• Nenhum resultado encontrado

Curso de 2ª Fase para o XXVII Concurso da DPERJ DIREITO CIVIL. Prof. Tadeu Valverde

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Curso de 2ª Fase para o XXVII Concurso da DPERJ DIREITO CIVIL. Prof. Tadeu Valverde"

Copied!
74
0
0

Texto

(1)

Curso de 2ª Fase para o XXVII Concurso da DPERJ

DIREITO CIVIL

Prof. Tadeu Valverde

(2)

Pacto antenupcial: É a convenção solene que trata do aspecto patrimonial do casamento (1653 CC e seguintes).

# Noivos que possuem dezesseis anos podem fazer pacto antenupcial? Tal será válido?

# Pacto antenupcial é obrigatório?

# Os noivos, Fred e Michele, elaboram pacto antenupcial, estabelecendo o regime da separação de bens do casamento que ocorrerá em um mês. Após alguns dias os noivos desistem do casamento, porém decidem alugar um apartamento e morar juntos. Após dez anos de convivência a companheira adquiriu onerosamente, durante a união estável, um apartamento e um automóvel. Em razão de sucessivas brigas o casal resolve por fim ao relacionamento. O companheiro exige a sua meação, relativa aos bens adquiridos por sua companheira.

Assiste razão a Fred?

(3)

Imutabilidade relativa do regime matrimonial Art.1639 CC

2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.

# É possível a modificação do regime matrimonial de bens durante o casamento?

# A possibilidade de mudança no regime matrimonial de bens pode ser aplicada a casamentos celebrados antes da vigência do CC de 2002?

(4)

# Cônjuge alegando que o outro está dissipando bens requer a conversão do regime matrimonial de comunhão parcial para o da separação. Tal é possível?

OBS: O procedimento para alteração do regime de bens do casamento está previsto no artigo 734 CPC, in verbis:

“Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.

§ 1oAo receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital.

§ 2oOs cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.

§ 3o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.”

(5)

Regime da comunhão parcial: É aquele em que os bens adquiridos na constância da sociedade conjugal, a título oneroso, se comunicam (1658 e seg CC):

# Planos de previdência privada aberta (PGBL e VGBL) podem ser partilhados em caso de divórcio?

# Prêmio decorrente de aposta na loteria se comunica ao consorte? # E se a aposta foi realizada antes do casamento e o sorteio depois? # E se o bilhete premiado foi doado por um amigo?

(6)

Bens excluídos da comunhão (artigos 1659 e 1661 CC):

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:

I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;

III - as obrigações anteriores ao casamento;

IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;

V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.

(7)

Bens incluídos na comunhão (artigo 1660 CC):

Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;

II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

(8)

# O artigo 1662 CC menciona que os bens móveis presumem-se adquiridos na constância do matrimônio. Tal presunção é absoluta (iuris et de iure) ou relativa (iuris tantum)?

# A administração dos bens comuns cabe a ambos os cônjuges. Havendo má administração poderá esta ser atribuição de apenas um deles?

# Pode ser deliberado em pacto antenupcial que apenas um dos cônjuges será o administrador?

# Dívidas se comunicam? E as decorrentes da administração dos bens?

# O salário é um bem comunicável no regime da comunhão parcial de bens?

(9)

Regime da comunhão universal: É aquele em que os bens de ambos os cônjuges se comunicam, pouco importando se adquiridos antes ou durante o matrimônio (artigo 1667 e seguintes CC).

# Existem“bens incomunicáveis” no regime da comunhão universal?

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:

I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;

II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;

III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;

IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;

V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.

Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.

# Dívidas se comunicam? E as decorrentes da administração dos bens?

(10)

Regime da separação de bens: É aquele em que os bens dos cônjuges não se comunicam, pouco importando se adquiridos antes ou durante o casamento (1687 e 1688 CC).

Pode ser legal ou convencional:

Legal(1641 CC): A lei impõe tal regime ora como uma sanção civil, ora por razões de ordem pública.

1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;

II –da pessoa maior de 70 (setenta) anos;(Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

No artigo 1641, I, CC, é imposto o regime da separação de bens como uma sanção pela inobservância das causas suspensivas.

No artigo 1641, II e III, CC, as razões para imposição da separação de bens são de ordem pública, seja pela idade do nubente ser superior a 70 anos, seja pelo fato de ter havido suprimento judicial de consentimento ou de idade para o casamento.

(11)

Enunciado 261 CJF: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta (setenta) anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada antes dessa idade.

Enunciado 262 CJF: A obrigatoriedade da separação de bens, nas hipóteses previstas nos incisos. I e III do art.

1.641 do Código Civil, não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs.

# Pessoas casadas pelo regime da separação legal de bens (1641 CC) podem requerer a modificação deste com fundamento no artigo 1639, §2º, CC ?

# Se o regime matrimonial é o da separação de bens o cônjuge precisa da vênia conjugal do outro para alienar determinado imóvel?

# Nas hipóteses do artigo 1641 CC deverá ser observado o regime da separação de bens, por isso conclui-se que os bens adquiridos na constância do matrimônio são incomunicáveis. Comente a aludida assertiva.

(12)

DE C IS Ã O DA SE GUNDA SE ÇÃ O STJ

PRO C E S S O EREsp 1.623.858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), por unanimidade, julgado em 23/05/2018, DJe 30/05/2018

RA MO DO DIRE ITO DIREITO CIVIL

TE MA

Casamento contraído sob causa suspensiva. Separação obrigatória de bens (CC/1916, art. 258, II; CC/2002, art. 1.641, II).

Partilha. Bens adquiridos onerosamente. Necessidade de prova do esforço comum. Pressuposto da pretensão. Moderna compreensão da Súmula 377/STF.

DE S TA QUE

No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição.

