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Rafael de Freitas Cavalcante

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Academic year: 2021

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A INFLUÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL NO PREENCHIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA: UMA ANALISE EM AMBIENTES

DISTINTOS

Rafael de Freitas Cavalcante¹, Márcio César de Oliveira Quirino², Kléber Formiga Miranda³

Resumo: Ao falarmos de corrupção, lembramos sempre da classe política e acabamos esquecendo da corrupção presente no dia a dia do cidadão comum. Essa prática também pode estar presente na confecção do IRPF, onde o contribuinte tenta levar alguma vantagem sobre o FISCO. Diante desta informação, objetiva-se com o estudo, saber até onde a associação diferencial pode intervir no preenchimento do imposto de renda pessoa física.

Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo com a aplicação de 120 questionários, intercalado em questionários impressos e online, sendo 30 do tipo 1, 30 do tipo 2, 30 do tipo 3 e 30 do tipo 4, com uma amostra compreendida especificamente de pessoas obrigadas a declarar Imposto de Renda. Como resultado da pesquisa, percebe-se que ao analisar os tipos de questionários aplicados e suas dez questões referentes ao comportamento do contribuinte diante da declaração de imposto de renda, foi percebido que a Associação Diferencial pode ter sim influência sobre o respondente na hora da confecção da declaração.

Além do objetivo principal, pudemos observar também que a escolaridade do respondente teve influência na sua resposta. Deste modo, como se propôs o trabalho, foi visto que pessoas que inseridas no ambiente que contém uma forte fiscalização, são mais receosas a propensão ao cometimento de crimes fiscais. Por outro lado, pessoas inseridas no ambiente com baixa fiscalização, afirmaram ter uma propensão maior a praticar esses crimes fiscais.

Palavras-chave: Associação Diferencial. Imposto de Renda Pessoa Física. Fraudes

1. INTRODUÇÃO

O ser humano naturalmente tentar diminuir a sua carga tributária, ou seja, a soma em dinheiro que deve repassar para o Estado. Amaral (2008), afirma que existe uma permanente luta entre os contribuintes e o fisco. Luta, esta, com o objetivo de sempre aumentar a arrecadação, não se importando com os meios a atingir o fim. Já o outro lado da situação está sempre procurando desenvolver procedimentos que visam excluir ou aliviar os encargos tributários.

Berger (2009), leva em consideração que a evasão do imposto sobre a renda é um processo de tomada de decisão, e o seu cometimento depende da probabilidade de ser pego ou não pelo Fisco. Este risco assumido pelo contribuinte é considerado crime, e é chamada de Sonegação Fiscal, sendo uma das formas de corrupção que assola o nosso país.

Tratando do tema corrupção, o Brasil é considerado um país que possui índices bastante elevados, de acordo com IPC (Índice de Percepção da Corrupção), órgão no qual mede o nível de corrupção mundial. O Brasil está na posição 105°, no último ano medido (IPC, 2018).

Levando em consideração o supracitado, faz-se necessário a análise da teoria que relaciona o comportamento criminológico de indivíduos com o ambiente em que habita, e o que nele foi absorvido e tratado como sendo normal. Para Costa (2016), essa teoria, que é chamada de Associação Diferencial, também expõe que não basta apenas o indivíduo viver em um ambiente propicio, tem que haver uma interação entre as pessoas que nele estão,

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bastante comum em crimes fiscais, que é o crime contra a Ordem Tributária.

Como não poderia ser diferente, esses crimes também podem estar presente na Declaração de IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), mostrando o interesse do declarante levar alguma vantagem sobre o Fisco. Devido forte influência no meio em que vivemos, esses crimes fiscais podem ter sido transmitidos através de pessoas como sendo normal e que o seu cometimento não traria mal algum para quem o fizesse, tornando-o uma pratica legal no entendimento dos declarantes (ESTELITA; PAULA, 2017).

Por outro lado, existe a presença fiscal, que atua no combate e punição para quem cometer algum crime fiscal. No caso do IRPF, que vai ser um dos objetos de estudo, quem atua fortemente como presença fiscal é a Receita Federal do Brasil, que audita através de tecnologias todas as declarações, com intuito de promover a isonomia tributária. Segundo Puerari (2012) tratar sobre questões que envolvam a proteção contra a evasão fiscal precisa se tornar cada vez mais eficiente, uma vez que o arranjo jurídico brasileiro prevê a defesa da ordem econômica com a merecida observância dos princípios da livre concorrência e da diminuição das desigualdades sociais.

Para tanto, objetiva-se com estudo a relação da Associação Diferencial com os crimes fiscais, cometidos em específico no preenchimento da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física. Através desta relação, o artigo responde o seguinte problema de pesquisa:

Qual a influência que o ambiente terá no preenchimento da declaração do imposto de renda pessoa física?

É testado no estudo o comportamento dos respondentes em dois ambientes, um com a forte presença fiscal e outro com influência da Associação Diferencial. Esse teste vai ser feito através de questionários, remetendo os contribuintes aos dois ambientes em questão.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Edwin H Sutherland observou alguns crimes e procurou alguma relação que tentasse explicar aquele ato. Posteriormente buscou associar esse crime com algo que fosse diferente para época, neste caso o que ele encontrou de diferente das outras teorias foi a variação do ambiente. Com esse estudo ele pode concluir que a pratica de crimes depende do meio em que o criminoso está inserido.

No 34º encontro anual da sociedade americana de sociologia, Sutherland finalmente mostra sua teoria ao mundo, intitulada de white-collar criminality (crime do colarinho branco), e que posteriormente teve sua publicação no ano de 1940 (MAISONNAVE, 2011). Com base na citação acima, é mostrada a tendência do autor em observar crimes que pertencem ao alto escalão da sociedade, deste modo, ainda que de forma superficial, a classes mais favorecidas também possuem ambientes que leva ao cometimento de crimes.

