• Nenhum resultado encontrado

CÍCERO BORGES GUIMARÃES JÚNIOR VALDOMIRO OLIVEIRA DE SOUZA AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DAS LUVAS DE LÁTEX PARA PROCEDIMENTOS ANTES DO USO, IN VITRO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CÍCERO BORGES GUIMARÃES JÚNIOR VALDOMIRO OLIVEIRA DE SOUZA AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DAS LUVAS DE LÁTEX PARA PROCEDIMENTOS ANTES DO USO, IN VITRO"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

CÍCERO BORGES GUIMARÃES JÚNIOR VALDOMIRO OLIVEIRA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DAS LUVAS DE LÁTEX PARA PROCEDIMENTOS ANTES DO USO, IN VITRO

PORTO VELHO/RO JUNHO/2016

(2)

AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DAS LUVAS DE LÁTEX PARA PROCEDIMENTOS ANTES DO USO, IN VITRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade São Lucas 2016, como parte dos requisitos para obtenção do título de Cirurgião- Dentista.

Orientadora Prof.ª. Ma. Ana Giselle Aguiar Dias

PORTO VELHO/RO JUNHO/2016

(3)
(4)

INTEGRITY ASSESSMENT OF LATEX GLOVES FOR PROCEEDINGS BEFORE USE, IN VITRO

2Cícero Borges Guimarães Júnior 3Valdomiro Oliveira de Souza

RESUMO: O objetivo deste estudo foi comprovar a presença de perfurações provenientes dos defeitos

de fabricação das luvas de látex para procedimentos antes de sua utilização. Foram analisadas 500 luvas de látex de 5 marcas diferentes, divididas em 5 grupos de 100 luvas cada, representados por números: Grupo Teste-1; Grupo Teste-2; Grupo Teste-3; Grupo Teste-4 e Grupo Teste-5. Para a avaliação da integridade no que diz respeito ao processo de fabricação das luvas, os grupos foram divididos em dois subgrupos cada, representados por letras com o objetivo de facilitar a avaliação, que foi realizada por dois avaliadores. As luvas foram analisadas por inspeções táteis, visuais e um teste de insuflação de água diluída com corante AZUL1, levando em consideração as seguintes condições: presença de furos detectados pela inspeção tátil e visual, presença de pequenas perfurações caracterizadas por gotejamentos e a presença de grandes perfurações caracterizadas por esguicho de água. Os dados coletados foram registrados em uma ficha específica que passou por um teste piloto e os resultados foram anotados e expressos em tabelas, onde foi possível detectar 2% das luvas com perfurações no grupo teste-1, 1% no grupo teste-2, 0% no grupo teste-3, 14% no grupo teste-4 e 3% no grupo teste-5. Concluiu-se que apenas uma das 5 marcas analisadas apresentou baixa qualidade em seu látex 14%, apesar de 4 das 5 marcas terem apresentado defeitos de fabricação, as demais não apresentaram diferenças significantes.

UNITERMOS: Luvas protetoras. Exposição a agentes biológicos. Infecção.

ABSTRACT: The objective of this study was to prove the presence of perforations from faulty

manufacturing of latex gloves for procedures prior to their use. For this, we analyzed 500 latex gloves belonging to 5 different commercial brands were divided into 5 groups of sleeves 100 each represented by numbers: Test group-1; Test group-2; Test group-3; Test group-4 and Test group-5, for the assessment of integrity with respect to the manufacture of gloves process, the groups were divided into two groups each represented by letters in order to facilitate the evaluation was performed by two evaluators, the gloves were analyzed by tactile inspection, visual and diluted water insufflation test with dye, taking into account the following conditions: presence of holes detected by visual and tactile inspection, the presence of small perforations and drips characterized by the presence of large perforations characterized by jetting water. Data were recorded on a specific form, which underwent a pilot test, and the results were recorded and expressed in tables, where it was possible to detect 2% of gloves with holes in the test group-1, 1% in the test group-2, 0% in the test-group-3, 14% in the test group-4 and 3% in the test group-5. It was concluded that only one of the five brands analyzed showed low quality in its latex 14%, although 4 of the 5 brands have presented manufacturing defects, the others showed no significant differences.

