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TÍTULO: PAPEL DO ENFERMEIRO NO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

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Academic year: 2022

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Realização: IES parceiras:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Enfermagem

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE FRANCA - UNIFRAN

AUTOR(ES): SONIA MARIA DE CASTRO, MARLENE GOMES DE BRITO CHAVES, JÚLIA LARA NOGUEIRA, ANA CAROLINA SILVA INHANI

ORIENTADOR(ES): VIVIANE RODRIGUES ESPERANDIM SAMPAIO

(2)

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi identificar o papel da Enfermagem no Transplante de Medula Óssea. A revisão integrativa (RI) foi o método de revisão adotado. Para a busca dos estudos a base de dados escolhida foi a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) adotados para os cruzamentos foram: Transplante de Medula Óssea; Enfermagem; /Terapia. A questão norteadora para condução da RI foi: quais são as evidências disponíveis na literatura, a respeito do enfermeiro no tratamento do paciente submetido ao transplante de medula óssea? Os critérios adotados para inclusão dos estudos foram: artigos disponíveis em língua portuguesa, com textos disponibilizados na íntegra e sem limite de data de publicação. Os critérios de exclusão foram: artigos que a temática diferia da problemática da pesquisa e repetidos na base de dados. O transplante de células troncos hematopoiéticas é um método de tratamento de doenças como: anemia falciforme, doenças malignas, hereditárias, leucemias, linfoma e síndromes mielodisplásicas. Conclui-se que o enfermeiro é o primeiro contato que o paciente terá no ambulatório onde realizará a entrevista, exame físico e as orientações dos procedimentos e riscos, etapa primordial para a compreensão do paciente e aceitação do mesmo em seu tratamento e deste forma necessita de conhecimentos na área curriculares e competência na tomada de decisões para estabelecer um plano de cuidado.

INTRODUÇÃO

Atualmente vários estudos tem mostrado o uso de células tronco. As células tronco apresentam duas características que a difere dos outros tipos celulares: são células não especializadas que se renovam por longos períodos e através de meios fisiológicos ou laboratoriais, e elas podem ser suscitadas a se diferenciarem em células com funções especificas, como por exemplo, as células que produzem insulina, no pâncreas (1).

Para sua diferenciação, sinais internos (genes) e externos (químicos) são emitidos até a célula tronco. No caso do tecido hematopoiético, as células tronco ficam alojadas na medula óssea e, posteriormente, se diferenciam em outros tipos celulares como hemácias, leucócitos e plaquetas. Estudos recentes demostraram que células troncos hematopoiéticas presentes na medula óssea podem originar também outros tipos de tecidos, processo conhecido como plasticidade (1).

(3)

O transplante de medula óssea (TMO) é um procedimento no qual o paciente recebe, através da via endovenosa, células progenitoras que, através da corrente sanguínea, vão migrar para a medula óssea do paciente para então, continuarem a se multiplicarem e desenvolver sua função corretamente. É na medula óssea que as células sanguíneas são renovadas, por isso, quando ocorre algum distúrbio fisiológico nesse local, as células sanguíneas certamente sofrerão lesão. Com tudo, um TMO tem como objetivo, destruir as células danificadas dessa área e, reconstituir o sistema hematopoiético do paciente, através da reconstituição da medula óssea (2,3).

É exigido do enfermeiro atuante no setor de transplantes um vasto conhecimento, tanto em crianças, adultos e idosos. Este precede desde a admissão do paciente, durante a entrevista e exame físico, auxiliando na preparação do receptor e do doador, fazendo procedimentos privativos da equipe de enfermagem, como: cuidados com cateter, cuidados com a terapia intravenosa, criando um vínculo entre enfermeiro e paciente, além de ser responsável pelas orientações, para que ele entenda o cuidado após o transplante. Essas atividades seguem a Resolução n. 200/1997 do COFEN, 11 que dispõe como competência do enfermeiro que atua no TCTH (transplante de células tronco hematopoiética) a execução de procedimentos técnicos específicos relacionados à aspiração e infusão de células- tronco hematopoiéticas (4,5).

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi identificar as evidências científicas relacionadas ao papel do enfermeiro no transplante de medula óssea.

