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Direito Constitucional Controle de Constitucionalidade Direito Processual Civil Discursiva - Delegado Federal Partilha

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Direito Constitucional

Controle de Constitucionalidade Discursiva - Delegado Federal

Inclui:

•Questão inéditas

•Resposta Esperada

•Complementação da Resposta

•Espelho pontuado

Direito Processual Civil Partilha

Discursiva - Carreira jurídica - Defensor Público

Inclui:

•Questão inéditas

•Resposta Esperada

•Complementação da Resposta

•Espelho pontuado

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2 O QSimulados é uma plataforma com conteúdo exclusivo, inédito e completo, onde você encontra tudo para finalmente chegar COMPETITIVO e SEGURO nos concursos nos quais almeja aprovação.

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PROVA DISCURSIVA

Nesta simulação de questão discursiva inédita faça o que se pede, usando, caso deseje, os espaços para rascunho indicados no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para o CADERNO DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos de texto escrito em local indevido.

Em cada questão, qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas (20 linhas) será desconsiderado, bem como o texto que não for escrito na(s) folha(s) de texto definitivo correspondente.

Utilizar caneta esferográfica transparente, escrita grossa de tinta preta ou azul.

No caderno de texto definitivo, identifique-se apenas no cabeçalho da primeira página, pois não será avaliado texto que tenha qualquer assinatura ou marca identificadora fora do local apropriado. Ao texto que contenha outra forma de identificação será atribuída nota zero, correspondente à identificação do candidato em local indevido.

Para fins didáticos, na avaliação de cada questão, ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 10,00 pontos. Destaca-se que, no espelho, não serão levados em consideração aspectos gramaticais na referida pontuação.

Organize-se para fazer essa prova discursiva em no máximo 1 hora. Procure utilizar a folha de rascunho para fazer o destacamento dos principais pontos que se pede no texto, deixe para desenvolver o tema na folha de resposta definitiva para administrar da melhor forma o seu tempo e se aproximar da resposta esperada no espelho.

QUESTÃO 1 _____________________________________________________________________

Eulália falece com 68 anos de idade, sem deixar testamento e nem descendentes ou ascendentes vivos.

Em que pese ter convivido em União Estável com Alfredo nos últimos anos de vida, quando adoeceu e foi internada, foram seus irmãos, João e Roberta, que passaram a acompanhá-la nos procedimentos médicos até o dia de sua morte, em virtude da já também debilitada saúde de seu companheiro. Por não saber, à época, que era o único herdeiro necessário de Eulália, Alfredo concordou com um plano de partilha amigável apresentado pelos irmãos da falecida, em que cada um dos dois ficava com um imóvel que compunha a herança. O erro de Alfredo, no entanto, o privou de seus direitos legais e ele comparece à Defensoria para saber o que pode fazer. Informa ao defensor, por fim, que João é casado sob o regime de bens da comunhão universal com Helena, que Roberta é solteira e que os imóveis partilhados já estão registrados em seus respectivos nomes. Diante da situação posta, responda:

1) Qual ação deve ser proposta diante dessa conjuntura? Em que prazo? (valor 2,00 pontos)

2) No caso em tela, quem deverá compor os polos ativo e passivo da ação? Justifique sua resposta (valor 5,00 pontos)

3) Nessa situação, haverá que tipo de litisconsórcio? Quais serão seus efeitos? (valor 3,00 pontos)

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3

FOLHA DE TEXTO RASCUNHO – DISCURSIVA 01

PREZADO (A) CANDIDATO (A), UTILIZE ESTE CADERNO PARA REGISTRAR SUAS RESPOSTAS À QUESTÃO DISCURSIVA.

REALIZE SUA PROVA SIMULADA SEM CONSULTA, OBEDECENDO AO NÚMERO MÁXIMO DE LINHAS.

UTILIZAR CANETA ESFEROGRÁFICA TRANSPARENTE, ESCRITA GROSSA DE TINTA PRETA OU AZUL.

