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Planeamento e Desenvolvimento de uma Política Nutricional e Alimentar em Contexto Escolar - Estratégia Piloto de Matosinhos

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Planeamento e Desenvolvimento de

uma Política Nutricional e Alimentar

em Contexto Escolar – Estratégia

Piloto de Matosinhos

Planning and Development of a School

Nutrition and Food Policy – Pilot

Strategy of Matosinhos

Mariana Lopes Monteiro

Orientado por: Mestre Mónica Tânia Silva Magalhães

TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

1.º CICLO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO | UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO

TC

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Resumo e Palavras-Chave

Introdução: Os hábitos alimentares das crianças e adolescentes em Portugal estão

desadequados, o que contribui para o excesso de peso e para o aparecimento de morbilidades com impacto na geração seguinte. A teoria ecológica do desenvolvimento refere que estes hábitos são influenciados por diversos fatores. Destacam-se as influências da escola (microssistema) e políticas (exossistema). A escola é o cenário ideal para implementar políticas nutricionais e alimentares com vista à Promoção da Saúde. Objetivo: Criar um modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar (PNAE) e desenvolver o Plano Estratégico de Intervenção Piloto (PEIP) que daí advém, em particular em dois agrupamentos de escolas (A e B) de Matosinhos, abrangidos pela Unidade de Cuidados na Comunidade de Leça da Palmeira. Metodologia: Para a construção do modelo de PNAE fez-se uma pesquisa em bases de dados de acordo com as recomendações Preferred Reported Items

for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Para a sua aplicação nos

Agrupamentos A e B e execução do respetivo PEIP realizou-se uma reunião com cada agrupamento. Resultados: O modelo de PNAE apresentado pressupõe a coordenação por uma equipa multidisciplinar e está dividido em dois eixos: ambiente alimentar escolar e comunidade escolar. O PEIP apresenta as prioridades de atuação, objetivos específicos e estratégias definidos para cada agrupamento.

Conclusão: A construção do modelo de PNAE foi fundamental para desenvolver a

intervenção nos Agrupamentos A e B. A eficácia ainda não foi determinada, será preciso efetuar avaliações de resultado. Sendo uma estratégia piloto, está sujeita a melhorias e atualizações conforme as necessidades nos próximos anos letivos.

Palavras – chave: Política nutricional | Política alimentar | Alimentação escolar

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Abstract and Keywords

Introduction: The eating habits of Portuguese children and adolescents are

inadequate. They contribute to overweight and hence, to the appearance of morbidities which will have impact in the following generation. The ecological development theory states that these habits are influenced by several factors. The influences from the school (microsystem) and from policies (exosystem) stand out. The school appears as the ideal scenario to create nutrition and food policies aiming Health Promotion. Aim: Create a School Nutrition and Food Policy (SNFP) model and develop the Strategic Plan of Pilot Intervention (SPPI), which comes from the first one, particularly in two groups of schools (A and B) of Matosinhos, covered by the Community Care Unit of Leça da Palmeira. Methodology: To create the SNFP model a research has been made in databases according to the Preferred

Reported Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes recommendations. For

its application in school groups A and B and to develop the respective SPPI, a meeting has been made with each school group. Results: The SNFP model assumes a coordination by a multidisciplinary team and it is divided into two axes: school food environment and school community. The SPPI that comes from it presents the performance priorities, specific goals and strategies for each school group.

Discussion and conclusion: The SNFP model creation was crucial to develop the

intervention on the school groups A and B. Its effectiveness has not been determined yet, it will be necessary to carry out result evaluations. As a pilot strategy it is exposed to improvements and according to the needs of the next school years.

Keywords: Nutrition policy | Food policy | School feeding | Food environment |

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Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos ACES – Agrupamento de Centros de Saúde

AE/ENA – Agrupamento Escolar/Escola Não Agrupada CMM – Câmara Municipal de Matosinhos

DGE – Direção Geral da Educação

DGEstE – Direção Geral dos Estabelecimentos de Ensino EE – Encarregados de Educação

GAL – Géneros Alimentícios a Limitar

GAND – Géneros Alimentícios a Não Disponibilizar GAP – Géneros Alimentícios a Promover

MVAAB – Máquinas de Venda Automática de Alimentos e Bebidas OMS – Organização Mundial de Saúde

PEIP – Plano Estratégico de Intervenção Piloto PNAE – Política Nutricional e Alimentar Escolar PS – Promoção da Saúde

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Sumário

Resumo e Palavras-Chave ... i

Abstract and Keywords ... ii

Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos ... iii

Sumário ... iv

Introdução ... 1

Objetivos ... 3

Metodologia ... 3

Resultados ... 4

Modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar ... 4

Plano Estratégico de Intervenção Piloto ... 8

Plano Estratégico de Intervenção Piloto do Agrupamento A ... 9

Plano Estratégico de Intervenção Piloto do Agrupamento B ... 10

Discussão e conclusão ... 11

Agradecimentos ... 16

Referências ... 17

Anexos ... 21

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Introdução

Os hábitos alimentares das crianças e adolescentes em Portugal estão desadequados(1). Relativamente à ingestão de hortofrutícolas, segundo o mais

recente Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015-2016, considerando a parte edível dos alimentos, 87% das crianças e 91% dos adolescentes têm um consumo inferior às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) (>400 g por dia)(1, 2), tendo as crianças um consumo médio de 133

g por dia e os adolescentes 97 g por dia(1). Estas faixas etárias têm uma ingestão

de sal superior às recomendações da OMS (<5 g por dia)(1, 3) e apresentam elevadas

percentagens de inadequação de consumo de açúcar e ácidos gordos saturados(1).

Sabe-se que os hábitos alimentares inadequados estão associados ao excesso de peso (pré-obesidade e obesidade)(4, 5). Em Portugal, 17,3% das crianças e 23,6%

dos adolescentes têm pré-obesidade e 7,7% das crianças e 8,7% dos adolescentes têm obesidade(1). O excesso de peso relaciona-se com diversas morbilidades e,

nestas faixas etárias, os seus efeitos na saúde terão impacto na geração seguinte, uma vez que têm maior probabilidade de permanecer com excesso de peso na vida adulta(4, 6).

Segundo a teoria ecológica de Bronfenbrenner (1977), são vários os fatores que influenciam os hábitos alimentares das crianças e adolescentes: ao nível do microssistema encontram-se as influências da família, dos amigos e da escola; no exossistema enquadram-se as influências das estruturas sociais, políticas, indústria e dos media; e ao nível do macrossistema estão as crenças sociais e culturais(7, 8).

