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Licenciaturas com maior desemprego esgotam vagas

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Academic year: 2021

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Licenciaturas

com maior

desemprego

esgotam

vagas

ZOOM Na primeira fase do con-curso deacesso ao ensino supe-rior foram colocados 45592 alu-nos. Licenciaturas com baixas taxas de empregabilidade, como ciências empresariais, engenha-rias eciências sociais ficaram com vagas esgotadas em muitas universidades.

//

PÁGS. 20-21

(2)

Educação

"Um

curso

não

é

a porta

directa para uma

profissão

exacta"

Cursos

com

mais desemprego

esgotam vagas.

Falta informação

sobre

empregabilidade,

defende

Nuno

Crato.

Mas

é

preciso

olhar

a

longo

prazo

MARTA F.REIS marta. reis@ionline.pt

Ciências empresariais, engenharias e dis-ciplinas sociais edo comportamento são as áreas de estudo de 40% dos desem-pregados com habilitações superiores. Ainda assim, muitos dos cursos do ensi-no público com mais desempregados ficaram com asvagas esgotadas na pri-meira fase do concurso nacional.

Aslistas de colocados na1." fase do

con-curso deacesso ao Ensino Superior (ontem divulgadas na internet) mostram que 45 592 estudantes játêm lugar nas univer-sidades, e 86%numa das primeiras três opções. Serão as escolhas certas? Espe-cialistas defendem que falta informação sobre empregabilidade, mas que o

cur-so, sobretudo com o processo de Bolo-nha, éapenas aprimeira porta para o

mercado detrabalho.

No final do ano passado, dototal de

des-empregados que se licenciaram entre

1999e2009eque estavam inscritos nos

centros deemprego, 17,5%eram daárea de ciências empresariais. O curso de

Ges-tão do ISEG era umdos que tinha amaior fatia, com 110 registos em 7306, segun-dooúltimo balanço doMinistério da

Ciên-cia,Tecnologia eEnsino Superior (MCTES), publicado em Abril. Este ano esta licen-ciatura esgotou as205vagas, eoúltimo colocado entrou com média de 15,1.

Na área do Direito, com 3,4% do total delicenciados no desemprego, as

facul-dades de Lisboa eCoimbra somavam o

maior número de antigos alunos sem emprego: 390 de um total de 1469.

Nesta 1." fase de colocações ficaram

ocupadas as 780 vagas abertas só para

estes dois cursos, com amédia mínima

de14,8 em Coimbra e 14,18em Lisboa. O cenário ésemelhante nasaúde: as licen-ciaturas naEscola Superior de Enferma-gem do Porto ede Coimbra tinham os

piores números do desemprego na área, com um total de 222 desempregados. Este ano, as590vagas que oferecem tam-bém jáestão ocupadas. Nas licenciatu-ras deArquitectura na Universidade Téc-nica de Lisboa, Design deComunicação na Faculdade de Belas Artes ou Econo-mia eHistória na Universidade do

Por-toobalanço da empregabilidade não era melhor, estando entre os cursos nas suas áreas com mais desempregados. Em todos as vagas foram ocupadas, com médias de17,1nocaso deDesign da Comu-nicação ou 16,6para Arquitectura.

FORMAÇÃO MAISAMPLA Para o

matemá-tico Nuno Crato, falta em geral informa-ção sobre aempregabilidade dos cursos,

eseria bom queos estudantes procuras-sem essa informação. Mas oproblema não pode ser exagerado, diz aoi. "Nin-guém gosta de ficar no desemprego e não tem sentido orientar mal os dinhei-ros públicos. Mas creio que oproblema está um pouco exagerado. Um curso

superior hoje não pode ser encarado como oera há algumas décadas

-já

não

(3)

exac-ta que se queria no momento de esco-lha", sublinha.

Para o investigador, essa mudança de mentalidade éuma das mais-valias do processo deBolonha. "O primeiro ciclo

universitário deve dar uma formação geral que oestudante pode aproveitar para continuar osestudos noutras áreas."

Um conselho? "Estude-se algo amplo, mas com conteúdo. Estude-se história, ou matemática, ou português, ou direi-to, e pense-se que ofuturo tem muitas surpresas. Mas não se estudem cursos tão especializados ou tão genéricos ecom tão pouco conteúdo básico que com eles poucas perspectivas se abram ou neles pouco seaprenda. Não há mal nenhum em estudar história eser-se guia

turísti-co, ou tirar ocurso delínguas modernas

eser-se jornalista, tal como não há mal nenhum emestudar direito e ser-se

asses-sor deadministração ou estudar

arqui-tectura evir atrabalhar na edição de

livros."

Pedro Telhado Pereira, especialista em Economia da Educação da Universida-deda Madeira, acredita que intervir em áreas mais lotadas como Direito ou Enfer-magem não seria solução. "Não há exces-so sesepreencherem asvagas. São com-petências que as pessoas tiram para a vida. Não vejo que tentar controlar seja a solução, houve países que o fizeram, veja-se a União Soviética, e foi ocaos. Hoje em dia ninguém vai para direito sem saber que avida está má,só senão ler osjornais." Ehámais, diz Pedro

Telha-doPereira "Neste momento estamos em crise, mas édifícil ter uma percepção do que vai acontecer daqui a dez ou 15anos."

mestrados aumentam Segundo as esti-mativas do MCTES, este ano lectivo são esperados 118mil novos alunos no ensi-no superior, mais 20500doque no ano passado. A formação deadultos, no pri-meiros anos pós-Bolonha, éuma das áreas que cresce. Aslicenciaturas repre-sentam menos do total de novos ins-critos, com osmestrados profissionais a disparar 47% em relação a2009/2010. Pós-graduações e mestrados represen-tam quase 49 mil estuantes, 40%dos ins-critos, se se incluir os estudantes que transitam para omestrado integrado.