APÓS A REALIZAÇÃO DA PROVA SIMULADA, ACESSE À SUGESTÃO DE RESPOSTA E ESPELHO DE RESPOSTA COM PONTUAÇÃO.

FAÇA ANÁLISE E COMPARAÇÃO COM O QUE ESCREVEU E O ESPELHO DA BANCA PARA IDENTIFICAR SUA PONTUAÇÃO.

PARA USO EXCLUSIVO DO CHEFE DE SALA

CANDIDATO (A) AUSENTE

SIM NÃO

DISCURSIVA 01 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL

NOME DO (A) CANDIDATO (A):

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4 FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO – DISCURSIVA 01

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5 Pois bem, vamos à sugestão de resposta pontuada?

Antes de conferir o espelho, o (a) candidato (a) deve estar com o texto de avaliação impresso ou visualizar pelo site, aquele que contém os quesitos ou caso hipotético ou a pergunta, bem como a folha de resposta a qual você desenvolveu o tema, para realizar as devidas comparações com a sugestão de resposta a seguir.

PONTUAÇÃO:

ESPELHO DE CORREÇÃO

Quesito 1 Qual ação deve ser proposta diante dessa conjuntura? Em que

prazo? 2,00 pontos

Quesito 2 No caso em tela, quem deverá compor os polos ativo e passivo

da ação? Justifique 5,00 pontos

Quesito 3 Nessa situação, haverá que tipo de litisconsórcio? Quais serão

seus efeitos? 3,00 pontos

Nota da resposta do (a) candidato (a) 10 pontos ATENÇÃO!

As respostas abaixo estão pautadas na autonomia de nossa banca constituída por nossos professores, levando-se em consideração as tendências das temáticas envolvidas, nível de dificuldade e perfil das principais bancas de concursos com foco na carreira de natureza jurídica (Magistratura, Defensoria, Promotoria, Delegado etc.).

SUGESTÃO DE RESPOSTA PONTUADA

Frente ao caso narrado e considerando ter sido a partilha feita extrajudicialmente, a ação adequada é a anulatória de partilha. Isso porque o art. 2.027, caput, CC, permite que se anule a partilha em razão dos vícios e defeitos que invalidam os negócios jurídicos em geral. No mesmo sentido, o art. 657, caput, CPC. Na situação descrita, Alfredo incorreu em erro substancial, crendo não ser o único herdeiro necessário de Eulália, motivo que determinou seu aceite do plano de partilha proposto pelos irmãos da falecida (valor: 1,00). Por isso, terá direito à anulação dessa partilha, no prazo de 1 ano contado do dia em que se realizou o ato (art. 657, p. ú, inciso II, CPC) (valor: 1,00). Ademais, na referida ação, o autor Alfredo (valor: 0,50) deverá, para formação do polo passivo, requerer a citação não apenas de Roberta e João, mas também de Helena (valor: 1,00). Isso porque, em que pese não haver previsão legal expressa para que os cônjuges dos herdeiros integrem a ação de inventário e partilha, sua citação é entendida como necessária nas hipóteses em que houver disposição de bens. Afinal, nos termos do art. 1.647, incisos I e II, CC, a citação do cônjuge será devida se o caso envolver renúncia, cessão, desistência ou alienação de bem imóvel (e a herança, antes da partilha, é equiparada a bem imóvel). Isso é também reforçado pelo art. 73, §1º, I, CPC (valor: 1,50). Diante disso, o STJ recentemente entendeu

1

que este raciocínio deve ser aplicado também para a ação anulatória de partilha (valor: 1,00). No caso em estudo, Helena é casada em comunhão universal de bens com João, situação em que o imóvel herdado por João, já levado a registro, passa a compor o patrimônio comum do casal (valor: 1,00). Destarte, a ação anulatória poderá interferir no patrimônio de ambos, de forma que é essencial a citação de Helena. Haverá, portanto, formação de litisconsórcio passivo necessário unitário na ação (valor: 1,00), havendo obrigatoriedade em sua formação e uniformidade de efeitos da decisão para todos os litisconsortes (valor: 1,00). Caso não haja citação de todos os litisconsortes necessários e unitários, eventual sentença será nula (art. 115, I, CPC) (valor:

1,00).