(13)

INFO R MA ÇÕE S DO INTE IRO TE O R

A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça uniformizou o entendimento que encontrava dissonância no âmbito da Terceira e da Quarta Turma. De início, cumpre informar que a Súmula 377/STF dispõe que "no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento". Esse enunciado pode ser interpretado de duas formas: 1) no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, sendo presumido o esforço comum na aquisição do acervo; e 2) no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. No entanto, a adoção da compreensão de que o esforço comum deve ser presumido (por ser a regra) conduz à ineficácia do regime da separação obrigatória (ou legal) de bens, pois, para afastar a presunção, deverá o interessado fazer prova negativa, comprovar que o ex-cônjuge ou ex- companheiro em nada contribuiu para a aquisição onerosa de determinado bem, conquanto tenha sido a coisa adquirida na constância da união. Torna, portanto, praticamente impossível a separação dos aquestos. Por sua vez, o entendimento de que a comunhão dos bens adquiridos pode ocorrer, desde que comprovado o esforço comum, parece mais consentânea com o sistema legal de regime de bens do casamento, recentemente adotado no Código Civil de 2002, pois prestigia a eficácia do regime de separação legal de bens. Caberá ao interessado comprovar que teve efetiva e relevante (ainda que não financeira) participação no esforço para aquisição onerosa de determinado bem a ser partilhado com a dissolução da união (prova positiva).

OBS: O STJ e o STF entendem que na união estável em que vigora o regime da separação legal de bens, só existirá comunicação patrimonial se for comprovado o esforço comum na aquisição patrimonial.

(14)

ENUNCIADO 634 – Art. 1.641: É lícito aos que se enquadrem no rol de pessoas sujeitas ao regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641 do Código Civil) estipular, por pacto antenupcial ou contrato de convivência, o regime da separação de bens, a fim de assegurar os efeitos de tal regime e afastar a incidência da Súmula 377 do STF.

# Como é feita a administração dos bens?

(15)

Convencional : É o regime de bens oriundo de opção realizada em pacto antenupcial.

# É aplicável o enunciado da súmula 377 do STF em se tratando de separação convencional?

# Quem administra os bens na separação convencional?

# Na vigência do Código Civil de 2002 pode alguém utilizar o regime dotal?

(16)

Regime de participação final nos aquestos (1672 e seg CC): Neste regime cada cônjuge possui seu patrimônio particular, constituído pelos bens adquiridos antes e durante o casamento. Ao fim da sociedade conjugal, cada cônjuge terá direito à metade dos bens adquiridos, individualmente ou pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

Os bens que cada cônjuge já possuía, os que sobrevierem por direito sucessório ou liberalidade e aqueles que forem adquiridos em sub-rogação a bens incomunicáveis, não entram na partilha do casal (1674 CC).

Na participação final nos aquestos presumem-se adquiridos na constância do matrimônio os bens móveis (1674, PÚ, CC), assim como ocorre na comunhão parcial (1662 CC).

Há presunção relativa no sentido de que o proprietário dos bens imóveis é aquele em cujo nome o bem estiver registrado (1681 CC).

(17)

# O patrimônio amealhado pelo casal será verificado na data em que cessar a convivência ou na data do divórcio?

# Neste regime, para a alienação de bens imóveis é necessária a vênia do outro cônjuge?

O Código Civil dispõe:

“Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.”

# Como a administração do patrimônio é feita?

# As dívidas contraídas por um dos cônjuges obrigam o consorte?

(18)

De acordo com o Código Civil:

Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:

I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;

II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.

Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges.

Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.

(19)

A

B

C

D

PARENTESCO NA LINHA RETA:

(20)

PARENTESCO NA LINHA COLATERAL:

A

B C

D E

(21)

REGRAS DA SUCESSÃO DO CÔNJUGE QUANDO CONCORRE COM DESCENDENTES (artigo 1829, I, CC):

REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS: Cônjuge herda

REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL: Cônjuge só herda se existirem bens particulares

REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS: Cônjuge só herda se existirem bens particulares (bens que não sejam aquestos)

REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL: Cônjuge não herda REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS: Cônjuge não herda

(22)

ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (art. 1829 e seguintes CC): Falecendo ode cujussem deixar testamento (ab intestato) ou sendo o testamento nulo, rompido ou caduco, se observará a ordem legal de sucessão, denominada “ordemde vocação hereditária”.

# O que é legítima?

# Equivale a que parcela da herança?

# Como a legítima é calculada?

OBS: O STF, no Recurso Extraordinário Nº 878.694, decidiu que o artigo 1790 do Código Civil, que tratava das regras sucessórias para os companheiros, é inconstitucional. A partir deste momento, foi determinada a aplicação das regras do artigo 1829 CC, que já tratava da sucessão dos demais herdeiros (descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais até o 4º grau), aos companheiros.

(23)

# Quais são os herdeiros necessários?

# Companheiro é herdeiro necessário?

# Se o herdeiro não é necessário pode o mesmo ser excluído da sucessão?

# É correta a afirmação de que a lei ao estabelecer a ordem de vocação hereditária se fundou na vontade presumida do de cujus?

# Pode o testador imotivadamente estabelecer cláusula de incomunicabilidade, inalienabilidade ou impenhorabilidade sobre os bens integrantes da legítima? E se os bens não fizerem parte da legítima?

(24)

# Na questão anterior se a cláusula de incomunicabilidade, inalienabilidade ou impenhorabilidade sobre os bens integrantes da legítima tiver sido aposta durante a vigência do Código Civil de 1916, quando inexistia qualquer restrição em relação a tais disposições e o óbito tenha ocorrido durante a vigência do Código Civil de 2002, qual será o sistema jurídico aplicável?