METODOLOGIA

Para o alcance do objetivo proposto a revisão integrativa (RI) foi o método adotado.

A RI é um método de pesquisa sistematizado, com análise e síntese das informações contribuindo para o estudo do tema escolhido, que inclui uma análise completa, dando auxílio na tomada de decisões, tendo como consequência uma melhora nas atividades clínicas, utilizando bases resultados de pesquisar pré- existentes. A revisão integrativa tem o potencial de transmitir conhecimento em enfermagem, produzindo, um saber fundamentado e uniforme para os enfermeiros

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para que estejam amparados a produzir práticas clínicas de qualidade (6).

A questão norteadora para condução da RI foi: quais são as evidências disponíveis na literatura, a respeito do enfermeiro no tratamento do paciente submetido ao transplante de medula óssea?

Quadro 1 – Base de dados e cruzamentos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) adotados para busca

Base de Dados Descritores em Ciências da Saúde

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)

Transplante de medula óssea Terapia

Enfermagem

Fonte: elaborado pelas autoras.

A estratégia adotada para o cruzamento dos descritores está apontada no Quadro 2.

Quadro 2 – Estratégia de busca adotada na base de dados escolhida Cruzamentos realizados:

Transplante de medula óssea AND Terapia AND Enfermagem

Fonte: elaborado pelas autoras Os critérios adotados para inclusão dos estudos foram: artigos disponíveis em língua portuguesa, com textos disponibilizados na íntegra e sem limite de data de publicação.

Os critérios de exclusão foram: artigos que a temática diferia da problemática da pesquisa e repetidos na base de dados.

Após a busca efetuada, procedeu-se a leitura dos títulos e dos resumos dos artigos para posteriormente redigir a síntese para construção do quadro dos estudos selecionados, conforme apresentado no Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma da busca dos estudos selecionados.

Total de estudos incluídos na revisão integrativa N= 08

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)

N= 08 LILACS

N= 4

BDENF N= 3

Língua Portuguesa N= 08

Total de estudos encontrado na BVS N=173

(5)

Fonte: elaborado pelas autoras.

A busca dos referenciais deu-se no dia 18 de abril de 2019. A pesquisa bibliográfica para elaboração da introdução e dos resultados ocorreu no mês de abril de 2019. Os critérios de inclusão adotados foram: artigos disponíveis em língua portuguesa, com textos disponibilizados na íntegra e sem limites de data de publicação, sendo selecionado 15 artigos, já incluindo os 07 selecionados para RI, disponíveis na BVS, um documento oficial e uma dissertação de conclusão de curso.

DESENVIMENTO

Alguns dados referentes aos artigos incluídos nesta pesquisa, como autores, ano, título, objetivo, resultados e conclusão do estudo estão apresentados no Quadro 3.Os sete artigos selecionados foram identificados em A1(7), A2(8), A3(9), A4(10), A5 (11), A6(12), A7(13).

Dos sete artigos que foram incluídos na RI, verificou que todos foram publicados no idioma português, tendo como país de origem o Brasil. No que diz respeito, o objetivo proposto dos 7 artigos estudos um A1 (7) (14,29%) objetivou-se caracterizar os perfis dos medicamentos quanto ao aprazamento dos horários de administração e potencial interativo; um A2 (8) (14,29%) abordou um uma análise do curso de pós graduação farmácia hospitalar em oncologia; um A3 (9) (14,29%) é uma análise acerca do adoecimento e das mortes de crianças em etapas distintas do tratamento, um A4 (10) (14,29%) os impactos materiais e imateriais em jovens e adultos com um longo período de adoecimento, um A5(11) (14,29%) buscou avaliar a qualidade metodológica das revisões sistemáticas publicados no período brasileiro de psicologia, um A6(12) (14,29%) teve como propósito identificar terapias para evitar a mucosite oral em adultos submetidos ao transplante de medula óssea; um

Completos N= 08

Repetidos N= 01

Selecionados N= 07

BDENF N= 03 LILACS

N= 04

(6)

A7(13) (14,29%) teve como objetivo relatar a ocorrência de eventos adversos e queixas técnicas de cateter vasculares.