Os principais resultados encontrados pelo autor e que se faz necessário o conhecimento para uma melhor base do estudo que está sendo proposto, são os seguintes:

(i) A conduta criminosa é absorvida; (ii) a conduta criminosa é assimilada na relação entre pessoas e a sua comunicação; (iii) a parte fundamental do aprendizado para a conduta criminosa ocorre em meio a grupos pessoais com um bom índice de intimidade (SUTHERLAND, CRESSEY, 1978, p. 80-82). De acordo com o resultado da teoria, a conduta criminosa é aprendida em meio ao convívio de pessoas que possuem um bom nível de relacionamento, e que devido a essa intimidade entre esse grupo de pessoas, essas práticas criminosas são disseminadas e posteriormente praticadas.

Considerando que a Associação Diferencial está estritamente ligado ao crime de colarinho branco, Puerari (2012) afirma que existe uma aplicação diferenciada da lei em relação aos criminosos que praticam crime de colarinho branco, onde Sutherland (1978) pôde constatar algumas circunstâncias, das quais acometeriam no tal problema: (i) o status

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do “homem de negócios”, que lhe garante um grau de respeito no seio âmbito social, de modo que não seja visto como um praticante de crimes; (ii) há uma certa tendência de não castigar esses tipos de infrações na visão criminal; e (iii) a falta de crítica e de entendimento dos efeitos dos delitos de colarinho branco por parte da sociedade.

O primeiro grande obstáculo, é que quem pratica esse tipo de crime é sempre alguém que tem grande poder de influência. O sonegador, o autor de crimes financeiros/fiscal, o empresário que pratica crimes contra o consumidor, todos eles são pessoas que exercem certa influência, na sociedade em que vivem, ou possuem amigos influentes, deste modo prejudicando o julgamento e uma consequente punição para o criminoso de colarinho branco.

Além dos motivos anteriores, outro agravante é que esse tipo de criminoso foge do estereótipo de criminoso comum, pois, a sociedade está habituada com o criminoso pobre, violento, sem cultura, que vive à margem da sociedade.

Não distante dos crimes de colarinho branco, crimes cometidos no preenchimento do Imposto de Renda Pessoa Física, seguem a mesma lógica que propôs Edwin H Sutherland, na relação do crime com o ambiente em que o declarante está inserido. Mas, lembrando que os declarantes nem sempre possuem colarinho branco, visto que, a grande maioria está obrigada a declarar o imposto por receber um montante anual maior que R$ 28.559,70 (valor base ano-calendário 2018) e que segundo dados da Receita Federal, no ano anterior, 60,70%

dos obrigados a declarar o imposto, ganham o valor mínimo ou um pouco a mais do valor base (Receita Federal do Brasil 2017).

Segundo BARATTA (2004), white collar crime, são frequentemente praticados por pessoas de considerável prestígio social, exercendo suas funções nas mais altas classes sociais. Portanto, para esse caso não há relação do IRPF com o crime de colarinho branco, uma vez visto que a grande maioria dos declarantes são de classe social média-baixa. A relação proposta para o estudo, é quanto a obtenção de informações que leve ao contribuinte a ganhar alguma vantagem sobre o fisco, e que posteriormente possa gerar algum questionamento da RFB. Essas informações farão parte do “ambiente”.

Fraudar o IRPF é crime, conforme Lei 4729/65, que trata dos crimes de sonegação fiscal, passível de multa e até reclusão. Este crime, também conhecido como sonegação fiscal, e ocorre quando o declarante presta falsas declarações ou omite, total ou parcialmente, ou inserira elementos inexatos ou omissão de algumas informações.

Vale ressaltar, que a Receita Federal do Brasil vem aprimorando ao passar dos anos um trabalho tecnológico e de crescente eficiência na fiscalização da arrecadação do IR. O cruzamento de informações do IRPF com vários outros dados aos quais a Receita Federal tem acesso, fazendo luz a presença fiscal.

Para Becker (1968) as pessoa física ou jurídica, se baseia em critérios estritamente racionais e vinculados à maximização da eficiência, podendo, nesta visão, ser analisado sob a perspectiva econômica. É importante notar que naturalmente há uma grande disposição do cometimento da sonegação fiscal, assim como trata a teoria da sonegação fiscal formulada pelo autor da citação acima.

Dentro desse contexto de sonegação fiscal do imposto de renda pessoa física, existe uma teoria que fundamenta ainda mais a relação proposta. Essa teoria formulada por Allingham e Sandmo e que é muito bem descrita por Berger et al. (2009), leva em consideração que a evasão do imposto sobre a renda é um processo de tomada de decisão.

Com isso, pressupõem que um contribuinte em seu estado racional considera a renda não declarada um ativo que contem risco, e o seu proveito depende da probabilidade de ter a sua evasão detectada por meio de auditoria e de uma consequente punição e, com base nestes dados decide pela maximização de seus rendimentos através da evasão.

Definido os ambientes quanto a Associação Diferencial e correlacionados com a sonegação na declaração do IRPF, buscou-se fundamentar teoricamente o motivo do trabalho e embasar através de teorias a proposição do problema de pesquisa.

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2.1 ESTUDOS ANTERIORES CORRELATOS AO TEMA

Trabalhos que abordam a temática imposto de renda pessoa física, falam principalmente sobre a sua complexidade tributaria e a sonegação fiscal cometida pelos contribuintes. Foram relacionados os temas de modo a contextualizar com o assunto deste presente artigo. Os temas se relacionam entre si, e fundamentam a relação do ambiente com a sonegação fiscal.