O espaço físico “escola” proporciona um conjunto de oportunidades para crianças e adolescentes adquirirem estilos de vida saudáveis, tanto alimentares,

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como de atividade física(8-11), uma vez que a maioria passará lá, considerando

apenas o tempo de duração das aulas, entre 22 horas e 30 minutos a 27 horas e 45 minutos semanais (4 horas e 30 minutos a 5 horas e 33 minutos por dia), durante mais de 12 anos das suas vidas(12). Surge como um local de aprendizagem, onde se

pode incluir a educação para a saúde, em particular a educação alimentar, e como um local que fornece alimentos, através do refeitório, bufetes e máquinas de venda automática de alimentos e bebidas (MVAAB), sendo que é o local onde os alunos realizam entre um terço a metade das suas refeições diárias(13). Existem

normativos legais e referenciais estratégicos que regulam a oferta alimentar das escolas em Portugal(14-21), promovendo um ambiente alimentar saudável e

contribuindo para a Promoção da Saúde (PS)(11, 22). Assim, considera-se a escola o

cenário ideal para instituir intervenções com o propósito de melhorar os hábitos alimentares das crianças e adolescentes(8, 13).

O conceito PS nasce em 1986, na Primeira Conferência Internacional sobre a PS, onde se aprovou a Carta de Otawa. Define-se como o “aumento da capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar"(23), com vista à obtenção de um “completo estado de

bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”(23, 24). Acrescenta

que devem estar “aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio”(23). Os princípios da Carta

de Otawa incluem construir políticas saudáveis, criar ambientes favoráveis à saúde, reforçar a ação comunitária, desenvolver competências pessoais e reorientar os serviços de saúde(23, 25). Uma Escola Promotora da Saúde é aquela

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saudável para viver, aprender e trabalhar(26), seguindo os princípios da Carta de

Otawa(27).

Perante o exposto, e sendo a “política nutricional e alimentar” um “conjunto concertado e transversal de ações destinadas a garantir e incentivar a disponibilidade e o acesso a determinado tipo de alimentos tendo como objetivo a melhoria do estado nutricional e a promoção da saúde da população”(28, 29),

demonstra-se que é premente a criação de políticas nutricionais e alimentares que estabeleçam estratégias para a uma alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada nas escolas(6), visto que a má alimentação tem impacto negativo na

saúde e no bem estar dos alunos, dificultando a capacidade de aprendizagem e desempenho escolar(30), e que melhorar o estado nutricional das crianças e

adolescentes poderá ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde das gerações futuras(10, 11).

Objetivo

Criar um modelo de Política Nutricional e Alimentar em contexto escolar e desenvolver o Plano Estratégico de Intervenção Piloto (PEIP) que daí advém, em particular em dois agrupamentos de escolas (Agrupamento A e B) do concelho de Matosinhos, abrangidos pela Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Leça da Palmeira.

Metodologia

O público alvo deste trabalho é a comunidade escolar dos Agrupamentos A e B do concelho de Matosinhos, abrangidos pela UCC de Leça da Palmeira, constituídos por Jardins de Infância, 1.º, 2.º e 3.º ciclos.

Para a criação do modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar

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Académico, utilizando a expressão de pesquisa: (student OR school) AND (nutrition OR food) AND policy; limite temporal: 2010 a 2020; tipos de artigo: ensaios clínicos e revisões. A pesquisa foi efetuada entre dezembro 2019 e janeiro 2020. A seleção dos artigos teve por base as recomendações Preferred Reported

Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)(31), elegendo artigos

cujo título e resumo abordassem questões relacionadas com políticas nutricionais e alimentares, direcionadas a crianças e adolescentes, em contexto escolar, escritos em inglês e português. A bibliografia dos artigos previamente selecionados também foi alvo de revisão. A gestão de referências bibliográficas realizou-se através do programa informático EndNote X9®. (Anexo A e B)

Para aplicação do modelo à realidade local de Matosinhos e para definição de prioridades de atuação ao nível do concelho, foi feito um diagnóstico de situação, que consistiu na observação de resultados e leitura de conclusões dos seguintes estudos pré-existentes: “Avaliação Nutricional das Crianças de Matosinhos 2017/2018”(32), “Diagnóstico de Saúde Escolar – Conhecer para Intervir

em Meio Escolar”(33) e “Levantamento das ofertas alimentares nas escolas do

concelho de Matosinhos - refeitórios, bufetes, máquinas de venda automática de alimentos e regimes da fruta e leite escolar”(34). (Anexo C)

Para a apresentação e aplicação do modelo de PNAE aos Agrupamentos A e B e para a definição da respetiva equipa de coordenação realizou-se uma reunião por agrupamento, onde também se definiram prioridades de atuação ao nível dos agrupamentos, objetivos específicos e estratégias de intervenção, surgindo assim o PEIP.

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Resultados

Modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar (Anexo D)

O modelo de PNAE que se apresenta pressupõe a definição de uma equipa de coordenação multidisciplinar(6, 35, 36) composta pelo/a diretor/a do

agrupamento escolar/escola não agrupada (AE/ENA), pelo/a nutricionista da respetiva UCC e pelo/a professor/a coordenador/a da PS. Poderá também contemplar um/a assistente operacional(37), um/a representante de alunos(37),

um/a representante dos encarregados de educação (EE)(37, 38) e/ou outros

membros que façam sentido integrar a equipa. Divide-se em dois eixos:

comunidade escolar e ambiente alimentar escolar(22); e o principal objetivo é

capacitar a comunidade escolar para melhorar os hábitos alimentares, através da criação de ambientes alimentares saudáveis nas escolas.

A intervenção ao nível do eixo da comunidade escolar tem como objetivos específicos: (1) aumentar a literacia nutricional e alimentar da comunidade escolar, integrando os EE(35, 37-40) (2) capacitar os alunos para escolhas alimentares

saudáveis(22), (3) melhorar a formação, qualificação e modo de atuação dos

diferentes profissionais que podem influenciar o consumo alimentar dos alunos(22)

e (4) articular com as equipas de saúde escolar para fornecer apoio aos alunos com necessidades alimentares especiais (por exemplo, alergias e intolerâncias alimentares) e/ou com necessidade de tratamento (por exemplo, com doenças crónicas não transmissíveis). Abrange a educação para a saúde, mais especificamente a educação alimentar que deve ser estruturada, consistente e coerente, ou seja, integrada no currículo escolar dos alunos de forma a ter uma continuidade ao longo dos anos de escolaridade(22, 30, 35). Para além disso, não

(12)

ser as atitudes e os comportamentos(35, 41). Os EE devem ser incluídos de forma

direta (participação ativa nas atividades) ou indireta (participação passiva nas atividades – por exemplo: através de material didático que os educandos levem para casa)(40). Os assistentes operacionais que lidem com a alimentação deverão

ter formação no âmbito da qualidade e segurança alimentar e estar aptos para influenciar comportamentos, atitudes e escolhas alimentares saudáveis nos alunos; os professores deverão ser treinados para ministrar sessões de educação alimentar e, tal como os assistentes operacionais, estar aptos para influenciar comportamentos, atitudes e escolhas alimentares saudáveis nos alunos(22, 35).

