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Relatório de Estágio – Os Desperdícios na Indústria Têxtil

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Academic year: 2021

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Relatório de Estágio – Os Desperdícios na Indústria Têxtil

Carlos Miguel Marques da Silva

Orientadoras: Prof. Doutora Kátia Lemos Prof. Doutora Verónica Ribeiro

Barcelos, fevereiro 2018

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Relatório de Estágio – Os Desperdícios na Indústria Têxtil

Carlos Miguel Marques da Silva

Orientadoras: Prof. Doutora Kátia Lemos Prof. Doutora Verónica Ribeiro

Barcelos, fevereiro 2018

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DECLARAÇÃO

Nome

Carlos Miguel Marques da Silva

Endereço eletrónico: cmmarquesdasilva@gmail.com

Telemóvel: 919644608

Número do Cartão de Cidadão: 13776201 1ZY1

Título do Relatório de estágio: Os desperdícios na indústria têxtil

Orientadoras:

Prof. Doutora Kátia Lemos Prof. Doutora Verónica Ribeiro

Ano de conclusão: 2018

Designação do Curso de Mestrado:

Mestrado em Contabilidade e Finanças.

DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTE RELATÓRIO DE ESTÁGIO.

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, fevereiro 2018

Assinatura: ________________________________________________

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RESUMO

A realização do estágio possibilita um contacto, em contexto real, com as atividades associadas ao exercício da profissão de Contabilista Certificado proporcionando assim a colocação em prática dos conhecimentos adquiridos no decurso da componente letiva.

A sua realização implicou uma experiência muito enriquecedora no âmbito das práticas contabilísticas e fiscais, aliadas ao cumprimento das obrigações fiscais e legais a que as empresas estão sujeitas.

A existência de desperdícios é uma consequência da atividade industrial e é transversal a todas as indústrias, representando um acréscimo de custos para as empresas.

Os desperdícios são originados em função da dimensão e do tipo de atividade industrial podendo ter um impacto mais ou menos significativo na estrutura de custos das empresas.

No setor têxtil, nomeadamente, nas empresas ligadas à área da confeção, são vários os desperdícios industriais gerados.Uma das formas de minimizar esses desperdícios têxteis é a reciclagem, o Zero Waste e o upcycling.

Em Portugal, a indústria têxtil tem um peso significativo em termos económicos, por força do volume de exportações e em termos do emprego. Os empresários devem ser sensibilizados para a análise do impacto dos desperdícios nos custos das empresas. Assim, a tomada de medidas que possibilitem a redução dos desperdícios são necessárias para que se possa garantir a sustentabilidade do setor no nosso país.

No inquérito efetuado às empresas conclui-se que utilizam a reciclagem como modo preferencial para tratamento dos desperdícios. Estes geram custos que acabam por ser incorporados no preço final.

Palavras-chave: desperdícios, custos de produção, indústria têxtil, confeção.

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ABSTRACT

The accomplishment of the curricular stage allows a contact, in real context, with the activities connected to the exercise of Certified Accountant profession, allowing the practice of the knowledge acquired during the course component.

The realization of this project has been a very enriching experience in accounting and tax practices, allied with compliance with the tax and legal obligations to which the companies are attached.

The existence of waste is an industrial activity consequence and it´s transversal to all the industries, representing an additional cost to companies.

Waste depends of the size and type of industrial activity and can have a more or less significant impact on the cost structure of the companies.

In the textile sector, and in particular, around the confection companies, are different the industrial waste created.One of the ways to minimize these textile waste is recycling, Zero Wasting and upcycling.

In Portugal, the textile industry has a lot of economic importance, because of its volume of exports and employment. Businessmen should be sensitized to analyse the impact of waste on business costs. So, the combat of waste and decision-making which can promote its reduction are the necessary measures to ensure the sector´s sustainability, in our country.

In the investigation carried out to the companies it is concluded that they use the recycling like preferential mode for treatment of the wastes. Waste generates costs that end up being incorporated in the final price.

Key-words: waste, production costs, textile industry, confection.

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AGRADECIMENTOS

Um agradecimento em especial à Professora Doutora Kátia Lemos e à Professora Doutora Verónica Ribeiro, pela paciência, por todo o apoio, pelas criticas e opiniões, pela colaboração e pela confiança que me deram nesta fase final do meu curso.

A todos os Professores do IPCA que lecionaram o Mestrado em Contabilidade e Finanças, pelo profissionalismo incontestável, pela estima e por me terem acolhido de uma forma única ao longo deste curso. A todos os meus sinceros agradecimentos pela dedicação e pelos conhecimentos transmitidos.

Aos meus amigos, pelo companheirismo, pelos diálogos, pela força, por estarem presentes nos momentos bons mas também nos menos bons ao longo deste percurso, revelaram-se uma verdadeira família.

Agradeço acima de tudo aos meus pais, namorada e a toda a minha família, que sempre me acompanharam ao longo deste trajeto, que me deram as condições necessárias para conseguir progredir, colaborando para o meu sucesso pessoal e académico.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNC - Ativos Biológicos Não Consumíveis AFT - Ativos Fixos Tangíveis

AI - Ativos Intangíveis

APNOR - Associação de Politécnicos do Norte AT - Autoridade Tributária e Aduaneira

BdP - Banco de Portugal

CA - Custo de Aquisição

CAE - Classificação de Atividade Económicas Portuguesas por Ramos de Atividade

CC - Contabilista Certificado CCOM - Código Comercial

CCSNC - Código de Contas do Sistema de Normalização Contabilística CIRC - Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas CIRS - Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares CIS - Código do Imposto do Selo

CIVA - Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

CRCSPSS - Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social

CSC - Código das Sociedades Comerciais

DR - Decreto Regulamentar

EIRL - Estabelecimentos Individuais de Responsabilidade Limitada ESG - Escola Superior de Gestão

FCT - Fundo de Compensação do Trabalho

FGCT - Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional IES - Informação Empresarial Simplificada

IGFSS - Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P.