Calaça (2014) procurou investigar o quão honesto seria o contribuinte na confecção da sua declaração de IR, e verificar se houve tendência a diminuir o imposto a pagar ou aumentar o imposto a restituir (evasão fiscal). Para isso, se utilizou de uma pesquisa de campo com a aplicação de 240 questionários com uma amostra compreendida por alunos do curso de Ciências Contábeis. Sua amostra por ser de alunos de Ciências Contábeis, pode ter alguma influência no resultado, visto que, alguns alunos possuem conhecimento sobre a elisão fiscal e evasão. Seus resultados foram que houve indícios de evasão sempre que o respondente teve a oportunidade de comete-lo.

Siqueira (2004) examinou a evasão tributária do Imposto de Renda no Brasil. Para isso, o autor utilizou o método de Allingham e Sandmo. De acordo com esse modelo, a disposição individual de evasão estaria relacionada a uma escolha racional e individual que desconsidera o risco de ser flagrado e punido pela conduta evasiva, não levando em consideração qualquer outro aspecto moral e social. Os resultados encontrados na época do estudo, mostrou que o Brasil ainda depende um pouco da fé do contribuinte, esperando com que ele seja honesto e cumpra com suas obrigações tributarias.

Castro (2014) analisou a progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física no Brasil, no período de 2006 a 2012. Utilizou números que permitem sua comparação com outros países. O método que ele utilizou pra se chegar aos resultados, teve como base os métodos de proporcionalidade de Kakwani e Suits e também os índices de capacidade redistributiva de Reynolds-Smolensky. Os resultados encontrados, mostra uma realidade da massiva carga tributária que incide sobre os contribuintes brasileiros. Foi constatado que o Brasil possui índices de proporcionalidade bastante altos em comparação com outros países da América Latina.

Laks (2016) objetivou saber o que leva uma pessoa a cometer a evasão fiscal no seu Imposto de Renda. Para tal fim, utilizou-se de análises da probabilidade de descoberta da evasão e da força das punições. Teve como apoio o modelo básico de Allingham e Sandmo.

Este estudo teve como resultado o que já se esperava levando em consideração o modelo utilizado. A conduta evasiva é influenciada também por fatores psicológicos e sociais e depende principalmente da probabilidade de detecção da evasão fiscal. Mostrou também que quanto maior for a punição, menor é o cometimento da fraude fiscal.

Miranda (1999) pesquisou sobre as patrícias de fiscalização do Imposto de Renda.

Apresenta alguns dos procedimentos de fiscalização e analisa de que maneira eles se construíram como praticas punitivas. Tem como analise pratica os dois primeiros casos no pais que resultou na penhora de bens e prisão dos envolvidos. Os casos analisados foram o de Assis Chateaubriand e Genaro Acceta. Ambos tinham bastante influencia na sociedade. As prisões e penhora de bens serviram como exemplo para os contribuintes que de alguma forma fraudavam o até então não punitivo IRPF.

Costa (2003) Analisou o Imposto de Renda e a sua capacidade contributiva. O trabalho consistiu em analisar a justiça social que o imposto de renda forçava e o seu desdobramento da ideia de isonomia. Teve como analise a capacidade contributiva “absoluta” e capacidade contributiva “relativa” de acordo com a renda dos indivíduos. Percebeu que deveria haver uma maior progressividade nas alíquotas, fazendo cumprir, efetivamente, o que rege constituição, que segundo a qual aqueles que possuem maior capacidade contributiva,

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devem aturar maior gravame tributário. Deste modo, conclui que o modelo de progressão utilizado na época é injusto.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa realizada, tem como objetivo saber a influência do ambiente, quando o declarante está elaborando o seu imposto de renda pessoa física. Através destas informações a pesquisa pode ser classificada como descritiva, pois tem como finalidade descrever caraterísticas de uma população, além de relaciona-la com outras variáveis.

Quanto ao enquadramento do problema de pesquisa, classificasse este trabalho como sendo quantitativo, já que se propõe à utilizar estatística descritiva, usando os testes de medidas, com finalidade de relacionar os resultados com a influência do ambiente.

A amostra que sustenta a pesquisa é composta por pessoas que são obrigadas a declarar imposto de renda. Extraída de uma população de amigos, parentes e pessoas próximas, na qual sabíamos que as mesmas eram obrigadas a declarar Imposto de Renda.

Essa escolha da amostra ser composta apenas por declarantes, foi na intenção de que as mesmas estariam mais familiarizadas com o tema, passando assim uma maior confiabilidade nos dados coletados.

Os dados foram coletados através de questionários online e impressos, com questões objetivas e claras. As questões presentes nos questionários, existem uma introdução que insere o leitor em um ambiente, este ambiente é mostrado através de notícias da imprensa, querendo saber se houve influência na resposta do declarante. Essas notícias, que são reais, falam do poder de fiscalização da RFB, uma notícia mostra a sua eficiência e a outra notícia mostra a sua dificuldade em manter uma dura fiscalização. Vale ressaltar que que cada pessoa respondeu apenas um questionário.

Os questionários foram divididos em 4 tipos (questionário 1, questionário 2, questionário 3 e questionário 4), possuindo 10 questões cada questionário. Os ambientes ficaram divididos da seguinte maneira: no questionário 1 está presente a forte presença fiscal, com o resultado ligado diretamente a diminuição do imposto a pagar. Já no questionário 2, também faz jus a forte presença fiscal, só que o seu objetivo é saber a disposição do respondente em aumentar sua restituição. Os questionários 3 e 4, submete a quem responde uma baixa presença fiscal, tentando convencer que a RFB é ineficiente no quanto a fiscalização. A única diferença entre eles, é que o questionário 3 aborda a diminuição do Imposto de Renda a pagar e o questionário 4 induz o aumento da restituição.

