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ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA MÚTUO DE SEMENTES NA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA & INDUSTRIAL (COTRIJUI)

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA MÚTUO DE SEMENTES

NA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA & INDUSTRIAL (COTRIJUI)

ANDERSON STRADA

PELOTAS

RIO GRANDE DO SUL – BRASIL 2012

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA MÚTUO DE SEMENTES

NA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA & INDUSTRIAL (COTRIJUI)

ANDERSON STRADA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Eng. Agr., Dr. Geri Eduardo Meneghello, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre Profissional.

PELOTAS

RIO GRANDE DO SUL – BRASIL 2012

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Dados de catalogação na fonte: (Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)

S895e Strada, Anderson

Estudo de caso do programa Mútuo de sementes na cooperativa agropecuária & industrial (COTRIJUI)/Anderson Strada; orientador Geri Eduardo Meneghello.- Pelotas, 2012.- 54f.: il. - Dissertação (Mestrado profissionalizante) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2012.

1.Soja; 2.Comercialização; 3.Conhecimento; 4.Informação; 5.Oportunidade; I.Meneghello, Geri Eduardo(orientador); II.Título.

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ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA MÚTUO DE SEMENTES

NA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA & INDUSTRIAL (COTRIJUI)

BANCA EXAMINADORA

Engo Agro, Dr. Geri Eduardo Meneghello

Prof., Dr. Paulo Rigatto

Enga Agra Dra. Lilian Vanussa Madruga De Tunes

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AGRADECIMENTOS

Aos meus familiares, pelo apoio em todos os momentos.

À minha esposa, Lucilei, pela lealdade, compreensão e incentivo. Ao meu filho, Mateus, pela cumplicidade e parceria.

Ao meu orientador, Eng. Agr., Dr. Geri Eduardo Meneghello, pela colaboração, presteza e, principalmente, pelo seu incentivo.

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da UFPel, pelos valiosos ensinamentos.

Aos colegas do curso de Pós-Graduação, pelo incentivo, convívio companheirismo e amizade.

À Diretoria eleita da Cooperativa, em especial ao Diretor Presidente Carlos Domingos Poletto, pela oportunidade de realizar este trabalho.

Em especial a Deus, que iluminou o meu caminho. A todos, meu muito obrigado.

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LISTA DE FIGURAS

Página Figura 1. Mapa da área de ação da COTRIJUI Unidade de Ijuí ... 11

Figura 2. Mapa da área de ação da COTRIJUI atualizado em 2012 ... 21

Figura 3. Volume de venda por modalidade (Mútuo ou À Vista), em kg, no

período de 2005 a 2011 ... 29

(7)

LISTA DE TABELAS

Página Tabela 1. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2006

no sistema Mútuo ... 31

Tabela 2. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2007

no sistema Mútuo ... 33

Tabela 3. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2008

no sistema Mútuo ... 36

Tabela 4. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2009

no sistema Mútuo ... 38

Tabela 5. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2010

no sistema Mútuo ... 40

Tabela 6. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2011

no sistema Mútuo ... 42

Tabela 7. Relação de troca, semente por soja Indústria, grupo 5, no ano de 2011 no sistema Mútuo ... 44

Tabela 8. Receita e participação no faturamento em percentual das modalidades de comercialização de soja na Unidade de Ijuí, ano base 2011... 47

Tabela 9. Distribuição das despesas conforme a modalidade de comercialização de soja na Unidade de Ijuí, ano base 2011 ... 49

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RESUMO

STRADA, Anderson. Estudo de caso do programa Mútuo de sementes na Cooperativa Agropecuária & Industria (COTRIJUI ). 2012. 54f. Dissertação (Mestrado Profissional) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.

Este trabalho busca identificar e analisar as modalidades de comercialização de sementes de soja praticadas pela COTRIJUI. Apresenta-se uma breve caracterização das normas e legalidade para o setor sementeiro, bem como os principais fatores imprescindíveis com relação à certificação, qualidade da semente, comercialização e fiscalização do comércio. Realizou-se um estudo sobre o negócio semente, relacionando os conhecimentos teóricos e as habilidades com a prática. Foram levantados dados referentes ao programa Mútuo de comercialização de sementes de soja, fundamentado na troca de sementes por soja indústria, no período compreendido entre os anos 2005 e 2011. Foram elencadas e discutidas as diferentes formas ao longo dos anos de funcionamento do sistema, considerando diferentes grupos de acordo com o potencial produtivo das cultivares, tempo que estão no mercado, peneira (sementes maiores ou menores) e distintos tratamentos com inseticidas, fungicidas e nutrientes a que a semente comercializada é submetida. O resultado do estudo, analisando o negócio semente na COTRIJUI Unidade de Ijuí, resgatou informações, avaliou o desempenho da cooperativa e as potencialidades futuras. Em decorrência dos dados apresentados, o sistema de comercialização mostrou-se viável tanto para a cooperativa quanto para o agricultor que vem aderindo de forma intensa ao sistema. Verificou-se também que é possível agregar valor e potencializar o negócio, o que reforça a importância que deve ser dada a este assunto.

Palavras-chave: Soja, comercialização, conhecimento, informação, oportunidade.

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ABSTRACT

STRADA, Anderson. Case Study Mutual seed program in Agricultural Cooperative & Industry (COTRIJUI ). Pelotas, 2012. 54f. Dissertation (Professional Masters Degree) – Post graduate program on Seed Science and Technology. Federal University of Pelotas.

This essay seeks to identify and analyze the different modalities of the soybean seed trade by COTRIJUI, presenting a brief characterization of the official procedures followed by the cooperative in relation to the seed sector. It deals also with the main issues concerning seed certification, seed quality, trade and commerce supervision. A study was undertaken on the seed business, relating theoretical knowledge with personal skills and facts from everyday practice. Data concerning the mutual program of soy seed trade (MSP) were collected between the years 2005 and 2011, based on the exchange of soybean seeds for industry purposes. Throughout this period the different ways adopted by the MSP were listed and discussed, considering different groups according to the productive potential of soybean cultivars, the time period during which they remain available on the market, size after undergoing sieve grading (small or large seeds) and different kinds of insecticide, fungicide and nutrient treatments, to which marketed seed is subjected. This work, conducted on the Ijui unit of COTRIJUI, revised data allowing to the assessment of the cooperative performance and its future potential. As a result, the trade system in practice proved to be feasible for both, the cooperative and the farmer who fully adhered to the system. It was observed also that it is possible to add value to products that potentiate the seed trade, which stresses the importance that must be given to this subject.

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SUMÁRIO

Página BANCA EXAMINADORA ... 2 AGRADECIMENTOS ... 3 LISTA DE FIGURAS ... 4 LISTA DE TABELAS ... 5 RESUMO ... 6 ABSTRACT ... 7 1. INTRODUÇÃO ... 9 2. ANTECENDENTES ... 12 2.1. CERTIFICAÇÃO DE SEMENTES ... 12

2.2. ATRIBUTOS DE QUALIDADE DAS SEMENTES ... 14

2.3. COMERCIALIZAÇÃO ... 15

2.4. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO ... 17

2.5. EMPRESA ... 17

2.6. O NEGÓCIO SEMENTE ... 21

2.7. RELAÇÃO COM O PRODUTOR DE SEMENTES ... 23

3. MATERIAL E MÉTODOS ... 25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

4.1. EVOLUÇÃO DA PROPOSTA COMERCIAL NA MODALIDADE MÚTUO ... 29

4.1.1. Relação de troca no ano 2006 ... 30

4.1.2. Relação de troca no ano 2007 ... 32

4.1.3. Relação de troca no ano 2008 ... 34

4.1.4. Relação de troca no ano 2009 ... 37

4.1.5. Relação de troca no ano 2010 ... 39

4.1.6. Relação de troca no ano 2011 ... 41

4.2. AVALIAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTE NO ANO BASE DE 2011 ... 46

4.3. POTENCIAL DE COMERCIALIZAÇÃO SEMENTE ÁREA DE AÇÃO UNIDADE DE IJUÍ ... 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 51

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1. INTRODUÇÃO

No estado do Rio Grande do Sul, assim como no restante do país, houve atraso na liberação dos organismos geneticamente modificados (OGMs), comparativamente a outros países como Argentina e Estados Unidos que já faziam uso dessa tecnologia e colhiam o lucro de uma produção mais eficiente. O Brasil entrou em uma disputa envolvendo um embate judicial, social, político e legislativo entre os setores e segmentos. Tal disputa só foi amenizada na safra agrícola de 2003/2004, através da publicação da Medida Provisória nº 131, de 25 de setembro de 2003, que autorizou a semeadura das sementes de soja geneticamente modificadas.

