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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE DIREITO BACHARELADO EM DIREITO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE DIREITO

BACHARELADO EM DIREITO

A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

DANIELE RODRIGUES TEIXEIRA

(2)

DANIELE RODRIGUES TEIXEIRA

A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

(3)

JUNHO/08

Esta monografia foi submetida a uma banca examinadora como um dos

requisitos para a obtenção do grau de Bacharel em Direito, outorgado pela

Universidade Federal do Ceará (UFC).

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que seja feita

de conformidade com as normas da ética científica.

_______________________________________________

MONOGRAFIA APROVADA EM 13/06/2008

_______________________________________________

Prof. William Paiva Marques Júnior

Orientador

___________________________________________

Alexandre Rodrigues Prof. da Banca Examinadora

_____________________________________________ Dimas Macedo

(4)

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo o estudo do Direito Ambiental, focado no âmbito das esferas de responsabilização possíveis àqueles que, por ação ou omissão, causarem dano ao meio ambiente, privando as pessoas de um direito constitucionalmente garantido de ter acesso a um meio ambiente saudável e equilibrado. Uma vez fixadas as responsabilidades, busca-se tutelar juridicamente o dano ambiental e sua reparação. Inicialmente são apresentados ao leitor alguns conceitos necessários para a melhor compreensão do que sejam meio ambiente, dano e responsabilidade. Uma vez concedidos os conceitos básicos necessários, passamos à análise da responsabilidade ambiental, tema central deste trabalho. Procurou-se elucidar conceitos como os de meio ambiente e dano ambiental, quais as formas mais adequadas para o tratamento a ser dispensado para efetivar a reparação integral dessa categoria de danos e quais as estruturas, institutos e mecanismos de que se vale o sistema jurídico para a solução dos problemas relacionados com a reintegração do meio ambiente lesado, destacando as peculiaridades e dificuldades teóricas e praticas de cada um desses institutos jurídicos. Ao falar de dano ambiental, é necessário analisar suas características e destacar a importância de sua prevenção e da reparação de seus efeitos, contando a primeira com uma maior importância por ser a mais relevante responsabilidade. Válido destacar que a reparação, sempre que possível, será feita in natura. Discorremos sobre os três tipos de responsabilidade ambiental

estabelecidas constitucionalmente àqueles que agridem ou põe em risco o direito ao meio ambiente saudável, destacando seus principais pontos. Afinal, compete a todos, inclusive ao Poder Público, a preservação e a defesa do meio ambiente, que possui natureza jurídica de direito difuso.

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ABSTRACT

(6)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

I Noções Iniciais 9

I. 1 Definição de dano 9

I. 2 Definição de responsabilidade 9

I. 3 Definição de meio ambiente 9

II O Direito e o Meio Ambiente 11

III A Responsabilidade Ambiental e suas espécies 13

III.1Responsabilidade administrativa 17

III. 2 Responsabilidade penal 21

III.3 Responsabilidade civil 27

CONCLUSÃO 32

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo o estudo do Direito Ambiental, focado no âmbito das esferas de responsabilização possíveis àqueles que, por ação ou omissão, causarem dano ao meio ambiente, privando as pessoas de um direito constitucionalmente garantido de ter acesso a um meio ambiente saudável e equilibrado. Com a fixação das responsabilidades, busca-se tutelar juridicamente o dano ambiental e sua reparação.

Para alcançar esse objetivo, este trabalho está divido em três capítulos. No primeiro, são apresentados ao leitor alguns conceitos necessários para a melhor compreensão do que sejam meio ambiente, dano e responsabilidade. No segundo capítulo, traçamos em linhas gerais o fortalecimento da relação do Direito - Meio Ambiente, elucidando conceitos como dano ambiental. Ao falar de dano ambiental, é necessário analisar suas características e destacar a importância de sua prevenção e da reparação de seus efeitos, contando a primeira com uma maior importância por ser a mais relevante responsabilidade. Válido destacar que a reparação, sempre que possível, será feita in natura.

No terceiro capítulo, passamos à análise da responsabilidade ambiental, tema central deste trabalho, e suas três espécies constitucionalmente estabelecidas àqueles que agridem ou põe em risco o direito ao meio ambiente saudável, quais sejam a responsabilidade administrativa, penal e civil, demonstrando seus principais aspectos e âmbitos de aplicação.

Ainda no referido capítulo, demonstramos que as formas de responsabilização estão se revelando insuficientes para tutelar de forma adequada o meio ambiente, sendo necessário o surgimento de novas respostas jurídicas que possam melhorar a efetividade do sistema jurídico de proteção do dano ambiental e de sua reparação, bem como a adaptação das já existentes.

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I Noções Iniciais

Para uma melhor compreensão do tema abordado no presente trabalho e para que se realize uma efetiva pesquisa sobre responsabilidade ambiental, faz-se necessária a análise de alguns conceitos, como meio ambiente, dano, dano ambiental, reparação e responsabilidade. Inicia-se, assim, explorando as definições que contribuam com o sucesso da pesquisa.

I. 1 Definição de Dano

Doutrinariamente, o termo dano possui diversas classificações, sobressaindo a que o determina como o ato de alguém que gera a diminuição de um bem jurídico protegido e reconhecido em lei, lesando interesse alheio.

Destaca-se que dano possui diversas classificações, como: dano patrimonial (qualificado

como prejuízo de natureza econômica, suscetível de avaliação pecuniária) e dano moral ou extrapatrimonial (neste caso o patrimônio não é afetado, mas os direitos de personalidade, não

podendo ser indenizável, podendo buscar-se apenas sua compensação); material (quando o dano

afeta bens ou coisas externas) e pessoal (afeta a integridade físico-psíquica de quem sofreu o dano); direto (quando constitui efeito imediato do ato lesivo) e indireto (quando o efeito não é imediato ao

ato lesivo, mas decorre de algum fato por desencadeado). Tem-se que dano é o fato que causa a alguém a diminuição de um bem jurídico protegido e reconhecido em lei, lesando interesse alheio.

I. 2 Definição de Responsabilidade.

Em sentido amplo, a responsabilidade pode ser definida como a conseqüência do descumprimento de uma obrigação, contratual ou extracontratual, desde que esse descumprimento não esteja amparado em alguma justificativa legal. A noção de responsabilidade está ligada ao dever de reparar, de indenizar prejuízos por ventura ocasionados à outra parte da obrigação firmada.

