ABORDAGEM DO USUÁRIO NO
TRATAMENTO DE SPAs
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Gustavo Lopes Jaques
Consultor em Dependência Química Assistente Social
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ABORDAGEM
(construído vínculos)
Centro de Tratamento as Adições
Gustavo Lopes Jaques
Consultor em Dependência Química
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ABORDAGEM
Baseia-se no princípio de que uma pessoa esta sofrendo, deseja alívio, e espera poder contar com a outra pessoa
ABORDAGEM
Ato ou efeito de abordar;
Qualquer tipo de aproximação;
Modo de tratar ou encarar algo;
Visão de um assunto; Ponto de vista sobre uma questão; Maneira ou método de enfocar ou interpretar algo;
Modo de lidar com algo.
Dicionário Houaiss
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Dificilmente um indivíduo procura tratamento
por estar convencido de que está usando
droga ou álcool demasiadamente
Uso de SPAs é um problema de grande complexidade,
que exige uma ABORDAGEM compreensiva,
interdisciplinar, de caráter psicopedagógico e terapêutico.
A dependência é uma relação disfuncional entre um indivíduo e seu modo de consumir uma determinada
substância psicotrópica.
A avaliação inicial começa pela identificação dos sinais e sintomas que caracterizam tal situação.
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A abordagem é o primeiro passo a ser dado para
que se possa fazer um diagnóstico na área de
dependência química, porém não se esgota
mesmo depois deste ser estabelecido.
Baseia-se no princípio de que uma pessoa está
sofrendo, deseja alívio, e espera poder contar
ABORDAGEM
“
Sempre que duas pessoas se encontram, na
verdade, há seis presentes.
Há o indivíduo visto por si próprio,
o indivíduo como as outras pessoas o vêem
e o indivíduo como realmente é.”
O profissional e a aceitação do adicto
O que sei sobre álcool e outras drogas?
Qual é o meu sentimento em relação do uso e
abuso de substancia química?
Quais os conceitos e preconceitos estabelecidos
por mim na minha vida cotidiana?
Me sinto seguro no realizar uma abordagem?
Entendo e reconheço a dependência química
como doença?
Percebo e me coloco na condição do outro?
Preconceito
São conceitos pré formados;
Impressão unilateral de uma realidade;
Olhar carregado de vícios;
Observação exageradamente critica;
Dificuldade de enxergar a realidade do outro;
Percepção egocêntrica de realidade;
APRESENTANDO-SE:
Ex: “Olá sr...,meu nome é...,sou consultor.. sou membro da equipe...que estará avaliando o sr. aqui no...gostaria de reservar algum tempo para conhecê-lo melhor e saber...”
Vista-se de modo profissional;
Apresente-se e explique o seu papel;
Dirija-se ao paciente pelo título (Sr. Sra. etc.)
Estabeleça privacidade na medida do possível; Cuide do conforto do paciente;
Informe ao paciente o que você pretende fazer; Seja atencioso e acrítico, sem julgamentos
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ABORDAGEM
Uma boa abordagem é essencial para o tratamento. Não apenas pode ser decisiva para o engajamento do
residente, como pode desencadear o processo de mudança.
“É um prazer conhecê-lo.”
Que problemas lhe trazem aqui? Por onde começamos?
Por onde você prefere começar?
Primeiro contato entre um serviço e o residente.
Começa aí a construção, juntamente com o residente , “de um retrato detalhado e atual de envolvimento com o consumo, seu meio ambiente e os resultados deste uso”.
A abordagem é o primeiro passo a ser dado para que se possa fazer um diagnóstico na área de dependência química, porém não se esgota mesmo depois deste ser estabelecido.
Começa com um diálogo de natureza motivacional e se destina a expressar empatia e estabelecer rapport
Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende
e que vocês têm um forte laço em comum.
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Importância do olhar
Olhar pode ser, muito mais que olhar!
Ver além da aparência;
Ver alem do conceitos já estabelecidos ou
padronizados;
Desejo de ver e não de julgar;
Aceitação incondicional do outro;
Aceitação incondicional da historia vivida pelo
outro
Não julgar o outro pelos seu preceitos sociais ou
morais;
Ver a estrutura saudável que aquele individuo
ainda tem dentro dele;
Aprender aceitar as varias quedas e tropeços que
o tratamento da dependência química pode
apresentar;
Abordar
Pode ser olhar;
Pode ser escutar;
Pode ser sentar ao lado;
Pode ser compartilhar;
Pode ser aceitar;
Pode ser proteger;
Pode ser limitar;
Pode ser respeitar;
ABORDAGEM
Acima de tudo ouvir sem julgar;
Primeiro ouvir, antes de dar um parecer;
Aceitação incondicional da historia relatada;
Compartilhar sentimentos sem julgamentos;
É proteger;
É oferecer o limite;
Respeitar a dificuldade para realizar o tratamento e o
Valorizar a historia relatada; Desenvolver um olhar critico;
Aproximar-se do outro;
É conseguir realizar um paralelo entre o caminho ideal e o
possível;
É oferecer feedback;
Permitir a reflexão e provocar auto-critica;
Construção de Vinculo
Necessidade de confiar na equipe;
Necessidade de conhecer os profissionais;
Necessidade de sentir-se aceito ali;
Necessidade sentir-se respeitado e aprender a respeitar o
espaço de tratamento;
Possibilitar a construção e regramento da vida dos
indivíduos;
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O que é o vínculo?