# O de cujus faz testamento deixando toda a sua parte disponível para um dos seus filhos. Terá este direito à legítima?

# Qual a diferença primordial existente entre os herdeiros necessários e os demais herdeiros?

(25)

ORDEM LEGAL DE SUCESSÃO:

1) artigo 1829, I, CC: Descendentes em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se o regime matrimonial de bens for o da comunhão universal (art. 1667 CC), separação obrigatória (art. 1641 CC) ou se na comunhão parcial de bens (art. 1658 CC) inexistirem bens particulares.

# Cônjuge separado judicialmente é herdeiro? E se a separação era de fato?

Informativo 573 STJ

DIREITO CIVIL E PRO C E S SU A L CIVIL. DIS CUS S Ã O D E CULPA NO DIREITO SUC E S S Ó RIO E ÔNUS D A PROVA. Ocorrendo a morte de um dos cônjuges após dois anos da separação de fato do casal, é legalmente relevante, para fins sucessórios, a discussão da culpa do cônjuge sobrevivente pela ruptura da vida em comum, cabendo a ele o ônus de comprovar que a convivência do casal se tornara impossível sem a sua culpa.

(26)

# O direito real de habitação vidual existirá em todos os regimes matrimoniais de bens?

# Companheiro tem direito real de habitação?

# O direito real de habitação é vitalício?

# Qual ou quais requisitos para a existência do direito real de habitação vidual?

(27)

# No regime da participação final nos aquestos o cônjuge tem direito à sucessão em concorrência com os descendentes?

Enunciado 270 CJF:

“O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.”

O cônjuge terá quinhão igual ao dos descendentes que sucederem por cabeça. Quando o cônjuge for ascendente dos herdeiros com que concorrer, seu quinhão não poderá ser inferior à ¼ da herança (artigo 1832 CC).

OBS: A 3ª turma do STJ decidiu (Resp 1.617.650 RS – Informativo 651 STJ) que em caso de filiação híbrida (também chamada de concorrência sucessória híbrida) não há reserva de ¼ para o cônjuge ou companheiro.

(28)

# Qual a diferença da sucessão por cabeça da sucessão por estirpe?

Os descendentes com grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo os casos de direito de representação (artigo 1833 CC).

# Quais são as hipóteses em que pode existir direito de representação?

Os descendentes da mesma classe possuem os mesmos direitos sucessórios de seus ascendentes (artigo 1834 CC).

# Qual a aplicação prática do dispositivo?

Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau (artigo 1835 CC).

# Quem seriam os “outros descendentes”?

(29)

2) artigo 1829, II, CC: Ascendentes, em concorrência com o cônjuge.

Na sucessão dos ascendentes os mais próximos excluirão os mais remotos, sem distinção de linhas (artigo 1836, §1º, CC).

# Qual o significado da expressão “semdistinção delinhas”?

# Em concorrência com os ascendentes o cônjuge será sempre herdeiro?

Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdarão a metade, cabendo a outra aos da linha materna (artigo 1836, §2º, CC).

O cônjuge terá direito à 1/3 da herança quando concorrer com ascendentes em 1º grau. Terá direito à metade da herança se os ascendentes forem de maior grau, ou sendo de 1º grau só existir um (artigo 1837 CC).

(30)

3) artigo 1829, III, NCC: Cônjuge sobrevivente.

Não existindo descendentes nem ascendentes o cônjuge terá direito à totalidade da herança (artigo 1838 CC).

# Se o cônjuge for casado pelo regime da separação de bens haverá direito à herança?

(31)

4) artigo 1829, IV, NCC: Colaterais até o 4º grau (artigo 1839 CC).

Não existindo descendentes, ascendentes nem cônjuge nas condições do artigo 1830 CC, a herança será deferida aos colaterais até o 4º grau (artigo 1839 CC).

# Quais são os colaterais sucessíveis?

Os colaterais mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação existente em relação aos filhos de irmãos (artigos 1840 e 1853 CC).

# Quem são os filhos de irmãos? Tal sucessão se dá por cabeça ou por estirpe?

Existindo irmãos unilaterais e bilaterais, os unilaterais herdarão a metade do que os bilaterais tiverem direito (artigo 1841 CC).

(32)

# E se todos os irmãos forem unilaterais?

# O que são irmãos germanos?

# Sobrinho e tio são colaterais em qual grau?

# Havendo tio e sobrinho quem será primeiramente chamado a receber a herança?

Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, estes herdarão por cabeça (artigo 1843, §1º, CC).

Se concorrerem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdarem os bilaterais (artigo 1843, §2º, CC).

Se todos forem filhos de irmãos unilaterais ou bilaterais o quinhão será igual (artigo 1843, §3º, CC).

(33)

# Não existindo nenhuma das pessoas indicadas no artigo 1829 CC qual será o destino da herança?

# Pessoa falece em 10/01/2003. Deve ser aplicado o Código Civil de 1916 ou o Código Civil de 2002?

(34)

A

B

C

D

PARENTESCO NA LINHA RETA:

(35)

PARENTESCO NA LINHA COLATERAL:

A

B C

D E

(36)

REGRAS DA SUCESSÃO DO CÔNJUGE QUANDO CONCORRE COM DESCENDENTES (artigo 1829, I, CC):

REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS: Cônjuge herda

REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL: Cônjuge só herda se existirem bens particulares

REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS: Cônjuge só herda se existirem bens particulares (bens que não sejam aquestos)

REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL: Cônjuge não herda REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS: Cônjuge não herda

(37)

DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

Convivência familiar dos filhos com os pais:

# A mãe, titular da guarda, proíbe o pai de conviver com o filho, apesar de existir determinação judicial estabelecendo a visitação. Seria possível solicitar judicialmente a fixação de multa, para permitir o exercício da visitação paterna? E a busca e apreensão da criança?

