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Rev. adm. empres. vol.34 número4

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Academic year: 2018

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ARTIGOS

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N B R

19000

X M A N U F A T U R A :

-C O N S I D E R A Ç Q E S

S O B R E

S U A

A P L I C A Ç A O

V A N T A G E N S

E D E S V A N T A G E N S

"José Paulo Alves Fusco

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

As reais implicações e inter-relacionamento

entre estratégia de manufatura

e a

adoção da ISO 9000.

T h e t r u e r e l a t i o n s h i p s b e t w e e n m a n u f a c t u r i n g s t r a t e g y a n d t h e a d o p t i o n o f I S O 9 0 0 0 s e r i e s .

PALAVRAS-CHAVE:

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

E s tra té g ia c o m p e titiv a , IS O 9 0 0 0 , s is te m a d a q u a lid a d e , d im e n s õ e s c o m p e titiv a s , e s -tra té g ia d e m a n u fa tu ra .

KEY WORDS:

C o m p e titiv e s tra te g y , IS O9 0 0 0 , Q u a lity s y s te m , c o m p e titiv e d im e n s io n s , m a n u fa c tu rin g s tra te g y .

• Engenheiro, Mestre e Dou-torando pela Escola Politécnica

da USP, Consultor.

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(2)

N B R 1 9 0 0 0

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

xM A N U F A T U R A : C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E S U A A P L IC A Ç Ã O

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Através da mídia, diariamente

rece-bemos informações acerca da crescente

demanda do certificado de conformidade

com as normas da série NBR 1 9 0 0 0 (ISO

9 0 0 0 ) / por parte de empresas nacionais

dos mais variados ramos de atividade.

Criadas pela International Stand

ar-dization Organization - ISO, as normas

da série ISO9 0 0 0 já são uma realidade nos

países da CEE - Comunidade Européia,

que decidiram em bloco pela sua adoção,

no sentido de disciplinar a entrada de

pro-dutos em seu mercado.

Em alguns setores da economia

euro-péia (brinquedos, por exemplo), essas

normas já vigoram há algum tempo, sendo

que, em outras áreas importantes

(máqui-nas, por exemplo), começaram a partir de

janeiro deste ano.

Em agosto de 1990, o Brasil, a exemplo

de vários outros países fora da

Comu-nidade Européia, também passou a

adotá-las, formando a série de normas NBR

19000.

Desde então, o governo, através das

estatais, vem fomentando a elevação da

competitividade da indústria nacional,

exigindo que seus fornecedores atendam

às recomendações das normas, fixando

prazos e realizando auditorias.

A exemplo das estatais, através de

acor-dos setoriais, alguns setores importantes

da indústria privada, como a indústria

automobilística, têm adotado postura

semelhante, também porque sabem onde

está a chave para o mercado internacional. Além dos negócios voltados aos mercados

externos, notadamente o Mercosul e a

Comunidade Européia, notamos

movi-mentos bastante significativos por parte

de empresas dos principais ramos

in-dustriais também em nível interno

(Ele-trobrás, Autolatina, GM, Fiat e outras),

cujo foco é dirigido a exigir o certificado

de conformidade por parte de seus

for-necedores.

A implantação de procedimentos

vi-sando à conformidade com as normas da

série ISO 9000, corresponde ao primeiro

grande passo em direção à

competiti-vidade, pois traz consigo a necessidade de

uma série de mudanças de

compor-tamento e atitudes em relação à qualidade, inserindo na "cultura" das empresas

va-riáveis de autoquestionamento,

bási-cas para se implantar o conceito de

"aper-feiçoamento con-tínuo" ( K a iz e n ) .

O certificado

de conforrnid

a-de ISO 9000

con-fere o

reconhe-cimento formal,

no sentido de

atestar que o seu

detentor segue

normas, além de

possuir um

sis-tema de garantia da qualidade que

lhe permite

pro-duzir bons

pro-dutos em proces-sos estáveis e sob

controle.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É necessário,

no entanto, que

sejam

pondera-dos topondera-dos os

fa-tores que formam a capacidade

com-petitiva das empresas, os mercados que

exploram, os produtos oferecidos, para

tornar claro todos os elementos vitais da

empresa e suas reações previstas, em

função da implantação de um sistema de

qualidade como o recomendado e contido

implicitamente na série NBR 19000.