Durante o longo período de disputa, houve enormes prejuízos à sociedade, órgãos de pesquisa e até mesmo aos cofres públicos, uma vez que possibilitou um descontrolado aumento da utilização de sementes salvas ou pirateadas, contrabandeadas principalmente da Argentina.

Os agricultores gaúchos se tornaram “contrabandistas”, transportando, armazenando e cultivando sementes salvas sem registro.

Neste período, os produtores de sementes do Rio Grande do Sul amargaram enormes prejuízos, levando muitos a deixar a atividade. De um lado, obtentores que tiveram na legislação e em embates judiciais uma barreira para desenvolver novas cultivares; do outro, os produtores de sementes, que viram nos agricultores, comerciantes e até mesmo em outros produtores, seus maiores concorrentes, já que os mesmos utilizavam basicamente grão salvo de forma ilegal, porém geneticamente modificados.

Baudet e Nunes (2012) destacam que a introdução de organismos geneticamente modificados (OGMs) e sua rápida adoção têm refletido nos custos das sementes que cresceram significativamente, tornando assim a semente um veículo tecnológico de alto valor e que deve ser cuidadosamente protegido.

Segundo Miyamoto (2008), a semente, além de ser um veículo para a tecnologia, é também o meio de sobrevivência da estrutura de pesquisa científica voltada para a produção.

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10 Com a liberação da tecnologia RR (Roundup Ready), o mercado voltou a se aquecer, demonstrando sinais de que poderia haver uma retomada do setor de sementes. Surgia a possibilidade de crescimento da produção de sementes, com qualidade genética e potencial produtivo, a partir de cultivares adaptados ao clima e solo gaúcho.

Com a redução drástica que houve nas vendas de sementes, principalmente de soja, houve uma desestruturação da atividade de produção e comercialização de sementes, pois até então esta atividade vinha sendo fortemente trabalhada pelas cooperativas.

A retomada do mercado fez surgir a necessidade de investimentos, momento este em que as cooperativas passavam por extremas dificuldades, uma vez que o estado, na safra de 2004/2005, passara por uma severa estiagem, o que gerou redução na capacidade de investimento e, por consequência, parte do problema financeiro dos produtores foi transferido para as cooperativas que haviam participado como financiadoras de insumos a seus cooperados. As estruturas de recebimento e beneficiamento necessitavam de manutenção e investimentos. Como não tinha recursos disponíveis, houve o adiamento de muitos projetos de expansão no setor sementeiro das cooperativas.

Com a falta de capacidade de investimento pelas cooperativas, não apenas no setor sementeiro, mas no contexto geral, surgiu um expressivo investimento por parte de grandes produtores que estruturaram suas empresas de produção e comercialização de sementes, dando uma nova dimensão para a capacidade produtiva de suas propriedades.

Porém, as cooperativas vêm buscando melhorar as suas condições de participação no mercado, investimento em melhorias estruturais bem como na própria busca de novas parcerias de produção com empresas multinacionais, a citar, Syngenta, Pioneer, Nidera, entre outras.

Diante das oportunidades encontradas no setor sementeiro, fez despertar o interesse em buscar maiores informações com relação aos mecanismos de comercialização de semente, na unidade Ijuí. Porém, este estudo de caso relaciona os conhecimentos teóricos e as habilidades com a prática do dia-a-dia.

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Segundo Brum (1983), para uma boa comercialização, a informação e o conhecimento dos mecanismos comerciais são fundamentais. No caso da soja, por ser um produto de características internacionais, tais mecanismos são complexos e variados. O problema, portanto, está em conhecer e dominar tais mecanismos.

Para que se tenha a dimensão do negócio é importante salientar que a abrangência da Unidade de Ijui compreende uma área de atuação que atinge os municípios de Ijuí, Bozano, Coronel Barros, parte dos municípios de Catuipe, Santo Ângelo e Entre-Ijuís, conforme Figura 1.

Figura 1. Mapa da área de ação da COTRIJUI Unidade de Ijuí. Fonte: Departamento de Comunicação COTRIJUI.

Para um maior entendimento, buscaram-se informações comerciais e contábeis no período correspondente de 2005 a 2011 junto à COTRIJUI, especificamente sobre os dados históricos pertinentes à unidade de atendimento de Ijuí. O objetivo principal do estudo é descrever o sistema de comercialização Mútuo no período de 2005 a 2011, bem como sua viabilidade e potencialidades para os próximos anos.

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2. ANTECENDENTES

No processo produtivo, a semente tem papel fundamental, pois viabiliza a instalação da lavoura e carrega todo pacote tecnológico através dos genes inseridos, levando com isto à diferenciação de práticas agronômicas (ACOSTA et. al., 2002).

O controle e o monitoramento da qualidade da semente envolvem ações tanto do governo como do setor privado. Através de legislação, são criados critérios que permite que haja padronização mínima da qualidade.

Com relação à produção de semente de soja, a mesma está legalmente normatizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, na Instrução Normativa Nº 25, de 16 de Dezembro de 2005, sendo descrita a seguir:

Art. 1º. Estabelecer normas específicas e os padrões de identidade e qualidade para produção e comercialização de sementes de algodão, arroz, aveia, azevém, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trevo vermelho, trigo, trigo duro, triticale e feijão caupi, constantes dos Anexos I a XIV (Padrões para produção e comercialização de sementes de soja (Anexo IX).

Art. 2º. Estabelecer que as normas específicas e os padrões de identidade e de qualidade para produção e comercialização de sementes referidos no art. 1º terão validade em todo o Território Nacional, a partir da safra de verão 2005/2006.

Art. 3º. Estabelecer que a aplicação dos índices de tolerância constantes dos padrões de identidade e de qualidade serão observados na fiscalização das sementes produzidas a partir da safra de verão 2004/2005.

Art. 4º. Ficam revogadas as Resoluções da Comissão Nacional de Sementes e Mudas nº 4, de 8 de julho de 1981; nº 5, de 31 de julho de 1981, e nº2, de 10 de agosto de 1984; as Portarias nº 131, de 20 de maio de 1981; nº 83, de 26 de março de 1982; nº 306, de 22 de novembro de 1982; nº 77, de 3 de março de 1993, no que se refere ao peso máximo do lote e peso mínimo das amostras para as espécies relacionadas no art. 1o desta Instrução Normativa; nº 145, de 30 de junho de 1994, no que se refere às espécies relacionadas no art. 1º desta Instrução Normativa; e no 607, de 14 de dezembro de 2001.

2.1. CERTIFICAÇÃO DE SEMENTES

Segundo Peske e Barros (2003), a certificação de sementes é o processo controlado por um órgão competente, em geral público, através do qual se garante que a semente foi produzida de forma que se possa conhecer

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com certeza sua origem genética e que cumpre com condições fisiológicas, sanitárias e físicas pré-estabelecidas.

Segundo as NORMAS PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SEMENTES (EMATER, 2012), para se obter certificação de sementes é preciso liberação de uma cultivar, e que esta esteja registrada no Registro Nacional de Cultivares (RNC); após esse processo, são realizados vários tipos de ensaios em diferentes locais e anos. Para que essa cultivar seja registrada, o obtentor deve ter uma justificativa relacionada aos seus atributos agronômicos ou industriais e, após a justificativa, obterá um valor de cultivo e uso (VCU). Se o produtor quiser multiplicar sementes só poderá fazer se obtiver uma permissão do obtentor da cultivar (caso seja uma cultivar protegida). No Brasil, o órgão que dispõe o registro (RNC) e proteção de cultivar é o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) (AGRICUTURA, 2012).

Pode levar alguns anos para que a cultivar lançada seja liberada aos produtores de semente. Após a obtenção da semente genética o agricultor poderá cultivá-la. A legislação prevê as seguintes categorias de produção de sementes: Genética, Básica, Certificada de primeira geração (C1), Certificada de segunda geração (C2), S1 e S2.

Para manter a qualidade especifica das sementes de cada cultivar é preciso ter alguns cuidados que são indispensáveis, como seleção das glebas, descontaminação da lavoura, determinação da umidade, testes rápidos de viabilidade, germinação, vigor, eficiência e eficácia do equipamento e registros diversos para conhecimento da história da semente.

