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As Economias das Regiões Administrativas de Campinas e Central do Estado de São Paulo

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Academic year: 2021

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Coordenador: Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – UNESP

As Economias das Regiões Administrativas de Campinas e Central do Estado de São

Paulo

Thiago Santana Carvalho

1. Introdução

Em um período pós-crise econômica mundial, o Brasil se firmou como a oitava maior (8ª) economia mundial com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado em US$ 1,531 trilhão no ano de 2009, representando uma queda de 0,2% em relação a 2008. Mesmo com essa retração o Brasil é a maior economia da América Latina e está à frente de países emergentes como a Índia (11ª) e a Rússia (12ª).

Segundo o Banco Central, a perspectiva de crescimento da economia brasileira em 2010 é de 7,3%, impulsionado pela economia doméstica. Já no primeiro trimestre deste ano, a economia cresceu 9% em relação ao mesmo período no ano de 2009. A geração de empregos bateu recorde no primeiro semestre com a criação de 1,5 milhão de empregos com carteira assinada e a produção industrial cresceu 17,5%. O crescimento da economia brasileira também pode ser comprovado pelo aumento da arrecadação que atingiu R$ 382,9 bilhões, um aumento real de 12,48% em relação ao primeiro semestre 2009.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira cresceu 8,48% no período de 2000 a 2007, atingindo 183.987.291 habitantes. Novas estimativas revelam que a população brasileira alcançou 193 milhões de habitantes, aproximadamente, em 2010.

Assim, após essa breve apresentação da economia brasileira, podemos definir nosso primeiro objetivo nessa pesquisa que é avaliar se os quarenta dois municípios paulistas selecionados seguem essa tendência nacional de crescimento, analisando suas principais características e indicadores econômicos como emprego, balança comercial, população etc.

O Estado de São Paulo é o maior do país em número de habitantes, abrigando 42 milhões de pessoas aproximadamente distribuídos em seiscentos e quarenta e cinco municípios. É conhecido como o “motor econômico” do país, com um PIB em torno de R$ 902 bilhões o que representa 31% do PIB nacional, além de possuir a melhor infra-estrutura, mão-de-obra qualificada, o maior parque industrial que permite o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia.

Figura 1 – Regiões Administrativas do Estado de São Paulo

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O segundo objetivo dessa pesquisa é a caracterização dos principais municípios presentes na amostra e sua relevância para o Estado de São Paulo.

Para a realização dessa pesquisa foram selecionados, como já foi dito, quarenta e dois municípios de diversos portes, são eles: Aguaí, Águas da Prata, Américo Brasiliense, Analândia, Araraquara, Araras, Boa Esperança do Sul, Brotas, Caconde, Casa Branca, Conchal, Corumbataí, Descalvado, Divinolândia, Dourado, Gavião Peixoto, Ibaté, Itirapina, Itobi, Leme, Matão, Mococa, Motuca, Nova Europa, Pirassununga, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito, Rincão, Rio Claro, Santa Cruz da Conceição, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Gertrudes, Santa Lúcia, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Tambaú, Tapiratiba, Trabiju e Vargem Grande do Sul.

2. Regiões Selecionadas

Antes de partir para o estudo dos municípios selecionados é importante descrever as principais características econômicas das Regiões Administrativas e de Governo onde os municípios estão localizados, e este é o objetivo desta seção.

2.1 – A Região Administrativa de Campinas

Figura 2 – Região Administrativa de Campinas

Fonte: Fundação Seade

A Região Administrativa de Campinas (RA de Campinas) é constituída por noventa municípios dos quais vinte e cinco integram essa pesquisa, são eles: Araras, Conchal, Leme, Pirassununga e Santa Cruza da Conceição que pertencem a Região de Governo de Limeira; Analândia, Brotas, Corumbataí, Itirapina, Rio Claro e Santa Gertrudes que pertencem à Região de Governo de Rio Claro; Aguaí, Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Divinolândia, Itobi, Mococa, Santa Cruz das Palmeiras, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Tambaú, Tapiratiba e Vargem Grande do Sul que pertencem à Região de Governo de São João da Boa Vista.