Desse modo, este artigo tem como

preocupação fundamental demonstrar que

as implicações correspondentes à

imple-mentação de procedimentos de

con-formidade às normas da série NBR 1 9 0 0 0

vão muito além da simples visão do

atendimento a mais um fator qualificador

de mercado. Assim sendo, procuraremos

explorar um pouco mais seus efeitos na

formação da capacidade competitiva da

empresa, como resultado de uma

es-tratégia de operações mais saudável e

aplicada.

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

S ã o o s c l i e n t e s , e n ã o o s

d e p a r t a m e n t o s

i n t e r n o s ,

q u e d ã o a ú l t i m a p a l a v r a n a

d e t e r m i n a ç ã o

d a

aceitabílidade

o u n ã o d e u m

p r o d u t o . A p e s q u i s a d e

m e r c a d o p a r a s e a v a l i a r a

q u a l i d a d e t o m a - s e

m a i s

i m p o r t a n t e , c a s o c o n t r á r i o

a s e m p r e s a s n ã o t e r i a m

m e i o s d e s a b e r c o m o

p o s i c i o n a r s e u s p r o d u t o s

c o m

b a s e n a q u a l i d a d e .

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E E S T R A T É G IA D A Q U A L ID A D E

Procurando proceder a uma redefinição

conceitual de qualidade, envolvendo uma

visão com perspectiva mais voltada para

fora e atendendo aos anseios da alta

gerência, cujos interesses são

eminen-temente estratégicos e competitivos,

Carvin," baseado em um relatório da

American Society for Quality Control

-©1994, Revista de Administração de Empresas / EAESP / FGV, São Paulo, Brasil.

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Nor-mas de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade -Diretrizes para Seleção e Uso - NBR19000, Rio de Janeiro, 1990;Sistemas de Qualidade -Modelo para Garantia da Qua-lidade em Projetos/Desen-volvimento, Produção, Instalação e Assistência Técnica -NBR 19001, Rio de Janeiro, 1990.

2. GARVIN, D. A, Competing on lhe eight dimensions of quality.

H a rv a rd B u s in e s s R e v ie w ,

Bostoo, p, 101-9, Nov.lDec., 1987; __ ' What does "product quality" really mean?

S lo a n M a n a g e m e n t R e v ie w ,

p. 25-43, Fali 1984; __ .

G e re n c ia n d o a q u a lid a d e -u m a v is ã o e s trs té g ic a e c o m p e titiv a . Rio de Janeiro:

Qualitymark, 1992.

(3)

3.SCHOEFFLER,S.e t a i.lrnpact

of strategic planning on profits performance. H a rv a rd B u s in e s s

R e v ie w , Boston,wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp. 137-45,

Mar./Apr. 1974; BUZZEL, R. O., WIERSEMA, F.Succesful share-building strategies. H a rv a rd B u s in e s s R e v ie w , Boston, p.

135-44, Jan./Feb. 1981; DE-MING, W. E. a u a /ity , p to d u c -tiv ity a n d c o m p e ti-tiv e p o s itio n ,

Cambridge: Centerfor Advanced Engineering Study,

Massa-chussets, 1982; FEIGENBAUM, A. V. Quality and productivity.

a u a /ity P ro g re s s ,p.18-21, Nov.

1977.

4. GARVIN, D. A. Op.cít.1992,

Cap.6.XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

5 6

ASQC apresenta uma definição sob o

ponto de vista do cliente:

• não são os fornecedores do produto, mas

aqueles para quem eles servem - os

clientes, usuários e aqueles que os

in-fluenciam ou representam - que têm a

última palavra quanto a até que ponto

um produto atende às suas necessidades e satisfaz suas expectativas;

• a satisfação relaciona-se com o que a

concorrência oferece;

• a satisfação, relacionada com o que a

concorrência oferece, é conseguida

du-rante a vida útil do produto, e não

ape-nas na ocasião da compra;

• é preciso um conjunto de atributos para

proporcionar o máximo de satisfação

àqueles a quem o produto atende.

