ÓPERA INFANTIL MULTIMÉDIA INTERACTIVA
A MENINA GOTINHA DE ÁGUA
Categoria Arte e Cultura
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VÍDEO DA ESTREIA PARA DOWNLOAD EM ALTA RESOLUÇÃO (750MB)
http://misomusic.com/media/videos/AMGA/AMGDA_Video_Sharing.mov EXCERTOS VÍDEO http://misomusic.com/media/videos/AMGA/AMGDA_DEMO_Azguime_reactable.m4v
Ópera infantil multimédia interactiva pensada para um público alargado, num desafio que se esperou e se concretizou tão pedagógico quanto lúdico para espectadores e participantes.
A Menina Gotinha de Água fala-‐nos do ciclo da água, indispensável para a vida dos homens no planeta. O cenário virtual e interactivo da ópera apropria-‐se concomitantemente do imaginário visual infantil, da imagem real e da imagem digital; onde os desenhos, os vídeos, as representações e as suas transformações de par com os movimentos/coreografia do coro contribuem para a percepção e fruição da música e da história. A música, cantada por crianças, mistura voz falada e vozes cantadas, transformações sonoras da voz em tempo real, sons da natureza e sons electrónicos difundidos no espaço. “A Menina Gotinha de Água” põe em perspectiva estéticas artísticas inovadoras, coerentes e consistentes, tanto musicais como cenográficas, aliadas a abordagens tecnológicas de ponta, que potenciam o acesso de diferentes públicos a linguagens artísticas diferenciadas, contribuindo de forma insubstituível para a educação e para a cultura das populações e dos jovens e para um desenvolvimento sustentado.
INOVAÇÃO
A inovação do projecto reside em vários factores que vão desde a sua concepção, à sua realização e que se materializaram em desafios ao longo de todo o processo de criação, de investigação e implementação, de realização e interpretação e de produção a saber :
• A concepção inovadora de criação e produção de uma opera que afirmasse uma nova concepção de opera, uma nova
era para a ópera; cujo conceito é designado na Miso Music Portugal como New Op-‐Era
• A concepção inovadora de criação e produção de uma opera pensada para um público alargado, num desafio que se
esperava fosse tão pedagógico quanto lúdico para espectadores e participantes, situações que se confirmaram incluindo o Cinema São Jorge cheio nas duas récitas
• A concepção inovadora de uma cenografia totalmente virtual e interactiva sem cenários clássicos, sem adereços, sem
luzes para alem das projecções múltiplas.
• A ideia experimental de criação do cenário vídeo a partir de elementos visuais distintos: naturais, gerados por
computador e desenhos de crianças, dando-‐lhes a oportunidade de ser parte integrante do resultado final de um objecto artístico.
• A ideia experimental de criação do cenário com a participação de crianças em tempo real a manipular Reactables,
dando-‐lhes a oportunidade de ser parte integrante do resultado final de um objecto artístico
• A inovação na investigação e no desenvolvimento tecnológico para a realização de uma cenografia virtual e
interactiva, a sua operação em tempo real e a implementação do sistema de controle e processamento / difusão som e imagem em colaboração estreita com a Universidade Católica do Porto e o CITAR (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes) na pessoa do Doutorando Andre Perrotta.
• A concepção inovadora de criação e produção de uma opera que envolvesse música instrumental (as vozes do coro de crianças e do narrador), música electrónica (sons concretos), transformações em tempo real (em particular transformações da voz) e espacialização do som multicanais.
• O desafio de criação e produção de uma opera infantil a ser cantada por um coro de crianças, escrita por um
compositor português contemporâneo. A ópera foi concebida como interpretação musical, teatral e visual de um conto
infantil específico com uma temática particular: o ciclo da água, destinada a ser interpretada por um coro infantil e narrador. O resultado é uma obra verdadeiramente contemporânea, musicalmente complexa e estimulante que cativou desde os primeiros ensaios as crianças do coro a aceitar o desafio com enorme dedicação, determinação e satisfação; feita sem nenhuma concessão artística por parte do compositor Miguel Azguime. Uma estética musical e visual
contemporânea associada às novas tecnologias para enfatizar alguns aspectos importantes para a espécie humana, como a indispensabilidade da água para a vida na Terra ou as mudanças climáticas, utilizando um texto relevante da
literatura infantil contemporânea. Neste sentido "A Menina Gotinha de Água" é um projecto original com significantes
valores educativos.