Inclui a articulação com serviços de saúde escolar que são constituídos pela equipa de saúde escolar da respetiva UCC e pelo/a professor/a coordenador/a da PS do AE/ENA. Devem apoiar uma alimentação saudável, fornecendo informação sobre normativos legais, referenciais estratégicos e programas alimentares escolares existentes e devem auxiliar na deteção de problemas nutricionais nos alunos, facilitando o seu encaminhamento para a consulta de nutrição através da articulação com a Equipa de Saúde Familiar, em caso de necessidade, e devido acompanhamento(30, 35). Auxiliam na educação alimentar, quer pela capacitação

dos professores e formação dos assistentes operacionais(30, 35), quer pela

dinamização de sessões de educação alimentar aos alunos e/ou EE(30). Inclui

também a articulação com organizações governantes, entidades colaboradoras

e/ou empresas de restauração coletiva, ou seja, a equipa de coordenação da

PNAE deve articular com as Autarquias locais, Direção-Geral da Educação (DGE), Direção-Geral dos Estabelecimentos de Ensino (DGEstE) e, sempre que necessário, com as empresas de restauração coletiva adjudicantes, de forma a dar conhecimento sobre a PNAE, obtendo mais recursos financeiros e/ou humanos e

(13)

facilitando a implementação(22). Poderá também ser interessante e favorável

integrar atividades destas organizações na PNAE.

A intervenção ao nível do eixo do ambiente alimentar escolar(30) tem como

objetivos específicos: (1) melhorar qualitativamente e quantitativamente a oferta alimentar dos refeitórios, bufetes e MVAAB(13) (2) definir normas da oferta

alimentar na escola (por exemplo: prémios, festas, marmitas, lancheiras) e (3) monitorizar e fiscalizar o cumprimento das normas da oferta alimentar(22).

Considera os normativos legais e referenciais estratégicos relativos à

alimentação escolar(14-21) para os refeitórios, bufetes e MVAAB, que devem estar

bem implementados, sempre atualizados e o seu cumprimento deve ser garantido. Garante o aproveitamento dos programas alimentares disponíveis, que visam aumentar a disponibilidade de alimentos e, em simultâneo, promover uma alimentação saudável(35), como por exemplo, o Programa de Leite Escolar(42-45) e o

Regime de Fruta Escolar(46-49). Poderá haver programas alimentares locais,

provenientes das Autarquias, que deverão ser integrados e aproveitados. À semelhança dos normativos legais e referenciais estratégicos relativos à alimentação escolar, o aproveitamento destes programas deve ser garantido. Promove a alimentação saudável através do marketing de alimentos e bebidas, devendo haver uma promoção de alimentos e bebidas saudáveis, quer por ajuste de preços, colocando preços mais baixos para estes alimentos (17, 35), quer por

meios de publicitação (por exemplo, cartazes, panfletos, rádio, painéis, entre outros)(50, 51), respeitando a legislação atual para a publicidade: Lei n.º 30/2019

de 23 de abril(52). Define normas para a oferta alimentar na escola em ocasiões

especiais, pois durante as festas, comemorações e eventos especiais ou como

(14)

alunos recebem alimentos e bebidas, que muitas vezes não são saudáveis. Nas ocasiões festivas, a escola deve definir o fornecimento de alimentos e bebidas que apoiem a saúde e, como recompensa, oferecer itens não alimentares(51).

Se os AE/ENA cumprirem o estipulado na PNAE estarão aptos para concorrer a programas de reconhecimento(6, 36) como, por exemplo, a Iniciativa Escola

Amiga da Criança(53) e o Selo Escola Saudável(54).

Plano Estratégico de Intervenção Piloto

Perante o diagnóstico de situação efetuado, consideraram-se prioridades de atuação ao nível do concelho: intervir na oferta alimentar dos bufetes e MVAAB e nos hábitos alimentares das crianças e adolescentes, no sentido de os melhorar. Não se considerou prioritário atuar ao nível dos refeitórios escolares, já que, perante os resultados, se verificou que as escolas dos agrupamentos cumprem as recomendações estabelecidas, principalmente aquelas que têm como adjudicante a Câmara Municipal de Matosinhos (CMM)(34). Os Agrupamentos A e B são

atualmente adjudicatários da DGEstE, mas irão passar a ser adjudicatários da CMM.

Nas tabelas 1 e 2 apresentam-se os PEIP dos Agrupamentos A e B, respetivamente. Referem as prioridades de atuação ao nível dos agrupamentos, tendo em conta as suas necessidades, os objetivos específicos e as estratégias de intervenção.

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Equipa multidisciplinar de coordenação da PNAE

Membro Função

Nutricionista da UCC de Leça da Palmeira Consultoria

Subdiretora do Agrupamento Coordenadora da PNAE

Professora X Coordenadora da promoção da saúde

Professor Y Marketing de alimentos e bebidas

Professora Z Divulgação da informação

Membro da Associação de Pais e Assistente Operacional Articulação com os encarregados de educação e com os assistentes operacionais

Membros da Associação de Estudantes Articulação com os alunos

Eixo do ambiente alimentar escolar

Prioridades de atuação Objetivos específicos Estratégias

Consumo de sopa e fruta no refeitório.

Regras para a utilização de marmitas (quer de materiais – micro-ondas, recipientes...-, quer de composição qualitativa da refeição).

Oferta alimentar do bufete escolar.

Composição dos lanches que os alunos trazem de casa. Oferta alimentar em ocasiões especiais (festas e prémios).

Entrada de alimentos não saudáveis adquiridos no exterior.

Criar estratégias para o aumento do consumo de sopa e fruta no refeitório.

Elaborar um regulamento para a utilização de marmitas.

Cumprir as recomendações estipuladas no manual “Bufetes Escolares – Orientações”, melhorando assim a oferta alimentar do bufete.

Estabelecer recomendações para a composição de lanches nutricionalmente equilibrados e adequados.

Elaborar um regulamento para a oferta alimentar em ocasiões especiais.

Regulamentar a entrada de alimentos considerados não saudáveis adquiridos no exterior da escola.

Disponibilizar três porções distintas de sopa no refeitório (mínima, média e máxima), sendo que todos os alunos devem levar no tabuleiro, pelo menos, a porção mínima.

Disponibilizar com mais frequência salada de fruta ou fruta descascada e partida no refeitório.

Eleger mensalmente o “consumidor do refeitório mais saudável”, através de uma pontuação diária atribuída por um professor responsável. Elaborar um documento de responsabilização aos EE e alunos para a utilização de marmitas, fornecendo as regras de utilização do micro-ondas, bem como das características dos recipientes e constituição de uma refeição nutricionalmente equilibrada e adequada.

Elaborar menus saudáveis de pequeno-almoço e refeições intermédias para o bufete, com um preço adequado.

Eliminar do bufete “Géneros Alimentícios a Não Disponibilizar (GAND) e cumprir a proporção de 3:1 de “Géneros Alimentícios a Promover

(GAP)”:“Géneros Alimentícios a Limitar (GAL)”(17).

