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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SALA DE AULA Buscando a melhoria da sua qualidade

Por: Míriam Menezes de Souza

Orientador Prof ª: Esther Araújo

Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SALA DE AULA Buscando a melhoria da sua qualidade

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Ambiental.

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AGRADECIMENTOS

”Agradeço a Deus pelo sustento nessa caminhada, agradeço a minha professora orientadora pelo apoio, meu esposo querido que tanto me incentivou e aos meus pais que foram os responsáveis por eu me matricular e concluir o curso.”

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela confiança e apoio demonstrados. Aos meus amigos pelo apoio incondicional. Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a

ensinar e ajudar no que fosse possível. À minha professora orientadora pela paciência demonstrada

no decorrer do trabalho. Enfim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.

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RESUMO

Este trabalho parte do presente, de que a escola é fundamental no processo de formação do cidadão, e não pode estar distante das questões ambientais. A Escola adquire cada vez mais importância, pois deve formar cidadãos conscientes, participativos e solidários. Para tanto é necessário que a escola assuma a responsabilidade de atuar também na área ambiental, é preciso dar espaço para que os professores trabalhem a verdadeira educação ambiental, aquela que trabalha com a consciência ambiental, aquela que leve o aluno a refletir sobre suas atitudes. As escolas valorizam mais o conteúdo dos livros e as notas, acabam se esquecendo de trabalhar com os alunos o respeito a “casa” deles, que é o ambiente. Aulas de campo, escolas sustentáveis, ética ambiental, e muitos outros assuntos, que além de lixo, reciclagem e poluição (assuntos que são abordados com mais frequência), deveriam fazer parte do cotidiano escolar dos alunos. A interdisciplinaridade é essencial ao desenvolvimento de temas ligados ao ambiente, mas é necessário desfragmentar os conteúdos e reunir as informações dentro de um mesmo contexto, nas várias disciplinas. Um dos modos de se trabalhar a interdisciplinaridade são os projetos de Educação Ambiental, que podem e devem ser desenvolvidos nas escolas, a fim de excitar a criatividade e o raciocínio dos alunos, através de atividades dinâmicas e participativas, unindo teoria à prática. Sendo assim concluo que a educação ambiental é um importantíssimo instrumento para o crescimento do indivíduo; localizando - o dentro do ecossistema global, fazendo com que desenvolva atitudes de respeito e responsabilidade com o ambiente, necessárias à conservação e à sobrevivência da humanidade e a garantia das gerações futuras. Para modificar a atual realidade da educação ambiental na sala de aula e realmente colocar em prática tudo o que foi dito, o educador e a escola devem ter consciência de que será difícil, mas não impossível (a ajuda da família também será bem vinda nesse processo). Dar o primeiro passo para realizar essa verdadeira educação ambiental, fará com que os alunos vendo o exemplo dado pela escola, professores e família de respeito ao ambiente, queiram aprender a “estar aqui” no planeta.

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METODOLOGIA

Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet e livros na área de Educação Ambiental e pedagogia.

A consulta à bibliografia sugerida por professores também será uma maneira de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a monografia. Além das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de aula poderão ajudar a desenvolver a monografia com mais informações. Na intenção de alertar alunos, professores, a escola de um modo geral e atingindo assim a família, a base da sociedade, que nós precisamos buscar uma melhoria no ensino de Educação Ambiental, analisei instrumentos e metodologias de ensino que visam a melhoria do ensino de EA. Levantei também, de maneira informal, informações junto a educadores e instituições, sobre como se dá a prática do ensino de educação ambiental por eles e o que pode ser mudado para realmente cuidarmos melhor do nosso ambiente.

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SUMÁRIO

Introdução ---08

Capítulo I – Educação Ambiental: Histórico ---09

Capítulo II – O Papel da Escola na Educação Ambiental --- 17

Capítulo III - A verdadeira Educação Ambiental --- 23

Conclusão --- 31

Bibliografia Consultada --- 32

Índice --- 34

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INTRODUÇÃO

Conforme Guimarães (1995, pág. 14): As atividades dentro do contexto escolar em torno da educação ambiental devem possibilitar aos educandos, oportunidades para desenvolverem uma sensibilização aos problemas ambientais, propiciando uma reflexão a respeito desses problemas e a busca de soluções.

Na realidade o que vemos são projetos esporádicos, somente em datas especiais que tenham alguma relação com o ambiente e não um trabalho contínuo e interdisciplinar, que trabalhe com o ambiente durante todo o ano. As escolas tem uma preocupação maior com o cumprimento do plano de curso e acabam deixando pra trabalhar com educação ambiental durante as aulas de ciências e em projetos.

A EA é um processo educativo que depende da participação das pessoas na construção de uma melhor qualidade de vida, elas podem ser agentes dos processos de transformação social, gerando conhecimentos dos problemas ligados ao ambiente e relacionando-os a uma visão global.

Para que a escola consiga transformar a mente e as atitudes do seu público alvo, deve haver um empenho maior principalmente por parte dos educadores, pois eles são os responsáveis em trazer essa consciência ambiental para os educandos, que cresceram sem uma intimidade real com esse assunto, para eles o ambiente nunca foi importante, eles nunca se sentiram inseridos no ambiente, por isso tanto descaso e resistência em se desenvolver de forma sustentável.

A Educação Ambiental vem com o propósito de superar as injustiças ambientais e a desigualdade social, mostrando que a apropriação da natureza pelo sistema capitalista da sociedade é o grande motivador para o atual cenário ambiental que temos. Hoje é necessário despertar essa nova geração para a problemática ambiental, mostrar a eles através de aulas dinâmicas, aulas de campo, vídeos, documentários e etc., que nós dependemos e fazemos parte do ambiente e que quando o agredimos, estamos causando prejuízos a nós mesmos também. O ensino da EA pode melhorar muito nas escolas, é preciso atentar para a busca da conscientização dos alunos de que eles estão inseridos no ambiente, só assim haverá mais respeito e a EA será parte constante das suas vidas e das futuras gerações.

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CAPÍTULO I

Educação Ambiental

Histórico

Quando se pensa em Educação Ambiental, logo vem a mente os ambientalistas e os ecologistas, que se manifestam através de protestos, denuncias e apoio de ONGS, sobre o desrespeito e o prejuízo ao ambiente. Parece ser um movimento ambientalista dos últimos anos, mas na realidade há um cenário muito maior, há um histórico riquíssimo que revela como a Educação Ambiental é uma realidade antiga, mas que ainda sofre muitos preconceitos por parte da sociedade.

A atual devastação ambiental resulta do processo histórico de desenvolvimento da existência humana, onde o homem modifica a matéria-prima fornecida pela natureza, para seu próprio bem-estar, exercendo uma ação de dominação que revela uma relação desigual do homem com a natureza. A natureza sempre sai no prejuízo!