A Região Administrativa de Campinas teve seu desenvolvimento acelerado nas décadas de 60 e 70 devido ao intenso deslocamento populacional dos grandes centros urbanos para o interior buscando melhores condições de vida e de trabalho. Juntamente com a população também migraram para essa região empresas, centros de pesquisa e tecnologia e universidades gerando altas taxas de crescimento econômico. Além de possuir uma excelente posição geográfica (próxima à capital paulista e porta de entrada para o interior do estado) a região possui uma das melhores estruturas rodoviárias do país sendo cortada pelas Rodovias Bandeirantes e Anhanguera que ligam a região ao interior do Estado São Paulo e a divisa com Minas Gerais, a Rodovia Dom Pedro I que permite o acesso às rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias e, pela Rodovia Santos Dumont liga a região ao município de Sorocaba e à rodovia Castelo Branco. Todos esses fatores permitiram a manutenção de uma taxa de crescimento populacional acima da média estadual como pode ser visto no Gráfico 01.

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Gráfico 01 – Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Estado de São Paulo e RA de Campinas (1980 – 2010)

2,12 1,82 1,32 2,91 2,31 1,63 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1980/1991 1991/2000 2000/2010

em % a.a Estado de São Paulo RA de Campinas

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade.

A Região Administrativa de Campinas possui uma população estimada em 6,3 milhões de habitantes, o que corresponde a 15% do Estado de São Paulo em 2010 sendo que 94,73% da população reside nas áreas urbanas. Analisando as pirâmides etárias (ver gráfico 02) dos anos de 1980 e de 2008 percebe-se que a RA de Campinas seguiu a tendência estadual de estreitamento da base, um predomínio da População em Idade Ativa (PIA), fato que exige políticas eficientes de criação de empregos, e finalmente, um alargamento do topo da pirâmide indicando um envelhecimento da população elevando os gastos do governo com saúde e previdência.

Gráfico 02 – Pirâmide Etária da População, por Sexos RA de Campinas (1980 – 2008)

Fonte: Fundação Seade.

Em 2007 o PIB da RA Campinas foi de R$ 141,7 bilhões, o que representa 15,7% do Estado de São Paulo. A agropecuária possui altos índices de produtividade e competitividade decorrentes da intensa mecanização e inovação tecnológica. Segundo dados do ano de 2007, destacaram-se os seguintes produtos: a batata inglesa, cuja produção representou 41,3% da estadual, o café com 27,4% do total estadual, a cana-de-açúcar e seus derivados, a cebola com 51,2% do total do estado, gado e carne de frango.

Ainda no setor agropecuário a região também é conhecida pela produção de plantas e flores, destacando-se o município de Holambra. No ramo das frutas destacam-se a laranja, destinada à produção de suco concentrado, a qual representa 31,4% do total estadual, o figo cuja produção representa 97,7% da estadual e a uva. Pode-se dizer que a produção agrícola gera um efeito multiplicador na economia da região, pois além dos recursos monetários obtidos pela venda dos produtos, há também um forte impacto sobre o turismo na região decorrente da realização de feiras temáticas, como a Festa do Morango em Atibaia, a da Uva em Jundiaí e a Expoflora de Holambra.

Como pode ser visto no Gráfico 03, a agropecuária contribuiu com 2,6% do valor adicionado e com 4,3% dos vínculos empregatícios da região.

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RA de Campinas – 2007

Fonte: Elaboração Própria com base nos dados da Fundação Seade e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS – 2007).

De acordo com o Gráfico 03, observa-se que o setor industrial representa 37,52% do valor adicionado da RA de Campinas e 38,2% dos vínculos empregatícios. É importante ressaltar que essa região abriga o terceiro maior parque industrial do Brasil, destacam-se os setores petroquímico, localizado no município de Paulínia; automobilístico com a fábrica da Honda, localizada em Sumaré, a qual produziu 700 mil veículos em 2009; têxtil na região de Americana; farmacêutico com a presença da Medley em Campinas, e da Merial, fabricante de produtos veterinários, instalada na cidade de Paulínia, além dos setores de alimentos e bebidas e de papel e celulose.