É preciso ter um grande cuidado, tanto na parte do produtor de semente quanto ao técnico responsável, pois há um controle realizado pelo governo. Através desses controles, o produtor de sementes é assistido e mantido informado sobre novidades sobre a parte de melhoramento e tecnologia de sementes, além de poder desfrutar da assistência técnica de pessoas qualificadas para a solução de seus problemas. Esse controle é feito de duas formas: Sistema de Certificação e Fiscalização do comércio de sementes.

O controle de certificação de sementes é realizado por um órgão público, a fim de garantir a origem genética da semente, sendo que a quantidade de semente produzida depende da demanda por agricultores. No

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14 RS, a certificação de sementes está sendo realizada pela Fundação Pró-Sementes localizada na cidade de Passo Fundo, RS, a qual é autorizada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para realizar todo sistema de certificação de sementes das principais culturas.

Para evitar fraudes e proteger o agricultor existe uma legislação que inclui a inspeção obrigatória e a fiscalização do comércio de sementes, os produtores e comerciantes de sementes, os procedimentos de análise de sementes, bem como o credenciamento de laboratórios de sementes. Identificação de sementes e definições de proibições, isenções e estabelecimento de penalidades sobre contravenções são todos registrados.

2.2. ATRIBUTOS DE QUALIDADE DAS SEMENTES

Para Peske e Barros (2003), antes de ser feita a distribuição de sementes aos produtores, é preciso que esta tenha qualidade e que atenda aos padrões da legislação vigente. Os atributos relacionados à qualidade são os genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, sendo, através desses, irão se manter as características desejáveis de determinada cultivar.

Com relação aos atributos genéticos, é importante observar a pureza varietal, potencial de produtividade, resistência a pragas e moléstias, precocidade, qualidade do grão e resistência a condições adversas de solo e clima. Já para os atributos físicos, é fundamental a pureza física, a qual reflete a composição física ou mecânica de um lote de sementes, indicando se há a presença de sementes de plantas daninhas, de outras variedades e materiais inertes.

Outro fator importante é a umidade que demonstra a porcentagem de água na semente. A necessidade do conhecimento do teor de umidade é para adequar a colheita, secagem, acondicionamento e preservação da qualidade física, fisiológica e sanitária da semente. Para a comercialização também se faz necessário saber a umidade, sendo que este valor muda de acordo com a espécie.

Por fim, o cuidado com as danificações mecânicas, pois a semente é facilmente danificada desde a colheita até o beneficiamento. Essa danificação

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irá afetar a qualidade final da semente. Muitas vezes esses danos podem ser latentes, ou seja, só aparecem após alguns meses de armazenamento.

No entanto, entre os atributos fisiológicos, pode ser considerada a germinação, caracterizada pelo momento de emergência e desenvolvimento normal das estruturas essenciais do embrião em condições ambientais favoráveis. Outro atributo diz respeito ao vigor das sementes, o qual pode ser mensurado em vários testes, cada um adequado para cada espécie. Esses testes simulam condições adversas de campo em que a semente poderá enfrentar. Apesar de este teste possuir muita utilidade, ainda não foi padronizado. Já o atributo dormência, caracteriza-se pelo estádio em que uma semente viva se encontra quando se fornecem todas as condições adequadas para germinação e a mesma não germina.

Já com relação ao atributo sanitário, a semente é um veículo para distribuição e disseminação de patógenos, podendo ser bactérias, fungos, nematoides e vírus, sendo os fungos os mais presentes. Tais patógenos podem causar doenças nas plantas de grande significância. As sementes utilizadas devem ser sadias e livres de qualquer patógeno, uma vez que as sementes infectadas podem não apresentar viabilidade ou serem de baixo vigor.

2.3. COMERCIALIZAÇÃO

Este assunto é tratado no ANEXO das NORMAS PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SEMENTES, amparado pela Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e seu regulamento aprovado pelo Decreto no 5.153, de 23 de julho de 2004 (BRASIL, 2005), no item 24 o qual segue:

24.1 - Estará apta à comercialização em todo o território nacional a semente produzida e identificada de acordo com o Regulamento da Lei nº 10.711, de 2003, aprovado pelo Decreto nº 5.153, de 2004, com as presentes normas e as demais estabelecidas pelo MAPA. 24.2 - A comercialização de sementes que não atendam aos padrões estabelecidos poderá ser autorizada pelo MAPA, por prazo determinado, no interesse público e em casos emergenciais, mediante proposição da Comissão de Sementes e Mudas, conforme disposto no parágrafo único do art. 92 do Regulamento da Lei nº10.711, de 2003, aprovado pelo Decreto nº 5.153, 2004.

24.3 - A comercialização de sementes poderá ser feita pelo próprio produtor ou reembalador ou por comerciante inscrito no RENASEM.

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16 24.4 - Na comercialização, transporte ou armazenamento, a semente deve estar identificada e acompanhada da respectiva nota fiscal e de cópia do Atestado de Origem Genética ou do Certificado de Semente ou do Termo de Conformidade, em função de sua classe e categoria. 24.5 - Para efeito destas normas, a nota fiscal deverá apresentar, no mínimo, as seguintes informações:

I - nome, CNPJ ou CPF, endereço e número de inscrição do produtor ou do reembalador no RENASEM;

II - nome e endereço do comprador; e

III - quantidade de sementes por lote, espécie, cultivar.

24.6 - A semente a granel ou acondicionada em embalagens de tamanho diferenciado somente poderá ser comercializada diretamente do produtor ao usuário

da semente.

24.7 - Para a inscrição no RENASEM, o comerciante de sementes deverá apresentar ao órgão fiscalizador do comércio da respectiva Unidade Federativa os seguintes documentos:

I - requerimento por meio de formulário próprio, assinado pelo interessado ou representante legal, conforme modelo constante do Anexo IX;

II - comprovante do pagamento da taxa correspondente; III - relação das espécies que pretende comercializar;

IV - cópia do contrato social registrado na junta comercial ou documento equivalente, quando pessoa jurídica, constando a atividade de comerciante de sementes;

V - cópia do CNPJ ou CPF;

VI - cópia da inscrição estadual ou equivalente, quando for o caso; e VII - declaração do interessado de que está adimplente junto ao MAPA.

24.8 - Constituem-se obrigações do comerciante:

I - manter as sementes em condições adequadas de armazenamento, observadas as exigências estabelecidas nestas normas;

II - manter os lotes de sementes dispostos de forma que possuam no mínimo duas faces expostas, com espaçamentos entre pilhas e entre pilhas e paredes, que

permitam a amostragem representativa dos mesmos;

III - garantir o índice de germinação conforme os padrões estabelecidos, observadas as responsabilidades atribuídas pela legislação;

IV - comercializar sementes em embalagens invioladas, originais do produtor ou do reembalador; e

V - manter à disposição do órgão de fiscalização:

a) notas fiscais que permitam estabelecer a correlação entre as entradas, as saídas e os estoques de sementes; e

b) cópia do Certificado de Sementes ou do Termo de Conformidade da semente em comercialização.

A comercialização das sementes, ou seja, efetivamente o ato da venda da semente, tem variado conforme a estratégia de cada empresa. Muitas lançam mão de condições comerciais relacionadas à troca de grão indústria por produto semente, sendo que outras trabalham apenas na modalidade de venda em financeiro. Geralmente, as cooperativas têm se destacado na realização da troca de semente por produto indústria, proporcionando um beneficio para o seu cooperado.

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Como ações para divulgação dos seus materiais, as empresas e cooperativas realizam dias de campo, visitações aos campos de multiplicação, reuniões técnicas, além de condições especiais de comercialização. Pode-se citar o caso em estudo da COTRIJUI que oferta a seus cooperados a venda da semente na modalidade Mútuo (troca de soja indústria por semente).

2.4. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO

O assunto é tratado no ANEXO das NORMAS PARA PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SEMENTES, amparado pela Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e seu regulamento aprovado pelo Decreto no 5.153, de 23 de julho de 2004 (BRASIL 2004), no item 25, o qual segue:

25.1 - A fiscalização do comércio de sementes dar-se-á após a emissão da nota fiscal de venda pelo produtor ou pelo reembalador e tem por objetivo garantir o cumprimento da legislação, pelo exercício do poder de polícia.

25.2 - O fiscal, no exercício de suas funções, terá livre acesso aos estabelecimentos, produtos e documentos previstos na legislação de sementes.

A atual legislação precisa ser atualizada e sofre melhorias, sendo que um assunto que vem gerando muita discussão diz respeito a Lei de Proteção de Cultivares.

