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TÍTULO: O SERVIÇO PÚBLICO E O PROCESSO DE DESESTATIZAÇÃO: UMA ANÁLISE SOCIOJURÍDICA DA PRIVATIZAÇÃO NO ESTADO BRASILEIRO CATEGORIA: EM ANDAMENTO

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Academic year: 2022

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Realização: IES parceiras:

TÍTULO: O SERVIÇO PÚBLICO E O PROCESSO DE DESESTATIZAÇÃO: UMA ANÁLISE SOCIOJURÍDICA DA PRIVATIZAÇÃO NO ESTADO BRASILEIRO

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: Direito

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ALBINO - AUTOR(ES): LUIZ HENRIQUE RAMOS DE LIMA

ORIENTADOR(ES): ANA PAULA POLACCHINI DE OLIVEIRA

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1. RESUMO

O desenvolvimento do Estado está associado com o dever de busca do bem comum.

No Brasil, essa busca foi potencializada com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que estabeleceu finalidades estruturais e um extenso rol de direitos fundamentais. Para atingir os direitos sociais, o Estado adota medidas concretas, dentre as quais os serviços públicos ,que visam atingir necessidades públicas.

Regidos pelos princípios do direito administrativo, verifica-se que os serviços públicos, têm sido submetidos à desestatização. Prevista no Plano Nacional de Desestatização (PND, 1997), a desestatização passa a ser utilizada de forma notória durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2003). Dentre as espécies de desestatização, está a privatização, objeto principal deste trabalho, que tem como objetivo geral analisar seus impactos sociojurídicos. A partir do método dedutivo e indutivo, baseia-se em pesquisa bibliográfica, e avalia se a privatização é ou não o meio mais viável para atingir a eficiência. Afasta-se de questões político-partidárias e ideológicas, promove a análise sociojurídica e remete entre privatizar ou não a uma terceira: a utilização dos contratos de concessão, mais uma forma de desestatizar.

2. INTRODUÇÃO

Da evolução do Estado até a atual conjuntura, tem-se como uma de suas preocupações, a de garantir os direitos sociais, conhecidos como direitos de segunda geração. Possuem “status positvus”, sendo necessária ação ativa do Estado para que se efetivem, a “[...] categoria dos direitos de status positivus, também chamados de direitos ‘sociais’ ou a prestações, engloba os direitos que permitem aos indivíduos exigir determinada atuação do Estado” (DIMOLIUS, 2011, p. 60). No Brasil, verifica- se que a CF/88 aborda os direitos sociais, especialmente no artigo 6º. Neste sentido, são necessárias medidas para a efetivação destes direitos. Dentre elas estão os serviços públicos, que visam satisfazer as necessidades primárias da sociedade, cumprindo com os direitos sociais previstos constitucionalmente.

Em razão da submissão total ou parcial dos serviços públicos ao regime jurídico de direito público, conforme prevê o artigo 175 da CF/88, estes são subordinados aos princípios e normas gerais, dentre eles: o princípio da modicidade de tarifas, o princípio da generalidade, e ainda, o princípio geral da Administração Pública, denominado princípio da eficiência. Ocorre que esta eficiência (art. 37, caput, CF/88) nem sempre é atendida, sendo uma prestação considerada precária, “[...] a prestação

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de serviços pelo Estado à sociedade brasileira é criticável relativamente à comprovada lacuna de efetividade” (GRANJERO, 2005, p. 249).

Nesse cenário se mostra necessária a utilização de outros meios para que a eficiência seja observada. Dentre estes meios, está a desestatização que, historicamente, foi muito utilizada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Entende-se como a retirada do Estado diante da atuação dos serviços públicos. Dentre as espécies de desestatização estão compreendidas a: “[...] privatização: alienação do controle societário sobre determinada estatal à iniciativa privada; [...]

concessão/permissão: transferência da execução de serviços públicos, por contrato, ao mercado, preservando o Estado (Poder Concedente)” (SOUTO, 2001, p. 30-31).

