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PN ; Ap: Tc Maia 1ºj ( ) Acordam no Tribunal da Relação do Porto I.INTRODUÇÃO

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_____________________________________________________________________ PN 3582.04-5; Ap: Tc Maia 1ºj ( ) Ape.1 Apos.2 _____________________________________________________________________

Acordam no Tribunal da Relação do Porto

I.INTRODUÇÃO

(a) Os AA. nao se conformam com a absolvição dos RR. contra quem pediram o despejo do primeiro andar da casa de habitação sita

Maia

(b) Da sentença recorrida:

(1) Nem os AA. conseguiram provar que o pagamento da renda nao tinha sido realizado, nem os RR lograram demonstrar que afinal haviam pago, nem sequer o tribunal encontrou elementos para se superar a situação de dúvida

(2) Esta dúvida deve ser resolvida dando como não demonstrado o requisito imprescindível para a resolução do contrato em que os senhorios basearam a sua pretensão.

(3) Na verdade, segundo determina o art.974-A CPC na versão anterior ao RAU, reconhecida a existência do contrato de

arrend amento, na acção de despejo fundada na falta de pagamento da renda era ao R que competia provar, para bastar a esse ef eito, que tinha cumprido, mas tal norma foi revogada, sem que nenhuma idêntica

1 Adva. Dra. 2 Adva. Dra.

(2)

tenha sido inserida no novo texto legal: prevalece a regra geral, e ao

invés do que se p assav a, esta nada exceptua3

(4) Quanto ao pedido de despejo com base na realização de obras não consentidas, desde logo a análise das fotografias junto aos autos, demonstra quanto ao fecho da marquise e colocação das chapas acrílicas, qu e sendo embora uma obra de alguma relevância, não é definitiva; e quanto à construção da lareira, n ão parece que posso considerar-se obra de monta ou de dimensão considerável: deve concluir-se, pois, que o pedido também na procede com este

fundamento 4

(5) De qualquer modo, mesmo qualificando as obras de

substanciais, não poderia o pedido de despejo proceder por estar verificad a a caducidade do direito de pedir a resolução: as obras em causa foram feitas com conhecimento dos AA., e datam de há mais de dez anos, ou de 1998 (n ão depois), enquanto a acção deu entrada em

01.12.17, art. 65 RAU5

(6) Os AA afirmaram falsamente que tiveram conhecimento das obras em 02.01 e que elas foram executadas nessa data; chegara ao ponto de alegar que a chaminé embocava nas chapas em acrílico que cobrem a marquise, facto que em absoluto não corresponde à verdade; omitiram a relação de amizade que durante anos os ligou aos RR; finalmente negaram o acordo para a r ealização das obr as, o

acompanhamento que fizeram destas e as visitas á casa dos RR;

(7) Assim, devem ser condenados nos termos do art 456/1 CPC considerada a intensidade destas violações dos deveres de probidade processual e pesados os interesses em jogo na acção, o valor desta e a

3 Vd. Antunes Varela, Manual de Processo Civil, p.463: sendo o despejo a pretensao que corresponde à resoluçao,

caducidade ou denúncia do contrato, cabe naturalmente ao autor a prova dos factos constitutivos de qualquer desses modos de extinçao da relação locatícia; trata-se de factos constitutivos do direito que ele se arroga, quer

sejam positivos, quer sejam negtivos; e assim sucederia de igual modo com o despejo fundado na falta de pagamento da renda, se outra não fosse (como já não é) , acrescenta-se agora, a solução especial resultante da

lei.

4 Vd. Ac. RL 02.02.26, CJ (2002) I, pp. 12-8: nao constitui alteraçãosubstancial da extrutura externa do predio

arrendado a construçao no respectivo quintal de uma arrecadaçao e de dois anexos, com utilizaçao de tábuas de madeira, folhas de zinco na cobertura e folhas de plastico no solo; Ac RL, 92.06.02, BMJ 418/841: a abertura no tenhado e a instalaçaoo de uma chamine para extraçao de fums nao constitui alteraçao substanci al do locado 5 Vd. Ac STJ, 02.05.21, CJ-STJ (2002), II, pp 83-5 :o acto de fazer obras nao é facto continuado, pelo que o prazo

de caducidade da respectiva acçao é de um ano a contar do conhecimento desse facto; tb. Ac RL 01.05.10, CJ (2001) III, pp. 87-92

(3)

inexistência de elemento s que indiciem dificuldades económicas deles: 30 Ucs

(8) Quanto á indemnização vai fixada no montante pedido pelos RR, que se mostra razoável para o efeito: € 68,80

II.MATÉRIA ASSENTE

(a) Os AA. são donos e possuidores do prédio urbano, constituído por r/c, 1º andar e diversas casas de habitação,

Maia

(b) Por escrito, com data de 90.04.01, a A. declarou dar de arrendamento ao R. marido, que declarou aceitar, o primeiro andar do referido prédio, pelo prazo de um ano, prorrogável, pela renda anual de Pte. 300 000 $00, a pagar na residência do senhorio, no montante mensal de Pte. 25 000 $00 no primeiro dia útil do mes anterior aquele que dissesse respeito, com inicio na data do fecho

(c) Na sequência de actualizações, a renda mensal foi fixada em Pte. 31 000$00, a partir de 11.00, e em Pte. 31 682 $00, a partir de 02.01

(d) Em 01.01, a renda passou a ser paga através de deposito na CGD

(e) Por escrito a autora declarou dar d e arrendamento ao R marido que declarou aceitar a casa térrea com o número 2, traseiras, do referido prédio, pelo

prazo de um ano, p rorro gável, pela renda anual de Pte. 204 000 $00 a p agar na residência do senhorio, no montante mensal de Pte 17 000 escudos, no primeiro

dia útil do mes anterior aquele que dissesse respeito, com inicio em 00.03.01 (f) Ate perto do final do ano de 2000 existiu uma relação de amizade entre AA eRR