I. 3 Definição de Meio Ambiente

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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.

A Constituição, no entanto, não foi a única a estabelecer um conceito sobre o que seja meio ambiente. A chamada Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei No 6.938/81) determina em seu artigo 3º, inciso I, que meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Diante disso, temos o meio ambiente como um bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, a que todos têm direito e cuja preservação e defesa a todos também compete. Caracteriza-se como um bem indispensável, um direito fundamental, na medida em que é essencial à própria existência humana. Pertence a todos de forma indistinta e a ninguém com exclusividade, uma vez que se trata de direito difuso, ou seja, de um direito cuja titularidade é indivisível.

Adotando uma posição semelhante, José Afonso da Silva1 destaca que o direito fundamental

ao meio ambiente equilibrado

não tem apenas uma dimensão negativa e garantística, como os direitos individuais, nem apenas uma dimensão positiva e prestacional, como os direitos sociais, porque é, ao mesmo tempo, direito positivo e negativo; porque, de um lado, exige que o Estado, por si mesmo, respeite a qualidade do meio ambiente e, de outro lado, exige que o Poder Público seja um garantidor da incolumidade do bem jurídico, ou seja, a qualidade do meio ambiente em função da qualidade de vida. Por isso é que, em tal dimensão não se trata de um direito contra o Estado, na medida em que este assume a função de promotor do direito mediante ações afirmativas que criem as condições necessárias ao gozo do bem jurídico chamado qualidade do meio ambiente.

Diante disso, temos que, apesar de ser um bem de indiscutível interesse público, sua preservação e defesa não é tarefa apenas do Poder Público, mas de toda a coletividade. Todos somos responsáveis, segundo reza a lei, pela conservação, preservação e pela defesa do meio ambiente contra qualquer dano possível. Partindo dos conceitos expostos, temos que aqueles que causarem dano ao meio ambiente serão responsáveis por tal ato, devendo reparar o dano ambiental, sem esquecer de sua principal obrigação, a de prevenir e evitar que o dano ambiental ocorra, posto que sua reparação nem sempre é possível.

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II O Direito e o Meio Ambiente.

Esclarecidos os conceitos necessários à correta compreensão do tema do presente trabalho, passamos a cuidar da relação Direito-Meio Ambiente, demonstrando como surgiu e se desenvolveu a tutela jurídica ao ambiente ecológico.

A proteção ao meio ambiente tornou-se uma das maiores preocupações do século XX a partir do fim da década de 60, mas teve seu período áureo entre a última metade da década de 80 e a primeira metade da década seguinte, em que foram realizados os mais importantes movimentos ambientalistas: a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizado em Estocolmo em 1972, e a ECO-92, Conferência do Rio realizado a 1992.

Com o surgimento dos direitos de terceira dimensão ou direitos difusos, baseados na solidariedade, dotados de profundo humanismo e universalidade, possuindo o gênero humano como destinatário e com o reconhecimento de tamanha importância desses direitos, o meio ambiente equilibrado passou a ser um direito fundamental, passando-se a um fenômeno mundial chamado “ambientalização” das constituições. Segundo Canotilho2, que os chama de direitos de quarta

dimensão :

esclarecendo que a primeira geração de direitos seria a dos direitos de liberdade, os direitos das revoluções francesa e americana; a segunda seria a dos direitos democráticos de participação política; a terceira seria a dos direitos sociais e dos trabalhadores; a quarta, a dos direitos dos povos

(...)

são os direitos de quarta geração (...) que abrangem as suas sucessivas sedimentações históricas ao longo do tempo, perpassando os oradicionais direitos negativos, conquista da revolução liberal; os direitos de participação política, emergentes da superação democrática do Estado Liberal; os direitos positivos de natureza econômica, social e cultural (direitos sociais), constituintes da concepção social do Estado; finalmente os direitos de quarta geração, como o direito ao meio ambiente e a qualidade de vida.

Por outro lado, sabe-se que o progresso tecnológico relaciona-se, sem dúvida, à exploração dos recursos ambientais, gerando um custo ao meio ambiente. Esse progresso não tem respeitado sua fonte, ou melhor, não tem contribuído para a manutenção de sua fonte, sendo os recursos naturais utilizados de forma desenfreada. A partir do momento em que a humanidade se deu conta de que os recursos são esgotáveis e irrenováveis, surgiu uma preocupação mundial em desenvolver

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princípios internacionais de proteção ao meio ambiente, bem jurídico indispensável à sobrevivência humana.

Preocupação tardia, mas necessária e ainda válida, pois sem este bem fundamental, nada poderemos. Um dano ao meio ambiente é sofrido por todos, encaixando-se na esfera dos direitos transindividuais, devendo-se buscar formas de se efetivar uma luta contra o dano ambiental, posto que, em sua maioria, não podem ser reparados.

Dano ambiental ou dano ecológico, segundo José Afonso da Silva, “é qualquer lesão ao meio ambiente causadas por condutas ou atividades de pessoa física ou jurídica de direito público ou de direito privado”. Ou seja, para a caracterização do dano ambiental, é necessário que dois elementos estejam presentes: a lesão ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e que essa lesão seja jurídica e socialmente relevante para os padrões estabelecidos em uma determinada época. O segundo elemento está presente, uma vez que, como esboçado em linhas anteriores, o meio ambiente é direito fundamental.

A Constituição Federal prevê o dano ambiental ao proteger o meio ambiente de condutas e atividades lesivas, estabelecendo aos infratores, sejam pessoas físicas ou jurídicas, sanções penais, administrativas e cíveis.

Além da Carta Magna de 1988, outras legislações prevêem o dano ambiental. A Lei Nº 6.938/81 estabelece, em seu artigo 3º, inciso II, que a degradação ambiental é a alteração adversa das características do meio ambiente.

O dano ambiental constitui-se de uma lesão aos recursos ambientais – atmosfera, águas interiores, superficiais e subterrâneas, estuários, mar territorial, solo, subsolo, elementos da biosfera, fauna e flora (art. 3º, inciso V, da Lei 6.938/81) – com o conseqüente desequilíbrio ecológico. Válido ressaltar que a referida Lei define poluidor como sendo a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.