Os contratos de concessões são contratos administrativos, precedidos de licitação,

“[...] é o instituto através do qual o Estado atribui o exercício de um serviço público a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, por sua conta e risco, nas condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Poder Público” (MELLO, 2010, p. 701); por outro lado, privatizar significa retirar o Estado diante da atuação do serviço público, mediante alienação da empresa estatal (empresa pública/sociedade de economia mista) que é titular e presta determinado serviço público, faz “tornar algo privado”

(CARVALHO FILHO, 2016, p. 368). A privatização é foco do trabalho que analisa seus impactos sociojurídicos e verifica se esta, diante da visão do direito e da sociologia, é ou não a medida mais adequada para cumprir com a eficiência dos serviços públicos.

3. OBJETIVOS

O objetivo geral do trabalho é identificar os impactos jurídicos e sociais que a privatização gera na sociedade brasileira. Tem como objetivos específicos: descrever a formação do Estado moderno na esteira do capitalismo; abordar a “Era FHC”; para compreender e analisar algumas formas de desestatização; analisar o acontecimento com a empresa Vale S/A em Brumadinho (2019), a respeito da ocorrência ou não da responsabilização estatal pós-privatizar; descrever os aspectos sociais impactados em razão da privatização decorrente do sistema econômico capitalista; e avaliar as principais soluções propostas para a privatização, comparando-as com a concessão.

4. METODOLOGIA

Utiliza o método dedutivo e método indutivo. O primeiro, para analisar a legislação aplicável e a doutrina. O indutivo volta-se para os exemplos de cases indicados de desestatização. Baseando-se em uma pesquisa exploratória, para comparar

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conceitos e, a partir de estudo de caso, analisar os reflexos das soluções de privatização propostas e sua relação com o princípio da eficiência.

5. DESENVOLVIMENTO

A nova conjuntura do Estado moderno tem como fim “[...] o bem comum de um povo situado em determinado território” (DALLARI, 2011, p. 122). Em consonância ao que determina a CF/88 quanto aos direitos sociais, de segunda geração e compreendidos como direitos que requerem ação do Estado para sua efetivação. Observa-se ainda que o Brasil, país colonizado adotou o sistema econômico capitalista e possui também seu sistema econômico desenvolvido ao longo do tempo, juntamente com a conjuntura histórica do país. Para atingir a finalidade do Estado explica-se a razão da existência dos serviços públicos que visam a prestação de serviços que cumpram com os direitos sociais. Em virtude da submissão dos serviços públicos ao regime jurídico de direito público ou híbrido, devem ser observados as regras e princípios que os regem, dentre estes se destaca o princípio da eficiência. Nem sempre este princípio é observado, sendo necessária a adoção de diferentes medidas para que a eficiência do serviço público se reestabeleça. Dentre elas, está a que se denomina desestatização em que estão as concessões e as privatizações, esta última o enfoque do trabalho. Concluído seu processo, as empresas estatais que antes se submetiam ao regime jurídico híbrido, “[...] elas se submetem ao direito público, tendo em vista especialmente a necessidade de fazer prevalecer a vontade do ente estatal, que as criou para atingir determinado fim de interesse público” (DI PIETRO, 2019, p. 955- 956), passa exclusivamente a ser regido pelo regime jurídico de direito privado, sem maior controle do Poder Público, acarretando consequências, tendo em vista que em razão da privatização no Brasil ser guiada pelo sistema econômico capitalista, tentando adotar medidas os quais países europeus tentaram adotar, gerará inevitavelmente, impactos tanto na sociedade como no direito. No Brasil, o dispositivo aplicável é a Constituição Federal (CF/1988), em destaque o art. 175, que trata das diferentes formas de submissão do serviço público a determinado regime jurídico.

A privatização tem sido um dos meios utilizados para eficiência do serviço público, principalmente durante o governo de FHC, gerando grande “arrecadação proporcionada com a venda de empresas estatais” (NASSIF, 2002, p. 50), junto com as concessões uma das formas mais utilizadas de ao longo do tempo (BNDES, s.d.).