1 STJ. 3ª Turma. REsp 1.706.999-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 23/02/2021 (Info 686).

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6 ESPELHO DE RESPOSTA PONTUADA

Leia as orientações a seguir:

1) Como regra, a banca examinadora é soberana quanto ao conteúdo a ser considerado na pontuação do espelho;

2) Em sua prova simulada, o concurseiro deve ler e interpretar os quesitos (casinhos ou perguntas) com muita atenção para conseguir desenvolver sua escrita e se aproximar ao máximo do que constará no espelho de resposta padrão;

3) Veja abaixo os fragmentos de textos pontuados e compare com o que escreveu para que consiga identificar seu desempenho e saber sua pontuação. Esse processo é fundamental para que consiga identificar seus pontos fracos para poder corrigir a tempo.

Chegou o momento de saber sua pontuação, faça a comparação do que escreveu com a sugestão de resposta e o espelho pontuado abaixo.

Quesito 1 Qual ação deve ser proposta diante dessa conjuntura? Em que prazo?

Pontuação máxima deste quesito: 2,00 pontos

Vejamos os fragmentos pontuados no espelho da banca:

0,00 ponto Não respondeu ao quesito.

1,00 ponto Mencionou que a ação adequada ao caso concreto seria a anulatória de partilha, em decorrência de erro substancial em que Alfredo incorreu. Para justificar, citou o art. 2.027, caput, CC e art. 657, caput, CPC.

1,00 ponto Indicou o prazo de 01 ano, a contar do dia em que se realizou a partilha. Para tanto, fundamentou com o art. 657, p. ú, II, CPC.

Soma do total de pontos do (a) candidato (a):

Quesito 2 No caso em tela, quem deverá compor os polos ativo e passivo da ação? Justifique.

Pontuação máxima deste quesito: 5,00 pontos

Vejamos os fragmentos pontuados no espelho da banca:

0,00 ponto Não respondeu ao quesito.

0,50 ponto Indicou como autor (polo ativo) Alfredo.

1,00 ponto Indicou como réus (polo passivo) João, Roberta e Helena.

1,00 ponto Ressaltou que, pela comunhão universal entre João e Helena e pela formalização da partilha e registro do imóvel, o bem passou a compor o patrimônio comum do casal.

1,50 ponto Explicou que a citação do cônjuge do herdeiro via de regra é dispensada, mas excepcionalmente será necessária se a partilha ou sua anulação possibilitam a interferência no patrimônio deste. Fundamentou com o art. 1.647, I e II, CC e art. 73, §1º, I, CPC.

1,00 ponto Mencionou que este é um recente entendimento do STJ sobre o assunto, nos termos do Informativo 686.

Soma do total de pontos do (a) candidato (a):

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7 Quesito 3 Nessa situação, haverá que tipo de litisconsórcio? Quais serão seus efeitos?

Pontuação máxima deste quesito: 0,00 pontos

Vejamos os fragmentos pontuados no espelho da banca:

0,00 ponto Não respondeu ao quesito.

1,00 ponto Identificou o litisconsórcio como passivo, necessário e unitário.

1,00 ponto Explicou por ser necessário e unitário, os litisconsortes devem obrigatoriamente compor o polo passivo e se sujeitarão todos aos mesmos efeitos advindos da decisão.

1,00 ponto Mencionou que, por ser necessário e unitário, caso não haja citação de todos os litisconsortes, eventual sentença será nula, nos termos do art. 115, I, CPC.

Soma do total de pontos do (a) candidato (a):

COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA O que é a Partilha?