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A pulverização de vítimas está caracterizado pelo bem afetado, ou seja, por lesar bem de uso

comum do povo essencial à sadia qualidade de vida de todos, ou melhor, existe uma amplitude das pessoas atingidas por aquele dano, inclusive quando certos aspectos de sua atuação atingem pessoas determinadas. Isso se confirma pelo fato de que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito difuso, sendo, portanto transindividual. Quando o dano ambiental se configura, toda a coletividade é prejudicada, posto que é direito de todos, constitucionalmente garantido.

A difícil reparação advém da constatação de que a lesão a um bem ambiental pode gerar, e o

faz na maioria das vezes, danos irreversíveis. Ou seja, não existem formas de fazer com que a natureza volte ao seu estado anterior de equilíbrio, não sendo suficiente a reparação pecuniária para recompor o dano. Diante disso, verifica-se que a forma mais eficaz e válida para a correta reparação do dano ambiental (estabelecimento do status quo ante) dificilmente é possível. Na prática, a

reparação pecuniária só é autorizada quando, por laudo pericial, se determina a restauração in natura, que se apresenta como a mais difícil.

Diante do exposto, tem-se que o dano ambiental é de difícil valoração, diante da dificuldade

de mensurar o dano causado a um bem imprescindível à própria existência humana. Válido destacar que o dano ambiental pode apresentar duas feições: uma de dano publico, que atinge um número indeterminado de pessoas, devendo ser cobrado por ação civil publica ou ação popular, sendo a indenização destinada a um fundo, e uma de dano privado, dando ensejo à indenização dirigida a recompor o patrimônio individual da vítima.

III Responsabilidade Ambiental e suas espécies

Inicialmente, tem-se que a vertente repressiva do principio poluidor-pagador é a responsabilidade ambiental. A responsabilidade ambiental é a imputação de conseqüências ao infrator da legislação ambiental. Juridicamente, a responsabilidade ambiental in genere possui três

esferas distintas e independentes, podendo haver repercussão de uma sobre a outra. Dessa feita, a infração às normas ambientais poderá ter reflexos administrativos, penais e civis, conforme a natureza da norma, não incorrendo em bis in idem, de acordo com Celso Antônio Pacheco Fiorillo3:

O art. 225, § 3º, da Constituição Federal, ao preceituar que as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão seus infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a infrações penais

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consagrou a regra da cumulatividade das sanções, até mesmo porque, como visto, as sanções penais, civis e administrativas, além de protegerem objetos distintos, estão sujeitas a regimes jurídicos diversos.

Diz-se que as esferas de responsabilidade são distintas e independentes pela presença dos seguintes fatores: a investigação das três formas responsabilidades são feitas por órgãos diversos, com conseqüências específicas e estão submetidas a regime jurídico específicos, embora existam alguns pontos em comum.

Uma vez confirmada a existência de infração às normas ambientais, procedimentos, tanto de ordem legal como administrativa, são iniciados. No decorrer destes procedimentos, devem ser assegurados a ampla defesa e o contraditório, podendo uma das esferas influenciar as investigações em outra, um exemplo é a condenação criminal que implica na vinculação da decisão nos âmbitos administrativo e civil, uma vez que a responsabilidade ambiental implica maior investigação.

A responsabilidade ambiental e suas três esferas estão previstas na Carta Magna, em § 3º, artigo 225. Confira-se o texto legal:

Artigo 225. (...)

§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (destaque nosso).

A responsabilidade ambiental envolve três amplos aspectos, quais sejam o da prevenção, o da recuperação e o da compensação, uma vez que já se inicia com a obrigação de todos e do Poder Público de preservar o meio ambiente, contribuindo para que não se configure danos ao meio ambiente. Esta obrigação inicial está expressa na Constituição Federal, vejamos:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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preservação do meio ambiente, por reconhecer agora este como direito fundamental e essencial à vida.

A Lei 6.938/81 também estabelece o dever de preservar o meio ambiente, elencando, entre seus princípios, “a proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas” (art. 2º, IV) e, entre seus objetivos, “a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”, “a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico” e “a preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida”.

Além desses, diversos outros dispositivos foram criados com o objetivo de preservar o meio ambiente, estimulando a utilização racional dos recursos ambientais e a realização de um desenvolvimento sustentável. Destaca-se, assim, a importância dada pelo legislador à necessidade de preservação, a necessidade de se evitar que o dano ambiental ocorra, evitando assim, que se inicie o difícil caminho em busca da reparação do dano causado.

O dever de preservar está relacionado com os princípios ambientais da prevenção, do poluidor-pagador e do desenvolvimento sustentável.

O princípio da prevenção estabelece a necessidade de preservar o meio ambiente, prevenindo--o de danos possíveis. Possui como principal instrumento a difusão na coletividade da idéia de que a prevenção ao dano ambiental é necessária. No entanto, como a real preocupação com o meio ambiente e a prevenção ao dano ambiental são recentes, foi preciso o desenvolvimento de outras políticas de prevenção, como a adoção do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e a necessidade de Licenciamento Ambiental para a instalação e funcionamento de atividades potencialmente degradadoras. Além do EIA, existem outras medidas administrativas de proteção ao meio ambiente, como o zoneamento, o tombamento, licenciamento ambiental e o inquérito civil.

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ambiente. Uma vez pago o prejuízo causado, não pode o poluidor se considerar isento de suas outras obrigações, que são, sem dúvida, as principais, o de prevenir, ou seja, efetuar suas atividades, buscando sempre prevenir e evitar que o meio ambiente seja degradado ou sofra algum dano por conta de suas ações, e o de promover a recuperação in natura do meio ambiente.

Quanto ao princípio do desenvolvimento sustentável, temos que se deve buscar o avanço tecnológico e o desenvolvimento sócio-econômico, desde que os recursos ambientais utilizados para tais conquistas sejam aproveitados de forma racional, sem desrespeitar as normas da natureza e sem comprometer sua existência, preservando-a para as gerações futuras.

Mesmo com a intensa busca por uma preservação do meio ambiente, o dano ambiental muitas vezes não é evitado. Com a ocorrência do dano, surge o dever de reparar o prejuízo causado. Primordialmente, busca-se a recuperação in natura, ou seja, busca-se reparar o dano de forma que o

ambiente danificado volte ao seu estado anterior, sem nenhuma falha. Além disso, surge o dever de indenizar os prejuízos causados, independentemente das sanções administrativas e penais. Destaca-se que a indenização é devida tanto pelo dano ao interesDestaca-se público como pelo dano a um interesDestaca-se particular, impondo a reparação dos danos civis sofridos pela coletividade e/ou vítimas individualizadas.