Tal distribuição pode ser melhor entendido através da Tabela 1.

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Posteriormente a coleta dos dados e uma posterior organização/tratamento, foi feito uma análise de qual ambiente conseguiu influenciar mais os respondentes, de modo a contextualizar com o ambiente em que vivemos aqui no Brasil. As análises tiveram como base principal a matemática, onde foi levado em consideração a análise das medias de respostas de cada questão. Também se utilizou da estatística para comprovar ou não se houve diferença entre os grupos analisados. Para tal procedimento foi utilizado o Teste de Mann-Whitney.

4 ANÁLISE DE DADOS

4.1 Associação diferencial

A Tabela 1 sumariza a estatística descritiva e mostra de uma forma geral as médias, mediana e desvio dos dois grupos, além das diferenças estatística das médias.

Tabela 1 – Médias e testes de diferenças de médias (121 observações)

Nota: Grupo 1: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Ineficiente; Grupo 2:

Respondentes submetidos à manchete com a RFB Eficiente; QRFB: percepção sobre a RFB;

Q1: Sonega dependentes; Nenhuma variável apresentou distribuição normal – utilizado teste de médias de Mann-Whitney; * p-value do teste de médias sob a hipótese nula de igualdade entre as médias.

Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1

(62 obs.)

Média 5,9 6,2 5,8 6,2 5,4 6,3 6,0 5,7 6,7 5,0 5,4 Media

na 6,4 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 6,0 6,5 Desvio 2,0 2,9 2,9 2,7 3,1 2,7 2,9 2,9 2,9 3,0 3,0 Grupo 2

(59 obs.)

Média 4,1 4,5 4,0 4,5 3,1 5,0 4,0 4,0 4,2 3,1 4,3 Media

na 4,0 4,0 4,0 4,0 2,0 5,0 3,0 4,0 4,0 2,0 4,0 Desvio 1,9 2,8 2,8 2,9 2,2 2,8 2,6 2,7 2,7 2,3 3,2 Spread das

Médias 1,8 1,7 1,8 1,7 2,3 1,3 2,0 1,7 2,5 1,9 1,1

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(Grupo1 – Grupo2) Teste de Diferença de

Médias*

0,00 0

0,0 02

0,0 01

0,0 01

0,0 00

0,0 10

0,0 00

0,0 02

0,0 00

0,0 00

0,1 10 Fonte: dados da pesquisa

Os dados mostrados na tabela 1 mostram uma maior média na q8 do Grupo 1, questão essa que aborda sobre o tema de inclusão de despesas com instrução de ex-cônjuge pagas pelo respondente. De acordo com os dados tratados, podemos apontar que pessoas que estão inseridas no grupo 1 (Grupo onde existe uma baixa fiscalização da RFB), estão mais propensas a cometer esse tipo de fraude fiscal em que a aborda.

Ainda tratando da tabela 1 as questões que tiveram menor média de respostas foram as q4 e q10 do grupo 1, questões estas que falam respectivamente de inclusão de previdência privada com um valor maior e inclusão de despesas com alimentando, mesmo deduzindo pensão. Apesar do ambiente com pouca fiscalização, pessoas do grupo 1 estão menos dispostas a fraudar a informação de previdência privada e despesas com alimentando. Vemos que para essas questões a associação diferencial teve pouca influência, visto que suas medias ficaram em 5,4.

Já pessoas inseridas no grupo 2, grupo em que há uma maior fiscalização por parte da RFB teve sua maior média na q5 questão em que aborda a omissão de rendimentos de aluguel. Essa média foi de 5, que levando em consideração a escala que foi usada 1 a 10, essa média representa exatamente a metade da escala utilizada. Apesar da questão apresentar uma maior média, ainda não mostra tanta predisposição do respondente em cometer esse crime, este fato se dá pela forte presença de fiscalização da RFB em consonância da associação diferencial.

Os maiores Spreads medidos foram das questões q8, q4 e q6, respectivamente 2,5;

2,3 e 2,0. Essas diferenças ocorreram não apenas matematicamente, se deu também estatisticamente. Para tal informação foi usado o teste de diferença de médias, onde todas as três questões apresentaram um valor igual a 0,000, que de acordo com o teste de Mann- Whitney, P < 0,05 – Não rejeita H0, ou seja, aceita H1 = Grupo 1 ≠ Grupo 2. Em tradução a esta informação, podemos dizer que estatisticamente há diferença nas medias do grupo 1 para o grupo 2 nas questões mencionadas. Associação diferencial mostra sua maior influência nessas questões, pois é onde ocorre a maior disparidade entre as medias, isso se deve ao fato do extremo entre os dois ambientes.

O Gráfico 1 sumariza as médias e os spreads para cada questão do instrumento de pesquisa, mostrando graficamente as diferenças que de medias encontradas com o estudo.

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Figura 1 – Panorama das respostas com as respectivas diferenças entre os grupos (spreads) Fonte: dados da pesquisa

No gráfico 1 visualizamos de uma forma mais clara a oposição dos dois ambientes por cada questão em individual, mostrando assim através de barras a influência da associação diferencial e o efeito que a mesma provoca a que está inserido em ambientes distintos

4.2 Análise da associação diferencial com base nas variáveis do perfil sociodemográfico.

A Tabela 2 elenca o resumo das estatísticas realizadas para a associação diferencial em relação ao gênero, mostrando as diferenças encontradas e suas medidas matemáticas/estatísticas.

Tabela 2 – Testes de médias com base no gênero para os dois cenários.