INE - Instituto Nacional de Estatística

IPCA - Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas IRS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

IS - Imposto do Selo

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado LGT - Lei Geral Tributária

ME - Mecanismo Equivalente

Mod. - Modelo

NCRF (NCRF’s)- Norma(s) Contabilística(s) e de Relato Financeiro

- Número

NIF - Número de Identificação Fiscal

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OCC - Ordem dos Contabilistas Certificados OROC - Ordem dos Revisores Oficiais de Contas PEC - Pagamento Especial por Conta

PIA - Perdas por Imparidade Acumuladas PInv - Propriedades de Investimento

PPC - Pagamento por Conta

RGIT - Regime Geral das Infrações Tributárias

RIEEPOCC - Regulamento de Inscrição, Estágio e Exames Profissionais da Ordem dos Contabilistas Certificados

RITI - Regime do Imposto sobre o Valor Acrescentado nas Transações Intracomunitárias

ROC (ROC’s) - Revisor(es) Oficial(ais) de Contas

SAFT-PT - Standard Audit File for Tax Purposes - Portuguese Version SNC - Sistema de Normalização Contabilística

SS - Segurança Social

TSU - Taxa Social Única

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ÍNDICE

RESUMO ...i

ABSTRACT ... iii

AGRADECIMENTOS ...v

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... vii

ÍNDICE DE FIGURAS ... xiii

ÍNDICE DE TABELAS ... xv

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... xvii

INTRODUÇÃO ... 1

1 – Organização de acolhimento do estágio curricular ... 5

2 - Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio Curricular ... 9

2.1. - Cumprimento dos requisitos da Ordem dos Contabilistas Certificados ... 9

2.2. - Receção, organização, separação dos documentos ... 12

2.3. - Classificação dos vários documentos contabilísticos ... 13

2.4. Lançamento dos documentos contabilísticos na aplicação informática Eticadata ... 14

2.5. - Envio através da internet de ficheiros SAFT ... 15

2.6. - Processamento e lançamento dos salários ... 15

2.6.1 - Contribuições para a Segurança Social ... 16

2.6.2 - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ... 18

2.6.3 - Processamento e Pagamento de Remunerações ... 18

2.6.3.1 - Exemplo prático de Processamento de Salários ... 21

2.6.4 - Fundos de Garantia do Trabalho ... 24

2.7 - Declaração Modelo 10 ... 25

2.8 - Controlo Interno ... 26

2.9 - Obrigações Fiscais ... 27

2.9.1 - Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) ... 27

2.9.1.1 - Modalidades das isenções ... 28

2.9.1.2 - Apuramento do IVA ... 29

2.9.1.3 - Exemplo prático de apuramento do IVA ... 30

2.9.2 - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ... 32

2.9.3 - IRC ... 35

2.9.3.1 - Processo de apuramento do IRC... 36

2.9.3.2 - Exemplo prático de cálculo do IRC ... 39

2.9.4 - Pagamento por Conta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas .... 40

2.9.5 - Pagamento especial por conta de IRC ... 41

2.9.6 - Colaboração no preenchimento da Declaração Anual ... 42

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2.10 - Encerramento de contas e preparação das demonstrações financeiras e restantes

documentos que compõem o “dossier fiscal” ... 43

2.11 - Conduta ética e deontológica associada à profissão ... 44

3.1 - Relevância do tema em estudo ... 47

3.2 – A indústria têxtil em Portugal... 47

3.2.1 – Distribuição geográfica das empresas ... 48

3.2.2 – Contributo para a economia portuguesa ... 50

3.2.2.1 – Balança Comercial ... 50

3.2.2.2 – Emprego ... 52

3.2.3 – Principais desafios para a indústria têxtil portuguesa ... 52

3.3 – Desperdícios e produção defeituosa ... 53

3.3.1 – Conceito de desperdícios ... 53

3.3.2 – Produção defeituosa ... 55

3.4 – Os desperdícios na indústria têxtil ... 56

3.4.1 – Identificação dos desperdícios na indústria têxtil ... 56

3.4.2 – Reaproveitamento dos desperdícios da indústria têxtil ... 57

3.4.2.1 – Movimento “Zero Waste” ... 57

3.4.2.2 - Reciclagem... 58

3.4.2.3 – Upcycling ... 58

3.5 – Custos de produção ... 59

3.5.1 – Identificação dos principais custos de produção... 59

3.5.2 – Peso dos desperdícios nos custos de produção ... 60

3.5.3 – A formação do preço de venda ... 61

3.6 – Estudo empírico ... 62

3.6.1 - Objetivos do estudo ... 62

3.6.2 - Metodologia ... 62

3.6.3 - Caracterização do inquérito ... 63

3.6.4 - Caracterização da amostra ... 63

3.6.5 - Resultados do Inquérito realizado às empresas ... 65

3.6.6 - Conclusões do inquérito ... 69

CONCLUSÃO ... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 73

Anexos e Apêndices ... 75

Anexo 1 – Recibo de Vencimento ... 77

Anexo 2 – Declaração de Remunerações enviada para a Segurança Social ... 78

Anexo 3 – Declaração para Efetuar Pagamento à Segurança Social ... 79

Anexo 4 - Declaração Periódica do Imposto sobre o Valor Acrescentado ... 80

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xi Anexo 5 – Declaração de Rendimentos Modelo 22 de Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Coletivas ... 81

Anexo 6 – Comprovativo de Entrega do Modelo 10 ... 91

Anexo 7 – Declaração de Rendimentos Modelo 3 de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ... 92

Anexo 8 – Guia de Pagamento por Conta de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas ... 101

Anexo 9 – Folha de Rosto da Declaração Empresarial Simplificada ... 102

Anexo 10 – Mapa de depreciações e amortizações ... 103

Apêndice 1 – Inquérito às Confeções ... 104

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Logótipo da Organização de Acolhimento do Estágio Curricular ... 5