Caso existisse acordo homologado judicialmente estabelecendo a convivência, e não uma decisão fixando a visitação, a resposta seria diferente?

(38)

Obrigação alimentar e dever de prestar contas:

# Joice é mãe de Silvio, que possui 5 anos de idade. Fábio, pai de Silvio, paga alimentos no valor de R$ 500,00, para colaborar com o sustento da criança. Por desconfiar que a genitora está se apropriando dos valores pagos a título de alimentos, Fábio lhe procura na Defensoria Pública com a intenção de obter informações sobre o meio que deve ser utilizado para que a mãe informe o destino que está sendo dado ao valor pago e se é possível adotar alguma medida?

(39)

Obrigação alimentar em união estável homoafetiva:

# Pessoas que vivem em união estável homoafetiva tem o direito e o dever de pagar alimentos para o seu consorte?

(40)

Obrigação alimentar no Código Civil tem natureza subsidiária:

A obrigação alimentar no Código Civil segue uma ordem. Em primeiro lugar deve se exigir alimentos dos ascendentes, depois dos descendentes, sempre preferindo os mais próximos aos mais remotos. Depois são obrigados os irmãos bilaterais, chamados de germanos, e por fim, os irmãos unilaterais (1696 e 1697 CC).

Neste sentido, o artigo 1698 CC dispõe:

Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.

(41)

Reforçando a natureza subsidiária dos alimentos, dispõe a súmula 596 STJ:

Súmula 596 STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.

# Considerando o caráter subsidiário dos alimentos no Código Civil, qual a natureza jurídica da intervenção prevista na parte final do artigo 1698 CC?“...poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.”

(42)

Celebração do acordo de alimentos e presença do Defensor Público:

# Guilherme, com 20 anos, comparece na audiência de conciliação na ação de alimentos, sem qualquer assistência jurídica, seja de advogado, seja da Defensoria Pública. Estavam presentes Guilherme, na qualidade de réu, e a mãe, que representava Isis, autora da ação, com 1 ano de idade. Também se encontravam na sala o juiz e o representante do Ministério Público. Na audiência de conciliação, ficou acordado que o réu pagaria 20% dos seus rendimentos a título de alimentos para a sua filha. Após uma semana da celebração do acordo, comparece Guilherme na Defensoria Pública dizendo que não tem meios para cumprir o acordo, pois possui outro filho, paga aluguel e possui várias dívidas. Com base no entendimento do STJ qual orientação deveria ser dada a Guilherme? Poderia ser utilizada alguma medida judicial?

(43)

Prisão civil e pandemia:

# Augusto deixou de pagar alimentos para o seu filho em abril de 2020, alegando ter ficado desempregado em decorrência da pandemia. Em agosto de 2020 foi decretada a sua prisão civil, sendo imediatamente cumprido o mandado de prisão, estando o devedor encarcerado em uma delegacia próxima de sua residência. Seus familiares procuram a Defensoria Pública para saber o que pode ser feito em favor de Augusto?

(44)

Paternidade socioafetiva e paternidade biológica:

# Amanda foi registrada como filha por Miguel, seu padrasto, existindo forte vínculo afetivo entre ambos. Dez anos depois, Amanda descobre que o seu pai biológico é Marco. Com o objetivo de buscar o reconhecimento da paternidade biológica, seria cabível ação de investigação de paternidade?

ENUNCIADO 632 Art. 1.596: Nos casos de reconhecimento de multiparentalidade paterna ou materna, o filho terá direito à participação na herança de todos os ascendentes reconhecidos.

ENUNCIADO 642 Art. 1.836: Nas hipóteses de multiparentalidade, havendo o falecimento do descendente com o chamamento de seus ascendentes à sucessão legítima, se houver igualdade em grau e diversidade em linha entre os ascendentes convocados a herdar, a herança deverá ser dividida em tantas linhas quantos sejam os genitores.

(45)

PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA E ABERTA NOS REGIMES MATRIMONIAIS DE BENS:

O plano de previdência privada aberto é mantido por seguradoras e oferecido por bancos, corretoras de investimentos e corretoras de seguros, para qualquer pessoa interessada.

Na previdência privada aberta a pessoa realiza pagamentos de acordo com o benefício que pretende receber, em determinado lapso temporal.

Existem duas espécies de previdência privada aberta:

• Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)

• Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)

As diferenças entre ambos envolve questões tributárias (pagamento do imposto de renda).

(46)

O plano de previdência privada fechado é criado exclusivamente para os funcionários de uma empresa ou categoria profissional específica (Previ – Banco do Brasil, Petros- Petrobrás, Funcef- CEF, Postalis- Correios).

Pessoas que não são funcionárias da empresa não podem participar destes fundos.

O STJ já decidiu que a previdência privada aberta tem natureza de aplicação e investimento, não se enquadrando na regra do artigo 1.659, VII, do Código Civil de 2002, e por isso, pode ser partilhada, quando ocorrer o fim do casamento ou da união estável.

A ministra Nancy Andrighi reconheceu que a previdência privada aberta, nas modalidades Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), pode ser objeto de contratação por qualquer pessoa física ou jurídica, sendo um regime de capitalização. Por isso, a natureza preponderante do contrato de previdência complementar aberta é de investimento, assim como fundos de renda fixa, ações, entre outros, e que seria objeto de partilha na dissolução do vínculo conjugal.

Porém se a previdência for fechada, o STJ decidiu que os valores não entram na partilha em caso de fim do casamento ou união estável (informativo 606 STJ).