De acordo com Carraro (2011), a reformulação da Lei, cujo principal objetivo é dar plenas condições de segurança de ampliação aos investimentos no desenvolvimento tecnológico, precisa também atender as necessidades de maiores investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, assegurando e protegendo que sejam desenvolvidas tecnologias mais poderosas para fazer frente às necessidades de maiores rentabilidades na agricultura.

2.5. A EMPRESA

Callai (2007) realizou uma retrospectiva da história de constituição e desenvolvimento da cooperativa, sendo a fonte de pesquisa para a caracterização da empresa. Em meados da década de 1950, a agricultura

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18 brasileira enfrentava grandes desafios, faltavam locais para armazenagem e principalmente incentivos para a produção. Preocupados com essa situação, um grupo de agricultores na região noroeste do Estado do RS passou a discutir meios de enfrentar as dificuldades, sendo a casa veterinária Elmers (Ijuí) utilizada muitas vezes para esses encontros.

Após vários encontros, discussões e reuniões, em uma tarde chuvosa numa das salas do Clube Ijuí, aos 20 dias de julho de 1957, realizou-se a assembleia histórica de fundação da então Cooperativa Tritícola Serrana Ltda. Seu objetivo inicial era de “congregar os plantadores de trigo da região para promover a defesa de seus interesses econômicos (...), e superar as dificuldades de comercialização da safra de trigo que vem se avolumando de ano para ano” (Carta ao jornal “Correio Serrano”, de Ijuí, em 24/07/1957).

A chuva impediu que alguns agricultores comparecessem à reunião, mas não diminuiu o ânimo dos pioneiros e tampouco impediu a concretização da ideia. Ao todo, 32 são os nomes que integram as 23 primeiras matrículas do Livro de Matrículas nº 1 da COTRIJUI, datadas em 20/07/1957. Estes são considerados os pioneiros e, portanto, fundadores da COTRIJUI.

O ato teve o apoio do Governo Estadual e Federal, interessado em que os produtores se organizassem na produção do trigo, cultura que vinha sofrendo com a instabilidade climática que derrubava a sua produtividade naqueles anos. Assim, nascia a então Cooperativa Tritícola Serrana LTDA., hoje denominada COTRIJUI - Cooperativa Agropecuária & Industrial.

Recém-fundada, a Cooperativa já enfrentava seu primeiro desafio: equipar rapidamente sua infraestrutura para receber a produção de seus associados, já que a fundação se deu quando as lavouras de trigo já estavam semeadas.

A ata n° 1 do Conselho de Administração, do dia 24 de julho de 1957, deu garantia “que se receberá o trigo da safra que se aproxima, que sem isso a Cooperativa não poderá cumprir com suas finalidades”.

No dia 01 de setembro de 1957 a Cooperativa contratava a construção do seu primeiro armazém: um armazém metálico, com 2.400m² de área coberta, a oeste da Viação Férrea em Ijuí. Com recursos provenientes da primeira integralização de capital e financiamentos conseguidos em bancos

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locais, levou-se adiante a construção do armazém da Cooperativa, que em 4 de dezembro de 1957 recebia suas primeiras cargas de trigo. Naquele ano ainda receberia 4.295 toneladas de trigo.

O fato de a Cooperativa ter conquistado a infraestrutura inicial em tempo hábil e atendido a demanda da safra, surtiu um efeito positivo e conquistou a confiança dos seus associados. Logo após a Fundação, a primeira sede da Cooperativa Tritícola Serrana funcionou em um prédio alugado, à Rua Tiradentes nº 404.

O quadro social da Cooperativa, que não ultrapassara 60 associados até o final de 1957 atingiria, menos de 10 anos depois, em 1964, a casa dos 2.400 associados. Nesse ano, a Cooperativa passou a funcionar em sua primeira sede própria, situada na Rua José Hickembick s/n, onde hoje funciona a atual reitoria da UNIJUI.

Em 1972 a COTRIJUI iniciou a construção de sua nova sede, junto ao complexo industrial e de armazéns graneleiros. A mudança para o novo escritório foi feita no dia 03 de dezembro de 1975, e nesta estrutura funciona a sede da Cooperativa até os dias atuais. A expansão da COTRIJUI teve início em 1969, com a construção de um armazém graneleiro (projetado pela própria Cooperativa), na cidade de Santo Augusto.

Em dezembro do mesmo ano, a Assembleia Geral aprovou a construção de um terminal portuário em Rio Grande. O Terminal Graneleiro, que ficou pronto em 1972 e levou o nome do seu idealizador: Terminal Graneleiro Luiz Fogliatto, impulsionador das exportações gaúchas de grãos na década de 1970 e responsável pelo escoamento de 80% dos grãos produzidos no RS. Pertence atualmente ao Grupo CCGL (Cooperativa Central Gaúcha de Leite).

Em 1970 foi a vez da cidade de Tenente Portela receber a COTRIJUI; em 1973, novas Unidades em Jóia, Coronel Bicaco e Chiapetta; em 1975 era a vez de Ajuricaba e Augusto Pestana.

Em 1977 a incorporação das cooperativas Pedritense Agro-Pastoril, de Dom Pedrito, RS, e Copermará, de Maracajú, MS, alargam ainda mais as fronteiras da COTRIJUI e, em 1979, eram criadas as Regionais Dom Pedrito e

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20 Mato Grosso do Sul, esta última desincorporada em 1993, após decisão da Assembleia Geral.

Em 2003, após assinatura de um acordo comercial com a Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda. (CAAL) e a Cooperativa Agropecuária Mista Assisense, a COTRIJUI estendeu seus serviços na região da campanha, passando a atuar nas cidades de Manoel Viana e São Francisco de Assis. Em 2004, ambas são incorporadas, passando São Francisco de Assis a constituir a mais recente Unidade da COTRIJUI em 2007.

Atualmente, esse complexo atende as demandas de mais de 19.200 cooperados e proporciona mais de 2.700 empregos diretos.

A COTRIJUI diversificou suas atividades, ampliando suas ações através da agroindustrialização, em especial na indústria de cereais, frigorífico, fábrica de rações e moinho, todas voltadas à agregação de valor no produto primário, buscando assim o melhor atendimento aos associados.

Segundo informações obtidas junto ao site oficial da COTRIJUI (www.cotrijui.coop.br, 2012), a missão da empresa é: "Desenvolver as atividades agropecuária e comercial, oferecendo produtos e serviços com qualidade, a fim de construir o caminho da satisfação dos associados, funcionários e clientes".

Com relação aos objetivos, fundamenta-se em aprimorar as relações entre os lideres de todas as instâncias: propiciar a integração e a melhoria da qualidade de vida dos associados, direção e funcionários; agregar valores em todas as áreas de negócio; buscar a rentabilidade e autonomia; ter claro o caráter social e empresarial e desenvolver a qualidade nos produtos e serviços prestados.

No entanto, com relação aos princípios institucionais, a empresa destaca a renovação dos fundamentos da cultura organizacional, capacitação dos associados, direção e funcionários, visando o profissionalismo e a ação conjunta, inovação do desenvolvimento dos processos e preservação da ética dos profissionais, a fim de consolidar a moral junto aos associados e comunidade em geral.

Atualmente, constitui o quadro de associados um total de 19.200, distribuídos em mais de 42 municípios do Rio Grande do Sul; tem sedes em Ijuí

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e Porto Alegre; frigorífico em São Luiz Gonzaga, polo arrozeiro em Dom Pedrito e participação acionária no terminal do Porto de Rio Grande. A Figura 2 demonstra a dimensão e distribuição da área de ação da COTRIJUI ao longo do território do rio Grande do Sul.

Figura 2. Mapa da área de ação da COTRIJUI atualizado em 2012. Fonte: Departamento de Comunicação – COTRIJUI.

2.6. O NEGÓCIO SEMENTE

Ao longo de seus 55 anos, a COTRIJUI sempre deu a importância merecida aos insumos básicos para a produção. Tanto é assim que na cooperativa semente tem a marca COTRIJUI. No caso da soja, as sementes produzidas pelos cooperados passam por rigoroso processo de seleção, desde o manejo nos campos de produção até as análises em laboratórios próprios, atestando índices de germinação, vigor e pureza.

Atualmente, há 4 (quatro) Unidades Beneficiadoras de Sementes (UBSs), localizadas em Ijuí, Santo Augusto e Santiago e Dom Pedrito, as quais classificam e beneficiam as sementes que são armazenados em células próprias até a venda e entrega aos produtores. Nos últimos anos, a procura

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22 pela semente de soja COTRIJUI tem crescido em outros estados como SC, PR, SP, MS e MT.

