Visão geral das novas regras para prorrogação das concessões: Abrangência, requisitos e consequências da Medida Provisória n.

Visão geral das novas regras para prorrogação das

concessões: Abrangência, requisitos e consequências

da Medida Provisória n. 579/2012

Britcham – “Renovação das Concessões de Energia Elétrica” Roberta Bagatini Bassegio

Agenda

 Cenário anterior

 A Medida Provisória 579/12 e sua abrangência

 Condições gerais para Prorrogação das Concessões

 Condições específicas para Geração

 Condições específicas para Transmissão

 Condições específicas para Distribuição

 Tarifas

 Indenização

Cenário Anterior

Regras para Renovação das Concessões

• Lei 8.987/95, art. 42 e 43; Lei 9.074/95, art. 4º, §2º e 9º e art. 19 • Anterior a Fev/1995: prorrogação por 20 anos;

• Até Dez/2003: 35 anos + 20 anos; • Após Dez/2003: prazo de até 35 anos.

Geração

• Lei 8.987/95, art. 42 e 43; Lei 9.074/95, art. 4º, §3º e art. 22

• Anterior a Fev/1995: prorrogação condicionada ao reagrupamento

(racionalidade operacional e econômica);

• Após Jul/1995: 30 anos + 30 anos.

Distribuição

•Lei 8.987/95, art. 42 e 43; Lei 9.074/95, art. 4º, §3º e art.17, §5º •Anterior a Fev/1995: aplicam-se as regras de concessões de

distribuição e geração (integrantes da rede básica);

•Após Jul/1995: 30 anos + 30 anos.

A Medida Provisória 579/12

 Contexto:

 Diversos contratos de concessão de geração e transmissão de energia elétrica vencidos ou vencendo entre 2015 e 2017.  Incerteza.

 Pacote do Setor Elétrico:

 Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012:  Novas regras para prorrogação das concessões.

 Decreto-Lei nº 7.805, de 14 de setembro de 2012.  Regulamentar a Medida Provisória 579/12.

Exposição de Motivos da MP 579/12

 Reduzir o custo da energia elétrica para o consumidor final:

 Promover a modicidade tarifária e a garantia de suprimento;  Tornar o setor produtivo mais competitivo.

 Estabelecer o regime de comercialização da energia gerada por usinas hidrelétricas.

Abrangência da MP 579

• Hidrelétricas: prorrogação por até 30 anos.

• Anteriores a Fev/1995: prorrogadas ou não; com pedido

em curso.

• Destinadas à produção independente ou autoprodução.

• Termelétricas: prorrogação por até 20 anos.

Concessões

de

Geração

• Distribuidoras: prorrogação por até 30 anos.

• Outorgas anteriores a Fev/1995.

Concessões

de

Distribuição

•Transmissoras: prorrogação por até 30 anos.

• Integrantes da rede básica.

Concessões

de

Prorrogação das Concessões

 Pedido : 60 meses de antecedência ou até 15.10.2012.

 Antecipação dos efeitos em até 60 meses do advento do termo da concessão.

 Assinatura do termo aditivo em 30 dias da convocação.  Prazo da prorrogação conta-se:

 1º dia após o advento do termo contratual; ou  1º dia do mês subsequente à assinatura do

Prorrogação das Concessões

 Cláusula de renúncia a direitos preexistentes.

“Cláusula Segunda, Subcláusula Segunda - A Concessionária renuncia a

quaisquer direitos preexistentes que contrariem o disposto na Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012, e nas relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência, que se conservarão por ela regidas, ou na Lei a que venha a ser convertida, referente à concessão relacionadas no Anexo 1 deste Contrato.”

(Minuta de Termo Aditivo para Geração)

“Cláusula Segunda, Subcláusula Sexta: A TRANSMISSORA expressamente

renuncia a eventuais direitos preexistentes que contrariem o disposto na MP nº 579/2012, no Decreto nº 7.805/2012 ou neste TERMO ADITIVO.”

Prorrogação das Concessões de Geração

 Condicionada à aceitação expressa:

 Remuneração por tarifa fixada pela ANEEL;

 Cotas de garantia física alocadas para as distribuidoras; e  Padrões de qualidade.

 Riscos hidrológicos (MRE)  distribuidora.

 Investimentos a serem considerados na tarifa – regras editadas pela ANEEL.

 Aplica-se a ampliações.

 Sistema de Cotas: Regulamento e questões ainda pendentes (ACL e PPAs em vigor).

Prorrogação das Concessões de Geração

 Autoprodutores com potência de até 50 MW (ou não interligados ao SIN):

 prorrogação por até 30 anos;

 inaplicabilidade das regras gerais;

 energia não consumida será liquidada pelo PLD; e

 prorrogação a título oneroso, mediante pagamento pelo Uso de Bem Público.

 Aproveitamentos com potência de até 1 MW: dispensados de outorga, sujeitos apenas à comunicação.

Prorrogação das Concessões de Geração

 Condições Específicas para Termelétricas:

 Prorrogação por 20 anos ou nova licitação.

 Pedido de prorrogação: 24 meses de antecedência.

 Assinatura do contrato ou termo aditivo no prazo de 90

dias contados da convocação.