Ainda em relação ao setor automobilístico a Hyundai pretende investir cerca de US$ 600 milhões na construção de uma nova fábrica no município de Piracicaba, que deve ser inaugurada em 2012, com uma capacidade produtiva estimada em 100 mil veículos compactos por ano e atrairá empresas de autopeças para a região. Outro setor de extrema relevância para a região é o de informática e tecnologia da informação (TI) em que podemos citar a fabricante de computadores Dell, localizada em Sumaré e a IBM instalada em Hortolândia. A importância desses setores para a região pode ser constatada através do montante de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) arrecadado na indústria e o número de postos de trabalho formais dos subsetores industriais que mais empregam trabalhadores, como é mostrado na Tabela 01 e 02, respectivamente.

Tabela 01 – Valor Total de ICMS Arrecadado na Indústria RA de Campinas – 2007

Total de ICMS Arrecadado na Indústria Valor (em reais de 2009)

Material de Transporte, Montadoras e Autopeças 1.269.846.546

Produtos Químicos 1.228.609.910

Bebidas 456.717.579

Papel e Celulose 451.997.395

Produtos Alimentícios 399.276.814

Produtos Farmacêuticos 389.153.288

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade.

Tabela 02 – Número de Empregos Formais segundo Subsetores do IBGE RA de Campinas – 2008

Subsetores (IBGE) Total de Empregos

Formais

Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool

Etílico 81.105

Indústria Química de Produtos Farmacêuticos,

Veterinários, Perfumaria,... 76.782

Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos 71.916 Indústrial do Material de Transporte 71.569

Indústria Mecânica 66.021

Construção Civil 63.793

Indústria Metalúrgica 58.685

Fonte: Elaboração Própria. RAIS 2008.

O setor de serviços é o maior da região com 59,88% do valor adicionado da região e com 57,5% dos vínculos empregatícios. A Rodovia Dom Pedro I conta com uma ampla rede de serviços e de comércio, nela estão presentes shopping centers, hipermercados, centro de convenções, lojas de materiais de construção, hotéis e restaurantes. A rede Iguatemi está investindo cerca de R$ 112 milhões na construção de um shopping center na cidade de Jundiaí, voltado para as classes A e B, além de um complexo imobiliário e escritórios comerciais de alto padrão.

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pós-graduação. Entre elas, destacam-se: a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas), as Faculdades de Campinas (Facamp), a Universidade Paulista (Unip), a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ – USP). O município de Rio Claro abriga dois centros de excelência, o Instituto de Geociências e Ciências Exatas e o Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Em Pirassununga estão localizadas uma unidade da Universidade de São Paulo e a Academia da Força Aérea (AFA) e em Araras a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O fato de a RA de Campinas possuir uma ampla rede de ensino superior formando mão-de-obra qualificada resulta em grande concentração de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Destacam-se o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o Centro de Pesquisa Renato Archer (CenPRA), o Instituto Tecnológico de Alimentos (Ital), o Laboratório Nacional de Luz Sincotron (LNLS) e a Fundação Centro Tecnológico para a Informática – CTI. As atividades de P&D destinadas ao setor agropecuário ficam sob responsabilidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Há uma significativa atividade turística na região proveniente, principalmente das estâncias hidrominerais como Águas de São Pedro, Águas de Lindóia, Amparo e Serra Negra, e dos centros de lazer Hopi Hari e Wet’n Wild, ambos localizados na Rodovia dos Bandeirantes.

Em relação à saúde, além dos serviços prestados existe uma intensa atividade de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias realizadas no Hospital das Clínicas da Unicamp, o Hospital da PUC-Campinas, o Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos Boldrini (referência mundial no tratamento e pesquisa do câncer infantil) e também pelos hospitais estaduais localizados na região.