Ao olhar para o passado percebemos nitidamente a intensidade da problemática ambiental na globalização. Na decorrência de tempo, de 1501 a 1760, com base na expansão colonial europeia e no crescimento do capitalismo agrário, verifica-se uma ampliação desenfreada dos espaços locais tanto americanos quanto europeus e por consequência disso uma ampla degradação do solo. O crescimento desorganizado da indústria e da urbanização, entre os anos 1760 a 1945 levou a sufocar o meio ambiente propiciando os primeiros sinais de extinção de espécies decorrentes da ação humana.

Brandão (2007) afirma que com esse processo assistimos por toda a parte pessoas, animais, plantas e florestas tornando-se mercadorias, cujos valores são regidos por um sistema de interesses, lucros e concentração de poderes. Assim, observa-se que com a explosão demográfica, a consolidação de um modelo industrial e consumista, o desenvolvimento tecnológico e a ocidentalização planetária, geraram o surgimento dos problemas sofridos pelo meio ambiente mundial, ocorrendo de maneira acelerada e na maioria das vezes descontroladas (LOUREIRO, 2003). Em relação à ameaça à natureza, ressalta-se que:

A ameaça a Natureza, os seus ambientes e a Vida, não é apenas a ganância com que a civilização converte tudo e todos em mercadorias, e se apossa de tudo o que pode converter em lucro, em nome de um capital sem rosto e nome, disfarçado, de progresso ou desenvolvimento, mas o fato de todos estarmos perdendo aos poucos e de maneira universal e crescente, alguns

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sentidos essenciais, sentimentos ancestrais e significados a respeito do valor original de nós mesmos, seres humanos e a respeito do valor Vida (BRANDÃO, 2007, pág. 15).

Como se pode perceber, os problemas ambientais não são recentes e o que temos hoje é o agravamento dos mesmos, gerado pela humanidade, ao longo do processo civilizatório. O debate acerca desses problemas também não é recente. Em 1962, o livro “Primavera Silenciosa” da jornalista Rachel Carson, provocou uma grande inquietação internacional sobre a temática ambiental. A autora relatou uma sequência de desastres ambientais, em várias partes do mundo, causados por absoluto descuido dos setores industriais.

Desse modo, em março de 1965, educadores reunidos na Conferência de Keele, na Grã-Bretanha, concordavam que a dimensão ambiental deveria ser abordada imediatamente na escola, fazendo parte da educação de todos os cidadãos, surgindo dessa forma à expressão Educação Ambiental

(EA). Em 1970, a Sociedade Audubon publicaria “Um lugar para viver “ um manual para professores que incorporava a dimensão ambiental em várias atividades curriculares e viria a se tomar um clássico da literatura sobre EA (DIAS, 1991).Na sequência dos fatos históricos em 1972, o Clube de Roma publicou o relatório, Os limites do crescimento econômico, denunciando que o crescente consumo mundial levaria a humanidade a um limite de crescimento e, possivelmente, a um colapso.

Em consequência da repercussão internacional desse relatório foi realizada, neste mesmo ano, a Conferência da Organização Nações Unidas - ONU sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, reunindo representantes de 113 países. Foi nessa conferência a primeira vez na história da humanidade em que o tema ambiental e a necessidade de compatibilizar a economia com o manejo sustentável de recursos naturais foram incorporados na agenda política internacional (FREIRE, 2006)

Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, a Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas – UNESCO, promoveu em1975, em Belgrado, Iugoslávia, um encontro internacional sobre Educação Ambiental, reunindo representantes de todos os países ligados a ONU. O encontro culminou com a formulação dos princípios e orientações para um programa internacional de EA. Essas recomendações geraram a Carta de Belgrado (DIAS, 1991). Freire conceitua que, a Carta de Belgrado é um dos elementos vitais para a solução da crise do meio ambiente mundial. Preconizava a necessidade de uma nova ética global, capaz de promover a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e da dominação humana e censurava o desenvolvimento de uma nação às custas de

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outra, acentuando a urgência de formas de desenvolvimento que beneficiassem toda a humanidade.

A EA surge no nosso país muito antes da sua institucionalização no governo federal. Através de artigos de autores brasileiros e de um persistente movimento conservacionista. Dias (1991), relata que em 1970, fundava-se no Brasil a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, precursora de movimentos ambientalistas em nosso território, quando ainda não tínhamos nem mesmo uma legislação ambiental, como a maioria das nações.Um desafio interessante ocorre nas décadas de 60/70, quando o Regime Militar coibia o debate político e as ações coletivas, onde a temática social não fazia parte da pauta educacional. O ambientalismo representava um obstáculo à consolidação da nova ideologia nacional, baseada na busca contraditória do desenvolvimento econômico. A

EA, nesse período, desenvolvia-se sob os marcos do naturalismo, desprovido de debate político que articulasse as questões ambientais às socioeconômicas (FREIRE 2006).Dessa forma, no início dos anos 70 ocorre a emergência de um ambientalismo que se une às lutas pelas

liberdades democráticas, que se manifesta através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil ou mesmo de

prefeituras municipais e governos estaduais com atividades educacionais relacionadas às ações voltadas à recuperação,conservação e melhoria do meio ambiente (BRASIL, 2005).

Considerada o marco inicial de interesse da EA – A Conferência de Organização das Nações Unidas sobre o ambiente humano – A Conferência de Estolcomo (1972), é um marco histórico internacional na emergência de políticas ambientais em muitos países, inclusive no Brasil. O Plano de Ação da Conferência de Estolcomo foi à de que se deve educar o cidadão para solução dos problemas ambientais. Pode se dizer que aí nasce o que se convencionou chamar de Educação Ambiental.

O processo de institucionalização da educação ambiental no governo federal brasileiro teve início em 1973, com a criação, no Poder Executivo, da Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, primeiro organismo oficial brasileiro, de ação racional, orientado para a gestão integrada do meio ambiente (Dias, 1991; Brasil, 2005). Originariamente concebida como um órgão de controle de poluição estabeleceu o programa das estações ecológicas (pesquisa e preservação) e nos deixou conquistas significativas em normatizações.

A Conferência de Belgrado, realizada na ex Iugoslávia em 1975 e promovida pela UNESCO, foi produzida, por estudiosos e especialistas de 65 países carta de Belgrado se constitui no Documento que culminou com a formulação de princípios e orientações para um programa internacional de EA e preconiza uma nova ética planetária para promover a erradicação da

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pobreza, fome, analfabetismo, poluição, exploração e dominação humanas. Censura o desenvolvimento de uma nação à custa de outra. Sugere a criação de um programa mundial em Educação Ambiental. (PEDRINI, 1997).