Figura 2 - Etapas de tratamento dos documentos ... 14

Figura 3 - Vista Geral do Software Eticadata ... 15

Figura 4 - Adesão ao Fundo de Compensação do Trabalho ... 24

Figura 5 - Isenção Completa em Sede de IVA ... 28

Figura 6 - Isenção Simples em Sede de IVA ... 28

Figura 7 - Apuramento do Imposto sobre o Valor Acrescentado ... 30

Figura 8 - Cálculo de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ... 35

Figura 9 - Cálculo do Resultado Líquido do Período ... 36

Figura 10 - Apuramento do Lucro Tributável ou Prejuízo Para Efeitos Fiscais ... 37

Figura 11 - Apuramento de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas Liquidado ... 38

Figura 12 - Apuramento de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas a Pagar ou a Receber ... 39

Figura 13 - Pagamento Especial por Conta de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas ... 42

Figura 14- Mensuração dos desperdícios ... 54

Figura 15- Desperdícios Têxteis ... 56

Figura 16- Zero Waste na indústria têxtil ... 57

Figura 17- Upcycling na indústria têxtil ... 59

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Taxas Contributivas para a Entidade Empregadora e para o trabalhador ... 18 Tabela 2 - Taxas de IVA no Território Português ... 27 Tabela 3 - Aplicação Real de Cálculo de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas ... 40 Tabela 4- Custos da indústria têxtil ... 60

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Distribuição geográfica das empresas têxteis (localização) ... 48

Gráfico 2- Distribuição geográfica das empresas têxteis (por volume de negócios) ... 49

Gráfico 3- Distribuição geográfica das empresas têxteis (por emprego) ... 49

Gráfico 4- Evolução da balança comercial na indústria têxtil (Milhões €) ... 51

Gráfico 5- Exportações e importações na indústria têxtil (Milhões €) ... 51

Gráfico 6- Emprego na indústria têxtil ... 52

Gráfico 7- Número de trabalhadores ... 63

Gráfico 8- Número de anos de atividade da empresa ... 64

Gráfico 9- Tipologia jurídica ... 64

Gráfico 10- Localização geográfica ... 65

Gráfico 11- Peso dos desperdícios ... 66

Gráfico 12- Tipo de desperdícios gerados ... 66

Gráfico 13- Aproveitamento dos desperdícios ... 67

Gráfico 14- Formação do preço de venda ... 68

Gráfico 15- Medidas para redução dos desperdícios ... 68

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INTRODUÇÃO

O relatório de estágio que se apresenta surge na sequência da realização do estágio curricular, no âmbito do Mestrado em Contabilidade e Finanças e aborda a temática dos desperdícios na indústria têxtil, especificamente, na área ligada à confeção. O interesse pelo tema foi uma consequência do estágio curricular, na medida em que foi possível trabalhar com várias empresas ligadas a esta atividade que, na nossa região, têm um peso muito significativo em termos de emprego e económicos. Desse modo, entendemos que era importante aferir da real dimensão dos desperdícios têxteis na estrutura de custos das empresas e, de que forma, esses custos se repercutem no preço de venda dos produtos. Nesse sentido, o estágio foi um instrumento de aprendizagem e aplicação prática de conhecimentos, na medida em que apresenta como principal objetivo a adequação dos conhecimentos adquiridos com a sua aplicação prática, num contexto real associado ao exercício da profissão.

O presente trabalho encontra-se estruturado em três capítulos que, apesar de interligados, se distinguem quanto ao objeto tratado.

No primeiro capítulo, é apresentada a organização de acolhimento na qual decorreu o estágio curricular, sendo apresentados os seus sócios, os serviços que presta aos seus clientes, as atividades desempenhadas pelos funcionários e o software utilizado. Relativamente aos clientes, estes são bastante diversificados, quer em termos de enquadramento jurídico, quer em termos da área de negócios em que atuam.

No segundo capítulo, são descritas de forma detalhada as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular. Assim, foram desempenhadas as mais diversas atividades ligadas ao exercício da profissão de Contabilista Certificado, nomeadamente a receção e arquivo de documentos nos diários específicos, a classificação desses mesmos documentos, o lançamento desses documentos no software Eticadata, o envio de ficheiros SAFT, processamento de salários, preenchimento e envio de declarações oficiais, procedimentos de controlo interno e de encerramento de contas, entre outras. No decurso destas atividades foi possível consolidar todos os conhecimentos relativos às mais diversas questões de âmbito contabilístico e fiscal.

No terceiro capítulo, é abordada a temática dos desperdícios que correspondeu ao objeto da pesquisa efetuada. É salientada a relevância da temática em estudo no âmbito da indústria têxtil no nosso país dada a sua importância para a economia portuguesa e para a criação de emprego. De seguida, é apresentado o conceito de desperdício e de produção defeituosa e a forma como podem ser relevados em termos contabilísticos. São identificados os desperdícios gerados pela indústria têxtil e algumas formas de proceder ao seu reaproveitamento.

Posteriormente, é analisado o peso dos desperdícios nos custos de produção e o impacto que deles deriva na formação do preço de venda.

Por último, é apresentado um estudo que teve como principal objetivo avaliar o conhecimento que as empresas têm relativamente aos desperdícios gerados, a forma como procedem, ou não, ao seu reaproveitamento e o impacto provocado por esses desperdícios ao nível da sua estrutura de custos e da formação do preço de venda dos produtos.

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Por fim, teceram-se as principais conclusões do trabalho, as limitações do estudo e sugestões para uma futura investigação.

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Capítulo 1.

A Organização de Acolhimento do

Estágio Curricular

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1 – Organização de acolhimento do estágio curricular

O estágio curricular decorreu na empresa Alcino Freitas, Lda., conforme o logótipo apresentado na figura 1, com sede na Avenida D. Nuno Álvares Pereira, n.º 25, 3.º andar, Sala 308, 4750-324 Barcelos.