• O repto de propor a integração da ópera no programa das Festas de Natal 2011 da Câmara Municipal de Lisboa
• O desafio de propor a gravação da ópera para televisão (processo em curso)
EQUIPA
MIGUEL AZGUIME composição & libreto sobre texto original de PAPINIANO CARLOS
PAULA AZGUIME concepção; encenação vídeo & difusão sonora
ERICA MANDILLO direcção musical e encenação do coro
ÁGATA MANDILLO narradora
CORO INFANTIL DA UNIVERSIDADE DE LISBOA com CAMILA ROBERT menina gotinha de água
desenhos dos Ateliers e Coro Preparatório da Universidade de Lisboa
ANDRÉ PERROTTA direcção tecnológica & programação de software – Doutorando do CITAR (Centro de Investigação em
Ciência e Tecnologia das Artes)
PERSEU MANDILLO filmagens & tratamento de imagem
SARA JANIC figurinos
VIOLETA BARRADAS & JAKUB SZCZYPA assistente de produção
JOSÉ GROSSINHO assistente informática musical
Projecto MISO MUSIC PORTUGAL / MISO ENSEMBLE NEW OP-‐ERA
MISO STUDIO sistema de difusão multicanais
MISO MUSIC PORTUGAL produção
comendatário da música ECOMUSEU MUNICIPAL DO SEIXAL co-‐produção com a EGEAC/CINEMA SÃO JORGE
parceria CITAR CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DAS ARTES -‐ TNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA apoio FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA
agradecimento especial à família de PAPINIANO CARLOS
ESTRATÉGIAS & DESENVOLVIMENTOS
A ópera foi concebida como interpretação musical, teatral e visual de um conto infantil específico com uma temática particular: o ciclo da água, destinada a ser interpretada por um coro infantil e narrador. O resultado é uma obra verdadeiramente contemporânea, musicalmente complexa e estimulante que cativou desde os primeiros ensaios as crianças do coro a aceitar o desafio com enorme dedicação, determinação e satisfação; feita sem nenhuma concessão artística por parte do compositor Miguel Azguime.
Para introduzir e conduzir o público ao mundo imaginário de uma gotinha de água na sua viagem através do ciclo de água a cenografia exigia ser muito dinâmica e muito intensa, abraçando o fluxo da música e da interpretação teatral e coreográfica protagonizadas pelas crianças do coro, conseguida pela encenadora e realizadora do vídeo, Paula Azguime, com a tripla fusão de componentes visuais distintas, numa sobreposição de realidades singulares sobre a temática da história: sequências vídeo de naturezas, sequências vídeo de gráficos digitais 2D e 3D manipulados em tempo real, e desenhos infantis também manipulados em tempo real.
A criação de uma cenografia virtual e interactiva foi a opção escolhida para a concretização de um conjunto de desafios de ordem estética e conceptual que proporcionou a construção, pelas crianças em tempo real, de uma narrativa viva e lúdica, parte integrante da própria cenografia, que revela pontos de vista de crianças no que diz respeito à própria história, e também à própria ópera e que provaram ser não só muito eficientes na criação de um panorama dinâmico, imaginativo e repleto de fantasia, mas também artisticamente e tecnicamente prolíficos e gratificantes.
A cenografia virtual e interactiva foi desenvolvida a partir da estratégia de utilização de duas fontes de projecção distintas de dois espaços de projecção distintos: o fundo do palco, utilizando a tela de cinema de projecção fixa, e a outra feita directamente em cima das crianças do coro, que para este propósito foram vestidas em fatos brancos, feitos à medida, que cobriram o corpo inteiro (da cabeça aos pés) com mangas em borboleta para maximizar o tamanho da superfície para a projecção. As projecções desempenharam também um papel fundamental no que diz respeito à iluminação do palco, única e exclusivamente feita a partir das projecções e à transição entre as várias partes da ópera, com excepção da luz para o narrador, fora de cena.