Deve-se atentar para o fato de que a

qualidade foi definida aqui

compara-tivamente - em relação aos

concorren-tes - e não em relação a padrões fixos,

internos.

São os clientes, e não os departamentos

internos, que dão a última palavra na

determinação da aceitabilidade ou não de

um produto.

A implicação disso é que o atendimento

às especificações passou a ter ênfase

menor, tornando-se prioritário após a

cui-dadosa definição das necessidades dos

usuários. Se assim não fosse, a

excelên-cia do controle de processo traria

pou-ca vantagem, pois seria facilmente

des-viada.

Essa perspectiva sugere

vá-rias exigências novas. A

pesqui-sa de mercado para se avaliar a

qualidade torna-se mais

impor-tante, caso contrário as empresas não teriam meios de saber como

posicionar seus produtos com

base na qualidade.

Existe a noção de que os

con-sumidores de hoje são mais

sen-síveis às diferenças de qualidade

e, provavelmente, capazes de

dirigir suas compras de acordo

com isso.

Por exemplo, espera-se que a

qualidade leve a uma maior

lealdade dos clientes, o que

sig-nifica dizer que, com o tempo,

is-so se deve traduzir numa maior

volta dos consumidores à compra do

produto.

Pesquisas publicadas pela primeira vez

nos anos 70 confirmaram o impacto da

qualidade nos níveis mínimos de retorno.

Por exemplo, os estudos do impacto sobre

o lucro das estratégias

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

d e M a r k e t i n g ( P r o f i t I m p a c t o f M a r k e t i n g S t r a t e g i e s - PIMS),

mostraram, não só que as empresas cujos

produtos eram de qualidade superior

ti-nham um retorno maior sobre o

inves-timento - ROI, qualquer que fosse a

par-ticipação no mercado, como também tais

fatos ocorriam associados a ganhos de par-ticipação no mercado.'

Este e outros indícios convenceram

mui-tos gerentes que a melhoria da qualidade

poderia ser uma meta rentáveL

Um exame do lado da produção

tam-bém apontava nessa direção. Há muito

tempo que os gerentes conhecem os custos

da qualidade, mas só recentemente éque

descobriram a existência de uma

cor-relação positiva entre qualidade e

pro-dutividade.

Um processo de fabricação sem defeitos é muito mais eficiente do que outro que

seja sempre interrompido para retrabalhos

e para reparos." A utilização das máquinas

será provavelmente maior, os estoques de

segurança serão menores e a mão-de-obra será mais produtiva.

Adicionalmente, ao longo do tempo,

com o avanço exponencial de algumas

tecnologias (como a eletrônica, por

exem-plo), as empresas têm adquirido uma

(4)

N B R 1 9 0 0 0

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

xM A N U F A T U R A : C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E S U A A P L IC A Ç Ã O

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

capacidade cada vez maior de atender às

expectativas do mercado (ver figura 1).

Como resultado da acumulação de um

formidável potencial criativo, favorecido

e "alavancado" ( l e v e r a g e ) por tecnologias

cada vez mais sofisticadas, podemos

afir-mar (com a devida vênia dos especialistas

em M a r k e t i n g ) que as empresas possuem

(e usam) um grande poder de "criar" ex-pectativas.

O resultado tem sido uma demanda

ca-da vez maior de novos produtos, de

en-curtamento do "prazo admissível" para

novos lançamentos, culminando na brutal

redução que verificamos nos ciclos de vida dos produtos.

Diante das evidências, um número

ca-da vez maior de empresas tem chegado às

mesmas conclusões: a qualidade

repre-senta de fato urna poderosa arma na

con-corrência, oferecendo grandes benefícios,

tanto do lado do mercado (concorrência),

como do lado do custo (resultado da

efi-ciência técnica).

Os gerentes mais dinâmicos perceberam

isso rapidamente e logo deram mais um

passo (e a concorrência também).