É interessante frisar que após o Encontro de Belgrado (1975), a EA no Brasil era comentada em alguns órgãos estaduais ligados ao meio ambiente, já nos setores educacionais era confundida com ecologia. Em 1976, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) e o Ministério do Interior (MINTER) firmaram ―Protocolo de Intenções, visando à cooperação técnica e institucional em EA, configurando-se num canal formal para o desenvolvimento de ações conjuntas. Nesse mesmo ano ocorreu também a criação dos cursos de pós-graduação em Ecologia nas

Universidades do Amazonas, Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas Aéreas – INPA em São José dos Campos (DIAS, 1991; BRASIL, 2005). Segundo Dias (1991, pág.17).

[...] as ações referentes a Educação Ambiental na América Latina começaram a se organizar em 1979, quando ocorreu na Costa Rica o Encontro de Educação Ambiental para a América Latina. Esse encontro fez parte de uma série de seminários regionais de EA para professores, planejadores educacionais e administradores, promovidos pela UNESCO. Nesse ano no Brasil o departamento do Ensino Médio/MEC e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) publicam o documento ―Ecologia - Uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus.

A Conferência Internacional de Tbilisi trata-se da Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, convocada pela UNESCO em cooperação com a PNUMA, realizada em Tbilisi, na Geórgia, no período de 14 a 26 de outubro de 1977.

Consagrada como a “Conferência de Tbilisi” sua declaração foi publicada na íntegra (UNESCO, 1980) onde constam os objetivos, funções, estratégias, características e recomendações para a EA. Do referido documento vale ressaltar alguns pontos de partida: deveria a EA basear-se na ciência e tecnologia para consciência e adequada apreensão dos problemas ambientais; deveria se dirigir ainda tanto pela educação formal como informal e as pessoas de todas as idades.

A Conferência definiu o meio ambiente como: “o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vive o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência” (UNESCO/PNUMA, 1978, p.19). As recomendações da Conferência de Tbilisi, em número de quarenta e um (41) primam pela união internacional dos esforços para o bem comum, constituem um verdadeiro plano de ação, tendo a EA como fator primordial para que a riqueza e o desenvolvimento dos países sejam atingidos mais igualitariamente. (PEDRINI, 1997, pág. 63).

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Na verdade, essa Conferência foi à culminância de um movimento ético e histórico de transformação do pensamento e das atitudes do homem contemporâneo diante da ameaça de destruição do planeta. Movimento que teve início na década de 1960, com a efervescência da mobilização de vários grupos pelos direitos humanos, dentre eles o ambientalista.

Em agosto de 1987, aconteceu a Conferência de Moscou (antiga União Soviética), a qual reuniu cerca de trezentos educadores ambientais de cem países, visando fazer uma avaliação do desenvolvimento da EA desde a Conferência de Tbilisi.

As prioridades advindas da Conferência de Moscou tinham como meta apontar um plano de ação para a década de 90, considerando que houve um processo de conscientização gradual, no âmbito mundial e individual, do papel da educação em compreender, prevenir e resolver problemas ambientais.

O Congresso de Moscou chegou à conclusão de que a EA deveria preocupar-se com a promoção de conscientização e transmissão de informações, desenvolvimento de critérios e padrões, orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Portanto, objetivar modificações comportamentais de ordem cognitiva e afetiva.

1.1 Algumas considerações sobre a trajetória da EA no Brasil

A Educação Ambiental, fenômeno social localizado na interseção entre Sociedade, Educação e Natureza, iniciou sua trajetória de construção há cerca de trinta anos. Como registramos à frente, o ano de 1972 foi histórico para o movimento 4 ambientalista mundial culminando com a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia. Em se tratando do Brasil como tem sido sua trajetória. A Educação Ambiental no Brasil não traçou um caminho linear.

Passou muitos percalços para sua implantação e desenvolvimento no ensino formal, não formal e informal. (PEDRINI, 2002, pág. 10).

A EA foi pela primeira vez citada na Constituição Brasileira em 1988 (inciso VI do artigo 225, do capítulo VI do Meio Ambiente). Pedrini & Pedrini (1996) concluíram que ela foi tratada apenas no capítulo de Meio Ambiente, dissociada de sua dimensão pedagógica, o que poderia induzir a uma percepção restrita excluindo uma visão holística da EA.

A Educação Ambiental foi formalmente instituída no Brasil, pela lei federal de nº 6938, sancionada em 31 de agosto de 1981, quando foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Esta

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lei foi um marco histórico na institucionalização de defesa da qualidade ambiental brasileira. Foi também criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) para possibilitar organicidade e todas as instâncias de ação principalmente governamentais.

Em 1994, o ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal determinou ao IBAMA que elaborasse o primeiro Programa Nacional de Educação Ambiental – PRONEA. A proposta foi elaborada. A primeira versão foi aperfeiçoada por técnicos do MEC e da UNESCO. As diretrizes de operacionalização foram publicadas pelo IBAMA (1996) e já podem ser otimizadas.

A Educação Ambiental no Brasil atingiu forte dinâmica nos anos 90, durante a Rio/92, no Fórum de Educação Ambiental, em Guarapari (ES) e I Conferência Nacional de EA (Brasília), ambas em 1997.

Por ocasião da Conferência Internacional Rio/92, cidadãos representando instituições de mais de 170 países assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central da educação para a “construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado” o que requer “responsabilidade individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário”. (PCNs, n.9, meio ambiente e saúde, 2000).

Foi também a partir dos anos 90 que aconteceram os primeiros encontros nacionais (I, II e III) Fóruns de Educação Ambiental realizadas em São Paulo, reunindo centenas de participantes, não esquecendo inúmeros simpósios regionais e locais ocorridos pelo Brasil.

Reigota (1998), analisando os caminhos da história da Educação Ambiental no Brasil, conclui que a temática ambiental brasileira é variada e complexa. Desta maneira não poderia ser diferente a forma de se trabalhar com ela na Educação Ambiental.

Essa síntese dos fatos, mostra o crescimento no país conquistado pela educação ambiental num curto espaço de tempo. Como jovem de 20 anos, a educação ambiental tem sua dose de pretensão e utopia. Portanto, pede, necessita e merece legitimidade e respeito. O que será conquistado, com trabalho, pertinência, qualidade e determinação.

Na análise de Reigota (1988), a EA precisa cada vez mais manter sua autonomia e independência crítica, só desta forma poderá ser uma real possibilidade de mobilização social e participação cidadã frente aos complexos problemas ambientais, regionais, nacionais e planetários.