Hipótese que deve ser destacada é a de que se restar provado que os limites impostos pelo Poder Público foram respeitados, mas que, mesmo assim, ocorreu o dano, não se esquivará o responsável de sua obrigação de reparar o dano causado. A responsabilidade pode ser atribuída tanto a uma pessoa jurídica como a uma pessoa física, podendo ocorrer a dupla imputação.

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Uma vez ciente da ocorrência do dano, deverá aquele que causou o prejuízo ambiental buscar sua recuperação. Inicialmente, a tentativa de realizar a restauração in natura do meio ambiente deve

ser feita, sendo descartada se restar comprovado por laudo pericial ambiental a sua impossibilidade. A recuperação in natura deve ocorrer independentemente das demais responsabilidades que surgem

com o dano, quais sejam as responsabilidades administrativa, penal e civil. Cuida-se, agora, de cada uma das vertentes da responsabilidade advinda do dano ambiental causado.

III. 1 Responsabilidade Administrativa

Segundo José Afonso da Silva,4 “a responsabilidade administrativa resulta da infração a

normas administrativas, sujeitando-se o infrator a uma sanção de natureza também administrativa: advertência, multa, interdição de atividade, suspensão de benefícios, etc”.

A responsabilidade ambiental administrativa é aplicada pelo Poder Público em defesa do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, visando a responsabilizar o infrator pelo custo social do Estado na proteção do meio ambiente, sustentando, assim, uma das vertentes de responsabilidade ambiental. Também está prevista na Carta Magna:

Artigo 225. (...)

§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (destaque nosso).

Ao realizar esses atos o Estado desempenha seu poder de polícia, uma vez que a Administração Pública com suas pessoas jurídicas de direito público interno possui esse poder administrativo, nos limites de suas competências constitucionais. Ao exercer suas atribuições, impõe normas de conduta aos administrados que devem ser obedecidas, para que, neste caso, ocorra a efetiva proteção ao meio ambiente.

Uma vez desobedecidas as normas estabelecidas, o poder de polícia é posto em prática. “Como cabe às três unidades proteger o meio ambiente, também lhes incumbe fazer as providências de suas alçadas, condicionando e restringindo o uso e gozo de bens, atividades e direitos em benefício da qualidade de vida da coletividade, aplicando as sanções pertinentes nos casos de

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infringência a ordens legais da autoridade competente”.

As sanções e as infrações administrativas devem ser previamente estabelecidas em lei ou em regulamentos. A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) estabelece, em seu artigo 14, disposições de caráter geral, sendo aplicadas a qualquer descumprimento de norma de proteção ao dano ambiental, sem prejuízo de outras penalidades estabelecidas em legislações federal, estadual e municipal. Entre elas, temos: multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1000 (mil) Obrigações Reajustáveis do tesouro Nacional – ORTNs, agravada em caso de reincidência específica, de acordo com o disposto em regulamento, sendo proibida a suas cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e suspensão de sua atividade. Vale ressaltar que leis especiais poderão estabelecer sanções às infrações penais que a lei determine, caso em que prevalecerão.

Importante destacar que, para a correta aplicação de uma sanção penal, é necessária a instauração de um processo administrativo. Durante esse processo administrativo, devem ser respeitados princípios como o do contraditório, da ampla defesa e da legalidade, sob pena de nulidade da punição aplicada.

O processo administrativo inicia-se com o auto de infração, com uma representação ou através de peça informativa equivalente, onde devem constar as seguintes informações: o infrator, o fato constitutivo da infração, o local, a hora e data de sua ocorrência, a disposição legal ou regulamentar em que se enquadra o fato e que fundamenta a autuação, a penalidade a ser aplicada e se for o caso, o prazo para a correção da irregularidade e a assinatura da autoridade competente pela autuação, pela representação ou pela peça informativa equivalente.

Com a instauração do processo administrativo através de portaria do órgão competente e com a ciência do indiciado, inicia-se a fase da instrução processual, com a produção e análise de provas da acusação e de defesa para que ocorra o efetivo esclarecimento dos fatos ocorridos. Com o fim da instrução, será elaborado um relatório circunstanciado com a conclusão do ocorrido e a proposta de condenação ou absolvição do indiciado. Após, os autos, junto com o relatório, são enviados para

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autoridade julgadora, que irá decidir se concorda ou não com a solução nele proposta. Se o indiciado sentir-se prejudicado com a decisão, poderá recorrer em instância administrativa superior a que lhe aplicou a sanção.

A sanção administrativa possui papel fundamental para a proteção do meio ambiente, mas, muitas vezes, revela-se insuficiente, havendo necessidade de se recorrer a outras instâncias de responsabilização como, a penal, de acordo com o que nos ensina Alessandra Rapassi: “ocorre que as normas administrativas, às vezes, são insuficientes no combate a graves lesões contra o meio ambiente. Então, é feito apelo à tutela penal, que deve ser atendido, desde que não seja para fazer remendos aos vazios da legislação administrativa, ou seja, para simplesmente encobrir a falta ou a deficiência de políticas administrativas a respeito, a falta de aplicação de suas sanções.

A responsabilidade administrativa ambiental existe quando ocorrem infrações (caracterizada pela conduta ilícita) às normas ambientais, independente da ocorrência de dano ambiental propriamente dito, conforme o disposto no artigo 225, § 3º da Constituição Federal, que determina como independentes as responsabilidades civil, penal e administrativa. A responsabilidade administrativa possui regras próprias, desenvolvendo um procedimento próprio.

As infrações administrativas são amplas, possuindo um largo rol de ocorrência, nos termos do artigo 70 da Lei No 9.605/98: considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

As autoridades competentes para a correta constatação e apuração das infrações ambientais estão presentes no parágrafo primeiro do referido artigo: os servidores de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente-SISNAMA-designados para as atividades de fiscalização, agentes das Capitanias dos Portos e do Ministério da Marinha. Importante destacar que essas autoridades terão competência para constatar e apurar as infrações ambientais, pertencendo às autoridades administrativas processar administrativamente.