Se a qualidade estava associada tão de

perto à rentabilidade, eles não viam razão

alguma para não só se equiparar

aos níveis de qualidade dos

concorrentes, mas

ul-trapassá-los.

Como os

concorren-tes provavelmente não

ficariam (como em geral

não ficaram) de braços

cruzados, as metas de

qualidade se tornaram,

en-tão, alvos móveis,

passí-veis de reformulação

con-tínua em níveis cada vez

mais altos. O objetivo,

por-tanto, passou a ser a melhoria

contínua, em vez de níveis médios de

qualidade aceitáveis ( A c c e p t a b l e Q u a l i t y

L e v e l - AQL). Isto por sua vez, passou a

exigir uma dedicação ao processo de

me-lhoria, bem como o compromisso de toda

a empresa.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É preciso haver uma compreensão

mais ampla para obtenção de todos os

benefícios, explorando todas as

possi-bilidades "embarcadas" em um

proces-so de melhoria.

Diversas empresas têm perdido muito

R A E · v.34 • n.4 • Jul./Ago.1994

do potencial envolvido, com atuação

bastante eficiente em treinamento das

técnicas de controle da qualidade, mas sem

conseguir ressaltar a relação entre

qua-lidade e os objetivos básicos da empresa.

Os programas

resul-tantes repisam muito a

técnica, mas são pobres

em motivação e

fina-lidade.

O pensamento

estra-tégico da qualidade

também traz novas

exi-gências e novos

ques-tionamentos aos

pro-fissionais da área. A

especialização técnica

continua sendo

desejá-vel, mas passa a ser mais

importante uma

com-preensão dos objetivos estratégicos da

empresa.

A gestão estratégica da qualidade é

mais uma extensão de suas antecessoras

do que uma negação delas, ou seja, é mais

ampla, mais intimamente ligada à

lucra-tividade e aos objetivos empresariais

bá-sicos, mais sensível às necessidades da

concorrência e ao ponto de vista do

con-sumidor, sendo também mais firmemente

associada à melhoria contínua.

Tal conclusão émuito importante

quan-do se fala em importação de modelos de

(5)

5. SLACK, N.

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

V a n ta g e m c o m -p e titiv a e m m a n u fa tu ra . São

Paulo: Atlas, 1993.XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

5 8

A g e s t ã o

e s t r a t é g i c a

d a

q u a l i d a d e

é m a i s

i n t i m a m e n t e

l i g a d a

à

l u c r a t i v i d a d e e a o s o b j e t i v o s

e m p r e s a r i a i s

b á s i c o s , m a i s

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

sensível

à s n e c e s s i d a d e s

d a

c o n c o r r ê n c i a

e a o p o n t o

d e

v i s t a d o c o n s u m i d o r , s e n d o

t a m b é m

m a i s f i r m e m e n t e

a s s o c i a d a

à

m e l h o r i a

c o n t i n u a .

gestão "prontos" e acabados.

Com a ISO 9000 acontece a mesma

coisa. As pessoas pensam apenas na

dimensão mercadológica, no

atendimen-to a uma condicionante (qualificadora)

concorrencial de mercado, esquecendo-se

de uma parte muito importante, que é o

como a internalização dos procedimentos

correspondentes à conformidade com a

norma pode atuar como alavanca da

capacidade do sistema de operações, no

suporte à estratégia competitiva da

elnpresa.

A S P E C T O S E S T R A T É G IC O S D A M A N U F A T U R A

Como resultado da evolução dinâmica

de contexto, as elnpresas passaram a

adotar filosofias de negócios c u s t o m e r

-d r i o e n , onde os clientes "puxam" todo o

processo e determinam as características

"fisionômicas" dos negócios.

Uma empresa deve perseguir, portanto,

dois importantes desafios básicos, que são

satisfazer melhor os clientes e ser melhor do que a concorrência.

Isso implica em trazer para dentro da

fábrica, como sugerem as figuras 2 e 3 (que é onde tudo acontece), a visão dos clientes

com os aspectos da compctitividadc que

são importantes para eles, além da visão

dos concorrentes, ou seja, a medida contra

a qual o seu próprio desempenho será

julgado" (ver figuras 2 e 3).