Quadro 3 – Síntese dos artigos selecionados para a (RI).

Artigo Ano/

Autores

Nome Objetivos Resultados Conclusão

A1 (7) Fonseca RB, Secoli SR.2007.

Medicamentos utilizados em transplante de medula óssea: um estudo sobre combinações dos antimicrobianos potencialmente interativos

Caracterizar o perfil dos medicamentos quanto ao aprazamento dos

horários de

administração e potencial interativo, e identificar as combinações existentes entre antimicrobianos potencialmente interativos e outros medicamentos

decorrentes da coadministração nos pacientes submetidos à TMO.

Quanto ao perfil do aprazamento dos medicamentos

observou-se que no período da manhã e da noite a totalidade da amostra (N=70) foi medicada às 10h e às 22h, respectivamente. À tarde verificou-se que 95,7% (N=67) dos pacientes tiveram os medicamentos

aprazados às 18h.

Portanto, nos pacientes de TMO foi frequente a coadministração de medicamentos

potencialmente interativos, condição que, associada à polifarmácia complexa e ao aprazamento simultâneo de horários na administração desses agentes, poderia predispor o paciente a eventos indesejados, afetando, deste modo, a segurança da terapia.

A2 (8) Pantoja WMS.

2014

O curso de pós- graduação lato

sensu em

Farmácia

Hospitalar em Oncologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva e suas relações na formação de recursos humanos para atuação na Rede de Atenção Oncológica.

Este artigo aborda o curso de pós-graduação lato sensu no molde de Especialização em Farmácia Hospitalar em Oncologia e sua transição para o molde

de Residência

Multiprofissional em Oncologia, oferecido pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca/MS).

Propõe-se a estabelecer uma análise histórica do curso de Pós-Graduação INCA e sua relação com

os princípios

estabelecidos na Rede de Atenção Oncológica (RAO), na formação de recursos humanos habilitados para a atuação em centros de referência em Oncologia (clínicas, hospitais e institutos), tanto públicos quanto particulares.

Concluindo, o presente estudo indica que o Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia do Inca é capaz de oferecer aos egressos um ambiente estimulante e cheio de desafios, na procura por uma formação de qualidade não somente em Farmácia Hospitalar em Oncologia, mas também em todas as áreas que fazem

parte da Equipe

Multiprofissional em Saúde.

.A3 (9) Aquino AMD, Conti LD, Pedrosa A.

2014.

Construções de significados

acerca do

adoecimento e

morte nas

narrativas de crianças com câncer

Esse estudo investigou a construção de significados acerca do adoecimento e da morte nas narrativas de crianças com câncer em etapas distintas do tratamento. Para tanto, foram realizadas seis sessões de brincadeira com cada participante.

A análise das narrativas dessas crianças acerca da morte permite pensar que as crianças com

mais tempo de

tratamento e,

consequentemente, com um contato mais prolongado com os procedimentos em relação as crianças em início de tratamento.

As crianças em início de tratamento organizaram suas narrativas em torno do tratamento do câncer e seus efeitos desorganizadores em relação a suas atividades cotidianas. Já as crianças com mais de um ano de tratamento construíram cenários narrativos em que a morte dos personagens era o tema central.

A4 (10) Barsaglini RA, Soares BBNDS 2018.

Impactos de adoecimento de longa duração:

experiência de adultos jovens com Leucemia Mieloide Aguda

Analisa os impactos materiais e imateriais imersos na experiência de adultos jovens com um adoecimento de longa duração.

Foram realizadas três entrevistas com cada um dos quatro sujeitos, valendo-se de roteiro temático aprofundado a partir do processo de descoberta, tratamento e seus impactos. Os relatos, que constituem

memória e

interpretações do vivido

trazido como

experiência.

Os impactos decorrem das consequências de algo novo introduzido numa dada realidade. No caso dos adoecimentos de longa duração e da leucemia, aqui em parte analisada, os impactos seriam os efeitos e transformações provocadas na vida das pessoas e seu entorno – dos próprios adoecidos, familiares, profissionais – e evocam (reações).