Por se tratar de um organismo vivo, os cuidados com a semente de soja, desde sua produção até o retorno aos produtores, merecem acompanhamento contínuo dos técnicos da cooperativa. Através de convênios com instituições de pesquisa e na condição de associada da CCGL e COODETEC, parceira da EMBRAPA junto à Fundação Pró-Sementes, a COTRIJUI não abre mão de somente comercializar semente com qualidade comprovada e certificada.

São produzidas em média 18.000 toneladas/ano de sementes certificadas de soja, trigo, arroz, forrageiras de inverno e de verão, dentro de rigorosos padrões de qualidade. O objetivo é comercializar com o quadro social e mercado de terceiros.

Segundo a Embrapa, a semente é o veículo que leva ao agricultor todo o potencial genético de uma cultivar com características superiores. A semente tem grande importância para os produtores, e a população necessita cada vez mais alimentos, tendo como consequência aumentar os rendimentos para os próximos anos.

A Direção da COTRIJUI, sabendo da grande procura por alimento e de uma necessidade maior de produção, trabalha para aumentar e melhorar os campos de produção de sementes com o intuito de levar aos agricultores sementes de qualidade, para que possam alcançar altos índices de produção e ter uma maior rentabilidade em suas lavouras.

Diante de um negócio tão lucrativo, vem se buscando cada vez mais incrementar os investimentos, principalmente no que tange à produção e comercialização de sementes, focando principalmente a qualidade do produto final. No último ano foi instalado, em parceria com uma empresa fornecedora de insumos, um moderno Centro de tratamento de sementes (CTS), totalmente automatizado, garantindo com a maior precisão e uniformidade o tratamento das sementes com fungicidas, micronutrientes e nematicidas, ampliando a viabilidade econômica da Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS).

Para De Carli (2003), a viabilidade econômica em uma UBS deve levar em consideração que o mercado é cada vez mais competitivo, devendo buscar

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sempre que possível à diminuição dos custos e maior eficiência na produção e serviços oferecidos, requisitos fundamentais para o sucesso de qualquer empresa.

No ano de 1982, teve inicio uma modalidade de comercialização de sementes a qual foi denominada de Mútuo de Semente de Soja (troca soja indústria por semente). A proposta dessa modalidade de venda partiu do Engo Agro Milton Driemeyer que, ao levar a proposta para discussão com o Conselho de Administração, teve a sua aprovação e, a partir de então, tornou-se uma importante ferramenta de negociação entre o produtor e a cooperativa.

Com o passar dos anos, foi-se aperfeiçoando a forma de oferta da venda de semente para o produtor, sendo que no período em estudo é possível observar uma introdução de tecnologias e, por consequência, uma possibilidade de agregação de valor, gerando um maior resultado ao negócio.

2.7. RELAÇÃO COM O PRODUTOR DE SEMENTES

Atualmente, produzem sementes na área de ação um total de 73 produtores, devidamente treinados e conhecedores das normas de produção. A empresa disponibiliza acompanhamento técnico, cursos e treinamentos para que o produtor possa obter o maior rendimento e, por consequência, produzir sementes de alta qualidade (germinação e vigor).

O produtor de sementes compromete-se a entregar 100% da produção colhida, oriunda da área inscrita para a produção de sementes, bem como a utilizar a cultivar indicada, conforme a orientação técnica, manter o isolamento das glebas entre cultivares e culturas, conforme Instrução Normativa n° 9, de 2005 do MAPA, respeitar em todas as etapas da produção os cuidados com misturas entre cultivares e outras culturas e a realizar o manejo dos campos de produção, conforme orientação técnica.

Por outro lado, a COTRIJUI fornece a semente conforme cultivar e quantidade a ser cultivada, inscreve o campo de produção junto ao MAPA e/ou Entidade Certificadora, bem como recebe toda a produção colhida dos campos inscritos e realiza o pagamento, conforme classificação do produto e preço praticados pelo mercado regional na época da liquidação, e também proceder à

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24 avaliação da qualidade do produto semente colhido e prestar assistência em todas as fases de produção.

Como forma de remuneração, o produtor ficará isento da taxa tecnológica de 2% pelo uso da tecnologia Roundup Ready, e também da taxa de Funrural e SENAR de 2,3% sobre o total da produção entregue como semente e mais 2% de bonificação sobre o total da produção que for recebida como semente. Essas bonificações somadas representam 6,3%.

A partir da safra de soja no ano de 2011, foi instituída uma premiação de 1% a título de bonificação, além das anteriormente mencionadas, como forma de valorização ao produtor que realiza a colheita com colheitadeira axial, uma vez que a mesma permite um menor dano mecânico à semente, reduzindo as perdas. Essa valorização visa melhorar a remuneração dos produtores que já possuem colheitadeira axial, além de incentivar os demais a adquirir esse tipo de colheitadeira.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

Para elaborar este trabalho, foi definido o método do estudo de caso sobre o qual Yin (2001) considera como mais relevante dentre os tipos de pesquisa descritiva, por caracterizar-se pelo emprego de uma forma direta, simples e elementar para entender um determinado processo.

Para este estudo de caso os parâmetros utilizados tiveram como base a comercialização de sementes de soja no período de 2005 a 2011 na COTRIJUI Unidade de Ijuí, no estado do Rio Grande do Sul, e os dados quantitativos foram: quantidade de semente vendida no sistema Mútuo, venda À Vista para associados na Unidade de Ijui no período de 2005 a 2011, evolução da proposta comercial no sistema Mútuo de sementes no período, avaliação da comercialização de semente ano base 2011 e análise do potencial de comercialização.

Para que se tenha a dimensão do negócio, é importante salientar que a abrangência da Unidade de Ijuí compreende uma área de atuação que atinge os municípios de Ijuí, Bozano, Coronel Barros, parte dos municípios de Catuipe, Santo Ângelo e Entre-Ijuís, sendo a Unidade Sede da COTRIJUI a maior em proporção e volume de negócios, o que permite uma amostra representativa da realidade como um todo.

A coleta dos dados das séries históricas do período foi obtida através de relatórios comerciais e contábeis, analisando documentos históricos, balancetes, assim como através de planilhas disponibilizadas pelo sistema de informática da cooperativa.

É importante registrar que houve ressalva de informações, uma vez que a direção não autoriza a divulgação minuciosa e de detalhes pontuais dos dados comerciais, reservando o direito do sigilo de seu negócio. Porém, com os dados fornecidos, foi possível atender todos os objetivos propostos no trabalho realizado.

Para avaliação e análise da viabilidade, consideraram-se valores absolutos e volumes totais. O trabalho de análise e de proposição de alternativas baseou-se em uma abordagem descritiva, fundamentada pela

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26 análise dos dados, considerando os procedimentos adotados em cada ano, bem como o desempenho geral de todo período avaliado.

A interpretação dos resultados foi feita de forma individual em cada parâmetro, demonstrado em tabelas e discutindo os aspectos inerentes ao foco dos mesmos. Posteriormente, foi realizada uma análise da oportunidade do negócio “SEMENTE” na COTRIJUI.

Em relação à comercialização, avaliou-se a proporção de troca de soja indústria por semente, tendo sempre como parâmetro a proporção para semente não tratada, bem como as particularidades comerciais de cada ano.

Finalmente, foi realizada uma análise comparativa financeira do desempenho geral em termos médios, assim como o estudo da potencialidade de mercado, tendo como base o ano de 2011.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Antes de apresentar os resultados numéricos obtidos neste estudo, é preciso mencionar alguns aspectos históricos observados que foram decisivos na implantação e no aperfeiçoamento do sistema Mútuo de sementes. Após o ano de 2005, com um mercado aquecido para venda de semente de soja, tornou-se necessário reposicionar o Negócio Semente na COTRIJUI. O Mútuo, ou seja, troca de grãos indústria por semente, retoma um espaço importante, tendo uma atenção especial por parte da cooperativa.

No ano de 2006 houve um trabalho focado pelo Departamento Técnico, sob a coordenação do Gerente Agrotécnico, Engo Agro Jair Mello, com o objetivo de levar até o produtor uma semente de maior qualidade. Este trabalho teve como ponto de apoio um levantamento realizado, à época, pelos profissionais técnicos, os quais identificaram as falhas, oportunidades e potencialidades da atividade semente na COTRIJUI.