KEYWORDS: Gloves, Protective. Exposure to Biological Agents. Infection.

1Artigo apresentado no curso de graduação, em Metodologia do Ensino Superior da Faculdade São Lucas como requisito para conclusão do curso, sob orientação da professora Me. Ana Giselle Aguiar Dias E-mail anagiselle@saolucas.edu.br.

2Acadêmico do 7º período do Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade São Lucas, Porto Velho – RO-BRASIL. E-mailcicinhoborges@hotmail.com.

3Acadêmico do 7º período do Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade São Lucas, Porto Velho – RO-BRASIL. E-mail bvaldomiro@hotmail.com.

(5)

INTRODUÇÃO

Profissionais e acadêmicos da área da saúde estão no seu cotidiano próximos aos seus pacientes durante os procedimentos clínicos, sendo assim, são expostos a riscos de contaminação biológica devido a exposição à bactérias, fungos, vírus e a qualquer outro parasita que possa ser encontrado no ser humano (OBERG et al., 2007; SANTOS et al., 2006).

Os cirurgiões-dentistas tratam especificamente da cavidade bucal que é habitada por micro-organismo que podem causar infecções, por essa razão, tem um alto risco de serem infectados por patógenos que podem ser transmitidos pela saliva e pelo sangue contaminado. Existem pacientes que sem saber, podem ter alguma infecção, e outros até sabem, mas não estão dispostos à relatar aos cirurgiões-dentistas o seu quadro infeccioso, podendo sem saber, transmitir doenças para outras pessoas. Portanto, todos os pacientes são considerados potencialmente infecciosos, e por esse motivo as regras de biossegurança devem ser aplicadas a todos (WARHEKAR 2015).

Devido ao reconhecimento de que o risco de infecção biológica pode aumentar a probabilidade de danos ao bem-estar desses profissionais, a segurança no trabalho tem ganhado relevância na área da saúde, principalmente após a publicação em 2005 da Norma Regulamentadora Brasileira NR 32. O propósito desta legislação foi determinar os critérios básicos para a implantação de meios de proteção à saúde e a segurança dos trabalhadores dos serviços de saúde e uma importante orientação é a prática do uso de equipamentos de proteção individual (MINISTÉRIO DO TRABALHO 2005).

O uso de equipamentos de proteção individual é parte essencial das prevenções padrão preconizada pela OMS, entre estes, são indicadas luvas de látex para procedimentos como barreira mecânica para evitar o contato direto das mãos do profissional com fluidos orgânicos do paciente, oferecendo assim, uma proteção simultânea para ambas as partes. Ao mesmo tempo que reduzem os riscos de contaminação dos profissionais por micro-organismos pertencentes ao paciente, também reduzem a contaminação do paciente por agentes biológicos residentes nas mãos do profissional(PALERMO et al., 2012).

As luvas de procedimentos são feitas geralmente de látex e são recomendadas para procedimentos clínicos semicríticos não invasivos, fabricadas com materiais de uso único e descartáveis, sendo recomendado um novo par para cada paciente, ou a

(6)

cada duas horas, sendo posteriormente eliminadas(LOPES et al., 2009; LEAL et al., 2004).

As luvas de procedimento funcionam como proteção mecânica e devem impedir o contato com os fluidos bucais do paciente, e ajudam a diminuir a transmissão de micro-organismos patogênicos que residem na cavidade bucal, uma vez que podem apresentar poros, furos e até mesmo rasgos provenientes dos defeitos ocorridos durante o processo de fabricação. Estas, devem apresentar-se íntegras e sem presença de perfurações no momento da sua utilização, garantindo assim a biossegurança dos profissionais e pacientes(SERRATINE et al., 2007).

Um trabalho de pesquisa realizado na Universidade Estadual Paulista (UNESP) com objetivo de avaliar a passagem de micro-organismos através do látex das luvas, constatou que 40% das luvas para procedimentos semicrítico, e de procedimentos cirúrgicos, permitiram a passagem de micro-organismos através dos poros e perfurações presentes em sua estrutura(OBERG et al., 2007).

