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Educ. rev. vol.25 número1

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Academic year: 2018

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Neste número de Educação em Revista, iniciamos a comemoração dos nossos 25 anos de existência com uma mudança importante: a partir de agora, publicaremos a revista a cada quadri-mestre. Isso significa que os próximos números sairão em agosto e em dezembro de 2009, já que este sai em abril. Assim, no lugar dos dois números anuais, passaremos a publicar três. Além disso, mudamos a numeração, de forma a indicar que o volume publicado corresponde ao ano de publicação. Neste caso, estamos agora no volume 25, número 1, e não mais no número 49. Entendemos que esse tipo de numeração está mais de acordo com o caráter de Educação em Revista, que é uma revista científica que publica artigos nacionais e internacionais rela-cionados ao campo da educação.

Educação em Revistatem sido um espaço para divulgação das

pesquisas e para a reflexão sobre a produção de conhecimento na área. Representando a diversidade de temáticas e de abordagens teórico-metodológicas que caracterizam a pesquisa em Educação, neste número 1 do volume 25 são publicados artigos sobre: a canção popular como experiência de formação, os possíveis conflitos entre o ser aluno e o ser criança, o trabalho coletivo na escola, a produção de conheci-mento acadêmico sobre a Rede Municipal de Educação de Belo Hori-zonte e sobre a opção pelo magistério justificada em memoriais.

No artigo que abre este volume – “Narrativas de nosso tempo: notas sobre a canção popular como experiência de formação” –, Julia Pinheiro Andrade discute o sentido formativo que a experiência esté-tica pode assumir no campo educacional. Explorando a canção popular como forma narrativa, a autora descreve a canção brasileira e as especificidades de cancionistas que elaboram uma experiência da ci-dade de São Paulo. O artigo mostra, de forma instigante, como a canção popular tem o poder tanto de afirmar quanto o de negar o sujeito na cultura tensa e contraditória da metrópole.

As concepções de professoras sobre criança e aluno são ana-lisadas no artigo “Ser criança e ser aluno: concepções das professoras do primeiro ciclo do ensino básico”. As autoras, Fátima Pereira e Amélia Lopes, mostram a existência de concepções conflituosas e contraditórias entre professoras. Discutem a existência de uma idea-lização sobre a infância e mostram sua relação com os princípios estruturantes da escolarização. Esse artigo defende que a distância entre as concepções de infância das professoras e as subjetividades das

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crianças que se encontram nas escolas tem se constituído em motivo de sofrimento tanto para as professoras quanto para os alunos.

A discussão sobre a potencialidade do trabalho coletivo de professoras na escola é feita por Laura Noemi Chaluh, no artigo “Grupo de trabalho coletivo na escola: trocando olhares, mudando práticas”. O artigo apresenta as ações coletivas de um grupo de for-mação em serviço, desenvolvidas em uma escola com o objetivo de redefinir o trabalho com as turmas de alfabetização. A autora argu-menta que a prática coletiva das professoras estabeleceu novas formas de organização que tanto possibilitaram aos alunos vivenciar o trabalho com outras professoras quanto fizeram com que elas trocassem percepções sobre um mesmo aluno.

No artigo intitulado “O movimento da produção acadêmica sobre a Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte”, Samira Zaidan, Anna Maria Salgueiro Caldeira, Eustáquia Salvadora de Souza, Ana Lucia Azevedo e Claudia Caldeira Soares apresentam uma análise da produção acadêmica sobre a Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, ao longo de vinte anos. Nesse texto as autoras apresentam os resultados de uma investigação que analisou 162 dissertações e teses organizadas em doze focos temáticos. O artigo mostra a diversificação de temas e teorias abordados pelos estudos analisados, destacando a contribuição dessas investigações para a elaboração de políticas públicas.

Por fim, no artigo “A opção pelo magistério representada por professores de ensino fundamental em memoriais”, Lucia Velloso Mauricio analisa 31 memoriais de professoras das quatro primeiras séries do ensino fundamental que participavam de um curso de atualização. A autora realça como os depoimentos das professoras sobre os obstáculos que se impõem à pratica docente estão muito mais ancorados na representação de aluno do que na representação sobre o fazer docente. Sinaliza por fim, como as professoras consideram que a opção pelo magistério justifica-se pela vocação, por influência da instituição formadora e pelas primeiras experiências de trabalho.

Na parte seguinte deste número temos o dossiê “Psicanálise e Educação”, organizado pelo professor Marcelo Ricardo Pereira, pela professora Ana Lydia Bezerra Santiago, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais, e pela professora Eliane Marta Teixeira Lopes, da Universidade Vale do Rio Verde. Da mesma forma que se

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negam a reduzir a Educação a receitas formatadas, a saberes planejados ou a racionalizações de comportamentos, o organizador e as organi-zadoras do dossiê não endossam as leituras da psicanálise que expressam a maturação sexual-biológica, disposta em fases contínuas de desenvolvimento, ou que consideram o complexo de Édipo como uma espécie de fase a se superar. Antes, consideram a psicanálise como uma ciência às avessas, que concebe o sujeito como descentrado, desprovido de qualquer essência, sempre refeito de acordo com as relações sociais que estabelece. Para se encontrar com essa “contra-ciência” da Psicanálise, a Educação deve deixar-se encantar com as manifestações do desejo, da sexualidade, das fantasias, das pulsões e das paixões e considerar que o sujeito humano não pode ser todo domado e sabido. É nesse desafio de aceitar as surpresas e as arestas que se impõem nas trilhas da Psicanálise e da Educação que o organizador e as organizadoras nos convidam a conhecer os textos que compõem este dossiê, no qual os encontros e desencontros entre essas duas formas de conhecer o mundo deixam suas marcas em Educação em Revista.

Desejamos a todos uma boa leitura e reiteramos o com-promisso de Educação em Revista com a qualidade da pesquisa em educação.

Eduardo Fleury Mortimer (Editor) Marildes Marinho Marlucy Alves Paraíso

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