(47)

LEGITIMIDADE PARA AÇÃO VISANDO RECONHECER A INDIGNIDADE E SUCESSÃO EM CASO DE INDIGNIDADE:

# Teresa e Augusto morreram vítimas de homicídio doloso praticado por seu filho mais velho, Rodrigo, e mais um cúmplice. Além de Rodrigo, que contava com 20 anos de idade na data do ocorrido, Teresa e Augusto tinham mais dois filhos menores, Renato, de 5 anos, e Rômulo, de 10 anos de idade. Explique como se dará a sucessão de Teresa e Augusto, elucidando a participação a legitimidade do Ministério Público na situação em exame.

(48)

VÊNIA CONJUGAL E NOTA PROMISSÓRIA:

# A sociedade A emite uma nota promissória em favor do Banco Beta S/A garantida por aval de João, administrador da companhia A. Vencida e não paga a nota promissória, o Banco Beta S/A ajuíza ação cambial em face de João, obtendo a penhora de bem imóvel de propriedade de João e de Maria, com quem João é casado sob o regime da comunhão universal de bens. Ambos residem no imóvel. Maria opõe embargos de terceiro, sob o argumento da nulidade da nota promissória, por dela não constar a necessária outorga conjugal, conforme disposto no art. 1.647, III, do Código Civil. A pretensão de Maria deve prosperar?

Controvérsia em relação à aplicação do Código Civil (art. 1647, III) e da Lei Uniforme de Genebra (Decreto nº 57.663/66), no que tange ao aval concedido por pessoas casadas. A incidência do art. 1647, III, do Código Civil se restringe aos títulos previstos no próprio código, por força do disposto no art. 903 do Código Civil. Assim, por estar a nota promissória regulamentada em lei especial (Decreto nº 57.663/66), a regra incidente é a dos arts. 30 e seguintes da própria Lei Uniforme de Genebra, que dispõem sobre o aval, não havendo qualquer restrição ao aval prestado por pessoas casadas. Esse é o posicionamento atual do STJ, por suas Terceira e Quarta Turmas (REsp 1633399/SP e REsp 1526560/MG). Deve ser identificado que o aval se limitará ao patrimônio do avalista casado, protegida a meação do outro cônjuge. Não se aplica a súmula 332 STJ. Bem de família é impenhorável (Aval não se enquadra no artigo 3º da Lei 8009/90)

(49)

DESCONTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA EM ACORDOS EXTRAJUDICIAIS REFERENDADOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA, POR PESSOAS QUE RECEBEM ALGUM BENEFÍCIO DO INSS, INDEPENDEM DE ORDEM JUDICIAL, BASTANDO OFÍCIO DO MEMBRO DA DEFENSORIA PÚBLICA (ACOMPANHADA DO RESPECTIVO ACORDO):

COORDENAÇÃO CÍVEL COMUNICADO 1/2018

INSS –DESCONTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

...foi finalmente acolhido o pleito de alteração na Instrução Normativa n° 77/PRES/INSS, de 21 de janeiro de 2015, com o objetivo de permitir que a pensão alimentícia estipulada em acordos extrajudiciais referendados pelo defensor público possa ser descontada do benefício previdenciário do alimentante mediante simples expedição de ofício pelo defensor público ao INSS, sem a necessidade de homologação judicial do acordo ou de determinação judicial.

(50)

Cumpre esclarecer que a alteração da normatização do INSS para viabilizar o desconto dos alimentos a partir do ofício do defensor foi uma das recomendações resultantes do 4º Encontro de Atuação Estratégica na área de família, realizado em maio de 2018, tendo sido viabilizada através da participação do CONDEGE nas negociações.

A partir de agora, o instituto previdenciário passará a realizar desconto de pensão alimentícia nos benefícios por ele pagos:

a) em cumprimento de decisão judicial em ação de alimentos;

b) nos termos constantes de escritura de divórcio ou extinção de união estável, mediante ofício ou apresentação da escritura pública;

c) nos termos dos acordos extrajudiciais referendados pelas Defensorias Públicas e Ministério Público, através de ofício do órgão, acompanhado do instrumento de acordo.

(51)

Conforme informado pelo INSS, a Data do Início do Pagamento (DIP) será aquela determinada pelo juízo ou constante da escritura pública ou do acordo extrajudicial, e o seu cumprimento será imediato por parte do órgão pagador, a partir da data do recebimento do ofício ou da apresentação da escritura pública ou acordo extrajudicial. Na ausência de fixação expressa da DIP no acordo, a mesma será fixada pelo INSS na data do recebimento da demanda, e os descontos permanecerão sendo realizados se, e enquanto perdurar o pagamento do benefício, e serão mantidos até o limite do crédito objeto da transação.

(52)

REQUISITOS PARA MUDANÇA DE GÊNERO NO RCN

# É possível a alterar o gênero no RCN sem processo judicial, sem realização de cirurgia de redesignação sexual, sem laudo médico ou parecer psicológico?

# O que deve ser feito nas ações de requalificação civil em andamento?

(53)

COMUNICADO TÉCNICO Nº. 02/2018

A Coordenação do NUDIVERSIS vem comunicar que, após a publicação da Opinião Consultiva nº. 24 da Corte IDH (1) e subsequente decisão do STF (2) na ADI nº. 4275, que deu interpretação conforme ao art. 58 da Lei n. 6.015/1973, o Conselho Nacional de Justiça regulamentou a averbação da alteração de prenome e gênero nos assentos de nascimentos e casamento da pessoa transgênero (Provimento nº. 73/2018).

A normativa elenca, dentre os documentos a serem apresentados obrigatoriamente ao Registro Civil de Pessoas Naturais pela pessoa interessada: I - certidão de nascimento ; II - certidão de casamento atualizada (se for o caso); III cópia do registro geral de identidade; IV cópia do cadastro de pessoa física; VII cópia do título de eleitor; VIII comprovante de endereço e IX - certidões do distribuidor cível, criminal, de execução criminal, dos tabelionatos de protestos, da justiça eleitoral e do trabalho (vide modelos anexos).

