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RELATÓRIO. Curso de Jornalismo Investigativo: capacitação para organizações e ativistas locais

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO

“Curso de Jornalismo Investigativo:

capacitação para organizações e ativistas locais”

Por Nicholas Shores e Aline Soares

O Curso de Jornalismo Investigativo para ativistas e organizações locais de combate à corrupção - também participaram alguns jornalistas e estudantes dessa área -, contou, em sua Abertura, com a presença do diretor da KAS Brasil, Felix Dane, o presidente executivo da Amarribo Brasil, Leo Torresan, e pela diretora de Desenvolvimento Institucional da mesma organização, Nicole Verillo. O curso também contou com a parceria das organizações Abraji, Artigo 19, Escola de Dados e Open Knowledge Brasil.

A primeira mesa “Regras básicas de uma grande reportagem” foi apresentada pela repórter especial do jornal "O Estado de S. Paulo" para a área internacional e cobertura de guerras, Adriana Carranca. Ela contrapôs ao jornalismo diário e imediatista predominante nos veículos da grande imprensa a produção de reportagens extraordinárias, que requerem um tempo de investigação e apuração que pode adentrar a escala dos anos.

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Exemplos de tais casos, de acordo com Carranca, podem ser encontrados no jornalismo literário de profissionais do calibre de Gay Talese, autor do mais famoso perfil escrito sobre Frank Sinatra, e João Moreira Salles, criador da revista "Piauí". Com menções também a seus próprios textos, entre outros sobre conflitos na África e no Oriente Médio, a repórter do "Estadão" procurou evidenciar aos espectadores como grandes histórias podem ser contadas por meio do inusitado e a importância de um processo de apuração denso e minucioso. Carranca se pronunciou, ainda, sobre os riscos da profissão e dos envolvidos em reportagens deste tipo. “No jornalismo ‘comum’, o jornalista tem que confiar na fonte; no jornalismo investigativo, a fonte tem que confiar no jornalista”, disse.

Em seguida, entrou em cena Marina Atoji, gerente-executiva na Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que procurou tornar a linguagem técnica empregada na Lei de Acesso à Informação - um recurso importantíssimo na fiscalização de qualquer esfera do poder público - mais simples para os participantes. Explicou, também, como protocolar pedidos formais de dados e como cobrar de um órgão público a correção no atendimento a esse tipo de requisição, apresentando exemplares de respostas negativas, que feriam a legislação, a solicitações de membros da Abraji.

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O segundo dia do curso foi aberto por Renato Levi, doutor em Comunicação pela USP, professor da mesma universidade e também da PUC-SP, que palestrou sobre videojornalismo. Levi se aproveitou dos recursos audiovisuais no auditório para dar exemplos de enquadramentos de câmera alternativos aos padrões clássicos de telejornalismo e elucidar também técnicas de narrativa em vídeo, que podem ser empregadas para unir informação à emoção. Com diferentes filmagens com participação de Marcelo Tas e Eduardo Coutinho, o acadêmico buscou retratar o papel do entrevistador em deixar o entrevistado à vontade e tirar dele depoimentos, expressões, histórias espontâneas e surpreendentes.

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Camila Marques, da organização Artigo 19 (uma referência ao artigo da Declaração Universal de Direitos Humanos que prevê o direito de acesso à informação), ministrou, na sequência, a palestra “Fui processado. O que faço?”, apostando na interação com os participantes para contrastar a percepção destes sobre as principais motivações de processos judiciais contra agentes envolvidos em denúncias de corrupção com os reais motivos com os quais blogueiros, ativistas digitais, jornalistas e internautas são confrontados. O objetivo foi apresentar aos espectadores como buscar a ajuda de advogados e quais argumentos podem ser usados em sua defesa. Foi uma ocasião propícia para os ativistas convidados compartilharem suas próprias experiências em seus locais de atuação, que vão de processos judiciais a ameaças de morte por parte de políticos ímprobos.

O curso também contou com uma oficina sobre a cobertura jornalística de um órgão legislativo municipal, conduzida por Natália Peixoto, do portal UOL. A jornalista, encarregada do acompanhamento dos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, afirmou que a colaboração com os demais setoristas da imprensa frequentadores da casa, com funcionários de suporte e com assessores dos diversos parlamentares e comissões é essencial para que não se percam resoluções votadas com proposital

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discrição. O conhecimento do regimento interno do legislativo local também é de extrema utilidade para a compreensão da efetividade de votações e demais atividades parlamentares.

Fechando a série de palestras, Everton Alvarenga e Marco Túlio Pires, da fundação Open Knowledge Brasil, adentraram minúcias do conceito “dados abertos” e quais critérios devem ser respeitados por órgãos públicos para se enquadrarem nessa classificação. Foi uma oportunidade para os participantes aprenderem a filtrar, analisar e limpar dados em programas de planilhas, processo realizado de maneira interativa e colaborativa com os palestrantes.

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