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Cad. Saúde Pública vol.10 número1

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Academic year: 2018

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124 Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 10 (1): 123-125, jan/mar, 1994 Agradecemos a atenção dispensada pelo

Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan), através de seu presidente e assessores, ao nosso artigo “Considerações sobre o plano de combate à fome e à miséria”, publicado nos Cadernos de Saúde Pública, 9 (supl. 1):

106-113, 1993.

Gostaríamos de ressaltar que o artigo acima referido baseou-se no item “Política Social – Ministério da Saúde” do documento “Plano de Combate à Fome e à Miséria”, de abril de1993 (Comissão Especial, 1993) (Plano); anterior, portanto, ao documento que oficializou o pro-grama do leite (Presidência da República/MS, 1993) (Programa), de setembro do mesmo ano, no qual o Inan se pautou para comentar nosso artigo, em carta publicada nesta edição.

Ficamos felizes em observar que a equipe que elaborou a versão final do programa teve al-gumas preocupações semelhantes às nossas. Entre estas figuram:

1. Exclusão do programa de crianças menores de 6 meses: de “(...) o programa “Leite é saúde” atenderá crianças menores de dois anos (...)”, no Plano (pág. 17) para “(...) grupos-alvo: – crianças de 6 a 23 meses (...)” no Programa(pág. 9).

2. Definição dos contatos familiares: de “crian-ças menores de dois anos (e seus contatos familiares) (...)” no Plano (pág. 17) para “contatos: crianças entre 24 e 59 meses, ir-mãos do desnutrido” no Programa (pág. 9). 3. Explicitação da distribuição do leite integral: de “distribuição de alimentos (leite e óleo de soja)” no Plano (pág. 17) para “leite pas-teurizado ou leite em pó” com a observação “está contra-indicado o uso do leite des-natado” no Programa (pág. 9).

4. Flexibilidade na escolha do tipo de leite: de “aquisição de (...) leite em pó” no Plano (pág. 17) para “leite pasteurizado ou leite em pó integral” no Programa (pág. 9).

O temor sobre a retomada de um programa de suplementação alimentar via unidade de

saúde, no entanto, permanece. Conforme carta do Inan sobre nosso artigo, “o programa não estipula que a distribuição deva ser feita a nível de unidade de saúde”. Por outro lado, também não define, e nem ao menos sugere, qual(is) outra(s) instituição(ões) se responsabilizaria(m) por esta distribuição. No entanto, embora não haja uma definição clara a este respeito, al-gumas indicações são encontradas na versão final do programa: “O programa será desenvol-vido no âmbito geral da assistência à saúde (...)” (pág. 9)” e “esta linha de intervenção nutricional será executada pela rede de saúde, que promoverá a distribuição do leite à clien-tela-alvo para consumo domiciliar” (pág. 10).

Nossa preocupação mostra ter fundamento quando vemos, na prática, que a operacionaliza-ção do programa está sendo feita via serviços de saúde.

Cabe retomar, também, as considerações feitas em nosso artigo sobre o papel conferido ao Sisvan no plano de combate à fome e à miséria, versão de abril de 1993. Na verdade, o que nele lamentamos é o fato de o Sisvan ficar restrito ao setor saúde, perdendo-se a chance de conferir-lhe a dimensão intersetorial preconiza-da pela OMS.

Além disso, o fato de diversos municípios procurarem o Inan com o objetivo de iniciar o Sisvan para fazer jus ao programa “leite é saú-de”, entendido pelo Inan como um estímulo a implantação do Sisvan, nos parece uma faca de dois gumes. Isto porque, para estes municípios, na ausência do programa, o Sisvan poderia perder a razão de ser.

Reiteramos, ainda, que partilhamos da opinião de que o Sisvan seja um instrumento importante para a melhoria da qualidade da atenção à saúde, devendo, portanto, estar vinculado às ações de rotina dos serviços. Alegrou-nos, portanto, observar que, na versão final do programa, o atendimento integral à saúde recebeu maior destaque do que na versão preliminar.

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Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 10 (1): 123-125, jan/mar, 1994 125 sejam a inclusão do percentil 3 para avaliação

da clientela de maior risco e, na avaliação do programa, de indicadores de operacionalização. Esperamos que a avaliação da implementação e dos resultados deste programa possa ser acompanhada por todos os interessados neste tema, garantindo a transparência das ações governamentais, tão desejáveis nos governos democráticos, e viabilizando a continuidade do diálogo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMISSÃO ESPECIAL (Comissão Especial para Propor Medidas de Combate à Fome, ao Desem-prego e à Recessão), 1993. Plano de Combate à Fome e à Miséria — Princípios, Prioridades e Mapa das Ações de Governo, Brasília. (Mimeo.)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/MS (Ministério da Saúde), 1993. Plano de Combate à Fome e à Miséria. Programa de atendimento aos des-nutridos e às gestantes em risco nutricional. “Leite é Saúde”, Brasília. (Mimeo.)

Gilza Sandre Pereira Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Gama Filho Rua Manoel Vitorino, 625/Prédio AG, 4º andar 20748-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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