE DIÁLOGO ENTRE

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CULTURA

POR JUAN ESTEVES

O

carioca Claudio Edinger saiu do Brasil nos anos 1970 e se radi- cou nos Estados Unidos, retor- nando ao País em 1996. Des- sa fase, saíram dois livros im- portantes, Chelsea Hotel (Ab- beville, 1983) e Venice Beach (Abbeville, 1985). Por aqui, publicou 18 livros, no- tabilizando-se também por colocar seu pensamento sobre a fotografia em pú- blico e em workshops. Agora, dá um

salto mais ousado com o recente Histó- ria da Fotografia Autoral e a Pintura Mo- derna (Ipsis, 2019), espécie de compên- dio sobre a relação da imagem fotográ- fica e sua predecessora, a pintura, con- tendo cerca de 600 ilustrações, incluin- do como verbetes cerca de 350 autores estrangeiros e brasileiros.

Na apresentação do livro, Edinger diz que, ao voltar ao Brasil, começou a ministrar workshops em festivais de fo-

fotografia e pintura

CLAUDIO EDINGER PROMOVE DIÁLOGO ENTRE

Nonono nononono nonono nononono nonononono nonono nononono nonono nonononono nonono nononono no nonononono

O renomado

fotógrafo transforma anotações feitas durante dez anos em um livro que mostra a relação entre as duas artes ao longo da história. Confira

Laurent Chéhère

Imagem da série Casas Voadoras, do francês Laurent Chéhère, um dos fotógrafos contemporâneos relacionados por Claudio Edinger

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Yassine Alaoui Ismaili Tina Barney

Acima, obra da série Albinos, do brasileiro Gustavo Lacerda (à esq.), e pintura do francês Gustave Caillebotte a partir de foto feita pelo seu irmão Martial; abaixo, obras contemporâneas do marroquino Yassine Alaoui Ismaili (à esq.) e da americana Tina Barney

tografia e percebeu que havia mui- tos artistas de talento, mas com cul- tura fotográfica escassa. Isso o le- vou a investigar a própria formação, que afirma ser “absolutamente lite- rária”. Conta que muitas vezes pas- sou noites em claro lendo os clássi- cos da literatura, criando e recrian- do visualmente universos na mente.

Para entender essa relação entre as leituras que fazia e a fotografia, co- meçou a pesquisar detalhes da his- tória da arte na internet.

Aprofundou a pesquisa a partir de 2009 e passou a postar nas re- des sociais o que encontrava de in- teressante, criando assim um blo- co de notas sobre o assunto. Tem- pos depois, Mario Vitor Santos, di- retor da Casa do Saber, de São Pau- lo (SP), o convidou para dar um cur- so sobre a história da fotografia. Nos cursos, ele falava: “O que não temos

dentro não conseguimos expressar fora”. Esse foi o embrião do livro, diz ele, lembrando que não é um acadê- mico, e que tudo que aprendeu foi na prática. Fotografe entrevistou Clau- dio Edinger para saber mais sobre esse trabalho. Acompanhe.

Fotografe – A motivação do livro foi sentir a ausência de publicações do gênero no Brasil ou a sua própria curiosidade sobre o assunto?

Claudio Edinger – Começou como uma brisa. Fui pesquisar o que sa- bia sobre a história da fotografia, pois dava oficinas e workshops. Mas não adianta só dizer, tem que ter o que dizer. Como criar trabalhos iné- ditos se não conhecemos o que já foi feito? Aí me perguntei: peraí, que ti- po de conhecimento eu tenho de fa- to? Nas pesquisas, descobri que sa- bia muito pouco. Tinha um conheci-

mento empírico, raso, fragmentado.

Com um pouco de estudo, um as- sunto foi puxando outro e a brisa foi virando um tufão: é um tema espe- tacular, rico demais, um artista mais fantástico do que o outro, uma histó- ria melhor do que a outra. Estamos todos intimamente conectados. Não existe a minha fotografia, isolada.

Ela só existe em cumplicidade com tudo o que os outros pensam e in- ventam, fotógrafos e pintores.

Qual é a sua expectativa com rela- ção ao livro?