Os cases da Vale S/A e da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, representam aspectos práticos do assunto. A privatização da Vale S/A e o ocorrido em Brumadinho

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(2019) refletem a questão da responsabilidade estatal após privatizar empresa estatal diante da falha na fiscalização da agência reguladora, entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU, 2020). Por outro lado, a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo exemplifica um dos serviços públicos que é executado mediante contrato de concessão, através de parceria público-privada (CAVALHEIRO, 2017, p. 42).

6. RESULTADOS PRELIMINARES

Dentre umas das características do sistema econômico capitalista está a segregação social, a privatização de um serviço público acarretará para tanto uma destas consequências no campo sociológico. Diante do direito, constata-se que a empresa estatal sendo privatizada passa a ser regida pelo regime jurídico de direito privado, passando a empresa a possuir maior liberalidade, sendo sua atuação da atividade empresarial realizada de forma mais livre. Em contraponto, está a situação da qual o Estado perante a Constituição Federal de 1988, devendo cumprir com os direitos sociais previstos, passa a titularidade deste para o particular, sendo o serviço a ser prestado em vislumbre à uma parcela da população, quais sejam, aqueles que possuem condições de acessá-lo e usufruí-lo e não mais visando a generalidade do serviço, a modicidade de tarifas etc., possibilitando em uma segregação social. Ante a tais circunstâncias, passa a ser necessário adotar alguma medida viável para que o Estado cumpra seu dever constitucional e ao mesmo tempo, evite que a segregação social ocorra diante desta situação. Sendo assim, perante as ferramentas que o direito traz e que o trabalho aborda de maneira específica, tem-se que os contratos de concessões, uma das modalidades de desestatização, devem ser utilizados quando cabíveis, em detrimento da privatização de empresas estatais, tendo em vista que a concessão é firmada por tempo determinado e que a Administração Pública detém meios, como por exemplo as cláusulas exorbitantes, a fim de visar a garantia do cumprimento dos direitos sociais através da prestação do serviço pelo particular, visando assim atingir a generalidade do público e acessibilidade. Estando em consonância com o cumprimento da Constituição Federal e assim prover o bem comum de toda a sociedade.

7. FONTES CONSULTADAS

Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Disponível em:

<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/desestatizacao/proce ssos-encerrados/Historico>. Acesso em: 30.jan.2020.

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:

15.jan.2020.

BRASIL. Lei n. 9.491, de 09 de setembro de 1997. Altera procedimentos relativos ao Programa Nacional de Desestatização, revoga a Lei n 8.031, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, 10 set. 1997. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9491.htm>. Acesso em: 30.jan.2021.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão de Relatório de Acompanhamento de auditoria de conformidade. Relatora: Ana Arraes. 06 de maio de 2021. Disponível em:

<https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-

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%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/2/%2520?uuid=63964820-a3db-11ea- 8052-a1621b292011>. Acesso em: 01.jun.2020.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. ed. 30. São Paulo: Atlas, 2016.

CAVALHEIRO, Natália Abrão. Parcerias público-privadas no Brasil: uma análise da linha 4-Amarela do metrô de São Paulo. Porto Alegre. 2017. Disponível em:

<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/180451/001067948.pdf?sequence=1&i sAllowed=y>. Acesso em: 13.abr.2020.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. ed. 30. São Paulo:

Saraiva, 2011.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. ed. 32. Rio de Janeiro:

Forense, 2019.

DIMOLIUS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. ed.

03. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. ed. 27. São Paulo: Malheiros, 2010.

NASSIF, L. Política macroeconômica e ajuste fiscal. In: A ERA FHC, um balanço. ed.

1. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2002.

SOUTO, Marcos Juruena Villela. Desestatização: privatização, concessões, terceirizações e regulação. ed. 4. Rio de Janeiro: LumenJuris, 2001

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