Partilha é o instituto jurídico pelo qual cessam a indivisibilidade e a imobilidade da herança, uma vez que os bens são divididos entre os herdeiros do falecido

2

. É, assim, a repartição, a distribuição dos bens do de cujos e fixa o momento em que o acervo deixa de ser uma coisa comum e se transforma em coisas particulares

3

. Existem 3 espécies de partilha

4

:

1) Amigável (ou extrajudicial): ocorrerá quando todos os herdeiros forem capazes e não houver conflito entre eles, fazendo-se por escritura pública, por termo nos autos do inventário ou por escrito particular homologado pelo juiz (2.015, CC);

2) Judicial: é a partilha obrigatória para os casos em que há divergência entre herdeiros ou quando um deles for incapaz (art. 2.016, CC);

3) Em vida: é a forma de partilha realizada por ascendentes e descendentes, por ato inter vivos ou de última vontade, abrangendo seus bens de forma total ou parcial, desde que respeitados parâmetros legais, tais como a reserva de legítima e a tutela do mínimo para que o estipulante viva com dignidade (art. 2.018, CC). Esta modalidade poderá ser feita por doação, quando a divisão de bens entre os herdeiros terá efeito imediato, ou por testamento, que só produz efeitos com a morte do ascendente.

Qual a relação entre Inventário e Partilha?

Nos termos do art. 1.784, CC, com a morte da pessoa natural, seus bens se transmitem aos sucessores (que podem ser legítimos ou testamentários), por meio do fenômeno conhecido por “saisine”. Como o patrimônio do falecido é uma universalidade jurídica de bens, é necessário proceder-se à definição do que o compõe, além da especificação do que é de cada um dos sucessores. Essas duas tarefas são realizadas, respectivamente, por meio do inventário e da partilha.

O inventário e a partilha são, assim, duas fases procedimentais distintas e sucessivas. Após o encerramento da fase procedimental correspondente ao inventário, em regra, passa-se à fase da partilha. Portanto, no primeiro momento, se busca identificar o patrimônio, com a indicação dos bens, créditos, débitos e demais direitos de natureza patrimonial que compõem o acervo hereditário. Finalmente, em procedimento posterior, na partilha, divide-se esse acervo entre os sucessores.

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2 TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 8ª Ed., São Paulo: Editora Método, 2018. p. 1874.

3 CARVALHO, Dimas Messias; CARVALHO, Dimas Daniel. Direito das Sucessões: Inventário e Partilha. 3ª edição. Belo Horizonte:

Editora Del Rey, 2012, p. 291.

4 IDEM p. 1875 – 1885.

5 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 9ª edição. Salvador: Editora Jus Podivm; 2017, p. 963.

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8 O que é a Ação de Anulação de Partilha e qual a natureza de seu prazo?

A ação de anulação de partilha está prevista no art. 2.027, CC e art. 657, CPC e pode ser conceituada como a ação adequada para desconstituição da sentença de partilha amigável (extrajudicial)

6

. Assim, ocorre a anulatória quando a partilha está viciada com os defeitos do negócio jurídico em geral, tais como dolo, coação, erro essencial, intervenção de incapaz e, de acordo com a doutrina

7

, até mesmo lesão, fraude contra credores e estado de perigo, em que pese não aparecerem expressamente no ordenamento legal.

O prazo de um ano para anular a partilha extrajudicial será contado de forma diferente a depender do vício que se alega, conforme o que estipula o parágrafo único do art. 657, CPC e deve-se sempre estar atento a isso.

No entanto, questão essencial é saber que, sendo o direito de anular sentença um direito potestativo, é indiscutível a natureza decadencial desse prazo. Não há que se falar, portanto, em prescrição, uma vez que, tratando-se a ação anulatória de ação desconstitutiva ou constitutiva negativa de ato ou negócio, o prazo é de decadência. Os prazos prescricionais, por seu turno, são próprios das ações condenatórias

8

.

Qual a diferença entre as ações Anulatória e Rescisória de Partilha?

É importante destacar essa breve diferença, que pode nos levar a alguma confusão. Tanto a ação anulatória, quanto a ação rescisória de partilha são instrumentos cabíveis para desconstituição da sentença de partilha já transitada em julgado. No entanto, o tipo de ação adequada depende da espécie de partilha. Assim:

1) Tendo sido a partilha amigável, a sentença meramente homologatória do acordo de vontade das partes será desconstituída por meio de ação anulatória, nos termos do art. 657, CPC.