Trata-se de uma sociedade por quotas, que desenvolve atividades associadas à prestação de serviços de contabilidade, sendo a Classificação de Atividades Económicas Portuguesas por Ramos de Atividade (CAE), 69200 – Atividades de Contabilidade e Auditoria;

Consultoria Fiscal, e que conta no seu quadro de pessoal com quatro colaboradores.

A empresa foi constituída no dia 1 de janeiro de 2000, com a forma jurídica de sociedade por quotas e possui um capital social de 5.000,00 €. Desde a sua constituição, a atuação da sociedade pauta-se pela promoção e prestação de diferentes serviços e apoio aos seus clientes, fomentando uma relação de confiança que se traduz numa vantagem competitiva para ambas as partes.

A empresa está internamente informatizada. Todos os colaboradores utilizam o sistema informático como base para a realização do seu trabalho, utilizando para tal o programa de Contabilidade Eticadata.

No gabinete, os clientes estão repartidos entre Contabilidade Organizada e Contabilidade não Organizada. Tendo em conta o volume de negócios de cada empresa, o IVA é apresentado mensalmente ou trimestralmente.

De forma a cumprir com as suas obrigações, a organização tem no seu quadro de colaboradores quatro funcionários, sendo cada elemento responsável por empresas específicas, desenvolvendo atividades relativas a processamento de salários, envio de declarações para a Segurança Social e Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), resolução de assuntos contabilísticos, arquivo, lançamento de documentos contabilísticos no programa informático, etc.

Desta forma, a sociedade consegue resultados eficazes, apoiando os seus clientes e honrando atempadamente os seus deveres fiscais.

De forma a garantir uma permanente atualização dos conhecimentos e das competências dos seus colaboradores, a entidade procede com regularidade a ações de formação, permitindo que a cada momento sejam adotadas as políticas contabilísticas e fiscais mais adequadas e corretas.

Figura 1- Logótipo da Organização de Acolhimento do Estágio Curricular

Fonte: Organização de Acolhimento do Estágio Curricular "Alcino Freitas, Lda.".

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Capítulo 2.

Atividades Desenvolvidas Durante o

Estágio Curricular

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2- Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio Curricular

Ao longo do segundo capítulo são apresentadas e descritas as tarefas executadas no decurso do estágio. Estas tarefas encontram-se diretamente associadas ao exercício da atividade profissional do Contabilista Certificado e para a sua execução foram utilizados os conhecimentos e competências anteriormente adquiridos, bem como um conjunto de práticas e competências que foram adquiridas no contexto do próprio estágio.

As tarefas levadas a cabo permitem cumprir os requisitos exigidos pela OCC no art.º 9 do Regulamento de Inscrição, Estágio e Exame Profissionais.

2.1. - Cumprimento dos requisitos da Ordem dos Contabilistas Certificados

No decurso do estágio curricular foram respeitadas todas as práticas previstas no art.º 9 do Regulamento de Inscrição, Estágio e Exame Profissionais da OCC, conforme se demonstra a seguir:

Aprendizagem relativa à forma como se organiza a contabilidade nos termos do sistema de normalização contabilística ou outros planos de contas oficialmente aplicáveis, desde a receção dos documentos até à sua classificação, registo e arquivo;

Durante a realização do estágio, foram arquivados os documentos recebidos, sendo os mesmos classificados e ordenados por ordem cronológica, sendo posteriormente registados no software Eticadata.

Práticas de controlo interno;

Relativamente a este ponto foram feitas reconciliações bancárias, foram conferidos os saldos de clientes e fornecedores, foi feito o controlo das depreciações e amortizações, bem como o controlo das Declarações entregues.

Apuramento de contribuições e impostos e preenchimento das respetivas declarações;

No decurso do estágio, foram feitos diversos apuramentos de contribuições e impostos bem como o preenchimento das respetivas declarações, nomeadamente apuramento do IVA e preenchimento da respetiva Declaração Periódica, foram preenchidas declarações de Retenção na Fonte, declarações de Remunerações para a Segurança Social; Declarações Mensais de Remunerações (AT), SAFT, Declarações Modelo 3, Declarações Modelo 22, entre outras.

Supervisão dos atos declarativos para a segurança social e para efeitos fiscais relacionados com o processamento de salários;

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10

Mensalmente era feito o processamento de salários, apurando-se os valores líquidos a receber por cada funcionário, os valores a entregar à Segurança Social e os valores de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Por outro lado eram apurados os montantes mensais relativos aos Fundos de Compensação. Após o apuramento eram enviadas quer para a Segurança Social quer para a Autoridade Tributária as respetivas declarações.

Encerramento de contas e preparação das demonstrações financeiras e restantes documentos que compõem o “dossier fiscal”;

Relativamente a este ponto, foram feitas as conferências de saldos respetivas comparando-se os saldos correspondentes às depreciações e amortizações lançadas na contabilidade com os respetivos Mapas de Depreciação e Amortização Mensais e analisando-se eventuais perdas por imparidade. Outro aspeto a ter em conta foi a questão do regime do acréscimo previsto na Estrutura Concetual do SNC. Foi feito o apuramento do Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (CMVMC); foram apurados os resultados;

foram emitidas as Demonstrações Financeiras, nomeadamente o Balanço, a Demonstração dos Resultados por Naturezas, a Demonstração das Alterações no Capital Próprio, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e Anexo.

Preparação da informação contabilística para relatórios e análise de gestão e informação periódica à entidade a quem presta serviços;

Neste âmbito foi prestada, de forma regular, informação contabilística e fiscal aos clientes, para que a sua gestão fosse a mais adequada possível à realidade da empresa. Por outro lado, foi preparada informação contabilística para a elaboração dos relatórios de gestão.