Relação de confiança mútua;
Cada profissional e cada paciente traz um estilo único para a entrevista, porém, certos tipos de conduta encorajam o desenvolvimento do vínculo;
Faz parte da conduta do profissional agir de maneira respeitosa, ser sincero e empático;
ESTABELECENDO E MANTENDO O
VÍNCULO
EMPATIA
Preste atenção nos sentimentos do residente; Preste atenção no comportamento do residente;
EMPATIA
significa compreender a situação, sentimentos e motivos da outra pessoa e deixá-la saber que você está ciente do que
ela está vivenciando;
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Na abordagem a entrevista é sempre uma experiência vital muito importante para o entrevistado; significa, com muita frequência, a única possibilidade que tem de falar o mais sinceramente de si mesmo com alguém que não o julgue, mas que o compreenda.
Você deve agir de modo a mostrar ao residente que você está ouvindo, está interessado e quer saber mais a seu respeito.
Disparar perguntas leva o residente a calar-se e a não colaborar.
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Seja você mesmo;
Seja caloroso, mas não falso; Seja honesto;
Sua capacidade de ouvir e relacionar-se de modo calmo
e sem julgamento encoraja o paciente a falar de si mesmo.
TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO NA
ABORDAGEM
.
Facilitadores Não-Verbais:
Contato ocular; Sorriso ocasional;
Acenar com a cabeça;
Inclinar-se na direção do paciente; Silêncio interessado.
Fazer perguntas que desarmem
“Sempre pergunto a todos os residentes como é seu uso de SPAs. É importante agente sentir que pode falar a
vontade sobre o uso de SPAs”
“Você alguma vez já se preocupou com seu uso?”
“Alguém já te criticou por causa de seu uso?”
,
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“Está bem. Por favor,continue...”; “E então,...”;
“Ah...ahn...”;
Repetir as últimas palavras do residente;
Afirmações resumidas confirmando e esclarecendo o que o residente disse.
(Estas afirmações demonstram sua compreensão do que o paciente disse, e permitem que o paciente corrija ou confirme suas palavras).
Dificuldades para acolher:
Preconceitos pessoais;
Medo de perder o controle;
Falta de conhecimento técnico;
Excesso de regras;
Dificuldade de aceitar a recaída como parte do processo;
Quando esperamos demais e não sabemos lidar com a
frustração;
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ABORDAGENS MOTIVACIONAIS EFICAZES
Oferecer ORIENTAÇÕES Remover BARREIRAS Proporcionar ESCOLHAS Praticar EMPATIA Proporcionar FEEDBACK Esclarecer OBJETIVOS AJUDAR ativamente
Desafio é descobrir como ajudar a pessoa a experimentar uma mudança.
AMBIVALÊNCIA
Essas pessoas perdem o livre-arbítrio para dizer não.
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A dependência de substâncias químicas afeta uma região do
cérebro chamada
córtex órbitofrontal,
responsável pela tomada de decisões.
RESISTÊNCIA
Quando o paciente demonstra sinais de resistência, é bom recuar.
A resistência é sinal de que qualquer coisa que você esteja tentando fazer, não está dando certo, seria melhor tentar outra.
Evite a tentação de considerar essa atitude como um desafio a sua autoridade ou reagir com frustração ou aborrecimento.
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“ Se você tratar um indivíduo como ele é,
ele permanecerá assim,
mas se você tratá-lo como se ele fosse
o que deveria e poderia ser,
ele se tornará o que deveria e poderia ser.”
Referências
CARTER SOBELL, Linda; B. SOBELL, Mark. Terapia de grupo para transtornos por abuso de
substancias. Abordagem cognitivo-comportamental motivacional. Porto Alegre: Editora Artes Médicas. 2013.
Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10; Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas; trad. Dorgival Caetano. - Porto Alegre: Artmed, 1993
FIGLIE, Neliana; BORDIN, Selma; LARANJEIRA, Ronaldo – Aconselhamento em Dependência
Química . São Paulo: Editora Rocca. 2ª edição. 2010.
MILLER WILLIAM. R. Entrevista Motivacional preparando as pessoas para a mudança de
comportamentos adictivos – William R. Miller e Stephen Rollnick; trad. Andrea Caleffi e Cláudia Dornelles. Porto Alegre; Artemed Editora, 2001
SCIVOLETTO, S. . Abuso e dependência de drogas. In: Maria Ignez Saito; Luiz Eduardo Vargas da Silva. (Org.). Adolescência prevenção e risco. 1 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
Usuários de Substâncias Psicoativas – Abordagem, Diagnóstico e Tratamento / Coordenação de
Ronaldo Laranjeira et al. 2. ed. São Paulo – CREMESP /AMB. 2003.
WASHTON, Arnold e ZWEBEN, Joan – Prática Psicoterápica Eficaz dos Problemas com Álcool e
Drogas. Porto Alegre: Artes Médicas, 2009.
WOITOWITZ , Arnaldo Broll – Aula Curso de Consultor em Dep. Química – CEFI –POA
WOITOWITZ, Arnaldo Broll. A Abordagem do Alcoolista in PAULA RAMOS, Sérgio; BERTOLOTE,José Manoel. Alcoolismo Hoje . Porto Alegre: Editora Artes Médicas.1996.
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Gustavo Lopes Jaques
Consultor em Dependência Química Assistente Social
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