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Infohabitar, Ano X, n.º 494

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Academic year: 2021

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Infohabitar, Ano X, n.º 494

Equilíbrios dimensionais e de privacidade

Artigo LVI da Série habitar e viver melhor

António Baptista Coelho

Nota inicial:

Os temas em seguida abordados, foram desenvolvidos, pelo autor, para o estudo “Guia do comprador de habitação”, editado pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor de Portugal em 1991.

Desenvolvem-se, em seguida, algumas considerações sobre o equilíbrio com que se distribui o espaço na habitação e as respetivas consequências na adequação aos tipos de família e de modo de vida.

Diversas situações-tipo a considerar:

Os quartos, a sala e a cozinha têm dimensões razoáveis e habituais.

Importa, no entanto, ter em conta o que consideramos como dimensões razoáveis e habituais nos principais compartimentos habitacionais, uma matéria que nos pode levar longe; sendo aqui, para já, apenas referido, que nesta consideração não deveremos ter em conta dimensões de áreas e de extensões lineares

mínimas, ou mesmo pouco acima das mínimas – e assim teremos, por exemplo cozinhas com cerca de 10 m2, quartos com cerca de 12 m2, salas polivalentes com cerca de 20 m2 e ausência de dimensionamentos lineares (ex., larguras de

compartimentos) mínimas, que são aquelas associadas a situações em que o respetivo mobiliário corrente deixa muito pouco espaço de sobra para circulação e/ou mobiliário complementar.

Um dimensionamento deste tipo poderá servir muitas formas de viver, mas temos de considerar que não será financeiramente possível desenvolver todas as

promoções habitacionais com este desafogo espacial.

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Quartos pequenos, mas sala e cozinha espaçosas.

Os quartos são mais pequenos, mas a sala e a cozinha são maiores; a casa favorece famílias com filhos pequenos ou com vida social ativa (recebendo frequentemente amigos e familiares).

Quartos espaçosos, mas sala e cozinha mais pequenas

Os quartos são maiores e a sala e a cozinha mais pequenas; a casa favorece famílias com filhos crescidos ou vivendo com familiares idosos; também acolhe bem actividades profissionais no domicílio, desde que um dos quartos seja relativamente independente (acessível da porta da rua).

Um dos quartos é maior do que os outros

Um dos quartos é significativamente maior do que os outros; a casa favorece famílias com hábitos tradicionais relativamente a um tratamento preferencial do

"quarto de casal", desde que o quarto maior esteja próximo de uma casa de banho.

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3 Os quartos são todos idênticos

Os quartos são todos idênticos; a casa favorece famílias em mutação ou desenvolvimento, facilitando mudanças na ocupação dos quartos e nas contiguidades, usando-se o mesmo mobiliário.

Sala grande e cozinha pequena

A sala é grande e a cozinha é pequena; a casa favorece famílias com "hábitos citadinos", que passam pouco tempo em casa, que comem fora muitas vezes (casal trabalha e passa os dias de semana fora de casa), que consomem refeições fáceis de preparar e que por outro lado dão uso real à sala de estar, que não é só a sala de visitas (é onde estão, comem, trabalham e recebem).

Cozinha grande e sala pequena

A cozinha é grande e a sala é pequena; a casa favorece famílias com hábitos rurais ou "pouco citadinos", que passam muito tempo em casa, que aí preparam e tomam refeições frequentemente (casal não trabalha fora ou trabalha perto e usa muito a habitação durante a semana), que consomem refeições com elaborada preparação e que por outro lado não dão uso real e frequente à sala de estar, que é, essencialmente, uma "sala de visitas".

Equilíbrio entre privacidade e desenvolvimento de zonas de entrada e circulação

O equilíbrio entre privacidade e poupança de zonas de entrada e circulação joga- -se, essencialmente, na cuidadosa ponderação dos dois seguintes conjuntos de aspectos:

(i) Opção entre o desenvolvimento de uma sala relativamente aberta para a entrada da casa e para a zona de circulação que dá acesso aos quartos, ou pela criação de uma zona de estar recatada e tornada independente da entrada e da zona de acesso aos espaços mais íntimos da habitação.

(ii) Opção entre o desenvolvimento de uma zona de entrada relativa, ou totalmente, aberta para a sala comum e/ou para a zona de circulação que dá acesso aos quartos, ou pela criação de um hall/vestíbulo, relativamente espaçoso, recatado, agradável (ex., recebendo luz natural), encerrado e

proporcionando acessos alternativos às diversas zonas da habitação (zonas íntima, social e de serviço).

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4 Infohabitar a Revista do Grupo Habitar Editor: António Baptista Coelho

Grupo Habitar (GH) - Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional

Núcleo de Estudos Urbanos e Territoriais (NUT) do LNEC Edição de José Baptista Coelho

Lisboa, Encarnação – Olivais-Norte

Infohabitar, Ano X, n.º 494, 5 de agosto de 2014

Etiquetas: arquitectura na UBI, Arquitetura da UBI, dimensões da habitação, equilíbrios de áreas na habitação, escolhas dimensionais na habitação, habitação, áreas na habitação

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