Quanto às ações judiciais ajuizadas anteriormente que tramitam em Varas de Família ou Varas de Registros Públicos, sugere-se o seja requerido ojulgamento antecipado da lide.

Cabe esclarecer que não é lícita a exigência, em nenhuma hipótese, de laudo médico ou parecer psicológico como requisito da alteração pretendida, que possui como fundamento único a autodeclaração do requerente. Igualmente importante destacar que a existência de ações em andamento ou débitos pendentes nas certidões exigidas não impedem a alteração pretendida, contudo, a mudança deverá ser informada aos juízos e órgãos competentes pelo RCPN.

(54)

EXPEDIÇÃO DO FORMAL DE PARTILHA E PAGAMENTO DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO:

Arrolamento sumário é aquele em que as partes são capazes e estão de acordo com a partilha dos bens, sendo previsto no artigo 659 CPC.

Arrolamento comum é aquele em que o valor dos bens não ultrapassa mil salários mínimos, ainda que não exista acordo de partilha.

# Pode existir sucessor incapaz no arrolamento comum?

(55)

# No arrolamento sumário (659 CPC) a expedição do formal de partilha ou carta de adjudicação pode ser condicionada ao pagamento do imposto de transmissão causa mortis?

No julgamento do REsp 1.751.332/DF foi decidido: “a homologação da partilha no procedimento do arrolamento sumário não pressupõe o atendimento das obrigações tributárias principais e tampouco acessórias relativas ao imposto sobre transmissão causa mortis. Consoante o novo Código de Processo Civil, os artigos 659, § 2º, cumulado com o 662, § 2º, com foco na celeridade processual, permitem que a partilha amigável seja homologada anteriormente ao recolhimento do imposto de transmissão causa mortis, e somente após a expedição do formal de partilha ou da carta de adjudicação é que a Fazenda Pública será intimada para providenciar o lançamento administrativo do imposto, supostamente devido” (STJ, REsp 1.751.332/DF, Rel.

Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 03/10/2018).

(56)

DIREITO DE VISITA A ANIMAL DE ESTIMAÇÃO:

“Na dissolução de entidade familiar, é possível o reconhecimento do direito de visita a animal de estimação adquirido na constância da união estável, demonstrada a relação de afeto com o animal.” (REsp 1.713.167-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado em 19/06/2018, DJe 09/10/2018)

O STJ assentou que o regramento jurídico dos bens vem se mostrando insuficiente em relação à disputa familiar envolvendo os pets, visto que não se trata de simples discussão atinente à posse e à propriedade. O Tribunal assentou que também não é o caso de efetivar-se qualquer equiparação da posse de animais com a guarda de filhos. Os animais de estimação, embora apresentem natureza jurídica de semoventes, são seres que, possuem natureza especial, como ser senciente, dotados de sensibilidade, sentindo as mesmas dores e necessidades biopsicológicas dos animais racionais, o seu bem-estar deve ser considerado. Reconhece-se, assim, um terceiro gênero, voltado para a proteção do ser humano e seu vínculo afetivo com o animal.

(57)

TESES STJ:

Dissolução da sociedade conjugal e união estável:

1) O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens. (Súmula n. 197/STJ)

2) É de quatro anos o prazo decadencial para anular partilha de bens em dissolução de sociedade conjugal ou de união estável, nos termos do art. 178 do Código Civil. (2027, PÚ, CC, que fixa 1 ano, só se aplica a sucessão por morte)

3) As verbas de natureza trabalhista nascidas e pleiteadas na constância da união estável ou do casamento celebrado sob o regime da comunhão parcial ou universal de bens integram o patrimônio comum do casal e, portanto, devem ser objeto da partilha no momento da separação.

(58)

4) Deve ser reconhecido o direito à meação dos valores depositados em conta vinculada ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) auferidos durante a constância da união estável ou do casamento celebrado sob o regime da comunhão parcial ou universal de bens, ainda que não sejam sacados imediatamente após a separação do casal ou que tenham sido utilizados para aquisição de imóvel pelo casal durante a vigência da relação.

5) A valorização patrimonial dos imóveis ou das cotas sociais de sociedade limitada, adquiridos antes do casamento ou da união estável, não deve integrar o patrimônio comum a ser partilhado quando do término do relacionamento, visto que essa valorização é decorrência de um fenômeno econômico que dispensa a comunhão de esforços do casal.

6) Os valores investidos em previdência privada fechada se inserem, por analogia, na exceção prevista no art.

1.659, VII, do Código Civil de 2002, consequentemente, não integram o patrimônio comum do casal e, portanto, não devem ser objeto da partilha. Planos de previdência privada aberta (PGBL e VGBL) podem ser partilhados

(59)

7) Após a separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na administração do patrimônio partilhável - seja na condição de administrador provisório, seja na de inventariante - terá o dever de prestar contas ao ex-consorte, enquanto perdurar o estado de mancomunhão.

8) Na separação e no divórcio, o fato de certo bem ainda pertencer indistintamente aos ex-cônjuges, por ausência de formalização da partilha, não representa automático empecilho ao pagamento de indenização pelo uso exclusivo do bem por um deles, desde que a parte que toca a cada um tenha sido definida por qualquer meio inequívoco, visto que medida diversa poderia importar enriquecimento sem causa.

9) Admite -se o arbitramento de aluguel a um dos cônjuges por uso exclusivo de bem imóvel comum do casal somente na hipótese em que, efetuada a partilha do bem, um dos cônjuges permaneça residindo no imóvel.