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Em âmbito administrativo, é possível que se proceda à apreensão prévia de coisas e animais para que se evite o agravamento do dano ambiental, mas é importante ressaltar que essa medida reveste-se de caráter cautelar, visto que não tem qualquer qualificação de sanção, pois o contraditório e a ampla defesa devem estar presentes para a correta aplicação da penalidade, conforme o disposto no artigo 5º, LIV e LV da Constituição Federal. Convém observar que a aplicação de sanções administrativas podem se basear em normas estaduais e municipais, pois a competência legislativa ambiental é dividida pela Constituição entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...)

VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas VII – preservar as florestas, fauna e flora;

Havendo competência legislativa concorrente para as questões ambientais:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

É válido destacar que a competência concorrente permite que os Estados e Municípios legislem na ausência de legislação mais abrangente, podendo, inclusive, legislar sobre procedimentos administrativos.

III. 2 Responsabilidade Penal

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Segundo José Afonso da Silva, “a responsabilidade criminal emana do cometimento de crime ou contravenção ficando o infrator sujeito a pena de perda da liberdade ou pena pecuniária”6. Vale

destacar que, fora do conceito informado pelo renomado jurista, existem também as penas restritivas de direito. As infrações penais ambientais são de ação penal pública incondicionada (art. 26, da Lei 9.605/98), aplicando-se as leis 9.099/95 e 10.259/01 quanto aos crimes de menor potencial ofensivo, observadas as restrições impostas pelos artigos. 27 e 28 da Lei 9.605/98.

A principal fonte da responsabilidade penal é a Lei 9.605/98, responsável pela primeira unificação da responsabilidade penal por infrações ambientais, antes dispersas em legislações esparsas.

Diante da essencialidade do bem ambiental, classificado como bem jurídico fundamental, conforme o Princípio do Estado Social e a Constituição Federal, agredir ou pôr em risco a base de sustentação do planeta configura uma conduta gravíssima, podendo ser comparado ao genocídio, à tortura ou a qualquer outro ilícito associado à manutenção da vida em sua plenitude.

A natureza jurídica de bem de uso comum do povo, indispensável à sadia qualidade de vida, revestindo-se em direito difuso, gera, ao dano ambiental, características próprias, uma vez que a determinação de sua autoria e as vítimas atingidas não são facilmente determinadas, além de outras características próprias do dano, como a ausência de vínculo associativo, alcance de uma cadeia abstrata de pessoas, potencial e abrangente conflituosidade, ocorrência de lesões disseminadas em massa, difícil reparação, difícil valoração. Essas características geram necessidades especificas à proteção ambiental. Entre essas peculiaridades temos o posicionamento de Alessandra Rapassi7 :

Aos princípios que decorrem do Estado de Direito clássico, como a legalidade, a culpabilidade e outros, imprime-se uma nova dimensão, pois, na tentativa de conciliar valores individuais e sociais, algumas vezes os primeiros precisam ser limitados para salvaguarda dos últimos. (...)há que se considerar que se trata de um bem complexo e de difícil delimitação, (...), contra o qual as agressões assumem as mais variadas formas a cada dia e, assim, o legislador penal tem certa dificuldade em elaborar os tipos penais, recorrendo a uma linguagem técnica, a descrições mais especificas e fragmentárias, revelando o problema do recurso freqüente às normas penais em branco, o que implica compatibilizar a técnica com princípios penais constitucionais.

Diante do fato de que a maior parte dos maiores danos ao meio ambiente eram causados por grandes empresas, grandes indústrias, que buscavam apenas o avanço tecnológico sem se

6 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 23ª ed. São Paulo, Malheiros, 2004

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preocuparem com a preservação do meio ambiente ou de sua utilização de forma racional, foi necessário adequar-se a legislação de forma a permitir que pessoas jurídicas fossem penalmente responsabilizadas, sendo essa a grande inovação da responsabilidade penal ambiental, de forma a mitigar a aplicabilidade do princípio do desenvolvimento sustentável. Mas essa não foi a única inovação, tendo a Lei 9.605/98 trazido diversas outras, em matéria penal, como a não utilização do encarceramento como norma geral para as pessoas físicas criminosas e a valorização da Administração Pública, através de autorizações, licenças e permissões.

Finalizando, existe controvérsia na doutrina e na jurisprudência quanto à natureza da responsabilidade penal ambiental, se a mesma seria subjetiva ou objetiva. Mesmo em se tratando de um bem de indubitável relevância para a vida, não está pacificado que se deva adotar a teoria objetiva, por conta dos efeitos que tal adoção traria, sendo defendida com maior ênfase a posição de que a responsabilidade penal aplicada de forma objetiva poderia gerar um retrocesso, principalmente no campo dos direitos humanos.

Dentro da responsabilidade penal, a responsabilidade penal da pessoa física é tema de bastante relevo. Antes, é necessário salientar que a responsabilidade ambiental está baseada na culpabilidade para a correta aplicação da pena. A responsabilidade penal está presente também no art. 225 da Constituição Federal.

A responsabilidade penal da pessoa física se materializa através de penalidades restritivas de direitos. Exemplo disso, é o que consta no artigo 7º da Lei 9.605/98 que determina que: “As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para a reprovação e prevenção do crime”.

Dentre as penas restritivas de direito estabelecidas pela Lei 9.605/98, aplicáveis às pessoas físicas, temos a prestação de serviços à comunidade, a interdição temporária de direitos, a suspensão parcial ou total de atividades, a prestação pecuniária e o recolhimento domiciliar.

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sancionar o agressor do meio ambiente, para que, através de seu trabalho, preste algum serviço em prol da natureza. Convém ressaltar que se o dano foi causado à coisa particular, pública ou tombada, deverá o condenado trabalhar na restauração desta, quando possível.

A interdição temporária de direitos estabelece que fica o condenado proibido de contratar com o poder público, de receber seus incentivos ficais ou qualquer outro benefício, bem como fica proibido de participar de licitações pelo prazo de cinco anos – em crimes dolosos - ou de três anos – em casos de crimes culposos. Quanto à suspensão parcial ou total das atividades temos que essa sanção só será aplicada quando as atividades exercidas estiverem contrárias às normas legais estabelecidas.