Torço para que o livro sirva de três formas. Primeiro, para que as pessoas percebam a amplitude ex- traordinária da fotografia no âmbito global. A fotografia é a pintura do sé- culo 21. Sem, de forma alguma, des- merecer a pintura, mas adicionando a ela outra dimensão. Acredito que

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CULTURA

Edinger listou fotógrafos que poderiam ser vistos como artistas, desde o escocês Alexander Gardner, com fotos da Guerra Civil Americana (acima, à eq.), passando pelos americanos Edward Weston (acima, à dir.) e Eugene Smith (abaixo, à esq.)

todo mundo entende a importân- cia da fotografia, mas poucas pes- soas percebem a extensão do que é criado, a quantidade e qualidade das obras produzidas hoje. Segun- do, que sirva de índice para os jo- vens fotógrafos. Tomara que os aju- de a encontrar a direção própria de seus trabalhos e que os incentive a se aprofundar nela. Todos os fotó-

Alexander GardnerEugene Smith Edward Weston

grafos autorais, até hoje, arranha- ram a superfície das possibilida- des fotográficas. Cabe às novas ge- rações aprofundar as pesquisas ini- ciadas e avançar em novas direções.

E, terceiro, que sirva como um ins- trumento educacional nas escolas.

A fotografia é cada vez mais funda- mental em nossa vida. E a maior ca- rência é na educação.

Você escreve que o livro é resul- tado de suas preferências. Poderia falar um pouco mais sobre os crité- rios utilizados?

A fotografia que sempre me inte- ressou, tanto para ver como para fa- zer, é a autoral, a que reflete o estilo único e particular de um autor. Essa fotografia é um espelho do univer- so extraordinário que carregamos no íntimo, de acesso absolutamen- te restrito. O livro é um reflexo dessa minha busca. Procurei colocar au- tores cujas imagens transcendem o que mostram. Por exemplo, o es- cocês Alexander Gardner, fotógrafo da Guerra Civil Americana. Só que, no campo de batalha, ele mudava os corpos de lugar, criando assim ins- talações, transcendendo a realida- de, os fatos. Aliás, como fez anos mais tarde, de uma forma mais con- temporânea, o canadense Jeff Wall com a imitação da guerra russa no Afeganistão utilizando modelos e maquiagem. E, lá no início, o fran- cês Hippolyte Bayard, um dos inven- tores da fotografia, mandava autor- retratos para a academia de ciên- cias francesa se fingindo de morto – e escrevendo atrás da foto alguma

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Nomes consagrados como os dos franceses Henri Cartier-Bresson (acima) e Robert Doisneau (abaixo) estão no livro História da Fotografia Autoral e a Pintura Moderna coisa assim: “Aqui jaz M. Bayard, que

se afogou quando soube que a aca- demia havia privilegiado M. Daguer- re (que recebeu as honras como in- ventor da fotografia) e ignorado a in- venção (e importância) de Bayard”.

A fotografia nasceu mentirosa, se- guindo o que explica Picasso: “Arte é uma mentira que conta a verdade”.

No começo do livro, mostro a intimi- dade, contaminação mesmo, entre a fotografia e a pintura, procurando demonstrar de forma específica que a fotografia já nasceu arte. Recente- mente, li uma entrevista de Don Mc- Cullin, fotógrafo inglês de guerra que não está no livro e que tem ex- posição na Tate Modern de Londres, templo sagrado da arte na Inglater- ra. Disse: “Não sou artista, sou fo- tógrafo”. Deveria ser assim. Quan- do dizemos escritor ou pintor não há dúvidas do que a pessoa faz. Deveria ser o mesmo com a fotografia. Fo- tógrafo é quem cria imagens únicas, autorais. O resto deveria ter sempre mais um nome próprio adicionado: Robe

rt Doisneau

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CULTURA

fotógrafo de moda ou de casamento ou repórter. Isso em nada diminui a importância do que fazem. Cada um tem seu papel; todos são importan- tes. A palavra fotógrafo deveria esta- belecer o artista da fotografia.