(60)

10) Na ação de divórcio, a audiência de ratificação prevista no art. 1.122 do Código de Processo Civil de 1973 não é obrigatória, cabendo ao juiz decidir pela oportunidade de realizá-la, não sendo, portanto, causa de anulação do processo.

11) Comprovada a separação de fato ou judicial entre os casados, a existência de casamento válido não obsta o reconhecimento da união estável.

(61)

Alimentos:

1) Os créditos resultantes de honorários advocatícios têm natureza alimentar e equiparam- se aos trabalhistas para efeito de habilitação em falência, recuperação judicial e privilégio geral em concurso de credores nas execuções fiscais. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC - Tema 637)

2) Na execução de alimentos, é possível o protesto (art. 526, § 3º do NCPC) e a inscrição do nome do devedor nos cadastros de proteção ao crédito.

3) O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação/execução de alimentos em favor de criança ou adolescente, nos termos do art. 201, III, da Lei n. 8.069/90. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 717)

4) É devido alimentos ao filho maior quando comprovada a frequência em curso universitário ou técnico, por força da obrigação parental de promover adequada formação profissional.

(62)

5) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. (Súmula n. 309/STJ) (Art.

528, § 7º do NCPC)

6) O atraso de uma só prestação alimentícia, compreendida entre as três últimas atuais devidas, já é hábil a autorizar o pedido de prisão do devedor, nos termos do artigo 528, § 3º do NCPC (art. 733, § 1º do CPC/73).

7) É possível a modificação da forma da prestação alimentar (em espécie ou in natura), desde que demonstrada a razão pela qual a modalidade anterior não mais atende à finalidade da obrigação, ainda que não haja alteração na condição financeira das partes nem pretensão de modificação do valor da pensão.

8) O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. (Súmula n. 358/STJ)

(63)

9) O pagamento parcial da obrigação alimentar não impede a prisão civil do devedor. (Adimplemento substancial não se aplica) (Alimentos fixados são um mínimo existencial)

10) A base de cálculo da pensão alimentícia fixada sobre o percentual do vencimento do alimentante abrange o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias, salvo disposição expressa em contrário. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 192)

11) Cabe ao credor de prestação alimentícia a escolha pelo rito processual de execução a ser seguido.

12) A real capacidade econômico-financeira do alimentante não pode ser aferida por meio dehabeas corpus.

13) A constituição de nova família pelo alimentante não acarreta a revisão automática da quantia estabelecida em favor dos filhos advindos de união anterior.

(64)

14) Os alimentos devidos entre ex-cônjuges devem ter caráter excepcional, transitório e devem ser fixados por prazo determinado, exceto quando um dos cônjuges não possua mais condições de reinserção no mercado do trabalho ou de readquirir sua autonomia financeira.

15) A responsabilidade dos avós de prestar alimentos aos netos apresenta natureza complementar e subsidiária, somente se configurando quando demonstrada a insuficiência de recursos do genitor.

16) Não é possível a compensação dos alimentos fixados em pecúnia com parcelas pagas in natura.

17) É possível a fixação da pensão alimentícia com base em determinado número de salário mínimo. 533,§4º, CPC (7, IV, CF) Veda vinculação do SM para qualquer fim

(65)

18) A fixação da verba alimentar tem como parâmetro o binômio necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante, insusceptível de análise em sede de recurso especial por óbice da Súmula n. 7/STJ. Reexame de prova não enseja recurso especial

19) A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. (Súmula n. 336/STJ)

20) As sentenças estrangeiras que dispõem sobre alimentos e guarda são passíveis de homologação, mesmo que penda, na Justiça brasileira, ação com idêntico objeto.

21) A existência de decisão da Justiça brasileira sobre alimentos e guarda, ainda que provisória, impossibilita a homologação de sentença estrangeira acerca do tema.

(66)

União Estável:

1) Os princípios legais que regem a sucessão e a partilha não se confundem: a sucessão é disciplinada pela lei em vigor na data do óbito; a partilha deve observar o regime de bens e o ordenamento jurídico vigente ao tempo da aquisição de cada bem a partilhar.

2) A coabitação não é elemento indispensável à caracterização da união estável.

3) A vara de família é a competente para apreciar e julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva.

4) Não é possível o reconhecimento de uniões estáveis simultâneas.

5) A existência de casamento válido não obsta o reconhecimento da união estável, desde que haja separação de fato ou judicial entre os casados.

(67)

6) Na união estável de pessoa maior de setenta anos (art. 1.641, II, do CC/02), impõe-se o regime da separação obrigatória, sendo possível a partilha de bens adquiridos na constância da relação, desde que comprovado o esforço comum.

7) São incomunicáveis os bens particulares adquiridos anteriormente à união estável ou ao casamento sob o regime de comunhão parcial, ainda que a transcrição no registro imobiliário ocorra na constância da relação.

8) O companheiro sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel no qual convivia com o falecido, ainda que silente o art. 1.831 do atual Código Civil.

9) O direito real de habitação pode ser invocado em demanda possessória pelo companheiro sobrevivente, ainda que não se tenha buscado em ação declaratória própria o reconhecimento de união estável.

(68)

10) Não subsiste o direito real de habitação se houver co-propriedade sobre o imóvel antes da abertura da sucessão ou se, àquele tempo, o falecido era mero usufrutuário do bem.

11) A valorização patrimonial dos imóveis ou das cotas sociais de sociedade limitada, adquiridos antes do início do período de convivência, não se comunica, pois não decorre do esforço comum dos companheiros, mas de mero fator econômico.

12) A incomunicabilidade do produto dos bens adquiridos anteriormente ao início da união estável (art. 5º, § 1º, da Lei n. 9.278/96) não afeta a comunicabilidade dos frutos, conforme previsão do art. 1.660, V, do Código Civil de 2002.