A especificidade da educação ambiental brasileira, além da sua diversidade, precisa ser muito claro o seu compromisso político, a sua pertinência filosófica, a sua qualidade pedagógica de uma constante renovação.

Em 1992, realizou – se a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida também como Rio 92 ou ECO 92, buscando concretizar a proposta de

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desenvolvimento sustentável e avaliar os avanços e dificuldades em relação à questão ambiental no mundo. Um dos documentos resultantes da ECO 92, foi a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Carta da Terra, com o objetivo do estabelecimento de uma nova e justa parceria global, com novos níveis de cooperação entre os Estados e os setores da sociedade.

Daí, essa carta reconhece ser a EA um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta, admite ainda que a lentidão da produção de conhecimentos, a falta de comprometimento real do Poder Público no cumprimento e complementação da legislação em relação às políticas específicas de EA, em todos os níveis de ensino, consolida um modelo educacional que não responde às reais necessidades do país.

Durante a I Conferência Nacional de Educação Ambiental - CNEA, realizada em Brasília em 1997, foi produzido o documento Carta de Brasília para a Educação Ambiental. Essa carta reconhece que a visão de educação e consciência pública foi enriquecida e reforçada pelas conferências internacionais e que os planos de ação dessas conferências devem ser implementados pelos governos nacionais, sociedade civil (incluindo ONGs, empresas e a comunidade educacional), a ONU e outras organizações internacionais.

Um avanço significativo no âmbito da educação formal foi a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais — PCNs, definidos pelo MEC com a colaboração de especialistas, instituições e entidades de estudos e pesquisas educacionais, em 1998.Esse conjunto de documentos aponta a necessidade da construção de currículos mais adequados às peculiaridades culturais de cada região do País e a inclusão de temas que envolvam questões sociais para a reflexão dos alunos, onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal nos currículos do Ensino Fundamental.

Os PCNs apontam as Ciências Naturais como promotoras da EA em todos os seus eixos temáticos e indica que essa área do conhecimento reconhece o ser humano como parte integrante da natureza, relacionando sua ação às alterações dos recursos e ciclos naturais, abordando os limites desses recursos e as alterações nos ecossistemas, e apontando para a necessidade de planejamento em longo prazo.

Ainda no ano de 1999, foi promulgada a Lei nº 9.795, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). A Lei nº 9.795 institucionaliza a EA, legaliza seus princípios, a transforma em objeto de políticas públicas, além de fornecer à sociedade um instrumento de cobrança para a sua promoção. A PNEA legaliza também a obrigatoriedade de trabalhar o tema ambiental de forma transversal, conforme foi proposto pelos PCNs.

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Assim, a partir dos pressupostos da Lei 9.795/99 entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do Meio Ambiente, bem de uso comum, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. O histórico da Educação Ambiental mostra como ela foi e ainda é importante. Como já foi dito, há uma lei federal que recomenda que a E A deve ser transversal a todas as matérias. Mas isto na prática não acontece. O papel da escola nesse processo de ensino aprendizagem é

importantíssimo e deve ser trabalhado urgentemente pelo bem do nosso planeta e de nós mesmos.

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CAPÍTULO II

O Papel da Escola na Educação Ambiental

Sabe-se que é papel da escola formar cidadãos, dar aos alunos os ensinamentos de que eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo de evolução, bem como orientá-los para a vida. Mas e qual será o papel da escola na educação ambiental? É preciso que a escola compreenda que também é seu papel, dar ao aluno condições para se inserir no ambiente, pois o grande problema ambiental é justamente esse: O ser humano não se inclui no ambiente e por isso, causa tantos prejuízos a ele, prejuízos esses que acabam refletindo nele próprio. O ser humano precisa se inserir no problema, precisa entender que é dependente do ambiente. A EA na escola tem o papel de mudar o pensamento dos alunos e consequentemente dos pais, sobre sua relação com o ambiente e assim tornar o ser humano mais consciente de seus atos e dos resultados que eles acarretarão.

As transformações que a sociedade vem sofrendo nos últimos anos, mostram que a questão ambiental tornou-se parte essencial do cotidiano da população, pois atualmente existe um constante desafio em promover meios para manter um equilíbrio entre a qualidade de vida e o respeito com a preservação do ambiente. Neste sentido, a Educação Ambiental exerce um papel importante, pois ela é um meio que possibilita a formação de alunos críticos e atuantes diante da sociedade, desenvolvendo formas conscientes de consumo, com o intuito de preservar o ambiente e de recuperar o que já foi degradado.

É muito importante que as atuais e as futuras gerações possam ter em seus currículos escolares, a dimensão ambiental, pois a escola é um lugar ideal para que esse processo aconteça. A necessidade de abordar o tema da complexidade ambiental na escola decorre da necessidade de preservar a nossa “casa”. Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a formação de novos atores sociais, que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes áreas de saber. A escola pode questionar valores e premissas que norteiam as práticas sociais, implicando mudança na forma de pensar e transformação no conhecimento e das práticas do cotidiano dos alunos.

A realidade atual das escolas exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes, na interdisciplinaridade.

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E o que tem sido feito em termos de educação ambiental? A maioria das atividades é feita dentro de uma modalidade formal. Os temas predominantes são lixo, proteção do verde, uso e degradação dos mananciais e ações para conscientizar a população em relação à poluição do ar. A educação ambiental que tem sido desenvolvida na escola é muito restrita, e a presença de mais dinamismo e novidades de temas relacionados com o ambiente, se faz muito necessário.

Posso exemplificar utilizando as escolas situadas em grandes metrópoles, existe a necessidade de enfrentar os problemas da poluição do ar. A redução do uso do automóvel estimula a corresponsabilidade social na preservação do ambiente, chama a atenção das pessoas e as informa sobre os perigos gerados pela poluição do ar. Mas isso implica a necessidade de romper com o estereótipo de que as responsabilidades urbanas dependem em tudo da ação governamental, e os habitantes mantêm-se passivos e aceitam a tutela. A questão é que ninguém quer deixar o conforto do seu carro com ar condicionado, para se aventurar em transportes públicos sucateados, superlotados e com horários atrasados. Nossos alunos veem isso, cresceram ouvindo isso, e tomar atitudes diferentes dessas, simplesmente por querer cuidar do ambiente, acabam se tornando impossível. Conseguir mudar esse cenário na mente dos alunos se torna muito difícil para a escola, exige, como jê foi dito, mais dinamismo e novidades nos projetos.