A5 (11) Zoltowski APC, Costa AB, Teixeira MAP, Koller SH 2014.

Qualidade metodológica das revisões

sistemáticas em periódicos de psicologia brasileiros

Buscou-se avaliar a qualidade metodológica

das revisões

sistemáticas (RS)

publicadas em

periódicos brasileiros de psicologia.

A qualidade média das RS revisadas foi de 5,39 (DP=1,91), com um intervalo de confiança de 95% entre 4,71 e 6,07.

Dessa forma, pode-se afirmar que a qualidade das RS publicadas em periódicos brasileiros da

Contudo, foi possível descrever o panorama das revisões sistemáticas em psicologia no país através

de uma amostra

considerada representativa, possibilitando que se discuta a emergência de indicadores de escrita e de

(7)

área da psicologia é média considerando o escore máximo do instrumento (11 pontos).

avaliação para esse tipo de publicação.

A6 (12) Ferreira P, Gamba M, Saconato H, Guitierrez MGR.

2011.

Tratamento da mucosite em pacientes submetidos a transplante de medula óssea:

uma revisão sistemática.

Identificar as medidas terapêuticas usadas para uma diminuição da mucosite oral em pacientes de fase adulta que foram submetidos ao transplante de medula óssea (TMO).

Quanto às medidas terapêuticas utilizadas no tratamento observou-

se que alguns

medicamentos

mostraram eficácia na

diminuição da

intensidade da mucosite oral.

Alguns resultados foram favoráveis para terapias tópicas, que não fazem o uso de altas tecnologias, e atuam nos cofatores que causam a ulceração, são de fácil manuseio e aplicação, e poderão contribuir para uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

A7 (13) Oliveira CGD, Rodas ACD.

2017.

Tecnovigilância no Brasil: panorama das notificações

de eventos

adversos e

queixas técnicas de cateteres vasculares

O objetivo deste artigo é identificar, quantificar e categorizar a ocorrência de notificações de eventos adversos e queixas técnicas relacionadas ao uso de cateter vascular recebidas pelo sistema NOTIVISA no período de janeiro de 2007 a junho de 2016.

O CVP foi o produto que mais sofreu notificações, atingindo 48% do total.

Essa alta quantidade de notificações

relacionadas ao CVP pode estar atrelada ao fato de que sua introdução é um dos procedimentos mais frequentemente realizados em ambiente hospitalar.

O presente estudo permitiu visualizar a importância da

vigilância pós-

comercialização dos cateteres venosos além de fornecer um panorama das notificações deles no Brasil, podendo dar suporte para ações de Tecnovigilância no País e subsidiar as políticas públicas voltadas a esse produto específico.

Fonte: elaborado pelas autoras.

RESULTADOS

O transplante de células troncos hematopoiéticas é um método imprescindível para o tratamento de doenças como: anemia falciforme, doenças malignas, hereditárias, leucemias, linfoma e síndromes mielodisplásicas. O transplante pode ser realizado em várias vertentes como alogênicos (entre parentes), sindêmicos (entre irmãos gêmeos), autogênicos (do próprio paciente). Quanto à localização pode ser do cordão umbilical ou placenta (ao nascer), interior de grandes ossos ou em sangue periférico. Para a realização desse procedimento, é necessário a presença de uma equipe multiprofissional, composta por imunologista, oncologista, radiologista, epidemiologista, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, odontólogo, assistente social, agente administrativo e outros. O primeiro contato que o paciente tem com o enfermeiro é no ambulatório. Depois de ter sido aprovado para o tratamento, se inicia a entrevista, exame físico e orientações dos procedimentos e riscos que o paciente estará sujeito (14).

Entre os procedimentos exclusivos do enfermeiro está a coleta de sangue de medula óssea no centro cirúrgico e a infusão de células-tronco hematopoiéticas que, deve somente ser realizado pelo enfermeiro especializado, não sendo permitido a sua execução pelos técnicos de enfermagem, que é respaldado pela Resolução n.

200/1997 do COFEN,11 que dispõe como competência do enfermeiro que atua no TCTH (transplante de células tronco hematopoiéticas) a execução de procedimentos

(8)

técnicos específicos relacionados à aspiração e infusão de células-tronco hematopoiéticas (3).