A identificação dos gargalos foi fundamental para direcionar a nova postura. Fatores como a falta de estratégia de venda do quadro social, a semente que não era considerada um insumo, o volume de sobra de sementes nos últimos anos, a mudança do uso da semente convencional para Roundup Ready não oficial e a falta de foco nos clientes foram identificados e reposicionados, dando espaço às potencialidades do negócio.

O prestigio pela qualidade das sementes COTRIJUI, conhecida e comercializada nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, fez com que se mantivesse uma estrutura de produção voltada a atender os interesses dos clientes.

No entanto, fatores como a agregação de valor à semente, assim como a possibilidade de potencializar a venda de insumos e o recebimento de grãos, fez com que a semente se tornasse um insumo estratégico para a Cooperativa, uma vez que havia uma estrutura montada, assistência técnica qualificada e um grande número de associados com potencial de negócios na área de ação.

Havia chegado o momento de retomar um trabalho focado nos benefícios da utilização de sementes legalizadas. A garantia de uma semente

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28 de qualidade com pureza, germinação e vigor, assim como a segurança nos processos de produção através do rastreamento da produção, recebimento, armazenagem e expedição, reduzindo e evitando perdas com armazém nas propriedades, fez com que os produtores optassem por novas cultivares, mais promissoras e adaptadas ao ambiente.

Para a divulgação dos benefícios e da campanha do Mútuo, passaram a ser utilizados folders explicativos, comerciais (jingles) nas rádios da região, principalmente nos horários de maior audiência, programas específicos sobre o assunto no “Informativo COTRIJUI”, realizado aos domingos às 8 horas, com duração de 15 minutos, na Rádio Progresso de Ijuí e transmitido por outras emissoras que cobrem a área de ação. Também houve a formatação e realização de reuniões e palestras técnicas com produtores.

Com a possibilidade de o produtor usufruir de benefícios, como a aquisição de semente tratada com fungicida e inseticida, além da padronização do tamanho das sementes, permitindo uniformidade na distribuição e garantindo assim um ótimo stand da lavoura, sem problemas de vigor e germinação, fez com que a venda de semente fosse retomada de maneira expressiva, dando ênfase ao sistema de troca de grão indústria por semente, ou seja, a modalidade de comercialização do Mútuo.

Todo o esforço realizado para retomar o mercado de sementes de soja na região teve seu objetivo alcançado, podendo ser observado na Figura 3, que representa o volume comercializado pelos sistemas Mútuo e À Vista, no período entre os anos 2005 e 2011.

O volume de venda de semente no ano 2006 demonstra que a modalidade do Mútuo atingiu 44,18% do volume negociado. No ano de 2007 o percentual negociado nesta modalidade foi de 47,89% e em 2008 foi de 42,35%, registrando uma pequena queda devido à intensificação das ações dos concorrentes com sementes salvas e produtos similares de tratamento. Porém, no ano de 2009, retomou-se o crescimento e se obteve uma participação de 47,20%. No ano seguinte (2010), o montante comercializado no sistema de Mútuo foi de 49,61%, passando para surpreendentes 80,99% no ano de 2011, principalmente pela opção do produtor em adquirir semente padronizada e tratada na UBS (Unidade de Beneficiamento de Semente).

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Figura 3. Volume de venda por modalidade (Mútuo ou À Vista), em kg, no período de 2005 a 2011. Fonte: Departamento Contábil/Comercial da COTRIJUI.

O objetivo do Departamento Comercial é traçar estratégias para comercializar o maior volume possível na modalidade Mútuo, uma vez que permite um resultado potencial maior, comercializando a semente por troca de soja grão indústria, além de oferecer o tratamento industrial (inseticidas, fungicidas, micronutrientes e nematicidas), o que acaba agregando uma lucratividade à atividade. Além disso, o sistema se torna vantajoso também para o agricultor, que não precisa desembolsar dinheiro para a compra da semente.

4.1. EVOLUÇÃO DA PROPOSTA COMERCIAL NA MODALIDADE MÚTUO

Durante o período analisado houve ajustes na forma de comercialização de sementes de soja na modalidade Mútuo, uma vez que no período anterior ao ano de 2005 o setor sementeiro no RS foi desestruturado, já que o destaque era o cultivo de soja RR de forma ilegal, o qual não estava liberado para cultivo, comercialização e nem para produção de sementes. Porém, com a regulamentação, a produção de sementes começou a tomar um novo rumo, mas cabe destacar que nesta safra houve a ocorrência de uma

  Kg  Anos   0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Mútuo Avista

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30 estiagem que causou enormes prejuízos, deixando o produtor praticamente descapitalizado e sem produção para comercializar. Esses ajustes no processo podem ser considerados normais, uma vez que se torna necessário encontrar um ponto de equilíbrio que torne essa forma de negociação vantajosa, tanto para a cooperativa quanto para o associado.

Grande parte dos produtores da região precisaram buscar recursos junto às instituições financeiras para que a formação da lavoura. E, neste sentido, no ano de 2005 houve a comercialização de sementes na modalidade À Vista, pois os produtores não possuíam saldo de grão indústria para realizar a troca. A partir do ano de 2006, tomou forma novamente o negócio da venda de sementes trocando por soja indústria disponível.

A seguir é realizada a apresentação da forma de comercialização na modalidade de Mútuo, com suas particularidades em cada ano estudado, demonstrando todas as opções que o produtor teve disponível para escolha de determinada variedade, peneira e tratamento da semente.

4.1.1. Relação de troca no ano 2006

As variedades disponibilizadas para a venda neste ano foram a CD-214 RR e CD-219 RR, também identificadas com cultivares do grupo 1, uma vez que eram as únicas cultivares geneticamente modificadas devidamente legalizadas. Os dados apresentados na Tabela 1 demonstram a relação de troca de semente por soja indústria diante dos tipos de tratamentos, sendo eles: semente não tratada, tratada com fungicida, fungicida e micronutriente, inseticida, inseticida e fungicida, e inseticida, fungicida e micronutriente.

Neste ano, foi introduzida no tratamento a opção pela aplicação de micronutrientes (Cobalto e Molibdênio), com a utilização do produto comercial NECTAR. A indicação do departamento técnico em utilizar os dois micronutrientes se dá devido ao molibdênio atuar no processo de fixação simbiótica do nitrogênio e em outros processos fisiológicos das plantas superiores.

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Segundo Lantmann (2004), o Mo participa ativamente como cofator integrante nas enzimas nitrogenase, redutase do nitrato e oxidase do sulfato, e está intensamente relacionado com o transporte de elétrons durante as reações bioquímicas. Já o cobalto, é um elemento essencial aos micro-organismos fixadores de N2, mediante a participação na composição da vitamina B12 e da coenzima cobamida, também conhecida como Dacobalamina. A cobamida funciona como ativadora de enzimas importantes que catalisam reações bioquímicas em culturas de bactérias fixadoras de N2, entre as quais o Bradyrhizobium japonicum, presente nos nódulos das leguminosas.

Nas safras anteriores foi trabalhado apenas com o fungicida Maxim e o inseticida Cruiser no momento do tratamento das sementes.

Tabela 1. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2006 no sistema Mútuo.

Grupo Classe de Semente

Kg soja indústria por 40 kgde sementes de soja

Peneira 1 Peneira 2

Não tratada; 62 60

Tratada com Maxim XL (1ml/kg); 74 72

Grupo 1 Tratada com Maxim XL (1ml/kg) e

Nectar (1,25ml/kg); 89 87

CD-214 RR, Tratada com Cruiser FS (1ml/kg); 112 110

CD-219 RR Tratada com Cruiser FS (1ml/kg)

e Maxim XL (1ml/kg); 122 120

Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim XL (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg).

137 135

Fonte: Acervo documental da COTRIJUI.

Observa-se na Tabela 1 que há uma diferença na relação de troca entre a semente da peneira 1 e a peneira 2, na proporção de 2kg por saco de 40kg de semente. Esta proporção permaneceu inalterada durante o período de 2006 a 2008 (Tabelas 1 a 3); porém, a partir de 2009, passou a ser de 5kg entre as peneiras (Tabelas 4 a 6).

A padronização por tamanho, que varia de 5,5mm a 7,5mm, depende do tamanho da semente, conforme a cultivar, relacionada diretamente com o

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32 peso de mil sementes. Como exemplo, para a cultivar CD-214 RR neste ano, a dimensão da semente Peneira 1 era de 5,5mm e a Peneira 2 era de 6,5mm. A semente da Peneira 1 (semente de menor dimensão - pequena) é menor que a Peneira 2 (semente de maior dimensão - grande), portanto, pesa menos e gastará menos sementes (em kg) por hectare. Com a Peneira 2, gastará mais sementes por hectares, porém a população de plantas deve ser a mesma, pois a diferença está no peso da semente.