Em um estudo realizado utilizando 480 luvas de látex, sendo 240 luvas analisadas antes do uso, verificou-se que a incidência de perfurações e defeitos de fabricação foram de 5,4%(PALERMO et al., 2012). Outro estudo realizado com luvas cirúrgicas e de procedimentos constatou que 1,8% das luvas cirúrgicas e 2% das luvas de procedimentos apresentaram perfurações antes de sua utilização, expondo profissionais e acadêmicos da saúde a riscos de contaminações. A ocorrência de defeitos de fabricação em luvas, destaca a relevância das práticas operatórias que reduz o estresse sobre as luvas e a importância da troca, principalmente em procedimentos com duração maior que 2 horas(OTIS; COTTONE., 1989).

As luvas de látex são indispensáveis no dia a dia dos profissionais da área da saúde, e possuem três finalidades cruciais: diminuem as chances de contaminação com agentes patogênicos existentes nas secreções dos seus pacientes, minimizam as possibilidades do profissional de saúde contaminar os pacientes com micro-organismos presentes em suas mãos, reduzem as chances de ocorrer contágio de agentes microbianos da cavidade bucal de um paciente para outro, a partir de bactérias transitórias das mãos do profissional com patógenos originários da cavidade bucal de outro paciente (SERRATINE et al., 2007).

Este trabalho teve o objetivo de avaliar luvas de látex para procedimentos semicríticos antes da sua utilização, afim de comprovar a presença de perfurações e

(7)

defeitos adquiridos durante o processo de fabricação que poderiam pôr em risco a saúde dos profissionais de saúde e suas equipes.

MATERIAIS E MÉTODOS

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a integridade das luvas de látex utilizadas em procedimentos semicríticos antes do uso, sem a intensão de qualificação de determinada marca ou empresa específica. Cinco marcas comerciais presentes no mercado foram escolhidas para análise, de acordo com avaliação prévia foram escolhidas as marcas mais comuns encontradas no mercado.

As marcas analisadas foram separadas em cinco GRUPOS TESTE para posterior avaliação, GT1-SUPERMAX® (Supermax, Lot 6068-6070, Malayisa, data de

fabricação: 09-2015, validade de 5 anos), GT2-CREMER® (Lot 4970, Malásia, data de

fabricação 09-2015, validade-3 anos), GT3-TALGE® (Importado Por TALGE

Descartável do Brasil Ltda. Lot 50108011 Malásia, data de fabricação: 01-2015, validade 5 anos), GT4-MEDIX® (Lot 14088116, Malaysia, data de fabricação 08-2014,

validade 5 anos) e GT5-LAGROTTA® (Lot 59 Industrial Estate Malayisa, data de

fabricação 01-2015, validade de 5 anos). Cada grupo foi formado por 100 luvas ambidestras, tamanho Médio, dividido em dois subgrupos, representados com letras, totalizando dez grupos com 50 luvas, formando o total de 500 luvas, subdivididos da seguinte forma: GT1-A, GT1-B, GT2-C, GT2-D, GT3-E, GT3-F, GT4-G, GT4-H, GT5-I e GT5-J. A finalidade desta divisão foi facilitar a pesquisa realizada por dois avaliadores. Os defeitos de fabricação como furos, rasgos e outros defeitos que pôde ser detectados na hora da divisão dos grupos foi usado como critério de exclusão para as luvas que foram avaliadas na pesquisa(LOPES et al., 2009).