2) Tendo sido a partilha judicial, a sentença que definiu a partilha será desconstituída após o trânsito em julgado por meio de ação rescisória, nos termos do art. 658, CPC.

O que é outorga conjugal e em que ações o cônjuge deve ser citado

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?

A outorga conjugal é um requisito para que a pessoa casada possa praticar validamente determinados negócios jurídicos (no que tange ao direito material) e para que possa ter plena capacidade processual (no que tange ao direito processual). Consiste, assim, em autorização ou concordância do cônjuge e será exigida em todos os regimes de bens, salvo no de separação absoluta.

Importante mencionar que outorga conjugal é o melhor termo para se referir ao instituto, de modo que abrange tanto a chamada outorga uxória (quando a autorização é proveniente da mulher), quanto a outorga marital (quando do homem).

O art. 1.647, CC, enumera quais atos não podem ser praticados validamente sem o outorga conjugal. São eles:

1) Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

2) Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

3) Prestar fiança ou aval;

4) Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.

Assim, caso algum negócio jurídico tenha sido realizado sem esse requisito, ele será anulável, a ser pleiteada pelo cônjuge que não consentiu no prazo de até 2 anos depois de terminada a sociedade conjugal, nos termos do art. 1.649, CC.

Dessa forma, acerca da outorga conjugal no Direito Processual Civil, pode-se dizer que as pessoas casadas sofrem uma restrição em sua capacidade processual, quando participam de ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Exige-se, assim, que a capacidade seja integrada, por um lado, com a apresentação, por aquele que propõe a demanda, da outorga de seu cônjuge e, por outro, da citação de ambos os cônjuges quando forem réus.

É preciso, no entanto, distinguir algumas situações. Quanto ao polo ativo das ações que versem sobre direito real imobiliário, pode ocorrer 2 hipóteses distintas, com efeitos também diferentes:

1) Se o bem objeto da ação pertencer somente a um dos cônjuges, só ele será o autor. No entanto, como a ação versa sobre direito real, o outro cônjuge, conquanto não proprietário, terá de dar a outorga conjugal, salvo

6 IDEM, p. 985

7 IDEM, p. 1889

8 IDEM, p. 985.

9 GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Editora Saraiva; 2015, p. 219-222.

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9 se o regime de bens for o da separação absoluta. Neste caso, a ação não deverá ser proposta por ambos os cônjuges em litisconsórcio, de modo que aquele que concede a autorização, não será parte.

2) Pode ocorrer, contudo, de o bem objeto do litígio pertencer a ambos os cônjuges. Neste caso, a ação que verse sobre direito real deverá ser proposta por ambos, em litisconsórcio necessário, salvo quando se tratar de ação reivindicatória ou possessória, uma vez que, nesta hipótese, por força do art. 1.314, CC, cada condômino poderá sozinho ir a juízo defender a coisa toda (litisconsórcio facultativo, portanto).

Já quanto ao polo passivo em ações que versem sobre direito real imobiliário, a lei determina que sejam citados ambos os cônjuges, em clara hipótese de litisconsórcio necessário. Essa citação ocorrerá ainda que se trate de bem de somente um deles. Assim, por exemplo, se uma pessoa casada tenha participado de uma invasão em um terreno alheio, ainda que seu cônjuge não tenha concorrido para a invasão, deverá ser citado para o polo passivo. É o que determina o art. 73, §§1º e 2º, CPC.

Quais são as principais classificações de Litisconsórcio

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?

Litisconsórcio é a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos de uma relação jurídica processual, que se reúnem para litigar em conjunto. Assim, o litisconsórcio comporta algumas classificações essenciais:

1) Quanto ao polo em que se forma:

1.1) Litisconsórcio Ativo: se a pluralidade de sujeitos se verificar exclusivamente no polo ativo da demanda;

1.2) Litisconsórcio Passivo: se a pluralidade de sujeitos se verificar exclusivamente no polo passivo da lide;

1.3) Litisconsórcio Misto: se a pluralidade de sujeitos se verificar em ambos os polos da lide.