Ainda na questão dos critérios, sabe-se que incluir todos os auto-

Ao lado, imagem da série Circo Indiano, da americana Mary Ellen Mark, que atuou em várias áreas da fotografia res importantes é fazer uma enciclo-

pédia. Porém, nomes como Robert Frank, Maureen Bisilliat ou German Lorca não estão no livro. Como foi li- dar com essa situação?

Foi muito difícil deixar alguns autores de fora do livro. Lembro mais dois, Sally Mann e Mapple- thorpe. Deles, tive muita dificuldade

em conseguir permissão de uso das imagens que queria publicar. Deixei também brasileiros muito impor- tantes de fora por limites de espa- ço e por querer evitar a produção de um livro nacional demais. Não seria justo com os outros. Procurei mos- trar trabalhos com um caráter bem particular. Tentei incluir os fotógra- fos artistas com uma visão única, da forma mais ampla possível. Os que fazem um trabalho que segue a linha de outros optei por não in- cluir. Thomaz Farkas, Gaspar Gas- parian e Geraldo de Barros são pa- ra mim os melhores representan- tes da fase modernista da fotogra- fia brasileira. Além de German Lor- ca, que tem uma obra vasta e incrí- vel e a quem respeito demais, dei- xei de fora outros também geniais:

Fernando Lemos, Chico Albuquer- que, Jean Manzon, Marcel Gauthe- rot, só para citar alguns. Quem sa- be numa segunda edição expandida consiga incluí-los.

Com uma visão artística da fotografia de natureza e vida selvagem, Araquém Alcântara é um dos nomes selecionados por Edinger Ar

aquém Alcântara

Mary Ellen Mark

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tado por ele com dois modelos, o que já vira uma instalação. O Eu- gene Smith também está: criou a imagem da Tomoko, posando ela e a mãe num lugar bem específico.

Suas fotos são trabalhadas dias no laboratório, criando assim trans- cendência que vai muito além do que a câmera registrou. Essa foi a regra de ouro que segui na escolha dos trabalhos e autores.

Você tem falado em criar um museu da fotografia, além de ser um entusiasta da fotografia brasi- leira. Como você enxerga a imagem autoral hoje?

Em 2017, durante a Art Basel Miami, feira de arte, fui ver uma pa- lestra do Alex Allard, francês que comprou o Hospital Matarazzo em São Paulo (SP). Ele é bem específi- co: a vocação natural do Brasil, as- sim como da França, é a economia criativa. É exatamente isso. Somos um povo criativo ao extremo, mis- tura deliciosa das raças principais, uma síntese do planeta. Nossa ar- te não para de florescer, principal- mente na fotografia – fácil, fácil en- tre as cinco melhores do mundo. E por fotografia me refiro à autoral ou à artística. Já temos dois excelen- tes museus, o de Fortaleza (CE) e o Instituto Moreira Salles, que fazem

HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA AUTORAL E A PINTURA MODERNA

ISBN: 978-85-9550-043-3 Formato: 22 x 28 cm, 376 páginas

Preço: R$ 130 (via e-mail: pub@ipsis.com.br)

um trabalho brilhante. Um Museu da Fotografia Contemporânea em São Paulo é fundamental para in- centivar a arte, criando exposições nacionais e internacionais de pon- ta, publicando livros, dando cursos e palestras, distribuindo bolsas de estudo, apoiando financeiramen- te a arte no estilo do Internacio- nal Center of Photography de Nova York. Precisamos de um lugar pa- ra servir de elo com outros museus e fundações internacionais. Temos museu de tudo. Falta o da Fotogra- fia Contemporânea.

A fotografia definida como arte: acima, obras dos brasileiros Mário Cravo Neto (à esq.) e Vik Muniz (à dir.); ao lado, retrato criado pelo americano Richard Avedon

E o americano Robert Frank, que é considerado um dos maiores fotó- grafos de todos os tempos?

O Robert Frank, para mim, tem um trabalho que deriva do Cartier- -Bresson. Daí, entre os dois, esco- lhi o Bresson. O que também é o caso com René Burri, Elliot Erwin, Cornell Capa e outros. O Robert Doisneau, por exemplo, está no livro com O Beijo no Hotel de Ville, pois é um momento decisivo mon-

Richard Avedon

Referências

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