Regulamentar a composição de lanches nutricionalmente adequados e equilibrados – lacticínio, cereais e equivalentes e fruta.

Regulamentar a oferta alimentar em ocasiões especiais (permitir bolos caseiros, sumos 100% e/ou néctares adequados...).

Definir que os prémios e reconhecimentos oferecidos pela escola não podem ser de cariz alimentar.

Criar um regulamento para a entrada de alimentos considerados não saudáveis adquiridos no exterior da escola.

Eixo da comunidade escolar

Prioridades de atuação Objetivos específicos Estratégias

Agrupamento A

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Educação alimentar aos alunos.

Formação no campo da literacia nutricional e alimentar a pessoal docente e assistentes operacionais que lidem alimentação.

Educar e capacitar os alunos para escolhas, comportamentos e atitudes alimentares saudáveis.

Capacitar os delegados de turma dos 5.º e 7.º anos e os membros da associação de estudantes para a função de influenciadores da alimentação saudável.

Capacitar os docentes de cidadania e assistentes operacionais que lidam com alimentação para a função de influenciadores da alimentação saudável.

Dinamizar duas sessões com o título “Influencers da Alimentação Saudável”, e os subtítulos “Dieta mediterrânica – como posso ser

influencer da alimentação saudável?” e “Literacia nutricional – agora já

tenho a receita para ser um influencer!”, para os delegados de turma dos 5.º e 7.º anos, membros da associação de estudantes, docentes de cidadania e assistentes operacionais que lidam com alimentação e representante de EE.

Equipa multidisciplinar de coordenação da PNAE

Membro Função

Nutricionista da UCCLP Consultoria

Professora X Coordenadora da PNAE

Professora Y Coordenadora da promoção da saúde

Diretora do Agrupamento Responsável pela oferta alimentar

Professora Z Sem função atribuída

Eixo do ambiente alimentar escolar

Prioridades de atuação Objetivos específicos Estratégias

Composição dos lanches que os alunos trazem de casa. Oferta alimentar do bufete escolar.

Oferta alimentar em ocasiões especiais (festas e prémios).

Estabelecer recomendações para a composição de lanches nutricionalmente equilibrados e adequados.

Cumprir as recomendações estipuladas no manual “Bufetes Escolares – Orientações”, melhorando assim a oferta alimentar do bufete.

Elaborar um regulamento para a oferta alimentar em ocasiões especiais.

Regulamentar a composição de lanches nutricionalmente adequados e equilibrados – lacticínio, cereais e equivalentes e fruta.

Eliminar do bufete “GAND” e cumprir a proporção de 3:1 de “GAP”:“GAL”(17).

Regulamentar a oferta alimentar em ocasiões especiais (permitir bolos caseiros, sumos 100% e/ou néctares adequados...).

Definir que os prémios e reconhecimentos oferecidos pela escola não podem ser de cariz alimentar.

Eixo da comunidade escolar

Prioridades de atuação Objetivos específicos Estratégias

Educação alimentar aos alunos do 4.º e 5.º anos sobre lanches saudáveis.

Educação alimentar aos alunos do 8.º ano sobre pequeno-almoço e hortofrutícolas.

Apoio aos alunos com necessidades alimentares especiais.

Educar e capacitar os alunos do 4.º e 5.º anos para escolhas, comportamentos e atitudes alimentares saudáveis em relação aos lanches.

Promover o consumo do pequeno-almoço e

hortofrutícolas nos alunos do 8.º ano.

Fornecer apoio aos alunos com necessidades alimentares especiais.

Dinamizar quatro sessões de educação alimentar para os alunos do 4.º ano com o título “Movimento Lanches Saudáveis” e com os subtítulos “Somos todos jornalistas! + O meu lanche favorito”, “Juntos com os conjuntos da fruta!”, “Cada pão tem a sua razão + A máscara dos lácteos!” e “Encontra o intruso”.

Dinamizar duas sessões de educação alimentar para os alunos do 5.º ano com o tema “Alimentação ao longo do dia”.

Dinamizar uma sessão para os alunos do 8.º ano com o tema “Pequeno-almoço, fruta e hortícolas – a receita para uma alimentação saudável”.

Elaborar de um guia de apoio para docentes e assistentes operacionais para saberem como lidar com alunos com determinadas necessidades alimentares especiais.

Agrupamento B

(17)

Discussão e conclusão

Dada a importância de fomentar hábitos alimentares saudáveis nas crianças e adolescentes, com vista a melhorar o estado de saúde das gerações futuras, este trabalho pretende contribuir com a construção de um modelo de PNAE, transversal a qualquer AE/ENA, e com a sua aplicação em dois agrupamentos escolares pilotos: Agrupamento A e B.

As escolas devem promover abordagens continuadas e multicompetentes baseadas nos princípios da Escola Promotora da Saúde(11), criando estratégias que

incluam no currículo a educação alimentar, ministrada por professores treinados para o efeito e/ou por nutricionistas; que forneçam um ambiente que apoie a adoção de hábitos alimentares saudáveis; que incluam um serviço de alimentação que disponibilize opções saudáveis; e que garantam a integração dos EE(22). O

modelo de PNAE apresentado cumpre todos estes pressupostos, através da conjugação de dois eixos: comunidade escolar e ambiente alimentar escolar.

De acordo com a literatura científica, a combinação da educação alimentar com a melhoria da oferta alimentar nas estratégias de intervenção nas escolas é fundamental para o seu sucesso(8, 13, 35, 39, 55-59). É importante que a oferta

alimentar da escola seja concordante com os conhecimentos sobre alimentação saudável que se transmite aos alunos, promovendo atitudes e comportamentos adequados, facilitando a tomada de decisão consciente(35, 41).

A integração dos EE nas estratégias de intervenção nas escolas permite que se tornem modelos de hábitos alimentares saudáveis para crianças e adolescentes, o que parece favorecer as alterações comportamentais para lá do ambiente escolar, ou seja, possibilita que estes comportamentos e atitudes se mantenham no seio familiar(39, 40). Assim, é menos provável que sejam expostos a incoerências

(18)

entre o que se recomenda na escola e o que faz em casa(6). Há ainda evidência

científica que defende que o envolvimento dos EE na PNAE contribui para uma melhoria do ambiente alimentar escolar(38). Contudo, a evidência atual é

insuficiente para avaliar eficácia destas intervenções. São precisos mais estudos que comparem intervenções com e sem envolvimento dos EE(60).

Foram identificadas na literatura científica barreiras que dificultam a implementação de uma PNAE. A tabela 3 representa essas barreiras e identifica aquelas que se aplicam aos Agrupamentos A e B.