A prestação pecuniária determina o pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, com valor determinado pelo juiz. Essa importância terá variação entre um salário mínimo e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago, no entanto, será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

O recolhimento domiciliar busca disciplinar o infrator de norma ambiental, pois o mesmo deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em local destinado à sua moradia habitual, conforme o estabelecido na sentença condenatória.

Dentre as principais infrações ambientais temos o desmatamento, a mineração, depósito de lixo, poluição de corpos d'água por indústria, poluição de corpos d'água por esgotos domésticos, poluição atmosférica, poluição sonora e a proteção de patrimônio cultural.

Outro destaque dentro da responsabilidade penal é a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica, que constitui uma das maiores inovações trazidas pela Carta Magna de 1988. Alteração necessária, uma vez que os danos ambientais mais graves são, na maioria das vezes, causados pelas grandes empresas.

A responsabilidade penal da pessoa jurídica também está determinada na Lei 9.605/98 e estabelece em seu artigo 3º, caput. Verifique-se:

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seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Diante disso, é possível determinar que a pessoa jurídica seja responsável penalmente em três situações: decisão de seu representante legal; decisão de seu representante contratual; e decisão de seu órgão colegiado. Outro aspecto que deve ser salientado é a necessidade da infração ter sido cometida em interesse ou benefício da empresa, podendo recair sobre pessoa jurídica de direito público ou privado, ou seja, tanto a Administração Pública Direta como a Indireta poderão ser responsabilizadas penalmente. Válido destacar a diferença entre interesse e benefício, uma vez que a doutrina tem que interesse pode se manifestar no dolo eventual e no comportamento culposo da omissão, até mesmo em atendimento ao princípio da solidariedade no ressarcimento dos danos.

Assim como o nosso Código Penal, a Lei 9.605/98 também adotou a teoria monista8, quanto

ao concurso de agentes, conforme o estabelecido em seu artigo 2º que diz: “quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas,

na medida da sua culpabilidade”. A referida Lei também determinou as penas aplicáveis às pessoas

jurídicas de forma cumulativa, isolada ou alternativa em seu artigo 3º. Dentre essas penas, temos a pena de multa, que está determinada no artigo 18 da referida Lei e determina que seu cálculo será feito de acordo com os critérios estabelecidos no Código Penal. Quando de sua aplicação, deve-se verificar se a mesma foi insuficiente para reparar e inibir o dano e seu causador. Se tiver sido, a mesma poderá ser aumentada em até três vezes, de acordo com a vantagem econômica adquirida.

A restrição de direitos, uma das penas estabelecidas, pode se manifestar de três formas: suspensão parcial ou total de atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, e proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.

A suspensão parcial ou total da atividade é aplicada quando as atividades exercidas pela pessoa jurídica não estão seguindo as normas relativas à proteção ao meio ambiente, de acordo com o estabelecido no artigo 22, §1º, da referida Lei.

A interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade será aplicada quando ocorrer

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descumprimento às determinações impostas em Lei ou em regulamento para a efetiva proteção do bem ambiental.

Já a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações consiste no impedimento de a pessoa jurídica apresentar-se às licitações públicas, afinal não pode o Estado achar mais conveniente contratar com uma empresa disposta a desrespeitar regras de proteção ao meio ambiente, com o intuito de conseguir seus objetivos, sem qualquer preocupação ambiental ou com a coletividade que dela necessita para viver.

A prestação de serviços à comunidade está prevista no artigo 23 da referida Lei e consegue alcançar diversas esferas ao ser estabelecida, uma vez que procura educar o infrator do dano ambiental e beneficiar de alguma forma a sociedade que sofreu diretamente com o dano causado, já que o dano ambiental acaba lesando a todos. Essa sanção também obriga o infrator a encontrar uma forma de repara o dano causado, seja com custeio de programas e de projetos ambientais, seja com a execução de obras de recuperação de áreas degradadas, ou até com a manutenção de espaços públicos e contribuições para entidades ambientais ou culturais públicas.

Medida mais drástica entre as sanções é a perda de bens e valores, chegando a ser classificada como inconstitucional por alguns juristas, visto que esta medida se completa com a liquidação forçada da pessoa jurídica ou perda de seu patrimônio, o que para muitos significaria uma “pena de morte” para a pessoa jurídica.

No entanto, este tema ainda é alvo de muitas divergências. Aduz Marcelo Abelha Rodrigues9

que existem diversas posições doutrinárias contrárias e a favor da possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica. Explica Celso Antônio Pacheco Fiorillo10 que o motivo

da divergência reside no fato de que seres abstratos não podem praticar atos punidos penalmente. Vejamos:

Pondera-se que não há como conceber o crime sem um substractum humano. Na verdade, o

grande inconformismo da doutrina penal clássica reside na inexistência da conduta humana, porquanto esta é da essência do crime. Dessa forma, para aqueles que não admitem crime sem conduta humana, torna-se inconcebível que a pessoas jurídicas possa cometê-lo.

Outra figura de extrema importância dentro da responsabilidade penal é a Dupla Imputação que está expressa na Lei 9.605/98, em seu artigo 3º, parágrafo único, e determina que a

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responsabilidade da pessoa jurídica e da pessoa física são determinadas de forma independente. Confira-se o texto legal:

Art. 3º. (...)

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

A Lei não proíbe que o mesmo processo penal seja utilizado para apurar as responsabilidades, mas é certo que as mesmas são diferentes, podendo ocorrer a absolvição ou a condenação separadamente ou em conjunto.

O primeiro responsável penal pelos danos causados é o empreendedor, podendo ser exigida de qualquer um dos responsáveis, por conta da solidariedade existente.

O segundo possível responsável é o Estado que poderá ser responsabilizado tanto por ação quanto por omissão, podendo ser responsabilizados por danos causados por terceiros, afinal é de sua competência o dever de fiscalizar e impedir que tais danos aconteçam, segundo o dispositivo constitucional.

Segundo a doutrina, a responsabilidade também poderá recair sobre as empresas de consultoria e os profissionais em geral, sujeitando-lhes à aplicação de sanções nas três esferas pelas informações por eles prestadas, caso provoquem ou de alguma forma tenham contribuído para a concretização do dano ambiental.