Atualmente o desafio de fortalecer uma educação ambiental formal, é prioritário para viabilizar uma prática educativa que articule a degradação ambiental e os problemas sociais. Assim, o entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma visão do meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse. Nesse universo de complexidades precisa-se situar o aluno, os repertórios pedagógicos devem ser amplos e interdependentes, visto que a questão ambiental é um problema multidisciplinar e associado a diversas dimensões humanas. Os professores devem estar cada vez mais preparados para reelaborar as informações que recebem, e dentre elas, as ambientais, a fim de poderem transmitir e decodificar para os alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas múltiplas determinações e intersecções. A ênfase deve ser a capacitação, para que os professores possam perceber as relações entre as áreas e como um todo.

Torna-se cada vez mais necessário consolidar novos paradigmas educativos, centrados na preocupação de iluminar a realidade desde outros ângulos, e isto supõe a formulação de novos objetos de referência conceituais e, principalmente, a transformação de atitudes.

Como afirma Edgar Morin, há alguns saberes que necessários à educação e um deles é o conhecimento. Ele chama esses saberes de “buracos negros” e vemos que o conhecimento é

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sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto. Trabalhar nas escolas com questões ambientais exige dos professores essa busca pelo conhecimento, esse desejo de conhecer bem o assunto e assim passar para os alunos.

Mais do que uma educação “a respeito do, para o, no, pelo ou em prol do” meio ambiente, o objeto da educação ambiental é de fato, fundamentalmente, nossa relação com o meio ambiente. Uma educação ambiental limitada alimenta uma visão enviesada do que seja “estar – no - mundo”.

Devido à sua amplitude e por exigir mudanças em profundidade, o projeto educativo da educação ambiental é certamente de difícil realização. Ele requer o envolvimento de toda a sociedade educativa: escolas, museus, parques, municipalidades, organismos comunitários, empresas etc. A área da educação ambiental evolui, pois, de modo construtivo, ela enfrenta problemas importantes que podem comprometer suas metas fundamentais. O principal desafio contemporâneo é a predominância da ideologia do desenvolvimento, expressa pela proposição da “educação para o desenvolvimento sustentável”. Aí, a educação é vista como um instrumento a serviço da conservação, em longo prazo, do meio ambiente, considerado este como um reservatório de recursos a serem explorados em função de um desenvolvimento (crescimento) econômico sustentável, encarado como a condição primeira do “desenvolvimento humano”.

A educação ambiental perde seu reconhecimento como lugar de interdisciplinaridade e de diálogo entre as disciplinas, para tornar-se mais estreitamente ligada ao domínio das ciências biofísicas e da tecnologia, domínio privilegiado da nova “economia do saber”. No entanto, é possível ter em vista uma educação ambiental que, ainda considerando a perspectiva do desenvolvimento sustentável, não se restrinja a isso. A educação ambiental não pode realizar-se senão em um espaço de crítica social, sem entraves. A relação com o meio ambiente não é, uma questão de compromisso social, e menos ainda de consenso planetário, deve ser uma relação de respeito e dependência. A educação ambiental acompanha e sustenta de início o surgimento e a concretização de um projeto de melhora da relação de cada um com o ambiente. O principal objetivo da EA é transformar um cenário em outro melhor e ela deve partir de dentro do aluno, a escola deve ajudá-lo a se reeducar, se reconstruir através do diálogo e não de imposições. A escola deve fazer com que a EA seja interiorizada pelos alunos e assim levada por toda vida e para todos que estiverem por perto, atingindo assim a sociedade onde esse aluno vive. A escola é um lugar privilegiado, pois pode realizar atividades que levem o aluno a essa reflexão, podendo ser utilizada a sala de aula e atividades de campo, com ações organizadas em projetos e em

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processos de participação que levem à autoconfiança, à atitudes positivas e ao compromisso pessoal com a proteção ambiental, implementados de modo interdisciplinar.

A EA nas escolas tem se mostrado uma tarefa exaustiva, pois existem grandes dificuldades na realização e na manutenção dos projetos voltados à sensibilização e conscientização ambiental. ANDRADE (2000, pag. 159), afirma que:

“... fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente implementar um projeto ambiental que vá alterar a rotina da escola, etc., além de fatores resultantes da integração dos acima citados e ainda outros, podem servir como obstáculos à implementação da educação ambiental”.

O papel da escola não é realizar projetos somente em datas que envolvam o tema ambiental ou realizar atividades isoladas, organizadas por apenas alguns indivíduos da comunidade escolar, como por exemplo, um projeto de coleta seletiva no qual o único objetivo seja que os alunos de determinado segmento, tenham que jogar o lixo em latões coloridos, envolvendo apenas um professor, que geralmente é o de ciências. Essas realizações, mesmo que com boa intenção, não são capazes de produzir a mudança de mentalidade necessária para que a atitude de reduzir o consumo reutilizar e reciclar, se estabeleça e transcenda para além do ambiente escolar.

Como afirma ANDRADE (2000), “posicionamo-nos por um processo de implementação que não seja hierárquico, agressivo, competitivo e exclusivista, mas que seja levado a diante fundamentado pela cooperação, participação e pela geração de autonomia dos atores envolvidos”; se a escola buscar essas atitudes, conseguirá superar obstáculos próprios ao comportamento ambiental, que se opõem às modificações dos conceitos, valores e atitudes dos alunos e do restante da comunidade escolar. Incluo aqui a comunidade escolar por que muitas das vezes, nem todos do ambiente escolar, têm essa consciência e acabam achando “besteira” a realização e a participação nos projetos ambientais. Até esses indivíduos precisam ser alcançados pela escola, pois precisam mudar seus conceitos para se tornarem também, agentes transformadores dos alunos.

A escola deve mostrar que a Educação Ambiental formará valores que conduzirão a uma convivência harmoniosa com o ambiente e com as demais espécies que habitam o planeta, deve auxiliar o aluno a analisar criticamente o princípio antropocêntrico ( o homem com centro de tudo), que tem levado à destruição inconsequente dos recursos naturais e de várias espécies. É preciso considerar que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas

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reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital par o desenvolvimento sustentável. Mostrar aos alunos que as demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito e que a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência.

A escola deve atingir os alunos para que eles desenvolvam as suas potencialidades e adotem posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.

Apesar das dificuldades apresentadas para o desenvolvimento da EA nas escolas, pode-se afirmar que ela ainda continua sendo um poderoso instrumento para a formação de indivíduos capazes de atuar na busca de melhorias para a qualidade de vida e respeito ao ambiente. A escola possui papel importante neste processo, pois crianças, jovens e adultos são formados por esta instituição social. Sendo assim, a mesma deve se preocupar em formar indivíduos politizados e com uma percepção mais abrangente do meio, o que pode induzir a formação de agentes promotores de desenvolvimento e proteção ao ambiente como aliados.