Painel 1: Gênero

Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Masculino 5,2 5,4 5,1 5,4 4,6 5,8 5,2 5,2 5,9 4,4 4,9 Feminino 4,8 5,3 4,8 5,3 4,0 5,5 4,8 4,5 5,0 3,6 4,8

Spread das Médias (Mascul. –

Femin.)

0,4 0,1 0,3 0,1 0,6 0,3 0,4 0,7 0,9 0,8 0,1

Mann-Whitney* 0,31 0

0,9 80

0,6 40

0,9 40

0,2 90

0,5 20

0,4 60

0,2 30

0,1 20

0,1 20

0,6 80 Painel 2: Gênero Masculino por grupo

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 6,0 6,3 5,7 6,0 5,3 6,7 6,1 5,6 7,2 5,0 5,5 Grupo 2 3,8 3,7 4,0 4,3 3,2 4,3 3,7 4,5 3,5 3,2 4,0

Spread (Grupo1 –

Grupo2)

2,2 2,6 1,7 1,7 2,1 2,4 2,4 1,1 3,7 1,8 1,5

Teste de Diferença de

Médias

0,00 0

0,0 01

0,0 15

0,0 16

0,0 06

0,0 01

0,0 02

0,0 95

0,0 00

0,0 13

0,0 66

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Painel 3: Gênero Feminino por grupo

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 5,7 6,0 6,0 6,6 5,6 5,5 6,0 5,9 5,5 4,8 5,1 Grupo 2 4,2 4,9 4,1 4,6 3,1 5,5 4,2 3,8 4,7 2,9 4,6

Spread (Grupo1 –

Grupo2)

1,5 1,1 1,9 2,0 2,5 0,0 1,8 2,1 0,8 1,9 0,5

Teste de Diferença de

Médias

0,01 2

0,1 85

0,0 29

0,0 28

0,0 09

0,9 53

0,0 36

0,0 13

0,2 95

0,0 44

0,6 98

Nota: Grupo 1: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Ineficiente; Grupo 2: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Eficiente; Geral: Média de todas as perguntas da pesquisa; Q1:

Sonega dependentes; 121 observações por questão; * p-value do teste de Mann-Whitney (nenhuma variável apresentou distribuição normal).

Fonte: dados da pesquisa

Já na Tabela 2 tenta mostrar se houve alguma diferença entre resposta dos gêneros masculino e feminino. De uma forma geral vemos que o sexo masculino tem uma maior média em comparação ao sexo feminino, isso significa dizer que homens estão mais propensos a cometer esses crimes fiscais, tudo isso levando em consideração a analise apenas das médias matemáticas. A questão que apresentou maior média de resposta para o sexo masculino, foi a q8, que trata da inclusão de despesas pagas pelo ex-cônjuge. A menor média do sexo masculino é referente a q9. Essa questão também apresentou uma menor média em comparações anteriores, mostrando assim uma tendência geral, independente das variáveis.

Para o gênero feminino percebemos para essa simulação e uma maior cautela em relação ao sexo masculino, pois todas as suas medias, ficaram abaixo das medias masculinas. Consolidando o resultado geral, a questão com menor média foi a q9, para tal podemos afirmar que a atuação da associação diferencial teve maior influência no grupo 2 onde a fiscalização é maior, por isso a média se permaneceu baixa. A maior média encontrada para as respostas do gênero feminino foi de 5,5 na q5, que fala sobre a omissão de rendimentos de aluguel.

De acordo com os Spreads existe uma certa diferença entre as medias calculadas, atingindo seu ápice de diferença na q8 com 0,9 e seu valor mínima q1 e q10. Levando em consideração o teste de Mann-Whitney não existe diferença entre os gêneros, pois nenhuma diferença de média calculada pelo teste conseguiu ser menor que 0,05, portanto podemos concluir que estatisticamente não existe diferença entre os gêneros, apesar de matematicamente existir de fato essa diferença.

Levando em consideração somente o grupo masculino, dividimos o gênero nos dois ambientes trabalhados, grupo 1 e grupo 2. Para os homens do grupo 1 sua maior média atingida foi de 7,2 na q8. Essa média traduz que os homens estão mais dispostos a fraudar o IRPF quando se trata de inclusão de despesas com instrução do ex-cônjuge paga pelo respondente. A menor média para homens do grupo 1 foi a da q9 com 5,0, mostrando o meio termo para questões que aborda inclusão de despesas médicas do ex-cônjuge pagas pelo respondente. Para os homens do grupo 2 o máximo de sua média atingida foi na q7, com o valor de 4,5. Esse valor máximo está dentro do que a associação diferencial defende, pois por ser o valor máximo, não chegou a ultrapassar a metade da escala usada, mostrando uma menor predisposição do cometimento do crime.

Matematicamente existe sim uma certa diferença entre as medias de homens contidos nos grupos 1 e 2, essa mesma diferença pode ser constada estatisticamente com o teste de Mann Whitney, que de acordo com o cálculo apenas as questões q7 e q10 ficaram acima 0,05. No mais, em todas as questões existem diferenças reais entre as medias.

Analisando de forma separada o grupo feminino, podemos constatar que a maior

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medicas sem comprovantes. Essa tendência segue de acordo com o que diz o Relatório dos Grandes Números da RFB, mostrando que a dedução com despesas médicas é a que mais aparece nas declarações, chegando no total geral de 70,16 bilhões de restituições no ano calendário 2017. Por se tratar de uma dedução comum, muita gente acaba usando isso de má fé para tentar burlar a RFB, além da associação diferencial. A menor média encontrada no grupo 1 de mulheres, foi de 5,5 nas questões q5 e q9 essas questões falam da omissão de rendimentos de aluguel e inclusão de despesas médicas do ex-cônjuge pagas pelo respondente.