Identificação e acompanhamento relativo à resolução de questões da organização com o recurso a contactos com os serviços relacionados com a profissão;

Sempre que surgiam dúvidas de cariz contabilístico e/ou fiscal, estas eram esclarecidas junto de organismos competentes, como é o caso da Autoridade Tributária e Aduaneira, do Instituto de Segurança Social, da Ordem dos Contabilistas Certificados e da Comissão de Normalização Contabilística.

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Conduta ética e deontológica associada à profissão.

A conduta ética deve ser aplicada no exercício da profissão de Contabilista Certificado.

Todos devem aplicar os princípios e normas contabilísticas de modo a obter a verdade da situação financeira e patrimonial das entidades a quem prestam serviços. Durante a realização do estágio, tomamos conhecimento dos deveres e dos princípios que devem reger o exercício da profissão de Contabilista Certificado.

Ao longo dos pontos seguintes apresentam-se e explicam-se, de forma detalhada, as diferentes tarefas realizadas no decurso do estágio.

No início do Estágio Curricular foi apresentada a organização de acolhimento, nomeadamente a forma como se encontra organizada, em que setores de atividade atuam qual o software informático que utiliza, que tipo de serviços presta e quem são os colaboradores da empresa.

Posteriormente, foi elaborado um plano de estágio onde constavam as principais atividades a desenvolver durante os seis meses de estágio curricular, por forma a por em prática os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso de mestrado e ainda a consolidação dos mesmos.

Ao longo de todo o estágio curricular foi-nos permitido trabalhar com vários clientes o que possibilitou ter contacto com questões e documentação de entidades diferenciadas, nomeadamente, entidades com objetos sociais diferentes.

Por forma a elucidar as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular, são apresentadas de seguida as principais tarefas desenvolvidas.

Neste sentido, para uma melhor compreensão das tarefas desempenhadas apresento de seguida uma pequena descrição de uma entidade com a qual tive oportunidade de trabalhar.

Por questões de confidencialidade, a sociedade escolhida foi intitulada, de forma fictícia, de

"Limão – Confeção de Malhas, Lda."

A entidade "Limão – Confeção de Malhas, Lda." é uma sociedade por quotas e o seu início de atividade ocorreu no ano de 1988, com um capital social no valor de € 5.000,00. Tem a sua sede na cidade de Barcelos e o seu objeto é a confeção de outro vestuário exterior em série, correspondente ao CAE 14131.

Deve referir-se ainda que no decorrer deste relatório faço menção a esta entidade, nomeadamente em relação às suas obrigações fiscais, em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) e de Informação Empresarial Simplificada (IES).

Contudo, é importante salientar que todos os outros documentos exibidos, em anexo, pertencem a outras entidades distintas.

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2.2. - Receção, organização, separação dos documentos

A receção dos documentos é feita à medida que os clientes entregam a documentação.

Todos os documentos são separados e organizados de forma conveniente para cada empresa.

Estes documentos são obtidos trimestralmente ou mensalmente, sendo colocados provisoriamente em dossiers de documentos por lançar. Convém realçar que a entrega dos documentos deve ser feita o mais rápido possível para que assim se possam cumprir os prazos legais estabelecidos. Os documentos entregues pelos clientes são, maioritariamente: faturas, faturas/recibo, notas de crédito e notas de débito.

A realização desta tarefa foi importante, pois com ela ficamos a conhecer e a ter contacto com os documentos com os quais, até então, só tínhamos contactado de forma teórica, como é o caso, por exemplo, das notas de crédito.

Acredito que a realização desta tarefa foi benéfica e transmitiu o conhecimento de como ordenar e tratar cada documento com o qual, um dia mais tarde, podemos vir a trabalhar.

Após a receção dos documentos, segue-se a sua organização. Esta é feita com base nas necessidades da empresa e também de acordo com as suas características, visto que há empresas que são mais complexas e que merecem uma atenção mais particular em relação a outras.

Para cada cliente existe um arquivo provisório no qual se acumulam, mediante determinada ordem, os documentos.

Na entidade onde decorreu o estágio os documentos entregues são ordenados do documento mais recente para o documento mais antigo. Cada capa inclui apenas documentos de um cliente, ou seja, a cada cliente é atribuída uma ou mais (quando necessário) capas de arquivo, as quais estão identificadas devidamente com o nome e Número de Identificação Fiscal (NIF) de cada empresa cliente. Para além dos documentos contabilísticos, no início de cada capa, estão arquivados documentos oficiais e fiscais de cada cliente.

Posteriormente, é feita a separação dos vários documentos do arquivo anterior para os respetivos diários. No gabinete existem 5 diários.

Diário Bancos - neste diário são colocados todos os documentos que originaram movimentos bancários, São também incluídos todos os recibos relativos a pagamentos que são efetuados em dinheiro, ou seja, através da saída de numerário em caixa;

Diário Compras - este diário é composto pelas faturas ou faturas recibo referentes à compra de mercadorias e matérias-primas, relacionadas com a atividade operacional da empresa;

Diário Vendas - este diário é composto pelas faturas ou faturas recibo referentes a vendas e prestações de serviços;

Diário de Outros Bens e Serviços - Colocam-se neste diário todos os documentos relacionados com gastos da entidade, nomeadamente faturas de telecomunicações, eletricidade, água, rendas, entre outros;

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Diário Diversos - neste diário são colocadas as notas de crédito e os processamentos dos salários.

Documentos Oficiais e Fiscais

Os documentos oficiais e fiscais estão arquivados em duas capas (IVA e Finanças) e por cada um dos clientes da organização. Nesta capa colocam-se, entre outros documentos, a declaração de início de atividade, inscrição na Segurança Social, documentos com identificação dos participantes do capital da entidade e contratos celebrados com outras entidades.

Neste arquivo também são colocados os mapas de depreciações e amortizações, declaração de rendimentos Modelo 22, documentos respeitantes ao encerramento de contas, como balanço, demonstração dos resultados, declarações periódicas de IVA, entre outros.