A EA pode ter papel fundamental, pois se trata de uma prática educativa que prima por gerar sensibilização, ampliar a percepção e, o mais importante, gerar ações que visem minimizar os problemas ambientais e sociais. Seguindo o conceito de EA proposto pelo CONAMA, em 1996, fica claro o papel da EA para estimular a participação da comunidade em seu próprio contexto, pois é a comunidade que vivencia seus problemas. A EA também se insere no processo de constituição de uma mentalidade cidadã em que cada um tem conhecimento de sua parcela no desenvolvimento sustentável de uma região (DIAS, 2003). Loureiro reforça esta ideia quando afirma que:

“A Educação Ambiental promove a conscientização e esta se dá na relação entre “eu” e o “outro”, pela prática social reflexiva e fundamentada teoricamente. A ação conscientizadora é mútua, envolve capacidade crítica, diálogo, a assimilação de diferentes saberes e a transformação ativa da realidade e das condições de vida”. (LOUREIRO, 2004, p.29).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais/98 oferecem um bom referencial do que se espera que seja feito em sala de aula com relação à Educação Ambiental, também fornece ao professor uma excelente forma de analisar, planejar e também avaliar sua prática docente. Os PCNs nos fazem repensar a função social da escola quando diz que:

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“O aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações, mediado pela interação com o professor e outros estudantes e pelos instrumentos culturais próprios do conhecimento científico. Mas, esse movimento não é espontâneo; é construído com a intervenção fundamental do professor".

Não se espera que o PCN venha solucionar a problemática da prática da Educação Ambiental dentro das escolas, mas sim fornecer subsídios para tal.

Edgar Morin (2000, pág. 60) afirma que até o discurso de desenvolvimento sustentável, que é a uma das palavras chaves da EA, está insustentável:

“Concebido unicamente de modo técnico-econômico, o desenvolvimento chega a um ponto insustentável, inclusive o chamado desenvolvimento sustentável. É necessária uma noção mais rica e complexa do desenvolvimento, que seja não somente material, mas também intelectual, afetiva, moral...”

A escola, então, deve atuar como uma ponte entre a reflexão e a mudança de mentalidade, buscando assim aplicar a verdadeira Educação Ambiental, com atividades e projetos não esporadicamente realizados, mas resultantes do objetivo de toda comunidade escolar, em construir um futuro no qual possamos viver em um ambiente equilibrado, em harmonia com o meio, com os outros seres vivos e com nossos semelhantes, em suma para que possamos viver de forma sustentável.

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CAPÍTULO III

A Verdadeira Educação Ambiental

Esclarecer como é a verdadeira educação ambiental é tarefa difícil, haja vista as inúmeras definições que podem ser encontradas.

De acordo com definição oficial do Ministério do Meio Ambiente: “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros” (REVISTA EDUCAÇÃO, 2007).

O CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - define a Educação Ambiental como um processo de formação e informação orientada para o desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental (RIO, 2008).Na teoria se entende facilmente o que é EA, mas na prática é bem diferente...

“Trabalhar a verdadeira EA é mostrar que a degradação ambiental tem um culpado identificado: o homem. Predador voraz, insaciável, da natureza, o homem, na sociedade técnica e consumista em que vivemos, tornou-se predador de si próprio”. GARCIA (2008, pág.23)

Conscientizar os alunos sobre essa realidade é o papel da EA hoje em dia. Deve-se mostrar ao aluno que já que estamos todos inseridos no ambiente e usufruímos de seus componentes, precisamos aprender a exercer uma relação sadia com ele, que nos fornece todas as garantias de sobrevivência. A escola, para transferir ao aluno a verdadeira educação ambiental, deve envolver professores, alunos, coordenadores, gerenciadores, serventes, pais, empresas e comunidade em geral. A EA não deve ser um assunto restrito a uma ou duas disciplinas escolares ou a um ou outro segmento social. Não se podem excluir forças, nomear ou encarregar minorias numa situação tão importante e tão urgente como a educação ambiental.

“Estamos num momento critico na história da humanidade, o momento que a humanidade deve decidir o seu futuro, deve escolher o seu futuro, e a escolha é essa: ou formar uma aliança de cuidado do planeta, de cuidarmos uns dos outros e da vida, ou arriscar a nossa extinção e a devastação da diversidade da vida”. (Carta da Terra, 2007)

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Parece muito exagerado e fora da realidade, esse trecho da Carta da Terra, mas ele traduz muito bem o que os educadores ambientais têm como desafio para transmitir aos seus alunos e

consequentemente aos indivíduos que formarão a população do futuro, a importância da preservação do ambiente se faz essencial à nossa sobrevivência.

“... Por isso é necessário aprender a “estar aqui” no planeta. Aprender a estar aqui significa: aprender a viver, a dividir, a comunicar, a comungar. Precisamos doravante aprender a ser, a viver, a dividir e a comunicar como humanos do planeta Terra, não mais somente pertencer a uma cultura, mas também ser terrenos. Devemos dedicar-nos não só a dominar, mas a condicionar, a melhorar, a compreender”. MORIN (2000, pág.66)

Edgar Morin, sabiamente resumiu como deve ser a educação ambiental em cada um de nós, para assim sermos capazes de conscientizar os outros. Só depende de nós mantermos nossa espécie na Terra, cabe a nós exercermos a verdadeira educação ambiental, é necessário que o conceito de sustentabilidade faça parte do nosso cotidiano. Na escola, pode iniciar na educação infantil até as últimas séries do curso universitário. Muitos estudiosos da área afirmam que a fase da vida mais importante para o desenvolvimento da cidadania é a infância. Numa prática educativa voltada para a consciência ambiental, as crianças aprenderão sobre várias questões, como por exemplo: como usar os recursos naturais de forma responsável, qual é a importância da natureza na vida do homem, como devem ser separados os resíduos de casa, etc.

Para que serve então a Educação, se não para harmonizar o indivíduo ao seu ambiente, tornando-o um cidadão? A Verdadeira Educação é Ambiental em sua essência, uma vez que o planeta não é uma somatória de sujeitos isolados por redomas, somos dependentes uns dos outros.

Para Brunacci (2005), há a necessidade de equilíbrio entre homem e natureza, por isso, o ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso sancionou em Brasília-DF a Lei n° 9.795, em 27 de abril de 1999. A Lei trata especificamente de assuntos relacionados à melhoria do meio ambiente. E para que seja atingido esse objetivo coloca como sendo necessária a participação de toda sociedade tanto coletiva como individual e trabalhar esse assunto na escola é importantíssimo.