Barreiras Agrupamento A Agrupamento B

Linguagem difícil e pouco clara da PNAE(8)

Indisponibilidade de recursos materiais (ferramentas curriculares, planos de aula

e materiais para a educação alimentar)(8, 37)

Falta de suporte de formação/treino (incluindo assistentes operacionais e

professores)(8, 37) X X

Falta de comunicação (entre nutricionista, professores, assistentes operacionais, fornecedores de alimentos e bebidas e restante comunidade escolar)(8)

X X

Falta de integração dos EE(8, 37) X

Tempo limitado para cumprir as metas curriculares(37) X X

Custo dos alimentos saudáveis(8) X X

Poucos recursos financeiros para apoiar a implementação(8, 36, 37) X X

Incoerência entre o ambiente alimentar de casa e da escola(8) X X

Preferência dos alunos por alimentos menos saudáveis(8) X X

Desconexão entre os membros da equipa de coordenação da PNAE e funções

indefinidas ou pouco claras(8) X X

Características e localização do AE/ENA (AE/ENA mais pequenos e rurais são propensos a ter menos acesso a alimentos saudáveis e menos apoios

organizacionais e/ou financeiros)(8)

Disponibilidade e acessibilidade dos alimentos oferecidos e vendidos aos alunos fora do recinto escolar (estabelecimentos de fast-food, lojas de conveniência,

cafés/restaurantes, influência do marketing de alimentos e bebidas)(8)

X X

Sem penalização para o incumprimento(37)

Por outro lado, existem facilitadores que incentivam a implementação de uma PNAE. A tabela 4 representa esses facilitadores e identifica aqueles que não se verificam nos Agrupamentos A e B.

Tabela 3: Lista de barreiras identificadas na literatura científica com indicação das que se aplicam aos

(19)

Apesar do modelo de PNAE apresentado considerar todos estes facilitadores, na prática, quando o aplicamos aos agrupamentos, existem algumas falhas. As barreiras identificadas na tabela 3 e a carência de recursos humanos ao nível da assistência especializada (por exemplo, poucos nutricionistas) leva a um embargamento dos facilitadores identificados na tabela 4. Contudo, reconhece-se a importância destes facilitadores na implementação de políticas alimentares e nutricionais nas escolas e irão ser pontos a melhorar nos próximos anos letivos.

A implementação deste modelo de PNAE nos agrupamentos A e B irá ser monitorizada através de reuniões com a equipa de coordenação, uma em cada período letivo, com vista a verificar o progresso das estratégias previamente

Facilitadores Agrupamento A Agrupamento B

Suporte a nível macro (organizações governantes, entidades patrocinadoras ou colaboradoras - por exemplo: Autarquias locais, DGE, DEGestE, Agrupamentos

de Centros de Saúde (ACES), empresas de restauração coletiva...)(8, 36)

X (apenas apoio

do ACES) X (apenas apoio do ACES)

Existência de um documento teórico que suporta a PNAE(39)

Assistência técnica ou especializada (por exemplo: colaboração dos nutricionistas)(8, 36)

Acessibilidade a alimentos saudáveis(8)

Ambiente alimentar escolar saudável(8) X X

Apoio dos alunos(37) X

Programas de reconhecimento(36)

Apoio dos assistentes operacionais(37) X X

Alinhamento da educação alimentar com o currículo escolar(8) X X

Alinhamento com as prioridades/necessidades do AE/ENA(8)

Existência de uma equipa de coordenação da PNAE com funções bem definidas(8,

36, 37)

X (funções

pouco claras) pouco claras) X (funções Características e localização do AE/ENA (AE/ENA mais pequenos e rurais

parecem ter maior envolvimento com a comunidade; AE/ENA maiores e urbanas têm maior possibilidade de adotar uma PNAE clara e de dispor de recursos; AE/ENA com maior posição socioeconómica podem ter EE mais envolvidos e

preocupados com a saúde)(8)

Tabela 4: Lista de facilitadores identificados na literatura científica com indicação dos que não se verificam nos Agrupamentos A e B.

(20)

definidas no PEIP. A eficácia da intervenção será determinada através da avaliação de resultados em três momentos:

A curto prazo (após aplicação de determinada estratégia)(6): permite-nos

avaliar no momento, por exemplo: se os alunos ficaram cientes da importância da alimentação saudável para a saúde, se os lanches que trazem são saudáveis, entre outros. Esta avaliação será definida consoante a estratégia que se quer avaliar. Poderá consistir na aplicação de questionários, na aplicação de grelhas de avaliação, em observação direta ou debates.

A médio prazo (2-5 anos)(6): permite-nos avaliar se as estratégias estão a

ser efetivas, ou seja, se os conhecimentos, comportamentos e atitudes saudáveis dos alunos e as melhorias da oferta alimentar prevalecem no tempo, por exemplo: analisar os hábitos alimentares dos alunos, avaliar a oferta alimentar dos bufetes e MVAAB, entre outros. Esta avaliação consistirá na realização de um novo diagnóstico de situação baseado nos seguintes: “Diagnóstico de Saúde Escolar – Conhecer para Intervir em Meio Escolar”(33) e “Levantamento das ofertas

alimentares nas escolas do concelho de Matosinhos - refeitórios, bufetes, máquinas de venda automática de alimentos e regimes da fruta e leite escolar”(34).

A longo prazo (>5 anos)(6): permite-nos avaliar se a intervenção está a ser

efetiva em parâmetros que só têm resultados a longo prazo, por exemplo: percentagem de alunos com pré-obesidade e obesidade. Esta avaliação consistirá na realização de uma nova avaliação do estado nutricional das crianças, nos moldes do estudo “Avaliação Nutricional das Crianças de Matosinhos”(32) (período

de tempo a definir).

Ao longo deste trabalho foi possível percecionar limitações, tanto ao nível

(21)

oferta alimentar na periferia dos AE/ENA e não abordar a componente da atividade física, como ao nível da aplicação do modelo aos Agrupamentos A e B, em particular, a falta de articulação com organizações governantes, entidades colaboradoras e/ou empresas de restauração coletiva, o facto de os agrupamentos escolares não estarem no mesmo nível de preparação para a intervenção e de nem todos os objetivos específicos do PEIP serem mensuráveis e temporais.

Consideram-se pontos fortes deste trabalho: ser, ao nosso conhecimento, o primeiro modelo de PNAE com aplicabilidade direta nos AE/ENA, permitir a integração de toda a comunidade escolar, articular com a UCC – Equipa de Saúde Escolar, ter um fundamento teórico documentado que facilita a implementação, monitorização e avaliação e reportar a aplicação do modelo em dois agrupamentos pilotos, permitindo a outros investigadores anteciparem as dificuldades, corrigirem falhas e melhorarem a intervenção.

Perante o exposto, pode concluir-se que a construção de um modelo de PNAE foi fundamental para o desenvolvimento da estratégia de intervenção - PEIP, em particular nos Agrupamentos A e B. A sua fundamentação teórica documentada permitiu-nos identificar de forma mais clara onde e como atuar e, ao mesmo tempo, o que monitorizar e avaliar, possibilitando uma melhor interpretação por parte dos agrupamentos e, desta forma, facilitar o seu cumprimento. Contudo, apresenta algumas falhas, principalmente quando é aplicado aos agrupamentos.