A organização de acolhimento possui, ainda, uma capa relativa aos pagamentos de impostos feitos por cada cliente. Nesta capa são arquivadas cópias das referências pagas por cada cliente, e, assim, os pagamentos das obrigações fiscais ficam arquivados.

2.3. - Classificação dos vários documentos contabilísticos

Depois de arquivados, os documentos são classificados. Começa por se fazer um traço a caneta na horizontal do documento e aí escrever a(s) conta(s) que se deve(m) debitar (na parte superior do traço) e creditar (na parte inferior do traço), assim como os montantes correspondentes a cada uma delas.

Todavia, para os documentos serem classificados é necessário que cumpram, em primeiro lugar, os requisitos presentes no n.º 5 e no n.º 6 do art. 36.º do Código do IVA (CIVA).

“5 - As faturas devem ser datadas, numeradas sequencialmente e conter os seguintes elementos: (Redação do D.L. nº 197/2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2013)

a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos de imposto;

b) A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não efetivamente transacionadas devem ser objeto de indicação separada e com menção expressa de que foi acordada a sua devolução;

c) O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável;

d) As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;

e) O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso;

f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram realizados ou em que foram efetuados pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da fatura. No caso de a operação

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14

ou operações às quais se reporta a fatura compreenderem bens ou serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável.

6 - As guias ou notas de devolução e outros documentos retificativos de faturas devem conter, além da data e numeração sequencial, os elementos a que se refere a alínea a) do número anterior, bem como a referência à fatura a que respeitam e as menções desta que são objeto de alterações (Redação do D.L. nº 197/2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2013) ”

2.4. Lançamento dos documentos contabilísticos na aplicação informática Eticadata

Terminada a classificação manual dos documentos, segue-se o lançamento no programa

“Eticadata”. Acrescento que esta foi a tarefa que ocupou mais tempo durante o estágio. O tratamento dos documentos contabilísticos, que culminava com o seu lançamento no programa informático, era um processo que se desenvolvia ao longo de três etapas, tal como se demonstra na figura 2.

Figura 2- Etapas de tratamento dos documentos

Fonte: Elaboração própria, segundo as tarefas desempenhadas.

A utilização de um sistema informático é muito vantajosa, pois facilita o trabalho em termos de apuramento de resultados e de IVA. Após todos os documentos terem sido lançados, o programa informático permite elaborar os principais elementos contabilísticos, nomeadamente:

balanço, demonstração dos resultados, balancetes, declarações periódicas de IVA, extratos de contas, etc.

Como referido anteriormente o programa utilizado era o programa de Contabilidade Eticadata, como se demonstra na figura 3.

* Receção dos Documentos e respetiva ordenação por data e diário

*Arquivo e classificação dos documentos segundo as contas do CCSNC

* Lançamento dos documentos no programa

informático

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15 Figura 3- Vista Geral do Software Eticadata

Fonte:Software Eticadatada Organização de Acolhimento do estágio Curricular.

2.5. - Envio através da internet de ficheiros SAFT1

A partir de 2013 todas as entidades/comerciantes são obrigadas a comunicar às Finanças as Faturas que emitiram nos termos do Decreto-lei 198/2012, de 24 de agosto.

Assim sendo procedeu-se ao envio do ficheiro SAFT, através do qual era comunicada a faturação de cada cliente do gabinete.

Este procedimento deve ser realizado mensalmente até ao dia 20,relativamente às faturas emitidas no mês anterior. Existem 3 formas de o fazer. A mais simples consiste em criar um ficheiro SAFT no programa de faturação e, posteriormente, enviá-lopara o Portal e-Fatura do Portal das Finanças. As outras duas consistem no envio automático da informação por parte do programa de faturação ou a introdução manual das faturas no Portal.

Só deve ser usado um dos métodos, pelo que as empresas que optarem por enviar o ficheiro SAFT, não são obrigadas a introduzir manualmente as faturas2.

2.6. - Processamento e lançamento dos salários

Uma operação realizada regularmente de forma mensal é o processamento e lançamento dos salários.

1 O ficheiro SAF-T (PT) destina-se a facilitar a recolha em formato eletrónico dos dados fiscais relevantes por parte dos inspetores/auditores tributários, enquanto suporte das declarações fiscais dos contribuintes e/ou para a análise dos registos contabilísticos ou de outros com relevância fiscal.

2 Retirado de: http://www.ricardomcarvalho.pt/blog/como-enviar-o-ficheiro-saft-para-as-financas.

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16

A contabilização do processamento de salários é uma tarefa executada pelo responsável da contabilidade da empresa, sendo realizada através dos dados fornecidos pelos clientes do gabinete. Esses dados contêm informações sobre cada trabalhador, como por exemplo, número de faltas, baixas médicas, horas extraordinárias, entre outras informações.

No processamento de salários, para além da obrigatoriedade de cumprimento do disposto no Código do Trabalho (CT) referente aos direitos do trabalhador, deve também atender-se ao setor de atividade da empresa e analisar se há uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que, normalmente, apresenta um regime mais favorável para os trabalhadores, à qual se deve remeter aquando do referido processamento.

Também é de extrema importância conhecer qual a política salarial seguida pela empresa. Por exemplo, o subsídio de refeição pode ser processado em dias fixos ou se tem em linha de conta os dias reais em cada mês. Relativamente aos subsídios, quer de férias, quer de Natal é importante determinar se a empresa paga em duodécimos ou por tranche completa, sendo que, se optar pela última hipótese, é importante saber o mês em que o mesmo é pago.

No fundo, o responsável pelo processamento de salários deve conhecer razoavelmente a empresa com que está a trabalhar, daí que esta tarefa seja em regra realizada sempre pela mesma pessoa.

No final de cada mês, os salários são lançados no programa de contabilidade.

