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DIAGNÓSTICO ELEMENTAR

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Academic year: 2021

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DIAGNÓSTICO ELEMENTAR

Observação crítica referente ao comércio informal no entorno

do prédio da antiga LOBRAS

A discussão sobre o comércio informal nos remete sempre para o conceito de cidadania e de organização civil. Cidadania é um conceito que imputa a discussão dos princípios que definem os direitos, e consequentemente os deveres; sem se discutirem esses conceitos a concepção que se refere ao Estado perde o seu significado. Os direitos estão bem estabelecidos na Constituição, porém os deveres são instituições que se fixam nas entrelinhas do discurso contido na Carta Magna. Os deveres são os pilares de sustentação do Estado, e este é uma instituição que só sobrevive com o aval e o reconhecimento do cidadão. Caso isso não ocorra, haverá possivelmente um processo anárquico rumo à possível barbárie.

O Estado é uma realidade artificial, criada para dar sobrevida a sociedade e protegê-la das vicissitudes do cotidiano e das apropriações relacionadas ao emprego da força simbólica: quem tem mais ganha mais. A existência do Estado dá legitimidade à igualdade dos três poderes, e neste sentido, quando o indivíduo se torna um cidadão inevitavelmente sele passa a ser um sujeito que avaliza o Estado, por isso sua contribuição reforça à Instituição soberana.

O Estado sendo uma artificialidade, recomenda que os sujeitos sociais se organizem dentro de parâmetros genéricos, contribuindo assim para que estabelecimento de um sentido social que permita um nível de relacionamento entre os cidadãos.

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Segundo os especialistas, foram diversos os processos civilizatórios bem como os processos e procedimentos sociais, políticos e econômicos. Ressaltamos a importância da República democrática como elemento fundamental à participação de todos o indivíduos na escolha dos seus governantes. No que refere a contextualização sócio-econômica, podemos inferir que as sociedades têm se organizado em duas dimensões distintas: uma no meio dito rural e outra no meio urbano.

As relações entre campo e cidade requerem um aprofundamento no campo demográfico pois não há como se estabelecer a lei da oferta e procura e níveis de economia, tanto local como regional ou mesmo mundial sem se levar em conta a questão do consumidor e do produtor. Nem sempre a economia de um lugar acompanha o ritmo do crescimento demográfico, seja esse por efeito de crescimento vegetativo ou mesmo por migrações.

O fruto da economia formal é que dá sustentação para o Estado se estabelecer. O problema é que surge um elemento de referência muito forte, como por exemplo a determinação de os parâmetros mínimos para que a população esteja consciente de seu papel enquanto construtor e mantenedor do Estado. Essa questão nos remete a outras situações reflexivas, em que a responsabilidade civil passa a ser a tônica na manutenção do status quo do cidadão enquanto sujeito livre para o trabalho, e conseqüentemente para a produção e para o consumo.

As sociedades tanto em nível nacional como mundial, têm procurado se instalar nas cidades. Há uma efetiva expulsão do homem do campo, devido ao processo produtivo, de caráter revolucionário, em termos de maior produtividade a partir da implementação de equipamentos cada vez mais especializados. A fuga para a cidade acontece porque, pior que esta esteja, sempre contém atrativos que se tornam imperativos fundamentais para magnetizar o homem do campo que está sendo expulso do sistema produtivo.

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O homem do campo tem toda uma estrutura de produção diferenciada do homem da cidade; essa instância estabelece um processo formativo, que é assimilado na formação das pessoas. O sistema de produção estabelecido na cidade é uma função decorrente de processos sócio-econômicos e políticos que demandam uma relação efetiva entre o citadino e a economia local e global. O processo formativo é uma rotina costumeira porém assistemática, mesmo para o homem citadino que não está plenamente cônscio das funções da cidade. Não resta dúvida que os processos sociais mais estimulados no sistema de produção capitalista, ou seja, de mercado são os processos estabelecidos pela competição. Nesse caso o sujeito deve estar pronto para competir e se integrar do mercado onde a oferta e a procura devem ser a lei econômica, não negligenciada de forma alguma.