Conforme Costa e Filho (2011), na aquisição de sementes, a escolha do tamanho não deve ser considerada como fator determinante de desempenho e produtividade da cultura. A classificação dos lotes, baseada na identificação de limites de tamanho que possam representar o máximo potencial fisiológico, irá permitir uma semeadura mais uniforme e precisa, permitindo o estabelecimento de uma população adequada. Para a semeadura, é recomendado o uso de discos alveolados específicos para cada peneira.

Considerando a média do valor da soja indústria no período de realização do Mútuo (junho a agosto/2006), que foi da ordem de R$ 22,33 por saca de 60kg, a proporção de troca da semente de soja não tratada Peneira 1 de 62kg de soja indústria por saco de semente de 40kg, estima-se que o custo médio da semente de soja em financeiro seria de R$ 23,07.

Se a mesma semente tivesse sido adquirida na modalidade À Vista, com um custo adicional de 5% a mais, o produtor estaria pagando pela mesma semente um valor de R$ 24,23, o que representa um incremento do custo de R$ 1,16 por saco de semente. O custo adicional aqui mencionado é o valor de referência que se trabalha como padrão após a realização do mútuo, sendo respeitado ao longo dos anos esse adicional de preço.

Portanto, o preço de venda da semente, após a realização da contratação na modalidade Mútuo, corresponde à relação de troca multiplicado pelo valor do kg da soja indústria na cotação do dia, mais o adicional de 5%.

4.1.2. Relação de troca no ano 2007

Para o ano de 2007, houve a disponibilidade de várias cultivares, sendo as mesmas classificadas em dois grupos. As pertencentes ao grupo 1 sempre são

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as de menor valor de mercado, provavelmente por estarem a mais tempo no mercado. À medida que aumenta o número de grupos, significa que há maior oferta de cultivares e, por consequência, com maior valor comercial.

O grupo 1 foi constituído das cultivares CD 214 RR, CD 219 RR, FUNDACEP 53 RR e FUNDACEP 56 RR, sendo oferecidas as seguintes opções de tratamento: semente não tratada; tratada com fungicida; fungicida e micronutriente; inseticida e micronutriente; e inseticida, fungicida e micronutriente, conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2007 no sistema Mútuo.

Grupo

Classe de Semente

Kg soja indústria por 40 kg de sementes de soja Peneira 1 Peneira2   Grupo 1  CD 214 RR,   CD 219 RR,   FUNDACEP   53 RR,   FUNDACEP   56 RR.     Não tratada;  62  60 Tratada com Maxim XL (1ml/kg) e molibdato  de sódio (0,5g/kg);    79  77 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg);    88  86  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e molibdato  de sódio (0,5 g/kg);    111  109  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim XL  (1ml/kg) e molibdato de sódio (0,5g/kg);    119  117  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim XL  (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg)  127  125    Grupo 2  BRS 243 RR,       BRS 245 RR,       BRS 247 RR,  BRS 255 RR,        BRS CHARRUA RR,   FUNDACEP   55 RR,   FUNDACEP   59 RR    Não tratada;    67  65 Tratada com Maxim XL (1ml/kg) e molibdato  de sódio (0,5g/kg);    84  82 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg);    93  91  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e molibdato  de sódio (0,5g/kg);    116  114  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim XL  (1ml/kg) e molibdato de sódio (0,5g/kg);    124  122  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim XL  (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg)  132    130    Fonte: Acervo documental da COTRIJUI.

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34 Em uma análise econômica, considerando a média do valor da soja indústria no período de realização do Mútuo (junho a agosto/2007), que foi da ordem de R$ 27,78 por saca de 60kg, a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 62kg de soja indústria por saco de semente de 40kg no Grupo 1, estima-se que o custo médio da semente de soja em financeiro seria de R$ 208,71. Se a mesma semente tivesse sido adquirida na modalidade À Vista, com um custo adicional de 5% a mais, o produtor estaria pagando pela mesma semente um valor de R$ 30,14, o que representa um custo adicional de R$ 1,43 por saco de semente.

Já o grupo 2, foi constituído pelas cultivares BRS 243 RR, BRS 245 RR, BRS 247 RR, BRS 255 RR, BRS CHARRUA RR, FUNDACEP 55 RR e FUNDACEP 59 RR, sendo oferecidas nas mesmas opções de tratamento que o grupo 1.

Para este grupo, com a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 67kg de soja indústria por saco de semente de 40kg, tem-se que o custo médio da tem-semente em financeiro tem-seria de R$ 31,02. Quando adicionado os 5% ao custo após o período de contratação do Mútuo, o produtor estaria pagando pela mesma semente um valor de R$ 32,57, o que representa um custo adicional de R$ 1,55 por saco de semente.

Analisando a relação de troca do grupo 1, semente não tratada em relação às cultivares disponibilizadas no ano de 2006, constata-se que não houve alteração na quantidade de soja indústria, necessária para adquirir um saco de semente de 40kg das cultivares CD-214 e CD-219.

Neste ano, além das cultivares disponibilizadas pela empresa COODETEC, houve o ingresso no mercado de cultivares da FUNDACEP e da Embrapa.

4.1.3. Relação de troca no ano 2008

Neste ano, por decisão do departamento técnico, devido a dificuldades operacionais, optou-se em oferecer um menor número de opções de tratamento, sendo eles semente não tratada, com fungicida e micronutriente, com fungicida, inseticida e micronutriente.

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Tendo como base a semelhança de valor comercial, foram agrupadas no grupo 1 as cultivares BRS 243 RR, BRS PAMPA RR, CD 214 RR, CD 219 RR.

Neste ano, a média do valor da soja indústria no período de realização do Mútuo (junho a agosto/2008) foi da ordem de R$ 45,34 por saca de 60kg, a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 62kg de soja indústria por 1 saco de semente de 40kg Grupo 1, estima-se que o custo médio da semente de soja em financeiro seria de R$ 46,85. O produtor, ao adquirir na modalidade À Vista deve ter um custo adicional de 5% a mais, pagando pela mesma semente um valor de R$ 49,19, o que representa um custo adicional de R$ 2,34 por saco de semente.

Outro indicador importante é que, durante o período de realização do Mútuo, nos anos de 2006, 2007 e 2008, quando considerado a semente de soja sem tratamento peneira 1 e grupo 1, a proporção em kg por saco de semente não se alterou, porém o valor monetário da diferença de preço quando vendido À Vista passou de R$ 1,16 em 2006 para R$ 1,43 em 2007, e R$ 2,34 no ano de 2008, causando um dispêndio maior de recursos aos produtores que adquiriram sementes À Vista.

Com relação ao grupo 2, o mesmo foi composto pelas seguintes cultivares: BRS 246 RR, CD 225 RR, CD 226 RR, FUNDACEP 53 RR, com as mesmas opções de tratamento que para o grupo 1, como pode ser observado na Tabela 3.

Com a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 67kg de soja indústria por 1 saco de semente de 40kg, estima-se que o custo médio da semente em financeiro seria de R$ 50,63. Porém, quando adquirida na modalidade À Vista, o produtor estaria pagando pela mesma semente um valor de R$ 53,16, onerando em um custo adicional de R$ 2,53 por saco de semente.

O grupo 3, foi formado pelas cultivares BRS 255 RR, DONMÁRIO 5.8, FUNDACEP 55 RR E FUNDACEP 59 RR, porem estando estas cultivares disponíveis apenas tratadas com fungicida, inseticida e micronutrientes, não sendo possível adquirir sem tratamento, em razão da baixa disponibilidade de sementes e do alto valor que as mesmas possuem.

(38)

36 Tabela 3. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2008 no

sistema Mútuo.

Fonte: Acervo documental da COTRIJUI.