NO

TOPO

MEDICINA As médias para entrar em Medicina voltaram a subir este ano. Na

Universidade do Porto houve um aumento de 13 décimas em relação ao último

colocado, para 185,2. Dos dez cursos com as médias mais elevadas no país, seis são de Medicina. As nove faculdades colocaram já 1518alunos.

ARQUITECTURA A licenciatura na Universidade do Porto tem a quarta maior média do país: 182,5. Estão colocados 125 estudantes e sobra uma vaga, a que os interessados podem concorrer até dia 19.Tirar Arquitectura no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, exige menos 9,5 pontos percentuais.

INFORMÁTICA O curso pós-laboral de Engenharia Informática no Politécnico de Viana do Castelo aparece destacada nalista dos dez cursos com médias mais elevadas. Com 30 vagas, entraram três candidatos, o último com média de 182,3.

(4)

Àlupa

Ensino

superior

público nunca

teve

tantos

estudantes

Recorde no Ensino Superior Este ano entram no ensino superior público mais 20mil estudantes, num total de 118mil. As instituições politécnicas registam o maior aumento (32%). Estima-se acesso através de provas para maiores de23anos aumente

1 1% no caso das licenciaturas

e 62% no caso dos mestrados integrados.

88%

A maioria dos candidatos ficou colocada na primeira fase. Destes, 55% conseguiu

um lugar no curso que indicou como primeira opção e86%

num dos três primeiros cursos pretendidos.

SOBE

EDESCE

01 Vagas Das 53410vagas

abertas este ano, 45592

jáforam ocupadas.

02 Médias sobem Ocurso de Medicina no Porto chegou aos 18,52 valores

03 Vazios 19cursos não tiveram candidatos.

Campeões das

médias

CURSO/INSTITUICAO MftlA

Medicina/Universidade do Porto 185,2 Medicina/Instituto de Ciências Biomédieas Abel Salazar 183,5 Mediana/Universidade do Minho 182,7 Arquitectura/Universidade

doPorto 182,5

Eng. Informática (pós-laboraiyinstituto Politécnico de Viana do Casteto 182,3 Medicina/Universidade de Coimbra 181,5 Medicina/Universidade de Lisboa 180,8 Bioengsnharia/Univesidade do Porto 180,5

47%

O número de candidatos a mestrado aumentou 47%,

um dos sinais do aumento de adultos noensino superior. Os cursos de especialização tecnológica (CET) cresceram

62%.

2."fase A segunda fase de candidaturas ao ensino superior arranca hoje, com 7853 vagas. Oprazo para

candidatura termina dia 17, podendo ser alterada quando forem conhecidas as vagas que possam entretanto sobrar de regimes especiais ou por farta dematrícula (apublicar dia 23).

As colocações saem dia 29.

Vagas

por

preencher

Curso/Instituição vagas

Física/Universidade de Aveiro 16^

Ciências da Nutrição/Universidade dos Apores -Angra do Heroísmo 15 Engenharia Electrodinâmica/ '

Universidade da Beira Interior 10_

Matemática/Universidade de Coimbra 14 Engenharia Geológica/Universidade de Évora 16_ Engenharia InfbrmátlcaAJniversidade de Lisboa 35_ Química Tecnológica/Universidade . de Lisboa 62

(5)

SEM EMPREGO

01 Licenciados Em Dezembro de2009havia 30653pessoas com habilitações superiores à procura de emprego (4% do total de diplomados)

02 Perfil 66% sãomulheres,

39%estão no Norte, e70% tênvmenosde3sanos

56%

Mais de metade dos desempregados com canudo no final do ano passado tinham concluído o curso entre 2006e 2009, 65%

dos quais diplomaram-se noensino público.

Ter

um

canudo

é

preferível

a

não ter

nada

Éclaro que um diploma de ensi-no superior continua a ser decisi-vo para se alcançar um emprego

digno, mas essa condição há mui-to deixou de ser suficiente. Em 2009 odesemprego entre os

licenciados diminuiu, embora nos anos anteriores ele tenha aumentado drasticamente. Em 2008 situava-se nos 12,3%, ou seja, mais do dobro da média dos países da OCDE (5,2%). Além de uma oportunidade difícil para quem sai da universidade, os empregos qualificados ebem

pagos só se conseguem

-

quem

os consegue

-

depois de vários anos a"patinar", em que ojovem,

mesmo talentoso, sedesgasta a

saltar de um emprego precário para outro emprego precário.

Importa realçar que os desem-pregados com um diploma uni-versitário permanecem menos tempo nessa condição (75%) sea compararmos com a dos jovens que abandonaram precocemente

osistema de ensino (sem comple-tar o ensino secundário). Terum

"canudo" continua a ser preferí-vel do que não ter nada, mas o caminho que épreciso cumprir

para sealcançar o sonhado emprego qualificado ebem pago torna-se demasiado longo e

peno-so para agrande maioria. Por

isso muitos emigram elutam no mercado internacional onde o princípio meritocrático está insti-tuído, aocontrário do que (infe-lizmente) acontece no nosso país.

Socióbgo, investigador do Centro de

Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

(6)

Este ano, o ensino superior tem mais

20mil alunos, mui-tos mestrandos

Referências

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