(69)

14) Não há possibilidade de se pleitear indenização por serviços domésticos prestados com o fim do casamento ou da união estável, tampouco com o cessar do concubinato, sob pena de se cometer grave discriminação frente ao casamento, que tem primazia constitucional de tratamento.

15) Compete à Justiça Federal analisar, incidentalmente e como prejudicial de mérito, o reconhecimento da união estável nas hipóteses em que se pleiteia a concessão de benefício previdenciário.

16) A presunção legal de esforço comum quanto aos bens adquiridos onerosamente prevista no art. 5º da Lei n.

9.278/1996, não se aplica à partilha do patrimônio formado pelos conviventes antes da vigência da referida legislação.

(70)

ALGUNS ENUNCIADOS CJF FAMÍLIA E SUCESSÕES

ENUNCIADO 632 – Art. 1.596: Nos casos de reconhecimento de multiparentalidade paterna ou materna, o filho terá direito à participação na herança de todos os ascendentes reconhecidos.

ENUNCIADO 633 – Art. 1.597: É possível ao viúvo ou ao companheiro sobrevivente, o acesso à técnica de reprodução assistida póstuma – por meio da maternidade de substituição, desde que haja expresso consentimento manifestado em vida pela sua esposa ou companheira.

ENUNCIADO 634 – Art. 1.641: É lícito aos que se enquadrem no rol de pessoas sujeitas ao regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641 do Código Civil) estipular, por pacto antenupcial ou contrato de convivência, o regime da separação de bens, a fim de assegurar os efeitos de tal regime e afastar a incidência da Súmula 377 do STF.

(71)

ENUNCIADO 635 – Art. 1.655: O pacto antenupcial e o contrato de convivência podem conter cláusulas existenciais, desde que estas não violem os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre os cônjuges e da solidariedade familiar.

ENUNCIADO 636 – Art. 1.735: O impedimento para o exercício da tutela do inc. IV do art. 1.735 do Código Civil pode ser mitigado para atender ao princípio do melhor interesse da criança.

ENUNCIADO 637 – Art. 1.767: Admite-se a possibilidade de outorga ao curador de poderes de representação para alguns atos da vida civil, inclusive de natureza existencial, a serem especificados na sentença, desde que comprovadamente necessários para proteção do curatelado em sua dignidade.

(72)

ENUNCIADO 638 – Art. 1.775: A ordem de preferência de nomeação do curador do art. 1.775 do Código Civil deve ser observada quando atender ao melhor interesse do curatelado, considerando suas vontades e preferências, nos termos do art. 755, II, e § 1º, do CPC.

ENUNCIADO 639 – Art. 1.783-A:

• A opção pela tomada de decisão apoiada é de legitimidade exclusiva da pessoa com deficiência.

• A pessoa que requer o apoio pode manifestar, antecipadamente, sua vontade de que um ou ambos os apoiadores se tornem, em caso de curatela, seus curadores.

ENUNCIADO 640 – Art. 1.783-A: A tomada de decisão apoiada não é cabível, se a condição da pessoa exigir aplicação da curatela.

(73)

ENUNCIADO 641 – Art. 1.790: A decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil não importa equiparação absoluta entre o casamento e a união estável.

Estendem-se à união estável apenas as regras aplicáveis ao casamento que tenham por fundamento a solidariedade familiar. Por outro lado, é constitucional a distinção entre os regimes, quando baseada na solenidade do ato jurídico que funda o casamento, ausente na união estável.

ENUNCIADO 642 – Art. 1.836: Nas hipóteses de multiparentalidade, havendo o falecimento do descendente com o chamamento de seus ascendentes à sucessão legítima, se houver igualdade em grau e diversidade em linha entre os ascendentes convocados a herdar, a herança deverá ser dividida em tantas linhas quantos sejam os genitores.

ENUNCIADO 643 – Art. 1.973: O rompimento do testamento (art. 1.973 do Código Civil) se refere exclusivamente às disposições de caráter patrimonial, mantendo-se válidas e eficazes as de caráter extrapatrimonial, como o reconhecimento de filho e o perdão ao indigno.

(74)

ENUNCIADO 644 – Art. 2.003:

• Os arts. 2.003 e 2.004 do Código Civil e o art. 639 do CPC devem ser interpretados de modo a garantir a igualdade das legítimas e a coerência do ordenamento.

• O bem doado, em adiantamento de legítima, será colacionado de acordo com seu valor atual na data da abertura da sucessão, se ainda integrar o patrimônio do donatário.

• Se o donatário já não possuir o bem doado, este será colacionado pelo valor do tempo de sua alienação, atualizado monetariamente.

OBS: A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu no início de 2018, por unanimidade, que a colação de bens doados deve ter o valor atribuído no ato de liberalidade e não no tempo da abertura da sucessão.

Referências

Documentos relacionados

9º, §1º da Lei nº 12.513/2011, as atividades dos servidores ativos nos cursos não poderão prejudicar a carga horária regular de atuação e o atendimento do plano de metas do

Nessa direção, dado seu caráter teórico-metodológico, no sentido de oferecer uma estrutura para as(os) terapeutas ocupacionais pensarem e conduzirem suas práticas, o MTOD

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Por meio dos registros realizados no estudo de levantamento e identificação de Felinos em um remanescente de Mata atlântica, uma região de mata secundária

Para devolver quantidade óssea na região posterior de maxila desenvolveu-se a técnica de eleva- ção do assoalho do seio maxilar, este procedimento envolve a colocação de

Além do teste de força isométrica que foi realiza- do a cada duas semanas, foram realizados testes de salto vertical (squat jump e countermovement jump), verificação da

confecção do projeto geométrico das vias confecção de projeto de drenagem, dimensionamento e detalhamento de 20 lagos de retenção, projeto de pavimentação e