2) Quanto ao momento em que se forma:

2.1) Litisconsórcio Inicial ou Originário: é formado desde a propositura da ação, já existindo no momento em que a petição inicial é apresentada em juízo;

2.2) Litisconsórcio Ulterior ou Posterior ou Incidental: é formado após a propositura da ação, vindo a se verificar durante o trâmite procedimental.

3) Quanto à obrigatoriedade de sua formação:

3.1.) Litisconsórcio Necessário: verifica-se nas hipóteses em que é obrigatória sua formação, seja por expressa determinação legal, seja em virtude da natureza indivisível da relação material da qual participavam os litisconsortes.

3.2) Litisconsórcio Facultativo: existe uma mera opção de sua formação; dependerá da conveniência que a parte acreditar existir no caso concreto em litigar em conjunto.

4) Quanto ao destino dos litisconsortes:

4.1) Litisconsórcio Unitário: sempre que o juiz estiver obrigado a decidir de maneira uniforme para todos os litisconsortes.

4.2) Litisconsórcio Simples: sempre que for possível uma decisão de conteúdo diverso para cada um dos litisconsortes. O litisconsórcio será simples ainda que o juiz decida de forma igual para os litisconsortes, mas desde que não esteja obrigado a fazer isso.

ATENÇÃO!

É importante atentar-se para cada uma das classificações acima, de modo a não confundir os fenômenos entre si.

Assim, o litisconsórcio necessário não precisa ser obrigatoriamente unitário, podendo ser também simples.

Neste sentido, caso seja necessário e unitário e não tenha sido formado, eventual sentença será nula. Se, por outro lado, por necessário e simples, a sentença será ineficaz para os que não integraram o processo. É o que define o art. 115, CPC. Isso se dá porque ninguém pode sofrer os efeitos de uma decisão proferida em processo no qual não participou.

Ademais, é possível existir também um litisconsórcio facultativo unitário, como é o caso de hipótese legal de legitimidade extraordinária concorrente. Nesta espécie de legitimação, a lei permite que somente um dos legitimados defenda o interesse de terceiros em nome próprio, não obstante seja admissível que todos os legitimados litiguem em conjunto. É o que acontece com a ação civil pública, por exemplo, em que, o formação

10 IDEM, p. 309-311

(10)

10 do litisconsórcio ativo é facultativa, mas, uma vez formado, a decisão deverá ser uniforme a todos os litisconsortes

11

.

JURISPRUDÊNCIA!

1) No caso de a anulação de partilha acarretar a perda de imóvel já registrado em nome de herdeiro casado sob o regime de comunhão universal de bens, a citação do cônjuge é indispensável, tratando-se de hipótese de litisconsórcio necessário

12

.

2) A coisa julgada material formada em virtude de acordo celebrado por partes maiores e capazes, versando sobre a partilha de bens imóveis privados e disponíveis e que fora homologado judicialmente por ocasião de divórcio consensual, não impede que haja um novo ajuste consensual sobre o destino dos referidos bens, assentado no princípio da autonomia da vontade e na possibilidade de dissolução do casamento até mesmo na esfera extrajudicial, especialmente diante da demonstrada dificuldade do cumprimento do acordo na forma inicialmente pactuada. É desnecessária a remessa das partes à uma ação anulatória quando o requerimento de alteração do acordo não decorre de vício, de erro de consentimento ou quando não há litígio entre elas sobre o objeto da avença, sob pena de injustificável violação aos princípios da economia processual, da celeridade e da razoável duração do processo

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.

3) O cônjuge que apenas autorizou seu consorte a prestar aval, nos termos do art. 1.647 do Código Civil (outorga uxória), não é avalista. Dessa forma, não havendo sido prestada garantia real, não é necessária sua citação como litisconsorte, bastando a mera intimação

14

.