III. 3 Responsabilidade Civil

“A responsabilidade civil é a que impõe ao infrator a obrigação de ressarcir o prejuízo causado por sua conduta ou atividade. Pode ser contratual, por fundamentar-se num contrato, ou extracontratual, por decorrer de exigência legal (responsabilidade legal) ou de ato ilícito (responsabilidade por ato ilícito) ou até mesmo por ato lícito (responsabilidade por risco)”11. É a

espécie de responsabilidade em que não há necessidade de comprovação da existência de culpa ou dolo por parte do agente para a ocorrência do ato, para a responsabilização e o possível dever de indenizar. Como as demais vertentes da responsabilidade ambiental, também está previsto na Carta

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Magna.

Esta visão da responsabilidade está previsto também na Lei 6.938/81, in verbis:

Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

§ 1º. Sem prejuízo das penas administrativas previstas nos incisos do artigo anterior, o poluidor é obrigado, independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiro, afetados por sua atividade” (destaque nosso).

A Jurisprudência, em respeito ao dispositivo legal, determina que:

5. Outrossim, é manifesto que o Direito Ambiental é regido por princípios autônomos, especialmente previstos na Constituição Federal (art. 225 e parágrafos) e legislação especifica, entre os quais a responsabilidade objetiva do causador do dano ao meio ambiente (arts. 3º, IV, e 14, § 1º, da Lei 6.938/81).

6. Portanto, a configuração da responsabilidade pó dano ao meio ambiente exige a verificação do nexo causal entre o dano causado e a ação ou omissão do poluidor. Assim, não há falar, e princípio, em necessidade de comprovação de culpa dos ora recorrentes como requisito à responsabilização pelos danos causados ao meio ambiente.

7.(...)

8. Recursos especiais parcialmente conhecidos e, nessa parte, desprovidos12.

A partir da análise do dispositivo mencionado, é possível determinar que a responsabilidade ambiental civil é objetiva, sendo desnecessária para sua aplicação a comprovação de culpa ou dolo por parte do infrator da norma ambiental. Basta que o dano tenha sido causado, para exista a obrigação de reparar.

O dano ambiental exige uma responsabilidade de natureza objetiva, com significativa diminuição do ônus da prova da exigência do nexo causal entre o prejuízo e a atividade danosa ao meio ambiente, posto que em matéria ambiental a efetiva demonstração entre o nexo de causalidade é de grande dificuldade, uma vez que a relação entre o responsável e a vítima dificilmente é direta e imediata, passando por intermediários do ambiente, receptores e transmissores da poluição. Some-se a isso o fato de que os efeitos do dano ambiental são, em regra, difusos.

Exigir a demonstração de dolo ou culpa por parte do agente para que ocorra uma reparação civil dos danos causados é inaceitável, uma vez que a dificuldade se inicia quando se deseja determinar

12 (Origem: STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RESP – RECURSOS ESPECIAL – 570194. Processo: 200301498078. UF: RS. Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA. Rel (a) Denise Arruda)”. Data do julgamento: 04/10/2007.

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quem efetivamente causou o dano, principalmente quando existem diversos agentes potencialmente degradadores, ou melhor, quando diversas fontes são possíveis de ter causado o dano. Decorre disso a amenização da importância da comprovação de nexo causal. Essa foi uma das adaptações necessárias ao instituto da responsabilidade civil, para que ela se adequasse para tutelar o equilíbrio ecológico. E não há violação de um direito individual isolado, mas de um direito difuso assegurado a todos pela própria Constituição. Mas a Carta Magna deixou brechas, posto que não restou expresso que a responsabilidade a ser aplicada seria a objetiva, embora a doutrina e a jurisprudência tratem como objetiva a responsabilidade civil ambiental. O que deve ser analisado não é a conduta do poluidor, mas a ocorrência do prejuízo ambiental à coletividade.

Outro efeito decorrente dessa dificuldade de identificação do agente é a possibilidade de se aplicar a solidariedade passiva, ou seja, cobra-se a reparação de qualquer um ou de todos os potenciais agressores. Aduz Celso Antônio Pacheco Fiorillo: “são legitimados passivos todos aqueles que, de alguma forma, foram os causadores do dano ambiental”13.

Partindo disso, temos os três pontos negativos que dificultam a sedimentação da responsabilidade ambiental civil como a forma mais eficaz de proteção ao dano ambiental: a morosidade processual, a existência de outros institutos jurídicos necessários à garantia da segurança jurídica e da estabilidade e a falta de fundamento teórico que determine o nexo causal entre a ação ou omissão do causador do dano.

A morosidade processual atrapalha na aplicação da responsabilidade civil ambiental objetiva, uma vez que quando há a formação do processo para apuração e a devida aplicação da sanção justa, os agentes buscando não ter sua sanção aplicada buscam discutir elementos processuais e materiais que acabam atrapalhando a aplicação do instituto em tela.

A morosidade processual acaba contribuindo para que ocorra outro fator que retira a segurança da responsabilidade civil como forma de coibir o dano ambiental, qual seja a existência de outros institutos jurídicos necessários à segurança jurídica, dentre eles temos a prescrição que inutiliza a responsabilidade objetiva, principalmente quando se trata de um dano que apenas depois de algum é possível perceber os efeitos causados. Diante disso, ao aplicar a responsabilidade civil em matéria ambiental, é necessário se ter em mente que por mais essencial que seja um meio ambiente saudável e que aquele que causa prejuízos ao mesmo deve ser punido, temos que não se pode atropelar

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institutos jurídicos que causariam grande confusão jurídica na sociedade.

O terceiro e último aspecto é o atinente à falta de fundamento teórico que determine o nexo causal entre a ação ou omissão do agente e o dano. No Brasil, esta necessidade de fundamento é notória, uma vez que ainda existem divergências jurisprudenciais para tentar definir se a responsabilidade deriva do Risco Integral ou do Risco Efetivamente Criado, embora, segundo decisões repetidas, o risco integral tenha sido o mais aplicado. Mas essa aplicação deve-se apenas ao livre entendimento do juiz, posto que não esteja solidificado ainda qual deva ser o fundamento adotado. Embora não seja a decisão mais aceita, entendemos que a Teoria do Risco Integral é a mais correta, pois a sua utilização facilita a reparação do dano ambiental, alem de estimular uma preocupação com a cautela preventiva, objetivos incansavelmente perseguidos pela lei.

O Poder Público poderá figurar como causador do dano ao meio ambiente, uma vez que é constitucionalmente competente, possuindo não apenas a competência, mas o dever de defender e preservar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantindo a todos uma sadia qualidade de vida. Vejamos:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.