Como já foi dito, a RA de Campinas possui uma excelente estrutura rodoviária, a qual é complementada pelo Aeroporto de Viracopos, o maior do país no que se refere ao transporte de cargas, por ferrovias que chegam até o Porto de Santos e no lado oposto atingem o Estado de Mato Grosso do Sul e a Bolívia por meio de interligações.

A Região Administrativa de Campinas é dividida em sete Regiões de Governo (RG): A RG de Bragança Paulista, de Campinas, de Jundiaí, de Limeira, de Piracicaba, de Rio Claro e finalmente a de São João da Boa Vista, sendo a RG de Campinas a mais importante com 49,82% do total de Vínculos Empregatícios e com 52,1% do PIB como pode ser visto no Gráfico 04.

Gráfico 04 – Distribuição dos Vínculos Empregatícios e do Produto Interno Bruto, segundo Regiões de Governo RA de Campinas – 2007

Fonte: Elaboração Própria com base nos dados da Fundação Seade e RAIS (2007).

Gráfico 05 – Distribuição do Valor Adicionado segundo Setores de Atividade Econômica por Região de Governo RA de Campinas - 2007

Distribuição do Valor Adicionado

4,42% 1,19% 0,67% 17,40% 37,99% 41,25% 34,59% 39,97% 22,36% 63,58% 60,82% 58,09% 61,17% 57,40% 60,24% 2,63% 5,44% 4,25% 32,00% 41,74% 52,82% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% RG de Bragança RG de Campinas RG de Jundiaí RG de Limeira RG de Piracicaba RG de Rio Claro RG de São João da Boa Vista Agropecuária Indústria Serviços

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A análise do Gráfico 05, o qual representa a distribuição do valor adicionado segundo os setores de atividade por Região de Governo, nos permite tirar conclusões mais claras acerca da economia da RA de Campinas e suas especificidades. Em primeiro lugar, nota-se que o setor de serviços é predominante na economia de todas as regiões selecionadas. Em segundo, destaca-se a baixa participação do setor agropecuário nas Regiões de Governo de Jundiaí e Campinas, 0,67% e 1,19% respectivamente, e uma porcentagem expressiva na RG de São João da Boa Vista atingindo 17,4% do valor adicionado total e um baixo desempenho industrial em comparação às outras regiões.

2.2. A Região Administrativa Central

Figura 3 – A Região Administrativa Central

Fonte: Fundação Seade.

A Região Administrativa Central é formada por vinte e seis municípios distribuídos em 11.094 km², área equivalente a 4,47% do total estadual, dos quais dezessete estão presentes nesta pesquisa, são eles: Américo Brasiliense, Araraquara, Boa Esperança do Sul, Gavião Peixoto, Matão, Motuca, Nova Europa, Rincão, Santa Lucia e Trabiju pertencentes à Região de Governo de Araraquara; e Descalvado, Dourado, Ibaté, Porto Ferreira, Ribeirão Bonito, Santa Rita do Passa Quatro e São Carlos pertencentes à Região de Governo de São Carlos.

As duas “potências” econômicas da região, responsáveis por cerca de 42,2% do PIB total da região, são os municípios de Araraquara, marcado por uma agroindústria forte principalmente nos setores de laranja e sucroalcooleiro, e o município de São Carlos onde estão presentes indústrias tradicionais e de tecnologia ligadas ao setor de informática e tecnologia da informação.

A região é cortada pela Rodovia Washington Luiz que atinge a cidade de São José do Rio Preto e dá acesso à capital paulista através de suas interligações com as Rodovias Anhanguera e dos Bandeirantes. Além disso, Araraquara abriga um aeroporto e é um ponto estratégico no que se refere ao transporte ferroviário com ligações ao norte (Barretos e Divisa com Minas Gerais), a leste (Campinas, São Paulo e Santos) e a oeste (São José do Rio Preto e Divisa com Mato Grosso e Goiás). Por esse motivo Araraquara foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal com um investimento de R$ 150 milhões no setor ferroviário. Araraquara também possui uma rede de comunicação eficiente baseada em fibra óptica, a qual permite a transmissão de dados e informações para as principais cidades do país.