A técnica aplicada foi a análise feita por meio da insuflação com água diluída com corante, com o uso da técnica preconizada por Xavier et al (2006) realizada por dois examinadores. As luvas de procedimentos foram insufladas com 500 ml de água diluída com corante AZUL 1, com um nó na altura do punho, foram seladas a abertura para a mão. A análise da taxa de perfuração foi feita com uma leve pressão em direção as pontas dos dedos, alongamentos das luvas por 15 segundos analisando cada face das luvas, levando em consideração as seguintes condições: presença de furos detectados pela inspeção tátil e visual, pequenas perfurações caracterizadas por gotejamentos, grandes perfurações caracterizadas por esguicho de água e deformação causada pelo peso do líquido. Após a inspeção visual e tátil, não sendo

(8)

constatado nenhum vazamento de líquido, as luvas foram suspensas por 30 minutos sobre uma bancada forrada com cartolina branca, a fim de que evidenciasse algum gotejamento.

Os dados coletados foram registrados em uma ficha específica que passou por um teste piloto, onde avaliou-se dez luvas de cada marca para comprovar a eficiência das questões contidas na ficha antes de ser aplicada na pesquisa. Os resultados foram anotados e expressos em tabelas, onde foi possível detectar nas luvas, furos e poros que comprometem a integridade do látex.

RESULTADOS

As luvas de látex para procedimentos, apresentaram perfurações antes de serem utilizadas, os resultados estão expressos na Tabela 1 de acordo com as luvas pesquisadas. A presença de furos ocorreu em maior número no Grupo Teste-4 (14%) em comparação com as demais. Os Grupo Teste-1, Grupo Teste-2 e Grupo Teste-5 apresentaram falhas que variaram entre 1% a 3% nas luvas analisadas.

Tabela 1. Comportamento das luvas por grupos analisados

GRUPOS LUVAS ÍNTEGRAS LUVAS PERFURADAS

GT-1 98% 2%

GT-2 99% 1%

GT-3 100% 0%

GT-4 86% 14%

GT-5 97% 3% Dados obtidos pelos próprios pesquisadores

Na Tabela 2 está o número de perfurações encontradas nas diferentes faces das luvas analisadas, cinco luvas apresentaram perfurações na região do dorso ou da palma, nove luvas no espaço interdigital e seis luvas nas pontas dos dedos. O espaço interdigital foi à região com maior número de perfurações, seguido pelas pontas dos dedos como ilustra a figura 1.

(9)

Tabela 2. Local de Perfurações encontrado nas luvas

GRUPOS Dorso ou Palma Esp. Interdigital Pontas dos Dedos

GT-1 0 1 1 GT-2 0 0 1 GT-3 0 0 0 GT-4 4 7 3 GT-5 1 1 1 TOTAL 5 9 6 Dados obtidos pelos próprios pesquisadores

Figura 1-Locais das perfurações.

Fonte: Dos próprios pesquisadores

A Tabela 3 descreve como as perfurações foram encontradas, muito embora seja quase impossível perceber a presença dos furos antes do calçamento das luvas. A maioria dos defeitos encontrados nas luvas de látex apresentaram-se na forma de esguicho de água como ilustra a figura 2, o que deixa claro a necessidade de uma inspeção mais rigorosa no momento do calçamento das luvas.

Figura 2-Ilustração dos defeitos

(10)

Tabela 3.Perfurações Encontradas Conforme Análise

GRUPOS Gotas Gotas Presença de Def. causada Observadas observadas esguicho de pelo peso do no papel a olho nu água líquido

GT-1 0 0 2 0 GT-2 0 0 1 0 GT-3 0 0 0 0 GT-4 2 6 6 0 GT-5 1 1 1 0 TOTAL 3 7 10 0 Dados obtidos pelos próprios pesquisadores

DISCUSSÃO

O cuidado do profissional de saúde com os riscos de infecção com doenças contagiosas, principalmente hepatite B, C e AIDS, fez com que o uso de luvas de látex durante os atendimentos, tenha sido a maneira mais eficaz que o profissional dispõe para prevenir contaminação. Todavia, para que essa proteção seja eficaz, as luvas devem estar livres de defeitos e perfurações na hora do uso (CURY 1999). A relevância que a biossegurança vem seguindo na área da saúde, impulsiona novos estudos que demonstram a eficiência das técnicas de prevenção à contaminação cruzada. Os equipamentos de proteção individual deverão ser usados sempre que o profissional for entrar em contato com paciente, no entanto, a literatura mostra poucas pesquisas com o objetivo de avaliar esses EPIs antes do uso.