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Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

É importante enfatizar aqui também, o que diz Reigota (1999, p.108):

Em contrapartida, parece-me extremamente importante que as questões ambientais passem a fazer parte do cotidiano e do processo de formação das classes operária e popular, não apenas para preservar a natureza, mas sim para que todos se conscientizem da importância do meio ambiente saudável na sua particularidade e amplitude, considerando que todo cidadão tem o direito de viver e trabalhar em condições ambientalmente dignas. E que esse direito é uma questão política de interesse coletivo e universalmente reconhecido.

O ambientalista Reigota, expressa, de forma bem clara, que o respeito pelos recursos da natureza deve estar incluso no contexto de vida populacional. Para responder a essa expectativa, o

educador poderá promover a educação ambiental de modo a permitir o educando adquirir conceitos e posturas necessários à preservação do ambiente.

Trabalhar o respeito ao ambiente em família, também é um caminho para se encontrar a verdadeira Educação Ambiental.

A função educativa da família atende a satisfação das necessidades dos seus membros e, como extensão da educação familiar, encontra-se a educação ambiental, que deve permear as nossas ações no cotidiano quando de nosso relacionamento com o ambiente. Todos dependem de todos para sobreviver. Portanto, a ação local de cada família poderá trazer consequências globais para toda a sociedade e determinar a existência da vida.

Atualmente a família assume formas diversas, mas continua sendo a base cultural da sociedade e o direito de família contemporâneo tem como preocupação central a pessoa humana. Será possível planejar e executar o processo de educação ambiental independente da questão familiar?

A Constituição Brasileira de 1988 aborda a questão da família nos artigos 5º, 7º, 201, 208 e 226 a 230. Trazendo algumas inovações (artigo 226) como um novo conceito de família: união estável entre o homem e a mulher (§ 3º) e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus

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descendentes (§ 4º). E ainda reconhece que: os direitos e deveres referentes à sociedade con-jugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (§ 5º). A família é considerada a base da sociedade, conforme alude o art. 226 da Constituição Federal de 1988. De fato, o seio familiar apresenta-se como o local próprio para o desenvolvimento pessoal em todos os sentidos e com relação ao ambiente, não pode ser diferente.

Segundo Kaloustian (1988) a família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os valores afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade.

Obviamente, sem nos esquecermos da importante função dos professores em meio escolar, peça fundamental no processo de promoção da absorção de conhecimento e de conscientização dos problemas ambientais pelo indivíduo, despertando no aluno a noção de respeito à natureza, através da educação formal, isto é, aquele presente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado; as famílias desempenham relevante papel na educação informal do indivíduo.

Isso ocorre porque a educação se dá basicamente através das relações interpessoais que se desenvolvem no âmbito dos espaços sociais nos quais os indivíduos vivenciam diariamente. Por meio desses diálogos diários entre seres humanos que as informações são transmitidas e assimiladas, mas, sobretudo a partir da observação do comportamento daqueles que os rodeiam. Desta forma, uma criança que observa o pai ou a mãe agindo de forma ambientalmente ina-dequada, certamente irá repetir tal conduta com absoluta naturalidade. Por outro lado, atitudes e comportamentos ambientalmente corretos, como o não desperdício de água tratada, o uso consciente da energia elétrica, a disposição do lixo em local apropriado, serão naturalmente absorvidas e repetidas com frequência. Na mesma linha de raciocínio, a criança que aprende na escola a importância da prática da separação de lixo para posterior reciclagem, decerto trans-mitirá aos demais membros da sua família ao chegar em casa, cobrando deles uma postura pró ativa neste sentido.

Neste entendimento, fica fácil perceber que uma das formas mais eficazes de promoção e estímulo da educação ambiental, pode e deve acontecer nas esferas mais íntimas do relacionamento humano, no convívio entre os membros que compõem uma família.

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A educação ambiental é ferramenta indispensável ao novo paradigma do mundo moderno, de uma concepção que enxerga que os problemas do planeta não podem ser compreendidos isoladamente, mas que são interligados e interdependentes, e baseado numa visão de mundo muito mais ecológica e ampla.

A verdadeira educação ambiental, com já foi dito, também deve nascer no coração do professor e de toda comunidade escolar. Trabalhando juntos o resultado poderá ser alcançado com mais sucesso.

Para Guimarães (2000, pág.14) a EA apresenta-se como uma dimensão do processo educativo voltado para a participação de todos os envolvidos como escola, comunidade, família na

construção de um novo paradigma que contemple os seus conhecimentos e o da população em geral para se chegar a uma melhor qualidade de vida socioeconômica e um mundo

ambientalmente sadio. Para o autor, estes aspectos são fundamentais para se integrar uma EA e uma educação popular como consequência da “busca da interação em equilíbrio dos aspectos socioeconômicos com o meio ambiente”. (2000, pág.15)

Pela gravidade da situação ambiental que se encontra o mundo, assim como no nosso país, e também pela emergência da situação em que nos encontramos já se tornou categoria à

necessidade de implantar a EA para as novas gerações que estão em uma idade de formação de valores e atitudes, como também para a população em geral. A educação formal tem a função de formar cidadãos mais conscientes e preocupados com o mundo onde vive.

Em função de tudo isso, Guimarães (2000, pág.15) ainda menciona que a “EA tem o importante papel de promover a percepção da necessária integração do ser humano com o meio ambiente”. Devido à necessidade de mudar a relação entre homem e meio ambiente e também para garantir o bem estar de todos e que hoje a EA vem ocorrendo de forma emergencial.

Além disso, o autor ainda reforça que essa integração com o ambiente deve ser:

(...) harmoniosa, consciente do equilíbrio dinâmico na natureza, possibilitando, por meio de novos conhecimentos, valores e atitudes, a inserção do educando e do educador como cidadãos no processo de transformação do atual quadro ambiental do nosso planeta. (2000, pág.15)

Para Lima (1984, pág.21), citado por Guimarães (2000, pág.18) (...) “a educação ambiental está sendo postulada como um agente fortalecedor e catalisador dos processos de transformação social”.

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O autor ainda continua, (...) a educação ambiental assume a posição de promover conhecimento dos problemas ligados ao ambiente, vinculando-os a uma visão global; preconiza, também, a ação educativa permanente, através da qual a comunidade toma consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens mantêm entre si e com a natureza.

Além de promover tais percepções e conhecimentos, a EA implica também em criar estudos, métodos e condições para enfrentar tais problemas e, reformulá-los constantemente para que as possíveis soluções ocorram de maneira eficaz.

