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VIVÊNCIA DE BARREIRAS À FERTILIDADE

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Academic year: 2022

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VIVÊNCIA DE BARREIRAS À FERTILIDADE

DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES

Licenciatura em Psicologia FPCE-UP Psicologia da Saúde Reprodutiva

MARIANA VELOSO MARTINS

(2)

O ovo ou a galinha

Zegers-Hochshild et al., 2009; ASRM, 2008

Definição clínica

Incapacidade de alcançar gravidez após 12 meses de relações sexuais desprotegidas

(6 meses se mulher ≥ 35 anos)

Larsen, 2005

Demografia

Incapacidade de uma mulher sexualmente activa dar à luz um nado vivo 5 anos após

ter iniciado relações desprotegidas

(3)

O ovo ou a galinha

Ausência de concepção versus presença de sintomas

Greil et al., 2010

Medicina antropológica / sociológica Processo que se inicia quando um casal começa a conceptualizar as suas tentativas falhadas de engravidar como um problema

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Epidemiologia

95% jovens adultos europeus querem ser pais

Boivin et al., 2007

4-14% dos casais são inférteis

Nachtigall, 2006 Fahey & Spéder,2004

(5)

FACTOS

• Consciência do poder reprodutivo é elemento básico inerente à auto-estima: maioria das pessoas pretende transição para a parentalidade (dificuldade estudos)

• 1 em cada 6 casais experiencia infertilidade

Aumento crescente desta taxa: diminuição natalidade + atraso na decisão de ter filhos

Portugal: 500 mil indivíduos em idade de procriação e 10 mil novos casais por ano

• Incapacidade do casal conceber ou levar a bom termo uma gravidez depois de um ano de relações sexuais regulares sem recurso a contraceptivos (6 meses, >35)C

(6)

• Visualização de vídeos 1 2 3

(7)

BACKGROUND

• Parentalidade como construção social: expectativas sociais, pressões familiares, associações à identidade sexual e auto-estima, afirmação do significado e propósito da própria existência do casal

• Conceitos de bebé, gravidez e mãe/pai “perfeitos”

variam conforme momento histórico, cenário cultural e político, e posição subjectiva individual

• Infertilidade como condição médica

> NÃO-ACONTECIMENTO crise geradora de stress

(8)

Infertilidade e ênfase na mulher

(9)

DESAFIOS

• Ciclos de tratamento intrusivos, de difícil conjugação com os compromissos quotidianos e laborais

• Mudanças hormonais associadas ao regime terapêutico

• “Sex on demand”: padrões rígidos e supersticiosos, temperatura diária, maior distância emocional, dúvidas acerca do propósito da relação sexual (fim propósito recreativo), perda de auto-confiança enquanto ser sexual “completo”

• Testes negativos

(10)

DESAFIOS

• Tensão relacional e distância emocional: parceiro

diagnosticado aumenta sensibilidade à rejeição, culpa, parceiro não-diagnosticado hostilidade e confusão em relação ao merecimento de luto

• Homens confundem fertilidade com virilidade, mulheres confundem fecundidade com feminilidade

• Lidar com a visão estereotipada da sociedade: “mal- casados, orientados para a carreira, desajustados, egoístas, emocionalmente imaturos”

(11)

• Visualização de vídeos 4 5

(12)

SENTIMENTOS ASSOCIADOS

DISTRACÇÃO

DESORGANIZAÇÃ O

FLUTUAÇÕES DE HUMOR

SURPRESA

MEDO

SOLIDÃO

INFERIORIDADE

LETARGIA

FRUSTRAÇÃO

TRISTEZA VERGONHA

BAIXA AUTO-IMAGEM

DESESPERANÇA

FADIGA TRAIÇÃO

IMPOTÊNCIA

HOSTILIDADE

(13)

CONSEQUÊNCIAS

• Ansiedade

• Crise conjugal

• Distúrbios sexualidade

• Depressão

• Stress

• Flutuações de peso

(14)

CONSEQUÊNCIAS

• Sub ou superinvestimento no trabalho

• Confrontação verbal se desafiados

• Diminuição auto-estima

• Isolamento da rede social de apoio habitual:

extrema sensibilidade a gravidezes, crianças

• Homens tentam manter estabilidade emocional pelo casal e reprimem emoções, mulheres

permitem-se sofrer e expressam demasiadas emoções negativas

(15)