Durante a década de 80 a RA Central manteve uma taxa de crescimento populacional acima da estadual, situação que se equilibrou nas décadas seguintes como pode ser visto no Gráfico 06.

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Gráfico 06 – Taxa Geométrica de Crescimento Populacional Estado de São Paulo e RA Central (1980 – 2010)

2,12 1,32 2,7 1,36 1,82 1,82 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1980/1991 1991/2000 2000/2010

em % a.a Estado de São Paulo RA Central

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade.

A RA Central possui uma população estimada em 976.993 habitantes, o equivalente a 2,32% do total do Estado de São Paulo, no ano de 2010 sendo que 94,57% da população reside nas áreas urbanas. A partir da análise das pirâmides etárias conclui-se que a RA Central, assim como a RA de Campinas, seguiu a tendência estadual de estreitamento da base e alargamento no topo da pirâmide, indicando um envelhecimento da população e uma maior participação da População em Idade Ativa no total. No Gráfico 07 são mostradas as pirâmides etárias dos anos de 1980 e 2008.

Gráfico 07 - Pirâmide Etária da População, por Sexos RA Central (1980 – 2008)

Fonte: Fundação Seade.

O PIB da RA Central em 2007 foi de R$ 16,26 bilhões, valor que representa 1,8% do PIB do Estado de São Paulo. A agropecuária foi responsável por 7,9% do valor adicionado total da região e por 13,6% dos vínculos empregatícios, uma retração de cerca de 2% e 1,1% respectivamente em relação a 2006. Segundo dados de 2007 destacaram-se os seguintes produtos: a cana-de-açúcar, cuja produção correspondeu a 8,7% do total estadual, a laranja com quase 25% do total e o limão com 26,1%. Outros produtos menos tradicionais também tiveram uma produção significativa em relação ao total estadual como mel de abelha e manga. Além disso, na pecuária, a RA Central concentra 10,5% do rebanho de galos, frangos e pintos, do estado.

Na agricultura devem-se ressaltar os avanços tecnológicos na citricultura no que se refere à seleção de frutas, tratamentos especiais e mecanização; e no cultivo da cana-de-açúcar decorrente principalmente da aprovação da lei que proíbe a queima da palha durante a colheita visando reduzir os impactos ambientais. Ainda em relação ao setor agropecuário, existe a expectativa de que a cidade de São Carlos receba, nos próximos anos, a Agrishow, maior feira de agronegócios da América Latina, a qual está sediada em Ribeirão Preto. A vinda da Agrishow para São Carlos também beneficiaria a rede hoteleira de Araraquara. Vale destacar também, que a região abriga a maior produtora mundial de suco de laranja, a Cutrale, localizada em Araraquara e a Citrosuco em Matão. Vejamos maiores detalhes dos setores econômicos no Gráfico 08.

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Gráfico 08 - Distribuição dos Vínculos Empregatícios e do Valor Adicionado, Segundo Setores de Atividade Econômica RA Central – 2007

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade e RAIS (2007).

Do Gráfico 08, vemos que a indústria possui 34,3% dos vínculos empregatícios e 36,05% do valor adicionado da região. Os principais segmentos industriais são o metal-mecânico, o metalúrgico, a indústria têxtil e de vestuário, o de alimentos e bebidas e a produção de eletrodomésticos. A região abriga empresas importantes destes segmentos industriais, pode-se citar a presença da Electrolux, fabricante de eletrodomésticos, em São Carlos, a Femsa que atua no ramo de bebidas e a Lupo, no de vestuário, ambas localizadas em Araraquara.

Recentemente, a Nestlé, multinacional do setor de alimentos, inaugurou uma nova fábrica em Araraquara para a produção de leite. Foram investidos cerca de R$ 120 milhões e a expectativa é de que mil e seiscentos empregos diretos e indiretos sejam criados. A economia dessa região está baseada nos municípios de Araraquara e São Carlos. Mas não podemos deixar de citar outras cidades que exercem atividades importantes para a economia regional. Entre elas destacam-se o município de Gavião Peixoto, o qual abriga a Embraer, fabricante de aeronaves; a cidade de Ibitinga, conhecida por seu polo têxtil (bordado e costura), o município de Tabatinga conhecido por fabricar bichos de pelúcia; e finalmente, o município de Américo Brasiliense, sede de uma das fábricas da Furp (Fundação para o Remédio Popular), fabricante de medicamentos genéricos.