Os dois “ecrãs” tinham conteúdos independentes que podiam resultar do mesmo material ou de materiais diferentes. As várias camadas dos vídeos projectados, com a excepção dos filmes de naturezas, eram interactivas e controláveis em tempo real durante todo espectáculo para obter uma integração máxima com a música e a coreografia. As sequências da natureza foram em alguns casos editadas e processadas digitalmente com o objectivo de criar um layer para os outros conteúdos visuais; fazendo sobressair algumas subtilezas e pormenores, e aumentando o potencial de diálogo entre todos os elementos da interpretação. Quanto à parte interactiva, os conteúdos manipulados em tempo real funcionaram com o intuito de destacar algumas das partes e dos elementos mais dinâmicos presentes no ciclo de água e também na própria história, como a evaporação e o movimento do vento, respectivamente. Os desenhos infantis eram o elemento mais lúdico, tendo sido expostos na camada frontal e controlados pelas crianças através de duas Reactables. Os desenhos foram feitos por crianças de várias idades (entre 6 e 13 anos) durante workshops preparatórios, onde lhes foi contada a história e pedido para desenharem de maneira livre, temas diferentes relacionados com partes chave da história. Subsequentemente, os desenhos foram digitalizados e processados para o formato PNG (Portable Network Graphics), com fundo transparente.
A qualidade excepcional do Coro Infantil da Universidade de Lisboa dirigido por Erica Mandillo, a directora artística, maestrina e coreógrafa; a concentração e ao mesmo tempo a maleabilidade e o entusiasmo das crianças enquanto cantores e actores/dançarinos, como também a sua influência no conteúdo visual através da utilização da tecnologia de interacção, proporcionaram um ambiente lúdico e divertido associado a um controlo total da interpretação.
A escolha do libreto, um dos textos importantes da literatura infantil contemporânea portuguesa da autoria de Papiniano Carlos: A Menina Gotinha de Água, o foco no assunto crucial para a vida hoje em dia – meio ambiente e natureza – em ligação com a composição original e inovadora de Miguel Azguime, possibilitaram, simultaneamente, a realização de um diálogo próximo e prolífico entre a história, a música, os visuais, o coro, a narradora, e também uma comunicação forte com o público, tanto infantil como adulto.
O desafio da cenografia virtual, com um orçamento mais baixo e um número de pessoas reduzido no processo de produção, é um dos grandes sucessos deste projecto. Outro aspecto importante foi a utilização da tecnologia como uma
ferramenta e não como a protagonista do espectáculo. Acreditamos que esta abordagem permitiu ao público desfrutar o espectáculo sem uma divisão da sua atenção entre a própria performance e a tecnologia envolvida. De facto, este é um problema recorrente em projectos artísticos com tecnologia, onde a integração falha frequentemente, pois o público passa a prestar mais atenção à tecnologia do que ao conteúdo global do espectáculo propriamente dito. Achamos que é um bom exemplo de uma visão artística forte e original e de uma abordagem inovadora a nível tecnológico, colaborativa e interdisciplinar com um propósito forte de Educação pela Arte, que é muito bem sucedida em vários aspectos: enquanto realização artística e técnica, enquanto projecto aglutinador com forte envolvimento das crianças e também enquanto espectáculo com um forte potencial de comunicação com diferentes públicos.
“A Menina Gotinha de Água” deixa-‐nos acreditar que estéticas artísticas inovadoras, coerentes e consistentes, tanto musicais como cenográficas, aliadas a abordagens tecnológicas de ponta bem escutadas são essenciais à afirmação, ao desenvolvimento e à projecção da identidade de Portugal; são a salvaguarda e o incentivo da diversidade das expressões artísticas contemporâneas como Bens Artísticos perenes, e potenciam o acesso de diferentes públicos a linguagens artísticas diferenciadas, que contribuem de forma inigualável para a educação e para a cultura das populações e para um desenvolvimento sustentado.
É interessante referir a circunstância particular e inédita de uma ópera contemporânea, que faz uso da tecnologia (“state-‐of-‐the-‐art”) integrar um evento de Natal da Câmara Municipal de Lisboa, enquanto uma das atracções principais.