O grupo 2 teve sua maior média na questão q5 que fala sobre a omissão de rendimentos de aluguel. Apesar da influência da forte fiscalização por parte da RFB, essa questão mostrou uma mínima tendência de cometimento por parte do sexo feminino desta fraude. Essa média de 5,5 mostra que passou apenas 0,5 da metade da escala, por mais que seja muito pouco, ainda há uma leve propensão. A menor média do grupo 2 foi da questão q9, mostrando de todos os ambientes e variáveis vistos até agora, essa média foi a menor de todas, provando mais uma vez a existência da associação diferencial.

O Spread mostra que houve sim diferença entre as medias calculadas, essa diferença só não pôde ser percebida na questão q5, em todas as demais questões ocorreram diferença matemática. Já estatisticamente essa diferencia entre medias realmente existiu, mostrando mais uma vez a ação da teoria estudada. Só não existiu diferença de cenários nas questões q5 e q8. Esse resultado se choca com o que fala a teoria, mas a teoria pode ser comprovada pois a grande maioria das questões obtiveram resultados maiores que 0,05, pois de acordo com o teste de Mann-Whitney, resultados acima deste valor considera que os dois grupos são diferentes.

A Tabela 3 elenca o resumo das estatísticas realizadas para a associação diferencial em relação a idade e os ambientes estudados.

Tabela 3 – Testes de médias com base na idade para os dois cenários.

Painel 1: Idade

Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10

> 30 anos 5,1 5,5 4,9 5,3 4,4 5,8 5,4 5,1 5,4 4,2 5,2

< 30 anos 4,9 5,2 4,9 5,5 4,2 5,6 4,6 4,7 5,5 3,8 4,5 Spread das

Médias

( > 30 – < 30) 0,3 0,3 -0,1 -0,2 0,2 0,2 0,8 0,4 -0,1 0,4 0,8 Mann-Whitney* 0,61

7 0,9

02 0,8

58 0,6

74 0,6

26 0,7

26 0,1

74 0,4

52 0,7

70 0,3

97 0,1

64 Painel 2: Idade – grupo com idade menor que 30 anos

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 5,8 6,4 5,9 6,4 5,4 6,0 5,7 5,4 6,8 4,7 5,0 Grupo 2 4,0 4,0 4,1 4,6 3,0 5,2 3,7 4,0 4,3 2,9 3,9

Spread (Grupo1 –

Grupo2) 1,8 2,4 1,8 1,8 2,5 0,8 2 1,4 2,5 1,8 1,1 Teste de

Diferença de Médias

0,00 4

0,0 06

0,0 32

0,0 35

0,0 09

0,3 24

0,0 20

0,1 12

0,0 03

0,0 23

0,2 12 Painel 3: Idade – grupo com idade maior que 30 anos

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 5,9 6,0 5,7 6,1 5,4 6,6 6,4 6,0 6,5 5,2 5,7 Grupo 2 4,2 4,9 4,0 4,4 3,2 4,8 4,3 4,1 4,2 3,2 4,7

Spread

(Grupo1 – 1,8 1,0 1,7 1,7 2,1 1,8 2,1 2,0 2,4 2,0 0,9

(11)

Grupo2) Teste de Diferença de

Médias

0,00 0

0,1 33

0,0 11

0,0 17

0,0 04

0,0 10

0,0 04

0,0 04

0,0 01

0,0 05

0,3 06

Nota: Grupo 1: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Ineficiente; Grupo 2: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Eficiente; Geral: Média de todas as perguntas da pesquisa; Q1:

Sonega dependentes; 121 observações por questão; * p-value do teste de Mann-Whitney (nenhuma variável apresentou distribuição normal).

Fonte: dados da pesquisa

O painel 1 faz a comparação entre as idades abaixo de 30 anos e acima de 30 anos.

Essa divisão foi a melhor forma encontrada de para uma melhor distribuição das respostas.

A grande maioria das questões de pessoas com idade menor que 30 anos, tiveram sua média maior quando comparada a pessoas que tem acima de 30 anos, com exceção das questões q3, q7 e q8. Essa maioria pode ser explica pelo fator juventude, que muitas das vezes levam a indivíduos a cometerem coisas que pessoas mais velhas não cometeriam.

A maior média encontrada no painel 1 foi de 5,8 na questão q5, com respondentes abaixo de 30 anos. Essa questão fala sobre a omissão de rendimentos de aluguel. A menor média encontrada no painel 1 com respondentes abaixo de 30 anos foi a da questão q9, com apenas 4,2 de média.

Para respondentes acima de 30 anos, teve seu ápice de media na questão q5, com 5,6 de média. Já a menor média foi encontrada na questão q9, com o valor de 3,8. Houve sim diferença entre as medias, e essa confirmação se deu através do cálculo dos Spreads.

As maiores diferenças encontradas foram nas questões q6 e q10, ambas com uma diferença de 0,8. Curiosamente essas questões tiveram medias baixas em relação as outras questões.

Apesar dos valores matemáticos apresentarem diferença entre as medias, após cálculo do teste de Mann-Whitney, pôde-se perceber que que entre as medias não se tem diferença estatística, pois todos os valores ultrapassaram o valor de 0,05 (P > 0,05 – Aceita H0 = Grupo 1 = Grupo 2).

Para o painel 2, levou em consideração indivíduos com idade menor que 30 anos, subdivididos nos grupos 1 e 2. Respondentes do grupo 1, obtiveram sua maior média na questão q8, com o valor de 6,8 e sua menor média na questão q9, atingindo a média de 4,7.