4) Reconhecimento da incidência da regra do art. 1.647, I, do CC sobre as uniões estáveis, adequando-se, todavia, os efeitos do seu desrespeito às nuanças próprias da ausência de exigências formais para a constituição dessa entidade familiar

15

.

VAI CAIR NA PROVA!

1) (CESPE – 2017 – DPE/DF – Defensor Público – Adaptada) Amélia, casada sob o regime de comunhão universal de bens, exerce empresa na qualidade de empresária individual. Para expandir seus negócios, planeja vender um imóvel que integra o patrimônio da empresa. Neste caso, Amélia não necessita de prévia outorga conjugal para vender o imóvel pertencente à empresa.

Certo ou errado?

2) (CESPE – 2018 – TJ/CE) – Juiz Substituto – Adaptada) Conforme classificação doutrinária, a herança, antes da formalização da partilha, pode ser considerada um bem de indivisibilidade legal e universalidade de fato.

Certo ou errado?

3) (FCC – 2018 – DPE/RS – Defensor Público – Adaptada): No que se refere ao instituto do litisconsórcio é correto afirmar que o CPC vigente consagra o princípio da independência entre os litisconsortes, mas abre exceção em caso de litisconsórcio unitário, ao permitir que os atos de um dos litisconsortes aproveitem aos demais.

Certo ou errado?

GABARITO COMENTADO!

1) CERTO – A venda de imóvel pertencente à empresa exercida por um dos cônjuges possui tratamento legal distinto das demais hipóteses de outorga conjugal que estudamos até agora. Assim, nos termos do art. 978 do Código Civil, o empresário não precisa da outorga conjugal para alienar imóveis integrantes do patrimônio da empresa, qualquer que seja o regime de bens.

2) ERRADO – A herança, de fato, é um bem indivisível por determinação legal, nos termos do parágrafo único do art. 1.791, CC. Desta forma, seria equivocado dizer que a herança é bem indivisível por convenção entre as

11 IDEM, p. 317

12 STJ. 3ª Turma. REsp 1.706.999-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 23/02/2021 (Info 686).

13 STJ. 3ª Turma. REsp 1623475/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, julgado em 17/04/2018.

14 STJ. 4a Turma. REsp 1475257/MG, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, julgado em 10/12/2019,

15 STJ. 3ª Turma. REsp 1424275/MT, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, julgado em 04/12/2014

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11 partes, por exemplo, já que é o próprio ordenamento jurídico que estipula sua natureza. Não obstante, a herança constitui uma universalidade jurídica, de direito e não de fato. Isso porque a universalidade jurídica é uma pluralidade de relações jurídicas a que uma lei, com o intuito de produzir certos efeitos, confere unidade, como é o caso da herança (caput, art. 1.791, CC). Diferentemente, a universalidade de fato é um complexo de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa e por sua vontade, tenham destinação unitária. É o caso, por exemplo, de uma biblioteca.

3) CERTO – Desde o CPC/73, consagrou-se a regra da autonomia na atuação dos litisconsortes, de modo que eles são considerados em suas relações com a parte adversa como litigantes distintos, sendo que seus atos e omissões não prejudicam ou beneficiam os outros. A partir do CPC/15, no entanto, apesar da regra geral ser mantida, criou-se uma exceção: benefício dos litisconsortes unitários. Dessa forma, os atos e omissões do litisconsorte simples não beneficiam ou prejudicam os demais, já os atos e omissões do litisconsorte unitário não prejudicam os demais, mas podem os beneficiar

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.

TOME NOTA!

Código Civil

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III - prestar fiança ou aval;

IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.

Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.

Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.

Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

Art. 2.027. A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos.

Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.

Código de Processo Civil

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

16 IDEM, p. 324.

(12)

12 I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:

I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;

II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.

Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966.

Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse prazo:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;

II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;

III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 658. É rescindível a partilha julgada por sentença:

I - nos casos mencionados no art. 657;

II - se feita com preterição de formalidades legais;

III - se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja.

Referências

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