 Usinas termelétricas prorrogadas poderão ser

diretamente contratadas como energia de reserva, a

critério do Poder Concedente.

Prorrogação das Concessões

de Transmissão e Distribuição

 Condições Específicas para Transmissão

 Condicionada à aceitação expressa das condições da MP 579/12:

 remuneração por tarifa fixada pela ANEEL; e  padrões de qualidade.

 Condições Específicas para Distribuição:

 Condicionada à aceitação expressa das condições estabelecidas no contrato ou termo aditivo.

Tarifas

 Tarifas definidas pela ANEEL, considerando:

 Investimentos: bens reversíveis não amortizados/indenizados;  Custos de O&M;

 Encargos, tributos, TUST e TUSD;

 Dentre outros

 EPE: lucro de até 10%.

 Metodologias divulgadas:

 Geração: NT nº 01/12, Port.MME nº 578, de 31.10.2012 e NT nº 358/12.  Transmissão: Port. MME nº 579, de 31.10.2012 e NT nº 383/12.

 Resultados:

 Valores de tarifas aprox. 70% inferiores.

 Geração: preço médio de R$ 100/MWh para R$ 27/MWh.

 Redução média de 16,2% para consumidores finais.  Estimativa inicial do governo = 20%.

Termos Aditivos

 Obrigações que vão além de Operação e Manutenção:

Cláusula 10ª, X: “Realizar investimentos necessários para garantir a qualidade e atualidade da produção de energia elétrica, compreendendo a modernidade das técnicas, dos equipamentos, das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão.” (Minuta do Termo Aditivo

Geração)

Cláusula 3ª, Subcláusula 4ª: “A TRANSMISSORA deverá operar, manter e conservar os bens e instalações (...) e responsabilizar-se pelas reposições que se fizerem necessárias para assegurar a adequada prestação do SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSMISSÃO, nos termos da legislação aplicável, superveniente e complementar, e das normas e regulamentos expedidos pelo PODER CONCEDENTE e pela ANEEL, auferindo as receitas correspondentes.” (Minuta do Termo Aditivo Transmissão)

 Revisão Periódica: a cada 5 anos, a partir de Julho/2018.  Fator X e compartilhamento dos ganhos de eficiência.  Investimentos prudentes (RAG).

Cláusula 7ª, Subcláusula 4ª: “Os investimentos prudentemente realizados, nos termos da Subcláusula Terceira, serão avaliados e incorporados à RAG, conforme regulamento da ANEEL, no processo de revisão tarifária subsequente.” (Minuta do Termo Aditivo Geração)

Indenização

 Investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou não depreciados  indenização.

• Concessões de transmissão: bens reversíveis existentes

em 31.05.2000 serão considerados totalmente

amortizados.

 Base: metodologia de valor novo de reposição (VNR) em 31.12.2012 e atualizada até a data de seu efetivo pagamento. Critérios estabelecidos pela ANEEL.

 Investimentos indenizados não são mais remunerados na tarifa.

Indenização

 NT 388/12 e Port. Interministerial nº 580, de 01.11.2012.

 Total: R$ 20 bilhões (entre 15 geradoras e 9 transmissoras).

 Pagamento à vista no prazo de 45 dias ou em parcelas até o

vencimento da concessão (remuneração do capital: ~ 5,59%).  Exemplo da Eletrobras: pretensão R$ 30 bilhões X aprovação de R$ 14 bilhões

125 concessões inicialmente atingidas pela MP 579 109 concessionárias interessadas em renovar 82 usinas com direito à indenização 21* com ativos indenizáveis e 61 totalmente depreciadas

* Valor refletido na NT 388/12, mas não compatível com a listagem das usinas e respectivos valores de indenizações anexa à Portaria 580/12.

Pontos para Discussão

 Inconstitucionalidade: artigos 21, XII, b e 175 da CF/88;  Ilegalidade:

 Formal (relevância e urgência);

 Material (prorrogar x alterar o regime).  Princípios:

 Transparência: prazos; regras; riscos.  Isonomia: direito adquirido; ACR x ACL.

 Segurança Jurídica: PPAs em vigor; 431 emendas.

 Riscos da tomada de decisão e

responsabilidade solidária dos administradores em caso de intervenção na concessão: MP 577.

Roberta Bagatini Bassegio

Roberta Bassegio é sócia da área de Infraestrutura e Recursos Naturais do escritório Veirano Advogados, onde ingressou em 1998. Tem extensa experiência no setor elétrico e de infraestrutura, representando empresas, investidores, instituições financeiras e construtoras, no desenvolvimento de projetos, em operações societárias, financiamentos e assuntos regulatórios em geral. Sua experiência inclui dois secondments em um importante grupo de geração de energia e em uma grande distribuidora do Rio de Janeiro.

Roberta é formada pela PUC-RS, pós-graduada pela Universidade Federal do RS e mestrado (LL.M.) pela Columbia University School of Law, onde formou-se com honras (Harlan Fiske Stone Scholar). Roberta também atuou como International Associate no Escritório Allen & Overy LLP em Nova Iorque. Admitida na Ordem dos Advogados do Brasil e na Ordem dos Advogados de Nova Iorque.

roberta.bassegio@veirano.com.br www.veirano.com.br

+ 55 21 3824-4747

Obrigada!