ESTÁDIOS

CONSCIENCIALIZAÇÃO

PROCURA DE TRATAMENTO

DIAGNÓSTICO

TRATAMENTO

Descrença, negação, incompetência: ajuda a manter a construção social, permite tempo de ajustamento ao processo e às experiências

Tentativa de retomar controlo pessoal

Desorganização, desespero, raiva,

isolamento, entorpecimento, início lutos

Luto e perdas: “o que poderia ter sido” e

“o que nunca poderá vir a ser”

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NÃO CUMPRIMENTO DA NORMA SOCIAL

ASSALTO À IDENTIDADE PESSOAL Impotência

Alienação Estigma

Privação de descendência D

E P R E S S Ã O

RESTITUIÇÃO TRANSFORMAÇÃO

LUTO

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LUTO: PERDAS

OBJECTIVO DE VIDA

EXPERIÊNCIA

DE GRAVIDEZ FERTILIDADE

IDENTIDADE IDENTIDADE

SEXUAL

SAÚDE SENTIDO DE

CONTROLO PESSOAL AUTO-CONFIANÇA

INTIMIDADE NAS RELAÇÕES COM A FAMÍLIA E AMIGOS

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PAPEL PSICOTERAPEUTA

• Familiarização com os procedimentos médicos inerentes à RMA

• Equipa multidisciplinar

• Centros públicos: avaliação inicial obrigatória

• A função reprodutiva pode temporariamente ser suprimida quando têm lugar acontecimentos indutores de stress?

• Consenso entre o casal nas questões associadas às possíveis consequências dos tratamentos de RMA

(19)

QUESTÕES A ABORDAR

• Stress

• Perda e luto

• Gravidez e parentalidade

• Saúde física

• Saúde mental

• Sexualidade

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QUESTÕES A ABORDAR

• Dilemas religiosos, culturais e éticos

• Número de ciclos

• Criopreservação de embriões

• Redução de gravidez múltipla

• Recorrer à doação

• Adoção

• Como e quando (se) contar à criança?

• Vida sem filhos

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PSICOTERAPIA

• Maior parte dos casais tem índices elevados de ajustamento conjugal: “marital benefit”

• Possíveis intervenções adicionais: cessação tabágica e obesidade (quando?)

• Importância de frequentar paralelamente grupos de apoio e partilha de informação

• Reconstrução da identidade: processo lento que requer lidar com todas as perdas associadas e rejeitar a ligação socialmente construída entre valorização do self e fertilidade

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PSICOTERAPIA

1. Clarificar próximos passos

2. Explorar atribuições cognitivas: como explicam motivo de infertilidade? Culpa e/ou hostilidade em relação a si próprio e ao parceiro

3. Explorar valorização do “ser pai/mãe”:

genética vs. ambiente 4. A quem contar?

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TÉCNICAS

• Desespero criativo

Partilhar o desespero com o parceiro; permitir discussão e comunicação de insatisfação sexual; luto dos “testes negativos”.

O stress associado à infertilidade aumenta se o cliente tentar controlar reacções emocionais e cognitivas e evitar activamente pensamentos e sentimentos associados.

• Aceitação

Aceitar o stress associado à infertilidade não implica desistir da parentalidade: criação de um espaço de self-disclosure onde não é necessário resistir

• Roleplaying de situações evitadas

• Técnicas de relaxamento

cuidado com o chavão “se relaxares engravidas logo!”

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TÉCNICAS

• Clarificação de valores “áreas de vida”

Parentalidade, família, relação conjugal, amigos, carreira, formação, lazer, espiritualidade, cidadania e saúde > se a parentalidade é dominante, clarificar todos os aspectos desta valorização e iniciar exploração de outras formas de constituir família; dar espaço a examinar a decisão de RMA com maior flexibilidade

• Difusão cognitiva

Identificar pensamentos destrutivos e intrusivos com os quais o cliente se depara no dia-a-dia, e atribuir-lhe nomes específicos (e.g., “estou a ser castigado”, “sou má pessoa”, porquê eu?”… de “é aquilo que eu sou” para

“raiva”, “ciúme”, “dúvida”, etc) > ser capaz de enfrentar os pensamentos como meros pensamentos em vez de como vivência e experienciação próprias derivada dos pensamentos

AJUDAR À ESPERANÇA E RECONSTRUÇÃO

Referências

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