Adriana Aveiro Ventura Anderson Hermenegildo Luiz Pinto D’Angelo de Oliveira e Silva Fabiana Prado dos Santos Nogueira Leonardo Peres da Silva Orlando Longuinhos Queiroz Filho Raquel Woitschach de Oliveira
INTRODUÇÃO
A utilização dos inibidores de bomba de prótons (IBP) trouxe grande avanço no controle dos sintomas dispépticos, porém, o seu uso atualmente tem sido distorcido como sintomático para os mais variados sintomas gastrointestinais, sem noções corretas de seu potencial de efeitos adversos. No município de Uberaba, MG, tem sido o medicamento mais dispensado pelas Farmácias Básicas.
OBJETIVOS
Este trabalho teve o objetivo de rever as indicações racionais e os eventos adversos associados ao uso dos Inibidores de Bomba de Protons (IBP), na literatura nacional e internacional e prover o uso racional desta classe de medicamentos na Atenção Primaria em Saúde.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Um grupo de médicos, dentre estes preceptores e residentes de Medicina de Família e Comunidade, durante suas atividades no Grupo de Aperfeiçoamento da Prática Profissional (GAP) junto ao Programa de Educação Permamente (PEP), realizou um levantamento bibliográfico na literatura nacional e internacional sobre as indicações racionais e os eventos adversos dos IBP.
Ao final elaborou-se um roteiro sobre o uso mais adequado desta classe de medicações na população
INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS NA APS
Sintetizados no início dos anos 80.
Mais eficácia em supressão ácida do que os antagonistas de H2 .
instáveis em meio ácido e por isso, quando administrados oralmente, são revestidos para proteção contra a rápida degradação no estômago, sendo absorvidos no duodeno.
INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS NA APS
devem ser administrados em jejum porém antes da ingestão de alimentos (meia-vida uma a duas horas).
Duração da supressão ácida em média de 24 horas, porém a restauração da secreção ácida se dá após 72 horas.
metabolizados pelo complexo enzimático hepático do citocromo P450, CYP 2C19 e CYP 3A4 responsável por diversas interações medicamentosas.
- Efeitos adversos: cefaléia, dor abdominal, náuseas, diarréia, vômitos, flatulência,
-Interação medicamentosa dos IBPS: pode prolongar a eliminação do diazepam, varfarina e fenitoína.
-Os doentes sob tratamento com varfarina ou fenitoína devem ser monitorados, podendo ser necessária uma redução na dose destas drogas
INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS
INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS
Principais interações do omeprazol:
-Perda do efeito do cetoconazol e fluconazol
- Aumenta e prolonga os efeitos do diazepam Provavelmente o Lanzoprazol, o Pantoprazol e o Rabeprazol não interagem com o Diazepam
- Redução da absorção de ferro.
- Elevação dos níveis séricos de Índice Internacional Normatizado (INR) e potencialização dos efeitos anticoagulantes, devido à diminuição do metabolismo da varfarina.
Riscos de administração dos Inibidores da Bomba de Prótons por tempo prolongado.
Afeta a absorção do cálcio – redução da massa óssea, fraturas de quadril e hiperpartireoidismo secundário.
Redução da absorção de ferro e vitaminas, principalmente C e B12.
Diarréia por agentes infecciosos diversos, principalmente Campylobacter e Giardia.
Pneumonias.
Hiperplasia gástrica, porem sem evidencias de aumento de cancer gastico.
CONCLUSÕES
O estudo permitiu um melhor conhecimento e a indicação mais criteriosa e mais segura dos IBP, em especial em relação à:
Adiar o inicio do uso, enfatizando antes medidas comportamentais e dietéticas.
Tempo de tratamento definido e não uso contínuo.
Interações medicamentosas e efeitos adversos
Não há diferenças entre os diversos IBP quanto à eficácia.
O estudo foi levado aos gestores e inserido na educação permanente dos demais médicos da APS do município.
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