A eficácia desta intervenção ainda não foi apurada e serão precisas avaliações de resultado (a curto, médio e longo prazo) para a determinar. Sendo esta uma estratégia piloto estará sujeita a melhorias e atualizações conforme as necessidades.

(22)

Agradecimentos

À minha orientadora, Dr.ª Tânia Magalhães, por me ter despertado o interesse pela área da política nutricional e alimentar, aliada à Nutrição Comunitária. Agradeço-lhe por todo o apoio prestado na elaboração deste trabalho, pelo rigor científico e espírito critico transmitido. Foi um prazer trabalhar consigo! O meu desejo é que consigamos ir mais além com este modelo. À Professora Doutora Bela Franchini e à Professora Doutora Maria João Gregório pelas luzes que me deram na organização e construção deste trabalho.

À Direção dos Agrupamentos A e B pela oportunidade e pela abertura que tiveram para a aplicação deste modelo de PNAE nos seus agrupamentos.

Aos meus pais, irmã e Ricardo pelo apoio que me deram e pelas palavras de motivação e esperança.

(23)

Referências

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46. Regulamento de Execução (UE) n.º30/2013 da Comissão de 17 de janeiro de 2013 - que altera o Regulamento (CE) n.º288/2009 que estabelece normas de execução do Regulamento (CE) n.º1234/2007 do Conselho no que respeita à ajuda comunitária para distribuição de frutas e produtos hortícolas, frutas e produtos hortícolas transformados, bananas e produtos derivados às crianças nos estabelecimentos de ensino, no quadro do regime de distribuição de frutas nas escolas, e que derroga ao Regulamento (CE) n.º288/2009. Jornal Oficial da União Europeia; L 14(2013-01-17): 7-10.

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48. Ministérios da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, da Saúde, e da Educação e Ciência. Despacho n.º10192/2012. Diário da República | 2ª Série; 2012-07-30): 26862-63. Determina que, para o ano letivo de 2011-2012, a ajuda respeitante aos custos elegíveis previstos no artigo 5.º do Regulamento (CE) n.º 288/2009, da Comissão, de 7 de abril, para efeitos de aplicação nacional do Regime de Fruta Escolar (RFE), paga até ao limite total de (euro) 1 608 000.

(26)

49. Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, da Saúde, e da Educação. Estratégia Nacional Regime de Fruta Escolar 2010/2013. Lisboa; 2010.

50. Rodrigues T. Marketing Alimentar ou Influenciar Quem Come. Programa de Alimentação Saudável em Saúde Escolar. Ministério da Saúde - Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.,. 1-19.

51. Centers for Disease Control and Prevention. Comprehensive Framework for Addressing the School Nutrition Environment and Services. 2019

52. Assembleia da República. Lei n.º 30/2019. Diário da República | 1ª Série; 79(2019-04-23): 2257-58. Introduz restrições à publicidade dirigida a menores de 16 anos de géneros alimentícios e bebidas que contenham elevado valor energético, teor de sal, açúcar, ácidos gordos saturados e ácidos gordos transformados, procedendo à 14.a alteração ao Código da Publicidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 330/90, de 23 de outubro.

53. Iniciativa Escola Amiga da Criança. Confederação Nacional das Associações de Pais, LeYa e Eduardo Sá. Disponível em: https://escolaamiga.pt/iniciativa. 54. Selo Escola Saudável. Direção-Geral da Educação. Disponível em:

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58. Fisberg M, Maximino P, Kain J, Kovalskys I. Obesogenic environment– intervention opportunities. J Pediatr. 2016; 92(3):30-39.

59. Mozaffarian D, Afshin A, Benowitz NL, Bittner V, Daniels SR, Franch HA, et al. Population approaches to improve diet, physical activity, and smoking habits: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2012; 126(12):1514-63.

60. Van Lippevelde W, Verloigne M, De Bourdeaudhuij I, Brug J, Bjelland M, Lien N, et al. Does parental involvement make a difference in school-based nutrition and physical activity interventions? A systematic review of randomized controlled trials. Int J Public Health. 2012; 57(4):673-78.

(27)
(28)

Índice de Anexos

Anexo A – Fluxograma Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and

Meta-analyses (PRISMA) ...23

Anexo B – Quadro resumo dos artigos incluídos ...24

Anexo C – Diagnóstico de Situação ...26

(29)

Anexo A – Fluxograma Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and

Meta-analyses (PRISMA)

N.º de artigos identificados nas bases de dados PubMed e Scopus = 5735

N.º de artigos após eliminar duplicados = 4422

N.º de artigos rastreados pelo título e resumo = 4422 N.º de artigos excluídos = 4324

N.º de artigos em texto completo avaliados para elegibilidade = 98

N.º de artigos incluídos em síntese qualitativa = 9

N.º de artigos em texto completo excluídos = 89 Id en ti fi caç ão Se le ção El egi bi li dad e Inc lu são

N.º de artigos identificados noutras fontes = 2

(30)

Anexo B – Quadro resumo dos artigos incluídos.

Autores (ano); país Objetivo Metodologia Discussão/Conclusão

McIsaac JD, Spencer R, Chiasson K, Kontak J, Kirk SFL (2019); Canadá8

Determinar o que se sabe sobre a influência do sistema de fatores, amplos e locais, na implementação de políticas nutricionais escolares internacionais.

Revisão da literatura: Identificação e seleção de literatura relevante relacionada com a implementação de políticas nutricionais em escolas primárias e secundárias.

As políticas nutricionais apoiam a alimentação saudável nas escolas. Contudo, são necessárias estratégias que incentivem a sua implementação e que ajudem as escolas a superar os desafios.

Mâsse LC, Naiman D, Naylor P-J (2013); Canadá9

Explorar os fatores que impediram ou facilitaram a implementação de políticas públicas obrigatórias de nutrição e atividade física em escolas da província de British Columbia, Canadá.

Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 50 docentes das escolas para estudar os fatores associados à implementação de políticas de Atividade Física Diária e de Vendas de Alimentos e Bebidas nas Escolas.

A promulgação de políticas obrigatórias para as escolas é considerada um passo essencial para melhorar a atividade física e a alimentação saudável. No entanto, os formuladores de políticas precisam de avaliar se as escolas são capazes de as implementar, apoiar as escolas que têm dificuldades na implementação e documentar o seu impacto no comportamento dos alunos.

Micha R, Karageorgou D, Bakogianni I, Trichia E, Whitsel LP, Story M, et al. (2018); Espanha13

Analisar e quantificar sistematicamente o impacto das políticas do ambiente alimentar escolar nos hábitos alimentares, adiposidade e risco metabólico em crianças.