Por haver uma necessidade de soros de hidratação, tratamento farmacológico utilizados na fase de condicionamento e para a própria infusão de células hematopoiéticas, é recomendado a implantação do cateter de Hickman, por ser um dispositivo que poderá ser utilizado durante o período ambulatorial e após. Sendo de responsabilidade do enfermeiro os cuidados como técnicas assépticas, condições do cateter e integridade da pele do paciente (15).

Também faz parte dos cuidados de enfermagem realizar curativo de poliuretano, pois a sua troca evita toxidade cutânea. Ficando a cargo de treinar sua equipe para a manipulação, manuseio, prevenção e controle de infecção (15).

O paciente pode apresentar complicações como: sensação de fadiga extrema, febre, diurese concentrada e inapetência alimentar. É imprescindível que o paciente mantenha os hábitos de tomar banho, realizar higiene oral, entre outras. As infecções precisam ser evitadas, sendo importante que o enfermeiro auxilie os visitantes lavarem as mãos corretamente, antes de entrar nos quartos (17).

De acordo com os relatos dados por um grupo de participantes de uma pesquisa sobre o impacto que um adoecimento a longo prazo causava, as principais aflições dos pacientes eram relacionadas à vivencias de mortes anteriores de amigos e conhecidos e, o medo da própria morte frente alguma intercorrência. A partir desses relatos, percebe-se a fragilidade e a insegurança do ser humano em lidar com o tema Morte e todo o sofrimento e dor que a mesma traz (10). Em outra pesquisa envolvendo crianças e seu modo de como veem seu adoecimento atraves de brincadeiras, notou-se que crianças com mais de 1 (um) ano de tratamento sempre terminavam suas brincadeiras com o personagem central morto, refletindo de forma inconsciente, o medo do desfecho e consequentemente, da própria morte (09).

Além da internação prolongada, com mudanças no seu estilo de vida e na sua autoestima, o paciente e família estarão à mercê da atribulação que o risco de morte causa. Neste momento, o papel do enfermeiro humanizado começa a fazer a diferença, visto que, criar um vínculo enfermeiro-paciente é fundamental para a aceitação da doença e consequentemente, a adesão com mais confiança, no tratamento combinado entre equipe-paciente. Durante esse período, é visível a mudança na rotina e no relacionamento do paciente, sendo necessário a introdução

(9)

de novos hábitos para o autocuidado e também, devido ao limitado número de pessoas que o visitam, o complexo biopsicossocial do paciente fica fragilizado (14).

O enfermeiro identifica a capacidade de autocuidado terapêutico de cada paciente, avaliando suas habilidades em fazer tarefas que atendem as suas necessidades de cuidados para manter a vida, promovendo a saúde do paciente e bem-estar. Essas orientações devem ser feitas para o paciente juntamente com a família ou o cuidador, pois quando estas não são atendidas, podem agravar o estado de saúde dos pacientes, como desconfortos, internações e consequentemente, mais riscos à sua saúde (16).

O enfermeiro que atua no transplante de medula óssea, necessita de competência e especialização para contribuir em todas as etapas na qual o paciente será submetido. Sua competência se inicia desde procedimentos técnicos e tecnológicos, até em decisões críticas no tratamento (através da prescrição de cuidados) como por exemplo, intervenções em desequilíbrio hidroeletrolítico e medicamentosas. Além também, conhecimentos em áreas curriculares como:

imunologia, hematologia, oncologia, hemoterapia, biologia molecular, controle de infecção, farmacologia e cuidados intensivos (14).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que o papel do enfermeiro na TMO é ser o primeiro contato que o paciente terá no ambulatório onde realizará a entrevista, exame físico e as orientações dos procedimentos e riscos. Esta etapa é primordial para a compreensão do paciente e aceitação do mesmo em seu tratamento. Com a mudança da rotina e do estilo de vida do paciente, o enfermeiro entra com papel humanizado, sendo assim o atendimento ao paciente deve ser integral, competente e benevolente afim de prevenir ao máximo os prejuízos destas mudanças. Além do relacionamento interpessoal com as pessoas do seu círculo familiar e de amizade, para que desta forma o paciente não interprete como uma privação e isolamento do seu convívio, porém o enfermeiro é quem estará a maior parte do tempo em contato com paciente frente aos seus novos sentimentos de angústia, dúvidas e desabafos.