Para tanto, é necessário que a empresa

utilize uma visão perspectiva, para

com-preender o contexto e saber "onde" o

mercado realmente está, além de uma

visão prospectiva que permita saber para

onde isso tudo está caminhando, como

evolui, novas forças, ou mesmo,

para-digmas competitivos em formação.

Ao final, significa estabelecer de

ma-neira dirigida as prioridades para

aperfei-çoamento das operações.

A meta passa a ser, então, desenvolver

uma operação de manufatura que possa

dar à empresa uma vantagem competitiva

em seu mercado.

Basicamente, podemos dizer que a

es-tratégia de manufatura tem influência

direta em:

• obtenção de produtos sem erro;

• entregas rápidas ao consumidor;

• cumprimento dos prazos prometidos de

entrega;

• introdução de novos produtos em

pra-zos adequados;

• operação em uma faixa de prod u tos

lar-ga o suficiente para satisfazer o desejo

dos clientes;

• habilidade em mudar quantidades ou

datas de entrega, conforme demandado pelo mercado;

• habilidade em produzir a custo

com-patível.

As implicações desse poder de

influen-, Figura 3 .'

oprocesso de formulação dos obJi3tivos.pperacionars

OBJETIVOS ESTRATEGICOS DO

NEGÓCIO

J

OBJETIVOS DAS OPERAÇÓES DE

MANUFATURA

PONDERAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DE

"FAZER MELHOR"

(6)

N B R 1 9 0 0 0

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

x M A N U F A T U R A : C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E S U A A P L IC A Ç Ã O

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ciar a maneira como as coisas são obtidas,

é mais ou menos clara:

• a manufatura é a função central na

provisão da competitividade. Não é a

função dominante, mas o motor

com-petitivo da empresa;

• a organização deveria ter uma

expec-tativa bastante elevada quanto ao papel

da manufatura, em termos do seu

de-sempenho esperado, além de sua

contri-buição esperada ao debate estratégico;

• a empresa deve almejar uma posição

na qual ela seja melhor do que seus con-correntes em tudo o que for importante,

não só fazendo as coisas melhor do que

a concorrência, mas também

acredi-tando que é a única forma de garantir

a sobrevivência competitiva a longo

prazo.

Fazer melhor as coisas, no entanto, deve

ser encarado como sendo o resultado

di-reto da p e r f o r m a n c e do sistema de

manu-fatura adotado, um conceito que pode ser

pensado como um composto formado por

várias dimensões:" qualidade, velocidade,

confiabilidade de entrega, flexibilidade e

custo (ver figura 4).

Dentro de qualquer sistema de

manu-fatura podemos utilizar estes cinco

gran-des objetivos (ou dimensões) definidos

para "fazer melhor as coisas",

consi-derando que desempenho global é igual a

desempenho interno "mais" desempenho

externo (ver figura 5).

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

6.Idem, ibidem.

- tl~~~"

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

,F ig u ra '4

Os cinco grandes' objetives ou dimensões de um sistema de manufatura

Baixo tempo qe entrega

-.

Velocidade

<,

Fluxo rápido

Processos livres de erros

- :

Qualidade

/

Produtos livres de erros . de acordo com as aspeclficações

Baixo preço, alta margem ou ambos

I

Custo

I

Entrega confiável

/

Alta produtividade total

Confiabilidade

/

Operação confiável ASPECTOS INTERNOS

Habilidade de mudar

-,

Flexibilidade

-,

ASPECTOS EXTERNOS

Novos produtos freqüentes Larga faixa de produtos Ajustes qe volumes e entrega

-Q u a lid a d e

Fazer certo, ou seja, produtos sem erros, que são 0que devem ser e fazer o que deve Ser teito, de acordo com as

especificações do projeto.

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

oV e lo c id a d e

Fazer tépido, podendo en1regar mais rápido que os concorrentes.

