Linguagem Radiofônica
Aula 2 – História do rádio
O Surgimento do Rádio
• O desenvolvimento do rádio como MCM faz parte da expansão capitalista.
• Apesar do senso comum atribuir a invenção do rádio ao italiano Guglielmo Marconi, a radiodifusão é resultado de vários pesquisadores em diversos países. As pesquisas vão desde a telegrafia e telefonia com fios até a primeira transmissão de som sem fios em 24/12/1906.
(transmissão em AM)
• Em 1916, o russo David Sarnoff viu a possibilidade de usar o rádio como um MCM, mas apenas em 1920 Frank Conrad desenvolveu a tecnologia e os conceitos
empresariais da radiodifusão.
(Ferraretto, 88-89)Rádio no mundo
Nos EUA, as emissoras estão ligadas a grandes grupos empresariais.
• A partir da RCA (Radio Corporation of America), da qual fariam parte a Westinghose, a Western Eletric e a United Fruit. Surge a primeira rede norte-americana em
15/11/1926, a NBC (National Broadcasting Corporation).
• Em 1928 surge a CBS (Columbia Broadcasting System) que em 1934 já controlava 97 afiliadas.
• Em 1943 surge a ABC (American Broadcasting Company).
Na Europa, o avanço foi mais lento e com características diferentes
• Em 1922 surge a BBC (British Broadcasting Company),
estatizada pelo governo britânico em 1926. A radiodifusão
passa a ser concebida como um serviço público alheio aos
interesses radiofônicos e independente do governo.
Rádio no Brasil
A implantação do rádio no Brasil acontece pelo
desenvolvimento do capital, em especial pelo desejo de ampliação do mercado norte-americano.
• Em 7/09/1922, a Westinghouse faz uma demonstração
pública de radiodifusão no Rio de Janeiro, com discursos do presidente Epitácio Pessoa e trechos de O Guarani.
• A demonstração feita pelo capital norte-americano
empolgou pioneiros como Edgard Roquette-Pinto, que em 1923 funda a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
(áudio 1)
• A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro preocupa-se com a difusão cultural e é marcada por um certo elitismo: notícias de interesse geral, conferências literárias, artísticas e
científicas, números infantis e de poesia. Porém Roquette-
Pinto reconhece que o rádio é “o jornal de quem não sabe
ler, é o divertimento gratuito do pobre”.
• Na década de 20, o salário médio de um trabalhador era de 80 mil a 120 mil réis, enquanto que o consumo médio superava 207 mil réis. Os aparelhos eram caros.
• A primeira rádio que obteve autorização para venda de espaço publicitário foi a Rádio Clube do Brasil, em 1924.
• O desenvolvimento da indústria, das cidades e das massas operárias, faz do rádio um instrumento de massa a partir da década de 30.
• De 1923 a 1930 surgem várias emissoras e em 1932 a publicidade é regulamentada, dando início à indústria de comunicação no Brasil.
• Com a regulamentação da publicidade, o capitalismo brasileiro ganha espaço para atingir a população, incluindo os analfabetos e sepultando os objetivos educacionais de Roquette-Pinto. (
pags104-106)• O pernambucano Adhemar Casé, inspirado na NBC e na BBC aluga o horário das 20h à meia-noite de domingo na Rádio Philips. Ele percebeu que as músicas populares faziam mais sucesso e dedicou o programa todo a elas. No Programa do Casé, que valorizava a publicidade, surge o primeiro jingle do Brasil. Em ritmo de Fado, o compositor Gabriel
Nassara, fez o jingle da Padaria Bragança (pág. 106).
Uso político do Rádio
A rádiodifusão serve para consolidar uma unidade nacional necessária à modernização do país.
• Em 22/07/1935, o governo Vargas cria o programa Hora do Brasil, que divulgava as realizações do governo (áudios).
• Em 1939 do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) passa a controlar a programação do rádio. Em 1946, já sob Dutra, a Hora
transforma-se na Voz do Brasil.
As maiores rádios da década de 30
• Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que entra no ar em 12 de setembro de 1936. Em 1940, o Estado encampa a rádio
• Rádio Record, que vai ao ar em 11 de junho de 1931.
• A rádio de maior sucesso é a Mayrink Veiga, que surgiu em 1934. Lá, em 1933 César Ladeira cria audições para os grandes cantores da
época, todos com slogans: Carmem Miranda, a pequena notável;
Orlando Silva, o cantor das multidões.
A AMERICANIZAÇÃO DO BRASIL
A AMERICANIZAÇÃO DO BRASIL
Entre Guerras: Crescimento do Fascismo, campanha dos EUA contra o nazismo
II Guerra Mundial: Aliados vs. Eixo
Sedu Sedu ç ç ão do Brasil ão do Brasil
Brasil: controle do Atlântico Sul, proximidade com o norte da África. O Objetivo da burocracia norte-americana: tornar o Brasil aliado dos EUA no combate ao Nazismo. Não por intervenção, mas por seduseduçção. ão “Se o Governo, a população e as instituições brasileiras considerassem o modelo de desenvolvimento capitalista norte-americano o ideal, o Brasil se tornaria um aliado natural dos EUA”.
Política da Boa Vizinhança – criação da fábrica de ideologias: uso do rádio, cinema e revistas que difundiam, no Brasil, o
desenvolvimento econômico e cultural dos EUA.
Mão dupla:
Mão dupla: criações da indústria cultural norte-americana para incentivar a
burguesia estadunidense a “investir” no processo de sedução brasileiro e cativar ainda mais a América Latina.
Os programas de rádio eram produzidos em conjunto pelos burocratas da OCIAA em conjunto com as grandes redes NBC, ABC e CBS e transmitidos para o Brasil em ondas curtas.
Grade da programação feita nos EUA e publicada em revistas e jornais brasileiros
* O processo de sedução coincide com a transformação da imprensa em indústria jornalística. indústria jornalística
* Concomitante – ou até
responsável – pela massificação do rádio.
* A indústria do cinema construiu
modelos a serem seguidos.
Radiojornalismo
• Repórter Esso (28/8/1941) - áudios de 4 a 8, 11 e 12
O Futebol no rádio: as primeiras transmissões de Copa do Mundo - áudios 9 e 10 Radionovelas
• Desde os anos 30, estórias eram dramatizadas nos microfones da Mayrink Veiga, Record e Nacional
• Maior sucesso: Direito de Nascer (1951 a 1956) - Áudios 20, 21, 22 (pág. 119) Programas de auditório
• Mistura de programa radiofônico, show musical, espetáculo de teatro e variedades.
Criaram ídolos.
• Sucessos: Ary Barroso (calouros), Paulo Gracindo, Manoel Barcelos e César de Alencar. Os programas eram patrocinados e às vezes recebiam o nome de seu patrocinadores. Áudios 13, 14,16, 17, 18 (pág. 121)
Programas humorísticos
O humor surge no rádio em 1931. Durante a década de 30, várias duplas caipiras fazem sucesso, como Alvarenga e Ranchinho.
Os grandes programas se popularizaram na década de 40: PRK 30, Balança mas não cai, Tancredo e Tancrado e Piadas do Manduca - Áudios 15, 19.