A fuga do homem do campo em direção à cidade ou mesmo o próprio citadino que não conseguiu se estabelecer no mercado formal, declinando-se para o mercado informal, torna-se uma preocupação para as finanças públicas, pois a mercadoria que ele faz circular pelo setor informal não entra na contabilidade formal, uma fuga tributária.

Como está demonstrada mesmo que de forma elementar, a relação entre o mercado formal e informal, isso tem a ver com a questão dos pilares mestres da sustentação do Estado a partir de uma relação direta entre a sociedade e o mercado.

Se observarmos, a cidade de João Pessoa não é diferente e as pressões demográficas são uma realidade que não deve ser negligenciada, pois o volume de pequenos comerciantes que fazem parte do mercado informal tem aumentado cada vez mais. Essa realidade só pode ser vista a partir de censos periódicos, caso não se faça essa observação de forma sistemática e documentada, os sentidos acabam por negligenciar o crescimento arterial e espontâneo que se dá pelas novas instalações de pequenos comerciantes ao longo das vias públicas. Esse crescimento tem um caráter quase que

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exponencial, alargando-se cresce tanto pelas extremidades como pelo seu interior, onde o todo se divide em partes e assim sucessivamente, basta que haja uma negociação.

Esse crescimento vai sufocando todas as relações que estão ao longo das vias em que estes pequenos empresários vão se instalando. Calçadas e ruas vão sendo suprimidas lentamente, e em alguns caso existem empresas estabelecidas que perdem o fôlego competitivo e migram.

O poder de negociação desses pequenos empresários, tenazes e obstinados, chega a superar intempéries como chuva, sol e a própria competição de ofertas e mais ofertas. O entorno do prédio, que por muito tempo funcionou a LOBRÀS, antiga 4.900, é um mercado efervescente e imprime um volume de negócios relativamente grande, fazendo circular por dentre as barracas um sem número de pessoas, isso todos os dias principalmente nos Sábados.

O negociante que se instala nas ruas sem preparo para uma atuação sistemática no mercado, consegue fazer circular um contingente efetivo de pessoas e ainda enfrenta os contratempos das intempéries e do desconforto do estabelecimento arranjado de qualquer modo numa calçada Creio que apenas condições materiais não bastem para que esse pequeno empresário tome consciência de seu papel na sociedade; é preciso um movimento constante de auto-valoriazação enquanto empresário e cidadão, com capacidade de constante mutação para melhorar a competitividade. Nesse caso uma aproximação com o SEBRAE é fundamental pois o estímulo às pequenas empresas pode gerar grandes negócios.

Numa primeira aproximação com a idéia de instalação de pequenos empresários no antigo estabelecimento predial da LOBRAS, creio que alguns cuidados são necessários, pois o Estado tem interesse nos processos em que transformem os indivíduos em sujeitos de produção e cidadãos politizados,

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para assim manter a democracia O remanejamento do pequeno empresário que atua na rua com pequeno volume de deveres para com o Estado requer uma conscientização constante, pois a auto-sustentabilidade exige responsabilidade civil efetiva e regular, mas para isso é necessário um processo formativo do pequeno empresário informal para um estabelecimento altamente competitivo em que ele terá elementos de responsabilidade com o patrimônio público.

Não há como acomodar um contingente de pequenos empresários, relativamente sem passado, em estabelecimentos prediais sem que haja algum constrangimento por parte destes, pois tendo experimentado uma vida com um volume pequeno relações de responsabilidade com o arranjo predial, isso poderá vir a ser um fiasco, ou seja, no decorrer de poucos anos o estabelecimento perde seu significado inicial de passagem do caos ao sistemático e fortalecedor do Estado.

Conjuntos de combinações devem ser levadas em consideração, como por exemplo a distribuição dos boxes não desconsiderando o adensamento. Outro aspecto a ponderar é que deve haver ambiente próprio para reuniões com pessoal especializado, funcionamento de cursos, aulas, video-conferência, etc. E, por fim, pode-se pensar na aproximação de uma empresa âncora, talvez um Banco, ou uma instituição como o setor de identificação da Secretaria de Segurança Pública que possa servir de fluxo continuo de possíveis consumidores e que venha contribuir para a diminuição da distância entre o mercado formal e informal.

Referências

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