- C o n fia b .i1 id a d e d e e n tre g a

Manter os prazos prometidos, o que requer-aptidão para estimar datas 6e entrega; ter clareza na cornunrcação das datas aos clientes e ter capacidade efetiva para faz~ras entregas ocorrerem pontualmente.

ofle X Ib ilid a d e

Ter capacidade para variareadapta'r as operaçõesrQe modo a considerar alterações nas necessidades dos.elientes e mudanças nos processos de-produção, bem eemo capaeidade pafa.fazê-ío com rapidez suficlênte ( tim in g ) .

• Custo

Ter habilidade para produzir a custos mais baixos que os dos concorrentes. o que a longo'prazo implica ernrooter recursos l);1aís baratos e ser mais eficlente que a concorrência para transformá-los em produtos finais.

(7)

7.SKINNER, W. Manufacturing - missing link in corporate

strategy, In: GARVIN, O,

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O p e r a t i o n s s t r a t e g y : t e x t e n o

c a s e s , Englewood Cliffs:

Prentice-Hall, 1992,

8. SLACK, N,wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ou

cit.

60

Figura 5 "

o

desempenho global como uma resuHante de forças internas e externas

DESEMPENHO

GLOBAL DESEMPENHOINTERNO

+

DESEMPENHOEXTERNO

O QUE A EMPRESA

VÊ O QUE O CLIENTEVÊ

De fato, encontrar um ponto em que

todos os objetivos sejam maximizados é

virtualmente impossível, sendo normal

que melhorias ou ênfase em um aspecto

acabem sendo "pagas" com algum

sa-crifício de desempenho em outros."

A arte está em encontrar a harmonia

en-tre todos os aspectos, ou seja, encontrar o

m i x ideal, que permita à manufatura o

máximo de colaboração na consecução das

metas estratégicas dos negócios,

N O R M A S N B R 1 9 0 0 0 X M A N U F A T U R A

A implantação de um sistema de

ga-rantia da qualidade, corno o sugerido pela

série NBR 19000, influencia o desempenho

de urna empresa

através de todos os cinco grandes

obje-tivos da

manufa-tura analisados,

À medida que

sua ênfase é

vol-tada à qualidade

do produto e do

processo, a

aplica-ção dos

postula-dos da norma ao

ambiente de

pro-dução possibilita

obter:

• maior eficiência na utilização dos

re-cursos produtivos.

Existe, assim, um relacionamento direto

da aplicação da norma ISO 9000 com a

dimensão de qualidade, bem como seus

desdobramentos em relação às demais

dimensões de competitividade da

ma-nufatura. Isto está ilustrado na figura 6.

A influência direta ou indireta da norma ISO 9000 pode ser descrita em função das

cinco dimensões ou objetivos de

compe-titividade da manufatura.

Velocidade

Maior velocidade de processamento,

como resultado de menor tempo perdido

para identificação e tratamento de

"não-conformidades" e de menor necessidade

de improvisações para controle do

pro-cesso devido à padronização dos

pro-cedimentos operacionais.

Se considerarmos que o tempo de

de-senvolvimento de novos produtos é parte

importante do ciclo de produção (ver

figu-ra 6.1), mas ocorrendo em paralelo, p o

-demos observar que são as funções de

compras, manufatura, distribuição em a r

-k e t i n g que limitam a chegada de novos produtos ao mercado."

Figura 6

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P O N T U A L I D A D E

Influência direta e indireta da ISO 9000 sobre as dimensões competitivas da manufatura

F L E X l a l l l D A D E

~ISOgOOO

• maior conformidade dos produtos

quanto às especificações de fabricação;

• maior consistência na obtenção dessa

conformidade;

• menores níveis de perdas internas ao

sistema de manufatura:

• maior consistência das variáveis de pro-cesso;

maior conformidade dos produtos em

relação ao seu projeto;

Desse modo, ganhos no tempo de

ma-nufatura significam produtos colocados

mais rapidamente à disposição dos

con-sumidores.

Pontualidade

Maior pontualidade de entregas, urna

vez que são eliminadas grande parte das

incertezas associadas ao "antigo"

pro-cesso, tais corno variabilidade das perdas

(8)

N B R 1 9 0 0 0

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

xM A N U F A T U R A : C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E S U A A P L IC A Ç Ã O

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

-- -

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Figura 6.1

Ciclo de produção para o caso de produção e desenvolvimento sob encomenda

-

-~~

-

--

-

-~~

~~-e falta d~~-e padronização de procedimentos

operacionais e são capitalizadas as

van-tagens correspondentes ao melhor

co-nhecimento do processo de produção.