Para respondentes do grupo 2, tiveram sua média máxima na questão q5, no valor de 5,2, em contraste com sua menor média que obteve apenas 2,9 de média, na questão q9, para este caso, houve uma grande disparidade de médias de 2,3.

Para os Spreads calculados, houve mais uma vez a percepção de existência da associação diferencial, visto que as diferenças de medias, tiveram valores significativos, chegando a atingir seu ponto máximo na questão q4 e q8, ambas com o valor de 2,5. Neste caso mostra que para indivíduos com menos de 30 anos, a associação diferencia também tem influência e foi constatado através da diferença de médias.

Através do Teste de Diferença de Médias, conseguimos mais uma vez provar a existência da associação diferencial, visto que a grande maioria das questões não rejeita H0, portanto o grupo 1 ≠ grupo 2. Apenas as questões q5e q10 foram indiferentes de acordo com o teste.

O painel 3 considera apenas indivíduos que tenham idade acima de 30 anos, de ambos os sexos. No grupo 1 com indivíduos acima de 30 anos, a média onde teve seu valor mais elevado se encontra na questão q8, com o valor de 6,5. Sua menor média foi encontrada na questão q9; 5,2.

Indivíduos que compõe o grupo 2 tiveram mais cautela em relação ao grupo 1, atingindo seu ápice de média na questão 1, com apenas 4,9. Essa média fica bem abaixo das medias do grupo 1, comprovando a existência da teoria trabalhada. A menor média para o grupo 2, foi de apenas 3,2 nas questões q4 e q9. Esse valor também serve de parâmetro

(12)

máximas, e também para as médias mínimas.

Assim como já era de se esperar, com base na teoria, essa diferença matemática realmente existiu e pode ser comprovada estatisticamente. Estatisticamente as únicas questões que foram consideradas iguais, são as questões q1 e q10, pois apresentam valores maiores que 0,05 (Valor base do teste de Mann Whitney).

Na Tabela 4, são apresentados os resultados das estatísticas realizadas comparando os respondentes relacionando a sua formação acadêmica e posteriormente divido por grupos

Tabela 4 – Testes de médias com base na formação para os dois cenários.

Painel 1: Formação

Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Ensino médio 6,3 6,7 6,5 6,5 5,2 6,0 6,7 6,4 6,7 5,9 6,1 Formado 4,7 5,1 4,6 5,1 4,1 5,6 4,6 4,6 5,2 3,6 4,6

Spread das Médias (Ens. Médio-

Form.) 1,6 1,6 1,9 1,4 1,2 0,4 2,1 1,8 1,4 2,3 1,5 Mann-Whitney* 0,00

1 0,0

30 0,0

06 0,0

52 0,0

71 0,4

99 0,0

02 0,0

08 0,0

63 0,0

01 0,0

28 Painel 2: Formação – Ensino médio

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 7,2 7,7 7,6 7,7 6,4 6,7 7,8 7,3 7,6 6,7 6,7 Grupo 2 4,8 5,0 4,7 4,7 3,4 4,9 5,1 5,0 5,1 4,6 5,1

Spread (Grupo1 –

Grupo2) 2,5 2,7 3,0 3,0 2,9 1,8 2,7 2,3 2,5 2,2 1,6 Teste de

Diferença de Médias

0,00 0

0,0 03

0,0 00

0,0 01

0,0 05

0,0 46

0,0 02

0,0 01

0,0 04

0,0 10

0,1 18 Painel 3: Formação - Formado

Média Geral q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Grupo 1 5,5 5,8 5,2 5,8 5,1 6,2 5,5 5,3 6,4 4,4 5,0 Grupo 2 3,9 4,4 3,9 4,4 3,0 5,0 3,8 3,9 4,1 2,8 4,2

Spread (Grupo1 –

Grupo2) 1,5 1,4 1,3 1,4 2,1 1,2 1,7 1,4 2,3 1,7 0,8 Teste de

Diferença de Médias

0,00 0

0,0 38

0,0 35

0,0 37

0,0 03

0,0 61

0,0 06

0,0 28

0,0 00

0,0 08

0,2 96

Nota: Grupo 1: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Ineficiente; Grupo 2: Respondentes submetidos à manchete com a RFB Eficiente; Geral: Média de todas as perguntas da pesquisa; Q1:

Sonega dependentes; 121 observações por questão; * p-value do teste de Mann-Whitney (nenhuma variável apresentou distribuição normal).

Fonte: dados da pesquisa

No painel 1 propõe a comparação por níveis de escolaridade, comparando pessoas que possuem apenas o encimo media com pessoas que possuem graduação ou algo mais.

Para respondente s que possuem somente o ensino médio, teve como sua maior média a questão q1 e q6, atingindo o valor de 6,7. Já a sua menor média foi obtida com a questão q4, com o valor de 5,2. Ainda no painel 1, pessoas que tem como formação no mínimo uma graduação, a q5 apresentou a maior média calculado no valor de 5,6 e sua menor média calculada foi de 3,6 na questão q9. Houve uma diferença bastante significativa em relação as duas medias, talvez essa diferença possa ser explicada pelo nível de escolaridade dos

(13)

indivíduos testados.

Estatisticamente essa diferença também foi comprovada, pois a grande maioria das questões apresentou diferença significante, através do teste de Mann-Whitney, somente as questões q3, q7, q5 e q8 não apresentou diferença estatística significante.

O painel 2 apresenta o resultado dos indivíduos que possuem até ensino médio, divididos em grupo 1 e grupo 2. O grupo 1 do painel 2 foi onde pôde-se perceber as maiores medias gerais, chegando a atingir seu ápice na questão q6, com o valor de 7,8. Esse valor de media nunca apareceu em comparações anteriores. Com isso percebemos uma certa tendência de quem possui apenas ensino média de cometer esse tipo de fraude abordado na questão, e de uma forma geral também percebemos essa tendência em todas outras questões do grupo 1, visto que esse grupo possui as maiores medias gerais.