Pesquisa sistemática em bases de dados online de intervenções aleatórias ou quase-experimentais que avaliem os efeitos das políticas do ambiente alimentar escolar nos hábitos alimentares, adiposidade ou fatores de risco metabólicos das crianças.

Políticas específicas para o ambiente alimentar escolar podem melhorar comportamentos alimentares; efeitos sobre a adiposidade e o risco metabólico requerem uma investigação mais profunda.

Bento A, Cordeiro T, Frias A, Salvador C, Dias D, Amaro LF, et al. (2018); Portugal22

Apresentar uma proposta para a intervenção na alimentação escolar em Portugal.

Não mencionada.

O ambiente escolar, onde se inclui a oferta alimentar, salienta-se como um dos principais meios de atuação para a melhoria da qualidade nutricional da alimentação dos alunos. É neste sentido que assenta a proposta, com inclusão do nutricionista escolar.

McKenna ML. (2010); Canadá35

Analisar os componentes de políticas que podem apoiar uma alimentação saudável, examinar a base de evidências e sugerir orientações para pesquisas futuras.

Os artigos foram extraídos de bases de dados e outras literaturas, escritos em inglês entre 1994 e 2008. Foram identificadas e revistas evidências referentes a cinco componentes potenciais de políticas: alimentos disponíveis, ambiente alimentar, educação para a saúde, serviços de saúde e aconselhamento escolar e alcance da família e da comunidade.

As políticas de nutrição escolar abrangentes, compreendendo os cinco componentes da política, oferecem uma abordagem integrada e holística da nutrição escolar. Poderiam orientar todas as ações da escola relacionadas com a alimentação e servir como uma estrutura para a prestação de contas. Contudo, são necessários mais estudos para determinar como é que os componentes das políticas afetam a implementação e os resultados.

Cygan H, Tribbia C, Tully J. (2019); Estados Unidos da América36

Descrever fatores que influenciam a implementação de políticas de saúde e bem-estar escolar, em particular as políticas de atividade física e nutrição.

Estudo transversal.

Foram realizadas entrevistas com elementos chave de 23 escolas públicas de Chicago. Os dados foram analisados através de uma abordagem sumativa de análise de conteúdo.

Os facilitadores incluíram: suporte distrital e motivação (interna e externa). Os desafios incluíram: disponibilidade limitada de profissionais de saúde, quebra de tradição e orçamento. A comunidade externa e a composição da equipa de saúde foram identificadas como sendo

(31)

Foram identificados dois temas: facilitadores e desafios para a implementação de políticas.

facilitadores e desafios. São sugeridas estratégias que incluam facilitadores de implementação de políticas e que superem os desafios.

Chan C, Moy FM, Lim JNW, Dahlui M. (2018); Malásia37

Avaliar a consciencialização, facilitadores e barreiras à implementação de políticas relacionadas com a prevenção da obesidade em crianças do ensino básico.

Desenho: Estudo transversal. Questionário online administrado de forma direta. Local: Realizado em 447 escolas primárias de um estado da Malásia.

Participantes: Um diretor de cada escola. Medidas: Os questionários consistiram em 32 itens sobre consciencialização, implementação de políticas e facilitadores e barreiras à implementação de políticas. Análise: Foi realizada uma análise descritiva das medidas. A associação entre as características das escolas e a implementação das políticas foi avaliada usando regressão logística.

A maioria dos diretores das escolas estavam cientes das políticas existentes; no entanto, a implementação foi apenas satisfatória. As barreiras identificadas relativamente à implementação de políticas eram modificáveis e, portanto, deveria ser considerada a reestruturação dos planos para superá-las.

Kehm R, Davey CS, Nanney MS. (2015); Estados Unidos da América38

Explorar o papel do envolvimento da família e da comunidade nas políticas de nutrição escolar e atividade física.

28 estados; 6732 escolas secundárias O envolvimento da família e da comunidade foi avaliado separadamente quanto às políticas de nutrição e atividade física, com base em perguntas da pesquisa de Perfis.

Embora o envolvimento da família e da comunidade tenha potencial para influenciar positivamente as políticas de nutrição escolar e práticas de atividade física, permanece baixo nas escolas. São necessários maiores esforços para incentivar a colaboração entre escolas, famílias e comunidades para garantir padrões de saúde melhores para todos os alunos.

Verjans-Janssen SRB, Van De Kolk I, Van Kann DHH, Kremers SPJ, Gerards SMPL. (2018); Holanda40

Estudar a efetividade de estratégias de atividade física, comportamento sedentário e intervenções nutricionais, com envolvimento direto dos pais, no IMC ou Z-score das crianças, em escolas básicas. Categorizar os componentes da intervenção em determinantes sociocognitivos e tipos ambientais direcionados.

Pesquisa sistemática em quatro bases de dados. Foram incluídos artigos escritos em inglês sobre estudos de eficácia em intervenções escolares com envolvimento direto dos pais, incluindo crianças de 4-12 anos. Foram excluídas intervenções com envolvimento indireto dos pais, intervenções que não incluíam o ambiente escolar e estudos-piloto.

As intervenções nas escolas com envolvimento direto dos pais têm potencial para melhorar o estado do peso, atividade física e comportamento sedentário das crianças. Com base nos resultados, recomenda-se que estas intervenções tenham como alvo mais que um comportamento relacionado com o balanço energético, com duração de pelo menos um ano, e se concentrem particularmente no ambiente físico e social da escola e no ambiente familiar.

(32)

Anexo C - Diagnóstico de Situação

Título

Autor(es) (ano) Objetivo Metodologia Resultados Discussão/conclusão

Avaliação Nutricional de

Crianças de Matosinhos

Aguiar, J. (2018)32

Dado não fornecido.

Amostra: 4217 alunos com idades entre os 5-9 anos das escolas do conselho de Matosinhos.

Não foram fornecidos outros dados relativos à metodologia.

Sexo masculino: 9,1% têm baixo peso (<p15), 59,9% têm peso normal (p15-p85) e 37,3% têm excesso de peso* (p85-p97 + >p97).

Sexo feminino: 2,1% têm baixo peso (<p15), 57,4% têm peso normal (p15-p85) e 40,6% têm excesso de peso (>p97).

Excesso de peso do concelho de Matosinhos: 38,9%. Em particular, a prevalência de excesso de peso dos agrupamentos A e B é superior à do concelho, 39,9% e 40,2%, respetivamente.

*Excesso de peso (pré-obesidade (p85-p97) + obesidade (>p97))

Destaca a importância da intervenção no âmbito da saúde e educação alimentar nas escolas; a importância de se intervir precocemente (em particular na promoção da alimentação saudável e prática de atividade física); e salienta a necessidade de se intervir de forma equitativa e global nas escolas do conselho de Matosinhos. Diagnóstico de Saúde Escolar em Matosinhos - “Conhecer para Intervir” Silva T, Sousa S, Batista J, Martins A, Guedes L, Magalhães T, et al. (2019)33 “Conhecer os hábitos e comportamentos relacionados com a saúde dos alunos inscritos nas escolas públicas do concelho de Matosinhos, permitindo identificar prioridades de intervenção em Saúde Escolar e a avaliação futura da mesma.” Estudo observacional, transversal, descritivo, com base em inquérito autoaplicado online, dirigido aos alunos do 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade. Amostra por clusters (turma) representativa de cada um dos anos.