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

F l e x i b i l i d a d e

Considerando o sistema como um todo,

podemos ter maior flexibilidade à

intro-dução e prointro-dução de novos produtos, ou

modificações nos existentes, como

re-sultado da maior velocidade de resposta

que possui um. sistem.a "enxuto", com

menores tempos "mortos" e poucas ocor-rências de "não-conformidades".

De qualquer maneira, isso pode não ser

suficiente se a empresa vier a competir

com base em outros tipos de flexibilidade ou mesmo quando a flexibilidade de novos

produtos for vital.

A ISO 9000 contribui para a maior

flexibilidade dos recursos, uma vez que

facilita a rápida adaptação das pessoas às

operações (ou vice-versa), dado que

pressupõe forte padronização e

docu-mentação, que, por sua vez, facilita as

ati-vidades de treinamento.

Fica claro, portanto, que a adoção da

série de normas ISO 9000 não possui

grandes implicações positivas diretas ou

indiretas nesse quesito.

C u s t o

Permite à emwesa menores custos de

produção, à medida quc possibilita operar em níveis menores de refugo e retrabalho,

além de menores custos posteriores com

relação à garantia.

Adicionalmente, como resultado da

relação direta entre qualidade e

pro-R A E v.34 • n.4 • Jul./Ago. 1994

PEDIDO

dutividade, segundo o

mo-delo proposto por Cold,? a

conformidade com a série

NBR 19000 pode significar

ganhos substanciais, tais como

(ver figura 7):

• aumento da relação lucro/

saídas, como resultado da

diminuição do custo médio

de produção, à medida que

a fábrica passa a

traba-lhar com menores níveis de

perda;

• aumento da relação saídas/

investimento total, como resultado da

elevação do

ní-vel de utilização da capacidade

instalada,

pa-ra produção

de "bons pro-dutos" .

Ainda com

relação à

quali-dade, podemos

utilizar a

clas-sificação

ado-tada por

Gar-vin." que defi-ne oito

dimen-sões para

aná-lise e ação

ge-rencial, considerando a qualidade

ineren-te ao produto.

A figura 8 nos fornece um quadro mais

claro correspondente às influências

dire-tas da implementação de procedimentos

em conformidade com a série NBR 19000,

nas dimensões da qualidade dos produtos.

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P O d e m o s

c o n s i d e r a r d o i s

i u 1 p o r t a n t e s g r u p o s d e r a z õ e s

p a ra a

a d o ç ã ( ) d e p r o c e d i m e n t o s

e m c o n f o n n i d a d e

c o m a s é r i e

d .1 U H 1 n a 5

N B R 1 9 0 0 0 :

ra Z 5 .e s

d e m e r c a d o ( e x t e r n a s ) ;

razOes

d e e f i c i ê n c i a t é c n i c a

( i n t e r n a s ) .

CONCLUSÕES

Se observar-mos os modelos propostos

por Garvin e Slack e os pressupostos

con-tidos na série NBR 19000 (ou NBR 19001,

que é a mais completa), podemos notar,

não apenas a complementaridade das

definições ali contid~s, mas também que

na essência todos apresentam as mesmas

idéias vistas sob um prisma diferente.

Desse modo, sumarizando o que foi

colocado, podemos considerar dois

im-portantes grupos de razões para a adoção

9. GOlO, B. Technology, produetivity and eco no mie analysis. T h e In te rn a tio n a l J o u rn a l of M a n a g e m e n t S c ie n c e s , v.1, n. 1, 1973.

1D. GARVIN, D. A. Op. clt.