Esse dever constitucionalmente estabelecido deve ser exercido com a adoção de diversas medidas, destacando-se, em virtude do tema de nosso trabalho, o exposto no inciso IV, do parágrafo 1º, do artigo supramencionado:

Art. 225. (...) § 1º (...)

IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.

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funcionamento não trará danos ao meio ambiente, mesmo que seja presumidamente prejudicial.

O EIA consiste em um estudo das possíveis modificações nas diversas características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto. É um procedimento administrativo de prevenção e monitoramento dos danos ambientais. Tornou-se importante instrumento de defesa do meio ambiente, uma vez que deverá ter como conclusão um relatório (Relatório de Impacto Ambiental) elaborado por uma equipe multidisciplinar (biólogos, físicos,..), com participação da sociedade civil, do particular interessado do Estado, que deverá analisar todas as possibilidades de dano ao meio ambiente, que possam porventura serem causados pelo novo empreendimento.

Segundo Celso Antônio Pacheco Fiorillo, a responsabilidade do Poder Público pelos danos civis causados por uma empresa que tenha obtido licença para funcionar possui diversas possibilidades, variando de acordo com o caso concreto, ou melhor, variando de acordo com a realização ou não, bem como a posição favorável ou não do Poder Público em relação ao Estudo de Impacto Ambiental porventura realizado e de seu relatório. Diante disso, se não houve EIA/RIMA, estando o órgão público convencido do RAIAS, o Poder Público será responsável, na medida em que existe nexo causal entre seu ato e o dano ocorrido, ou seja, o Poder Público vai ter concorrido para a ocorrência do resultado prejudicial ao meio ambiente.

Se o EIA/RIMA tiver sido realizado, constituindo-se o relatório de posição contrária, em todo ou em parte, ao andamento da obra, e mesmo assim a licença tiver sido concedida, haverá responsabilidade solidária do Poder Público, se ficar comprovado o nexo causal entre a concessão da licença e o dano causado.

Nos casos em que o EIA/RIMA tiver sido realizado e se os mesmos tiverem sido totalmente favoráveis e a licença tiver sido concedida, o Estado estará isento de responsabilidade, pois a licença resumiu-se a ato vinculado. Por outro lado, se o EIA/RIMA foi realizado e este foi desfavorável e a licença não tiver sido concedida, inexiste responsabilidade para o Estado, salvo se for comprovado que o Poder Público se mostrou inerte à alguma ação e por conta desta omissão, o dano ambiental ocorreu.

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do dano.

Conclusão

Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, conforme o estabelecido no artigo 3º, I, da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81). Doutrinariamente, é dividido em meio ambiente natural, artificial e cultural.

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Com a ciência de que sem um meio ambiente equilibrado a vida torna-se inviável sendo isto o que estava ocorrendo, surgem os direitos de quarta dimensão incluindo o direito a um meio ambiente saudável e equilibrado entre eles, para se proteger juridicamente.

Começaram a ocorrer em todo o mundo conferência, congressos, encontros internacionais, buscando a elaboração de princípios e normas para resguardar esse direito fundamental pertencente à humanidade.

Com esse movimento, o Brasil cuidou constitucionalmente da matéria, reservando pela primeira vez em uma Constituição Federal um capítulo exclusivo ao meio ambiente. Em seu artigo 225, a Carta Magna determina que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações”.

Diante disso, tem-se que a defesa do meio ambiente é tarefa constitucionalmente atribuída a todos, posto que somos responsáveis pela defesa de danos ambientais e preservação do mesmo.

O dano ambiental possui características próprias: a pulverização de vítimas, difícil reparação e difícil valoração. Diante dessas características, tem-se que o primeiro e principal dever é o de prevenir para que o dano ambiental não ocorra. A prevenção constitui-se na principal forma de defesa do meio ambiente posto que muitas vezes o dano ambiental é irreparável in natura.

Uma vez causado o dano, o agente será responsabilizado em três esferas, sem descartar o dever de restaurar in natura o bem ambiental danificado. As esferas de responsabilização são:

administrativa, penal e civil. Isso, pois, a responsabilidade configura-se, em seu lato sensu, na

conseqüência do descumprimento de uma obrigação, seja contratual, seja extracontratual, firmada por alguém perante outrem, desde que esse descumprimento não seja amparado em lei. Com a responsabilidade surge o dever de jurídico de satisfazer a obrigação ou de suportar as sanções previstas em lei.

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multa, interdição de atividade, suspensão de benefícios, entre outras. A responsabilidade administrativa é pessoal, podendo ser personalíssima. Trata-se de corolário do poder de polícia administrativa.

A responsabilidade penal existe quando é cometido algum crime ou contravenção ambiental, destacando-se que a tipificação está presente na Lei dos Crimes Ambientais (Lei No 9.605/98) e em leis esparsas. As inovações penais devem ser destacadas, quais sejam a não utilização do encarceramento como norma geral para as pessoas físicas criminosas, a responsabilização penal das pessoas jurídicas e a valorização da intervenção da Administração Pública, através da concessão de autorizações, licenças e permissões. Diante disso, uma vez ocorrido o crime, o agente deve arcar com as conseqüências jurídicas do mesmo, caso seja imputável.

A responsabilidade civil consiste na obrigação do agressor ressarcir os prejuízos causados por sua conduta. A responsabilidade civil em matéria ambiental é objetiva, ou seja, não há necessiade de comprovar a ocorrência de dano ou dolo por parte do agressor. Basta a existência do dano e do nexo de causalidade com a fonte poluidora. Válido ressaltar que por vivermos em uma sociedade capitalista, extremamente preocupada com o lucro, essa responsabilidade vem se destacando como a forma mais efetiva de reparar e de até preservar o meio ambiente, uma vez que os empresários buscam cada vez mais empregar meios de realizar um desenvolvimento e crescimento sem agredir, ou no mínimo, sem causar tantos ao meio ambiente, posto que está sujeito à multa, além de não conseguir reparar o dano causado a si próprio, prejudicando toda a humanidade, uma vez que já restou provado que os efeitos trazidos com os danos ambientais ganham projeções mundiais, não fuçando concentrado no local de sua ocorrência por ser o meio ambiente um bem integrado.

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