6º ano: 365 alunos (22 turmas); 8º ano: 364 alunos (22 turmas) e 10º ano: 354 alunos (19 turmas), com um nível de confiança 95% e diferença aceitável máxima 5%.

Resultados relativos aos hábitos alimentares:

80,6% jovens toma o pequeno-almoço todos os dias durante a semana e com menor frequência ao fim de semana 76,4%. São os jovens do 6º ano que mais referem tomar o pequeno-almoço todos os dias da semana (87%) e durante o fim-de-semana (87,5%), verificando-se uma diminuição gradual da proporção de alunos que refere este hábito no 8.º ano e no 10.º ano.

Só 41,8% dos jovens refere que come fruta todos os dias.

31,4% e 33,3% dos inquiridos refere “raramente ou nunca” comer sopa ao almoço e ao jantar, respetivamente.

33,8% e 32% dos jovens diz “raramente ou nunca” consumir hortícolas colocados no prato ao almoço e ao jantar, respetivamente.

35,7% refere consumir refrigerantes/bebidas com açúcar “uma a duas vezes por semana” e 34,2% assinalou “raramente ou nunca” consumir este tipo de bebidas.

47,3% dos jovens refere consumir doces “uma a duas vezes por semana”, sendo as raparigas quem assinala esta opção mais frequentemente (51,3% vs 43,0%,

Considera como determinantes de intervenção prioritários:

hábitos alimentares; horas de

sono; comportamentos sexuais e consumo de substâncias.

(33)

p>0,05). Apenas 33,9% dos jovens refere consumir “raramente ou nunca” este tipo de alimentos.

47,7% dos inquiridos refere consumir batatas fritas ou outros snacks salgados “uma a duas vezes por semana” 48,7%, sendo os rapazes quem mais refere esta frequência (51,9% vs 45,8%, p>0,05). Levantamento das ofertas alimentares nas escolas do concelho de Matosinhos – refeitórios, bufetes, máquinas de venda automática de alimentos e regimes da fruta e leite escolar Ribeiro J. (2016)34 “Avaliar as ofertas alimentares nos estabelecimentos de ensino público do concelho de Matosinhos através do levantamento e análise das ementas das cantinas, alimentos disponíveis nos bufetes e máquinas de venda automática de alimentos (MVAA), integração dos programas de distribuição gratuita de fruta e leite escolar e averiguar a existência de outras fontes de oferta alimentar.” Estudo observacional transversal. Amostra: todos os estabelecimentos públicos de ensino do concelho de Matosinhos (n=53).

Questionário online para caracterização geral das ofertas alimentares.

Ementas: Solicitou ementas

referentes ao mês de maio de 2016 às escolas e utilizou a ferramenta Sistema de Planeamento e Avaliação de Refeições Escolares (SPARE) para fazer a análise.

Bufetes e MVAA: visitas às

escolas para observação direta da disponibilidade, utilizando uma checklist elaborada com base nas recomendações do referencial “Bufetes Escolares – Orientações”. O mesmo referencial foi usado para comparar os resultados obtidos.

Regime de Fruta Escolar e Programa Leite Escolar:

foram analisados com base nas respostas obtidas no questionário.

Todas as escolas possuíam cantina (n=53). As ementas, avaliadas pelo SPARE, obtiveram classificação Bom (Câmara Municipal de Matosinhos=84,9% e Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares =76,3%).

17 escolas têm bufete e 9 têm MVAA.

A proporção entre GAP e GAL nos bufetes é de 7:9 e, em média, encontram-se 2,7 GAND por bufete.

2 escolas têm o bufete aberto durante todo o período escolar e 15 escolas fecham-no à hora do almoço.

As MVAA disponibilizam GAL e GAND.

Todas as escolas com ensino pré-escolar e 1ºciclo do ensino básico (n=39) implementam o Regime de Fruta Escolar e o Programa Leite Escolar de acordo com o previsto.

Verificou que 1 escola do 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário disponibiliza fruta gratuita diária a todos os alunos.

Relativamente as ementas, que obtiveram classificação Bom, considera que é necessário melhorar alguns itens.

Observou uma maior preocupação, principalmente com as MVAA, em melhorar a oferta alimentar, ainda que insuficiente, pois continua a haver disponibilização de GAND e uma proporção inadequada de GAP:GAL. Relativamente ao Regime de Fruta Escolar, relata que a disponibilização está acordo com a legislação e acrescenta que esta medida foi alargada às escolas do ensino pré-escolar promovido pela Câmara Municipal de Matosinhos. Contudo, afirma ser necessária uma maior sistematização no cumprimento das medidas de acompanhamento.

Quanto ao Programa Leite Escolar, verifica o cumprimento das diretrizes. Porém, o número de escolas que privilegia o leite simples e/ou que permite escolher entre leite simples e achocolatado é reduzido.

(34)

Anexo D – Organograma do Modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar

Modelo de Política Nutricional e Alimentar Escolar

Objetivo geral: Capacitar a comunidade escolar para melhorar os hábitos alimentares, através da criação de ambientes alimentares saudáveis nas escolas.

Objetivos específicos:

(1) Melhorar qualitativamente e quantitativamente a oferta alimentar do refeitório, bufetes e

MVAAB.

(2) Definir normas da oferta alimentar na escola (por exemplo: prémios, festas, marmitas,

lancheiras.

(3) Monitorizar e fiscalizar o cumprimento das normas da oferta alimentar.

Objetivos específicos:

(1) Aumentar a literacia nutricional e alimentar da comunidade escolar, integrando os

encarregados de educação.

(2) Capacitar os alunos para escolhas alimentares saudáveis.

(3) Melhorar a formação, qualificação e modo de atuação dos diferentes profissionais que podem

influenciar o consumo alimentar dos alunos.

(4) Articular com as equipas de saúde escolar para fornecer apoio aos alunos com necessidades

alimentares especiais e/ou com necessidade de tratamento.

Abrange a educação para a saúde, mais especificamente a educação alimentar; Inclui a articulação com serviços de saúde escolar;

Inclui a articulação com organizações governantes, entidades colaboradoras e/ou empresas

de restauração coletiva.

Considera os normativos legais e referenciais estratégicos relativos à alimentação escolar, para os refeitórios, bufetes e MVAAB;

Garante o aproveitamento dos programas alimentares;

Promove a alimentação saudável através de marketing de alimentos e bebidas; Define normas para a oferta alimentar na escola em ocasiões especiais.

Eixo do ambiente alimentar escolar Eixo da comunidade

escolar

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Referências

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