Os dados obtidos no presente estudo permitem analisar a integridade das luvas antes do uso. Das 500 luvas de látex para procedimentos analisadas, 20 apresentaram defeitos oriundos do processo de fabricação (4% do total), defeitos estes que passam despercebidos aos olhos desatentos dos profissionais na hora dos atendimentos. Na tabela 1, observa-se a ocorrência de defeitos de até 14% em uma determinada marca, resultado que corrobora com os trabalhos de GUANDALINI (1997) que relatou em sua pesquisa que, em uma caixa de luvas de látex para procedimentos semicríticos, é possível conter até 12% das luvas com defeitos provenientes do processo de fabricação. Estas descobertas são reforçadas pelos estudos realizados pelos pesquisadores MOORE; BRANTLEY (1990) quando constataram que 6,1% das luvas de procedimentos analisadas por eles possuíam defeitos e perfurações resultante também do processo de fabricação. BEZERRA;

(11)

PINHEIRO (1999) observaram em 5% das luvas examinadas em sua pesquisa, que estas também continham tais defeitos antes de serem utilizadas.

Estudo realizado no Department of Orthodontics, University of Mainz, Germany, usando a metodologia da análise das luvas semelhante a desta pesquisa, teve o objetivo de determinar a extensão e a localização das perfurações em luvas causadas pelas técnicas de tratamento ortodôntico. Para isso, a permeabilidade das luvas foram testadas por meio de insuflação de água de acordo com norma europeia EN455 antes do uso. 1600 luvas de marcas diferentes foram analisadas, verificou-se que a taxa de perfurações das luvas não utilizadas eram de 0,5% a 7,5%, o que reforça os resultados da presente pesquisa(DOLL et al., 1999).

Outro trabalho realizado com a intenção de avaliar cinco marcas diferentes de luvas antes e depois do uso, através dos métodos de análise eletrônico, realizando insuflação com água diluída em corante e passagem de bactérias, mostrou um resultado maior que o do presente estudo, pois, verificou-se que apenas uma marca passou em todos os testes de avaliação antes de serem usadas. Depois do uso por até três horas, 20% a 50% das luvas permitiram a passagem de bactérias através do látex mesmo sem apresentarem perfurações visíveis (MORGAN; ADANS., 1989). Igualmente um outro estudo avaliou através da microscopia eletrônica de varredura as características de diversas marcas de luvas de látex comumente usadas na clínica odontológica na Itália. Observou-se que nenhuma estavam livres de falhas estruturais, entretanto, em algumas foram encontradas apenas ligeiras depressões, houve também uma forte falta de uniformidade na textura do látex ou perfurações visíveis (TUCCI et al., 1996).

Um estudo realizado no Department of Anesthesiology, Universityof Texas Health Science Center, San Antonio, com o objetivo de determinar a frequência de perfurações em luvas de látex antes, durante e após os procedimentos cirúrgicos e odontológicos, considerando que a taxa admissível de defeitos para luvas novas é de 1,5%, observaram que a taxa de perfurações nas luvas não utilizadas foram de 5,5% para luvas cirúrgicas, e de 1,9% para as luvas de procedimentos, o que aponta uma taxa de defeito maior do que a aceitável pelas normas Foodand Drug Administration. Estes resultados corroboram com a presente pesquisa que mostra a importância de inspecionar a integridade das luvas antes da utilização em procedimentos clínicos (ALBIN et al., 1992).