(9)

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

modelo de relações de produtividade proposto

Lucro

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

. :

Lucro Saídas x

Receita

Saídas

Preço

m l§ d fO

Custo Saídas

C u s to

médio

Saídas Capacidade

Utíi>zacão da'

."",pa.cidaóe.

x

P ró :d u tiV id à d e

do

in v '-flx o

Fonte: GOLD, B . Op. cit,

Saídá LT.

lnv. Fix

LT. AdminiS~o

d o c a p ita l e m p 're g a d o

cido com fornecedores;

*assegurar condições para

aperfeiçoa-mento contínuo, através de

procedi-mentos de rastreabilidade e

identi-ficaçãodos produtos em todas as fases

do processo;

* assegurar a adoção de

procedimen-tos para implementação de ações

corretivas que possibilitem evitar

a recorrência de problemas de

qua-lidade.

Por outro lado, torna-se claro que a

implementação da série de normas NBR

19000 não deve ser vista corno uma

panacéia, que vai resolver todos os

pro-blemas.

Pelo contrário, podemos observar que

existem vários aspectos ligados ao

de-sempenho da manufatura que não sofrem

sua influência.

A figura 9 ilustra, de maneira bastante clara, a influência indireta dos postulados da série de normas ISO 9000 nos aspectos

competitivos externos de urna estratégia

de manufatura.

Domesmo modo, por via de

conse-qüência, quando pensamos

estrategi-camente nas grandes dimensões de

com-petitividade de urna empresa, seja preço,

qualidade ou prazo de entrega.

Ainda considerando essas dimensões

de competitividade, em função do tipo de

negócio explorado pela empresa, pode ou

não ser importante sua adoção, uma vez

de procedimentos em conformidade com

a série de normas NBR 19000:

• razões de mercado (externas): para

man-ter ou conquistar a confiança de

par-ceiros internacionais, superar barreiras

comerciais, ou mesmo formar uma ima-gem positiva.

• razões de eficiência técnica (internas):

aumentar a produtividade na utilização

dos fatores de produção;

•. assegurar conformidade às

especifi-cações;

*

assegurar desempenho adequado ou

em

conformi-dade com o

que foi proje-tado;

*

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a s s e g u r a r c o n

-sistência na

obtenção da

confiabilidade

dos produtos

obtidos;

* assegurar

con-sis tência na

confiabilidade

dos processos

de produção

utilizados;

* assegurar

re-lacionamento

adequado,

for-mal e

conhe-62

DIMENSÕES COMPETITIVAS DA

MANUFATURA

DIMENSÕES DA QUALIDADE

A ISO 9000 x objetivos de desempenho da manufatura dimensões da qualidade dos produtos

QUALIDADE CONFORMIDADE

I

CARACTERlsT,CAS

I

DURABILIDADE GONFIABILlDADE

DESEMPENHO ESTETICA ATENDIMENTO QUAL PERCEBIDA

(10)

N B R 1 9 0 0 0

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

x M A N U F A T U R A : C O N S ID E R A Ç Õ E S S O B R E S U A A P L IC A Ç Ã O

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~

,

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

F ig u ra 9, , ..,

Influência direta e lndíreta nus aspectos internos e externos dà.maríuíatura

Baixo Rreço, alta margem ou ambos

Qualidade

/

Produtos livres de erros de acordo com as especificações

ASPECTOS EXTERNOS

Flexibilidade

~ Novos produtos freqüentes Larga faixa de produtos Ajustes de volumes e entrega'

IS O 9 0 0 a

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

que nem todas as dimensões de

com-petitividade são por ela atingidas.

Portanto, retiradas as evidentes

im-plicações ou razões de mercado

en-volvidas, a adoção da série de normas NBR

19000 pode ser vista como sendo um

embrião mais pragmático (à medida que

possibilita resultados a curto e médio

prazos) da implantação de um programa

de ação competitiva considerando todos os fatores que influenciam os negócios da empresa como um todo.

Como possui um elenco de resultados

práticos palpáveis e facilmente

visua-lizáveis, pode ser encarada também como sendo uma "cunha de penetração" para implantação do conceito de qualidade em um contexto mais abrangente.

B IB L IO G R A F IA S U P L E M E N T A R

CROSBY,P. B.Q u a l i d a d e - f a l a n d o s é r i o . São Paulo: McGraw-Hill, 1990.

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Referências

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