A relevância desses setores para a região pode ser confirmada pela análise de duas variáveis, a arrecadação total de ICMS da indústria, e o total de empregos formais de acordo com os subsetores industriais do IBGE, como pode ser visto nas tabelas 03 e 04, respectivamente.

Tabela 03 – Total de ICMS Arrecadado na Indústria RA Central – 2007

Total de ICMS Arrecadado na Indústria Valor (em reais de 2009)

Produtos Alimentícios 81.192.677 Eletrodomésticos 46.776.502 Vestuário e Acessórios 29.146.087 Têxtil 24.890.464 Produtos de Metal 22.495.320 Máquinas e Equipamentos 21.652.781 Minerais Não-Metálicos 16.634.097 Bebidas 14.476.741

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade.

Tabela 04 – Número de Empregos Formais Segundo Subsetores Industriais do IBGE RA Central – 2008

Subsetores (IBGE) Total de Empregos Formais

Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool etílico 21.916

Indústria Têxtil 16.018

Indústria Mecânica 15.814

Construção Civil 7.750

Indústria Metalúrgica 4.917

Fonte: Elaboração Própria. RAIS (2008).

O setor de serviços é o maior da região com 56,05% do valor adicionado total e 52,1% dos vínculos empregatícios. “O peso do terciário associa-se, sobretudo, às relações complementares desse setor com a agroindústria, como os serviços de comercialização,

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transporte e armazenagem, bem como à integração de toda a rede de serviços empresariais, pesquisa e ensino superior com a indústria presente na região”. (Perfil Regional, 2009).

A região se destaca pela atração de um grande número de estudantes universitários proveniente principalmente da presença da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), localizadas em São Carlos e pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Araraquara com cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas. A região ainda conta com a Universidade Paulista (Unip), o Centro Universitário de Araraquara (Uniara), as Faculdades Integradas Logatti, localizados em Araraquara e o Centro Universitário Central Paulista (Unicep), em São Carlos.

Assim como na RA de Campinas, a presença dessas universidades, formando mão-de-obra qualificada, atrai centros de pesquisa e desenvolvimento para a região. O município de São Carlos abriga a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em Araraquara estão localizados o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e órgãos de pesquisas ligados à universidade como o Instituto de Química e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas.

A Região Administrativa Central é dividida em duas Regiões de Governo (RG), a RG de Araraquara e a RG de São Carlos, sendo a de Araraquara a mais importante economicamente concentrando 59,5% dos vínculos empregatícios e 65% do PIB da região, como pode ser visto no Gráfico 09. Já o Gráfico 10, referente à distribuição do valor adicionado nos permite concluir que o setor de serviços é predominante na economia das duas regiões de governo. Além disso, percebe-se que a atividade industrial ocupa uma parcela maior na economia da RG de Araraquara crescendo quase 2% em relação ao ano de 2006. Comparando-se os dados dos últimos anos, conclui-se que a atividade agropecuária vem perdendo espaço na distribuição do valor adicionado nas duas regiões de governo sendo que na de Araraquara a queda foi de 2,45% em relação a 2006.

Gráfico 09 - Distribuição dos Vínculos Empregatícios e do Produto Interno Bruto, segundo Regiões de Governo RA Central – 2007

Fonte: Elaboração Própria. Fundação Seade e RAIS (2007).

Gráfico 10 - Distribuição do Valor Adicionado segundo Setores de Atividade Econômica por Região de Governo RA Central - 2007

Distribuição do Valor Adicionado

8,24% 7,22% 39,35% 29,74% 52,41% 63,04% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

RG de Araraquara RG de São Carlos Agropecuária Indústria Serviços

Referências

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