Como resultado o enfermeiro que deseja seguir a área de transplante de medula óssea necessita de conhecimentos na área curriculares e a competência na tomada de decisões para estabelecer um plano de cuidado e, evidentemente, nas técnicas básicas que compõem a grade do curso de enfermagem.

(10)

FONTES CONSULTADAS

(1) Del Carlo RJ. Células-tronco: Células da esperança. Revista CRMV.

2005;(35):60-68.

(2) Kuhnen AE, Borenstein MS. O processo de cuidar das enfermeiras no transplante de medula óssea em Santa Catarina (1997-2009). Hist. enferm.

2016;7(2):387-97.

(3) Lima K, Bernardino E. O cuidado de enfermagem em unidade de transplante de células-tronco hematopoéticas. Texto & Contexto Enfermagem. 2014;23(4)845-53.

(4) Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN - 200/1997. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem em hemoterapia e transplante de medula óssea. Rio de Janeiro; Conselho Regional de Enfermagem. 1997. Disponível em:http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2001997-revogada-pela-resoluo-

3062006_4254.html . Acesso em: 8 de setembro de 2020.

(5) Lopes CMM, Galvão CM. Posicionamento cirúrgico: evidências para o cuidado de enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2010;18(2):155-162.

(6) Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidencias na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.

(7) Fonseca RB, Secoli SR. Medicamentos utilizados em transplante de medula óssea: um estudo sobre combinações dos antimicrobianos potencialmente interativos. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2008;42(4):706-714.

(8) Pantoja WMS. O curso de pós-graduação lato sensu em Farmácia Hospitalar em Oncologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva e suas relações na formação de recursos humanos para atuação na Rede de Atenção Oncológica. RBPG. Revista Brasileira de Pós-Graduação. 2014;11(26):1139-1155.

(9) Aquino AMD, Conti LD, Pedrosa A. Construções de significados acerca do adoecimento e morte nas narrativas de crianças com câncer. Psicologia: Reflexão e Crítica. 2014;27(3):599-606.

(10) Barsaglini RA, Soares BBNDS. Impactos de adoecimento de longa duração:

experiência de adultos jovens com Leucemia Mieloide Aguda. Ciência & Saúde Coletiva. 2018;23:399-408.

(11) Zoltowski APC, Costa AB, Teixeira MAP, Koller SH. Qualidade metodológica das revisões sistemáticas em periódicos de psicologia brasileiros. Psicologia: teoria

(11)

e Pesquisa. 2014;30(1):97-104.

(12) Ferreira P, Gamba MA, Saconato H, Gutiérrez MGRD. Tratamento da mucosite em pacientes submetidos a transplante de medula óssea: uma revisão sistemática. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(4):563-570.

(13) Oliveira CGD, Rodas ACD. Tecnovigilância no Brasil: panorama das notificações de eventos adversos e queixas técnicas de cateteres vasculares. Ciência & Saúde Coletiva. 2017;22:3247-3257.

(14) de Castro EAB, Andrade AM, dos Santos KB, Soares TC, Esterci LT.

Autocuidado após o transplante de medula óssea autólogo no processo de cuidar pelo enfermeiro. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste. 2012;13(5):1152- 1162.

(15) Silveira RCDCP, Galvão CM. O cuidado de enfermagem e o cateter de Hickman: a busca de evidências. Acta Paulista de enfermagem. 2005;18(3):276-284.

(16) Lacerda MR, de Lima JBG, Barbosa R. Prática de enfermagem em transplante de células tronco hematopoéticas. Revista Eletrônica de Enfermagem.

2007;9(1):242-250.

(17) Tomassini PD, transplante de células tronco hematopoeticas e atuação do

enfermeiro. UniCEUB. 2013; Disponível em:

https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/4536/1/Paula%20Daniela%20Toma ssini.pdf Acesso em: 8 de setembro de 2020.

Referências

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