Buscar esse caminho é o que se torna difícil para os profissionais com o objetivo de formar cidadãos conscientes com o ambiente. Conversando com eles e observando o meu próprio cotidiano escolar, posso afirmar que há uma resistência por parte dos alunos e da própria escola, para se abordar o assunto. Muitas escolas e educadores, ainda acham desnecessário, acham que existem temas mais importantes a serem trabalhados com os alunos. Existe também, a dificuldade de se cumprir o conteúdo programático proposto, é preciso encerrar o conteúdo, acabar com o livro e isso acaba impedindo a aplicação de projetos e atividades voltadas para o respeito ao ambiente, voltadas pra EA. A educação ambiental estimula o desenvolvimento de laços afetivos com a natureza, bem como as capacidades cognitivas para uma visão de mundo sob a ótica ambiental.

De acordo com Sirvinkas (2003, p. 7):

A educação ambiental deve estar fundamentada na ética ambiental.

Entende-se por ética ambiental o estudo dos juízos de valor da conduta humana em relação ao meio ambiente. É, em outras palavras, a compreensão que o homem tem da necessidade de preservar e conservar os recursos naturais essenciais à perpetuação de todas as espécies de vida existentes no planeta Terra. Trabalhar com os alunos essa “ética ambiental” se faz muito necessário, pois com a ética educador poderá trabalhar pequenas mudanças diárias que podem fazer a diferença na sociedade capitalista que se tem atualmente.

Gadotti (2000) destaca a importância em observar que muitas vezes exige um processo de reeducação para poder perceber as interferências e a lógica intrínseca e extrínseca nos fenômenos naturais:

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Reeducar o olhar significa desenvolver a atitude de observar a presença de agressões ao meio ambiente, criar hábitos alimentares novos, observar o desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar etc. e intervir no sentido de reeducar o habitante do planeta. (2000, p. 132)

A transversalidade, a interdisciplinaridade e a sustentabilidade também devem ser sempre incluídas nos currículos escolares e trabalhadas de modo a reverter o quadro que se tem de cidadania (ética). O consumo responsável deve ser instigado, não que precise parar de consumir, mas consumir de modo responsável é fundamental para uma população que cresce vertiginosamente.Neste contexto a educação ambiental tem papel relevante e deve está incluso de modo mais abrangente, hoje é preciso mudar individualmente para se mudar a coletividade, ou seja, é preciso agir localmente e pensar globalmente, pois a coletividade o principal eixo das grandes mudanças seja elas, sociais, intelectuais e educacionais, o homem precisa aprender a dividir, a sociabilizar principalmente o conhecimento.Sendo assim, não se deve trata a Educação Ambiental como um tipo especial de educação, mas sim como um processo longo, contínuo e participativo de aprendizagem e de desenvolvimento de uma consciência critica sobre a problemática ambiental, bem como de uma filosofia de vida e de trabalho, de um estado de despertar em que todos, família, escola e sociedade, devem estar envolvidos. Objetivando especialmente a formação integral do indivíduo enquanto cidadão inserido na sociedade e no meio ambiente, a educação ambiental se apresenta como um processo educativo voltado para a superação da separação entre natureza e sociedade, através da formação de uma postura mais ecológica no homem. Nesse sentido, se faz muito necessário articular a teoria e a prática, levando o educando a ver no ambiente, todos os impactos que são discutidos em sala de aula.

Já dizia Paulo Freire (1983): “Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. Ensinar exige liberdade e autoridade”.

Na prática educativa, a realidade apresenta-se tal qual foi determinada, colocando-nos em situações de dificuldades educacionais nas quais somos desafiados a superá-las. Ao refletirmos sobre esta realidade, podemos oscilar entre aceitá-la apenas ou transformá-la. Refletir e transformar devem ser nossa atitude com relação ao “descaso” manifestado por muitos educandos e educadores em relação ao ambiente em que vivem e onde passam grande parte do seu tempo de vida: a escola. Encontrar a melhoria da qualidade do ensino de educação ambiental

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exige essas atitudes, assim conseguiremos expor aos alunos que a EA, não é uma “área” nova de ensino, ela tem história e importância.Poderemos mostrar para a escola, como educadores, que ela tem grande responsabilidade na formação de indivíduos conscientes ambientalmente e que podem se desenvolver de forma sustentável. Alcançar a família também é um caminho que ajudará a EA ser mais valorizada e realmente colocada em prática, pois os exemplos dos pais contam muito na educação dos filhos. Atingindo a escola e a família, com certeza a sociedade futura será mais consciente com o ambiente.

A discussão aqui efetivada não se encerra. Pelo contrário, há muito a se estudar, realizar e discutir tanto sobre Educação Ambiental quanto à sua melhoria de qualidade no ensino, pois como afirma Dimestein (1997), “o papel do educador é estimular e administrar a curiosidade. E porque, na era da informação, o aprendiz do futuro é o aprendiz permanente”. Trabalhar em unidade com todas as disciplinas, conquistar o interesse dos alunos, influenciar os pais e consequentemente a sociedade, fará com que a Educação Ambiental se torne verdadeira e perpetue por gerações.

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CONCLUSÃO

A educação ambiental tem como um de seus objetivos formar cidadãos conscientes de sua relação com a natureza e com seu habitat. Diante disso, conclui-se que ela, independentemente da metodologia, deve priorizar pela formação de pessoas conscientes de seu papel e de sua relação com o meio ambiente de modo a primarem pela sustentabilidade, através do uso racional dos recursos naturais, para que tanto esta quanto as futuras gerações possam também deles usufruir. É necessário que os educandos entendam que a natureza não é uma fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando assim o desperdício e que as demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito, afinal a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência também. O desafio para os educadores é justamente conscientizar seus educandos sobre essa realidade tão esquecida por conta do desenvolvimento da sociedade que se tornou capitalista e não ambientalista. Portanto um dos passos fundamentais para a educação ambiental melhorar a sua qualidade é considerar que as escolas têm um papel essencial na modificação dos padrões de

comportamento e consumo das crianças e dos jovens, com intuito de torná-los agentes

conscientes e ativos no processo de obter melhor qualidade de vida e adequado relacionamento com o meio ambiente, de modo que se tornem cidadãos conscientes na preservação da

natureza. Os educandos precisam se verem inseridos no ambiente pois o grande problema da sociedade é esse, usam os recursos, poluem, agridem, e quando as consequências aparecem culpam a “fúria da natureza”, dizem que são “fenômenos naturais”, mas em momento nenhum colocam mão na consciência e refletem sobre suas atitudes. Buscar a melhoria da qualidade do ensino de EA passa por esse caminho, o caminho da consciência ambiental. Nós somos parte do ambiente e por isso devemos respeitá-lo!

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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CAPRA, Fritof. A teia da vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 2006.

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MMA – Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA / Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. - 3. ed - Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005.

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SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Educação Ambiental – Histórico 9

CAPÍTULO II O Papel da Escola na Educação Ambiental 17

CAPÍTULO III A Verdadeira Educação Ambiental 23

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

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Referências

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