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Neutralidade da rede na proposta de regulamento do Parlamento Europeu. APDC, 19 de Maio de 2014 José Legatheaux Martins (FCT/UNL)

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Neutralidade da rede na

proposta de regulamento do

Parlamento Europeu

APDC, 19 de Maio de 2014

(2)

Agenda

• O que está em jogo ou o porquê do debate sobre a

Neutralidade da Rede

• Comentário (preliminar) às propostas da diretiva

aprovada pelo Parlamento Europeu

• O “diabo está nos detalhes” ou limitações dos

instrumentos à nossa disposição

(3)

O Valor da Internet

• O acesso a meios de comunicação digital com a natureza da Internet vai tornar-se, se não o é já, um Direito Fundamental, condição indispensável do exercício da vida em comunidade • Limitar o que circula na Internet é um problema de tribunais

e não de operadores

• A Internet é uma infraestrutura crítica para a vida económica, está na base dos ganhos de produtividade do séc. XXI e é

(4)

Neutralidade da Rede

• A Internet, enquanto infraestrutura de comunicação, tem um papel central na vida moderna semelhante ao das outras vias de comunicação que são neutrais com respeito ao que nelas é transportado

• Por outro lado, como as infraestruturas em rede tendem a ser mais rentáveis com a escala, existe uma tendência grande

para a concentração e logo uma propensão natural para erguer barreiras aos novos competidores

• Daqui resulta que o debate sobre a Neutralidade da Rede

possa facilmente descambar e estar eivado de pontos de vista extremados, quer dos utilizadores, quer dos operadores

(5)

Visão dita “O Consumidor Manda”

• A rede é uma via de comunicação digital pura

• O único factor de diferenciação do contrato é o seu débito (D – débito)

• Idealmente o contrato é Flat Fee de ligação à Internet com o débito D

• Esta visão é idealista, inviável, injusta para uma fracção

significativa de consumidores mas, curiosamente, é simpática para o Departamento de Marketing dos operadores, que

deixa ao Departamento de Operações a incumbência de fazer

traffic shaping dos utilizadores intensivos para evitar que a baixa qualidade se generalize.

(6)

Visão dita “O Operador Manda”

• A rede é uma via de via comunicação digital com portagens à

medida. O contrato é caracterizado pelo débito D, mais um

conjunto de serviços específicos, fornecidos sobre a rede do operador e por este cobrados a la carte.

• O acesso à via de comunicação digital “livre” tem menos

prioridade face aos serviços específicos e quase sempre fica com os restos que são subtraídos ao débito D pelos serviços especiais.

• No limite, o operador, entra em concorrência direta com serviços similares acessíveis via a Internet dita normal

• No limite pode tenta-se usar o argumento de “pirataria” para legitimar a interferência

(7)

O que está em jogo

• A visão dita “O Consumidor Manda” é ingénua, parcialmente demagógica e incompatível com serviços que exigem

qualidade e garantias

• A visão dita “O Operador Manda” é muito grave porque coloca o operador como portageiro potencial de todos os serviços mais valiosos, deixa o consumidor à mercê do

operador, é potencialmente anti-competitiva, é de certeza limitadora da inovação e cria barreiras artificias à

(8)

Posição da Internet Society

• Key Enablers: Access, Choice, and Transparency

• Policy considerations:

– Effective competition at the network and services level;

– A diversity of competitive service offerings that are transparent and enable the user to make an informed choice of provider and level of service;

– Unimpeded access to a diversity of services, applications, and content offered on a non-discriminatory basis;

– Comprehensible and readily-available information as to service limitations, network and traffic restrictions that the subscriber is subject to, and;

– Reasonable network management that is neither anti-competitive nor prejudicial. (sublinhados meus)

(9)

Posição da Diretiva

• Globalmente, a diretiva é muito clara no que toca às

liberdades fundamentais e direitos dos cidadãos e das empresas

• Os considerandos revelam conhecimento do enquadramento e grande preocupação com os problemas das práticas anti-competitivas ou impeditivas da inovação

• A diretiva defende claramente diversidade de ofertas, planos e qualidades de serviço, assim como pacotes de serviços

complementares

• A redação inicial saída da comissão vai no sentido da posição da ISOC e tem um elevado grau de exigência no que toca à transparência, informação e correta relação entre as partes

(10)

Diretiva na versão final

• A redação proposta inicialmente usava termos como práticas razoáveis e economicamente realistas de gestão do tráfego

• Não clarificava suficientemente a coexistência entre serviços de transporte “neutros e gerais” (vulgo acesso à Internet) e serviços especiais do operador

• A versão final da diretiva é mais clara e eficaz na defesa clara da “Neutralidade da Rede” e da existência de um acesso à Internet de qualidade e capaz de também proporcionar maior competição

• Remete no entanto para “baixo do tapete” a sua viabilidade económica parece-me

(11)

“O diabo está nos detalhes”

• Ausência de cultura de qualidade e transparência

• Medir qualidade de serviço de forma fiável é um processo

caro e complexo

• O mesmo só poderia ter custos suportáveis com colaboração dos operadores mas a “tentação faz o ladrão”

• Será que a oferta por defeito de serviços em pacotes não é

anti-competitiva e não acaba por esconder mecanismos de financiamento cruzado entre serviços?

• O custo do “ASAE” da Internet é com certeza elevado, existe pouca experiência e requer elevada competência nos

(12)

“Que Fazer?”

• Prudência

na liberalização das permissões dadas aos

operadores

• Educar utilizadores e operadores

em qualidade de

serviço

• A proposta de

tipificação de contratos

inserida na

diretiva parece excelente

• Combater energicamente

as práticas

anti-competitivas e investigar os seus indícios

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