2.6.1 - Contribuições para a Segurança Social3

Tendo por base o estipulado no art.º 46 do Código Contributivo estão sujeitas a contribuição para a Segurança Social as seguintes importâncias:

A remuneração base, em dinheiro ou em espécie;

As diuturnidades e outros valores estabelecidos em função da antiguidade dos trabalhadores ao serviço da respetiva entidade empregadora;

As comissões, bónus e outras prestações de natureza análoga;

Os prémios de rendimento, de produtividade e de assiduidade, de cobrança, de condução, de economia e outros que tenham carácter de regularidade;

A remuneração pela prestação de trabalho suplementar;

A remuneração por trabalho noturno;

A remuneração correspondente ao período de férias a que o trabalhador tenha direito;

Os subsídios de Natal, de férias, de Páscoa e outros de natureza análoga;

Os subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de trabalho;

3 O pagamento das contribuiçõesé efetuado entre o dia 10 e 20 do mês seguinte àquele a que respeitam, com base na declaração de remunerações apresentadas pelas entidades até ao dia 10 do mês seguinte.

(39)

17

Os subsídios de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações equiparadas;

Os valores dos subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em títulos de refeição;

Os subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza análoga, que tenham caráter de regularidade;

Os valores efetivamente devidos a título de despesas de representação, desde que se encontrem pré-determinados e dos quais não tenham sido prestadas contas até ao termo do exercício;

As gratificações, pelo valor total atribuído, devidas por força do contrato ou das normas que o regem, ainda que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços dos trabalhadores, bem como as que pela sua importância e caráter regular e permanente, devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da remuneração;

As importâncias atribuídas a título de ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outras equivalentes;

Os abonos para falhas;

Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros da empresa, desde que ao trabalhador não esteja assegurada pelo contrato uma remuneração certa, variável ou mista adequada ao seu trabalho;

As despesas resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel;

As despesas de transporte, pecuniárias ou não, suportadas pela entidade empregadora para custear as deslocações em benefício dos trabalhadores, na medida em que estas não se traduzam na utilização de meio de transporte disponibilizado pela entidade empregadora ou em que excedam o valor de passe social ou, na inexistência deste, o que resultaria da utilização de transportes coletivos, desde que, quer a disponibilização daquele, quer a atribuição destas tenha caráter geral;

Os valores correspondentes às retribuições a cujo recebimento os trabalhadores não tenham direito em consequência de sanção disciplinar;

Compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo, apenas nas situações com direito a prestações de desemprego;

Os valores despendidos, obrigatória ou facultativamente, pela entidade empregadora com aplicações financeiras, a favor dos trabalhadores, designadamente seguros do ramo «Vida», fundos de pensões e planos de poupança reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social;

As importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da entidade empregadora;

(40)

18

As taxas contributivas são as seguintes:

Tabela 1- Taxas Contributivas para a Entidade Empregadora e para o trabalhador Entidade

Empregadora Trabalhador Global

Trabalhadores em geral 23,75% 11% 34,75%

Órgãos sociais

Com cargo de gerência 23,75% 11% 34,75%

Sem cargo de gerência 20,3% 9,3% 29,6%

Fonte: Elaboração Própria de acordo com o art. 53.º e com o art. 69.º do CRCSPSS.

Após o processamento dos salários é necessário preencher os documentos de pagamento da Segurança Social. As contribuições para a Segurança Social deverão ser pagas entre o dia 10 e o dia 20 do mês seguinte ao mês a que dizem respeito, depois de efetuado o respetivo processamento.

2.6.2 - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)4

Nos termos do art.º 2.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), não estão sujeitos a IRS as importâncias seguintes:

Subsídios de refeição, na parte em que não excedam o limite legal estabelecido, nos termos do art.º 2.º, n.º 3, al. b) 2) do CIRS (em 2017 o limite estabelecido é de 4,77 €);

Abonos para falhas, na parte em que não excedam os 5% da remuneração mensal fixa, nos termos do art.º 2º., n.º 3, al. c) do CIRS;

Ajudas de custo e importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio, na parte em que ambas não excedam os limites legais anualmente fixados, nos termos do art.º 2º., n.º 3,al. d) do CIRS;

Abonos de família e respetivas prestações complementares que não excedam os limites legais, nos termos do art.º 2º., n.º 3,al. b) 1) do CIRS.

2.6.3 - Processamento e Pagamento de Remunerações

Na organização de acolhimento, em primeiro lugar, verifica-se se o programa informático Eticadata está corretamente parametrizado, relativamente às taxas contributivas e limites relativos à Segurança Social e, também, se as tabelas de IRS e taxas respetivas estão corretas.

4 A entidade patronal deve entregar o IRS retido, até ao dia 20 do mês seguinte ao que foi retido.

(41)

19 Esta tarefa revela-se bastante importante e, por essa razão, a organização de acolhimento dispõe de uma funcionária para tratar das questões relativas ao processamento dos salários.

Este facto impõe que a funcionária esteja constantemente atualizada, quer a nível da legislação existente sobre essa matéria, quer sobre a situação profissional em que cada trabalhador de cada entidade se encontra. Após a analisar as alterações mensais de cada funcionário é efetuado o processamento de salários propriamente dito, procedendo-se, também, à emissão dos recibos respetivos. Esta foi uma tarefa que tive a oportunidade de realizar em conjunto com a funcionária da organização. Esta tarefa revela-se de uma grande responsabilidade e requer muita concentração, e, por esses motivos penso que foi bastante enriquecedora ao nível do conhecimento que adquiri e da interação que tivemos com os clientes da organização de acolhimento que nos trouxe um conhecimento do trabalho real que um escritório de contabilidade tem todos os meses.

A contabilização das remunerações é efetuada, de uma forma normalizada, nas fases seguintes:

Fase I: Processamento das remunerações dentro do mês a que respeitam. É de referir que as remunerações comportam essencialmente: remuneração base, com referência a um mês de trabalho; remunerações complementares de natureza fixa, como diuturnidades, subsídios por isenção de horário; remunerações variáveis, como subsídio de produtividade, comissões, trabalho suplementar;

Fase II: Processamento dos encargos sobre remunerações (entidade empregadora) dentro do mês a que respeitam;

Fase III: Pagamento das remunerações ao pessoal, líquidas dos impostos e contribuições ao Estado e de quaisquer retenções efetuadas.