A menor média encontrada no grupo 1, diz respeito à questão q4, no valor de 6,4.

Apesar de ser o menor valor, mesmo assim mostra que ainda há uma leve predisposição para o cometimento da fraude.

Para o grupo 2 o que se pode observar é que a média geral continua alta quando comparada as medias anteriores. Com isso mais uma vez notamos a tendência de uma maior média da população, independentemente de grupo. A maior média para o grupo 2, foram em 3 questões, com o valor de 5,1, e as questões foram: q6, q8 e q10. A menor média apresentada no grupo 2, foi a da questão q4, na importância de 3,4.

Para o teste de Spread, assim como já foi notado anteriormente, contem diferenças significativas, chegando a apresentar o seu valor máximo na questão q2 e q3, ambos com o valor de 3,0. A menor diferença encontrada, foi por parte da questão q10, apresentando o valor de 1,6.

Em relação ao Teste de Diferença de Médias, o que se consegue observar é que os padrões se mantem em relação as comparações anteriores, fazendo valer a teoria da associação diferencial. A única observação que se tem a fazer, é quanto à questão q10, que o seu resultado foi de igualdade quando houve a comparação entre os grupos.

Os dados mostrados no painel 3 revelam que a teoria que se tinha levantado na comparação do painel 1, se mostra como sendo relevante, pois as medias de uma forma geral, são bem mais baixas em indivíduos com uma formação de no mínimo uma graduação.

A maior média apresentada para o grupo 1 do painel 3, foi de 6,4 na questão q8 e o seu menor valor foi apresentado na questão q9, atingindo somente o valor de 4,4. Essa média é considerada muito baixa quando se relaciona com o grupo 1, grupo em que há uma menor fiscalização da RFB. Para esse estudo podemos dizer que a escolaridade do indivíduo teve sim influencia na sua resposta.

Para o grupo 2 encontramos uma das menores medias gerais, de apenas 3,9. Essa tendência já foi observada em comparações passadas, ela mostra mais uma vez a influência da escolaridade nas respostas. A maior média encontrada nesse grupo, foi a pertencente a questão q1 e q3, no montante de 4,4 e o seu valor mínimo foi encontrado na questão q9, de apenas 2,8.

Como não poderia ser diferente, houve diferenças significativas entre os grupos 1 e grupo 2, essa diferença matemática também se converteu em diferença estatística, visto que a grande maioria das questões apresentaram diferença no Teste de Diferença de Médias, com exceção das questões q5 e q10, no mais, tudo se comportou dentro dos padrões já observados.

(14)

O desenvolvimento do presente estudo, possibilitou uma análise de como a teoria da ação diferencial poderia influenciar contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Física na confecção da sua declaração.

Através dos seus ambientes buscou compreender de qual forma o meio em que o declarante estava inserido chegou a influenciar na sua resposta, resposta esta que levaria ou não a um cometimento de um crime fiscal.

De um modo geral pudemos perceber que os determinados ambientes tiveram uma forte influência nas respostas de quem se propôs a responder os questionários. Além disso, notamos também que houve uma maior evasão fiscal quando os ambientes eram os que estavam presentes nos questionários 1 e 3, que submetiam o pesquisado a uma redução do seu IR a pagar, ou seja, a evasão fiscal pôde ser notado de uma forma mais relevante quando teria que ser desembolsado algum valor a mais. Também pôde-se perceber que o gênero masculino está sempre mais disposto a cometer esse crime fiscal que o estudo aborda, provado através da comparação das médias em relação ao gênero feminino. Mas essa diferença não foi constatada estatisticamente, não mostrando diferença entre as medias.

A Associação Diferencial que já foi comprovada através de outras pesquisas, também teve sua influência no que se propôs o estudo em questão. Justificando desse modo o problema de pesquisa que embasou o artigo e que diante dos resultados obtidos, ficou claro que os objetivos da pesquisa foram realmente alcançados.

Por se tratar de um assunto em que muita gente sente receio em falar, foi utilizado o método de questionários, para manter uma maior neutralidade e deixar o responde bem à vontade nas suas respostas, deixando-o expressar seu real desejo, garantindo assim uma maior confiança nos resultados.

No campo de pesquisa da associação diferencial, existe trabalhos relacionados ao tema, mas principalmente na área do Direito, relacionando essa teoria com diversos outros tipos de crimes, deste modo, é a partir daí que devemos dar a devida importância para o trabalho, que até a data da conclusão do mesmo, não existia nenhum outro trabalho disponível para pesquisa, que relacionasse a associação diferencial com o IRPF. Dada a importância do tema, fica como sugestão para trabalhos futuros a relação da associação diferencial com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, mudando a amostra para empresários.

Os resultados do trabalho, mostraram que associação diferencial teve sim influência nos ambientes estudados. As respostas encontradas, ficaram dentro do que já se esperava, com base em constatações anteriores. Os ambientes com baixa fiscalização da RFB, tiveram maiores medias que os ambientes com alta fiscalização da Receita Federal do Brasil.

Portanto podemos afirmar que para o trabalho, a associação diferencial cumpriu o seu papel.

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COSTA, Natália Araujo. A teoria da associação diferencial sustenta ser o

comportamento criminoso resultado de um aprendizado por parte do indivíduo sobre a conduta criminosa, através da assimilação, não podendo, pois, ser entendido como produto de uma predisposição biológica ou econômico-social.

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