Com a proporção de troca da semente de soja tratada peneira 1 de 112kg de soja indústria por 1 saco de semente de 40kg, tem-se que o custo médio da semente em financeiro seria de R$ 84,63. Neste caso, o produtor estaria pagando um custo adicional de R$ 4,23 por saco de semente, uma vez

Grupo

Classe de Semente

Kg soja indústria por 40 kg de sementes de soja Peneira 1 Peneira2   Grupo 1  BRS 243 RR,            BRS PAMPA RR,  CD 214 RR,       CD 219 RR.    Não tratada;  62    60   

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg) e Polímero; 

80  78 

 

Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim  XL  (1ml/kg)  e  molibdato  de  sódio  (0,5g/kg).  107  105                Grupo 2  BRS 246 RR,             CD 225 RR,  CD 226 RR,  FUNDACEP   53 RR.    Não tratada;    67    65 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg) e Polímero; 

 

85  83 

Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg)  e  Polímero.  112  110    Grupo 3      BRS 255 RR,         DONMÁRIO5.8,  FUNDACEP  55 RR,   FUNDACEP   59 RR.  Tratada com Cruiser FS (1ml/kg) e Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar  (1,25ml/kg)  e  Polímero. 

112  110 

 

(39)

que seu preço de venda seria de R$ 88,86 por saco. Comparativamente às cultivares do grupo 3 com as cultivares do grupo 1, a relação de troca semente em relação à necessidade de grão indústria é bem maior neste grupo, porém isso se justifica por serem cultivares modernas, lançadas neste ano e que possuem características que justificam o preço maior, entre as quais é possível destacar a capacidade produtiva.

4.1.4. Relação de troca no ano 2009

Neste ano, as cultivares BRS 243 RR, BRS 246 RR, CD 214 RR, CD 219 RR, DONMÁRIO 5.8i (Apolo), DONMÁRIO 6200 (Impacto), FUNDACEP 53 RR, FUNDACEP 55 RR, FUNDACEP 59 RR pertenceram ao grupo 1, estando disponíveis na modalidade não tratada, tratada com fungicida e micronutriente, inseticida, fungicida e micronutriente, conforme pode ser observado na Tabela 4.

Para as cultivares do grupo 1, considerando a média que o valor da soja indústria no período de realização do Mútuo (junho a agosto/2009) era de R$ 43,75 por saca de 60kg e a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 67kg de soja indústria por saco de semente de 40 kg, tem-se um custo médio de R$ 48,85 por saco de tem-semente. Quando adquirida na modalidade À Vista, com um custo adicional de 5% a mais, o produtor teria pagado pela mesma semente um valor de R$ 51,29, o que representa um custo adicional de R$ 2,44 por saco de semente.

Já no grupo 2, estavam agrupadas as cultivares CD 226 RR, CD 231 RR, CD 233 RR, CD 235 RR, DONMÁRIO 7.0i (Magna), FPS URANO RR, disponibilizadas nos mesmos padrões de tratamentos que para grupo 1.

Quando comparado à proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1, grupo 2, de 72kg de soja indústria por saco de semente de 40kg, estima-se que o custo médio da semente foi de R$ 52,50. Desta forma, o produtor estaria pagando pela mesma semente um valor de R$ 55,12, se adquirida na modalidade À Vista.

A cultivar BMX POTÊNCIA RR ficou classificada no grupo 3, nos padrões não tratado, tratado com fungicida e micronutriente, com inseticida, fungicida e micronutriente, conforme Tabela 4.

(40)

38 Tabela 4. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2009 no

sistema Mútuo.

Grupo Classe de Semente

Kg soja indústria por 40kg de sementes de soja Peneira 1 Peneira2 Grupo 1  BRS 243 RR,        BRS 246 RR,      CD 214 RR,   CD 219 RR,  DONMÁRIO 5.8i  (Apolo),   DONMÁRIO 6200  (Impacto),  FUNDACEP 53 RR,  FUNDACEP 55 RR,  FUNDACEP 59 RR.  Não tratada;  67 62   

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar (1,25ml/kg) e Polímero; 

86  81 

 

Tratada  com  Cruiser  FS  (1ml/kg)  e  Maxim XL (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg)  e Polímero.  117  112  Grupo 2  CD 226 RR,       CD 231 RR,       CD 233 RR,       CD 235 RR,  DONMÁRIO 7.0i  (Magna),   FPS URANO RR.  Não tratada;  72    67  Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e 

Nectar (1,25ml/kg) e Polímero;  91  86 

Tratada  com  Cruiser  FS  (1ml/kg)  e  Maxim XL (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg)  e Polímero.  117  112  Grupo 3  BMX POTÊNCIA RR  Não tratada;  77 72 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e 

Nectar (1,25ml/kg) e Polímero;  96  91 

Tratada  com  Cruiser  FS  (1ml/kg)  e  Maxim XL (1ml/kg) e Nectar (1,25ml/kg)  e Polímero. 

122  117 

(41)

Para um valor médio de venda de R$ 56,95 por saco de semente da cultivar BMX POTÊNCIA RR, na modalidade Mútuo, e de R$ 58,95 quando À Vista, demonstra-se que o produtor economizou R$ 2,81 por saco de semente.

É importante salientar que neste ano passou a fazer parte do grupo de empresas obtentoras a DONMÁRIO, embasada na BRASMAX GENÉTICA, que vem trabalhando desde 2003, desenvolvendo linhagens adaptadas ao sul do Brasil e licenciando desde 2006, o que permitiu se tornar uma das empresas líderes no país. A inserção desta empresa foi viabilizada mediante contrato firmado entre esta e a COTRIJUI, aumentando o número de cultivares disponibilizadas aos agricultores. Esta é uma característica que pode ser observada em outras regiões do país, conforme Magnani (2009), que identificou a entrada de novos obtentores a partir da safra agrícola 2007/2008.

Outro fator que chama atenção, quando comparamos as categorias de semente por grupo, é que houve um acréscimo na razão de 5kg de soja indústria por saco de semente em relação aos anos anteriores.

4.1.5. Relação de troca no ano 2010

Conforme condicionado, as cultivares BRS 246 RR, CD 214 RR, CD 219 RR, CD 226 RR, CD 231 RR, CD 235 RR, CD 239 RR, DONMÁRIO 6200 (Impacto), DONMÁRIO 7.0 (Magna), FEPAGRO 36RR, FPS NETUNO RR, FUNACEP 53 RR, FUNDACEP 55 RR, FUNDACEP 59 RR pertencem ao Grupo 1, sendo disponibilizado nas opções semente não tratada, semente tratada com fungicida e micronutriente, e com inseticida, fungicida e micronutriente.

Considerando a média do valor da soja indústria no período de realização do Mútuo (junho a agosto/2010) equivalente a R$ 34,77 saca de 60kg, a proporção de troca da semente de soja não tratada peneira 1 de 71kg de soja indústria por saco de semente de 40kg, o custo médio da semente de soja em financeiro seria de R$ 41,14. Se a mesma semente tivesse sido adquirida na modalidade À Vista, com um custo adicional de 5% a mais, o

(42)

40 produtor estaria pagando um valor de R$ 43,20, o que representa um custo adicional de R$ 2,06 por saco de semente.

Tabela 5. Relação de troca, semente por soja Indústria, no ano de 2010 no sistema Mútuo. Grupo        Classe de Semente  Kg soja indústria por 40 kg de sementes de soja    Peneira 1  Peneira2   Grupo 1  BRS 246 RR, CD 214 RR,   CD 219 RR,CD 226 RR,   CD 231 RR,CD 235 RR,   CD 239 RR,   DONMÁRIO 6200  (Impacto),       DONMÁRIO  7.0 (Magna),   FEPAGRO 36RR,        FPS NETUNO RR,   FUNACEP 53 RR,   FUNDACEP 55 RR,  FUNDACEP 59 RR    Não tratada;  71    66 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar (1,25ml/kg) e Polímero; 

90  85 

Tratada  com  Cruiser  FS  (1ml/kg)  e 

Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar 

(1,25ml/kg) e Polímero.  114  109          Grupo 2  BMX FORÇA RR,        BMX POTÊNCIA RR,       DONMÁRIO 5.8i (Apolo),   FPS URANO RR,   FUNDACEP 57RR,   FUNDACEP 58RR  Não tratada;   77 72 

Tratada  com  Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar (1,25ml/kg) e Polímero; 

 

98  93 

Tratada  com  Cruiser  FS  (1ml/kg)  e 

Maxim  XL  (1ml/kg)  e  Nectar 

(1,25ml/kg) e Polímero. 

122  117 

Fonte: Acervo documental da COTRIJUI.

O Grupo 2 agrupou as cultivares BMX FORÇA RR, BMX POTÊNCIA RR, DONMÁRIO 5.8i (Apolo), FPS URANO RR, FUNDACEP 57 RR, FUNDACEP 58RR, com as mesmas opções de tratamento que para o Grupo 1.

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