(12)

Um estudo realizado com 2400 luvas, utilizando a metodologia idêntica a desta pesquisa, com o propósito de avaliar a qualidade das luvas de látex e luvas de vinil estéreis e não estéreis com amostragem de marcas diferentes, usaram cinquenta luvas de cada caixa, o método de análise das luvas foi o mesmo preconizado pela Sociedade Americana de Testes e Materiais, onde as luvas foram preenchidas com 300ml de água e uma pressão adicional foi aplicada sobre elas. As outras cinquenta luvas restantes de cada caixa foram calçadas e submersas em uma bacia contendo sangue humano heparinizado (com anticoagulante). O estudo mostrou que das marcas avaliadas, apenas quatro marcas de luvas de látex estéreis não apresentaram permeabilidade a água ou ao sangue, as outras marcas apresentaram infiltrações que variam de 1% a 52%, resultados estes que mostram que as luvas devem ser consideradas apenas como um EPI capaz de reduzir os riscos de contaminação, mais

não eliminá-los completamente(DEGROOT-KOSOLCHAROEN; JONES., 1989).

Um levantamento das notificações recebidas relacionadas ao desempenho das luvas de procedimentos e cirúrgicas, realizado pela unidade de tecnovigilância da ANVISA/NUVIG/UTVIG no banco de dados da NOTIVISA no Brasil, constataram que as notificações de reclamações técnicas foi bem mais elevadas que a deste trabalho, eram na maioria notificações que envolviam defeitos de materiais fragmentados ou corrompidos, isto é, luvas rasgadas (41,3%); furadas (22,0%); com partes faltantes (10,5%). Os resultados desta pesquisa levou a ANVISA a tornar obrigatório os testes de qualidade realizados pelas empresas conforme as normas técnicas(VIGIPÓS., 2010).

CONCLUSÃO

Concluiu-se que, em várias marcas, as luvas de látex para procedimentos semicríticos podem apresentar defeitos como, poros e furos que facilitam a passagem de micro-organismos mesmo antes da sua utilização. Das cinco marcas analisadas, quatro apresentaram falhas na estrutura do látex que variaram entre 1% a 14% em uma caixa contendo cem luvas, dadas as limitações da presente pesquisa, percebe-se que, a ausência da integridade das luvas antes do uso, expõem os profissionais da saúde à riscos de infecções, fato que pode variar dependendo da marca das luvas utilizadas.

(13)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBIN, M. S.; et. al. Anatomy of a defective barrier: Sequential glove leak detection in a surgical and dental environment. Critical care medicine, v. 20, n. 2, p. 170-184, 1992.

BEZERRA, S. R. S.; PINHEIRO, J. T. Avaliação da integridade das luvas de procedimentos utilizadas na clínica endodôntica. Rev. Cons. Reg. Odontol.

Pernamb, v. 2, n. 2, p. 95-101, 1999.

CURY, A. F. Perfuração da luva cirúrgica: frequência e percepção do acidente. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 21, n. 10, p. 593-596, 1999.

DEGROOT-KOSOLCHAROEN, J.; JONES, J. M. Permeability of latex and vinyl gloves to water and blood. American journal of infection control, v. 17, n. 4, p. 196, 1989. DOLL, G. M.; et al. Efficacy of protection by latex gloves during orthodontic therapy. Journal of orofacial orthopedics= Fortschritte der Kieferorthopadie:

Organ/official journal Deutsche Gesellschaft fur Kieferorthopadie, v. 61, n. 2, p.

80-90, 1999.

GUANDALINI, S. L. Biossegurança. J. Bras. Odont. Clin, v. 1, n. 1, p. 9-11, 1997. LEAL, M. H. C.; et al. Avaliação da integridade das luvas de procedimento utilizadas na clínica ortodôntica. RGO. Revista Gaúcha de Odontologia (Online), v. 52, n. 4, p. 251-255, 2014.

LOPES, N.; et al. Análise da permeabilidade das luvas de látex para procedimento mais utilizadas por alunos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 8, n. 2, p. 206-212, 2009. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de Novembro de 2005. NR32- Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Diário Oficial da

República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 nov. 2005.

MOORE, R. L.; BRANTLEY, S. W. Frequency of glove perforations. Journal of

clinical orthodontics: JCO, v. 24, n. 5, p. 294, 1990.

MORGAN, D. J.; ADAMS, D. Permeability studies on protective gloves used in dental practice. British dental journal, v. 166, n. 1, p. 11-13, 1989.