(g) Os AA enviaram uma carta aos RR, solicitando pagamento das rendas relativas 11.00 e 12.00

(h) Em 00.12.23 os RR enviaram aos AA uma carta, manifestando

surpresa e indignação pelo teor da carta recebida: passariam a depositar as rendas na CGD

(i) Os RR fecharam a marquise do primeiro andar e nele construíram uma lareira

(4)

(k) Quando foi celebrado o contrato da casa terra, AA e RR concordaram em que estes poderiam realizar as obras necessárias

(l) A A. exigiu que, nessas obras, a marquise fosse coberta com capas acrílicas

(m) O fecho da marquise foi levado a cabo à mais de dez anos

(n) Os RR. fizeram a chaminé em data não concretamente apurada, nao posterior a 1998

(o) As obras for am erguidas com conhecimento dos AA, quer no momento da sua realização, quer na conclusão

(p) Alias, os AA visitavam assiduamente s residência dos RR

(q) Mas o fecho da marquise e a colocação da chaminé da lareira eram vistos do exterior por qualquer pessoa

(r) As obras realizadas pelos RR na casa térrea, não tiveram projecto, nem licença camarária

(s) os AA tinham dito aos RR que as obras podiam ser feitas sem esse projecto e licença camarária

III.CLS/ ALE GAÇÕES

(a) [o tribunal recorrido fundamenta a sentença em termos de direito, tendo apenas invocado que seguia a tese maioritariamente assente na doutrina e jurisprudência, sem contudo ter mencionado de forma expressa e objectiva em que baseou a sua decisão: qual a doutrina e a jurisprudência?]

(b) [ora, neste caso era aos RR pelo contrario, a quem incumbia e incumbe

o ónus da prova]6

(c) A sentença recorrida violou o exacto entendimento do disposto no art.695/3 CPC, nos arts.63/2 e 64/1 RAU, arts 1038-A e 1039/1CC

(d) [os Apes. Embora não tivessem logrado provar em audiência que as obras lev adas a cabo n o primeiro andas tivesses sido feitas pelos Apas. Ás escondidas e sem seu conhecimento, jamais tiveram intenção de escamotear a verdade dos factos: Fizer am-no com manifesta boa fé, com lisura e correcção e

6 é esta a tese em geral maioritariamnte perfilhada e aceite pela doutrima e jurisprudencia: Vd. Aragão

(5)

sem pretenderem fase do processo um uso manifestamente reprovável, ou com o

fim de conseguir um objectivo ilegal, ou para entorpecer a acção da justiça, muitíssimo menos com o fito de impedir a descoberta da verdad e dos facto s]

(e) [a sentença de primeir a instancia foi portanto de um severidade

exagerada ao condenar s Apes. Como litigantes de ma fé no pagamento da

multa de 30 Ucs e de indemnização a fixar, pelas despesas a que a ma fé tem obrigado os Apes.

(f) A sentença recorrida violou ainda assim o exacto entendimento do disposto no art. 456/2 a.b. CPC

(g) Deve ser revo gada a sentença recorrida e julgado procedente o pedido, decretada resolução dos contratos de arrendamento e condenados os RR no despejo

IV.CONTRALEGAÇÕES: não houve.

V.RECURSO: pronto para julgamento nos termos do art. 705 CPC

VI.SEQUENCIA:

(a) os recorrentes acusam a sentença com que se n ão conformam de ter gratuitamente afirmado seguir jurisprudência maioritária quando nem a terá citado, deixando de demonstrar o ponto de vista jurídico escolhido para fundamentar a decisão. Contudo esta afirmação não corresponde de modo algum á verdade do texto sentencial, onde mesmo através da síntese tentada no inicio deste despacho, se vê, pelo contrario, ter havido um esforço muito meritório de justificação

(b) com efeito, o tribunal optou pela tese de que incumbia e incumbe aos AA a prova da falta de pagamento da renda , com base na inflexão legislativa do

RAU, que abandonou a modalidade tradicional de incumbir ao inquilino a prova desse pagamento.

(c) Esta tese é alias de aceitar, sendo expressivo o excerto doutrinal de Antunes Varela citado na nota 3. E certo é que os recorrentes n em sequer

arrendamentos para habitaçao, p .95 ; Pires de Lima & Antunes Varela, Código civil Anotado 3ºed,

(6)

impugnaram a resposta negativa dada ao quesito sobre a matéria. Por outro lado,

tendo deixado cair o motivo da realização de obras não autorizadas por parte dos RR vêm impugnar a condenação em multa e indemnização decorrente da litigância de ma fé que lhes foi imputada por manifestamente terem

conhecimento das obras há muitos anos, com as quais concordaram inicialmente.

(d) Supletivamente pediram a redução da multa, excessiva, defendem, no quadro da lide: 30 UCs, quando a variação vai de 2 UCs a 100

(e) Mas é manif esto pelas razoes sineticamente extratatas da sentença

recorrida que se impõe a condenação, a qual terá de considerar, no entanto, um certo desaceleramento dos efeitos da litigância, por dizer respeito a um motivo periférico da causa, perante a arquitectura da PI.

(f) Por isso mesmo, entende-se que a multa deve ser graduada pelo mínimo, i.é. 2 Ucs, enquanto não há quaisquer razoes para alter ar o montante da

indemnização, tal, com decorre, logo, da parcimónia do pedido aceite por isso mesmo.

(g) Por conseguinte, vistos o s arts.342/1 CC, 64/1 RAU e 1456,1457 CPC vai inteiramente mantida a decisão sobr e recurso

Referências

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