O tratamento/reconhecimento contabilístico do processamento das remunerações decorre, assim, ao longo de três fases, sendo movimentadas as contas como se explica de seguida:

(42)

20

Fase I: Reconhecimento Contabilístico do Processamento das Remunerações.

23 – Pessoal 63 – Gastos com Pessoal

231 – Remunerações a Pagar 631 – Remunerações dos Órgãos Sociais

2311 – Aos Órgãos Sociais 632 – Remunerações do Pessoal

2312 – Ao Pessoal

24 – Estado e Outros Entes Públicos

2421 – Retenção de IRS Trabalho Dependente

245 – Contribuições para a Seg. Social

Fonte: Elaboração Própria com Base no CCSNC

Fase II: Reconhecimento Contabilístico do Processamento dos Encargos Sociais da Entidade Empregadora

24 – Estado e outros Entes Públicos 63 – Gastos com Pessoal

245 – Contribuições para a Seg. Social 635 – Encargos sobre Remunerações

Fonte: Elaboração Própria com Base no CCSNC Vencimento

Líquido

Vencimento Ilíquido

IRS Retido

SS Trabalhador

SS Entidade SS Entidade

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21 Fase III: Reconhecimento Contabilístico do Pagamento das Remunerações e dos

Descontos

Pelo Pagamento das Remunerações

11 – Caixa ou 2311 – Remunerações a Pagar Órgãos Sociais

12 – Depósitos à Ordem 2312 – Remunerações a Pagar ao Pessoal

Fonte: Elaboração Própria com Base no CCSNC

Pelo Pagamento às Restantes Entidades

11 – Caixa ou 24 – Estado e Outros Entes Públicos

12 – Depósitos à Ordem 2421 – Retenção IRS Trab.

Dependente

245 – Contribuições para Seg. Social

Fonte: Elaboração Própria com Base no CCSNC

2.6.3.1 - Exemplo prático de Processamento de Salários

Durante o estágio curricular, tive a oportunidade de efetuar por vezes, processamentos de salários.

Contudo, para exemplificar um caso real, escolhi um processamento do mês de maio do ano 2016, onde se pode verificar que, para além do ordenado normal desse mês, o sócio gerente em questão recebeu também os duodécimos do subsídio de férias e do subsídio de Natal. (Anexo 1)

Vencimento Líquido

Vencimento Líquido

IRS Retido + SS (Trabalhador e

Entidade)

IRS Retido

SS (Trabalhador e Entidade)

(44)

22

Este sócio não faltou qualquer dia ao trabalho e, assim, o seu processamento foi feito tendo em conta 20 dias de trabalho do mês. Considerando o seu rendimento ilíquido e a composição do seu agregado familiar não foi efetuada qualquer retenção na fonte.

De seguida, serão explicados os valores que foram necessários para preencher a folha para arquivar na capa da entidade empregadora respetiva.

Dados:

Ordenado base (conta 63201) = 600,00€

Subsídio de férias (conta 63202) = 50,00€

Subsídio de natal (conta 63203) = 50,00€

Subsídio de alimentação por dia = 4,27€

Cálculos efetuados:

Subsídio de alimentação de 20 dias de trabalho (conta 63204):

20 dias x 4,27€ = 85,40€

Quotização do Sócio para a Seg. Social (conta 2451):

Ordenado base: 600,00€ x 11% = 66,00€

Subsídio de férias: 50,00€ x 11% = 5,50€

Subsídio de natal: 50,00€ x 11% = 5,50€

Total = 66,00€ + 5,50€ + 5,50€ = 77€

Contribuição da entidade para a Segurança Social (conta 63511):

Ordenado base: 600,00€ x 23,75% = 142,50€

Subsídio de férias: 50,00€ x 23,75% = 11,88€

Subsídio de natal: 50,00€ x 23,75% = 11,88€

Total = 142,50€ + 11,88€ + 11,88€ = 166,26€

Remunerações a pagar ao Órgão Social (conta 2311):

a) Ordenado base + Subsídio de refeição - Quotização SS do sócio sobre ordenado 600,00€ + 85,40€ - 66,00€ = 619,40€

b) Duodécimo Subsídio férias - Quotização SS do sócio sobre o subsídio de férias 50,00€ - 5,50€ = 44,50€

c) Duodécimo Subsídio natal - Quotização SS do sócio sobre o subsídio de natal 50,00€ - 5,50€ = 44,50€

d) Soma de a) + b) + c)

619,40€ + 44,50€ + 44,50€ = 708,40€

(45)

23 Reconhecimento Contabilístico do Processamento de Salários

632 – Remunerações do Pessoal 635 – Encargos sobre Remunerações

63201 – Ordenado base 63511 – Órgãos Sociais

632 – Remunerações do pessoal 231 – Remunerações a pagar

63202 – Subsídio de férias 2311 – Remunerações a Pagar Órgãos Sociais

632 – Remunerações do pessoal 245 – Contribuições para Seg. Social 63203 – Subsídio de natal 2451 – Órgãos Sociais

632 – Remunerações do pessoal 63204 – Subsídio de refeição

Fonte: Elaboração Própria com base no CCSNC

No Anexo 2 e no Anexo 3 é apresentada uma declaração de remunerações enviada para a Segurança Social com o valor total a entregar e a declaração que é impressa para efetuar o pagamento.

O envio da declaração de remunerações à Segurança Social é efetuado após o processamento dos salários através de uma aplicação que a Segurança Social disponibiliza.

600,00€ 166,26€

50,00€ 708,40€

50,00€ 77,00€

166,26€

85,40€

Referências

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