OBERG, C.; et al. Passagem de microrganismos através de luvas de procedimento e de luvas cirúrgicas antes de sua utilização. Revista de Odontologia da UNESP, v. 36, n. 2, p. 127-130, 2007.

OTIS, L. L.; COTTONE, J. A. Prevalence of perforations in disposable latex gloves during routine dental treatment. The Journal of the American Dental Association, v. 118, n. 3, p. 321-324, 1989.

(14)

PALERMO, V. M.; et al. Evaluation of integrity of procedure gloves used by dentistry students. RGO. Revista Gaúcha de Odontologia (Online), v. 60, n. 4, p. 431-436, 2012.

SANTOS, A. A. M. D. Serviços odontológicos: prevenção e controle de riscos.

In Tecnologia em Serviços de Saúde. ANVISA.

SERRATINE, A. C. P.; PACHECO, E.; MIERO, M. Avaliação da integridade das luvas cirúrgicas após a utilização em cirurgias odontológicas. Arq Catar Med, v. 36, n. 1, p. 85-9, 2007.

TUCCI, M. G. et al. Structural features of latex gloves in dental practice. Biomaterials, v. 17, n. 5, 517-522, 1996.

VIGIPÓS. A regulação de luvas no Brasil. Boletim Eletrônico de Investigação em

Vigilância Sanitária 2010. Disponível em: <

http://www.anvisa.gov.br/divulga/newsletter/boletim_vigipos/boletim_nuvig.htm>. Acesso em: 08 de março de 2016.

WARHEKAR, S. A.; et al. Thickness, permeability and tactile perception of commercial latex examination gloves used in dental practice. Journal of Indian Association of

Public Health Dentistry, v. 13, n. 3, p. 342, 2015.

XAVIER, R. L. F; et al. Glove perforation during oral surgical procedures. Medicina

Oral, Patología Oral y Cirugía Bucal (Internet), v. 11, n. 5, p. 433-436, 2006.

LUCENA, V. C. F.; et al. Avaliação da integridade das luvas cirúrgicas e de procedimentos após atendimentos odontológicos. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 13, n. 3, p. 71-78, 2013.

(15)
(16)
(17)

APÊNDICE A- Marcas das luvas analisadas

Fonte: Dos próprios pesquisadores

(18)

APÊNDICE B- Ficha para avaliação das luvas de látex SUPERMAX.

(19)

APÊNDICE C- Ficha para avaliação das luvas de látex CREMER

(20)

APÊNDICE D- Ficha para avaliação das luvas de látex TALGE

(21)

APÊNDICE E- Ficha para avaliação das luvas de látex MEDIX

(22)

APÊNDICE F- Ficha para avaliação das luvas de látex LAGROTTA

Referências

Documentos relacionados

O estágio foi realizado em duas fases: na primeira fase destinada a enriquecimento pessoal, procedeu-se à realização e interpretação de ecocardiografia transtorácica de

CLÁUSULA TRIGÉSIMA TERCEIRA - REMESSA DE INFORMAÇÕES AO SINDICATO PROFISSIONAL Cada Estabelecimento de Ensino fica obrigado a remeter ao Sindicato dos Professores do Estado do Ceará

- Categoria A – Mecânico de certificação de linha - autoriza os seus titulares a emitir certificados de aptidão para serviço na sequência de pequenas operações de

No mercado interno, a produção foi sustentada pelo setor de fretamento, beneficiado pela utilização de mais veículos para manutenção do distanciamento no transporte

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) toda criança tem direito à educação. A família é o primeiro grupo social da criança, onde ela adquire

É oportuno que a promotoria de Justiça oficie diretamente às fundações sob seu velamento (prontamente identificadas no SICAP), a fim de informar que a versão 2021 do SICAP —

fronteira clara que separe essas duas condições, o que é normal e o que não é. Ansiedade e angústia são fenômenos inerentes à condição humana. Determinar qual tipo e qual

Realizada no dia 24/02 na Unidade de Acolhimento Centro de Assistência Social e Humanitário, a intervenção teve a presença de 14 participantes, entre idosos e pessoas com